UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA JACKELINNY RAVANELLI MARTINS ASPECTOS GENÉTICOS DE CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS E REPRODUTIVAS DE RAINHAS Apis mellifera L. (HYMENOPTERA: APIDAE) AFRICANIZADAS DISSERTAÇÃO DOIS VIZINHOS 2014 JACKELINNY RAVANELLI MARTINS ASPECTOS GENÉTICOS DE CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS E REPRODUTIVAS DE RAINHAS Apis mellifera L. (HYMENOPTERA: APIDAE) AFRICANIZADAS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos, como requisito parcial para obtenção do título de “Mestre em Zootecnia” - Área de Concentração: Produção Animal Orientadora: Profa. Dra. Fabiana Martins Costa Maia Co-orietadora: Profa. Dra. Michele Potrich DOIS VIZINHOS 2014 M386a Martins, Jackelinny Ravanelli. Aspectos genéticos de características morfométricas e reprodutivas de rainhas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) africanizadas – Dois Vizinhos: [s.n], 2014. 88 f. il. Orientadora: Fabiana Martins Costa Maia. Co-orientadora: Michele Potrich. Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Dois Vizinhos, 2014. Inclui bibliografia 1. Abelhas 2. Genética 3. Melhoramento genético animal I. Maia, Fabiana Martins Costa, orient. II. Potrich, Michele, coorient. III.Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Dois Vizinhos. IV. Título CDD: 595.799 Ficha catalográfica elaborada por Rosana Oliveira da Silva CRB: 9/1745 CDD. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Dois Vizinhos Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Programa de Pós-Graduação em Zootecnia TERMO DE APROVAÇÃO Título da Dissertação n° 028 Aspectos genéticos de características morfométricas e reprodutivas de rainhas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) africanizadas. por Jackelinny Ravanelli Martins Dissertação apresentada às quatorze horas do dia sete de maio de dois mil e quatorze, como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, Linha de Pesquisa – Produção e Nutrição Animal, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (Área de Concentração: Produção animal), Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho .................................................................... Banca examinadora: Fabiana Martins Costa Maia UTFPR-DV Michele Potrich UTFPR - DV Elias Nunes Martins UEM/ UTFPR-DV Lucas da Silva Domingues UTFPR-DV Prof. Dr. Ricardo Yuji Sado Coordenador do PPGZO *A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa de Pós Graduação em Zootecnia O presente estudo não são meramente linhas com discussões e resultados. Representa a biografia de cada pessoa que participou, direta ou indiretamente, para concretização desse trabalho. Meus queridos pais, por todo apoio e esforços para que eu estudasse e conseguisse realizar uma graduação e pós-graduação. Dos professores que me ensinaram a “Arte da Zootecnia”, em diferentes linhas de pesquisa, em especial minha querida orientadora, por todos ensinamentos e confiança em três anos e meio de caminhada no fantástico universo do Melhoramento Genético em Abelhas. Dessa universidade, por ter me oferecido toda a estrutura física e pessoal, bem como conhecimentos, repassados pelos professores, para a realização desse trabalho. Dos amigos que fiz em Dois Vizinhos e Maringá. E, de todos aqueles com quem convivi nesses sete anos de batalha e muito esforço. O presente estudo também representa uma mistura de sentimentos...tristezas e alegrias, dúvidas e conclusões, dificuldades e facilidades, certezas e incertezas, fraquezas e força de vontade. Enfim, denota todo o empenho para que esse trabalho fosse concluído da melhor forma possível. Espero que essa dissertação colabore para o desenvolvimento técnico-científico da área agregando conhecimentos para a população acadêmica. E para os leigos, me basta passar a ideia de que tudo, por mais difícil que pareça ser, deve ser feito com dedicação total, buscando o seu último limite, com muita responsabilidade e sem medir esforços, dando o melhor de si, sempre! Às bases da minha vida: A DEUS, que permitiu que tudo pudesse ser realizado À minha FAMÍLIA amada DEDICO... AGRADECIMENTOS A Deus, obrigada por TUDO. Pelo dom da vida e por proporcionar conhecimentos e experiências únicas por meio da fantástica sociedade das Abelhas. Aos meus pais Ademir Martins da Silva e Maria Aparecida Ravanelli Martins, não há palavras para agradecer por tudo que sempre fizeram e fazem por mim. Qualquer coisa que eu escreva será pouco frente a importância que representam em minha vida. Obrigada pelo exemplo de vida, pelo amor incondicional, por terem acreditado sempre em mim e oferecer todo o incentivo, confiança, amor, dedicação, carinho e investimento em meu futuro. A meu irmão Thomas Ravanelli Martins, por todo carinho, amizade e exemplo de benignidade. À Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos (UTFPR-DV) e a Unidade de Ensino e Pesquisa de Apicultura (UNEPE-Apicultura), pela estrutura física e pessoal concedida para a realização desse trabalho. Em especial a Dilnei Alves de Lima, Luciani Aparecida de Matos e demais servidores do Departamento de Serviços Gerais (DESEG). A Anselmo Bodenmuller Filho, Diovane Caon e demais servidores da Coordenação da Estação Experimental. À Divisão de Almoxarifado (DIALM) e à Vigilância representada por Clovis Alves e demais vigilantes. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPGZO), por todos os ensinamentos ministrados. À Profa. Dra. Fabiana Martins Costa Maia, grande amiga e orientadora, um anjo que o Senhor enviou em minha vida, obrigada pela excelente orientação. Por demonstrar como se realiza pesquisa com amor e ética, a quem devo meu progresso científico e pessoal, de quem vou guardar os preciosos ensinamentos pelo resto da vida. Você conquistou toda a minha estima, respeito e admiração. Agradeço de forma muito especial por me orientar, por todo companheirismo, paciência, respeito, confiança, amizade, conselhos e ensinamentos. Por representar um exemplo de determinação, competência e integridade e lutar comigo para conseguirmos realizar nossos objetivos, mesmo que em diversas circunstâncias não respondi a altura e ocasionei descontentamento. Meus sinceros agradecimentos e muito obrigada por tudo. Ao Prof. Dr. Elias Nunes Martins, por todo apoio para realização desse trabalho e pelo exemplo profissional. Ao Prof. Dr. Everton Ricardi Lozano da Silva e Profa. Dra. Michele Potrich, pelas valiosas contribuições intelectuais, solicitude prestada e viabilidade na utilização de materiais e equipamentos necessários para a execução desse trabalho. À Profa. Dra. Carminda da Cruz Landim, Prof. Dr. Edgar de Souza Vismara, Prof. Dr. Fábio Camargo Abdalla, Prof. Dr. Fernando Carlos de Souza e Profa. Dra. Patrícia Franchi de Freitas pelas valiosas contribuições intelectuais e solicitude prestada durante o desenvolvimento desse trabalho. À Luciane Rumpel Segabinazzi, Marisa Clemente Rodrigues e Roberta Farenzena, grandes amigas, únicas e especiais, a quem tenho grande estima. Por toda amizade, carinho, conselhos, respeito, risadas e momentos únicos e especiais proporcionados na convivência diária em Dois Vizinhos. Aos meus grandes amigos irmãos, Caroline Espejo Stanquevis, Fernanda de Almeida Flores, Janaína Furlanetto de Mello, José Antonio Ribeiro Ramos Júnior, Nádia Placideli e Victor Osório Diegoli Paffetti, por tudo que representam em minha vida, pela amizade verdadeira de anos, demonstrando que longas amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. À Associação dos Apicultores do Sudoeste do Paraná (ASPAR), em especial ao apicultor Nilton José Laabs, por toda parceria e apoio prestado junto ao Grupo de Estudos em Melhoramento Genético de Apis (GPMApis) para o desenvolvimento do trabalho a campo. Ao Grupo de Estudos em Melhoramento Genético de Apis (GPMApis), em especial Ana Maria Osório Dias, André Luís Girardi, Carla de Fátima Kuczmarski, Dinarte de Almeida Garrett Neto, Edelson Silva, Felipe Tadeu Diniz, Gleice Diandra Maia, Ivan César Behm, Liliane Reffatti, Luam Carlos Selum Bonetti, Luiz Fernando Duarte Bassi, Luiz Henrique Tirelli, Marcos Eduardo Halas, Mardiori Souza, Marisa Clemente Rodrigues, Osmar Prates, Pamela Ariel Jurge Mariano, Raisa Larcher Fantin e Vinícius Cantazini Martins, por todo esforço conjunto prestado para a realização desse trabalho, sem o qual não seria possível sua concretização. E, as demais pessoas maravilhosas que passaram direta ou indiretamente em meu caminho nesses anos, proporcionando momentos únicos, felizes, de muito aprendizado e crescimento. Também àquelas que passaram rápido, mas que não deixaram de ser importantes. Meus sinceros agradecimentos. APRENDER A APRENDER “Há todo um saber necessário para poder aprender a aprender. Isso só se torna possível para quem já aprendeu muito sobre muita coisa. Alguém pode aprender por si mesmo quando já sabe o suficiente para, primeiro, reconhecer o que merece ser aprendido, depois construir estratégias a partir do que já sabe para alcançar novos conhecimentos. Mas o fundamental é desenvolver a capacidade de estabelecer relações inteligentes entre os dados, as informações e os conhecimentos já construídos” (Autor desconhecido) RESUMO MARTINS, Jackelinny Ravanelli. Aspectos genéticos de características morfométricas e reprodutivas de rainhas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) africanizadas. 2014. 88 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2014. O objetivo deste estudo foi estimar parâmetros genéticos relacionados ao peso à emergência, comprimento corporal, comprimento e largura do abdome, peso, diâmetro e volume de espermateca e peso dos ovários de rainhas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) africanizadas. Os dados analisados se referem a pesagem corporal e medidas do comprimento e largura do abdome de 1056 rainhas, mensurações do comprimento corporal de 102 rainhas, peso da espermateca de 830 rainhas, diâmetro e volume da espermateca de 813 rainhas e peso dos ovários de 970 rainhas, totalizando 1133 animais na matriz de parentesco. Os efeitos fixos considerados foram família, época e mini-recria e os efeitos aleatórios, o genético aditivo e o resíduo. As análises foram realizadas por meio da inferência Bayesiana utilizando o modelo animal. Foram realizadas análises unicarater e bicarater para todas as características. Em análise unicarater, a proporção da variância genética aditiva foi responsável por mais de 50% da variância fenotípica total e as herdabilidades apresentaram estimativas de magnitudes médias a altas para todas as características, sendo 0,46 para peso à emergência, 0,59 para comprimento do abdome, 0,56 para largura do abdome, 0,80 para comprimento corporal total, 0,62 para peso da espermateca, 0,55 para diâmetro da espermateca, 0,64 para volume da espermateca e 0,62 para peso dos ovários. Correlações genéticas favoráveis de magnitudes entre 0,46 a 0,86 foram encontradas para as associações entre peso à emergência, comprimento corporal e comprimento e largura do abdome. Quando avaliadas as relações entre peso à emergência, comprimento corporal e comprimento e largura do abdome com peso, diâmetro e volume de espermateca e peso dos ovários, a maior correlação genética foi entre peso à emergência e peso dos ovários de 0,49. Correlação genética de 0,46 foi encontra para peso à emergência e comprimento do abdome, 0,86 para peso à emergência e largura do abdome e 0,70 para peso à emergência e comprimento corporal. Todas as características avaliadas em análise unicarater apresentam potencial de seleção e, as correlações genéticas entre o peso da rainha à emergência e características da espermateca e peso dos ovários são determinados, em parte, pelo mesmo conjunto de genes, indicando que essas associações podem ser utilizadas em programas de melhoramento genético de abelhas africanizadas, visando o maior potencial reprodutivo de rainhas A. mellifera africanizadas. Palavras-chave: Correlação genética. Espermateca. Herdabilidade. Inferência Bayesiana. Peso ovários. ABSTRACT MARTINS, Jackelinny Ravanelli. Genetic aspects of morphometric and reproductive characteristics of queen bees Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) africanized. 2014. 88 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2014. The objective of this study was to estimate the genetic parameters the weight at emergence, body length, length and width of abdomen, weight, diameter and volume the spermathecae and weight of ovaries of queen bees Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) africanized. The data analysed refer to weighing the body and length and width of abdomen measures of 1056 queen bees, measurements of body length the of 102 queen bees, weight of spermathecae of 830 queen bees, diameter and volume of spermathecae of 813 queen bees and weight of ovaries of 970 queen bees, amounting 1133 animals in the matrix parentage. The effects fixed considered were family, epoch and mini-recreates and the random effects, genetic aditive and the residual. The analyses realized were through the inference Bayesian using the animal model. Were conducted analyses unicharacter and bicharacter for all characteristics. In analyses unicharacter, the proportion the variance genetic aditive was responsible for more than 50% the total phenotypic variance and the heritabilities have submitted estimates of medium to high magnitudes the for all characteristcs, being 0.46 for weight at emergence, 0.59 for length abdomen, 0.56 for width of abdomen, 0.80 for body length, 0.62 for spermathecae weight, 0.55 for spermathecae diameter, 0.64 for spermathecae volume and 0.62 for weight of ovaries. Genetic correlations favorable of magnitude between 0.46 to 0.86 were found for the associations between weight at emergence, body length and length and width abdomen. When evaluated the relationship between the emergence weight, body length and width and length abdomen with weight, diameter and volume of spermatheca and ovarian weight, the greater genetic correlation was between the weight at emergence and weight of ovaries of 0.49. Genetic correlation of 0.46 was found for the emergence weight and length of the abdomen, 0.86 for weight at emergence and abdomen width and 0.70 for the emergence weight and body length. That all characteristics evaluated in analysis unicharacter have potential of selection and, genetic correlation the weight at emergence and characteristics of spermathecae and weight of ovaries are determined, in part, the same set of genes, indicating that these associations can be used in breeding programs of bees africanized, for the greater reproductive potential of queen bees A. mellifera africanized. Keywords: Genetic correlation. Spermathecae. Heritability. Bayesian inference. Ovarian weight. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – QUESTÕES DECISIVAS EM PROGRAMAS DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE ABELHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS ......... 27 FIGURA 2 – HISTOGRAMA DA ESTIMATIVA DE DENSIDADES POSTERIORES E SUA RESPECTIVA MODA DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA PARA PESO À EMERGÊNCIA E PESO DO OVÁRIO TOTAL DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS .................. 52 FOTOGRAFIA 1 – MEDIDAS MORFOMÉTRICAS DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS. (A) COMPRIMENTO DO ABDOME, (B) LARGURA DO ABDOME, (C) COMPRIMENTO CORPORAL ........ 36 FOTOGRAFIA 2 – VISTA PARCIAL DA ESPERMATECA DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS POR MEIO DO MICROSCÓPIO ESTEREOSCÓPICO BINOCULAR (QUIMIS/Q714Z-1) .................... 37 FOTOGRAFIA 3 – VISTA PARCIAL DOS OVÁRIOS DE RAINHAS Apis mellifera POR MEIO DO MICROSCÓPIO (QUIMIS/Q714Z-1). (A) ESTEREOSCÓPICO OVÁRIO ESQUERDO, BINOCULAR (B) OVÁRIO DIREITO... ............................................................................................. 37 FOTOGRAFIA 4 – PESAGEM DA ESPERMATECA DE RAINHAS Apis mellifera ARICANIZADAS EM BALANÇA DE PRECISÃO (SHIMADZU/AX200) ......................................................................................................... 38 FOTOGRAFIA 5 – PESAGEM DOS OVÁRIOS DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS EM BALANÇA DE PRECISÃO (SHIMADZU/AX200) ......................................................................................................... 38 FOTOGRAFIA 6 – MENSURAÇÃO DO RAIO DA ESPERMATECA DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIAZADAS MILIMETRADA ACOPLADA POR AO MEIO DE MICROSCÓPIO OCULAR ÓPTICO BINOCULAR (ALLTION) ..................................................................... 39 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ) E HERDABILIDADE (ℎ2 ), EM ANÁLISE UNICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE), COMPRIMENTO (CABD) E LARGURA (LABD) DO ABDOME, COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT), PESO DA ESPERMATECA (PES), DIÂMETRO DA ESPERMATECA (DE), VOLUME DE ESPERMATECA (VE) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA. ............................................................................................... 46 TABELA 2 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE) E LARGURA DO ABDOME (LABD) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 49 TABELA 3 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE) E COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA.................................................................................................50 TABELA 4 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA DIÂMETRO DE ESPERMATECA (DE) E VOLUME DA ESPERMATECA (VE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA...51 TABELA 5 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE) E COMPRIMENTO DO ABDOME (CABD) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 53 TABELA 6 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE) E PESO DE ESPERMATECA (PES) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 54 TABELA 7 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE) E DIÂMETRO DE ESPERMATECA (DE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 55 TABELA 8 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE) E VOLUME DE ESPERMATECA (VE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 56 TABELA 9 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO À EMERGÊNCIA (PE) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 57 TABELA 10 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO (CABD) E LARGURA (LABD) DO ABDOME DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 59 TABELA 11 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO COMPRIMENTO DO ABDOME (CABD) E COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ............................................................................................ 60 TABELA 12 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO DO ABDOME (CABD) E DIÂMETRO DE ESPERMATECA (DE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................................................................................................ 61 TABELA 13 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO DO ABDOME (CABD) E VOLUME DE ESPERMATECA (VE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA.. 62 TABELA 14 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL (𝜎𝑒1 𝑒2 ), HERDABILIDADE (ℎ2 ) E CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 𝑎1 𝑎2 ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO DO ABDOME (CABD) E PESO DE ESPERMATECA (PES) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA.. .............................................................................................. 63 TABELA 15 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO DO ABDOME (CABD) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA. ............................................................................................... 64 TABELA 16 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA LARGURA DO ABDOME (LABD) E COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................................................................................................ 65 TABELA 17 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA LARGURA DO ABDOME (LABD) E PESO DE ESPERMATECA (PES) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 67 TABELA 18 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA LARGURA DO ABDOME (LABD) E DIÂMETRO DE ESPERMATECA (DE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA... ............................................................................................. 68 TABELA 19 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA LARGURA DO ABDOME (LABD) E VOLUME DE ESPERMATECA (VE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA .......... 69 TABELA 20 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA LARGURA DO ABDOME (LABD) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 70 TABELA 21 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT) E PESO DE ESPERMATECA (PES) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA.. .............................................................................................. 71 TABELA 22 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT) E DIÂMETRO DE ESPERMATECA (DE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................................................................................................ 72 TABELA 23 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT) E VOLUME DE ESPERMATECA (VE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................................................................................................ 73 TABELA 24 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA COMPRIMENTO CORPORAL TOTAL (CCT) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA. ............................................................................................... 74 TABELA 25 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO DE ESPERMATECA (PES) E DIÂMETRO DE ESPERMATECA (DE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA .......... 75 TABELA 26 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO DE ESPERMATECA (PES) E VOLUME DE ESPERMATECA (VE) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 76 TABELA 27 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA PESO DE ESPERMATECA (PES) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA ................. 77 TABELA 28 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA DIÂMETRO DE ESPERMATECA (DE) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA .......... 78 TABELA 29 – ESTIMATIVAS DE VARIÂNCA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎2 ), RESIDUAL (𝜎𝑒2 ), FENOTÍPICA (𝜎𝑦2 ), COVARIÂNCIA GENÉTICA ADITIVA (𝜎𝑎1 𝑎2 ), COVARIÂNCIA RESIDUAL CORRELAÇÃO GENÉTICA (𝑟𝑔 (𝜎𝑒1 𝑒2 ), 𝑎1 𝑎2 HERDABILIDADE (ℎ2 ) E ), EM ANÁLISE BICARATER, COM SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE CREDIBILIDADE E REGIÕES DE ALTA DENSIDADE, AO NÍVEL DE 90%, MODA (𝑀𝑜 ) E PROBABILIDADE DA CORRELAÇÃO GENÉTICA ADITIVA SER SUPERIOR A ZERO PARA VOLUME DE ESPERMATECA (VE) E PESO DO OVÁRIO TOTAL (POT) DE RAINHAS Apis mellifera AFRICANIZADAS À EMERGÊNCIA .......... 79 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 21 2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 24 2.1 BIOLOGIA E MORFOLOGIA DA RAINHA Apis mellifera ........................................... 24 2.2 PANORAMA ATUAL E ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA APICULTURA BRASILEIRA ................................................................................................ 24 2.3 MELHORAMENTO GENÉTICO EM ABELHAS Apis mellifera .................................. 26 2.3.1 Estimativas de parâmetros genéticos para características morfométricas e reprodutivas de rainhas Apis mellifera ............................................................................................................... 28 2.3.1.1 Peso à emergência ........................................................................................................ 29 2.3.1.2 Comprimento corporal e abdome ................................................................................. 30 2.3.1.3 Espermateca e ovários .................................................................................................. 32 3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 35 3.1 PRODUÇÃO DE RAINHAS ............................................................................................ 35 3.2 MENSURAÇÕES DO PESO À EMERGÊNCIA E DAS MEDIDAS MORFOMÉTRICAS.. .............................................................................................................. 36 3.3 MENSURAÇÕES DOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS ................................................... 36 3.4 ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS ....................................................... 39 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 44 5 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 81 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 82 21 1 INTRODUÇÃO Um dos principais objetivos do melhoramento genético animal, com ênfase na criação de animais de importância zootécnica é o aumento do nível da produtividade e qualidade dos produtos de interesse econômico. No âmbito da apicultura, o melhoramento genético em abelhas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) africanizadas torna-se uma importante ferramenta para o sucesso do setor (MORENO; SOARES, 2006). No entanto, para atingir os objetivos propostos dentro de um processo de seleção, a melhoria nas condições ambientais e no potencial genético de indivíduos ou populações é de fundamental relevância (CRUZ, 2005). Neste contexto, a disponibilidade de estimativas fidedignas de parâmetros genéticos são essenciais para estruturação, planejamento, desenvolvimento e execução de qualquer programa de melhoramento (GAMA, 2002). Esses parâmetros são característicos de cada população e podem sofrer alterações em consequência das diferenças genéticas, ambientais, métodos e modelos de estimação de componentes de (co) variância, número de informações utilizadas, entre outros fatores (COSTA-MAIA; LINO, 2009). Diferentes são os métodos utilizados para estimar os parâmetros genéticos de uma população. Dentre eles, destaca-se a utilização da inferência Bayesiana. Considerada uma nova metodologia de análises de dados fundamentada em probabilidades condicionais, o qual apresenta um parâmetro escalar ou vetor aleatório desconhecido, em que considera a inclusão da informação a priori, permitindo modelar e atualizar as estimativas dos parâmetros a posteriori por meio da regra de Bayes (ROSSI, 2011). No Brasil, em abelhas A. mellifera africanizadas, poucos são os estudos relacionados as estimativas de parâmetros genéticos por meio da Inferência Bayesiana. A exemplo disso, Costa-Maia (2009) estimou parâmetros genéticos e fenotípicos para peso à emergência, comprimento e largura de abdome em rainhas A. mellifera africanizadas recém emergidas. As estimativas de herdabilidade em análise unicarater foram 0,37 para peso à emergência, 0,79 para comprimento de abdome e 0,44 para largura de abdome. Indicando que todas as características podem ser utilizadas como critério de seleção. Além disso, estudos voltados para o comportamento higiênico (COSTA-MAIA et al., 2011), produção de geleia real (FAQUINELLO et al., 2011), comportamento higiênico, índices de invasão, infestação e reprodução do ácaro Varroa destructor (WIELEWSKI et al., 2012), produção de mel, própolis, comportamento higiênico e defensivo (GARCIA et al., 2013) e produção de mel, própolis, comportamento higiênico e taxa de coleta de xarope (PADILHA et 22 al., 2013) também são destacados recentemente na área de melhoramento genético de abelhas A. mellifera africanizadas. Os resultados observados por esses autores foram favoráveis para a maioria das características estudadas, indicando que estas podem ser utilizadas como critérios de seleção. A determinação e implantação das características de estudo como critérios de seleção em programas de melhoramento são essenciais. Um requisito básico para definição da viabilidade de uma característica como critério de seleção, é o conhecimento de sua variabilidade genética, bem como suas associações genéticas (KOURY-FILHO et al., 2010). A herdabilidade ( h 2 ) é um parâmetro que apresenta uma das mais importantes particularidades de determinada característica quantitativa. Representa a porção da variância fenotípica total, causada pela variação dos valores genéticos aditivos (SILVA, 2009). Em termos de características reprodutivas de rainhas A. mellifera, há poucos estudos sobre os órgãos reprodutivos, como espermateca e ovários. Alguns fatores que dificultam a seleção dessas características são a falta de estimativas de parâmetros genéticos e maior relevância desses órgãos. Outro parâmetro importante é a correlação genética ( rg ). Esta permite realizar o estudo da associação de duas características que são de interesse econômico na cadeia produtiva. Visto que o valor econômico de um animal é influenciado por várias características (LOPES, 2005) e que os produtos apícolas de importância econômica como o mel, própolis e pólen podem ser mensuradas somente em nível da colônia (SOUZA et al., 2002), a associação genética para características comportamentais e de produção são imprescindíveis para o sucesso da cadeia apícola. Diferentes autores, destacaram, fenotipicamente, que o peso da rainha A. mellifera não tem reflexo no diâmetro e volume da espermateca. (CORBELLA; GONÇALVES, 1982; HATCH; TARPY; FLETCHER, 1999). No entanto, resultados antagônicos foram observados por outros autores (GILLEY; TARPY; LAND, 2003; KAHYA; GENCER; WOYKE, 2008), sugerindo que essas associações determinam o potencial reprodutivo das rainhas. Em termos da associação do peso da rainha A. mellifera e peso da espermateca, estudos relacionados ao peso da espermateca de rainhas virgens são escassos na literatura. Recentemente, Collins e Pettis (2013) avaliaram o peso das espermatecas de rainhas A. mellifera fecundadas e verificaram a inexistência de correlação fenotípica com o peso da rainha. Além disso, estudos fenotípicos sobre o peso da rainha A. mellifera e o peso dos ovários foram realizados por Gilley, Tarpy e Land (2003) e Kahya, Gençer e Woyke (2008) 23 avaliando rainhas asiáticas e europeias. Em termos de rainhas africanizadas, Silveira-Neto (2011) verificou que o peso dos ovários à emergência de 60 rainhas obtidas pelo método Doolittle (1889) apresentaram correlação fenotípica de magnitude baixa com o peso à emergência. No entanto, trabalhos que incluam avaliações do peso à emergência com características reprodutivas por meio da variância genética aditiva ainda são escassos. Sendo assim, estudos dos componentes de (co) variância e parâmetros genéticos são de fundamental importância para correta estruturação de programas de melhoramento genético em abelhas A. mellifera africanizadas. Considerando o potencial reprodutivo da rainha A.mellifera como fator determinante da eficiência biológica e econômica do sistema de produção apícola, em que o peso da mesma é determinado pelo estádio reprodutivo, podendo alterações ocorrer durante o processo de maturação sexual (KAHYA; GENÇER; WOYKE, 2008). Assim como a espermateca determina a vida útil reprodutiva da rainha, visto que com o passar da idade da rainha, a quantidade de espermatozoides armazenados diminuem (WINSTON, 2003), estudos sobre a associação do peso à emergência com os órgãos reprodutivos são relevantes. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi estimar parâmetros genéticos relacionados ao peso à emergência, comprimento corporal total, comprimento e largura do abdome, peso, diâmetro e volume de espermateca e peso dos ovários de rainhas A. mellifera africanizadas. 24 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 BIOLOGIA E MORFOLOGIA DA RAINHA Apis mellifera Uma colônia de abelhas Apis mellifera é considerada um superorganismo (MORITZ; SOUTHWICK, 1992). Isto porque representa uma sociedade complexa, onde há sobreposições de gerações de indivíduos em uma mesma colônia, cuidados cooperativos com a prole e divisão de tarefas entre as diferentes castas, rainha, operárias e zangões. A rainha A.mellifera desempenha funções específicas e de suma importância para o funcionamento da colônia. Por ser considerada a única fêmea fértil, é responsável por toda manutenção e equilíbrio populacional da colônia, além de deter da habilidade de comunicação e orientação dos indivíduos por meio da liberação de substâncias químicas denominadas feromônios (NOGUEIRA-COUTO; COUTO, 2006). Morfo-anatomicamente a rainha A. mellifera difere das abelhas operárias principalmente pelo seu tamanho, sendo facilmente reconhecida por seu abdome mais alongado (TAUTZ, 2010). O abdome consiste de sete segmentos visíveis e contém a maioria dos órgãos e algumas glândulas. Em termos dos órgãos reprodutivos, a rainha A. mellifera possuí um ovário desenvolvido, em virtude da sua função de reprodução (WINSTON, 2003), e uma espermateca responsável por receber e armazenar os espermatozoides após a fecundação (CRUZ-LANDIM, 2009). Sendo assim, estudos relacionados a biologia, comportamento e fisiologia da rainha A. mellifera torna-se importante para o melhor esclarecimento das atividades desempenhadas dentro de uma colônia, visto que a mesma é responsável por toda organização dos demais indivíduos, influenciando diretamente a produtividade e rentabilidade dos produtos de origem apícola. 2.2 PANORAMA ATUAL E ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA APICULTURA BRASILEIRA 25 A atividade apícola oferece um vasto número de produtos que podem ser utilizados comercialmente, tornando-se uma alternativa rentável possibilitando retorno financeiro para os apicultores (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS - AGRONEGÓCIOS, 2006). Deste modo, a apicultura no Brasil vem se destacando expressivamente, apresentando progressivo desenvolvimento. Parte desse desenvolvimento pode ser explicado pelo processo de africanização, o qual caracterizou-se pela introdução de abelhas africanas (Apis mellifera scutellata L. (Hymenoptera: Apidae)) em território brasileiro, em 1956, pelo pesquisador Warwick Estevam Kerr. Isto levou ao início de um processo de cruzamentos naturais com as abelhas de origem europeia (A. m. mellifera, A. m. ligustica, A. m. carnica e A. m. caucasica) que haviam sido trazidas pelos imigrantes entre 1840-1850, propiciando a formação de um híbrido, denominada abelha africanizada (SOARES, 2012). Além disso, o Brasil detém um imenso potencial apícola, apresenta uma expressiva extensão territorial, floradas diversificadas, clima propício, possibilitando o manejo durante todo o ano e fácil adaptação das abelhas africanizadas as condições tropicais (NOGUEIRACOUTO; COUTO, 2006). Somado a isso, o setor apícola vem desenvolvendo estímulos de organização e aprimoramento técnico, tendo por parceiros pesquisadores, apicultores, empresários, extensionistas, entidades públicas e privadas e órgãos governamentais e não governamentais (COSTA-MAIA; LINO, 2009). Sendo assim, a apicultura se apresenta como um setor chave para o fortalecimento de várias pautas da cadeia produtiva apícola relacionadas ao desenvolvimento ambiental, econômico e social do país. Entre os diversos produtos ofertados pelas abelhas A. mellifera, destaca-se o mel, um produto alimentício que agrega de maneira quantitativa e econômica a cadeia apícola. Comercialmente, o mel ocupa lugar de destaque no mercado nacional e internacional. Por ser livre de defensivos e apresentar padrão de qualidade, o mel brasileiro torna-se cobiçado pelos principais mercados internacionais. Isto faz do país o 11º maior produtor mundial e 5º maior exportador (RANGEL, 2011). No ano de 2012, foi registrado 52.112.891 toneladas de mel exportados, gerando uma receita cambial de US$ 16.632.373, apresentando um valor médio pago pelo quilo do mel exportado de US$ 3,13 (REHDER, 2013). Frente a esses avanços e tendências do mercado externo, há motivações por parte dos apicultores visando o aumento de suas produções. Com isso, o profissionalismo entre os apicultores cresceu, ocasionando um interesse gradativo e a necessidade da implementação de técnicas que agreguem maior produtividade, rentabilidade e qualidade aos produtos derivados das abelhas. Com essas medidas, os níveis e padrões produtivos e de qualidade exigidos pelos 26 países importadores de mel e demais produtos apícolas tendem a ser alcançados (MARTINEZ; SOARES, 2012). Desta maneira, a busca e utilização de diferentes tecnologias aumentaram, a exemplo disso, programas de melhoramento genético em abelhas, visando a obtenção de linhagens que apresentem características desejáveis por meio da seleção, têm se destacado (GRAMACHO, 2004). 2.3 MELHORAMENTO GENÉTICO EM ABELHAS Apis mellifera As características produtivas de uma colônia dependem fundamentalmente da sua estrutura genética, das condições climáticas e florais e técnicas de manejo (NOGUEIRACOUTO; COUTO, 2006). O melhoramento genético de abelhas A. mellifera é uma ferramenta essencial e de caráter obrigatório para o sucesso e desenvolvimento da indústria apícola. Práticas de manejo, troca das rainhas e inseminação instrumental são pilares fundamentais em um programa que vise o aumento de determinada característica quantitativa (MARTINEZ; SOARES, 2012). Parte do progresso genético obtido até o momento em abelhas A. mellifera, deve-se aos estudos de suas particularidades genéticas, definição dos objetivos do processo de seleção, estruturação técnica necessária ao desenvolvimento do programa, definições das correlações entre características economicamente importantes, estimação de parâmetros genéticos e correta utilização das informações coletadas (COSTA-MAIA; LINO, 2009). Sendo assim, as autoras Costa-Maia e Lino (2009), ilustra na Figura 1, algumas estratégias necessárias para o sucesso de um programa de melhoramento genético em abelhas A. mellifera africanizadas. 27 Figura 1 - Questões decisivas em programas de melhoramento genético de abelhas A. mellifera africanizadas Fonte: Costa-Maia e Lino (2009), adaptado de Kinghorn, Werf e Ryan (2006). Além disso, a seleção do estoque em que as colônias devem ser identificadas, a fim de existir entre elas diferenças selecionáveis, manutenção da variabilidade genética, controle dos acasalamentos e manutenção do estoque durante todo o programa, também são componentes essenciais para o sucesso de um programa de melhoramento genético em abelhas A. mellifera (PAGE; LAIDLAW, 1997). Algumas particularidades das abelhas A. mellifera em termos de melhoramento genético animal, também devem ser consideradas. Entre elas, o sistema haplo-diploide. Esse sistema confere ao zangão, células com um número básico de cromossomos, sendo considerados organismos haploides. Enquanto que as fêmeas são diploides, possuindo um genoma em duplicata, ou seja, os cromossomos homólogos ocorrem aos pares (RAMALHO; SANTOS; PINTO, 2008). Sendo assim, os machos, são responsáveis pela transferência de todo o seu material genético proveniente de sua mãe para suas filhas (LAIDLAW; PAGE, 1984). Enquanto que a rainha, mãe de todos os indivíduos, torna-se responsável por cinquenta por cento de todo material genético da colônia (DELANEY et al., 2011). Com isso, características expressas pelas operárias, como a produção de mel, própolis e geleia real, tem origem na rainha, pelo menos em parte. Outra particularidade é o parentesco dos diferentes indivíduos da colônia que podem assumir graus de parentesco entre 0,25 e 0,75, uma vez que a rainha possui hábito de acasalamento múltiplo e os machos são considerados hapolides (TAUTZ, 2010). Diferentes 28 autores tem estudado essas particularidades, contudo, a avaliação genética em abelhas ainda é superficial em relação as outras espécies animais. Por fim, a produção de ovos em termos qualitativos e quantitativos, bem como a produção de feromônios, permitem que a rainha ofereça uma contribuição ambiental às suas filhas operárias (BIENEFELD; EHRHARDT; REINHARDT, 2007). Portanto, a habilidade da rainha em realizar a oviposição e produzir feromônios é determinada, em parte, pelo genótipo da rainha e pelo ambiente em que está submetida. 2.3.1 Estimativas de parâmetros genéticos para peso à emergência, características morfométricas e reprodutivas de rainhas Apis mellifera Estimativas de parâmetros genéticos para características morfométricas e reprodutivas em abelhas A. mellifera são escassos na literatura mundial. Para Kerr (2006), características morfológicas, fisiológicas ou comportamentais podem ser melhoradas por meio de programas de melhoramento genético de abelhas A. mellifera. Recentemente, as estimativas dos parâmetros genéticos e componentes de (co) variância para a avaliação dos animais, vem sendo realizada por meio da inferência Bayesiana. Este método permite a análise de pequenos a grandes conjuntos de dados, gerando estimativas diretas e acuradas dos componentes de variância, valores genéticos e intervalos de credibilidade (VAN TASSELL; VAN VLECK, 1995). Além disso, a utilização do Modelo Animal - BLUP (Melhor Preditor Linear Não - Viesado) com adaptações pertinentes às abelhas, torna-se uma importante ferramenta para a avaliação genética das mesmas (BIENEFELD; EHRHARDT; REINHARDT, 2007). Sendo assim, trabalhos sobre a variação genética aditiva para peso da rainha à emergência e comprimento e largura do abdome, assim como suas associações genéticas com características produtivas, destacam-se em estudos recentes em rainhas africanizadas (COSTA, 2005; FAQUINELLO, 2007; COSTA-MAIA, 2009; COSTA-MAIA et al., 2012; HALAK, 2012; COSTA-MAIA et al., 2013). Os parâmetros estudados como a herdabilidade, permite antever a possibilidade de sucesso com a seleção, uma vez que reflete a proporção da variação fenotípica que pode ser herdada, identificando os animais que transmitem essas características efetivamente aos seus descentes, ou seja, fornece a confiabilidade do valor fenotípico como um indicador do valor reprodutivo (RAMALHO; SANTOS; PINTO, 2008). 29 Em termos de reprodução, este sempre foi um dos aspectos de maior impacto na lucratividade dos sistemas de produção animal (LÔBO; BITTNECOURT; PINTO, 2010). Assim, estudos voltados para a avaliação do peso dos ovários e peso, diâmetro e volume de espermateca de rainhas A. mellifera, dado o baixo enfoque na área da genética quantitativa, tornam-se imprescindíveis para a investigação de novas características que possam tornar-se critérios de seleção dentro de um programa de melhoramento e consequentemente aprimorar a eficiência reprodutiva da rainha. 2.3.1.1 Peso à emergência A literatura internacional dispõe de um considerável número de informações sobre o peso de rainhas de diferentes espécies e habitats. Isso porque essa característica é de fácil mensuração e apresenta-se como um indicativo da qualidade reprodutiva da mesma. (HATCH; TARPY; FLETCHER, 1999; TARPY; HATCH; FLETCHER, 2000; GILLEY; TARPY; LAND, 2003; AKYOL; YENINAR; KAFTANOGLU, 2008; KAHYA; GENÇER; WOYKE, 2008; DELANEY et al., 2011; DE SOUZA et al., 2013). No entanto, todos os estudos citados tem como objetivo a determinação fenotípica do peso das rainhas, correlacionando-as com características comportamentais, morfológicas, produtivas ou reprodutivas, cuja utilização facilite e torne o trabalho de seleção acessível aos apicultores. No Brasil, poucos programas de melhoramento genético têm utilizado o peso à emergência de rainhas africanizadas como critério de seleção, considerando a variação genética aditiva. Algumas autoras, entre elas, Costa (2005), Faquinello (2007) e Costa-Maia (2009), estimaram coeficientes de herdabilidades de magnitudes médias a altas, variando de 0,35 a 0,95. Além disso, foram estimadas correlações genéticas entre o peso à emergência com a produção de mel de 0,87, indicando que a seleção por meio do peso da rainha produzirá ganhos correlacionados na produção de mel (COSTA-MAIA, 2009). Em consequência disso, Costa-Maia et al. (2012), formaram uma linhagem de rainhas selecionadas para peso à emergência por meio do valor genético, durante cinco gerações de seleção, visando o melhoramento da produção de mel. Foi encontrado herdabilidade de 0,29 para o peso à emergência, demonstrando potencial para ser utilizado como critério de seleção. As médias observadas do peso à emergência, durante as cincos gerações de seleção, foram de 30 198,26 mg para primeira, 207,82 mg para segunda, 215,64 mg para terceira, 218,64 mg para quarta e 210,42 mg para quinta geração de seleção. Posteriormente Costa-Maia et al. (2013) avaliaram a efetividade do processo de seleção a campo e encontraram resultados superiores de 40% na produtividade de mel das colônias com rainhas selecionadas para peso à emergência, quando comparadas às colônias com rainhas sem seleção. Em termos de associações fenotípicas, estudos abordaram que o peso da rainha A. mellifera não encontra-se correlacionado significativamente com o volume da espermateca (CORBELLA; GONÇALVES, 1982; HATCH; TARPY; FLECTCHER, 1999). Contudo, outros autores observaram correlação entre peso dos ovários, diâmetro, volume e peso da espermateca (GILLEY; TARPY; LAND, 2003; KAHYA; GENÇER; WOYKE, 2008; COLLINS; PETTIS, 2013), influenciando a fertilidade e prolificidade da mesma. A maioria das características de interesse econômico são influenciados por fatores genéticos combinados com fatores ambientais (BOURDON, 1999). Com isso, um dos meios para a realização do processo de seleção é a utilização de características mensuráveis produzidas pela interação entre os genes e o ambiente. Entretanto, são adequados somente as características que possuem variação genética aditiva. Sendo assim, o peso à emergência de rainhas A. mellifera torna-se passível de seleção, podendo ser utilizado para melhorar a produção dos diferentes produtos apícolas, uma vez que o mesmo interfere diretamente na rentabilidade da exploração apícola, pois determina, em parte, o número de operárias produzidas pela rainhas e, consequentemente, na produtividade das colônias. 2.3.1.2 Comprimento corporal e abdome O abdome da rainha é composto por sete segmentos visíveis, ligados por membranas. Internamente, contém a maioria dos órgãos responsáveis pelo funcionamento do corpo (NOGUEIRA-COUTO; COUTO, 2006). Com isso, medidas externas do abdome, como comprimento e largura podem ser um indicativo útil do tamanho dos ovários, capacidade de produção de ovos, idade à maturidade e fertilidade da fêmeas, visto que os órgãos reprodutivos estão localizados nessa região. Recentemente, análises morfométricas de rainhas A. mellifera vêm se tornando uma excelente ferramenta para identificação de seu material genético (KAMEL et al., 2013). No 31 Brasil, poucos programas de melhoramento genético têm estudado o comprimento e largura de abdome de rainhas A. mellifera africanizadas como possível critério de seleção (COSTA, 2005; FAQUINELLO, 2007; COSTA-MAIA, 2009; HALAK, 2012). As estimativas de herdabilidade para comprimento do abdome de rainhas A. mellifera africanizadas, variam de 0,52 a 0,79 (COSTA, 2005; FAQUINELLO, 2007; COSTA-MAIA, 2009), indicando potencial de seleção. Entretanto, Halak (2012) encontrou coeficiente de herdabilidade de 0,15. Baixas estimativas de herdabilidade indicam pequena variabilidade genética aditiva na expressão da característica, em que a mesma sofre maior influência das condições ambientais e genética não aditiva. No entanto, são fundamentais para a manutenção e seleção das colônias, visto que os ganhos obtidos pelo melhoramento genético das características morfométricas serão permanentes, justificando, desta forma, o investimento na seleção de animais geneticamente superiores para essa característica. Para largura do abdome os coeficientes de herdabilidades encontrados na literatura estão entre 0,35 e 0,68 (COSTA, 2005; FAQUINELLO, 2007; COSTA-MAIA, 2009; HALAK, 2012), indicando também potencial para seleção. Provavelmente, por essas características serem de fácil mensuração e apresentarem proporções de variância genética aditiva de magnitudes médias a altas. Além disso, correlações genéticas para largura de abdome de rainhas A. mellifera africanizadas com outras características de produção, como geleia real, são favoráveis (FAQUINELLO, 2007). Alguns estudos sobre a morfometria corporal das rainhas A. mellifera relataram que existem diferentes fatores responsáveis por influenciar essas características morfométricas, tais como a idade das larvas transferidas e suplementação alimentar recebida (MAHBOBI et al., 2012), diferenças entre subespécies das rainhas A. melliffera (ALQARNI; BALHARETH; OWAYSS, 2013) e época de criação, método das transferências de larvas e tipo de cúpulas artificiais (KAMEL et al., 2013), gerando consequências diretas na qualidade das rainhas produzidas. Com isso, a associação com outras características como peso corporal e características comportamentais, produtivas e reprodutivas podem descrever melhor um indivíduo ou uma população quando comparado aos estudos de uma única variável. 32 2.3.1.3 Espermateca e ovários O sistema reprodutor das rainhas A. mellifera são providos de um órgão esférico denominado espermateca. Este é responsável pelo armazenamento dos espermatozoides recebidos durante a cópula até o seu uso para fertilização dos ovócitos (CRUZ-LANDIM, 2009). Além disso, possuem um par de ovários, localizados na região anterolateral do abdome (LAIDLAW, 1998), responsáveis pela produção e amadurecimento dos ovos por meio dos ovaríolos presentes em suas estruturas (CRUZ-LANDIM, 2009). Suspeita-se que nos insetos sociais o tamanho da espermateca está diretamente relacionado com à longevidade e ao grau de sociabilidade da fêmea. Abdalla; Marcondes e Silva-Zacarin (2012) realizaram um estudo morfométrico comparando o tamanho corporal e diâmetro da espermateca em três espécies (Xylocopa suspecta, Bombus atratus e Tetragonisca angustula) de abelhas com diferentes graus de sociabilidade. O resultado encontrado foi de 0,5 mm para comprimento corporal e 450 µm de diâmetro da espermateca na espécie eusocial Tetragonisca angustula L. (Hymenoptera: Apidae), apresentando o menor tamanho corporal e maior espermateca quando comparada a Xylocopa suspecta e Bombus atratus (solitárias e eussociais primitivas). Isto indica que o tamanho da espermateca está associado à longevidade, à taxa de oviposição e ao grau de sociabilidade, uma vez que T. angustula apresenta taxa de oviposição e longevidade maior e uma organização mais complexa em relação as outras espécies.Sendo assim, a investigação e melhor entendimento dessas características são fundamentais para o esclarecimento de tais suposições. Posto que estudos de estimativas de parâmetros genéticos para peso, diâmetro e volume da espermateca em rainhas A. mellifera são escassos na literatura mundial, salienta-se alguns trabalhos de abordagem fenotípica do diâmetro e/ou volume da espermateca (TARPY; HATCH; FLETCHER, 2000; MAHBOBI et al., 2012), bem como suas associações fenotípicas com diferentes características. Entre essas associações destaca-se características relacionadas ao peso à emergência e volume da espermateca (CORBELLA; GONÇALVES, 1982; HATCH, TARPY; FLETCHER, 1999; KAHYA; GENÇER; WOYKE, 2008, ALQARNI; BALHARETH; OWAYSS, 2013), peso à emergência e diâmetro da espermateca (GILLEY; TARPY; LAND, 2003; AKYOL; YENINAR; KAFTANOGLU, 2008; KAHYA; GENÇER; WOYKE, 2008, ALQARNI; BALHARETH; OWAYSS, 2013) e peso à emergência e peso da espermateca (COLLINS; PETTIS, 2013). 33 Os estudos das associações citados anteriormente, apresentam antagonismo em relação ao peso, diâmetro e volume da espermateca. Com isso, ressalta-se a necessidade da avaliação de parâmetros genéticos para essas características, tornando-se imprescindível para correta estruturação de programas de melhoramento genético em abelhas A. mellifera. Além dos trabalhos com rainhas de diferentes subespécies, a espermateca de operárias A. mellifera capensis são alvos de estudos (HEPBURN; CREWE, 1991; PHIANCHAROEN et al., 2010), pois as mesmas apresentam espermateca desenvolvida iguais as rainhas. Sendo exceção, pois operárias de modo geral apresentam uma espermateca rudimentar e ausência de várias estruturas genitais que permitem à rainha acasalar e receber o esperma do zangão (WINSTON, 2003). Considerando os trabalhos fenotípicos em rainhas e operárias A. mellifera e a escassez de informações das características utilizadas para seleção quantitativa genotípica, estudos voltados para outras espécies são exemplificados. Simmons e Kotiaho (2007) estimaram herdabilidade para tamanho da espermateca em Onthophagus taurus (Coleoptera: Scarabaeidae) e encontraram uma estimativa de 0,64. Além disso, observaram a existência de correlação genética entre o tamanho da espermateca e comprimento do espermatozoide, indicando a possibilidade de existir padrões de co-evolução entre machos e fêmeas. Além da espermateca, a avaliação de características reprodutivas como o peso dos ovários são fundamentais em qualquer sistema de produção apícola, uma vez que a qualidade da rainha está diretamente relacionada as estruturas reprodutivas, sendo refletidas na produção da colônia. O peso dos ovários avaliados após a emergência da rainha podem fornecer, proporcionalmente, uma estimativa de quanto do peso corporal da rainha é representado por parte do seu aparelho reprodutor. Gilley, Tarpy e Land (2003) avaliaram a qualidade de rainhas produzidas por meio de larvas de diferentes idades e relacionaram sete características morfológicas. Entre elas o peso da rainha e peso do ovário direito e esquerdo. Foi encontrado coeficiente de correlação de Pearson significativo entre essas características, sugerindo que há relação entre o peso da rainha A. mellifera e o peso dos ovários, sendo um indicativo do potencial reprodutivo da mesma. Posteriormente Kahya, Gençer e Woyke (2008) analisaram o peso dos ovários de 50 rainhas A. mellifera após 40 dias, em média, da sua emergência e não observaram correlação entre o peso à emergência e o peso fresco e seco dos ovários. 34 Diante do exposto, informações sobre a estrutura genética das populações de abelhas africanizadas disponíveis no Brasil ainda são baixas. Sendo assim, estudos das características, bem como suas associações com características de interesse econômico, tornam-se primordiais intenção de realizar seleção simultânea. Com isso, avaliações fenotípicas e genéticas são recomendadas para orientar os programas de melhoramento genético. Somado a isso, há necessidade de estudos, visando gerar novos conhecimentos na área, afim de contribuir no âmbito científico e tecnológico, tornando-se uma importante ferramenta de apoio ao melhoramento genético em abelhas africanizadas. 35 3 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na Unidade Ensino e Pesquisa de Apicultura (UNEPE Apicultura), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos (UTFPR - DV). A população de abelhas africanizadas para a produção de rainhas foi composta inicialmente por uma população a qual as rainhas foram selecionadas por meio do valor genético para peso à emergência durante cinco gerações de seleção. Esta população, ao fim da quinta geração, era formada por descendentes de cinco rainhas da geração zero. No decorrer do experimento, a população original foi composta como população aberta, visto que novos indivíduos foram incorporados continuamente na população sem que houvesse a realização dos controles de acasalamentos. Ao todo, 40 matrizes foram utilizadas para o fornecimento de larvas para produção das rainhas. 3.1 PRODUÇÃO DE RAINHAS A produção de rainhas ocorreu no período de janeiro a setembro de 2013. O método utilizado para produção de rainhas foi o descrito por Doolittle (1889). Este método consiste na transferência de larvas jovens, entre zero e 24 horas de idade, visto que larvas mais jovens originam rainhas maiores (TARPY; HATCH; FLETCHER, 2000), para cúpulas artificiais de acrílico. As cúpulas foram fixadas em dois sarrafos, contendo 15 cúpulas cada, totalizando 30 larvas transferidas de diferentes genealogias identificadas e distribuídas aleatoriamente. As transferências realizadas foram simples, com larvas de idade e genealogia controladas. Os porta-sarrafos contendo as cúpulas com as larvas transferidas foram introduzidos em 31 colônias mini-recrias, iniciadoras e terminadoras. Essas colônias eram compostas por dois núcleos sobrepostos. O inferior composto por cinco favos e o superior por quatro favos e um porta-sarrafo, separados por uma tela excluidora de rainha. Após dez dias da transferência de larvas, as realeiras foram retiradas das mini-recrias e encaminhadas ao laboratório da UNEPE-Apicultura. Cada realeira foi individualizada em frasco de vidro de 20 mL. A genealogia e o número da mini-recria foram identificados e as mesmas foram alocadas em estufa com temperatura de 34ºC e umidade de 60%. 36 A partir de então houve o monitoramento ininterrupto da emergência das rainhas, sendo anotado o horário da emergência, genealogia, pesagem e medidas morfométricas corporais. 3.2 MENSURAÇÕES DO PESO À EMERGÊNCIA E DAS MEDIDAS MORFOMÉTRICAS Para as medidas do peso à emergência, comprimento corporal, comprimento e largura do abdome, as rainhas recém-emergidas foram anestesiadas com gás Dióxido de Carbono (CO2) por cinco segundos, em uma câmara de gás adaptada. Em seguida, foi aferido o peso vivo (mg) por meio de uma balança de precisão de 0,0001g (Shimadzu/AX 200). O comprimento corporal, comprimento e largura do abdome (mm) (Fotografia 1) foram obtidos com a utilização de um paquímetro digital 150 mm (Starfer - Resolução pol/mm: 0,0005/0,01). Fotografia 1 - Medidas morfométricas de rainhas Apis mellifera africanizadas. (A) Comprimento do abdome, (B) Largura do abdome, (C) Comprimento corporal Fonte: Adaptada de Dade (1994). 3.3 MENSURAÇÕES DOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS Após as mensurações dos pesos à emergência e das medidas morfométricas corporais, as rainhas foram anestesiadas por resfriamento, durante, aproximadamente, quatro minutos, a temperatura de 4ºC. 37 Na sequência foram retirados a cabeça, pernas e asas de cada rainha. O tórax e abdome foram fixados com o auxílio de dois alfinetes entomológicos, em uma placa de Petri contendo cera de abelha e disseccionados com o auxílio de uma pinça (Relojoeiro 12 cm Reta) e tesoura (Cirúrgica Oftálmica Capsulotomia Curva Vannas IM-283AA) sob microscópio estereoscópico binocular (Quimis/Q714Z-1). Para a exposição da espermateca (Fotografia 2) e ovários (Fotografia 3) foram utilizados dois alfinetes entomológicos adaptados a um cabo de acrílico. Fotografia 2 - Vista parcial da espermateca de rainhas Apis mellifera africanizadas por meio do microscópio estereoscópico binocular (QUIMIS/Q714Z-1) Fonte: Martins (2013). A B Fotografia 3 - Vista parcial dos ovários de rainhas Apis mellifera africanizadas por meio do microscópio estereoscópico binocular (QUIMIS/Q714Z1). (A) Ovário esquerdo, (B) Ovário direito Fonte: Martins (2013). 38 A pesagem da espermateca (Fotografia 4) e dos ovários (Fotografia 5) foi realizada em balança de precisão (Shimadzu/AX-200). Como recipiente, foi utilizado uma lâmina de vidro, a qual era realizado a tara de seu peso a cada pesagem dos órgão reprodutivos. Para a manipulação desses órgãos até a balança de precisão, foi utilizado um alfinete entomológico adaptado a um cabo de acrílico. Fotografia 4 - Pesagem da espermateca de rainhas Apis mellifera africanizadas em balança de precisão (Shimadzu/AX-200) Fonte: Rodrigues (2013). Fotografia 5 - Pesagem dos ovários de rainhas Apis mellifera africanizadas em balança de precisão (Shimadzu/AX-200) Fonte: Rodrigues (2013). Para a estimativa do volume da espermateca foi mensurado o raio da espermateca, utilizando-se microscópio óptico binocular (Alltion) provido de ocular milimetrada, adaptada a 39 ocular 10 X e objetiva 4 X (Fotografia 6). O raio médio ( r ) da espermateca foi utilizado para calcular o volume esférico ( VE ) por meio da equação, segundo o Princípio de Cavalieri (EVES, 2011). 4 VE r ³ 3 Fotografia 6 - Mensuração do raio da espermateca de rainhas Apis mellifera africanizadas por meio de ocular milimetrada acoplada ao microscópio óptico binocular (Alltion) Fonte: Rodrigues (2013). 3.4 ESTIMATIVAS DOS PARÂMETROS GENÉTICOS Os dados analisados se referem a pesagem corporal e medidas do comprimento e largura do abdome de 1056 rainhas, mensurações do comprimento corporal de 102 rainhas, peso da espermateca de 830 rainhas, diâmetro e volume da espermateca de 813 rainhas e peso dos ovários de 970 rainhas, totalizando 1133 animais na matriz de parentesco, ou seja, 1056 rainhas mais a quantidade de pais (77), sendo cada pai formado pelo grupo de zangões que fertilizaram a rainha. 40 Após a coleta dos dados referentes ao peso à emergência, comprimento corporal, comprimento e largura do abdome, peso, diâmetro e volume de espermateca e peso dos ovários, foram realizadas análises unicarater e bicarater para a obtenção das estimativas dos componentes de (co)variância e parâmetros genéticos por meio do programa MTGSAM (Multiple Trait Gibbs Sampling in Animal Models), desenvolvido por Van Tassell e Van Vleck (1995), que procede à estimação Bayesiana utilizando-se do método de amostragem de Gibbs. Os efeitos fixos considerados foram família, época e mini-recria e os efeitos aleatórios, o genético aditivo e o resíduo. Foram assumidas pressuposições de que os efeitos fixos têm distribuição uniforme e os componentes de variância distribuição de Gama e Wishart invertida. Para os efeitos aleatórios foi assumida distribuição normal. O modelo admito, foi o modelo animal y = Xβ + Za + e Em que, y é o vetor de observações; X é a matriz de incidência dos efeitos fixos, contida no vetor β; β é vetor dos efeitos fixos; Z é a matriz de incidência dos efeitos genéticos aditivos; a é o vetor de efeitos genéticos aditivos; e é o vetor dos erros aleatórios associados a cada observação. Onde y, a, e e apresentam distribuição conjunta normal multivariada, como segue abaixo: X ZGZ R ZG R y a ~ NMV 0 ; GZ G 0 0 e R 0 R 41 Na análise unicarater, G é a matriz de (co)variâncias genéticas dada por A a , sendo 2 A a matriz de parentesco entre as rainhas e a , a variância genética aditiva; R é a matriz de 2 variância residual dada por I e , sendo I a matriz identidade de ordem igual ao número de 2 rainhas e e , a variância residual da característica. 2 Para as análises bicarater, a matriz G é dada por G0 A , sendo A a matriz de parentesco e G0 a matriz de (co)variância genética aditiva, como segue: 𝜎𝑎21 𝐺0 = [ 𝜎𝑎2 𝑎1 𝜎𝑎1 𝑎2 ] 𝜎𝑎22 A matriz R é dada por R0 I, sendo I a matriz identidade de ordem igual ao número de rainhas e R0 a matriz de variâncias residuais, como segue: 𝜎2𝑒 0 𝑅0 = [ 1 ] 0 𝜎2𝑒2 Considerando que as filhas de uma rainha podem apresentar, entre elas, três tipos de parentesco, meias-irmãs, irmãs-completas e super-irmãs, foi assumido o parentesco médio de irmãs-completas, entre filhas de uma mesma rainha e de um mesmo pai, definido como o grupo de zangões que fertilizaram a rainha. Para implementação da amostragem de Gibbs, foi utilizado um tamanho de cadeia inicial de 550.000 ciclos e intervalo de utilização amostral de 1000 ciclos, com períodos de descarte amostral de 50.000 ciclos, gerando um total de 500 amostras iniciais das estimativas dos parâmetros estudados para todas as análises. Nas análises unicarater, foram geradas cadeias de Gibbs de 750.000 iterações para peso à emergência e 500.000 iterações para as demais características. Para a realização das análises bicarater foram geradas tamanhos de cadeias de Gibbs entre 550.000 a 8.450.000 iterações, de acordo com a necessidade da convergência das cadeias. 42 Entretanto, para todas as análises foram consideradas o mesmo tamanho de cadeia inicial, descarte e intervalo de amostragem como descrito acima. Os cálculos das estimativas das modas foram realizados por meio do programa estatístico R (2013), disponíveis nos pacotes já inclusos na instalação padrão do R. Para os cálculos das probabilidades das correlações genéticas assumirem valores acima ou abaixo de zero, foram calculados a porcentagem das densidades posteriores geradas apresentarem valores positivos para cada uma das 28 análises bicarater. As distribuições posteriores de herdabilidades e correlações genéticas para todas as características possíveis, combinadas duas a duas, foram calculadas por meio das respectivas equações, em cada amostra: a2 h 2 y 2 Em que, h 2 é a estimativa de herdabilidade; a2 é a variância genética aditiva; y2 é a variância fenotípica. rg aa 1 2 . a22 2 a1 Em que, rg é a correlação genética entre as características 1 e 2; a a é a covariância genética aditiva entre as características 1 e 2; 1 2 a2 e a22 são as variâncias genéticas aditivas das características 1 e 2. 1 43 Foram construídos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade para todos os componentes de (co) variância e parâmetros genéticos estimados, ao nível de 90% de credibilidade. O monitoramento da convergência das cadeias geradas pelo amostrador de Gibbs e dos parâmetros estimados foi feito por meio da utilização dos testes de diagnóstico de Heidelberger e Welch (1983), disponíveis no CODA (Convergence Diagnosis and Output Analysis), implementado no programa R (2013). 44 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias e desvios-padrão foram 210,6 ± 24,02 mg, 10,60 ± 0,87 mm, 4,89 ± 0,38 mm, 16,88 ± 1,05 mm, 0,62 ± 0,15 mg, 2,04 ± 0,24 mm, 0,56 ± 0,09 mm³ e 8,49 ± 1,86 mg para peso à emergência, comprimento e largura do abdome, comprimento corporal total, peso, diâmetro e volume da espermateca e peso do ovário total, respectivamente. A média do peso à emergência das rainhas A. mellifera africanizadas (210,6 mg) foi superior ao observado por Costa-Maia (2009) de 197,4 mg e inferior ao observado por Halak (2012) de 215,64 mg, os quais avaliaram rainhas da mesma espécie. Estas diferenças entre as médias deve-se possivelmente a composição genética diferenciada entre as populações e aos fatores ambientais em que as populações em estudos estavam submetidas. Para comprimento e largura do abdome, as médias observadas (10,60 e 4,89 mm) foram similares às encontradas por Costa-Maia (2009), de 10,61 mm para comprimento e 4,96 mm para largura, e inferiores ao estimado por Halak (2012) de 11,65 e 5,21 mm. O estudo do comprimento e largura do abdome são relevantes, uma vez que podem ser utilizados para avaliação do crescimento e desenvolvimento corporal das rainhas, fornecendo informações importantes para identificação da população em estudo que pode assumir formas ou tamanhos diferentes conforme o ambiente em que se desenvolveram. Além disso, essas características são um indicativo do potencial reprodutivo das rainhas, visto que os órgãos do sistema reprodutor encontram-se armazenados no abdome. A média do comprimento corporal total (16,88 mm) encontra-se dentro do relatado por Novaes (2011), em que as rainhas A. mellifera podem medir até 20 mm de comprimento. Dado que o tamanho corporal dos insetos está relacionado a capacidade reprodutiva e habilidade de sobrevivência, o estudo desta característica é essencial. Para a espermateca, a média do peso (0,62 mg) foi inferior à encontrada por Collins e Pettis (2013) de 0,83 mg para rainhas A. mellifera fecundadas, fato este justificado pela presença de espermatozoides no interior da espermateca, o qual torna o peso da mesma superior em relação as rainhas virgens avaliadas. Para o diâmetro (2,04 mm) e volume (0,56 mm³) da espermateca, as médias foram superiores àquelas observadas por Alqarni, Balhareth e Owayss (2013) de 1,25 e 1,23 mm para o diâmetro e inferiores de 1,04 e 0,98 mm³ para o volume da espermateca que trabalharam com rainhas europeias e asiáticas, respectivamente. 45 Em termos do peso dos ovários, a média (8,49 mg) encontrada foi superior ao observado para rainhas europeias, originadas de larvas de zero dia de idade por Gilley, Tarpy e Land (2003) de 3,9 mg. Em relação as rainhas africanizadas, Silveira-Neto (2011) encontrou média inferior de 7,07 mg, avaliando 60 rainhas obtidas por meio do método Doolittle (1889). Estudos relacionados aos pesos dos ovários são importantes, pois estes estão associados a eficiência reprodutivas das rainhas por meio da taxa de oviposição, uma vez que os ovários são compostos por ovaríolos, responsáveis pela produção e maturação dos ovos, e, consequentemente, responsáveis pelo controle da taxa populacional da colônia. Trabalhos voltados para investigação da variação genética aditiva para características morfométricas passíveis de se tornarem critério de seleção em programas de melhoramento genético de abelhas africanizadas são escassos (COSTA, 2005; FAQUINELLO, 2007; COSTA-MAIA, 2009; HALAK, 2012). Sendo assim, o estudo dos componentes de variância e estimativas de herdabilidades, como observados na Tabela 1, são de fundamental importância para a correta estruturação de um processo de seleção. 46 Tabela 1 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ) e herdabilidade ( ), em análise unicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, para peso à emergência (PE), comprimento (Cabd) e largura (Labd) do abdome, comprimento corporal total (CCT), peso da espermateca (PES), diâmetro da espermateca (DE), volume de espermateca (VE) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Estimativas Variáveis PE¹ Cabd² Labd² CCT² PES¹ DE² VE³ POT¹ 322,47 (32,95 – 790,55)* (15,44 – 713,79)** 0,58 (0,15 – 1,07) (0,14 – 1,05) 0,11 (0,02 – 0,22) (0,01 – 0,21) 1,55 (0,34 – 2,42) (0,36 – 2,44) 0,02 (0,003 – 0,04) (0,002 – 0,04) 0,04 (0,006 – 0,08) (0,004 – 0,07) 0,008 (0,002 – 0,01) (0,001 – 0,01) 2,64 (0,54 – 4,79) (0,41 – 4,65) 308,56 (75,85 – 461,17) (97,83 – 474,40) 0,34 (0,09 – 0,55) (0,09 – 0,55) 0,08 (0,02 – 0,12) (0,03 – 0,12) 0,31 (0,04 – 0,92) (0,02 – 0,80) 0,01 (0,002 – 0,02) (0,002 – 0,02) 0,03 (0,006 – 0,04) (0,006 – 0,04) 0,004 (0,0008 – 0,007) (0,0008 – 0,007) 1,30 (0,27 – 2,37) (0,25 – 2,32) 631,03 (476,44 – 864,83) (467,69 – 839,06) 0,92 (0,69 – 1,17) (0,67 – 1,15) 0,19 (0,14 – 0,25) (0,14 – 0,24) 1,86 (1,17 – 2,55) (1,15 – 2,51) 0,03 (0,02 – 0,04) (0,02 – 0,04) 0,07 (0,05 – 0,08) (0,05 – 0,08) 0,012 (0,008 – 0,01) (0,008 – 0,01) 3,94 (2,88 – 5,12) (2,88 – 5,10) 0,46 (0,07 – 0,91) (0,06 – 0,89) 0,59 (0,22 – 0,92) (0,26 – 0,94) 0,56 (0,14 – 0,90) (0,18 – 0,93) 0,80 (0,28 – 0,98) (0,39 – 0,99) 0,62 (0,15 – 0,96) (0,20 – 0,98) 0,55 (0,14 – 0,92) (0,18 – 0,95) 0,64 (0,20 – 0,94) (0,25 – 0,97) 0,62 (0,19 – 0,95) (0,24 – 0,97) ¹ miligramas; ² milímetros; ³ milímetros cúbico; * Intervalo de credibilidade ao nível de 90%; ** Região de alta densidade ao nível de 90% Para o peso da rainha à emergência, as estimativas de variância genética aditiva (322,47), residual (308,56) e fenotípica (631,03), foram superiores às encontradas por CostaMaia (2009) de 79,60 para variância genética aditiva, 132,00 para residual e 211,61 para fenotípica e Halak (2012) de 113,41, 337,68 e 451,09, respectivamente. No presente estudo, a população era composta como uma população aberta, em que novos indivíduos originados por meio de diferentes acasalamentos foram continuamente incorporados. Este fato, 47 possivelmente, gerou uma maior proporção da variância genética aditiva entre os indivíduos, sendo ela responsável por 51,1% da variância fenotípica. Com isso, as diferenças entre as estimativas de variância genética aditiva, residual e fenotípica encontradas para o peso à emergência nos diferentes trabalhos podem ser atribuídos a fatores como diferenças genéticas entre as populações e as condições ambientais sob as quais foram estudadas. Estas diferenças podem ser justificadas, pois Costa-Maia (2009) trabalhou com uma população em que as matrizes estavam sob controle de acasalamentos e Halak (2012) avaliou uma população, o qual foi submetida a um processo de seleção sistemático, em que o peso à emergência foi utilizado como critério de seleção visando a melhoria da produção de mel. A estimativa de herdabilidade para o peso à emergência foi de 0,46. Este resultado foi superior ao obtido por Costa-Maia (2009) de 0,37 e Halak (2012) de 0,29. Este fato possivelmente deve ser explicado pelas diferenças das proporções das variâncias genéticas aditivas causadas pelos fatores ambientais específicos que cada população foi submetida e as composições genéticas diferenciadas entre essas populações. Em termos dos valores de herdabilidade para comprimento (0,59) e largura (0,56) do abdome, Costa-Maia (2009) encontrou valor inferior para comprimento (0,79) e superior para largura (0,44). Posteriormente, Halak (2012) obteve médias inferiores de 0,15 para comprimento e 0,35 para largura do abdome. Esta diferença dos resultados comparado a Halak (2012) possivelmente é atribuído a menor variância genética aditiva para com comprimento e largura (0,13 e 0,06) quando comparadas com este trabalho (0,58 e 0,11). O valor com maior magnitude para herdabilidade observado entre as características foi de 0,80 para comprimento corporal total. Este valor provavelmente deve-se a maior magnitude da genética aditiva na expressão da característica, em que a mesma sofre menor influência das condições ambientais e genética não aditiva, visto que a herdabilidade é um cálculo proporcional, sendo definida como a proporção da variância fenotípica que é de natureza genética aditiva (PEREIRA, 2012). Em termos de características reprodutivas, as estimativas de herdabilidade para peso, diâmetro e volume de espermateca de rainhas A. mellifera foram de 0,62, 0,55 e 0,64, respectivamente, sugerindo que essas características possuem variação genética aditiva suficiente para uma eficaz resposta à seleção. Estes resultados são relevantes, pois podem auxiliar no esclarecimento da longevidade das rainhas, uma vez que a quantidade de espermatozoides armazenados na espermateca determinam a vida útil reprodutiva das rainhas (WINSTON, 2003). 48 Para o peso do ovário total, o coeficiente de herdabilidade observado foi de 0,62, indicando também que é possível obter progresso genético pela seleção para essa característica. Este resultado é fundamental, pois o peso dos ovários frescos podem fornecer proporcionalmente uma estimativa de quanto do peso dos ovários das rainhas representam em relação ao seu aparelho reprodutor (SILVEIRA-NETO, 2011), podendo ainda ser associado a outras características de produção, morfológicas, comportamentais ou reprodutivas (GILLEY; TARPY; LAND, 2003; KAHYA; GENÇER; WOYKE, 2008; SILVERA-NETO, 2011). Com isso, a aplicação do peso dos ovários, quando avaliados dentro de um programa de melhoramento genético animal é viável, pois permitem a investigação e o maior entendimento de um possível critério de seleção por meio das estimativas de seus respectivos parâmetros genéticos. Os valores observados neste trabalho sugerem que todas as características avaliadas podem ser utilizadas como critérios de seleção, em programas de melhoramento genético para abelhas africanizadas, visto que a proporção da variância genética aditiva foi responsável por mais de 50% da variância fenotípica total para todas as características. Considerando que em um programa de melhoramento genético animal contemplamse várias características simultaneamente, o efeito da correlação genética não pode ser ignorado. Sendo assim, estimativas de correlações genéticas permitem verificar a probabilidade de duas características diferentes serem afetadas pelos mesmos genes (PEREIRA, 2012). Foram realizadas, portanto, análises bicarater para todas as características avaliadas isoladamente combinadas duas a duas, como podem ser visualizadas nas Tabelas 2 a 28. As correlações genéticas para todas essas características foram positivas. O peso à emergência quando associado ao abdome e comprimento corporal das rainhas apresentaram correlações genéticas de magnitudes médias a altas. Entretanto, quando associadas a espermateca e peso dos ovários, foram encontradas estimativas de magnitudes baixas a médias. As altas correlações genéticas para peso à emergência com largura do abdome (0,86) e comprimento corporal total (0,70) são verificadas nas Tabelas 2 e 3. Estes resultados indicam que a seleção para maior peso à emergência deve ocasionar aumento na largura do abdome e comprimento corporal. Este fato é evidente, visto que uma das consequências do crescimento é a alteração das proporções lineares em relação a área e volume do corpo da rainha. 49 Tabela 2 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( ) e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso à emergência (PE) e largura do abdome (Labd) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( ) Credibilidade Densidade 500,26 96,00 – 829,28 93,96 – 826,07 - - 0,07 0,01 – 0,16 0,006 – 0,13 - - 5,00 0,53 – 9,35 0,47 – 9,27 - - 1,05 -1,12 – 3,38 -1,15 – 3,31 - - 219,86 57,03 – 424,34 39,73 – 401,08 - - 0,10 0,05 – 0,13 0,06 – 0,13 - - 720,12 516,46 – 898,61 514,68 – 896,70 - - 0,17 0,13 – 0,21 0,13 – 0,20 - - 0,66 0,18 – 0,93 0,25 – 0,96 - - 0,39 0,09 – 0,75 0,05– 0,68 - - 0,86 0,37 – 0,99 0,59 – 1,00 - - *o índice 1 e 2 representa o peso à emergência (PE) e largura do abdome (Labd), respectivamente 50 Tabela 3 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( ) e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso à emergência (PE) e comprimento corporal total (CCT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Intervalo de Região de Alta Moda >0 Componentes* Estimativas ( ) Credibilidade Densidade (%) 386,09 74,75 – 784,08 40,95 – 729,95 1,25 0,35 – 2,17 0,31 – 2,07 - - 16,86 0,74 – 33,69 -0,20 – 32,53 - - 8,63 0,50 – 16,95 0,36 – 16,66 - - 276,67 78,41 – 436,66 79,67 – 437,28 0,44 0,07 – 0,92 0,03 – 0,83 662,76 500,81 – 866,14 503,29 – 867,00 - - 1,69 1,15 – 2,29 1,08 – 2,15 - - 0,54 0,15 – 0,91 0,14 – 0,90 - - 0,70 0,28 – 0,97 0,36 – 0,99 - - 0,70 0,11 – 0,94 0,30 – 0,98 - - - - *o índice 1 e 2 representa o peso à emergência (PE) e comprimento corporal total (CCT), respectivamente Na Tabela 2, foram observados valores para as estimativas de variância genética aditiva para peso à emergência e largura do abdome de 500,26 e 0,07, respectivamente. Quando comparada a estimativa de herdabilidade em análise bicarater para peso à emergência (0,66), o resultado foi maior em relação a análise unicarater (0,46). Para largura do abdome a herdabilidade em análise bicarater (0,39) foi inferior a análise unicarater (0,56). As superioridades dos coeficientes de herdabilidades registrados nas análises bicarater indicam que a análise bicarater contribuiu para resgatar uma maior proporção da variância genética aditiva, provavelmente em função do maior número de informações utilizadas para essas análises. 51 Quando consideradas as características relacionadas a espermateca, a estimativa de correlação genética para o diâmetro e volume foi de 0,98. Este valor foi de magnitude alta, preciso e simétrico, como pode ser observado na Tabela 4. Em função do diâmetro ser utilizado para a realização do cálculo do volume da espermateca, ambas características podem ser consideradas como medidas idênticas, resultando em alta correlação entre essas características. Tabela 4 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para diâmetro da espermateca (DE) e volume da espermateca (VE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,05 0,008 – 0,08 0,006 – 0,08 - - 0,008 0,001 – 0,01 0,001 – 0,01 - - 0,02 0,003 – 0,03 0,003 – 0,03 - - 0,009 0,002 – 0,02 0,001 – 0,02 - - 0,02 0,004 – 0,04 0,004 – 0,04 - - 0,004 0,0007 – 0,007 0,0006 – 0,007 - - 0,07 0,05 – 0,09 0,05 – 0,09 - - 0,012 0,008 – 0,01 0,008 – 0,01 - - 0,64 0,16 – 0,95 0,21 – 0,97 - - 0,64 0,17 – 0,95 0,22 – 0,97 - - 0,98 0,95 – 1,00 0,96 – 1,00 - - *o índice 1 e 2 representa o diâmetro da espermateca (DE) e volume da espermateca (VE), respectivamente Quando avaliadas as estimativas de correlações genéticas para peso à emergência com comprimento do abdome, peso, diâmetro e volume da espermateca e peso do ovário total, presentes nas Tabelas 5, 6, 7, 8 e 9, foram relatados para todos os parâmetros valores superiores das modas em relação as médias das estimativas, gerando distribuições com 52 desvios acentuados para esquerda, indicando que as estimativas das modas representam melhor a distribuição dos dados em relação à média, pois há uma maior concentração dos dados em torno da moda. Complementando esses resultados, foram observados que as distribuições marginais posteriores para as características estudadas apresentaram tendência a positividade. Isto pode ser compreendido por meio dos resultados das probabilidades das distribuições dos dados em assumir valores acima de zero. Para melhor entendimento sobre o comportamento dessas associações bicarater analisadas, a Figura 2 ilustra a distribuição da correlação genética aditiva entre peso à emergência e peso do ovário total. Foi observado que a distribuição dos dados não reflete uma distribuição normal, em virtude, principalmente, dos possíveis valores superiores e extremos obtidos pelos pesos das rainhas e de seus respectivos ovários. Este fato pode ser melhor exemplificado pela estimativa alta encontrada para moda de aproximadamente 0,80, valor superior à média da correlação genética (0,49), representando de forma mais eficaz a distribuição dos dados. Figura 2 - Histograma da estimativa da densidade posterior e sua respectiva moda da correlação genética aditiva para peso à emergência e peso do ovário total de rainhas Apis mellifera africanizadas 53 Por meio da Tabela 5, verifica-se valores da variância genética aditiva para peso à emergência de 391,18 e comprimento do abdome de 0,19. Para covariância genética, o valor observado foi de 4,89. Tabela 5 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso à emergência (PE) e comprimento do abdome (Cabd) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 391,18 85,70 – 782,60 45,51 – 721,15 0,19 0,02 – 0,68 0,007 – 0,53 - - 4,89 -2,14 – 18,40 -3,64 – 15,11 - - 7,97 1,22 – 11,65 2,79 – 12,58 - - 274,77 83,46 – 433,62 101,39 – 444,63 - - 0,53 0,28 – 0,64 0,35 – 0,68 - - 665,95 508,13 – 867,19 499,31 – 849,01 - - 0,72 0,61 – 0,97 0,58 – 0,90 - - 0,55 0,16 – 0,90 0,19 – 0,93 - - 0,24 0,03 – 0,71 0,01 – 0,60 - - 0,46 -0,52 – 0,95 -0,32 – 0,98 0,86 79,8 *o índice 1 e 2 representa o peso à emergência (PE) e comprimento do abdome (Cabd), respectivamente Considerando as comparações dos valores das herdabilidades da análise bicarater, houve aumento na estimava para peso (0,55) em relação a análise unicarater (0,46). Enquanto para largura do abdome (0,24) verifica-se uma queda em relação a análise unicarater (0,59). O valor da correlação genética entre o peso à emergência e comprimento do abdome foi de 0,46, resultado inferior a moda (0,86), indicando tendência a assimetria. Além disso, esta correlação sugere inexistência da associação genética entre essas características. 54 Entretanto, quando observado a probabilidade dessa estimativa estar acima de zero (79,8%) pode-se considerar que esta associação genética possivelmente apresenta elevada probabilidade de assumir valores positivos. Assim, a seleção para peso da rainha à emergência neste estudo pode promover ganhos genéticos significativos na largura e comprimento do abdome e comprimento corporal total, como foram observados nas Tabelas 2, 3 e 5, respectivamente. A correlação genética referente ao peso à emergência e peso da espermateca (0,21), apresentada na Tabela 6, indica que a seleção para o peso deve afetar, em parte, o peso da espermateca. Tabela 6 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso à emergência (PE) e peso de espermateca (PES) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Intervalo de Região de Alta Moda >0 Componentes* Estimativas ( Credibilidade Densidade (%) 372,00 74,48 – 777,59 36,49 – 714,45 0,02 0,005 – 0,04 0,006 – 0,04 - - 0,67 -1,31 – 2,71 -1,39 – 2,60 - - 0,39 -0,62 – 1,37 -0,60 – 1,39 - - 284,00 80,82 – 439,21 101,50 – 454,83 - - 0,009 0,002 – 0,02 0,002 – 0,02 - - 656,00 501,13 – 864,55 485,87 – 840,42 - - 0,03 0,02 – 0,04 0,02 – 0,04 - - 0,53 0,15 – 0,91 0,16 – 0,91 - - 0,66 0,24 – 0,94 0,31 – 0,97 - - 0,21 -0,63 – 0,85 -0,51 – 0,92 0,70 67,8 *o índice 1 e 2 representa o peso à emergência (PE) e peso de espermateca (PES), respectivamente 55 Foram observados também que as herdabilidades de ambas características são semelhantes àquelas obtidas em análise unicarater (0,46 e 0,62) e que há 70% de probabilidade da correlação genética assumir valores acima de zero. No entanto, a magnitude baixa da estimativa de herdabilidade (0,21) caracteriza que efeitos ambientais e genéticos não aditivos são atuantes. Desta maneira, a seleção de rainhas por meio do peso à emergência e peso da espermateca deve ser realizada com cautela. Nas Tabelas 7 e 8, estimativas de herdabilidades e correlações genéticas entre peso à emergência e diâmetro e volume da espermateca foram idênticas. Altas porcentagens das probabilidades assumirem valores positivos (78,4 e 81,2 %) também foram observados. Estes resultados são validados por meio das estimativas das modas para o peso em associação com o diâmetro que apresentou valor de 0,77 e relacionado ao volume da espermateca de 0,73, indicando a classe de maior frequência na distribuição do conjunto de dados. Tabela 7 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso à emergência (PE) e diâmetro de espermateca (DE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 392,50 85,64 – 781,13 59,85 – 739,99 0,04 0,009 – 0,08 0,007 – 0,07 - - 1,82 -1,11 – 5,10 -1,24 – 4,94 - - 1,17 -0,46 – 2,64 -0,35 – 2,72 - - 273,98 81,40 – 435,36 100,70 – 449,32 - - 0,02 0,007 – 0,04 0,007 – 0,04 - - 666,48 505,95 – 874,30 499,10 – 860,94 - - 0,06 0,05 – 0,09 0,05 – 0,08 - - 0,55 0,16 – 0,90 0,20 – 0,94 - - 0,59 0,17 – 0,92 0,23 – 0,94 - - 0,38 -0,51 – 0,89 -0,32 – 0,96 0,77 78,4 56 *o índice 1 e 2 representa o peso à emergência (PE) e diâmetro de espermateca (DE), respectivamente Para os resultados obtidos para as correlações genéticas do peso à emergência e diâmetro e volume de espermateca (0,38 e 0,39), verifica-se que a seleção para ambas associações podem ser realizadas simultaneamente sem que haja prejuízo em nenhuma dessas características. Alguns autores destacaram que, fenotipicamente, o peso da rainha está relacionado com volume da espermateca (GILLEY; TARPY; LAND, 2000; KAHYA, GENÇER; WOYKE, COLLINS; PETTIS, 2013). Contudo, ainda são incipientes e contraditórios os estudos sobre essas associações (CORBELLA; GONÇALVES, 1982; HATCH; TARPY; FLETCHER, 1999). Portanto, há necessidades de maiores estudos para o completo entendimento dessa associação. Tabela 8 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso à emergência (PE) e volume da espermateca (VE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Intervalo de Região de Alta Moda >0 Componentes* Estimativas ( Credibilidade Densidade (%) 367,70 84,87 – 783,20 51,49 – 729,33 0,009 0,003 – 0,01 0,003 – 0,01 - - 0,78 -0,40 – 2,01 -0,40 – 2,01 - - 0,42 -0,19 – 1,02 -0,14 – 1,06 - - 281,70 78,60 – 433,30 80,96 – 435,26 - - 0,003 0,0008 – 0,006 0,0006 – 0,006 - - 658,40 501,60 – 800,67 479,53 – 839,43 - - 0,012 0,009 – 0,01 0,009 – 0,01 - - 0,53 0,16 – 0,91 0,19 – 0,93 - - 0,69 0,30 – 0,94 0,36 – 0,97 - - 0,39 -0,39 – 0,88 -0,23 – 0,93 0,73 81,2 *o índice 1 e 2 representa o peso à emergência (PE) e volume da espermateca (VE), respectivamente 57 Na Tabela 9, verifica-se correlação genética de magnitude média (0,49) entre peso à emergência e peso dos ovários. Este resultado foi superior ao obtido por Silveira-Neto (2011) de 0,14. No entanto, o autor estimou correlação fenotípica. Esta diferença é explicada possivelmente em virtude das diferenças genéticas entre as populações, quantidades de rainhas avaliadas, condições ambientais e metodologias utilizadas para as estimativas dessas correlações. Uma possibilidade para seleção com maior eficiência de todo o processo é por meio da construção de índices de seleção, os quais poderiam contemplar o peso à emergência e as características reprodutivas. Porém, há dificuldades em trabalhar com a seleção de características relacionadas a eficiência reprodutiva, pois estas são altamente influenciadas pelo ambiente e, em geral, de mensurações complicadas (KOURY-FILHO, 2005). Tabela 9 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso à emergência (PE) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 403,25 78,51 – 782,32 52,06 – 730,30 - - 2,73 0,56 – 4,76 0,50 – 4,65 - - 19,40 -5,08 – 44,90 -6,89 – 42,43 - - 10,07 -2,32 – 22,75 -3,86 – 21,13 - - 267,39 80,00 – 433,02 81,55 – 433,78 - - 1,29 0,30 – 2,39 0,21 – 2,27 - - 670,64 504,12 – 866,81 489,69 – 849,05 - - 4,02 2,91 – 5,12 2,85 – 5,03 - - 0,56 0,15 – 0,90 0,19 – 0,93 - - 0,64 0,19 – 0,94 0,25 – 0,97 - - 0,49 -0,37 – 0,91 -0,17 – 0,95 0,80 85,0 *o índice 1 e 2 representa o peso à emergência (PE) e peso do ovário total (POT), respectivamente 58 O peso da rainha à emergência tem sido inserido em programas de melhoramento genético de abelhas, visando melhorar o desempenho produtivo das colônias em função de sua herdabilidade de média magnitude (COSTA-MAIA, 2009) e por estar relacionado positivamente com características de valor econômico como a geleia real e mel (FAQUINELLO, 2007; COSTA-MAIA, 2009). Desta forma, este estudo permitiu verificar que as correlações genéticas entre o peso da rainha à emergência e características relacionadas a espermateca e peso dos ovários são determinados, em parte, pelo mesmo conjunto de genes, indicando que o peso à emergência pode ser utilizado em programas de melhoramento genético animal visando o maior potencial reprodutivo de rainhas A. mellifera africanizadas. As herdabilidades representadas nas Tabelas 10, 11, 12, 13, 14 e 15 referentes ao comprimento do abdome avaliado em análise bicarater com a largura do abdome (0,26), comprimento corporal total (0,26), diâmetro (0,21), volume (0,18) e peso da espermateca (0,20) e peso do ovário total (0,21) apresentaram valores semelhantes e de baixa magnitude. Estes resultados sugerem que ocorreu um incremento menor da variância genética aditiva para todas essas características associadas ao comprimento do abdome, indicando uma melhor explicação destas associações. As características para comprimento do abdome quando associadas à largura do abdome e comprimento corporal total parecem seguir a mesma tendência do peso à emergência com as demais morfometrias corporais, indicando moderadas a altas associações genéticas entre estas características e distribuições posteriores assimétricas com probabilidades semelhantes (87,5 e 86,4%) destas correlações serem efetivas, como visualizadas nas Tabelas 10 e 11. Os valores estimados para variância genética aditiva, observados na Tabela 10 foram de 0,21 para comprimento e 0,09 para largura do abdome. A estimativa de correlação genética entre comprimento e largura do abdome foi alta e positiva (0,63), mostrando que as variações genéticas aditivas responsáveis pelo aumento do comprimento do abdome são, na grande maioria, responsáveis pelo aumento da largura do abdome. Juntamente com os valores de herdabilidades, apesar das magnitudes inferiores comparadas às análises unicarater, indicam que essa associação é susceptível as mudanças genéticas no padrão de crescimento das rainhas estudadas. Este resultado é relevante uma vez que os órgãos reprodutivos estão armazenados no abdome influenciando diretamente o potencial reprodutivo das rainhas. 59 Tabela 10 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento (Cabd) e largura (Labd) do abdome de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,21 0,02 – 0,70 0,007 – 0,53 - - 0,09 0,01 – 0,21 0,005 – 0,19 - - 0,09 -0,05 – 0,27 -0,04 – 0,28 - - 0,04 -0,05 – 0,11 -0,05 – 0,11 - - 0,52 0,28 – 0,64 0,35 – 0,66 - - 0,09 0,03 – 0,13 0,03 – 0,13 - - 0,73 0,61 – 0,98 0,59 – 0,91 - - 0,18 0,13 – 0,24 0,13 – 0,23 - - 0,26 0,03 – 0,71 0,01 – 0,60 - - 0,46 0,08 – 0,88 0,07 – 0,87 - - 0,63 -0,53 – 0,98 -0,15 – 0,99 0,94 87,5 *o índice 1 e 2 representa o comprimento (Cabd) e largura (Labd) do abdome, respectivamente Verifica-se na Tabela 11, correlação genética de magnitude moderada entre o comprimento do abdome e comprimento corporal da rainha (0,51). Este resultado parece coerente visto que o conjunto de genes que possivelmente controlam os mecanismos do crescimento e desenvolvimento do comprimento do corpo da rainha tendem alterar proporcionalmente o comprimento do abdome. Isto pode ser melhor explicado em função das alterações das proporções corporais ao longo do desenvolvimento destas rainhas, influenciando nas divergências de suas formas. 60 Tabela 11 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento de abdome (Cabd) e comprimento corporal total (CCT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,22 0,02 – 0,77 0,006 – 0,61 - - 1,09 0,34 – 2,07 0,27 – 1,94 - - 0,31 -0,05 – 1,03 -0,08 – 0,93 - - 0,39 0,05 – 0,62 0,06 – 0,63 - - 0,52 0,24 – 0,64 0,30 – 0,66 - - 0,54 0,10 – 0,98 0,06 – 0,91 - - 0,74 0,61 – 1,01 0,58 – 0,93 - - 1,63 1,16 – 2,26 1,11 – 2,19 - - 0,26 0,03 – 0,77 0,01 – 0,66 - - 0,64 0,28 – 0,95 0,33 – 0,98 - - 0,51 -0,31 – 0,93 -0,11 – 0,97 0,84 86,4 *o índice 1 e 2 representa o comprimento do abdome (Cabd) e comprimento corporal total (CCT), respectivamente Quando relacionados o comprimento do abdome com o diâmetro e volume de espermateca, resultados idênticos foram observados de 0,30 para o diâmetro e 0,24 para volume de espermateca, como observados nas Tabelas 12 e 13. Resultados semelhantes também foram verificados para os valores das modas (0,82 e 0,78) e das probabilidades (71,1 e 67,3%), indicando alta probabilidade desta associação genética ser efetiva. 61 Tabela 12 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento do abdome (Cabd) e diâmetro da espermateca (DE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,16 0,02 – 0,60 0,006 – 0,43 - - 0,05 0,01 – 0,08 0,01 – 0,08 - - 0,03 -0,05 – 0,13 -0,06 – 0,12 - - 0,04 -0,01 – 0,08 -0,005 – 0,08 - - 0,54 0,33 – 0,64 0,39 – 0,66 - - 0,02 0,006 – 0,04 0,004 – 0,04 - - 0,70 0,61 – 0,93 0,59 – 0,85 - - 0,07 0,05 – 0,09 0,05 – 0,09 - - 0,21 0,03 – 0,64 0,01 – 0,51 - - 0,67 0,23 – 0,93 0,31 – 0,96 - - 0,30 -0,70 – 0,93 -0,54 – 0,97 0,82 71,1 *o índice 1 e 2 representa o comprimento do abdome (Cabd) e diâmetro da espermateca (DE), respectivamente 62 Tabela 13 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento do abdome (Cabd) e volume da espermateca (VE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,14 0,02 – 0,51 0,006 – 0,36 - - 0,009 0,003 – 0,01 0,004 – 0,01 - - 0,009 -0,02 – 0,05 -0,02 – 0,04 - - 0,02 -0,003 – 0,03 -0,001 – 0,03 - - 0,55 0,37 – 0,64 0,44 – 0,67 - - 0,003 0,0008 – 0,006 0,0005 – 0,005 - - 0,69 0,61 – 0,89 0,58 – 0,81 - - 0,012 0,009 – 0,01 0,009 – 0,01 - - 0,18 0,03 – 0,58 0,01 – 0,44 - - 0,75 0,36 – 0,95 0,48 – 0,98 - - 0,24 -0,67 – 0,89 -0,54 – 0,96 0,78 67,3 *o índice 1 e 2 representa o comprimento do abdome (Cabd) e volume da espermateca (VE), respectivamente Em termos das relações existentes entre comprimento do abdome e peso dos órgãos reprodutivos, como observados nas Tabelas 14 e 15, foram observados resultados para moda (0,79 e 0,83) superiores as médias das estimativas das correlações genéticas, ou seja, a classe de maior frequência na distribuição dos dados assumiram valores positivos. Estes valores refletiram de forma significativa as probabilidades encontradas de 60,7% para peso da espermateca e 70,3% para peso do ovário total, indicando que a moda das correlações genéticas representam melhor esta distribuição. Para comprimento do abdome e peso da espermateca, a correlação genética foi de baixa magnitude (0,15) não alcançando convergência (nc). Este resultado indica que o maior comprimento do abdome não deve resultar em aumento significativo do peso da espermateca, 63 o que reflete e comprova a baixa associação genética encontrada entre peso à emergência e peso da espermateca (0,21) como relatado anteriormente na Tabela 6. Tabela 14 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento do abdome (Cabd) e peso da espermateca (PES) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,16 0,02 – 0,58 0,006 – 0,41 - - 0,02 0,007 – 0,04 0,009 – 0,04 - - 0,009 -0,05 – 0,07 -0,05 – 0,07 - - 0,01 -0,02 – 0,04 -0,02 – 0,04 - - 0,55 0,33 – 0,64 0,40 – 0,66 - - 0,008 0,002 – 0,02 0,001 – 0,02 - - 0,71 0,61 – 0,92 0,58 – 0,84 - - 0,03 0,02 – 0,04 0,02 – 0,04 - - 0,20 0,03 – 0,63 0,01 – 0,50 - - 0,73 0,29 – 0,95 0,39 – 0,98 - - 0,15 nc* -0,78 – 0,88 -0,70 – 0,93 0,79 60,7 ¹ nc (não convergência) *o índice 1 e 2 representa o comprimento do abdome (Cabd) e peso da espermateca (PES), respectivamente Quando analisado o comprimento do abdome relacionando com o peso do ovário, a correlação genética foi de 0,30, concluindo que, embora este valor apresente magnitude moderada, como pode ser observado na Tabela 15, pode-se inferir que a seleção para o comprimento do abdome tem efeito favorável na eficiência reprodutiva das rainhas. Isto é importante, uma vez que essa associação pode beneficiar e otimizar o desenvolvimento ovariano por meio da maior área disponível no abdome, que por sua vez irá apresentar reflexo 64 direto na população da colônia. Visto que o controle populacional é regulado pela capacidade de oviposição realizada pela rainha. Tabela 15 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento do abdome (Cabd) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,17 0,02 – 0,63 0,006 – 0,43 - - 3,02 0,69 – 4,80 0,83 – 4,90 - - 0,26 -0,36 – 1,07 -0,40 – 1,02 - - 0,31 -0,10 – 0,62 -0,07 – 0,64 - - 0,54 0,31 – 0,64 0,40 – 0,68 - - 1,13 0,26 – 2,29 0,18 – 2,16 - - 0,71 0,61 – 0,94 0,59 – 0,86 - - 4,15 2,97 – 5,12 2,97 – 5,13 - - 0,21 0,03 – 0,67 0,01 – 0,52 - - 0,69 0,23 – 0,95 0,32 – 0,97 - - 0,30 -0,69 – 0,92 -0,56 – 0,97 0,83 70,3 *o índice 1 e 2 representa o comprimento do abdome (Cabd) e peso do ovário total (POT), respectivamente Nas Tabelas 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 e 29 são verificados intervalos de credibilidades amplos e distribuições posteriores assimétricas que assumem valor zero, sugerindo estatisticamente a inexistência de associação genética entre as características. Entretanto, todas as estimativas de correlações genéticas apresentaram probabilidades superiores de 59% de estarem acima de zero, admitindo valores positivos. Esta assertiva é certificada pelos resultados das modas. Isto porque para quase todas as estimativas das modas encontradas, os resultados foram superiores as médias das correlações genéticas. Estes resultados indicam que as estimativas das modas representaram melhor o conjunto de 65 dados em relação à média, visto que houve uma maior frequência na concentração dos dados em torno da moda, exceto para peso da espermateca e peso do ovário total, visualizados na Tabela 27, no qual foi observado resultado igual para a correlação genética, no entanto, este resultado não obteve convergência (nc). Para largura do abdome relacionado com o comprimento corporal total, a correlação genética (0,47), apresentada na Tabela 16, foi semelhante ao resultado observado entre comprimento do abdome e comprimento corporal da rainha (0,51), como já verificado na Tabela 11. Isto reforça a ideia do mesmo conjunto de genes possivelmente responsáveis por influenciar a proporcionalidade do desenvolvimento corporal da rainha também serem responsáveis, em parte, por promover aumento do abdome. Tabela 16 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para largura do abdome (Labd) e comprimento corporal total (CCT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,07 0,008 – 0,18 0,004 – 0,15 - - 1,55 0,52 – 2,49 0,49 – 2,44 - - 0,17 -0,05 – 0,47 -0,07 – 0,44 - - 0,12 -0,01 – 0,25 -0,02 – 0,24 - - 0,10 0,04 – 0,13 0,05 – 0,13 - - 0,40 0,08 – 0,98 0,04 – 0,80 - - 0,17 0,13 – 0,22 0,13 – 0,21 - - 1,95 1,33 – 2,68 1,26 – 2,54 - - 0,36 0,06 – 0,82 0,03 – 0,73 - - 0,77 0,36 – 0,97 0,48 – 0,99 - - 0,47 -0,39 – 0,91 -0,23 – 0,95 0,80 83,8 *o índice 1 e 2 representa a largura do abdome (Labd) e comprimento corporal total (CCT), respectivamente 66 Deve-se salientar neste estudo que as mensurações morfométricas corporais associadas ao peso à emergência das rainhas visam a investigação para determinar certas dimensões corporais por meio do estudo da forma e sua relação com o tamanho do corpo. Pode-se atestar esta investigação por meio das relações genéticas expressivas encontradas para peso, comprimento da rainha e de seu abdome, como foram verificados nas Tabelas 2, 3, 5, 10, 11, e 16. Estes resultados são relevantes, pois podem fornecer informações suplementares úteis para a determinação de tendências genéticas e fenotípicas do crescimento das rainhas ao longo dos anos, caso estes sejam os critérios de seleção adotados em um processo de seleção de abelhas africanizadas. Considerando a associação da largura do abdome com as características reprodutivas relacionadas a espermateca e ao ovário, apresentadas nas Tabelas 17, 18, 19 e 20, estimavas de correlações genéticas de magnitudes baixas e herdabilidades inferiores para a largura do abdome foram encontradas quando comparadas a análise unicarater, sugerindo que o peso, diâmetro e volume da espermateca e peso dos ovários conseguiram incrementar maior fração da variância genética aditiva quando analisadas conjuntamente. 67 Tabela 17 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para largura do abdome (Labd) e peso da espermateca (PES) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,06 0,009 – 0,18 0,004 – 0,15 - - 0,02 0,007 – 0,04 0,008 – 0,04 - - 0,005 -0,03 – 0,04 -0,03 – 0,04 - - 000,4 -0,01 – 0,02 -0,01 – 0,02 - - 0,10 0,04 – 0,13 0,06 – 0,14 - - 0,008 0,002 – 0,02 0,001 – 0,02 - - 0,16 0,13 – 0,22 0,13 – 0,21 - - 0,03 0,02 – 0,04 0,02 – 0,04 - - 0,34 0,07 – 0,80 0,03 – 0,71 - - 0,71 0,28 – 0,95 0,36 – 0,97 - - 0,12 -0,75 – 0,86 -0,66 – 0,92 0,71 59,1 *o índice 1 e 2 representa a largura do abdome (Labd) e peso da espermateca (PES), respectivamente A menor magnitude da correlação genética entre largura do abdome e as características avaliadas da espermateca foi de 0,12 para peso da espermateca, sendo representada na Tabela 17. Esta associação desempenha baixa expressividade genética entre essas características, sugerindo que fatores decorrentes da atuação de genes dominantes ou epistáticos ou, ainda, fatores ambientais são responsáveis em grande parte pela baixa magnitude encontrada. Nos dados apresentados nas Tabelas 18 e 19, foram observados correlações genéticas entre a largura do abdome e diâmetro e volume da espermateca de 0,29 e 0,20, respectivamente. 68 Tabela 18 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para largura do abdome (Labd) e diâmetro de espermateca (DE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,06 0,009 – 0,18 0,003 – 0,14 - - 0,05 0,01 – 0,08 0,01 – 0,08 - - 0,01 -0,03 – 0,06 -0,03 – 0,06 - - 0,01 -0,01 – 0,03 -0,01 – 0,03 - - 0,10 0,04 – 0,13 0,06 – 0,14 - - 0,02 0,006 – 0,04 0,005 – 0,04 - - 0,16 0,13 – 0,22 0,13 – 0,20 - - 0,07 0,05 – 0,09 0,05 – 0,09 - - 0,34 0,07 – 0,80 0,04 – 0,71 - - 0,66 0,22 – 0,93 0,30 – 0,96 - - 0,29 -0,69 – 0,92 -0,55 – 0,96 0,83 69,4 *o índice 1 e 2 representa a largura do abdome (Labd) e diâmetro de espermateca (DE), respectivamente Considerando a comparação entre comprimento do abdome com diâmetro (Tabela 12) e volume de espermateca (Tabela 13), resultados semelhantes foram observados para estas correlações, sugerindo que tanto o comprimento quanto a largura do abdome, refletirá no diâmetro e volume de espermateca, possibilitando a seleção simultânea em ambas características. 69 Tabela 19 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), coviariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para largura do abdome (Labd) e volume de espermateca (VE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,06 0,009 – 0,17 0,004 – 0,14 - - 0,009 0,003 – 0,01 0,003 – 0,01 - - 0,005 -0,01 – 0,02 -0,01 – 0,02 - - 0,005 -0,005 – 0,01 -0,005 – 0,01 - - 0,10 0,05 – 0,13 0,06 – 0,14 - - 0,003 0,0008 – 0,006 0,0005 – 0,006 - - 0,16 0,13 – 0,22 0,13 – 0,20 - - 0,012 0,009 – 0,01 0,009 – 0,01 - - 0,32 0,06 – 0,79 0,03 – 0,70 - - 0,73 0,32 – 0,95 0,41 – 0,98 - - 0,20 -0,65 – 0,86 -0,58 – 0,90 0,76 65,8 *o índice 1 e 2 representa a largura do abdome (Labd) e volume de espermateca (VE), respectivamente A largura do abdome apresentou baixa magnitude da correlação genética (0,22) com o peso do ovário total, como relatado na Tabela 20. 70 Tabela 20 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ) e herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para largura do abdome (Labd) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,07 0,009 – 0,18 0,004 – 0,15 - - 2,90 0,67 – 4,79 0,67 – 4,78 - - 0,12 -0,23 – 0,52 -0,26 – 0,47 - - 0,10 -0,10 – 0,27 -0,09 – 0,28 - - 0,10 0,04 – 0,13 0,05 – 0,14 - - 1,18 0,27 – 2,31 0,19 – 2,20 - - 0,17 0,13 – 0,22 0,13 – 0,21 - - 4,08 2,94 – 5,12 2,97 – 5,13 - - 0,36 0,07 – 0,82 0,04 – 0,74 - - 0,67 0,23 – 0,95 0,31 – 0,98 - - 0,22 -0,71 – 0,89 -0,58 – 0,95 0,78 66,3 *o índice 1 e 2 representa a largura do abdome (Labd) e peso do ovário total (POT), respectivamente Este resultado apresentou valor inferior quando observado a relação entre o comprimento do abdome e peso do ovário total (0,30), verificando que esta última associação resgatou uma maior proporção da variância genética aditiva. Neste contexto, é importante observar que quanto mais fácil e eficiente for as avaliações dessas características, maior a possibilidade de ganho genético, quando estas características forem inseridas em um programa de melhoramento genético animal. Sendo assim, quando avaliados os valores das correlações genéticas entre o comprimento e largura do abdome e características reprodutivas relacionadas a espermateca e peso dos ovários, os resultados sugerem que a seleção de rainhas com maior comprimento e largura do abdome, possivelmente apresentará uma maior região para o desenvolvimento dos 71 órgãos reprodutivos. Sendo, portanto, resultados interessantes para serem adotados como critérios de seleção, pois possibilitam prever o potencial reprodutivo dessas rainhas. As correlações genéticas entre o comprimento corporal total com o peso, diâmetro e volume de esperamateca foram semelhantes (0,31, 0,27 e 0,27), como observado nas Tabelas 21, 22 e 23. Tabela 21 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento corporal total (CCT) e peso de espermateca (PES) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 1,58 0,49 – 2,54 0,45 – 2,46 - - 0,02 0,005 – 0,04 0,004 – 0,03 - - 0,06 -0,05 – 0,17 -0,05 – 0,17 - - 0,02 -0,03 – 0,08 -0,03 – 0,07 - - 0,36 0,06 – 0,90 0,03 – 0,79 - - 0,01 0,002 – 0,02 0,002 – 0,02 - - 1,94 1,31 – 2,70 1,28 – 2,64 - - 0,03 0,02 – 0,04 0,02 – 0,04 - - 0,79 0,37 – 0,97 0,48 – 0,99 - - 0,61 0,21 – 0,94 0,27 – 0,97 - - 0,31 -0,45 – 0,84 -0,34 – 0,89 0,52 77,8 *o índice 1 e 2 representa o comprimento corporal total (CCT) e peso da espermateca (PES), respectivamente 72 Tabela 22 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento corporal total (CCT) e diâmetro de espermateca (DE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 1,49 0,54 – 2,31 0,52 – 2,29 - - 0,04 0,008 – 0,08 0,006 – 0,07 - - 0,08 -0,07 – 0,23 -0,08 – 0,22 - - 0,05 -0,02 – 0,12 -0,02 – 0,12 - - 0,34 0,06 – 0,85 0,03 – 0,72 - - 0,03 0,008 – 0,04 0,009 – 0,04 - - 1,83 1,27 – 2,48 1,19 – 2,38 - - 0,07 0,05 – 0,08 0,05 – 0,08 - - 0,79 0,40 – 0,97 0,50 – 0,99 - - 0,54 0,17 – 0,91 0,19 – 0,92 - - 0,27 -0,48 – 0,81 -0,38 – 0,87 0,45 74,3 *o índice 1 e 2 representa o comprimento corporal total (CCT) e diâmetro de espermateca (DE), respectivamente 73 Tabela 23 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento corporal total (CCT) e volume de espermateca (VE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 1,43 0,46 – 2,34 0,40 – 2,26 - - 0,008 0,002 – 0,01 0,002 – 0,01 - - 0,03 -0,03 – 0,10 -0,03 – 0,10 - - 0,02 -0,01 – 0,05 -0,01 – 0,05 - - 0,39 0,06 – 0,93 0,04 – 0,81 - - 0,003 0,0009 – 0,006 0,0008 – 0,006 - - 1,82 1,22 – 2,49 1,16 – 2,38 - - 0,012 0,008 – 0,01 0,008 – 0,01 - - 0,76 0,35 – 0,97 0,43 – 0,99 - - 0,66 0,27 – 0,94 0,34 – 0,97 - - 0,27 -0,47 – 0,76 -0,36 – 0,84 0,44 76,7 *o índice 1 e 2 representa o comprimento corporal total (CCT) e volume de espermateca (VE), respectivamente No entanto, é importante observar para que o melhoramento das características de importância econômica seja efetivo, faz-se necessário conhecer os fatores ambientais ou as fontes de variação não genéticas que atuam sobre estas características, interferindo no crescimento, desenvolvimento e potencial reprodutivo dessas rainhas. Os dados apresentados na Tabela 24, demonstrou que o comprimento corporal total e peso dos ovários, obteve correlação genética favorável (0,47), permitindo predizer que ao selecionar apenas rainhas com maior comprimento corporal, pode-se também estar selecionando rainhas com maiores pesos dos ovários e que, à idade da maturidade sexual, terão maior tamanho corporal, acarretando possível sinergismo do seu potencial reprodutivo, uma vez que poderá ocorrer aumento dos pesos dos ovários. Este sinergismo é verificado provavelmente em função do maior peso à emergência dessas rainhas, o qual acompanhou 74 juntamente com o comprimento corporal moderada associação genética entre essas características. Tabela 24 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( ), herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para comprimento corporal total (CCT) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 1,51 0,46 – 2,49 0,40 – 2,40 - - 2,60 0,52 – 4,69 0,49 – 4,60 - - 1,05 -0,23 – 2,37 0,22 – 2,28 - - 0,37 -0,15 – 1,05 -0,18 – 1,01 - - 0,39 0,07 – 0,94 0,03 – 0,81 - - 1,33 0,31 – 2,39 0,26 – 2,34 - - 1,90 1,28 – 2,65 1,25 – 2,58 - - 3,93 2,85 – 5,03 2,82 – 4,96 - - 0,76 0,34 – 0,97 0,45 – 0,99 - - 0,62 0,18 – 0,94 0,24 – 0,97 - - 0,47 -0,29 – 0,88 -0,09 – 0,93 0,64 88,1 *o índice 1 e 2 representa o comprimento corporal total (CCT) e peso do ovário total (POT), respectivamente Estes resultados sugerem que parece ser mais provável que a combinação do peso à emergência com o comprimento corporal, possivelmente originará rainhas com maiores tamanhos corporais, o qual provavelmente influenciará na capacidade de oviposição dessas rainhas. Entretanto, antes de investir em um programa de melhoramento genético animal para essas características, são necessários maiores esclarecimentos sobre essas associações, dada a importância econômica e o custo da manutenção das colônias para a aquisição destas características. 75 O peso de espermateca quando associado ao diâmetro e volume da mesma, apresentaram estimativas de correlações genéticas de 0,29, como pode ser verificado nas Tabelas 25 e 26. Tabela 25 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso da espermateca (PES) e diâmetro de espermateca (DE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,02 0,006 – 0,04 0,005 – 0,03 - - 0,04 0,01 – 0,08 0,009 – 0,07 - - 0,0009 -0,01 – 0,03 -0,01 -0,03 - - 0,005 -0,005 – 0,01 -0,005 – 0,01 - - 0,009 0,002 – 0,02 0,001 – 0,02 - - 0,02 0,007 – 0,04 0,007 – 0,04 - - 0,03 0,02 – 0,04 0,02 – 0,04 - - 0,06 0,05 – 0,08 0,05 – 0,08 - - 0,67 0,24 – 0,94 0,32 – 0,97 - - 0,59 0,20 – 0,91 0,25 – 0,95 - - 0,29 -0,50 – 0,87 -0,37 – 0,94 0,45 75,3 *o índice 1 e 2 representa o peso da espermateca (PES) e diâmetro de espermateca (DE), respectivamente 76 Tabela 26 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso da espermateca (PES) e volume de espermateca (VE) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Intervalo de Região de Alta Moda Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,02 0,005 – 0,04 0,005 – 0,04 - - 0,008 0,002 – 0,01 0,003 – 0,01 - - 0,004 -0,004 – 0,01 -0,004 – 0,01 - - 0,002 -0,002 – 0,006 -0,002 – 0,006 - - 0,01 0,002 – 0,02 0,002 – 0,02 - - 0,003 0,0008 – 0,006 0,0007 – 0,006 - - 0,03 0,02 – 0,04 0,02 – 0,04 - - 0,012 0,009 – 0,01 0,008 – 0,01 - - 0,64 0,24 – 0,94 0,30 – 0,97 - - 0,68 0,29 – 0,94 0,37 – 0,97 - - 0,29 -0,46 – 0,84 -0,34 – 0,91 0,31 77,8 *o índice 1 e 2 representa o peso da espermateca (PES) e volume de espermateca (VE), respectivamente Possivelmente, os resultados idênticos verificados entre as medidas morfométricas corporais e reprodutivas podem ser explicados pelas igualdades proporcionais do crescimento corporal e dependências entre essas características, visto que para que as rainhas mantenham sua equivalência funcional ao longo do seu crescimento, estas devem sofrer modificações em suas proporções entre as diferentes partes corporais. No entanto, deve ser considerados que a forma de um organismo é o resultado da influência da variabilidade genética do indivíduo e da variabilidade ambiental em que está submetido, podendo alterações serem observadas neste contexto. Quanto ao peso da espermateca e os ovários, verificados na Tabela 27, a estimativa de correlação genética foi de baixa magnitude (0,12) e não obteve convergência (nc). 77 Tabela 27 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para peso da espermateca (PES) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,02 0,005 – 0,04 0,005 – 0,04 - - 2,61 0,59 – 4,68 0,55 – 4,63 - - 0,03 -0,12 – 0,18 -0,12 – 0,18 - - 0,02 -0,06 – 0,09 -0,06 – 0,09 - - 0,01 0,002 – 0,02 0,002 – 0,02 - - 1,32 0,30 – 2,35 0,27 – 2,30 - - 0,03 0,02 – 0,04 0,02 – 0,04 - - 3,93 2,89 – 5,03 2,83 – 4,95 - - 0,64 0,23 – 0,94 0,30 – 0,97 - - 0,62 0,20 – 0,94 0,26 – 0,97 - - 0,12 nc¹ -0,66 – 0,82 -0,58 – 0,88 0,12 60,6 ¹ não convergência *o índice 1 e 2 representa o peso da espermateca (PES) e peso do ovário total (POT), respectivamente As correlações genéticas obtidas para o diâmetro e volume de espermateca com o peso do ovário total, são apresentadas nas Tabelas 28 e 29, respectivamente. Estes resultados seguiram a mesma tendência das demais correlações genéticas entre as características reprodutivas, os quais foram observados correlações para o peso do ovário total com o diâmetro de espermateca de 0,27 e para o volume de espermateca de 0,24. 78 Tabela 28 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para diâmetro da espermateca (DE) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Probabilidade Moda Intervalo de Região de Alta Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,04 0,01 – 0,08 0,008 – 0,07 - - 2,73 0,59 – 4,71 0,61 – 4,73 - - 0,10 -0,13 – 0,32 -0,14 – 0,32 - - 0,05 -0,06 – 0,17 -0,07 – 0,16 - - 0,03 0,007 – 0,04 0,008 – 0,04 - - 1,27 0,30 – 2,35 0,22 – 2,26 - - 0,07 0,05 – 0,08 0,05 – 0,08 - - 4,00 2,91 – 5,06 2,90 – 5,03 - - 0,58 0,20 – 0,91 0,24 – 0,95 - - 0,64 0,20 – 0,94 0,27 – 0,97 - - 0,27 -0,58 – 0,86 -0,45 – 0,93 0,71 73,1 *o índice 1 e 2 representa o diâmetro da espermateca (DE) e peso do ovário total (POT), respectivamente Para uma melhor eficiência reprodutiva, há a necessidade de se incorporar essas características em processos de seleção, sendo necessários também encontrar características facilmente mensuráveis e que sejam geneticamente relacionadas à reprodução. Contudo, ressalta-se que os resultados nesta pesquisa são específicos à população estudada e as condições ambientais da região. 79 Tabela 29 - Estimativas de variância genética aditiva ( ), residual ( ), fenotípica ( ), covariância genética aditiva ( ), covariância residual ( herdabilidade ( ) e correlação genética ( ), em análise bicarater, com seus respectivos intervalos de credibilidade e regiões de alta densidade, ao nível de 90%, moda ( e probabilidade da correlação genética aditiva ser superior a zero para volume de espermateca (VE) e peso do ovário total (POT) de rainhas Apis mellifera africanizadas à emergência Intervalo de Região de Alta Moda Probabilidade Componentes* Estimativas > 0 (%) ( Credibilidade Densidade 0,008 0,002 – 0,01 0,003 – 0,01 - - 2,52 0,55 – 4,70 0,43 – 4,53 - - 0,04 -0,05 – 0,13 -0,05 – 0,13 - - 0,02 -0,03 – 0,06 -0,02 – 0,07 - - 0,003 0,0009 – 0,006 0,0008 – 0,006 - - 1,37 0,30 – 2,36 0,29 – 2,35 - - 0,01 0,009 – 0,01 0,009 – 0,01 - - 3,89 2,85 – 5,04 2,77 – 4,94 - - 0,68 0,28 – 0,94 0,37 – 0,97 - - 0,61 0,19 – 0,94 0,24 – 0,97 - - 0,24 -0,54 – 0,83 -0,42 – 0,90 0,27 71,5 *o índice 1 e 2 representa o volume de espermateca (VE) e peso do ovário total (POT), respectivamente As estimativas de parâmetros genéticos e o estudo das correlações genéticas entre características morfométricas corporais e reprodutivas, constituem parte importante de estudos globais que visem determinar critérios de seleção, permitindo a predição dos efeitos da seleção para uma característica fundamentada na seleção para outra de maior interesse econômico. No entanto, mesmo sendo evidenciado no presente estudo consideráveis variações genéticas aditivas para o peso à emergência, características morfométricas corporais e reprodutivas, ainda não estão totalmente elucidados o que os diferentes tipos morfológicos identificados nas rainhas representam em termos de performance reprodutiva e produtiva. Portanto, o estabelecimento de um banco de dados com genealogia materna e paterna controlada, número controlado de informações de parentesco, coleta precisa dos dados e utilização de metodologias adequadas para as análises dos dados possibilitam estimativas de 80 parâmetros genéticos mais acurados e efetivo dentro de programas de melhoramento genético de abelhas A. mellifera africanizadas. Além disso, são necessários estudos complementares, incluindo a contagem do número de ovaríolos para melhor entender o que a pesagem dos ovários representa em termos da capacidade reprodutiva das rainhas e quais são os genótipos mais eficientes no ambiente em que as rainhas estão sendo criadas. Assim, estes estudos poderão auxiliar na decisão de como incorporar essas características em índices de seleção. Outro ponto a ser investigado é o desenvolvimento populacional da colônia e a capacidade das abelhas operárias em coletar o alimento. 81 5. CONCLUSÕES As características morfométricas e reprodutivas quando avaliadas isoladamente podem ser utilizadas como critérios de seleção. A seleção para peso à emergência associados ao comprimento corporal e comprimento e largura do abdome de rainhas Apis melliferaafricanizadas deve resultar em progresso genético nessas características. A seleção para o peso à emergência possivelmente resultará em pequeno progresso genético para peso, diâmetro e volume de espermateca. No entanto, a seleção do peso à emergência deve resultar em rainhas com maior peso do ovário, indicando que o peso à emergência pode ser utilizado em programas de melhoramento genético visando maior potencial reprodutivo de rainhas A. mellifera africanizadas. 82 REFERÊNCIAS ABDALLA, Fábio C.; MARCONDES, Mateus; SILVIA-ZACARIN, Elaine C.M. Espermatecas de Xylocopa suspecta, Bombus atratus e Tetragonisca angustula: uma abordagem evolutiva. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 24., 2012, Curitiba. Anais... Curitiba: Sociedade Entomológica do Brasil, 2012. AKYOL, Ethem; YENINAR, Halil; KAFTANOGLU, Osman. Live Weight of Queen Honey Bees (Apis mellifera L.) Predicts Reproductive Characteristics. Journal of the Kansas Entomological Society, v. 81, n. 2, p. 92-100, 2008. ALQARNI, Abdulaziz S.; BALHARETH, Hassan M.; OWAYSS, Ayman A. 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