vagner 2010 - R1

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA
GRUPO DE ESTUDOS EM PETROLOGIA
r
Ob
TRABALHO DE GRADUAÇÃO
ap
Mapeamento Expedito para Caracterização das
a
ar
Unidades Jardim Glória Unidade Jardim Glória;
Complexo Juiz de Fora e Granada Charnockito, Matias
Barbosa, Minas Gerais.
ns
Co
Aluno
Vagner Santos
1999
ta
Prof. Rubem Porto Jr.
ul
Orientador
ÍNDICE
r
Ob
AGRADECIMENTOS
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
1- INTRODUÇÃO
ap
2- LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
3- OBJETIVOS
4- METODOLOGIA
5- GEOLOGIA REGIONAL
a
ar
5.1- COMPLEXO JUIZ de FORA
5.2- COMPLEXO ANDRELÂNDIA
5.2- COMPLEXO MANTIQUEIRA
6- ESTÁGIO ÁTUAL DO CONHECIMENTO SOBRE A ÁREA
ns
Co
7- GEOLOGIA DA ÁREA ESTUDADA
7.1- UNIDADE JARDIM GLORIA
7.2- COMPLEXO JUIZ DE FORA
7.3- GRANADA CHARNOCKITÓIDE
8- ESTUDOS DAS PARAGÊNESES METAMORFICAS
9- ASPECTOS DA GEOLOGIA ESTRUTURAL
11- COCLUSÕES
ta
12- BIBLIOGRAFIA
ul
10- ASPECTOS DO METAMORFISMO
AGRADECIMENTOS
r
Ob
Sou
grato
a
algumas
pessoas
que
colaboraram
nesta
experiência, que foi a realização deste trabalho.
ap
Agradeço ao colega Jorge Luís Sá Cunha, pela camaradagem,
pelo acompanhamento dos trabalhos de campo e pelo tempo que
dispendeu durante a realização das etapas subsequentes.
a
ar
Agradeço à Prof. Beatriz Paschoal Duarte (UERJ), por, mesmo
grávida, se deslocar até o campo durante a realização dos
perfis.
Agradeço à Sra. Ana Maria Paschoal Duarte, que sequer
conheci, mas que nos alojou em sua casa em Juiz de Fora.
ns
Co
Agradeço ao Prof. Rubem Porto Jr. (GEP/UFRRJ) pela orientação
e camaradagem durante a realização de todas as etapas do
trabalho.
ta
ul
RESUMO
A partir de um trabalho expedito realizado na região de região de Matias Barbosa
– Juiz de Fora, sul de Minas Gerais, algumas considerações sobre aspectos da
geologia dessa região puderam ser feitas, baseadas nas três unidades geológicas
r
Ob
definidas para a região: Unidade Jardim Glória; Complexo Juiz de Fora e Granada
Charnockito.
A Unidade Jardim Gloria foi a mais freqüentemente observada. Dois litotipos
ap
puderam ser caracterizados associados a esta Unidade: biotita-granada gnaisse e
biotita-sillimanita-granada gnaisse, ambos com boudins de rocha calcissilicatica,
sendo o primeiro predominante em área em relação aos demais. Em função da
paragênese encontradas foi caracterizado um metamorfismo em fácies granulito,
a estas rochas.
a
ar
com retroação para fácies anfibolito. Três fases de deformação foram associadas
O Complexo Juiz da Fora é representado na região por um único conjunto de
rochas denominados de ortogranulitos. Em área apresentaram-se subordinados
ns
Co
aos litotipos da Unidade Jardim Glória. Sào rochas maciças, escuras, em geral
com ortopiroxênio observados a vista desarmada. As paragêneses observadas
indicam facies granulito para este conjunto, com indícios de retrometamorfismo
para a facies anfibolito.
ul
A Unidade caracterizada pelo litotipo granada charnockitóide também aparece em
áreas restritas. Foi interpretado como produto de anatexia das rochas da Unidade
Jardim Gloria. As paragêneses são de facies granulito, com indícios de um
1-
INTRODUÇÃO
ta
retrometamorfismo em facies anfibolito.
Serão aqui apresentados os resultados de um levantamento geológico expedito
realizado na região adjacente a cidade de Juiz de Fora (MG). Tal trabalho é
referente a disciplina Mapeamento Geológico, disciplina curricular do curso de
graduação em Geologia do Departamento de Geociências da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro.
2-
LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
r
Ob
A área em estudo localiza-se no sudeste do Estado de Minas Gerais, nas
proximidades da cidade de Juiz de Fora estando contida na folha topográfica
Matias Barbosa na escala 1:50 000 (IBGE), entre os paralelos 21º45’ e 21º50’ e os
meridianos 43º30’ e 43º20’ (Fig.1). A principal via de acesso é a BR-262 que corta
ap
toda a área. Outras estradas secundárias que cortam também a região, o que
facilitou a realização dos perfis pretendidos.
a
ar
ns
Co
ta
ul
Figura 1: Mapa de localização da área
No contexto tectônico a área, a mesma esta inserida no segmento central da Faixa
Ribeira.
ap
r
Ob
a
ar
ns
Co
ta
ul
3-
OBJETIVOS
A realização deste trabalho teve como objetivo principal realizar perfis geológicos
na área estudada objetivando a caracterização litoestratigráfica e metamórfica da
região. Procurou-se atingir esta meta atrvés de estudo petrográfico das litólogias
r
Ob
ocorrentes e a partir das
estruturas observadas no campo, correlacionando
ambas informações, e definindo o grau metamórfico para as rochas da área.
4-
METODOLOGIA
ap
Fase 1: aquisição dos dados de campo e bibliográficos
a
ar
A pesquisa bibliográfica foi realizada com o objetivo de situar o problema a ser
estudado, no contexto das informações existentes. A partir disto, foi realizado um
levantamento
geológico
expedito,
em
escala
1:50.000
durante
3
dias
consecutivos, compreendendo a realização de perfis ao longo de estradas da
região a partir da utilização da folha topográfica Matias Barbosa.
ns
Co
Fase 2: análise petrográfica e interpretação textural e estrutural
No laboratório foram realizadas as descrições petrográficas ao microscópio e
também a avaliação macroscópica das amostras coletadas. Foram estudadas um
total de 24 lâminas delgadas e 24 amostras de rochas descritas.
ta
ul
Fase 3: produção do relatório
Utilizando-se das instalações e recursos do Setor de Petrologia e Mapeamento, foi
produzido o relatório aqui apresentado.
5 - GEOLOGIA REGIONAL
5.1 - O COMPLEXO JUIZ DE FORA
Ebert (1955,1957) designou a Série Juiz de Fora referindo-se às rochas
r
Ob
charnockiticas e granuliticas que se estendem por mais de uma centena de
quilômetros, com larguras médias de 20 KM, situada na região límitrofe dos
estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Ebert (1968), define o grupo Paraiba do Sul, antiga Série Paraiba do Sul, e
ap
granulitos da série JUIZ de FORA.
Oliveira (1983) conclui que as rochas descritas por Ebert (1957), são muito
semelhantes às que ocorrem ao longo do rio Paraiba do Sul, sendo denominando-
a
ar
as de Complexo Juiz de Fora (CJF). Com base em aspectos petrológicogeoquimico subdividiu o CJF em 4 unidades:
1-Charnockitos e granulitos com intercalações de gnaisses kinzigitos.
e charnockiticos.
ns
Co
2-Migmatitos diversos, com intercalações de calcissilicaticas, anfíbolitos, quartzitos
3-Gnaisses e granulitos, com intercalações de metassedimentos e com foliação
intensamente transposta.
4-Gnaisses e migmatitos bandados apresentando composição granitica a dioritica.
ul
A idade de 2.8 Ga, ou mesmo superior, é indicada no trabalho de Cordani et al
(1973). Algumas amostras coletadas nas proximidades da cidade de Juiz de Fora
ta
é que fornecem pontos acima da isócrona transamazônica, dispondo-se
aproximadamente no mesmo alinhamento das amostras arqueanas.
Grossi Sad e Barbosa (1985), dividiram o complexo Juiz de Fora em 3 unidades,
denominadas de:
1- Comendador Venâncio - constituida por piroxênio diorito e gabro e por
enderbito, com charnockito pouco comum;
2- Raposo - constituida por rochas cataclásticas derivadas do complexo
charnockitico, rochas kinzigíticas, migmatitos e cataclasitos de kinzigito e de
r
Ob
migmatito; e
3- Itaperuna - formada essencialmente por granulitos básicos e ácidos.
Segundo Duarte et al. (1994), o dominio tectônico Juiz de Fora é constituido por
uma intercalação de 3 unidades litológicas distintas:
ap
1-Granulitos ortoderivados integrantes do complexo Juiz de Fora,de idade
arqueana-eoproterozóica.
a
ar
2-Metassedimentos peliticos na fácies granulito,de posicionamento duvidoso.
3-Conjunto metassedimentar relacionado ao Ciclo Deposicional Andrelândia.
Duarte (1998) determina 4 associações litológicas para o dominio tectônico Juiz de
ns
Co
Fora, sendo estes:
1- Unidade Jardim Gloria- paragnaisses peliticos e semi-peliticos de facies
granulito.
2- Complexo Juiz de Fora- ortognaisses e metabasitos na fácies granulito.
3- Rochas correlatas ao Ciclo Deposicional Andrelândia (metassedimentos),
ul
associados a metabasitos.
ta
4- Complexo Paraiba do Sul- ortognaisses da suíte Quirino-Dorândia.Mais 2
rochas granitóides/charnockitóides intrusivas: a) Biotita gnaisses da suíte intrusiva
Matias Barbosa e b)Granada charnockitóide.
5.2 - COMPLEXO ANDRELÂNDIA
Ebert
(1968)
definiu
o
grupo
Andrelândia
como
uma
sequência
de
metassedimentos tendo na base quartzitos, seguidos por granada-mica xisto com
estaurolita, cianita e gnaisses associados a xistos feldspáticos, leptinitos,
r
Ob
mármores, anfibolitos e metaultrabasitos. Esta sequência se expõe no sul de
Minas Gerais sobreposta ao Complexo Barbacena.
Segundo Duarte et all. (1994), o dominio tectônico Andrelândia compreende 2
conjuntos litológicos distintos:
ap
1-Um conjunto metassedimentar com intrusões de metabasito, correlacionado ao
Ciclo Deposicional Andrelândia (Andreis et al.,1989) do proterozóico médio; e
2- Embasamento constituido de ortognaisses do Complexo Mantigueira.
a
ar
Dentre as rochas supracrustais do Ciclo Deposicional Andrelândia, duas unidades
puderam ser individualizadas: a) como unidade predominante um biotita gnaisse
bandado, quartzo-feldspático, com porções leucossomáticas e que grada para
quartzitos puros, (sillimanita) quartzitos feldspáticos ou biotita granada (sillimanita)
Rochas
calcissilicáticas
ns
Co
gnaisse.
com
a
paragênese
plagioclásio+
diopsidio+granada associam-se a este conjunto.; e b) lente de sillimanita quatzito
feldspático, de textura milonítica, que grada verticalmente para um biotita
sillimanita gnaisse, marcando o topo do dominio tectônico Andrelândia.
Segundo Duarte (1998) o Dominio Tectônico Andrelândia compreende 2 conjuntos
ul
litológicos distintos:
1-Conjunto metassedimentar correlacionado ao Ciclo Deposicional Andrelândia
ta
(Andreis et al,1989), com rochas metabasíticas que datam do Proterozóico
médio/superior; e
2- Embasamento constituído de ortognaisses do Complexo Mantiqueira, cuja
história remonta o Arqueano.
5.3 - COMPLEXO MANTIQUEIRA
Barbosa (1954) denominou os gnaisses e migmatitos da Serra da Mantiqueira,
mais velhos que a Série Barbacena, de Série Mantiqueira e posteriormente para
Grupo Mantiqueira.
r
Ob
Ebert (1955) chamou de Formação Barbacena as facies mais metamorficas com
embasamento Arqueano, retrabalhado na Orogênese Assíntica.
Ebert (1958), na região de Piedade do Rio Grande, denominou Gnaisse Piedade,
os metassedimentos gnáissicos finamente bandados e de atitude subhorizontal.
ap
Silva et all. (1978) dividiu o conjunto em 2 unidades litológicas:
1-Complexo Piedade (CP) - os metassedimentos gnáissicos e migmatíticos; e
a
ar
2- Complexo Gnáissico Migmatítico (CGM) - os ortognaisses migmatíticos.
O Complexo Piedade
Mantiqueira.
teria contatos transicionais com o Complexo Gnáissico
ns
Co
Oliveira (1980) e Oliveira e Hasui (1984) caracterizou de Complexo Barbacena os
ortognaisses bandados migmatíticos e dobrados, ricos em paleossoma, enclaves
e restos de anfibolitos, metabasitos, metaultrabasitos e leucossomas granodiríticas
a granitícas, de idade Arqueana.
Trouw et al. (1986) caracterizou como Grupo Mantiqueira os gnaisses bandados,
ora migmatíticos, com intercalações de anfibolito e hornblenda gnaisse e
ul
ocorrências locais de charnockito e anfibolito maciço, de idade Arqueana.
ta
Heilbron (1993,1995) definiu de Grupo Mantiqueira e posteriormente de Complexo
Mantiqueira os ortognaisses bandados, migmatíticos, com enclaves e/ou lentes de
metabásicas e faixas lineares granulíticas, sendo que lentes de gnaisse
granodiorítico invadem o conjunto. A idade admitida é arqueana a proterozóica
inferior com retrabalhamento no Brasiliano.
Figueiredo e Texeira (1996) definiram de Complexo Mantiqueira como um
conjunto de biotita-hornblenda gnaisses e migmatíticos, tonalitos-gronodioritosgranitos, com rochas máficas com metassedimentos subordinados e intrusões
granitóides. A idade foi determinada como Paleoproterozóica com porções
Arqueanas.
r
Ob
Duarte (1998) definiu o Complexo Mantiqueira como um conjunto de ortognaisses
tonalíticos a graníticos, bandados e migmatíticos, com lentes de metabasitos
associadas. Ortogranulitos enderbíticos ocorrem em corpos lineares subordinados.
Aplitos graníticos cinzentos e rosados invadem o conjunto.
ap
6 - ESTÁGIO ATUAL DE CONHECIMENTO SOBRE A ÁREA
Heilbron et al (1989) e Heilbron (1993) considera o domínio tectônico Juiz de Fora
a
ar
(Complexo Juiz de Fora + Ciclo Deposicional Andrelândia) como uma escama
tectônica originada pela colisão continental oblíqua entre o Cráton do São
Francisco e outro bloco cratônico posicionado a leste durante a Orogênese
Brasiliana. O Complexo Juiz de Fora corresponderia a uma parte do segmento da
ns
Co
crosta profunda, provavelmente a raiz de um arco magmático, que foi incorporado
e intensamente retrabalhado durante a colisão. Esta colisão apresentaria uma
evolução monocíclica.
Figueiredo e Texeira (1996) consideram que o Complexo Juiz de Fora faz parte
de um arco magmático maduro do Trasamazônico, com retrabalhamento de crosta
sobre os terrenos do Cráton do São Francisco.
ul
Arqueana, correspondendo atualmente aos terrenos que cavalgam para oeste
ta
Duarte (1998) propõe que o Complexo Juiz de Fora tenha evoluido desde um
ambiente compressivo de raiz de arco magmático até um ambiente distensivo que
acolheu o metamorfismo granulítico, promovido por underplating magmático.
Segudo a autora, o cavalgamento do Dominio Tectônico Juiz de Fora (onde ocorre
o Complexo Juiz de Fora) sobre o Dominio Tectônico Andrelândia (onde ocorre o
Complexo Mantiqueira) ocorreu durante a Orogênese Brasiliana.
7 - GEOLOGIA DA ÁREA ESTUDADA
Na região estudada foram definidas
duas unidades geológicas distintas: a)
Unidade Jardim Gloria; b) Complexo Juiz de Fora e c) o denominado granada
charnockitóide.
r
Ob
Na Unidade Jardim Glória foram observados 2 litotipos: 1) Biotita-granada gnaisse
com ortopiroxênio e Biotita-sillimanita-granada gnaisse.
No Complexo Juiz de Fora é observado apenas 1 litotipo: os Ortogranulitos.
ap
7.1 UNIDADE JARDIM GLORIA
a
ar
Biotita-granada gnaisse
Esta rocha pode apresentar tonalidades clara ou escura (segundo proporções de
máficos) e cores desde branca amarelada até cinza esverdeada. Associação
mineral observada para esse litotipo é: quartzo, plagioclásio, biotita, granada,
ns
Co
clinopiroxênio, ortopiroxênio, ortoclásio, apatita e minerais opacos. A biotita e a
granada podem ser observadas de maneira conspícua em todos os afloramentos,
já o ortopiroxênio tem ocorrência mais rara.
Os afloramentos estudados apresentam-se em sua maior parte inalterados, por
vezes contendo lentes de rochas máficas, lentes e/ou boudins de rochas de
composição calcissilicatica e veios pegmatíticos discordantes (composto por
ul
quartzo, feldspato e biotita). Este litotipo apresenta, predominantemente, um
bandamento bem definido.
Por vezes, apresentam um fino bandamento com
ta
minerais estirados ao longo da foliação, caracterizando uma deformação milonítica
(Fig. 3).
ap
r
Ob
Figura 3: Biotita – sillimanita – granada gnaisse (UJG). Observar
feições migmatíticas e bandamento metamórfico.
a
ar
A presença de uma alternância entre bandas máficas (ricas em biotita) e félsicas
(ricas
em
quartzo
e
feldspato),
confere
a
estas
rochas
uma
textura
uma forte deformação), milonitíca.
ns
Co
predominantemente granolepidoblástica, tornando-se em alguns pontos (devido à
No ponto 26 foi constatado um contato tectônico entre o biotita-granada gnaisse
(Unidade Jardim Gloria) e um ortogranulito (Complexo Juiz de Fora).
ul
# Aspectos petrográficos
Este litotipo é caracterizado pela seguinte associação mineral: quartzo,
ta
plagioclásio, biotita, granada e clinopiroxênio.
O quarzo possui granulometria variando de fina a grossa com contornos
xenoblásticos, apresentando alguns grãos com extinção ondulante. Nas bandas
máficas ocorre com granulometria predominantemente fina, apresentando
orientação dada pelo eixo maior de comprimento dos grãos. Ocorre associado a
biotita e ao plagioclásio.
ap
r
Ob
a
ar
ns
Co
Figura 4: Biotita – sillimanita – granada gnaisse (UJG). Observar as feições
miloníticas impostas ao litotipo
O plagioclásio ocorre em ambas as bandas (máficas e félsicas) com granulometria
ul
variando de fina a grossa, apresentando alguns grãos bastantes fraturados e com
uma saussuritização incipiente. Por vezes cristais de quarzo intercrescem junto
ta
deste originando a formação de mimerquita.
A biotita apresenta-se com granulometria variando de fina a média com hábito
prismático a tabular e contornos hipidioblásticos. Apresenta-se com uma
orientação bem definida, sendo que ao microscópio foram observados grãos com
mais de uma orientação, envolvendo cristais de granada. Na maioria das rochas,
os minerais opacos estão fortemente associados a esta, com alguns grãos
orientados na mesma direção (Fig. 5 e 6)
A granada apresenta-se com granulometria variando de fina a grossa, com
contornos idioblásticos à xenoblásticos, com formas variando de arredondadas até
r
Ob
esqueléticas, mostarndo, na maioria das vezes, grãos fraturados. Duas gerações
de granada puderam ser observadas, sendo que uma delas, (grd2), apresenta
forte relação com a
biotita.
Em algumas amostras a granada ocorre como porfiroblastos em uma
ap
matriz fina quatzo-feldspática. Ocorre associado com a biotita e com os minerais
opacos nas bandas máficas. (Fig 7 e 8).
O clinopiroxênio varia em termos volumétricos, sendo que em algumas rochas
a
ar
apresenta-se em quantidades expressivas com granulometria variando de fina a
média. Podem ser facilmente caracterizados por possuírem clivagem perfeita em 2
direções e extinção obliqua.
ns
Co
ul
Figura 6: Biotita em paragênes com granada.
Granada, félsicos e mineral opaco
Observar as duas gerações de granada
ta
Figura 5: Biotita lepidoblástica em paragênese com
Figura 7:Granada, biotita e félsicos. Textura
Granoblástica.
Figura 8: Biotita, granada 1 e granada 2.
ap
r
Ob
a
ar
Biotita-Sillimanita-Granada Gnaisse
Este litotipo tem pouca expressão na área estudada. São rochas inalteradas com
tonalidade
clara
e
cor
branca
rosa-amarelada.
Sua
granulometria
é
ns
Co
predominantemente fina, a exceção da granada, plagioclásio e quartzo que
ocorrem como porfiroblastos. Foram observados porções leucossomáticas com
porfiroblastos de granada em matriz quartzo-feldspática além de outra finamente
bandada com minerais estirados, representando uma textura milonítica.
Estruturas do tipo sliken sides puderam ser observadas, em plano de falha (ponto
29).
As
texturas
presentes
são
ta
# Aspectos petrográficos
grano-
ul
lepidonematoblásticas e pórfiro-milonítica.
granonematoblásticas,
A associação mineralógica característica deste litotipo pode ser representada por:
quartzo, plagioclásio, sillimanita, biotita, granada 1 e 2 e minerais opacos.
O plagioclásio é abundante nessas rochas. Sua granulometria varia de fina a
grossa, e, em algumasamostras, ocorre como porfiroblastos. Possui contornos
hipidioblásticos e hábito que varia de prismático a tabular com com clivagem em 2
direções perfeita. Compõe a maior parte da porção leucossomática deste litotipo,
junto com o quartzo. O quartzo é abundante na rocha. Sua granulometria varia
de fina a grossa, e seus grãos apresentam contornos xenoblásticos. Alguns grãos
possuem extinção ondulante e estiramento no sentido da foliação. Por vezes
r
Ob
preenche
espaços
entre
os
grãos.
A
sillimanita
possui
granulometria
predominantemente fina apresentando contornos idioblásticos e hábito variando
de acicular a prismático. Tem clivagem perfeita em uma direção. Os grãos
apresentam-se alinhados, seguindo uma orientação preferencial, no sentido da
ap
foliação. Sua associação mais comum é com a biotita, a granada e com os
minerais opacos.
A biotita possui gronulometria varia de fina a média com contornos hipidioblásticos
a
ar
e hábito que varia de tabular a prismático. Possui uma orientação bem definida no
sentido da foliação. Ocorre em associação
com os opacos e a sillimanita. A
granada tem granulometria variando de fina a grossa, por vezes ocorre como
porfiroblastos dispersos em uma matriz quartzo-feldspática. Tem contornos
idioblásticos à hipidioblásticos e ocorre associada com a biotita e a sillimanita.
ns
Co
ta
ul
Figura 9: Grãos de granada (porfiroblastos) em matriz félsica.
ap
r
Ob
Figura 10: Paragênese com granada + biotita + sillimanita. Observar textura lepidoblástica
a
ar
ns
Co
ta
ul
Figura 11: Biotita + granada + sillimania em gnaisse com textura granolepidoblática.
Rocha Calcissilicática
Estes litotipos apresentam-se inalteradao ou parcialmente alterados. Tem uma
tonalidade escura e cor cinza esverdeado, com granulometria predominantemente
fina.
r
Ob
A textura predominante é granoblástica, maciça com ausência de bandamento.
Associam-se aos litotipos anteriormente descritos, ocorrendo sob a forma de
lentes e/ou boudins de dimensões centimétricas.
# Aspectos petrográficos
ap
A associação mineral observada é a seguinte: plagioclásio, quartzo, biotita,
granada, clinopiroxênio, apatita e minerais opacos.
O plagioclásio é abundante nesse litotipo. Sua granulometria varia de fina a média
a
ar
com contornos hipidioblásticos e hábito que varia de tabular à prismático. Por
vezes cristais de quartzo intercrescem junto ao plagioclásio.
O quartzo também é abundante nestas rochas. Sua granulometria varia de fina a
média, apresentando contornos xenoblásticos.
ns
Co
O clinopiroxênio pode possuir quantidades expressivas nestas rochas. Sua
granulometria varia de fina a média e seus grão têm contornos hipidioblásticos.
7.2 - COMPLEXO JUIZ de FORA
ta
ul
Ortogranulitos
As rochas apresentam-se inalteradas com uma tonalidade escura e cores cinza
chumbo e cinza esverdeado. São inequigranulares, apresentando variação
granulométrica de fina a grossa. A textura predominante é granoblástica, maciça.
Os ortogranulitos ocorrem caracteristicamente formando morros e grandes lajedos
(baleias). São extremamente duros (maciços) dificultando por vezes sua
amostragem. (Fig. 12) Os ortogranulitos apresentam variações composicionais,
que podem ser observadas em afloramentos quando texturas diferentes (maciça e
bandada) definem diferentes características para as mesmas. Eventualmente, em
porções leucocráticas de composição granítica (charnockítica) são observados
cristais de ortopiroxênio de até 1 cm. (Figura 13a, 13b, 13c e 13d). Ortogranulitos
r
Ob
apresentam comumente enclaves de rochas de composição básica, também
metamorfisados em facies granulito. (Fig. 14)
Foi observada a presença de estrutura do tipo mullions em afloramento.
Observou-se ainda um biotita-granada gnaisse, com fraco bandamento e
ap
granulometria fina, tendendo para um granulito. Neste caso o feldspato
apresentava coloração caramelo e o quartzo cor azul, indicativos de um processo
de granulitização.
a
ar
ns
Co
ta
ul
Figura 12: Aspecto típico de ocorrência de ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora
ap
r
Ob
13a
13b
13c
a
ar
ns
Co
ul
ta
Figura 13: Feições gerais em ortogranulito do Complexo Juiz de Fora: 13 a) ortogranulito bandado
em contato com porções leucocráticas mais grossas, contendo ortopiroxênio grosso individualizado.
13 b) detalhe da foto ao lado. Observar cristais grossos de opx. 13 c) Interface de ortogranulito
bandado com charnockito leucocrático. 13 d) detalhe da foto anterior.
ap
r
Ob
a
ar
Figura 14: Ortogranulito em facies maciça apresentando enclaves de rocha básica.
ns
Co
# Aspectos petrográficos
A associação mineralógica observada é a seguinte: quartzo, plagioclásio, biotita,
ortoclásio, hornblenda, granada, orto e clinopiroxênio, apatita, zircão e minerais
opacos.
ul
São rochas inequigranulares, onde o plagioclásio é abundante, com granulometria
variando de fina à grossa, tendo contornos hipidioblásticos e geminação
saussuritização.
ta
polissintética segundo a Lei da Albita. Alguns grãos apresentam o inicio de uma
O quartzo também é abundante, com granulometria variando de fina a média,
apresentando contornos xenoblásticos.
O clinopiroxênio apresenta-se em quantidades expressivas nestas rochas. Tem
granulometria variando de fina à grossa. São verdes, com hábito granular. Alguns
grãos encontram-se bastantes corroídos, por vezes englobando cristais de apatita
e de minerais opacos. Ocorre associado aos minerais opacos, à hornblenda e a
biotita, formando pequenos glomeros. Foi definido como sendo uma augita. (Fig.
r
Ob
15)
O ortopiroxênio ocorre em menor quantidade, mas sua abundância pode variar
dependendo do litotipo que se está estudando. Tem cor rosada, clivagem perfeita
em grãos de granulação, em geral, média. Foi definido como sendo um
ap
hiperstênio. (Fig. 16)
A granada apresenta-se com granulometria variando de fina a média com
contornos idioblásticos.Ocorre associada aos minerais opacos e à hornblenda.
a
ar
A hornblenda apresenta-se em quantidades expressivas nas rochas com
granulometria variando de fina a média. Ocorre em associação quase que
permanente aos piroxênios e minerais opacos. (Fig. 17)
ns
Co
ta
ul
16 a
r
Ob
16 a
16 b
ap
Figura 16: Opx e Cpx em paragênese, junto com hornblenda em litotipo com textura
granoblástica (16 a) e granolepidoblástica (16 b)
a
ar
ns
Co
ul
ta
Figura 17: Grãos de hornblenda junto à minerais opacos e alguma biotita.
Textura glomeroporfiroblástica
7.3
- GRANADA CHARNOCKITÓIDE
Esta rocha apresenta-se inalterada. Tem tonalidade escura e cor cinza
esverdeada. Possui granulometria variando de fina a média, sendo que algumas
porções apresentam granulometria mais grossa. A textura varia de granoblástica a
r
Ob
granolepidoblástica maciça, sendo que algumas porções pode apresentar um
fraco bandamento.
Eventualmente podem ser observadas em algumas porções deste conjunto,
algumas lentes de rocha máfica sem granada.
ap
# Aspectos petrográficos
a
ar
A associação mineralógica observada é representada pelos seguintes minerais:
plagioclásio, quartzo, ortoclásio, hornblenda, biotita, granada (duas gerações),
ortopiroxênio, apatita e minerais opacos.
O plagioclásio é
abundante na rocha com granulometria variando de fina a
ns
Co
grossa, apresentado contornos hipidioblásticos e geminação polissintética
segundo a Lei da Albita. Alguns grãos estão saussuritizados.
A hornblenda ocorre
em quantidades não muito expressiva na rocha.
Eventualmente, grãos desta aparecem em reação nas bordas da biotita,
crescendo à partir desta. Alguns grãos possuem orientação no sentido da foliação
ul
O ortopiroxênio apresenta-se também em quantidades expressivas, com
granulometria predominantemente média. Por vezes seus grãos estão bastantes
ta
corróidos, com a hornblenda em contato crescendo à partir deste.
ap
r
Ob
Figura 18: Observar grãos de ortopiroxênio em para gênes com granada, caracterizando
metamorfismo em facies granulito.
a
ar
A granada apresenta-se com grãos médios com contornos xenoblásticos. Alguns
grãos estão bastantes fraturados, estando estas por vezes, preenchidas por
biotita. São observadas duas gerações de granada, sendo que a segunda tende a
contornar aquelas primeiramente formadas.
ns
Co
ta
ul
Figura 19: a) Paragênese granada + ortopiroxênio (facies granulito); b)
granada 1 e ortopiroxênio e granada 2 (sobrecrescimento) e biotita (facies
anfibolito) retrometamorfismo?
8 - ASPECTOS DA GEOLOGIA ESTRUTURAL
Observações a partir da litologia Biotita-granada gnaisse
No litotipo correspondente ao biotita-granada gnaisse podem ser observadas 3
r
Ob
fases de deformação em vários pontos. A primeira fase (Dn) gerou o bandamento
gnáissico (Sn) marcadado pela alternância entre bandas máficas e félsicas. Sua
direção preferencial é dada por 130/35 .
A segunda fase (Dn+1), provocou um dobramento no bandamento, sendo
ap
representada fundamentalmente por uma
foliação milonítica, com direções
predominantes para 330/60.
A terceira fase pode ser observada com certa constância em vários afloramentos.
a
ar
É caracterizada por planos de cizalhamento, que se mostravam sob forma de uma
linha que dividia a foliação milonítica originando superficies SC.
A observação das características ao microscópio fapontou para a presença na
maioria das lâminas de 2 fases de deformação.
ns
Co
A primeira fase de deformação (Dn), gerou o bandamento gnáissico, uma lineação
de estiramento do quartzo (55/10) e uma lineação mineral dos minerais opacos
(200/60).
A segunda fase de deformação (Dn+1), imprimiu um dobramento a foliação
(Fn+1),gerando dobras (Fn+1). Esta fase fica evidenciada através da observação de
ul
grãos de biotita que apresentava orientação distinta da foliação Sn,, e com isso
acabavam por envolver cristais de granada que se mostravam rotacionados em
ta
sentido dextral.
Observações a partir do biotita-granada-sillimanita gnaisse
A partir do estudo deste litotipo no campo, foi possível observar a presença de um
falhamento normal que permitiu o surgimento de estruturas cinemáticas do tipo
“sliken sides”, no plano da falha e com direção SE.
r
Ob
Ao microscópio foram identificadas 2 fases de deformação. A primeira fase Dn
gerou o bandamento gnaíssico, a lineação de estiramento do quartzo, e a lineação
mineral da sillimanita Ln, coincidentes com as direções encontradas no litotipo
anteriormente descrito.
ap
A segunda fase de deformação (Dn+1), gerou dobras ( Fn+1) na foliação.
a
ar
Observações a partir do ortogranulitos
Os ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora quando estudados em lâminas
delgads apresentaram um fraco bandamento gnáissico, e uma lineação de
estiramento do quartzo e por vezes também da hornblenda.
ns
Co
Observações a partir do demais litotipos
As rochas de composição calcissilicática, que socorrem sob fomas de lentes e/ou
“boudins” inseridas pricipalmente no biotita-granada gnaisse, se comportaram de
forma rígida à deformação, não apresentam feições estruturais importantes.
ta
ul
9 - ESTUDO DAS PARAGÊNESES METAMÓRFICAS
O quadro abaixo resume as paragêneses metamórficas observadas durante o
estudo de campo e petrográfico.
PONTO
AMOSTRA
r
Ob
PARAGÊNESES
REAÇÃO
GRAU / FÁCIES
Biot+qz =
hip+gran+kf
Forte / granulito
opx+pl =
cpx+gran+qz
forte / granulito
21
21 A
Biot+qz+pl+kf+gran+opc
22
22 A
pl+qz+biot+gran
22 C
pl+biot+cpx+qz+opc
qz+pl+biot+gran+kf
biot+qz =
hip+gran+kf
23
23 B
qz+pl+biot+gran+opc
biot+qz =
hip+gran+kf
forte / granulito
24
24 B
a
ar
ap
22 D
horb+qz =
cpx+hip+pl+ag
forte / granulito-anfibolito
pl+biot+cpx+horn+opc
qz+pl+biot+kf+cpx+opc
ns
Co
24 G
pl+qz+horb+gran+cpx+op
c
hip+pl =
cpx+gran+qz
forte / granulito-anfibolito
horb+qz =
hip+cpx+pl+ag
forte / granulito-anfibolito
pl+biot+horn+opc
25
25 A
qz+pl+cpx+opx+Horn+biot
qz+biot+gran+horn+opc
26 B
qz+pl+biot+gran+opc
27
27 B
qz+pl+biot+gran+opc
opx+pl =
cpx+gran+qz
28
29
28 A
qz+pl+gran+horn+opx+op
c
28 B
qz+pl+cpx+horn+opc
29 B(clara)
qz+biot+sill+gran+opc
forte / granulito
ta
qz+pl+cpx
ul
26
horn+qz =
opx+cpx+pl+ag
forte / granulito-anfibolito
Biot+sill+qz =
gran+kf+ag
forte / granulito
29 B(escura)
qz+biot+sill+opc
qz+biot+gran+sill+opc
30
30 A
qz+pl+biot+kf
biot+qz =
hip+gran+kf
forte / granulito
horn+qz =
hip+cpx+pl+ag
forte / granulito-anfibolito
opx+pl =
cpx+gran+qz
forte /granulito
qz+pl+biot+gran+opc
r
Ob
31
32
31 A
pl+gran+cpx+horb+opc
pl+kf+qz+cpx+horn
32 A
qz+pl+biot+opc
ap
qz+biot+opx+opc
qz+pl+biot+gran+cpx+opc
33
33 A
qz+opx?+sill+gran
34
34 A
a
ar
32 D
qz+biot+gran+kf+opc
biot+qz =
opc+gran+kf
forte / granulito
hip+pl =
cpx+gran+qz
forte / granulito
qz+pl+biot+gran
35
35 A
qz+pl+cpx+kf
ns
Co
35 C
qz+pl+cpx+gran+kf
As paragêneses evidenciam que as rochas estudadas apresentam minerais
equilibrados em facies granulito, com retrometamorfismo para facies anfibolito.
absolutamente diagnósticas.
ASPECTOS DO METAMORFISMO
ta
10 -
ul
Deve ser ressaltado, entretanto, que muitas destas paragêneses não são
O metamorfismo de toda a área foi caracterizado, a partir das paragêneses
identificadas e relacionadas na tabela apresentada no ítem 9,
como tendo
registros de um metamorfismo de grau forte em fácies granulito e/ou granulito
transicionando para anfibolito alto. Apesar de aluguns litotipos gnáissicos não
apresentarem paragênese diagnósticas para a fácies granulito, entendeu-se que
os mesmos devam ser considerados como tendo atingido esta facies, tendo em
vista sua interelação com os ortogranulitos com Complexo Juiz de Fora. De
qualquer forma, estas rochas apresentam paragêneses diagnósticas para a facies
r
Ob
anfibolito alto que pode ser entendida como eventual metamorfisno retrógrado.
Segundo Winkler (1975), o metamorfismo de grau forte em pelitos (caso da
unidade Jardim Gloria) é caracterizado pelo desaparecimento de muscovita
ap
primária em presença de quartzo e plagioclásio em pressões mais elevadas.
Assim, biotita-granada gnaisse (UJG) que apresenta a paragênese pl +qz +biot +
gran + kf + opc foi caracterizado como tendo atingido as condições de fácies
granulito, sendo que a ausência de muscovita serve como indicador de que a
a
ar
pressão d’água estabelecida foi muito baixa ou nula.
Nos biotita-sillimanita-granada gnaisse foi assumida como paragênese principal o
seguinte conjunto de minerais: qz +pl + gran + biot + sill + kf. Essa paragênese foi
entendida como pertinente e diagnóstica para gnaisses peliticos metamorfisados
ns
Co
em grau forte, sendo que a associação granada e sillimanita sugere um
metamorfismo sob a influência de alta temperatura e pressões intermediárias. Esta
litologia foi entendida também como tendo atingido condições de facies granulito,
baseado-se na paragênese presente e na ausência da muscovita. Retrometamorfismo para facies anfibolito (ainda grau forte de metamorfismo) pode ser
considerado como pertinente às paragêneses
ul
A paragênese pricipal observada nos granada-charnockitóide pode ser expressa
por: pl + qz + gran + biot + opx + opc, que caracteriza a fácies granulito. Em
ta
lâmina foi observado a presença da hornblenda bordejando cristais de piroxênio,
caracterizando dessa forma, uma fase de retrometamorfismo para condições de
facies anfibolito.
Os ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora pode ser caracterizado pelas sguintes
paragêneses: qz + ort + pl + horn + opx + opc e qz + ort + pl + horn + biot + cpx +
opc, que caracterizam a fácies granulito e/ou zona regional do hiperstênio. Em
algumas amostras foi observado a presença de hornblenda em contato com o
piroxênio, caracterizando uma fase de ratrometamorfismo para facies anfibolito.
r
Ob
11 – CONCLUSÕES
Os perfis confeccionados neste trabalho indicam um grande predomínio em área
da Unidade Jardim Glória, em relação à presença tanto do Complexo Juiz de Fora
ap
quanto do Granada charnockitóide, entretanto, todas unidades possuem mergulho
predominante para sudoeste.
O metamorfismo como um todo na região foi caracterizado como fácies granulito.
a
ar
Por vezes algumas amostras dos ortogranulitos (CJF) e Granada charnockitóide
apresentavam paragêneses em fácies granulito com retrometamorfismo para
fácies alto anfibolito, sendo estes caracterizado pela presença em lâmina de
hornblenda bordejando cristais de piroxênio. Como as paragêneses apresentadas
pelas rochas da Unidade Jardim Glória (meassedimentos) não são perfeitamente
ns
Co
diagnósticas, assumiu-se que esta Unidade deva Ter passado pelo mesmo
processo metamórfico atuante nas demais.
Foram evidenciadas três fases de deformação, observadas com mais evidência
nos litotipos da Unidade Jardim Gloria. A primeira fase de deformação Dn, gerou
ul
o bandamento gnáissico, lineações de estiramento e lineação mineral. A segunda
fase de deformação Dn+1, impôs a foliação um dobramento gerando dobras Fn+1.
A terceira fase de deformação cizalhou a foliação milonitíca, gerando estruturas
ta
S-C.
A forte deformação e metamorfismo regional geraram nestas rochas texturas
milonitícas e migmatíticas. As paragêneses diagnósticas da fácies granulito e/ou
zona regional do hiperstênio. As rochas de composição calcissilicatica inseridas
nos litotipos da Unidade Jardim Glória se comportaram de maneira rígida a
deformação, dando origem a texturas do tipo granoblástica.
Observando os perfis podemos ver claramente a formação quase que localizada
do granada-charnockitóide, caracterizado como produto de anatexia dos litotipos
r
Ob
metassedimentares pertencentes à Unidade Jardim Gloria.
12 - BIBLIOGRAFIA
ap
Duarte, B.P.; Nogueira, J.R.; Heilbron,M.& Figueiredo,M.C.H., 1994. Geologia da
região de Juiz de Fora e Matias Barbosa (MG). IN: Cong. Bras. Geol.,
38°Balneário de Camburiú, 1994. Boletim de resumos, SBG V2, pg 88-90.
a
ar
Duarte, B.P, 1998. Evolução tectônica dos ortognaisses nos Complexos Juiz de
Fora e Mantiqueira na região de Juiz de Fora, MG: Geologia, Petrologia E
Geoquimica. Tese de Doutorado- Inst. Geoc./ USP, 280 pgs.
ns
Co
Ebert, H. 1955. Pesquiza na parte sudeste do estado de Minas Gerais. Relatório
anual do diretor. DNPM, DGM, pg. 62-81, Rio de Janeiro.
Ebert, H. 1968. Ocorrência de fácies granulitica no sul de Minas Gerais e regiões
adjacentes, em dependencia da estrutura orogênica: hipóteses sobre sua origem.
ul
Anais da Acad. Bras. Ciênc.,40 (supl.): 215-229.
Grossi Sad, J.M. & Barbosa, L.M., 1985. A origem dos charnockitos e rochas afins
ta
da região do médio paraiba do sul, estado do Rio de Janeiro. Contribuições a
petrologia e mineralogia,SBG. Núcleo de Minas Gerais, 1985 pg 15-27.
Nogueira, J.R.; Trow, R.A.J,1993. Mapeamento geologico, escala 1:50 000,
estruras e metamorfismo de uma região a sudeste de Juiz de Fora, MG. 7° simp.
Geol. de Minas Gerais, pg 180-186.
Oliveira, M.A.F, 1983. As rochas granuliticas da faixa paraiba do sul.
ap
r
Ob
a
ar
ns
Co
ta
ul
Download