Apostila de Geografia 11 – Climatologia

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Apostila de Geografia 11 – Climatologia
1.0 Atmosfera
Camada gasosa que envolve e acompanha a Terra em todos os seus movimentos,
por causa da força da gravidade.
Espessura da atmosfera: 600 quilômetros.
Composta por:
Nitrogênio – 78%.
Oxigênio – 21%.
Argônio – 0,93%.
Outros – 0,1%.
1.1 Camadas da Atmosfera
1.1.1 Troposfera
Camada inferior.
10 a 17 quilômetros de altitude.
Temperatura: 20°C.
Fenômenos meteorológicos e poluentes.
75% dos gases e 80% da umidade atmosférica.
A maior parte da vida atmosférica.
1.1.2 Estratosfera
Camada ozonizada – Filtração de raios ultravioletas.
Espessura média de 50 quilômetros.
Temperatura: -55°C.
Zona de baixíssima umidade.
Ventos horizontais – Aeronavegação.
1.1.3 Mesosfera
Atmosfera superior.
Temperatura: -5°C.
Espessura de 50 a 80 quilômetros.
Ar rarefeito.
Satélites de comunicação.
1.1.4 Ionosfera
600 quilômetros de altitude.
Ar muito rarefeito.
Reflete as ondas de radiofreqüência.
Temperatura: -90°C.
Forte presença de íons (Campo elétrico) – Desintegração de meteoros.
1.1.5 Exosfera
Porção mais externa da atmosfera
Temperaturas de mais de 1000°C – Inexistência do ar.
50% de hidrogênio e 50% de hélio.
Estações e telescópios espaciais.
1.2 Poluição
Poluição é qualquer alteração provocada no meio ambiente.
Alterações:
Aumento da proporção ou da característica de um dos elementos que
formam o meio. Exemplo: Aumento do gás carbônico na atmosfera.
Introdução de substâncias naturais, porém, estranhas a determinados
ecossistemas. Exemplo: derramamento de petróleo bruto no mar.
Introdução de substâncias artificiais e estranhas a qualquer ambiente.
Normalmente esses elementos não biodegradáveis e, às vezes, nem
degradáveis. Exemplo: lançamento de elementos radioativos no mar.
1.2.1 Poluição do Ar
Lançamento de enorme quantidade de gases e materiais na atmosfera.
Grandes cidades e complexos industriais.
Uma das que mais atingem os sentidos da visão e do olfato.
Principais responsáveis:
Transporte – veículos automotores.
Instalações industriais.
Centrais termelétricas.
Instalações de aquecimento.
1.3 Impactos em Escala Local
1.3.1 Inversão térmica
Fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do planeta.
Final da madrugada e início da manhã, nos meses de inverno – Pico de perda de
calor do solo.
Temperatura do solo abaixo de 4°C – O ar frio não fica quente, não consegue
subir e fica retido em baixas altitudes. Consequentemente, o ar mais quente não
consegue descer.
Estabilização momentânea da circulação atmosférica em escala local.
Após o nascer do sol, o solo irá aquecer-se, o ar frio irá ficar quente e subir,
desfazendo a inversão térmica.
Meio favorável para a ocorrência da inversão térmica – Grandes cidades:
Grande área construída (desmatada e impermeabilizada), onde o solo não
possui muito calor específico (esquenta-se e esfria-se muito rápido).
Além de ocorrer inversão térmica, o ar frio que fica embaixo na atmosfera
fica carregado com poluentes – Problema ambiental.
Consequências:
Problemas respiratórios.
Rodízio de automóveis.
“Efeito tampão”:
Cidades cercadas por morros, no verão, recebem as massas de ar quentes,
que formam um tipo de “tampão” sobre a atmosfera.
Inversão térmica natural no verão.
O problema agrava-se no inverno, pois os baixos índices pluviométricos
colaboram para dificultar a dispersão dos poluentes.
1.3.2 “Ilha de Calor”
Elevação de temperaturas de médias zonas centrais da mancha urbana, em
comparação com zonas periféricas ou rurais.
Variação térmica pode chegar a 7°C.
Acentua os índices de poluição nas grandes metrópoles.
Uma cidade pode ter vários índices de temperatura – Várias “ilhas de calor”.
Sobre a mancha urbana forma-se uma “cúpula” de ar pesado e poluído.
1.4 Impactos em Escala Regional e Global
1.4.1 Chuva Ácida
As chuvas são sempre ácidas – A combinação de gás carbônico e água na
atmosfera produzem ácido carbônico (H2CO3).
Chuva ácida – Elevação exagerada dos níveis de acidez da atmosfera (ácido
nitroso (HNO2), nítrico (HNO3) e sulfúrico (H2SO4)).
Principal responsável – Trióxido de enxofre (SO3 – Combinação de dióxido de
enxofre, oxigênio e dióxido de nitrogênio.
Ocorrem com mais freqüência nos países industrializados do Hemisfério Norte.
Corrói metais, pinturas e monumentos históricos.
Acidifica os lagos, matando a vida presente neles (pH mínimo para ocorrência
de vida: 2,3).
Destruição das florestas – Morte lenta da Floresta Negra da Alemanha.
China: maior país com chuva ácida do mundo.
No Brasil:
Ocorre em São Paulo.
Maior desastre: Cubatão.
1.4.2 Aquecimento Global
Efeito estufa acelerado pela ação antrópica.
Causas:
Queima de combustíveis fósseis e florestas – Gás carbônico.
Decomposição orgânica – Metano.
Consequências:
Derretimento das geleiras – Inundação de água potável.
A duplicação de concentração de dióxido de carbono pode elevar em 3°C a
temperatura e 20 centímetros o nível dos oceanos.
Escassez de água potável.
Aumento dos furacões.
Desequilíbrios nos ecossistemas – Extinção em massa e branqueamento
dos corais.
Tratado de Kyoto (1997):
Redução de CO2.
Assinado em 2005 (EUA não ratificou).
Solução:
Uso sustentável do planeta:
Diminuir a utilização de combustíveis fósseis.
Biodigestores.
Energia Nuclear.
1.4.3 Agravamento do Efeito Estufa
Tomada de consciência, pela primeira vez da história, da possibilidade de
destruição do próprio homem.
Efeito estufa:
Fenômeno natural para a vida na Terra.
Retenção de calor irradiado pela superfície terrestre, pelas partículas de
gases e de água em suspensão na atmosfera.
Raios de ondas curtas (ultravioleta) da luz do sol conseguem entrar na
atmosfera.
Raios de ondas longas (infravermelho) da luz do sol refletida pelo solo não
consegue atravessar a atmosfera, elevando a temperatura da Terra.
Agravamento do efeito estufa:
Desequilíbrio na composição atmosférica, provocado pelo aumento de
proporção dos gases estufas (metano, CFC, dióxido de carbono).
Começou desde a Revolução Industrial.
Atenção: o buraco na camada de ozônio não causa derretimento dos pólos,
que é culpa do aquecimento global.
Já está ocorrendo uma diminuição do buraco da camada de ozônio.
1.4.3 Destruição da Camada de Ozônio
Ozônio (O3) filtra a maior parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.
Raios ultravioletas provocam:
Câncer de pele.
Perturbações da visão.
Diminuição na velocidade da fotossíntese.
Perigosos para os animais e para o plâncton marinho – Interferem nos
mecanismos de reprodução.
1979: verificou-se que a concentração de ozônio na Antártida estava
diminuindo.
Há também mini-buracos no Pólo Norte.
Grande vilão: CFC (na época, usado em refrigeração e em aerossóis).
As temperaturas baixíssimas dos pólos favorecem a reação entre o ozônio e o
clorofluorocarbono.
1986: Protocolo de Montreal – 120 países assinaram o acordo para redução do
uso de CFC e interrupção de sua produção.
EUA, maior produtor de CFC do mundo – não ratificou o Protocolo de
Montreal.
2.0 Tempo e Clima
Tempo representa as condições atmosféricas de determinado lugar em dado
momento (estado momentâneo).
Clima é o somatório dos tempos atmosféricos em um determinado instante,
normalmente durante 30 anos.
A previsão do tempo é fornecida nos jornais, rádios e televisões.
2.1 Temperatura
Quantidade de calor que o ar contém. Medida pelo termômetro e pelo
termógrafo.
Essa quantidade de energia que atinge a superfície da Terra é chamada de
insolação.
As linhas que ligam os pontos de igual temperatura, em mapas, são chamadas de
isotermas.
2.1.1 Fatores de Variação de Temperatura
Altitude – A Terra se aquece de baixo para cima, portanto, quanto mais altitude
o terreno apresenta, mais frio fica (a cada 1000m de altitude reduz-se 6°C).
Latitude:
Baixa latitude: raios solares perpendiculares – Maior aquecimento.
Alta latitude: raios solares oblíquos – Menor aquecimento.
Estações do Ano.
Continentalidade e Maritimidade – Os continentes aquecem-se e resfriam-se
mais rápido que os oceanos. Quanto mais distante a área continental estiver dos
oceanos, maior a sua amplitude térmica (continentalidade térmica) e menor é a sua
evaporação, umidade, precipitação e temperatura.
Correntes marítimas:
Quentes:
Alta evaporação e salinidade.
Pouca piscosidade (cardumes).
Alta umidade e biodiversidade.
Baixa amplitude térmica diária.
Turismo.
Frias:
Baixa evaporação e umidade (formação de desertos).
Baixa salinidade – Alta piscosidade.
Congela portos no inverno.
Vegetação – Os vegetais absorvem calor durante o dia e o libera à noite, ou seja,
quanto mais áreas verdes o local apresentar, menos amplitude térmica diária terá.
2.2 Pressão Atmosférica
Constante modificação.
Pressão é o peso que o ar exerce sobre a superfície terrestre. Medida pelo
barômetro e pelo barógrafo.
As linhas que ligam os pontos de igual pressão, em mapas, são chamadas de
isóbaras.
Ciclones:
Áreas de baixa pressão.
Tempo instável.
Pontos de atração de massas de ar.
Anticiclones:
Áreas de alta pressão.
Tempo estável.
Centros de expulsão de massas de ar.
2.2.1 Fatores de Variação de Pressão Atmosférica
Altitude – O mais importante. Quanto maior for a altitude, mais rarefeito é o ar e
menos é a pressão atmosférica.
Temperatura – Obedece na ordem inversa da temperatura, sendo que só serve de
fator de análise se os pontos em estudo estiverem em altitudes semelhantes.
Umidade – O volume do vapor d’água pesa menos que o volume de ar seco.
Quanto mais úmido for, menor será a pressão atmosférica.
2.3 Ventos
Ar atmosférico em movimento.
Primeira Lei da Circulação Atmosférica:
Buys Ballot.
Os ventos sempre sopram das áreas de alta pressão para as áreas de baixa
pressão.
Velocidade do vento é medida por anemoscópio (biruta).
2.3.1 Tipos de Ventos
2.3.1.1 Ventos Planetários ou Constantes
Sopram o ano todo.
Ventos alísios:
Sopram dos Trópicos para o Equador, onde se aquecem, formando
correntes convectivas.
A zona de convergência chama-se convergência intertropical (CIT) ou
doldrum.
Rotação da Terra – Desvio para o oeste, originando alísios de sudeste
(hemisfério sul) e alísios de nordeste (hemisfério norte).
Contra-alísios:
Sopram do Equador para os Trópicos.
Elevadas altitudes.
Ventos secos.
Polares – Ventos frios que sopram dos pólos para as latitudes médias.
2.3.1.2 Ventos Continentais ou Periódicos
Sopram do continente para o mar e vice-versa.
Comportamento sazonal dos ventos – Continentalidade e maritimidade.
Brisas:
Brisas marítimas: Sopram, durante o dia, do mar para o continente.
Brisas terrestres: sopram, durante a noite, do continente para o mar.
Monções:
Monções de inverno:
Sopram da Ásia para o oceano Índico.
Frio e seco.
Monções de verão:
Sopra do oceano Índico para a Ásia.
Chuvas abundantes em vasta porção do Sul e Sudeste asiático.
2.3.1.3 Ventos Ciclônicos
Sopram circularmente em torno de áreas de baixas pressões.
Furacão:
EUA e América Central.
Raio: 300 km.
Duração: dias.
Surge nos oceanos.
Tornado:
México e África.
Raio: 3 km.
Duração: 20 minutos.
Surge nos lugares planos.
Tufão:
Ásia.
Raio: 300 km.
Duração: dias.
Surge nos oceanos.
2.3.1.4 Ventos Locais
Sopram em determinadas regiões.
Bora:
Frio e seco.
Sopra do mar Glacial Ártico para o centro e sul da Europa.
Simum:
Quente e seco.
Primavera e verão.
Sopra do sul do Saara para o norte.
Siroco:
Quente e seco.
Primavera.
Sopra do Saara para o sul da Europa (Espanha e Itália).
Minuano:
Sopra do sul da Argentina (deserto da Patagônia) para o Uruguai,
chegando ao Rio Grande do Sul.
2.4 Umidade Atmosférica
Presença de vapor de água na atmosfera. Depende da:
Intensidade das radiações solares.
Extensão da superfície evaporante.
Atuação dos ventos.
Varia de lugar para outro, e num mesmo lugar (em função do tempo e das
estações do ano).
2.4.1 Precipitações Atmosféricas
2.4.1.1 Neve
Cristalização do vapor de água.
Formas variadas, estrutura hexagonal.
Temperatura atmosférica baixa para evitar que os cristais entrem em fusão.
Acúmulo de neve nas regiões polares e nas altas montanhas – Geleiras.
2.4.1.2 Granizo
Constituído de gelo (chuva de pedra).
Fortes correntes convectivas.
Durante o verão, durante trovoadas e tempestades.
Causa danos consideráveis – Agricultura.
2.4.1.3 Chuva
Precipitação mais comum e benéfica para a vida na Terra.
Classificação das chuvas por volume (média anual):
Insuficientes: - de 250 mm.
Escassas: 250-500 mm.
Suficientes: 500-1000 mm.
Abundantes: 1000-2000 mm.
Excessivas: + de 2500 mm.
Tipos de chuvas:
Convectivas:
Excesso de calor e umidade.
Chuvas torrenciais.
Verão.
Frontais:
Encontro das massas de ar frias e quentes.
Outono-inverno.
Finas e duradouras.
De relevo (orográficas).
2.5 Massas de Ar no Brasil
O funcionamento das massas de ar depende do Equador Térmico, sendo este
relacionado à translação da Terra.
Verão no hemisfério Sul – Equador térmico perto do Trópico de Capricórnio.
Inverno no hemisfério Sul – Equador térmico perto do Trópico de Câncer.
Normalmente as massas de ar continentais são secas e as atlânticas úmidas.
2.5.1 mEc
Massa Equatorial Continental.
Quente e úmido (Amazônia).
Verão – Desloca-se para a região Centro-Oeste.
Inverno – Desloca-se para a região Norte do país.
2.5.2 mTc
Massa Tropical Continental.
Quente e seco.
Outono-inverno – Desloca-se para a região central do país.
Estação de Seca no cerrado brasileiro.
2.5.3 mEa
Massa Equatorial Atlântica.
Quente e úmida.
Verão – Desloca-se para a região Norte do país, substituindo o espaço
abandonado pela mEc.
2.5.4 mTa
Massa Tropical Atlântica.
Quente e úmida.
Costa leste do Brasil.
Chuvas orográficas durante o ano todo.
2.5.5 mPa
Massa Polar Atlântica.
Fria e seca (no início, fria e úmida).
Outono-inverno.
Primeiro ramo:
Litoral brasileiro.
Chuvas frontais.
Segundo ramo:
Bacia Platina.
Geadas do Sul e Sudeste do Brasil.
Terceiro ramo:
Planície do Pantanal e Amazônia.
Friagem na Amazônia.
2.6 El Niño
Fenômeno anormal, natural e irregular de aquecimento das águas do Pacífico
Tropical no verão.
Causa alterações climáticas no mundo todo.
Brasil:
Secas no Norte-Nordeste.
Enchentes no Centro-Sul.
2.7 La Niña
Fenômeno anormal, natural e irregular de resfriamento em excesso das águas do
Pacífico Tropical no inverno.
Causa alterações climáticas no mundo todo.
Brasil:
Chuvas excepcionais no Norte-Nordeste.
Estiagem (secas e geadas) no Centro-Sul.
2.8 Climas do Brasil
A climatologia brasileira é formada pelo encontro das massas de ar.
2.8.1 Equatorial
Chuvas abundantes.
Baixa amplitude térmica.
2.8.2 Semi-árido
Chuvas escassas e irregulares.
Alta amplitude térmica diária.
2.8.3 Tropical úmido
Chuvas concentradas no outono e inverno.
Baixa amplitude térmica.
2.8.4 Subtropical
Chuvas bem distribuídas o ano todo.
Estações bem definidas.
Alta Amplitude térmica anual.
2.8.5 Tropical (Semi-úmido)
Duas estações bem definidas.
Verão úmido e inverno seco.
2.8.6 Tropical de Altitude
Ocorre por causa da altitude elevada – Serras e planaltos do Leste e Sudeste
brasileiro.
Médias térmicas baixas.
Elevados índices pluviométricos concentrados no verão.
2.9 Clima da Bahia
2.9.1 Oeste Baiano
Tropical semi-úmido.
Barreiras – Agronegócio (soja).
2.9.2 Sertão
Semi-árido.
Juazeiro – Frutas (uva).
Itapetinga – Pecuária extensiva (gado bovino).
Agropecuária de subsistência (caprino e cabra).
2.9.3 Agreste
Semi-úmido.
Feira de Santana – Avicultura, comércio, pecuária e serviços.
2.9.4 Litoral
Tropical Úmido.
Turismo, plantation (cana e cacau), petróleo, indústria (RMS – Região
metropolitana de Salvador):
Pólo (Ford) – Camaçari
CIA – Simões Filho
Refinaria (L. Alves) – São Francisco do Conde.
Pólo de Informática (BAHIATEC) – Ilhéus.
3.0 Mapas
3.1 Clima do Nordeste
3.1 Pluviosidade
3.3 Massas de Ar e Clima
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