008TMP RESUMO ASPECTOS ECONÔMICOS DO EXTRATIVISMO DO BARU NO VALE DO URUCUIA, MINAS GERAIS. O Cerrado é caracterizado por uma grande biodiversidade, no entanto vem sofrendo uma grande perda de sua área original, sendo necessário desenvolver pesquisas para estimular o uso sustentável dos recursos naturais. As vantagens do crescimento do comércio de produtos florestais não madeireiros devem-se, principalmente, à possibilidade de conciliar desenvolvimento à conservação da biodiversidade. A espécie baruzeiro possui características nutricionais e funcionais diferenciadas, nos últimos anos o comércio de suas castanhas vem se destacando como fonte geradora de renda para as famílias agroextrativistas. O objetivo desse estudo foi à análise econômica e financeira da produção de castanha de baru na região do vale do Rio Urucuia, analisando o perfil dos agroextrativistas, caracterizando seu processo produtivo, as variáveis técnicas, rendimentos operacionais, em especial os custos e receitas da atividade. Foi analisado o efeito da escala de produção na viabilidade de diferentes projetos agroextrativistas, estudando o efeito da sazonalidade e volatilidade na renda das famílias envolvidas. As principais contribuições desse trabalho para a política florestal é a revisão e melhorias na estimativa do custo de produção da economia extrativista e simulação da capacidade de investimento do agricultor familiar em melhorias em sua propriedade e no processo produtivo. Os indicadores de rentabilidade utilizados foi a receita líquida (RL), a renda do trabalho familiar (RTF) e a remuneração da mão-deobra familiar (RMOF). Esse último tem o objetivo de analisar se o trabalho desenvolvido está pagando seu custo de oportunidade. Para a análise financeira, utilizou-se como indicadores de resultado econômico, o valor presente líquido (VPL), o benefício periódico equivalente (BPE) e o custo médio de produção (CMPr), que têm, como vantagem, o fato de considerarem o efeito da dimensão tempo na variação do capital. O extrativismo do baru se mostrou viável economicamente em todos indicadores de rentabilidade, com exceção a receita líquida dos agroextrativistas médios na safra de 2014. Ao analisar a viabilidade financeira da atividade extrativa, na perspectiva da execução um investimento na construção de infraestrutura de armazenamento da produção, o extrativismo se mostrou viável somente para os agroextrativistas que se organizam coletivamente, demonstrando a baixa capacidade de investimento em infraestrutura dos agricultores familiares. O beneficiamento dos frutos mostrou-se determinante nos custos de produção e todos os indicadores de rentabilidade responderam positivamente ao aumento de escala. Dentro dos projetos avaliados, todos remuneraram acima do custo de oportunidade, provando a importância do extrativismo na economia da agricultura familiar e na fixação do homem no campo. Os resultados demonstram a necessidade de continuidade e melhorias em políticas públicas para a atividade extrativista, o cultivo racional deve ser estimulado, permitindo diminuir o impacto da volatilidade da produção na viabilidade econômica e financeira. Palavras-chave: Indicadores econômicos, custos de produção, agroextrativismo.