No Brasil o mercado é voltada para o consumo de abacaxi `in

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PEREIRA, A.C.C.P.; NAVES, R.V.; NASCIMENTO, J.L. do; MELO, C.de O. Características fenológicas do
abacaxi cv. Pérola sob condições de sequeiro na região do Cerrado. In: CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E
EXTENSÃO DA UFG – CONPEEX, 2., 2005, Goiânia. Anais eletrônicos do XIII Seminário de Iniciação
Científica [CD-ROM], Goiânia: UFG, 2005. n.p.
ASPECTOS FENOLÓGICOS DO ABACAXI CV. PÉROLA EM CONDIÇÕES DE
SEQUEIRO NA REGIÃO DO CERRADO
PEREIRA, Arcângela Custódia da Conceição Pedreira1; NASCIMENTO, Jorge
Luiz do2; MELO, Christiane de Oliveira3; NAVES, Ronaldo Veloso4.
Palavras-Chave: Folha ‘D’, Crescimento vegetativo.
1. INTRODUÇÃO
O mercado brasileiro de abacaxi é voltado para o consumo ‘in natura’, dentre as
variedades comercializadas predomina a cv. ‘Pérola’, sendo considerada ideal para o
consumo ao natural devido a sua polpa suculenta e saborosa. Apesar da importância
econômica dessa cultivar, o estudo do desenvolvimento vegetativo da planta tem sido
escasso. Este estudo é importante, pois a massa e as dimensões do fruto estão
relacionados com o estádio de desenvolvimento vegetativo atingido pela planta no
momento da indução floral e, portanto, com o acúmulo de reservas durante a fase
vegetativa (GIACOMELLI,1982; REINHARDT & CUNHA, 1982). Existe uma correlação
entre o tamanho da planta e a massa do fruto para uma determinada região. A indução
de plantas pequenos pode diminuir consideravelmente o rendimento da cultura,
produzindo frutos pequenos decorrentes da pequena área foliar. CUNHA (1998)
induzindo plantas da cultivar Smooth Cayenne com comprimento entre 70-80 cm ou
80g de peso fresco, obteve frutos de 1,5 Kg. Para a produção de frutos com 1,7 Kg a
indução deve ser feita, quando a folha ‘D’ alcançar 90-95 g ou no mínimo, 80-85 g, sob
boas condições de cultivo. O conhecimento sobre o crescimento da planta do abacaxi é
fundamental para o manejo correto da cultura, podendo também auxiliar na definição de
parâmetros mais adequados para avaliação do crescimento da planta nas diversas
fases do ciclo (REINHARDT & MEDINA,1992). O objetivo desse trabalho foi
acompanhar o desenvolvimento vegetativo do abacaxi cv. Pérola, sob condições de
sequeiro no Cerrado Goiano.
2. METODOLOGIA
2.1 - Amostragem
O experimento foi realizado com a cultura de abacaxi (Ananas comosus (L.) Merril)
variedade ‘Pérola’, no período de janeiro a julho/2005, na área experimental da Escola
de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, localizada
no município de Goiânia, Goiás, a 16º 36’ de latitude sul, 49º 17’ de longitude Oeste e
altitude de 730 m. A precipitação média pluviométrica anual é de 1.578 mm, sendo
novembro a março os meses mais chuvosos, enquanto junho a agosto os meses mais
secos. A temperatura média de janeiro a julho/2005 foi de 22,7°C, com médias mínimas
e máximas de 17,8 e 30,6°C, respectivamente. O plantio foi realizado em fileiras duplas
alternando as plantas no espaçamento de 1,4mx0,5mx0,4m, com mudas tipo filhote
provenientes de Miracema-TO, com comprimento e peso médio de 18,5 cm e 255 g.
PEREIRA, A.C.C.P.; NAVES, R.V.; NASCIMENTO, J.L. do; MELO, C.de O. Características fenológicas do
abacaxi cv. Pérola sob condições de sequeiro na região do Cerrado. In: CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E
EXTENSÃO DA UFG – CONPEEX, 2., 2005, Goiânia. Anais eletrônicos do XIII Seminário de Iniciação
Científica [CD-ROM], Goiânia: UFG, 2005. n.p.
2.2 Determinação das medidas de crescimento.
Após o terceiro mês do plantio (abril/2005) iniciaram-se as leituras mensalmente em
cinco plantas escolhidas aleatoriamente para determinação do comprimento e largura
da folha ‘D’ e do número de folhas por planta.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As folhas ‘D’ (Figura 1) atingiram 39,65cm de comprimento no mês de abril,
aumentando 21,15cm em relação à época de plantio, correspondendo a um
crescimento de 114%. No período compreendido entre os meses de abril a junho,
verificou-se um crescimento acentuado de 35,20%. Enquanto de junho a agosto o
crescimento comparativamente foi menor, representando um aumento de apenas
6,11%. O maior crescimento do comprimento da folha ‘D’ entre janeiro e junho,
coincidiu com o período de maior precipitação total (873,2mm), e o menor crescimento
nos meses com precipitação total de 3,4mm. Esta redução no crescimento pode está
relacionada com as baixas precipitações, demonstrando a importância da irrigação para
a cultura do abacaxizeiro. Segundo Almeida & Oliveira (2001), a ocorrência de três
meses consecutivos com chuvas inferiores a 15 mm/mês, a irrigação se faz necessário
para não comprometer o crescimento e/ou desenvolvimento, e por conseqüência a
produtividade e a qualidade dos frutos.
a
60
5,0
50
(cm)
40
(cm)
b
4,0
30
20
3,0
2,0
1,0
10
0,0
0
Abril
Maio
Junho
Mês
Julho
Agosto
Abril
Maio
Junho
Julho Agosto
Mês
Figura 1. Comprimento (a) e largura (b) da folha ‘D’de abacaxi cv. ‘Pérola’ em condições de
sequeiro na região do cerrado, no período de abril a agosto de 2005, Goiânia-GO.
O comprimento da folha ‘D’ do abacaxizeiro no mês de agosto foi de 56,92 cm, sendo
inferior ao limite de 70 cm estabelecido por Cunha (1998), para a prática da indução
artificial. Segundo Sampaio et al. (2000), a avaliação deste parâmetro é fundamental
para a determinação do momento ideal do tratamento da indução floral, a fim de
conciliar uniformidade de florescimento com frutos de tamanho comercial. Neste
trabalho, a largura da folha ‘D’ teve um comportamento semelhante ao comprimento da
folha ‘D’ até o mês de junho, no entanto entre os meses de junho e agosto, houve uma
redução da largura da folha ‘D’, indicando a sensibilidade deste parâmetro as baixas
precipitações.
PEREIRA, A.C.C.P.; NAVES, R.V.; NASCIMENTO, J.L. do; MELO, C.de O. Características fenológicas do
abacaxi cv. Pérola sob condições de sequeiro na região do Cerrado. In: CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E
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4. CONCLUSÃO
Nas condições deste trabalho a largura e comprimento da folha ‘D’ foram diretamente
influenciados pela precipitação pluviométrica. A largura da folha ‘D’ foi mais sensível as
baixas precipitações, sendo melhor indicada para verificação do stress hídrico da
planta.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, O. A. de ; OLIVEIRA, L. de A. Irrigação. In: REINHRDT, D. H.; SOUZA, L. F. da S. ;
CABRAL, J. R. S. (Org.). Abacaxi irrigado em condições semi-áridas. Cruz das Almas:
EMBRAPA, 2001, p.25-49.
CUNHA, G. A. P. da. Controle da época de produção do abacaxizeiro. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 19, n. 195, p.29-32, 1998.
GIACOMELLI, E. J. Expansão da abacaxicultura no Brasil. Campinas, Fundação Cargil,
1982, 79p.
SAMPAIO, A. C.; OLIVEIRA, O. M.; FUMIS, T. de F. Influência de doses de uréia e épocas de
plantio sobre o crescimento vegetativo e a diferenciação floral do abacaxizeiro cv. Smooth
Cayenne. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.22, n.2, p.277-280, 2000.
REINHARDT, D. H. R. C. & CUNHA, G. A. P da. Indução floral do abacaxi cv. Pérola em função
da época da última adubação. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v.4, p.7-14,
1982.
REINHARDT, D. H. R. C. & MEDINA, V. M. Crescimento e qualidade do fruto do abacaxi cvs.
Pérola e Smooth Cayenne. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 27, n.3, p. 435-447,
1992.
FONTE DE FINANCIAMENTO – CNPQ
1
Bolsista de Pós-Gradução. Escola de Agronomia e Engenharia de alimentos – UFG, arcâ[email protected]
Co-Orientador/Escola de Agronomia e Engenharia de alimentos – UFG.
3
Aluna do Curso de Agronomia, Escola de Agronomia e Engenharia de alimentos – UFG.
4
Orientador/Escola de Agronomia e Engenharia de alimentos – UFG.
2
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