FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina Nívia Juliana Rodrigues de Oliveira INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA NOS IDOSOS ASSISTIDO PELO GRUPO RAIO DE SOL SESC-PARACATU NO PERÍODO DE FEVEREIRO A JUNHO DE 2015 Paracatu/MG 2015 Nívia Juliana Rodrigues de Oliveira INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA NOS IDOSOS ASSISTIDO PELO GRUPO RAIO DE SOL SESC-PARACATU NO PERÍODO DE FEVEREIRO A JUNHO DE 2015 Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma como requisito parcial para obtenção do Titulo de Bacharel em Biomedicina Orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva Orientador Metodológico: Geraldo Benedito Oliveira Paracatu/MG 2015 Oliveira, Nívia Juliana Rodrigues de. Incidência de Infecção Urinária Nos Idosos Assistido Pelo Grupo Raio de Sol Sesc-Paracatu no Período de Fevereiro a Junho de 2015 Nívia Juliana Rodrigues de Oliveira – Paracatu, 2015 65p. Orientadora: Claudia Peres da Silva. Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Biomedicina da Faculdade TECSOMA. 1. Introdução. 2. Referencial teórico. 3. Urocultura. 4. Metodologia. 5. Resultados e Discussão. 6. Conclusão. CDU: 616.071 Nívia Juliana Rodrigues de Oliveira INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA NOS IDOSOS ASSISTIDO PELO GRUPO RAIO DE SOL SESC-PARACATU NO PERÍODO DE FEVEREIRO A JUNHO DE 2015 Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma como requisito parcial para obtenção do Titulo de Bacharel em Biomedicina _________________________________________________ Mestre Cláudia Peres da Silva Orientadora Temática __________________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira Orientador metodológico __________________________________________________ Douglas Gabriel Pereira Professor Convidado Paracatu, 14 de Dezembro de 2015 A Deus, por me dar toda força necessária para concretizar este sonho. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus pelo dom da vida e por me conceder a chance de chegar até aqui. Agradeço aos meus pais, irmãos e familiares pelo apoio durante esta caminhada. À minha coordenadora e orientadora Cláudia Peres da Silva pelo apoio durante o curso e pelo período da execução deste trabalho. Á professora Rita de Cássia Medeiros de Oliveira e toda equipe do Laboratório CEACLIN pelo apoio no fornecimento de materiais para a realização deste. Ao meu namorado Ismael pelo apoio durante meus dias de alegria, tristezas e angústias. As minhas amigas da biblioteca, Cecília, Rosangela e Elidê pelo apoio durante a concretização deste. Aos meus professores, agradeço por todos os ensinamentos e puxões de orelha. Aos meus colegas o meu muito obrigado durante esta caminhada. Agradeço a Sra. Daniella Aparecida Soares Vilela, Nara Lídice Carvalho Gouveia, por conceder o espaço SESC para a realização do estudo. E a todos os idosos do Grupo Raio de Sol SESC pela colaboração na pesquisa. RESUMO Trata-se de um estudo investigativo de caráter quanti-qualitativo descritivo, cuja amostra foi constituída por 19 idosos, sem características de infecção urinária. Com o avançar da idade, as pessoas tem maiores chances de desenvolverem quadro de infeção urinária, tendo em vista as modificações fisiológicas e anatômicas ocorridas no trato urinário. Por isso vê-se a necessidade da realização periódica de exames urinários tendo em vista que grande parte das infecções do trato urinário apresentase assintomáticas, dificultando assim, o seu diagnóstico. Estudos comprovam que a infecção do trato urinário é responsável por grande taxa de bacteremia, internações hospitalares, e até mortalidade. Este estudo revelou a faixa etária 61 a 70 anos correspondendo a 47% dos entrevistados sem relação a renda familiar, 42% dos idosos entrevistados vivem com 2 salários mínimos e 37% convivem com apenas 1 salario mínimo, tendo a renda geral de 1 a 2 salários mínimos. Questionados quanto a realização de exames urinários 53% dos idosos realizam com frequência estes exames. Quando questionados as características sintomatológicas de infecção urinária, 55% dos idosos avaliados não apresentaram qualquer sintomatologia, contudo destes, 4 idosos obtiveram crescimento bacteriano, sendo a mais predominante a Escherichia coli representando 75% do total de culturas positivas. Com base neste estudo é possível verificar que os resultados foram satisfatórios no que reflete à profilaxia dos idosos. Mediante os resultados, é possível verificar que os idosos estão cada vez mais buscando cuidados com a sua saúde, aumentando assim a sua expectativa de vida. PALAVRAS-CHAVE: Infecção urinária. Idosos. Urinálise. Urocultura. Bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Escherichia coli. ABSTRACT The present survey has a character of quality and quantity descriptive, in which the sample has been constituted by 19 seniors, with no features of urine infection. As the age grows the chances to develop urine infection grows at a bigger proportion to the people because of physiologic and anatomic changes that occur in the urinary tract. Therefore is necessary to perform frequent urine exams since the major part of the urine infections do not present symptoms, making it difficult to diagnose. Scientific studies prove that the urine infection is responsible for a big tax of bacteremia, hospitalizations and even death. This report revealed the age of 61 to 70 years old corresponding to 47% of the interviewed with no relation to family income, 42% of the interviewed elderly live with 2 minimum salaries and 37% have just one minimum salary, in which the general income is about 1 to 2 minimum salary. A number of 53 of the interviewed pointed that they perform frequent urine exams. Once questioned about the symptomatic features of urine infection, 55% of the interviewed didn´t present any symptomatology, however 4 interviewed among them presented a bacterial growth in which the most prevalent was the Escherichia coli representing 75% in the total of positive culture. Based on this study it is possible to check that the results were positive as regards the prevention of the seniors. Upon the results, it is possible to verify that the elderly are more concerned about health increasing their life expectancy. Keywords: Urine infection. Elderly. Seniors. Urinalysis. Urine culture. Grampositive and gram-negative. Escherichia coli. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Sistema urinário ........................................................................................ 29 Figura 2 - Tipos de morfologia bacteriana ................................................................. 42 Figura 3 - Esquema do Meio de Rugai Modificado (IAL) ........................................... 47 Figura 4 - Reação bioquímica do Rugai modificado .................................................. 48 Figura 5 - Organograma ............................................................................................ 58 LISTA DE GRAFICOS Gráfico 01 - Faixa etária dos idosos integrantes do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19)................................................ 59 Gráfico 02 - Renda familiar dos idosos integrantes do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19)................................................ 60 Gráfico 03 - Relação de idosos que realizam exames urinários com frequência do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) ....... 61 Gráfico 04 - Relação de características típicas apresentadas pelos idosos do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) ................. 62 Gráfico 05 – Quantidade de água ingerida pelos idosos do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19)................................................ 63 Gráfico 06 - Predominância bacteriana em amostras urinárias dos idosos do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) ................. 64 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Tipos de amostras de urina ................................................................... 31 TABELA 2 - Variações de cores da amostra urinária ................................................ 33 TABELA 3 - Bactérias associadas à infecção do trato urinário ................................. 43 TABELA 4 - Tipos de meios de cultura...................................................................... 45 LISTA DE SIGLAS µl – Microlitros CLED – Cistina Lactose-Eletrólito-Deficiente E.coli – Escherichia coli H2S – gás sulfídrico IAL – Instituto Adolfo Lutz IRAS – Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde ITU – infecções do trato urinário ml – Mililitro NaCl – Cloreto de Sódio NCCLS – National Committee for Clinical Laboratory Standards Ufc/ml – Unidades formadoras de colônias por mililitro SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 25 1.1 Justificativa ....................................................................................................... 26 1.2 Objetivos ........................................................................................................... 27 1.2.1 Objetivo geral.................................................................................................. 27 1.2.2 Objetivos Específicos...................................................................................... 27 2 REFERENCIAL TEóRICO .................................................................................... 28 2.1 Anatomia e fisiologia do sistema urinário.......................................................... 28 2.2 Exame de urina tipo 1 ou rotina de urina – URINÁLISE ................................... 29 2.3 Coleta da amostra urinária ................................................................................ 30 2.4 Exame físico da urina ....................................................................................... 31 2.5 Exame químico ................................................................................................. 33 2.5.1 pH ................................................................................................................... 34 2.5.2 Proteínas ........................................................................................................ 34 2.5.3 Glicose ............................................................................................................ 35 2.5.4 Bilirrubina ........................................................................................................ 36 2.5.5 Sangue ........................................................................................................... 36 2.5.6 Cetona ............................................................................................................ 37 2.5.7 Urobilinogênio ................................................................................................. 37 2.5.8 Nitrito .............................................................................................................. 38 2.5.9 Esterase leucocitária....................................................................................... 38 2.6 Análise microscópica do sedimento urinário ou sedimentoscopia .................... 39 3 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM IDOSOS ................................................ 40 4 UROCULTURA ..................................................................................................... 41 4.1 Morfologia bacteriana ....................................................................................... 42 4.2 Principais patógenos das via urinárias .............................................................. 43 4.3 Meios de cultura empregados na urocultura ..................................................... 44 4.4 Identificação bacteriana .................................................................................... 49 4.4.1 Coloração de Gram......................................................................................... 49 4.4.2 Identificação de bactérias gram-positivas ....................................................... 50 4.4.3 Identificação de enterobactérias ..................................................................... 51 4.5 Antibiograma ..................................................................................................... 51 5 METODOLOGIA ................................................................................................... 52 5.1 Tipo de estudo .................................................................................................. 52 5.2 Local de estudo................................................................................................. 52 5.2.1 Caracterização do município .......................................................................... 52 5.2.2 Caracterização do local de estudo .................................................................. 52 5.3 Delimitação do público alvo .............................................................................. 53 5.4 Análise estatística ............................................................................................. 54 5.5 Instrumento utilizado ......................................................................................... 54 5.6 Aspectos éticos ................................................................................................. 54 5.7 Desenvolvimento do estudo .............................................................................. 54 5.7.1 Orientações para a coleta urinária e transporte da amostra ........................... 55 5.7.2 Análise das amostras urinárias ....................................................................... 56 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 59 7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 66 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 APÊNDICE ................................................................................................................ 71 25 1 INTRODUÇÃO O sistema urinário é o sistema responsável pela filtração sanguínea e produção da urina. Em condições normais, o homem possui um par de rins, sendo este localizado na porção posterior do abdômen, tendo como unidade funcional, os néfrons. O aparelho urinário conta ainda com uma bexiga, dois ureteres e uma uretra. Em condições normais, o sistema urinário encontra-se em homeostasia, onde os rins exerce sua função de filtração sanguínea, formação da urina e excreção de sustâncias tóxicas. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). O exame de urina pode fornecer uma quantidade significativa de informações. O exame cuidadoso permite a detecção de processos patológicos intrínsecos ao sistema urinário, sejam funcionais, estruturais. A progressão o a regressão de várias lesões também pode ser monitorada, causando o mínimo de perturbação ao paciente. (PHERSON; PINCUS, 2012). Filho e outros (2010) definem infecção urinária da seguinte forma: ITU é definida pela presença de bactéria na urina tendo como limite mínimo definido a existência de 100.000 unidades formadoras de colônias bacterianas por mililitro de urina (105ufc/ml).Os sinais e sintomas associados à infecção urinária incluem polaciúria, urgência miccional, disúria, alteração na coloração e no aspecto da urina, com surgimento de urina turva acompanhada de alterações no sedimento urinário, hematúria e piúria (>10.000 leucócitos/mL). É comum a ocorrência de dor abdominal mais notadamente em topografia do hipogástrio (projeção da bexiga) e no dorso (projeção dos rins) podendo surgir febre. A infecção do trato urinário, que popularmente também é conhecida como infecção urinária, pode ocorrer em várias localidades do aparelho urinário. E esta diferença de localização é o que denominará o processo infeccioso. O sexo feminino é mais vulnerável do que o sexo masculino para ocorrência de infecção urinária. Mulheres adultas têm 50 vezes mais chances de adquirir ITU do que os homens e 30% das mulheres apresentam ITU sintomática ao longo da vida. Como a principal rota de contaminação do trato urinário é por via ascendente, atribui-se esse fato à menor extensão anatômica da uretra feminina e à maior proximidade entre a vagina e o ânus wcaracterística da genitália feminina. (FILHO et al., 2010). A infecção do trato urinário (ITU) é uma patologia extremamente frequente, que ocorre em todas as idades, do neonato ao idoso, mas durante o primeiro ano de vida, devido ao maior número de malformações congênitas. (HEILBERG; SCHOR, 2003). 26 As infecções do trato urinário se destacam não só pela sua frequência como também pela possibilidade de causarem complicações graves, como insuficiência renal e septicemia. ITUs são diagnosticadas sem dificuldades nos pacientes sintomáticos. (SILVA; et al., 2005). As infecções do trato urinário são as infecções mais comuns em populações idosas. Ocorrem como resultado da interação entre virulência bacteriana e fatores biológicos e comportamentais do hospedeiro. (DALLACORTE; SCINEIDER; BENJAMIN, 2007). Nesse contexto, os fatores de virulência bacterianos são importantes, pois influenciam no grau de acometimento da infecção. Os agentes etiológicos frequentemente envolvidos são microrganismos gram-negativos entéricos principalmente a Escherichia coli. (MANSSOLI; et al., 2012). A incidência de ITU aumenta com a idade, sendo que mulheres acima de 65 anos apresentam maior taxa de hospitalizações por pielonefrite do que homens e mulheres mais jovens. Em idosos, as ITU são a causa mais comum de bacteremia, sendo responsáveis por altas taxas de morbimortalidade. (DALLACORTE, SCINEIDER, BENJAMIN, 2007). A maioria das ITU em idosos são assintomáticas. Sintomas clássicos de urgência miccional, disúria, hesitação e incontinência, muitas vezes são secundários a outras causas que não a ITU. (DALLACORTE, SCINEIDER, BENJAMIN, 2007). Devido a grande frequência de infecções do trato urinário vista na literatura, verifica-se uma necessidade de realizar uma pesquisa que faça o rastreamento da população acometida pela presença bacteriana, a fim de tratar e prevenir os agravamentos dessas infecções. 1.1 Justificativa Realizar um trabalho que vise à promoção da saúde humana tem grande impacto na sociedade, em virtude disso o presente projeto busca como meta realizar o rastreio dos idosos participantes do Grupo Raio de Sol que possui infecção urinária visto que este é um problema serio de saúde e que esta se tornando frequente na comunidade. Um projeto como esse tem grande significância dentro da sociedade uma vez que quando se trata a doença no seu estagio inicial o avanço para uma fase grave pode ser evitada. 27 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Realizar a análise urinária dos idosos do Grupo Raio de Sol SESC/Paracatu. 1.2.2 Objetivos específicos Identificar o conhecimento dos idosos participantes da pesquisa sobre infecção urinária por meio de questionário que será aplicado; Fazer a coleta de amostras para as análises; Realizar a avaliação microbiológica das amostras a serem analisadas; Verificar presença de microrganismos nas urinas analisadas. Identificar falhas higiênicas nos participantes da pesquisa. 28 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Anatomia e fisiologia do sistema urinário O sistema urinário é um sistema excretório composto de dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Os rins são órgãos formadores da urina. Cada rim é rodeado de uma cápsula protetora fibrosa. O hilo renal é a região côncava do rim, onde os vasos sanguíneos, vasos linfáticos os nervos e o ureter entram ou saem do rim. (ESTRIDGE; REYNOLDS 2011). Spence (1991) diz que, os rins são dois órgãos marrom-avermelhados situados na parede posterior da cavidade abdominal, um de cada lado da coluna vertebral. Aonde cada rim possui uma estrutura na sua porção superior formada por uma glândula endócrina denominada glândula supra-renal (adrenal). Interiormente, o rim têm três regiões principais: o córtex, que é a camada mais externa do tecido, abaixo da cápsula. A medula renal está abaixo do córtex e contem as pirâmides renais. A pelve renal é a expansão em forma de funil da porção superior proximal do ureter. (ESTRIDGE; REYNOLDS 2011). Cada rim contem cerca de 1 a 1,5 milhões de unidades funcionais chamados néfrons, sendo estes subdivididos em corticais e justamedulares. Os néfrons corticais representam cerca de 85% dos néfrons, estão situados, principalmente, no córtex do rim e sãos responsáveis pela remoção de resíduos de produtos e pela reabsorção de nutrientes. Os néfrons justamedulares têm alça de Henle profundas que se estendem para amedula do rim, tendo sua principal função a concentração da urina. (STRASINGER; DI LORENZO 2009). Os rins desempenham diversas funções, dentre elas incluem a regulação do equilíbrio hidroeletrolítico, regulação da osmolaridade dos líquidos corporais e das concentrações dos eletrólitos, regulação do equilíbrio acido-básico, excreção de produtos de degradação metabólica e substancias químicas estranhas, regulação da pressão arterial, secreção de hormônios e glicogênese. (GUYTON; HALL, 2008). 29 Figura 1 - Sistema urinário Fonte: Mundt; Shanahan, (2012, p.13). 2.2 Exame de urina tipo 1 ou rotina de urina – URINÁLISE Segundo Neves (2011), a urina é o produto final da excreção renal. Ela é composta principalmente de água (ao redor de 96%), e contém ureia, acido úrico, sais minerais e outras substâncias. Normalmente ela é expelida estéril e qualquer 30 alteração de suas características indica doença. Dessa forma, o exame de urina é um dos exames realizados na medicina humana e sua padronização e interpretação são fundamentais para a fisiopatologia das enfermidades. O estudo de amostras urinárias é o exame laboratorial mais antigo e começou a ser elucidado no século V antes de Cristo, quando Hipócrates iniciou a descrição das características físicas da urina da urina e correlacionou-as a algumas manifestações clinicas. Com isso a analise da urina, foi realmente o inicio da medicina laboratorial. (NEVES, 2011; STRASINGER; DI LORENZO 2009). Desde então a análise de urina vem evoluído e somando as peculiaridades físicas, outros aspectos investigativos foram incorporados como a análise química e sedimentoscopica. (COSTA, 2015). 2.3 Coleta da amostra urinária A realização de um exame de urina preciso deve começar com a técnica adequada de coleta. O primeiro passo importante consiste no uso de um recipiente limpo e seco, e descartável, uma vez que evita a possibilidade de contaminação oriunda de frascos de vidros lavados de forma inadequada. Amostras destinadas à cultura devem ser coletadas em frascos estéreis. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Segundo Neves (2011), a primeira urina da manhã é a mais adequada para a realização do exame porque apresenta concentração e acidez ideais. A urina deve ser examinada imediatamente após a micção, pois depois de 6 horas pode haver contaminação por bactérias, dissolução de células e cilindros e alteração do equilíbrio acidobásico. Caso não seja possível examinar imediatamente a amostra, manter sob refrigeração, ou então é recomendado a fixação da amostra com formalina. Contudo Strasinger e Di Lorenzo (2009) complementar que, apesar da formalina ser um bom conservante para sedimentos urinários, devem ser observados a quantidade de amostra utilizada, visto que este em grandes concentrações poderá provocar precipitações de proteínas, gerando resultados falso-negativos para substâncias redutoras. Para que uma amostra seja representativa de um estado metabólico do paciente, a regulamentação de determinados aspectos da coleta da amostra é, essencial. Aonde pode ser incluído o tempo, o volume e o método de coleta e o uso de medicamentos. Sendo assim necessária a instrução do paciente quanto aos procedimentos especiais de coleta. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). 31 Carvalhal, Rocha e Monti (2006) afirmam que normalmente a urina do jato médio é mais representativa da bexiga, sendo esta a técnica mais comumente empregada para obtenção de urina para urinálise e urocultura. TABELA 1 - Tipos de amostras de urina TIPO DE AMOSTRA Aleatória OBJETIVO Triagem de rotina Triagem de rotina Primeira da manhã Teste de gravidez Proteinúria ortostática Jejum (segunda da manhã) Triagem para diabetes/acompanhamento Duas horas pós-prandial Acompanhamento do diabetes Teste de tolerância à Opcional com amostras de sangue no teste de glicose tolerância à glicose 24 horas (ou cronometrada) Testes químicos quantitativos Cateterizada Cultura para bactérias Jato médio, com assepsia Punção suprapúbica Coleta em três frascos Triagem de rotina Cultura para bactérias Urina da bexiga para cultura para bactérias Citologia Infecção prostática FONTE: ADAPTADO DE STRASINGER; DI LORENZO (2009, p.37). 2.4 Exame físico da urina O exame físico da urina inclui a determinação da cor, o aspecto, a gravidade específica e o odor. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009; ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). A urina normal apresenta ampla variedade de cores, sendo determinada principalmente por sua concentração. Podendo variar de amarelo pálido a âmbar escuro, dependendo da concentração dos pigmentos urocromo (amarelo) e, em menor extensão, urobilina (laranja) e uroeritrina (vermelho). (MUNDT; SHANAHAN 2012). Indivíduos normais podem produzir urina de cor amarela pálida ou escura, e essas diferenças de tonalidades são indicações grosseiras de hidratação ou 32 concentração de urina. Aonde a urina de cor clara, tipicamente de baixa gravidade especifica, é excretada logo após alta ingestão de líquidos, enquanto a urina escura é observada a retenção líquida. (PHERSON; PINCUS, 2012). O aspecto é um termo geral que se refere à transparência/turvação de uma amostra de urina. No exame de rotina de urina, o aspecto é determinado pela mesma forma que a utilizada pelos antigos médicos: através do exame visual da amostra homogeneizada, mantendo-a em frente de uma fonte luminosa. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). Segundo Mundt e Shanahan (2012), a urina normal em geral é transparente, porem pode-se tornar turva em virtude da precipitação de fosfatos amorfos em urina alcalina ou de uratos amorfos em urina ácida. A urina pode mostrar-se turva pela presença de leucócitos ou células epiteliais e pela presença bacteriana. Sendo estas confirmadas em exame microscópico do sedimento urinário. O volume depende de vários fatores, como ingestão de líquidos, quantidade de resíduos que o rim necessita eliminar, equilíbrio ácido básico, idade, e etc. (NEVES, 2011; ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). A densidade é normalmente determinada empregando-se o refratômetro, o qual mede o índice de refração, que é uma comparação da velocidade da luz no ar com a velocidade da luz na urina. A concentração de partículas suspensas na urina determina a velocidade e o ângulo pelo qual a luz se dissipa nesta solução. Para a calibração do aparelho, utiliza-se uma gota de água destilada, que deve dar um resultado de 1.000. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). A gravidade especifica da amostra indica a proporção relativa de componentes sólidos dissolvidos em relação ao volume total da amostra. Portanto, essa medida reflete a densidade da amostra. A gravidade especifica pode ser determinada por diversas metodologias são elas, a tira reativa, o refratômetro, o urinômetro e o método do gotejamento (MUND; SHANAHAN, 2012). Apesar de não ter muito significado clinico na rotina do exame de urina, o odor é uma das propriedades que precisa ser observada. A urina que é expelida recentemente possui um odor aromático, mas com o tempo, a ureia vai se degradando e o cheiro de amônia torna-se mais evidente. Algumas causas podem levar a um odor incomum da urina, como infecções bacterianas, cetose diabética, defeitos graves no metabolismo e ingestão de alguns tipos de alimentos. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009; PHERSON; PINCUS, 2012). 33 COR TABELA 2 - Variações de cores da amostra urinária CAUSA MAIS FREQUENTE Amarela Urocromo, urobilina e uroeritrina. Amarelo Pálido Urina muito diluída Amarelo Âmbar Urina muito concentrada. Marrom Presença de bilirrubina ou biliverdina em grande quantidade. Produtos resultantes da oxidação de hemoglobina e mioglobina, metronidazol, porfirinas. Laranja Excreção de urobilina em grande quantidade ou presença de fenazopirimidima (Pyridium), nitrofurantoína, riboflavina, corantes de alimentos. Rosa Presença de sangue, uratos, porfirinas. Vermelho opaco Presença de sangue (hemácias) em grande quantidade, porfirinas. Vermelho brilhante Hemoglobina livre, fenotiazina, antraquinona, fenolftaleína ingestão de beterraba, ingestão de amoras (betacianina). Vermelho Mioglobina escuro/marrom Vermelho Porfirinas, corantes de alimentos, aminopirina, metildopa, escuro/púrpura fenotiazina. Verde/azul Azul de metileno, biliverdina, pseudômonas (piocianina), indometacina, síndrome da infusão de porfobol. Preta Ácido homogentísico, melanina, mioglobina, porfirinas, bilirrubina, fenol, cloroquina, levodopa, metronidazol, metildopa, hidroquinona. Púrpura Sulfato de Indoxil (Klebsiella, Providencia), ingestão de beterraba, ingestão de amoras (betacianina). Branca Lipúria, leucocitúria intensa, fosfatúria. Fonte: Adaptado de Strasinger; Di Lorenzo (2009, p.44-45). 2.5 Exame químico O exame químico de rotina da urina mudou drasticamente desde os primórdios testes na urina, devido ao desenvolvimento de métodos de tiras 34 reagentes para análise química, que permitem atualmente, um meio simples e rápido para realização de análises químicas da urina, de parâmetros significativos. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). O exame químico de urina durante a rotina inclui a leitura do pH, proteínas, glicose, cetonas, sangue oculto, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, esterase leucocitária, e um método com tira reagente de gravidade específica. (MUND; SHANAHAN, 2012). A tira reagente utilizada para a determinação do pH e densidade e a pesquisa de elementos químicos no exame de urina rotina é constituída por um suporte plástico contendo áreas impregnadas com reagentes químicos. A reação de cor se desenvolverá quando essas áreas químicas entrarem em contato com a urina. (LABTEST, 2015). 2.5.1 pH Os rins e os pulmões trabalham em harmonia para manter o equilíbrio ácidobásico. O pulmão secreta dióxido de carbono, enquanto a contribuição renal consiste em recuperar e gerar bicarbonato e secretar íons amônio. O túbulo proximal renal é responsável pela parcela correspondente à reabsorção/geração de bicarbonato, enquanto o túbulo distal exerce as funções remanescentes. (PHERSON; PINCUS, 2012). A urina normal é ligeiramente ácida, podendo o pH variar entre 4,5 e 8. Para a determinação do pH, utilizam-se tiras reagentes com graduação em cores, simples ou múltiplas. (NEVES, 2011). O pH urinário auxilia importantemente na detecção de doenças sistêmicas ácido-básico de origem respiratória e metabólica. Quando o paciente apresenta acidoses metabólicas ou respiratórias que não são relacionadas com a função renal, a ruína se apresenta ácida. Mas, se o paciente apresenta quadro de alcalose respiratória ou metabólica, a urina é alcalina. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). 2.5.2 Proteínas Em um rim normal, somente uma pequena quantidade de proteínas de baixa massa molecular é filtrada no glomérulo. A presença de quantidades aumentadas de proteínas na urina pode ser um importante indicador de doença renal. Pode 35 corresponder ao primeiro sinal de um problema grave, podendo manifestar-se antes de outros sintomas clínicos. Existem, entretanto, condições fisiológicas como exercícios físicos e febre, que podem levar à excreção aumentada de proteínas na urina na ausência de doença renal. Podem ocorrer também certos distúrbios renais com ausência de proteinúria. (MUND; SHANAHAN, 2012; STRASINGER; DI LORENZO, 2009). O teste é particularmente sensível à albumina e menos sensível às outras proteínas. (LABTEST, 2015). O método da fita reagente é uma técnica colorimétrica que se baseia no conceito erro proteico dos indicadores, este é um fenômeno em que o ponto de mudança de mudança de cor de alguns indicadores de pH é diferente na presença de proteínas quando se comparado da sua ausência, uma vez que as proteínas atuam como aceptores de íons de hidrogênio em pH constante. O desenvolvimento de qualquer cor de verde a azul indica a presença de proteínas. A intensidade da cor será proporcional à quantidade de proteínas presentes. (MUND; SHANAHAN, 2012). A incidência de uma proteinúria significativa detectada por urinálise na população idosa é substancialmente maior se comparada ao observado na população com menos de 60 anos de idade. (PHERSON; PINCUS, 2012). 2.5.3 Glicose A presença de quantidades significativas de glicose na urina recebe a denominação de glicosúria. Essa condição ocorre sempre que os níveis de glicose no sangue excedem a capacidade de reabsorção dos túbulos renais. Em geral, não haverá presença de glicose na urina até que o nível sanguíneo exceda 160 a 180 mg/dL, que corresponde o limiar renal para a glicose. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). PHERSON e PINCUS (2012) dizem que: A técnica da tira reativa se baseia em um método especifico parada peroxidase e glicose oxidase, aonde ocorre uma dupla reação sequencial, aonde em uma primeira reação a glicose mais o oxigênio vão sofrer a ação da enzima glicose oxidase e formarão acido glicônico mais peróxido de hidrogênio. Em seguida, o peróxido de hidrogênio se associará ao cromógeno presente na fita, aonde sofrerá a ação da enzima peroxidase formando então o cromogêneo oxidado mais uma molécula de água. Essa reação então provocara a alteração na coloração da fita. 36 2.5.4 Bilirrubina A bilirrubina é formada pela degradação da hemoglobina no sistema reticulo endotelial. Ela então liga-se à albumina, sendo transportada pelo sangue até o fígado. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). O aparecimento de bilirrubina na urina pode fornecer indicação precoce de doença hepática, muitas vezes, é detectada antes do desenvolvimento de icterícia. (STRASINGER E DI LORENZO, 2009). PHERSON e PINCUS (2012) acrescentam ainda que: O aparecimento de bilirrubina conjugada na urina em geral indica sua presença em excesso na corrente sanguínea. Isso ocorre em caso de obstrução do fluxo biliar proveniente do fígado (intra ou extra-hepático), ou de doença hepatocelular, como resultante incapacidade dos hepatócitos de excretar suficientemente a bilirrubina conjugada no fígado. Os testes de bilirrubina na tira reagente utilizam a reação do diazo. Aonde a bilirrubina se combina com o sal 2,4-dicloroanilina diazônco ou com 2,6diclorobenzeno – diazônio - tetraflouroborato em meio acido para produzir um azoyde, com cores que variam em graus crescentes de castanho amarelado ou rosa violeta. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). 2.5.5 Sangue O sangue pode ser encontrado na urina na forma de glóbulos vermelhos intactos (hematúria) ou na forma de hemoglobina, quando as hemácias são destruídas (hemoglobinúria). As hemácias íntegras causam turvação vermelha na urina, já a hemoglobina se apresenta na cor vermelha límpida. A presença de hemácias, hemoglobina ou mioglobina nas fitas reativas de urina, dão significados clínicos diferentes entre elas. A presença de hematúria pode indicar doenças de origem renal ou traumas, na região geniturinário que pode gerar sangramentos. As causas mais comuns de hematúria são cálculos renais, tumores, traumatismos, pielonefrites, terapias com anticoagulantes, doenças glomerulares e substancias tóxicas. A hematúria não patológica pode ocorrer durante a menstruação ou associada a exercícios extenuantes. (STRASINGER; DI LORENZI, 2009; HENRY, 2008). 37 O método da tira reativa se baseia na liberação do oxigênio a partir do peróxido na tira reativa por ação da atividade peroxidase-símile do heme sobre a hemoglobina livre, os eritrócitos lisados ou a mioglobina. Os eritrócitos intactos são lisadosna tira e, em consequência, fazem a hemoglobina reagir. Desse modo é preciso testar uma amostra bem homogeneizada, pois há possibilidade de não detectar a presença de eritrócitos intactos caso seja utilizado somente o sobrenadante da urina. A área reativa é impregnada com uma mistura tamponada de peróxido orgânico e cromógeno tetrametilbenzidina. (PHERSON e PINCUS, 2012 p. 473-474.). 2.5.6 Cetona Cetonas representam os três produtos oriundos do metabolismo da gordura, acetona, ácido beta-hidroxibutírico e ácido acetoacético, e geralmente não aparecem na urina, pois toda a gordura que é metabolizada é decomposta em dióxido de carbono e água. Mas, quando o estoque de carboidratos do corpo está comprometido, o organismo começa a utilizar a gordura para gerar energia, então, as cetonas são detectadas na urina. Quadros clínico como diabetes mellitus, perda de carboidratos pelo vomito, ingestão inadequada de hidratos de carbono associadas com jejum prolongado e má absorção, podem aumentar o metabolismo do lipídio. Nas tirar reagentes, para a detecção da cetona, utiliza-se o nitroprussiato de sódio (nitroferricianeto), pois, o ácido acetoacético reage com o nitroprussiato de sódio em meio alcalino, gerando assim a cor púrpura. (HENRY, 2008; STRASINGER; DI LORENZI, 2009). 2.5.7 Urobilinogênio Quando a bilirrubina conjugada é excretada através do ducto biliar para o intestino, as bactérias intestinais convertem a bilirrubina em uma combinação de urobilinogênio, estercobilinogênio e mesobilirrubinogênio. O urobilinogênio é reabsorvido na circulação porta e re-excretado na bile sob a forma não conjugada. A maioria do urobilinogênio remanescente é excretado pelas fezes, e apena uma pequena quantidade é excretado na urina. (PHERSON e PINCUS, 2012). O aumento do urobilinogênio urinário é visto na doença hepática e nos transtornos hemolíticos. Já a sua diminuição é causada devido a obstrução do fluxo biliar no intestino. (STRASINGER E DI LORENZO, 2009). Os fabricantes das tiras reativas utilizam o p- dimetilaminobenzaldeído (Ehrich reagente) que juntamente com o Urobilinogênio, gera uma cor que pode variar de 38 rosa-claro a rosa-escuro. Utiliza-se também a reação de diazo, que baseia-se na reação do urobilinogênio com 4-metoxibenzeno-diazônio-tetrafluoroborato, que produz uma cor que varia do branco ao rosa. (STRASINGER; DI LORENZI, 2009; HENRY, 2008). 2.5.8 Nitrito Conforme Strasinger e Di Lorenzo (2009) o teste de tiras reagentes para nitrito oferece um método rápido de triagem para a presença de ITU. O teste de nitrito é valioso para detectar infecção inicial da bexiga (cistite), porque muitas vezes, os pacientes são assintomáticos ou tem sintomas vagos que não levariam o médico a solicitar urocultura. E também pode ser avaliado para avaliar o êxito da terapia antibiótica e para exame periódico de pessoas com infecções recorrentes, pacientes com diabetes e mulheres grávidas, os quais são considerados de alto risco para ITU. Segundo ESTRIDGE; REYNOLDS, (2011), as bactérias gram-negativas produzem enzimas que convertem o nitrato urinário (um constituinte da urina normal) em nitrito. O nitrito reage com produtos químicos da almofada de reagente para nitrito, formando então a coloração rosa. As tiras para detecção de nitrito na urina habitualmente utilizam ácido parsanílico e um composto de quinilona. O nitrito reage com o ácido p-arsanílico, originando um composto diazônico. Esse composto então associa-se ao composto de quinolina, produzindo uma cor rosa. 2.5.9 Esterase leucocitária Leucócitos podem ser encontrados em qualquer fluido corporal, dependendo da causa para sua presença. Em uma urina normal, conta-se de 0 a 2 ou 0 a 5 leucócitos por campo de alto aumento. Um grande número de leucócitos na urina pode indicar ITU, sendo os neutrófilos as células mais frequentemente encontradas. Nas tiras reativas, utiliza-se um éster embebido na almofada reagente para catalisar a esterase leucocitária, para assim produzir um composto aromático e acido. Esse composto então se liga com um sal diazônio, assim produzindo uma cor púrpura. (STRASINGER; DI LORENZI, 2009; HENRY, 2008). 39 2.6 Análise microscópica do sedimento urinário ou sedimentoscopia O exame microscópico é parte vital do exame de urina. Este consiste em uma valiosa ferramenta diagnóstica para detecção e avaliação de distúrbios dos tratos renal e urinário bem como o de doenças sistêmicas. (MUND; SHANAHAN, 2012). Em geral, as amostras de urina coletadas aleatoriamente são satisfatórias para a avaliação microscópica; todavia, recomenda-se que o exame seja realizado com amostras recentes, particularmente se não for acrescentado nenhum conservante. As células e os cilindros começam a lisar dentro de duas horas após a coleta. A refrigeração (2°C a 8°C) ajuda a prevenir a lise das entidades patológicas; no entanto, isso pode aumentar a precipitação dos vários materiais amorfos e cristalinos. A coleta do fluxo intermediário da urina é recomendada para mulheres visando reduzir a contaminação com elementos do trato vaginal. (HENRY, 2008). O exame microscópico do sedimento urinário tem a finalidade de detectar e identificar os elementos insolúveis que acumulam na urina durante o processo de filtração glomerular e a passagem do líquido através dos túbulos renais e trato urinário inferior. O material em suspensão pode ser constituído de células epiteliais, hemácias, leucócitos, bactérias, cilindros, cristais, grânulos, leveduras, muco e, ainda, várias outras estruturas. (STRASINGER; DI LORENZI, 2009; HENRY, 2008). A amostra de urina deve ser concentrada com a finalidade de garantir a observação microscópica das estruturas menos abundantes presentes na amostra. A concentração da amostra de urina é realizada através da centrifugação de uma determinada alíquota de uma amostra de urina homogeneizada. (HENRY, 2008). De acordo com o diagnóstico laboratorial do sedimento urinário (exame microscópico feito após a sedimentação da urina) são considerados apenas ITU, contagens superiores a 10.000 leucócitos/ml ou 10 leucócitos/campo, independentemente da morfologia desses leucócitos. (HEILBERG; SCHOR, 2003). 40 3 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM IDOSOS Segundo SILVA (2008), a maior suscetibilidade à infecção no sexo feminino é devida às condições anatômicas, que são a uretra mais curta e sua maior proximidade com a vagina e ânus. Outros fatores que aumentam o risco de ITU nas mulheres incluem episódios prévios de cistite, o ato sexual, o uso de certas geleias espermicidas, a gestação e o numero de gestações, a diabetes e a higiene. Já no adulto masculino favorecem a ITU a instrumentação das vias urinárias (cateterismo) vesical e a hiperplasia prostática. A população geriátrica tem maior risco de contrair infecções por várias razões como as mudanças fisiológicas causadas pelo envelhecimento, e consequentemente a diminuição da capacidade funcional, ocasionando um acréscimo de enfermidades crônicas e debilitantes. (CORRÊA; MONTALVÃO, 2010). Segundo Dallacorte e outros (2007) a incidência de ITU aumenta com a idade, sendo que mulheres acima de 65 anos apresentam maiores taxas de hospitalizações por pielonefrite que os homens. Eles acrescentam ainda que as ITUs são as causas mais comuns de bacteremia, responsabilizando-se por altas taxas de mortalidade. 41 4 UROCULTURA As infecções do trato urinário (ITU) estão entre as doenças infecciosas mais comuns na pratica clinica, particularmente em crianças e adultos do sexo feminino, sendo apenas menos frequentes que as do trato respiratório. Em relação às Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde (IRAS) representam cerca de 30 a 50% das infecções adquiridas em hospitais gerais. (ANVISA, 2013). A ITU é resultado da invasão e multiplicação de bactérias ou fungos, ocasionando um processo inflamatório, que pode afetar os rins, a pelve renal, os ureteres, a bexiga, a uretra, a próstata e o epidídimo. A ITU ocorre em geral por vias ascendentes, seguindo a entrada de bactérias pela uretra. Com o avanço da infecção, o microrganismo pode chegar à bexiga ou até mesmo aos rins. (CORRÊA; MONTALVÃO, 2010). Quanto a topografia, as ITUs são divididas em altas e baixas, as altas envolvem o parênquima renal (pielonefrite) ou ureteres (ureterites). As baixas – que envolvem a bexiga (cistite) a uretra (uretrite), e nos homens, a próstata (prostatite) e o epidídimo (epididimite). (ANVISA, 2013). A urocultura, também chamada de urinocultura, ou ainda, cultura de urina, é o exame indicado para o diagnóstico da infecção urinária, identificando a presença de microrganismos localizados na urina, uretra e nos rins. A urocultura é feita através da colocação da urina em um meio propício à reprodução de microrganismos, chamado meio de cultura. Caso a urina contenha germes, em 48 horas será possível identificar a formação de colônias de bactérias, considerado positivo quando são isolados 100.000 colônias de microrganismos por 1 ml de urina e dessa forma constatar à infecção do Trato Urinário. (STRASINGER; DI LORENZI, 2009; HENRY, 2008). A investigação microbiológica de suspeita da infecção urinaria pela urocultura permite identificar dois grupos de pacientes, os sintomáticos e os assintomáticos. (ANVISA, 2013). Vários meios de cultura são usados, no entanto, o laboratório deve padronizar aqueles meios que melhor se adequem à sua rotina. Assim podemos listar alguns, como: Ágar MacConkey, Ágar Sangue, Ágar Cled, Ágar Chapman, meios cromogênicos e fluorogênicos, entre outros. (OPLUSTIL et al., 2010; ANVISA, 2003). 42 A cultura quantitativa da urina continua apresentando as mais adequadas taxas de sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de ITU, sendo considerada pelo NCCLS (National Committe e for Clinical Laboratory Standards), como padrão ouro. (OPLUSTIL et al., 2010). Para a semeadura da amostra em placas, uma alça de platina ou plástica estéril calibrada com capacidade de 0,01ml ou 0,001ml é usada para inocular amostra. A alça é esterilizada e esfriada e então mergulhada na amostra de urina bem homogeneizada. Culturas de urina que têm contagem de colônias significativa devem ser processadas para identificação bacteriana e realização do teste de susceptibilidade a antibióticos. Uma contagem igual ou superior a 100.000/ml é forte evidência de ITU. (ESTRIDGE; REYNOLDS 2011). 4.1 Morfologia bacteriana As bactérias de interesse médico podem apresentar formas e tamanhos diferenciados. Estas podem ser diferenciadas em quatro morfologias básicas, as células esféricas, ou cocos; células em forma de bastonete, ou bacilos; células de forma espiral, ou espirilos; e células em forma de vírgula, ou vibriões. Esses organismos podem ainda se organizarem em arranjos aonde os pares de cocos, cadeias ou aglomerados que definirão grupos de microrganismos, sendo eles, diplococos, estreptococos ou estafilococos. Já os bacilos se dividem em cocobacilares ou corineiformes. (KONEMAN; et al., 2010; TRABULSI; ALTERTHUM, 2008). Figura 2 - Tipos de morfologia bacteriana Fonte: Trabulsi; Alterthum, (2008, p.177). 43 4.2 Principais patógenos das via urinárias Os microrganismos mais frequentemente envolvidos na ITU incluem bactérias da família Enterobacteriaceae. Contudo o agente casual mais frequente é a Escherichia coli, a qual está associada a aproximadamente 80% de todas as ITUs ambulatoriais e também é responsável por uma grande porcentagem de infecções urinárias em pacientes hospitalizados. (SILVA, 2008). CORRÊA; MONTALVÃO (2010), afirmam ainda que, diferentes espécies de bactérias estão associadas às ITU. Os agentes etiológicos causadores da ITU, quando agudas, não complicada e de origem comunitária são: Escherichia coli (70% a 95%), Staphylococcus saprophyticus (5% a 20%) e ocasionalmente, Klebsiella sp., Proteus sp., e Enterococcus (principalmente Enterococcus faecalis). Quando se tratar de infecções nosocomiais, os agentes mais frequentes são os Gramnegativos, incluindo as enterobactérias e os não fermentadores (Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp., Stenotophomonas maltophilia), os enterococos e os estafilococos. TABELA 3 - Bactérias associadas à infecção do trato urinário (Continua) SISTEMA AFETADO PATÓGENOS Escherichia coli, Proteus mirabilis, outras Enterobacteriaceae, Pseudomonas aeruginosa, Cistite e pielonefrite Staphylococcus saprophyticus, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Streptococcus do grupo B, Enterococcus spp., Aerococcus urinae Mycobacterium tuberculosis Proteus spp., Morganella morganii, Cálculos Renais klebsiella pneumoniae, Corynebacterium urealyticum, Staphylococcus saprophyticus, Ureaplasma urealyticum 44 TABELA 3 – Bactérias associadas à infecção do trato urinário (conclusão) SISTEMA AFETADO PATÓGENOS Staphylococcus aureus, mistura de Abscesso Renal aeróbios e anaeróbios, Mycobacterium tuberculosis Escherichi coli, Klebsiella pneumoniae, outras Enterobacteriaceae, Prostatite Enterococcus spp., neisseria gonorrhoeae, Mycobacterium tuberculosis e outras espécies. Fonte: Adaptado de Murray; et al., (2009, p.450). 4.3 Meios de cultura empregados na urocultura Para Albini, Souza e Carvalho (2006), a cultura de urina é a análise microbiológica mais realizada no laboratório de microbiologia humana e o meio de CLED (Cistina Lactose-Eletrólito-Deficiente) este é o meio de isolamento primário rotineiramente mais empregado, sendo que este fornece uma diferenciação colonial baseada na fermentação da lactose pelos bacilos gram-negativos. O Ágar MacConkey é um meio seletivo (pela presença de sais biliares, cristal violeta e NaCl) para o isolamento de bacilos Gram negativos, principalmente as enterobactérias (Salmonellas, Shigellas e bactérias coliformes). Diferencia as bactérias fermentadoras de lactose (colônias vermelho tijolo a rosa, opacas se o crescimento for denso, podem estar rodeadas por zonas de precipitado de bile; possibilidades: E. coli, Klebsiella spp, Grupo Enterobacter sp) das não fermentadoras de lactose (colônias transparentes a incolores, observadas melhor a luz transmitida; possibilidades: Salmonella sp, Shigella sp e Proteus sp) pela presença de lactose e vermelho neutro na composição do produto. (OPLUSTIL et al., 2010; ANVISA, 2003). 45 TABELA 4 - Tipos de meios de cultura (Continua) TIPO EXEMPLOS DE MEIOS Agar sangue Agar chocolate Não seletivos Agar Mueller-Hinton Caldo tioglicolato Agar Sabouraud dextrose Seletivos, diferenciais FINALIDADE Isolamento de bactérias e fungos Isolamento de bactérias, incluindo Haemophilus e Neisseria gonorrhoeae Meio para teste de sensibilidade bacteriana Meio de enriquecimento para bactérias anaeróbicas Isolamento de fungos Meio seletivo para bactérias Gram Agar MacConkey negativas; diferencial para espécies fermentadoras de lactose Agar manitol Meio seletivo para estafilococos; hipertônico diferencial para S. aureus Agar xilose-lisina deoxicolato Meio Lowensteinjensen Agar Middlebrook CandidaCHROMagar Agar inibidor de fungos filamentosos Meio seletivo, diferencial para Salmonella e Shigella em culturas entéricas. Meio seletivo para micobactérias Meio seletivo para micobactérias Meio seletivo e diferencial para leveduras Meio seletivo para fungos filamentosos Agar carvão extrato Especializados de levedura tamponado (BCYE) Isolamento de Legionellae Nocardia 46 TABELA 4 - Tipos de meios de cultura (Conclusão) TIPO EXEMPLOS DE MEIOS Agar cistina telurito Caldo Lim Agar MacConkey sorbitol Agar ReganLowe Agar tiossulfato – citrato – sais biliares – sucrose (TCBS) FINALIDADE Isolamento de Corynebacterium diphtheriae Isolamento de Streptococcus agalactiae Isolamento de Escherichia coli O157 Isolamento de Bordetella pertussis Isolamento de espécies de Vibrio Fonte: Adaptado De Murray et al., (2009, p.161). O meio Rugai modificado do Instituto Adolfo Lutz (IAL) é um meio de cultura que consiste de um tubo contendo substratos para visualização de nove provas bioquímicas, A leitura é baseada na reação bioquímica dos substratos. (OPLUSTIL et al., 2010). 47 Figura 3 - Esquema do Meio de Rugai Modificado (IAL) Fonte: Nicésio (2015). 48 Figura 4 - Reação bioquímica do Rugai modificado Fonte: MBiolog (2015). 49 4.4 Identificação bacteriana Segundo Trabulsi; Alterthum (2008): O diagnóstico das infecções bacterianas pode ser realizado por diversos procedimentos. Sendo o diagnostico de certeza, aquele realizado pelo isolamento e pela identificação do agente bacteriano a partir de materiais clínicos colhidos adequadamente do sitio de infecção, conhecido como exame bacteriológico ou cultura. Contudo é importante salientar que para uma identificação bacteriana confiável é necessário a realização das técnicas corretas, incluindo desde a coleta da amostra até a realização das provas bioquímicas. 4.4.1 Coloração de Gram Segundo Estridge Reynolds (2011), a coloração de gram é um procedimento que cora diferentemente a bactéria conforme a composição da sua parede celular. A coloração de gram é realizada aplicando-se cristal violeta, lugol, um descorante e um contra corante, a safranina (fucsina), sobre um esfregaço bacteriano. As bactérias são gram-positivas ou gram-negativas de acordo com as diferenças da composição da parede celular. Aonde bactérias gram-positivas possuem uma parede espessa de peptideoglicano e grandes quantidades de ácido teóico, o qual retém o cristal violeta, e não é afetado pela descoloração com álcool acetona, ao qual lhe confere a coloração azul-escuro. Já as bactérias gramnegativas possuem uma delgada camada de peptideoglicano que permite descoloração do cristal violeta com o álcool acetona e posteriormente se cora com o corante de final, safranina ou fucsina. (OPLUSTIL et al., 2010). A coloração de Gram se baseia na seguinte técnica: Primeiramente deve ser confeccionada a lâmina utilizando-se de amostra urinária sem centrifugar. Após, deve-se iniciar o processo de coloração, aonde primeiramente devese cobrir o esfregaço com cristal violeta e deixe por aproximadamente 1 minuto; Escorrer o corante e lavar em um filete de água corrente; Em seguida deve-se cobrira lâmina com lugol e deixar agir por aproximadamente 1 minuto; Escorrer o lugol e lavar em um filete de água corrente; 50 Adicionar álcool-acetona sobre a lâmina; descorando-a, até que não desprenda mais corante; Lavar em um filete de água corrente; Cobrir a lâmina com safranina e deixar agir por aproximadamente 30 segundos; Lavar em um filete de água corrente; Deixar secar ao ar livre; Colocar uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço; Leia em objetiva de imersão (100 X), reportando a quantidade de microrganismos visualizados e suas características morfotinturiais por campo de imersão. (OPLUSTIL et al., 2010). Após a visualização microscópica da lâmina as bactérias serão classificadas com base em suas características morfotinturias em Gram positivas ou Gram negativas. 4.4.2 Identificação de bactérias gram-positivas A identificação dos estreptococos e estafilococos é baseada na morfologia que apresentam em meios líquidos. Aonde o estreptococo compõe-se em uma cadeia normalmente longa e os estafilococos mostrando-se em forma de cocos aos pares, em cachos de uva ou agrupados. (ANVISA, 2004). Após o crescimento bacteriano, em meio de cultura, o passo principal é a diferenciação das espécies pela técnica da catalase. Segundo Trabulsi; Alterthum (2008), a catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio (H2O2) em oxigênio e água, aonde o peróxido de hidrogênio é um produto oxidativo final do metabolismo aeróbico de carboidratos, que, quando acumulado é letal para as bactérias. Após estes outros testes são empregados, baseados no sequenciamento da diferenciação, dentre estes incluem coagulase, novobiocina e outros em caso de Estafilococos, e avaliação de hemólise, teste de CAMP, bili solubilidade e outros com base na necessidade, em caso de estreptococos. (OPLUSTIL et al., 2010; ANVISA, 2004). 51 4.4.3 Identificação de enterobactérias Os bacilos gram negativos pertencentes à família Enterobacteriaceae constituem as bactérias isoladas com mais frequência de amostras clínicas. A identificação definitiva dos membros das Enterobacteriaceae pode exigir uma serie de exames bioquímicos. (KONEMAN; et al., 2010). Contudo segundo Renylab (2015) o meio Rugai modificado é utilizado para identificar as principais espécies de Enterobactérias, Víbrios e Aeromonas, permitindo em um só tubo a leitura, das seguintes reações: motilidade da bactéria indicado pela turvação da lisina na base, lisina descarboxilase, fermentação da glicose em profundidade e da sacarose na superfície do meio, produção de gás sulfídrico (H2S), gás em glicose, utilização do aminoácido Ltriptofano (desaminação), hidrólise da uréia e no tampão do tubo, um desenvolvimento de coloração avermelhada que indica a formação de indol. Sendo possível verificar essas divisões e reações nas figuras 3 e 4. 4.5 Antibiograma A ocorrência do patógeno causador de ITU varia geograficamente e o perfil de suscetibilidade requer monitoramento para fornecer informações para novas orientações de opções terapêuticas. Uma das principais preocupações quanto ao uso de medicamentos está relacionada à utilização de antimicrobianos. O aumento da resistência bacteriana a vários agentes antimicrobianos acarreta dificuldades no controle de infecções e contribui para o aumento dos custos do sistema de saúde e dos próprios hospitais. (POLLETO; REIS, 2005). Quando é solicitada a cultura e teste de suscetibilidade a antibióticos, a suscetibilidade do isolado pode ser avaliada expondo o organismo a concentrações fixas (teste qualitativo) ou variadas (teste quantitativo) dos antibióticos. Historicamente, o teste qualitativo é realizado de modo manual. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). Métodos manuais para executar testes de suscetibilidade envolvem semeadura de diluição da cultura a ser testada em Agar Mueller-Hinton. Discos ou fitas contendo antibióticos são colocados no ágar. Após a incubação, a placa é observada para ver que antibióticos inibem o crescimento daquele organismo. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; OPLUSTIL et al., 2010; ANVISA, 2003). 52 5 METODOLOGIA 5.1 Tipo de estudo Trata-se de um estudo de caráter quanti-qualitativo descritivo. Conforme Marconi e Lakatos (2006), esse tipo de estudo tem como objetivo delinear e/ou analisar uma ou mais características de um fato, a partir de dados coletados de forma sistemática em uma população definida. Será realizado uma pesquisa quanti-qualitativa, a partir de dados secundários as análises urinárias, visando estabelecer presença de microrganismos causadores de infecções urinárias em integrantes do Grupo Raio de Sol SESC/Paracatu, no período de Fevereiro a junho de 2015. 5.2 Local de estudo 5.2.1 Caracterização do município O estudo foi realizado no município de Paracatu, localizado na região Noroeste do Estado de Minas Gerais, ao Norte de Unai-MG, ao Sul de Vazante-MG e Guarda-Mor-MG, ao Leste de João Pinheiro-MG e Lagoa Grande-MG a Oeste de Cristalina-GO. Distante de Brasília-DF a 220 Km, e a 500 Km de Belo Horizonte. O município possui muitos rios, ribeirões e córregos. O nome de Paracatu é originário do tupi-guarani e significa "Rio Bom". Conta com uma população de 84.718 habitantes, área territorial de 8.230 km2. Seu bioma é classificado como cerrado. É constituída possui 2 hospitais, sendo um público e um particular. Conta ainda com instituições de ensino público e privado. (IBGE, 2014). 5.2.2 Caracterização do local de estudo Fundado em 1999 e Localizado na Rua Euridamas Avelino de Barros, 347, Lavrado, o SESC Paracatu realiza atividades nas áreas de saúde, educação, cultura, lazer e turismo, tornando-se agente de transformação social e promovendo o 53 desenvolvimento do munícipio e da região Noroeste de Minas. A unidade possui espaços para recreação. O grupo Raio de Sol, criado em julho de 2000, teve como seus primeiros integrantes o Sr. Geraldo Galvão e a Sra Antônia Gouveia Damasceno, sendo o grupo inicialmente, coordenado pela colaboradora Andreia Piau. Atualmente, o grupo é coordenado pela assistente social, Nara Lídice Carvalho Gouveia, e possui cadastrados 117 idosos, porem, apenas 60 são participantes ativos do grupo. O grupo realiza diversas atividades, dentre estas estão adaptação aquática, ginástica, lancebol, boliche, danças, bingos, oficinas, artesanato, coral, e ainda mensalmente são realizados os bailes dançantes. Todas essas atividades são realizadas com o objetivo de proporcionar aos idosos uma melhor qualidade de vida, na terceira idade. (Informação verbal)1. 5.3 Delimitação do público alvo O público alvo do presente são os idosos do Grupo Raio de sol, onde estes passarão por critérios de inclusão e exclusão. São critérios de inclusão: Idosos que não realizam tratamento com antibioticoterapia Amostras colhidas em frascos transparentes, estéreis, sendo estes fornecidos pela pesquisadora; A primeira a primeira amostra da manhã; Amostras sem conservantes; Ultra filtrado plasmático (urina) São critérios de exclusão: Idosos que realizam tratamento com antibióticos; Sendo assim, o presente estudo contou com a participação de 19 idosos. 1 Informação concedida à pesquisadora pela Assistente Social, Analista de projeto SESC/ParacatuMG, do departamento regional de minas gerais, Nara Lídice Carvalho Gouveia, no dia 14-11-2014. 54 5.4 Análise estatística Não se aplica 5.5 Instrumento utilizado Para a realização da pesquisa, foi aplicado um questionário (apêndice A), a fim de obter maiores informações do público alvo. Foi ainda utilizada uma tabela (apêndice B) para auxiliar no processo de tabulação dos dados para a realização dos resultados e elaboração da discussão. Foi aplicado um termo de consentimento a cada participante da pesquisa (apêndice C), para que os idosos assinem concordando em participar da pesquisa. 5.6 Aspectos éticos De acordo com a resolução 196/96 do Conselho nacional de saúde (CNS), A presente Resolução se fundamenta nos principais documentos internacionais que emanaram diretrizes e declarações sobre pesquisas que envolvem seres humanos, e incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os referenciais da bioética, autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado.(PADILHA, 2012). O presente projeto irá ser desenvolvido preservando a integridade dos pacientes, assim como foi redigido no oficio apresentado a diretora do SESC Paracatu. 5.7 Desenvolvimento do estudo A pesquisa utilizou como grupo de estudo os pacientes atendidos pelo Grupo Raio de Sol SESC/Paracatu para realizar análise urinária no período de Fevereiro a Junho de 2015, onde após a autorização da pesquisa pela diretora geral do SESC Paracatu, a Sra. Daniella Aparecida Soares Vilela, seguiu-se então a elaboração do projeto. Em primeiro momento foi realizado uma palestra com os idosos integrante do Grupo Raio de sol, onde foi esclarecido a cerca do estudo, bem como os objetivos 55 esperados. Durante a palestra, foi explicado aos idosos a respeito da infecção urinária, onde estes foram informados sobre as formas de diagnóstico precoce da doença, causas, manifestações clinicas, forma de prevenção e tratamento. Foi aplicado o termo de consentimento livre esclarecido (apêndice C), e também foi atestado aos idosos quanto ao anonimato da pesquisa, segundo a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os idosos que se voluntariaram assinaram o termo de consentimento livre esclarecido em duas vias, uma foi entregue ao idoso e a outra anexada ao trabalho. Nesta mesma data, foi aplicado um questionário (apêndice A) a fim de obter maiores informações do público alvo. Foram entregues coletores estéreis (50ml) aos idosos participantes da pesquisa, e no dia marcado(14/04/2015) foi efetuado o recolhimento das amostras armazenadas neste recipiente. As amostras recolhidas foram armazenadas em caixa térmica (isopor) de forma a ficarem refrigeradas e em seguida foram encaminhadas para análise no Laboratório da Faculdade Tecsoma, onde seguirão as análises. 5.7.1 Orientações para a coleta urinária e transporte da amostra Os idosos foram orientados quanto à coleta, seguindo as seguintes instruções: A amostra devera ser obtida da primeira urina do dia, onde sera descartado o primeiro jato urinário no vaso sanitário e em seguida feita a coleta do jato secundário (jato médio) dentro do frasco fornecido. Antes de realizar a coleta da urina, fazer a limpeza das mãos com agua e sabão; Realizar a limpeza da região genital (pênis ou vagina), ensaboando bem; Enxaguar bastante com agua e enxugar com uma toalha limpa; Os homens serão ainda orientados a durante a higienização, puxar a pele que recobre o pênis para trás, e as mulheres para realizar uma boa higienização, separar bem os grandes lábios da vagina. Assim que realizar a coleta, tampar e identificar a amostra e levar a amostra imediatamente até o local estabelecido para a entrega das amostras colhidas. 56 Os pacientes foram ainda orientados quanto a ao transporte da amostra, onde esta deve ser protegida dor calor ou da luz visto que estas condições podem degradar a amostra. (Strasinger, DI LORENZO, 2009). 5.7.2 Análise das amostras urinárias Realizada a coleta da amostra nos frascos fornecidos pela pesquisadora, e enumerados sequencialmente juntamente com as iniciais do participante, procedeuse então a realização das análises. Inicialmente, as amostras foram colocadas em um tubo cônico onde foram realizadas as análises físicas, químicas e sedimentoscopia do matérial coletado. No exame químico da urina, será utilizada a tira reagente da marca Labtest com o objetivo de efetuar a análise do pH, bilirrubina, cetonas, glicose, leucócitos, proteína, sangue, nitrito, e urobilinogênio. Após o exame químico, foi efetuada a análise física da urina, onde será verificado cor, aspecto e odor e também será mensurada a densidade urinária através da utilização do refratômetro, seguida da sedimentoscopia utilizando o microscópio óptico, utilizando as objetivas de 10x e 40x. Após a realização da primeira analise, foi obtido dados que favoreceu o prosseguimento da analise, onde pacientes que apresentarem presença de nitrito e leucócitos na urina serão submetidos à realização da urocultura. Para a realização da urocultura, foi utilizada uma alça de platina calibrada (0,01ml), um meio de cultura contendo um meio não seletivo com um meio seletivo diferencial que será o Ágar Clead MacConkey, onde após a inoculação da amostra no meio, estes foram conduzidos para a estufa bacteriológica a uma temperatura de 37°C e serão observados por um período de 24 horas. Após foi verificado o crescimento de colônia bacteriana. Amostras que apresentaram formação de colônia bacteriana passarão pelo processo de confirmação de infecção do trato urinário (ITU). Para que a confirmação de ITU, é necessário que haja uma contagem bacteriana superior a 100.000 unidades formadoras de colônia (UFC) na placa bacteriana. Nas amostras que apresentaram resultados positivos, foi realizados os testes de coloração de gram para identificar a presença de bactéria gram positiva ou gram 57 negativa, bem como a morfologia bacteriana. Foi realizados ainda os teste de catalase, coagulase e as provas bioquímicas. As provas bioquímicas foram realizadas com o uso do meio Rugai modificado, ao qual permite a identificação de todos os gêneros e espécies da família Enterobacteriaceae. Nesta prova a identificação ocorre através das alterações de pH, hidrólise dos substratos e produção de produtos metabólicos. Ao final da realização das análises, foi confeccionado um laudo que foi entregue aos idosos (apêndice D). Com etapa final, os dados obtidos foram tabulados através do Programa Microsoft Excel 2010 e em seguida foi elaborados os gráficos para demonstração dos resultados obtidos. 58 Figura 5 - Organograma Fonte: Elaborado pela autora, 2014. 59 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO O público alvo do presente estudo foi composto pelos idosos integrantes do grupo Raio de Sol, localizado no município de Paracatu – Minas Gerais. O grupo possui 117 idosos cadastrados dos quais apenas 60 são participantes ativos. No entanto, no presente estudo apenas 24 idosos foram entrevistados, pois 10 idosos se recusaram participar do estudo e 26 idosos faltaram da reunião. Conforme os critérios de inclusão e exclusão apenas 1 idoso que respondeu o questionário foi excluído da pesquisa pois já apresentava ITU e já estava em tratamento com antibioticoterapia. Já outros 4 idosos foram excluídos da pesquisa por não terem apresentado o material necessário para a realização do exame. Sendo assim, apenas 19 idosos foram avaliados nesta pesquisa. Gráfico 01 - Faixa etária dos idosos integrantes do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) Fonte: Dados da pesquisa De acordo com o gráfico 01, pode ser observada a predominância de idosos na faixa etária que compreende o intervalo entre 61 e 70 anos, onde N=9 o que corresponde a 47% do total de idosos. Também em estudo realizado por Bôas e Ferreira (2007) a média de idades dos pacientes estudados foi de 75 anos. Para Sousa e Rodrigues (2015), a longevidade populacional é uma realidade cada vez maior, aonde até 2050 há uma expectativa de que esta população irá sobressair o número de jovens e crianças. 60 Segundo Rougemont (2012), o Brasil é um país que está envelhecendo, e que há uma mudança no perfil da sociedade brasileira, com o crescimento da população com mais de 60 anos, aonde há uma estimativa de que até 2025 existam mais de 32 milhões de idosos no país. Gottlieb e outros (2011) atribuem ainda a possibilidade de envelhecimento ao estilo de vida, aonde eles afirmam que quando a pessoa possui um estilo de vida inadequado acaba aumentando a ineficiência metabólica o que favorece substancialmente a quebra da homeostasia corporal, favorecendo assim os processos patológicos. Gráfico 02 - Renda familiar dos idosos integrantes do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) Fonte: Dados da pesquisa Conforme o gráfico 02, é possível observar a predominância de idosos com renda familiar mensal de 2 salários mínimos, onde 8, que corresponde a 42% do total de idosos. O trabalho realizado por Silva, Marin e Rodrigues (2015) com 95 idosos de cinco estratégias de saúde apresentou um renda familiar de 2 a 3 salários mínimos, e estes acrescentou ainda que idosos que vivem com menos renda tem uma diminuição na qualidade de vida visto que com a avançar da idade estes apresentam-se mais fragilizados e com necessidades especificas no que se refere à manutenção das boas condições de vida. Tavares e outros (2011) afirmam ainda que uma parcela considerável dos idosos tem a necessidade de assegurar não só a própria manutenção, mas a 61 sobrevivência de sua família, este fato evidencia a participação mais expressiva do idoso na renda familiar. Eles afirmam ainda que a participação dos idosos passou de 37%, na década de 80 para 53% em 2007 . Neri e soares (2006) complementam ainda que a renda, além de proporcionar maior autonomia aos idosos, possui um papel capital na saúde dos indivíduos ou de uma população. Eles concluem ainda afirmando que idosos com renda mais baixa apresentam piores condições de saúde, pior função física e um menor uso dos serviços de saúde. Gráfico 03 - Relação de idosos que realizam exames urinários com frequência do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) Fonte: Dados da pesquisa De acordo com o gráfico 03, é possível observar que dos 19 idosos estudados, 10 idosos, o que corresponde a 53% realiza exames urinários frequentemente. 62 Gráfico 04 - Relação de características típicas apresentadas pelos idosos do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) Fonte: Dados da pesquisa Dentre as características dadas como opção no questionário cientifico preenchido pelos idosos, observa-se no gráfico 5, que 12 idosos não apresentaram nenhum sinal clinico que indicasse uma possível presença de infecção urinária. Contudo apenas uma das idosas que apresentaram essas características obteve crescimento bacteriano, bem como a presença de leucocitúria e presença bacteriana em exame de gram. As outras 3 idosas que obtiveram crescimento bacteriano em exame de urocultura não apontou quaisquer sintoma citados em questionário estruturado, caracterizando assim uma ITU assintomática. Lenz (2006) caracteriza a bacteriúria assintomática como a presença de 100.000 UFC/ml (preferencialmente em duas culturas sucessivas) de uropatógenos em uma amostra de urina colhida de paciente sem qualquer sintoma urinário, como disúria, polaciúria entre outros. Dallacorte; Scineider; Benjamin (2007) afirma ainda que a maioria das ITUs em idosos se apresentam de forma assintomáticas, e que sintomas como disúria, urgência miccional, incontinência urinária, entre outros são secundários a outras causas que não são ITU. Eles afirmam ainda que, quando se trata de uma ITU alta os sinais clínicos se apresentam de forma atípica, como, dor abdominal entre outros que podem sugerir outros processos patológicos. 63 Gráfico 05 – Quantidade de água ingerida pelos idosos do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) Fonte: Dados da pesquisa No gráfico 05 é evidenciado a relação de consumo de água pelos idosos, onde é possível observar que a maioria consome uma quantidade de água inferior ao que seria o recomendado. Com esse resultado é importante salientar que os idosos estão cada vez mais ingerindo baixa quantidade de agua diária visto que segundo Cechine (2012), o consumo diário é de 2L de agua. Outro ponto importante a ser levado em consideração é que desses idosos que consomem inadequadamente a quantidade de água, 2 dos idosos já apresentam doença renal. 64 Gráfico 06 - Predominância bacteriana em amostras urinárias dos idosos do grupo Raio de Sol SESC Paracatu-MG, abril/julho 2015 (N=19) Fonte: Dados da pesquisa Das amostras analisadas, apenas 4 idosos apresentaram crescimento bacteriano (gráfico 6). Destas 75% o que corresponde a 3 idosos, apresentaram crescimento de Escherichia coli e apenas 25% apresentou o crescimento de Staphylococcos saprophyticus. O que confirma a afirmação de SILVA (2008) e CORRÊA; MONTALVÃO (2010), de que dentre os principais microorganismos envolvidos em infecções do trato urinário estão a Escherichia coli e Staphylococcus saprophyticus. Segundo Carvalhal, Rocha e Monti (2006) uma urocultura positiva é considerada o padrão-áureo do diagnóstico de um quadro de infecção urinária Conforme informação obtida das entrevistadas, 3 (75%) das quatro que apresentaram crescimento bacteriano já tiveram ITU em um intervalo de 6 meses a um ano. Esse processo de reinfecção pode estar relacionado diretamente ao uso inadequado de medicamentos ou a interrupção da terapia. As infecções urinárias recorrentes estão associadas geralmente a reinfecções. Em mulheres, a maioria das reinfecções provém de focos bacterianos localizados na região do intróito vaginal, os quais não foram adequadamente erradicados durante o tratamento antimicrobiano. (Carvalhal, Rocha e Monti, 2006) Massoli e outros (2012) afirmam que o uso inadequado dos antimicrobianos pode levar a resistência bacteriana a médio e longo prazo, uma vez que as bactérias apresentam genes relacionados à resistência. 65 Em relação aos demais resultados da urinálise apenas os pacientes que obtiveram crescimento bacteriano em exame de urocultura tiveram alterações como presença de bacteriúria, leucocitúria e hematúria na avaliação do sedento urinário. Na avaliação química da urina, apenas uma paciente apresentou nitritúria. Aos demais paciente os resultados apresentou dentro dos parâmetros referenciais. Após o crescimento bacteriano, o próximo passo é a realização do antibiograma. A realização do antibiograma e sua interpretação não é uma tarefa fácil, por suas limitações e principalmente pela crescente descoberta de novos mecanismos de resistência, o que exige cada vez mais atualização e treinamento dos profissionais. (LABORCLIN, 2015). Durante a realização do antibiograma foi possível observar sensibilidade e resistências bacterianas aos antibióticos testados. Dos antibióticos analisados, apenas a ofloxacina, o sulfazotrim e a tetraciclina apresentaram resistência. Os demais apresentaram sensíveis. Já para a diferenciação bacteriana, a novobiocina apresentou-se resistente. Oplustil et al., (2010) afirma que algumas bactérias possuem mecanismos específicos de resistência que as caracteriza, o que ira auxiliar na sua identificação, estes são denominados resistência intrínseca. Eles afirmam ainda que esses fatores devem ser levados em conta para a liberação do resultado. 66 7 CONCLUSÃO O presente estudo intitulado como Incidência de Infecção Urinária nos Idosos assistidos pelo grupo Raio de Sol SESC Paracatu, teve como objetivo realizar o rastreio dos idosos que apresentavam infecção no trato urinário, tendo em vista que com a avançar da idade, esta população apresente maiores chances de desenvolvimento desta patologia. Dentre a faixa etária predominante do grupo, obteve-se o intervalo de 61 a 70 anos, tendo estes a renda salarial media de 2 salários mínimos. Em relação a cuidados com a saúde e realização de exame urinário foi possível verificar que há uma grande proximidade de valores dos idosos que realizam exames com frequência para os que não realizam frequentemente exames urinários, apresentando uma diferença de apenas 3%. Obtendo-se assim resultados insatisfatórios em relação aos dados apresentados. Como destaque do estudo, tem-se a baixa prevalência de infecção no trato urinário (ITU), aonde apenas 4 dos 19 idosos participantes apresentaram resultados positivos para a ITU. Dentre as 4 culturas positivas, foi possível verificar como principal cepa identificada, a Eschirichia coli, representando 75% dos casos, confirmando assim os dados obtidos na literatura. Com isso, e possível afirmar que a metodologia aplicada foi suficiente para cumprir o objetivo do estudo, uma vez que os resultados foram satisfatórios no que se refere ao objetivo proposto para a pesquisa. Dentre as limitações e/ou desvantagens do estudo, observa-se que este apresenta um pequeno número de idosos participantes da pesquisa uma vez que, o grupo possui 60 idosos participantes ativos. Contudo, o estudo obteve como vantagem a possibilidade de realização de um diagnóstico precoce e seguro, afim de que, estes idosos realizem tratamento seguro e adequado, sendo importante também para a contribuição de forma positiva a fim de evidenciar este tema no meio cientifico. 67 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Descrição dos meios de cultura empregados nos exames microbiológicos. Módulo IV. 4 ed. 2003. ALBINI, Carlos Augusto; SOUZA, Helena Aguilar P. H. M de; CARVALHO, Silmara Batista de. Meio de Cled: proposta de modificação visando melhoria na identificação de uropatógenos. NewsLab, São Paulo, v., n. 74, p. 108-123, 2006. Disponível em: <http://www.newslab.com.br/ed_anteriores/74/art05.pdf>. Acesso em: 30 mai. 2015. ANVISA. Detecção e Identificação de Bactérias de Importância Médica. Mod. 5. 2004. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_5_2004.pdf>. Acessado em: 24 set. 2015. 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São Paulo: Atheneu, 2008. 760p. 71 APÊNDICE 72 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO QUESTIONÁRIO CIENTÍFICO “Incidência de Infecção Urinária nos Idosos Assistido Pelo Grupo Raio De Sol SESC- Paracatu no Período de Fevereiro a Junho De 2015” DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS Nome (iniciais): ___________________________ Cód: ________________ Data de Nascimento: _________________ Idade:_______ Sexo: ( ) M ( ) F Renda familiar: ( ) 1 salário mínimo; ( ) 2 salários mínimos; ( ) 3 a 4 salários mínimos; ( ) mais de 4 salários mínimos. 1.Realiza algum acompanhamento com médico? ( ) sim; ( ) não Se sim, com que frequência? ______________________ 2.Realiza exame urinário periodicamente? ( ) sim; ( ) não Se sim, com que frequência? ______________________ 3.O paciente já teve infecção urinária? ( ) sim; ( ) não 4.O paciente foi diagnosticado com infecção urinária recentemente? ( ) sim; ( ) Não 5.O paciente apresenta alguma doença renal? ( ) sim; ( ) não 6.O paciente apresenta alguma das seguintes características? Se sim marque-a (as) ( ( ( ( ( ) dor ) ardência ao urinar ) dificuldade para urinar ) aumento do numero de micções, com volume pequeno ) urina com mau cheiro. 7.O paciente está em uso de algum antibiótico?( ) sim ( ) não Se sim, qual o nome do antibiótico? ________________________________________________ Observações: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ASSINATURA DA ACADÊMICA PESQUISADORA Fonte: Elaborado pela autora, 2014 73 LEGENDA URO =Urobilinogênio NIT = Nitrito BIL = Bilirrubina LEU = Leucócitos CET = Corpos Cetônicos DENS = Densidade ASC = Ácido Ascórbico POS = Positivo GLI = Glicose NEG = Negativo PROT = Proteína SG = Sangue pH = Potencial Hidrogenionico Fonte: Elaborado pela autora, 2014 RESULTADO DA UROCULTURA POS NEG DENS LEU NIT pH SG PROT GLI ASC CET BIL URO BAIRRO RESULTADO DO EXAME DE URINA IDADE DATA DE NASCIMENTO INICIAIS DO NOME APÊNDICE B - TABELA DE RESULTADOS TIPO DE BACTERIA 74 APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Resolução nº 196/96 – Conselho Nacional de Saúde O Sr (a) está sendo convidado(a) a participar da Pesquisa intitulada: “Incidência de Infecção Urinária nos Idosos Assistido Pelo Grupo Raio De Sol SESC- Paracatu no Período de Fevereiro a Junho De 2015”. Este estudo tem como objetivo: realizar a análise urinária dos idosos, verificar a incidência de casos de infecção urinária e conscientizá-los sobre a necessidade de um diagnóstico prévio de alterações urinárias. Ao convidado será aplicado um questionário referente a dados que serão importantes durante as análises. Neste não constará nenhum dado pessoal do entrevistado. Não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. Não haverá riscos de qualquer natureza relacionada à sua participação de colaborar no conhecimento científico. Seu nome não aparecerá em qualquer momento do estudo e sua participação é voluntária. Este receberá uma cópia deste termo onde consta o celular/e-mail do pesquisador responsável, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Desde já agradecemos! Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento. Sujeito da Pesquisa:_____________________________________________ Paracatu, _____ de__________________ 2013 _____________________________________________________________ Nívia Juliana Rodrigues de Oliveira – MG-15688008 – Pesquisadora Responsável Em caso de dúvida em relação a esse documento, poderá entrar em contato com o telefone da pesquisadora: Nívia Juliana Rodrigues de Oliveira, pelo número: (38)98164980. 75 APÊNDICE D– MODELO DE LAUDO Paciente: Código: Idade: Data Coleta: URINA ROTINA Exame Físico Sexo: Valor de referência Densidade.................................. pH.............................................. Cor............................................. Aspecto...................................... 1.003 a 1.035 6,0 a 7,0 AMARELO LÍMPIDO Exame Químico Proteínas.................................... Glicose........................................ Corpos Cetônicos........................ Nitrito.......................................... Bilirrubinas................................... Urobilinogênio.............................. Hemoglobina............................... AUSENTES AUSENTE AUSENTES NEGATIVO AUSENTES NORMAL AUSENTES Exame Microscópico Cristais....................................... Cilindros..................................... Células Epteliais......................... Leucócitos.................................. Hemácias................................... Filamentos de Muco.................... Microbiota................................... AUSENTES AUSENTES RARAS ATÉ 6/CAMPO ATE 6/CAMPO AUSENTE NORMAL Obs.: Talita Silva Freitas Nívia Juliana Rodrigues de Oliveira Responsável Técnico CRBM 3574 Acadêmica Responsável Matricula 0000862433 Claudia Peres da Silva Orientadora Laudo referente à liberação de resultado da pesquisa "Incidência de infecção urinária nos idosos assistidos pelo Grupo Raio de sol SESC Paracatu-MG no período de Fevereiro a Junho de 2015", realizado dentro dos padrões analíticos de qualidade. 76 Paciente: Código: Idade: Data Coleta: Sexo: UROCULTURA Material: urina por jato médio Resultado: CONTAGEM DE COLÔNIAS: ACIMA DE 100.000ufc/mm ³ VR: AUSÊNCIA DE CRESCIMENTO BACTERIANO Sensível Intermediário Resistente ORIENTAÇÃO: De acordo com os resultados apresentados, favor procurar orientações médicas com o objetivo de receber um tratamento adequado. Lembrando que somente este resultado não é o suficiente para um acompanhamento adequado. Laudo referente à liberação de resultado da pesquisa "Incidência de infecção urinária nos idosos assistidos pelo Grupo Raio de sol SESC Paracatu-MG no período de Fevereiro a Junho de 2015", realizado dentro dos padrões analíticos de qualidade.