resumão de história

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RESUMÃO DE HISTÓRIA
ROMA
Roma, a atual capital da Itália, foi na Antiguidade o centro da região do
Mediterrâneo, a principal cidade de um enorme império. Roma foi
fundada na região do Lácio pelos latinos, descendentes de grupos
italiotas que chegaram à Península Itálica por volta de 1800 a.C. A
história de Roma costuma ser dividida em três grandes períodos:
Monarquia, República e Império.
MONARQUIA [VIII – VI A.C.]
Reza a lenda que Roma foi fundada em 753 a.C. pelos gêmeos Rômulo
e Remo, criados por uma loba, e governada por sete reis [Rômulo teria
sido o primeiro deles]. Os quatro primeiros reis teriam sido latinos e
sabinos, e os três últimos, etruscos, o que evidencia a participação
desses povos na formação de Roma.
Os etruscos eram um povo de navegadores e comerciantes que habitava
a Etrúria, território situado a noroeste de Roma. A própria urbanização
de Roma foi, em parte, obra dos etruscos, que construíram canais e
drenaram pântanos nas planícies, tornando a área do Fórum o núcleo
da cidade, onde se realizavam o mercado e as assembleias políticas.
A sociedade romana à época da Monarquia era formada basicamente
por dois grandes grupos: os patrícios e os plebeus. Os patrícios
formavam uma aristocracia de sangue, possuíam riquezas e terras
férteis, e por muito tempo apenas eles podiam lutar no exército. Os
plebeus eram pequenos agricultores, artesãos ou comerciantes que,
além de não terem direitos políticos, podiam ser escravizados por
dívidas, pois muitos desses plebeus eram clientes dos patrícios, ou
seja, trabalhavam em suas terras em troca de proteção financeira e
judiciária.
Durante a Monarquia, o Senado era o conselho que reunia os chefes
das famílias patrícias de Roma, e sua principal tarefa era eleger o rei [a
maior autoridade religiosa e militar da cidade], que tinha poderes
limitados, uma vez que uma junta de guerreiros com idade até 45 anos,
a Assembleia, poderia vetar ou não as decisões do Senado. O último rei
de Roma, Tarquínio, o Soberbo, foi deposto por uma revolta dos
patrícios que expulsou os etruscos de Roma e estabeleceu o regime
republicano.
REPÚBLICA [VI – I A.C.]
Nos primeiros tempos da República romana, a sociedade permaneceu
dividida em patrícios e plebeus. Os escravos eram pouco numerosos no
início da República, mas seu número aumentou vertiginosamente como
consequência das guerras empreendidas no Mediterrâneo em razão de
da política expansionista adotada no período.
No período republicano, a estrutura do poder em Roma se concentrou
em instituições como o Senado, as Assembleias ou Comícios e as
Magistraturas, que abrangiam o conjunto dos cargos do poder
executivo como o dos cônsules, pretores, questores e edis. Os
senadores eram responsáveis por propostas de leis, pelas finanças, pela
declaração de guerra ou assinatura de tratados de paz.
A participação política dos cidadãos na Roma republicana tinha lugar
predominante em assembleias [comitia]. Em Roma, destacaram-se três
tipos de assembleias, a Assembleia de tribos, na qual os cidadãos
eram classificados e distribuídos em tribos de acordo com sua origem
ou local de residência; a Assembleia da plebe, na qual votava-se leis
relativas à plebe, os plebiscitos, e se elegiam tribunos e edis; e a
Assembleia por centúrias, na qual votava-se declarações de guerra ou
tratados de paz e também elegia as magistraturas mais elevadas
[cônsules, pretores e tribunos militares], e os cidadãos organizavam-se
em centúrias segundo o grau de riqueza.
As magistraturas eram constituídas pelo conjunto dos mais altos
funcionários da República, como cônsules, que em duplas,
comandavam o exército, dirigiam o Estado e convocavam o Senado;
pretores, encarregados da justiça; censores, responsáveis pela
vigilância da população; questores, que arrecadavam impostos; e edis,
responsáveis por serviços públicos, como organização de festas e
cerimônias religiosas. Havia ainda a figura do ditador, eleito pelo
Senado em situação de crise e/ou guerra, que detinha plenos poderes
no mandato de seis meses.
As desigualdades sociais entre patrícios e plebeus geraram muitos
conflitos sociais no período da República, pois a maioria da população
estava excluída dos principais cargos públicos. Entre diversas
exigências, as camadas populares conquistaram o [a]:
TRIBUNATO DA PLEBE
LEIS DAS DOZE TÁBUAS
LEI DA CANULEIA
LEI DA LICÍNIA
LEI POETÉLIA PAPÍRIA
As camadas populares alcançaram
o direito de elegerem seus próprios
magistrados, os tribunos da
plebe.
Leis escritas em placas de bronze,
que asseguravam a igualdade
política entre patrícios e plebeus.
O casamento entre patrícios e
plebeus passou a ser permitido.
Dessas uniões surgiu uma nova
aristocracia, a nobilitas [notáveis].
Os plebeus conquistaram o direito
de participar do consulado. Dos
dois cônsules, um deveria ser
patrício e o outro, plebeu.
Abolição
da
escravidão
por
dívidas, em que um camponês
submetia-se a um patrício até
saldar sua dívida.
Nas décadas seguintes, a unidade da república romana reforçada entre
patrícios e plebeus propiciou uma série de conquistas no processo
expansionista de Roma, primeiro na península e depois por toda a
região do Mediterrâneo. A expansão de Roma levou suas legiões para o
norte, onde confrontaram os etruscos, e para o sul, região da Magna
Grécia. A arrancada para o sul colocou os romanos em confronto com
os cartagineses, que controlavam a região da Sicília. Antiga colônia
fenícia no norte da África, Cartago controlava o comércio marítimo no
Mediterrâneo. A rivalidade entre cartagineses e romanos resultou nas
Guerras Púnicas.
A primeira Guerra Púnica ocorreu em 264 a.C. e 241 a.C., na qual os
romanos obtiveram a vitória. Como consequência, Cartago teve que
pagar pesadas indenizações aos romanos, perdendo ainda suas
possessões nas ilhas da Sicília, de Córsega e de Sardenha.
A segunda Guerra Púnica levou mais ameaças a Roma. Ocorrida
entre 218 a.C. e 201 a.C., a guerra teve início quando o general
cartaginês Aníbal Barca invadiu Sagunto, cidade comercial aliada à
Roma. Os romanos defenderam Sagunto, originando a guerra. Porém,
Roma ficou próxima de ser invadida pelos cartagineses, após as tropas
de Aníbal saírem da Península Ibérica e atravessarem os Alpes
montadas em elefantes, chegando à Península Itálica e iniciando o
período conhecido como Pesadelo de Roma.
Os cartagineses conseguiram várias vitórias na região, mas tiveram que
voltar para Cartago, quando o general romano Cipião resolveu atacar o
norte da África. O objetivo estratégico era aproveitar a campanha militar
de Aníbal na Península Itálica e pegar as defesas de Cartago
desprotegidas.
A ação de Cipião [que recebeu o título de Africano] deu certo, pois após
a Batalha de Zama, em 201 a.C., os romanos venceram as tropas de
Aníbal, que contavam inclusive com grandes elefantes para realizar os
ataques. Com a derrota, os cartagineses perderam novamente suas
possessões, pagaram uma grande indenização e devolveram os
prisioneiros de guerra, ficando apenas com os territórios do norte da
África.
Ficou célebre a frase do cônsul Catão, que ao final de seus discursos no
Senado sempre a repetia: “Delenda est Cartago!”, que significa
“Cartago deve ser destruída”. A destruição veio com a terceira Guerra
Púnica, quando em 146 a.C. os romanos cercaram, invadiram e
arrasaram a cidade completamente. A maioria da população morreu e
os sobreviventes foram transformados em escravos.
Afastada a concorrência cartaginesa, Roma iniciou sua expansão pelo
Mediterrâneo oriental e nos dois séculos seguintes conquistou os reinos
helenísticos da Macedônia, da Síria e do Egito. Desse modo, o
Mediterrâneo transformou-se num lago romano, o Mare Nostrum
[“nosso mar”].
Os territórios conquistados por Roma foram transformados em
províncias. O denário, a moeda de prata romana, tornou-se a moeda
circulante na Itália e nas províncias. O processo expansionista
contribuiu para o enriquecimento do Estado romano, a consolidação de
um novo grupo social formado pelos cavaleiros, e a reunião de
diferentes povos e culturas sobre o controle de Roma, como os gregos,
que influenciaram as artes, a vida intelectual e religiosa dos romanos.
O consequente aumento do prisioneiros em razão das guerras
empreendidas por Roma levou a classe dos senadores e dos cavaleiros a
concentrarem terras e escravos [prisioneiros de guerra], o que levou ao
surgimento de propriedades escravistas onde se produziam vinho para
o comércio. Essa nova organização agrária da Itália punha em risco a
pequena propriedade camponesa.
A desigualdade social associada à questão da terra se alastrava por
toda a população. Os irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos
sucessivamente tribunos da plebe, procuraram solucionar a crise por
meio de reformas agrárias que desagradaram os grandes proprietários,
que se opuseram à sua aplicação.
Os choques entre os partidários da reforma agrária e o Senado
resultaram no assassinato de Caio Graco e na condenação à morte de
centenas de seus seguidores. O projeto de reforma agrária e extensão da
cidadania romana voltaria a ser apresentado pelo tribuno Marco Lívio
Druso, que também foi assassinado. Desta vez, porém, a península
mergulharia na chamada Guerra Social.
Num clima de crescente instabilidade política, diversos chefes militares
passaram a disputar o poder. Crises sucessivas abriram caminho para
os Triunviratos [governo de três pessoas]. O Primeiro Triunvirato foi
composto por Pompeu, Crasso e Júlio César. Coube a César o
comando do exército da Gália, que conquistou todo o território da atual
França e parte da ilha da Bretanha [atual Inglaterra], consagrando-se
como o maior general da época. Com a morte de Crasso, o Senado
conferiu a Júlio César o título de Ditador Vitalício em 46 a.C.
No poder, César promoveu um amplo programa de reformas: distribuiu
terras a milhares de soldados, reprimiu abusos dos governadores das
províncias, melhorou a distribuição de trigo à plebe de Roma,
introduziu o calendário Juliano [que divide o ano em 365 dias] e
promoveu a construção do fórum. Entretanto, suas medidas
desagradaram um grupo de senadores que, encabeçados por seu filho,
Brutus, acusaram-no de traição à República e promoveram o seu
assassinato.
Todavia, devido à popularidade de César entre o povo, os conspiradores
não conseguiram restabelecer as instituições republicanas. Em vez
disso, formou-se o Segundo Triunvirato, formado pelo cônsul Marco
Antônio; Lépido, chefe da ordem dos cavaleiros; e Otávio, sobrinho e
filho adotivo de Júlio César. Porém, intensas rivalidades pela
supremacia política logo se manifestaram entre os triúnviros.
Marco Antônio aliou-se a Cleópatra, rainha do Egito por quem se
apaixonara, e rompeu com Otávio. Em 32 a.C., irrompeu a guerra entre
os governos do Oriente [a cargo de Marco Antônio] e do Ocidente [a
cargo de Otávio]. As forças de Otávio derrotaram Marco Antônio no ano
seguinte e ocuparam o Egito, que se tornou uma província romana.
IMPÉRIO [I A.C. – V D.C.]
O poder se concentrou nas mãos de um único governante, Otávio, o
primeiro imperador, que acumulou títulos de: Augusto [venerado],
príncipe [líder do Senado e o primeiro dos cidadãos], imperador
[comandante do exército], tribuno vitalício da plebe e Pater patriae
[pai da pátria], nunca antes concedido. Assim, tinha início, em 27 a.C.,
o Império Romano.
O imperador então repetiu algumas estratégias de seu tio, como a
doação de terras a soldados e redistribuição de trigo para a plebe, dessa
vez obtido no Egito, que passou a ser o celeiro de Roma. Além disso,
estabeleceu a aposentadoria para militares veteranos e modernizou a
cidade de Roma, que ganhou um corpo de bombeiros para combater os
incêndios quase diários que afligiam a população.
Com esse conjunto de medidas, o governo de Otávio Augusto inaugurou
um período de estabilidade política que ficou conhecido como Pax
Romana, caracterizando o Alto Império. Neste período ganharam
destaque os espaços destinados ao lazer ao como as termas, circos e
anfiteatros, como o Coliseu, onde feras e gladiadores lutavam para o
entretenimento do público. A política dos imperadores nesse período
ficou conhecida como política do pão e circo.
Da morte de Augusto, sucederam-se quatro dinastias de imperadores:
os Júlio-Cláudios, os Flávios, os Antoninos e os Severos. Embora
poderoso, o Estado não conseguiu preservar a unidade política e
administrativa do imenso território, habitado por povos de origens e
culturas diversas. Roma foi assolada por uma crise inflacionária que se
acentuou graças ao colapso do escravismo, que foi substituído pelo
colonato, no qual o pequeno camponês trabalhava nas terras de um
grande proprietário em troca de proteção. Tinha início, então, o Baixo
Império.
Na busca de uma saída para a crise, o imperador Diocleciano
estabeleceu a tetrarquia, governo de quatro imperadores, cada um
responsável por uma grande região. O Império voltou a sua unidade
com Constantino, que combateu os invasores bárbaros que
ameaçavam as fronteiras romanas e mudou a capital do império para
Bizâncio, que posteriormente passou a ser chamada de
Constantinopla em sua homenagem. Constantino, através do Edito de
Milão, também concedeu liberdade de culto e de crença aos cristãos
que até então eram perseguidos. Em 395, o imperador Teodósio definiu
o cristianismo como religião oficial do Estado e dividiu o território
romano em duas partes:
•
•
Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.
Império Romano do Ocidente, com capital em Milão.
Enfraquecido, o Império Romano do Ocidente, situado na Península
Itálica, caiu, enquanto que o Império do Oriente manteve-se forte e
centralizado, constituindo o Império Bizantino.
LEGADO ROMANO
Roma herdou a visão humanista e racionalista dos gregos. Até seus
deuses não passaram de uma adaptação das divindades helênicas. Não
muito originais, os romanos deram um caráter mais prático à cultura
grega.
Na arquitetura, por exemplo, usou-se o estilo plástico da Grécia, mas
com a finalidade de construir, aquedutos, estradas, pontes e edifícios
públicos. Quanto ao teatro, os romanos não eram admiradores das
tragédias, preferindo comédias de costumes, nas quais destacaram-se,
como autores, Plauto e Terêncio.
De fato, os latinos não tinham grandes preocupações de ordem
metafísica: a sua filosofia era cópia das éticas gregas, notadamente o
epicurismo, um pensamento naturalista em defesa do prazer físico, e o
estoicismo, uma reflexão destinada a conduzir o homem ao bem viver
pela resignação. Dois pensadores marcaram o cenário filosófico de
Roma: Lucrécio Caro e o imperador Marco Aurélio.
Na literatura, foram extremamente importantes o grande orador Cícero
e Ovídio, autor da clássica obra A Arte de Amar. Maior era o gosto
comum pelas obras históricas, notabilizando-se Tito Lívio, autor de A
História de Roma, e Virgílio, que na Eneida relata, de forma mítica, a
fundação de Roma.
O cristianismo, como religião oficial do Estado romano, acabou se
difundindo por toda a Europa e tomando força no período da Idade
Média. O latim, língua romana, em associação com elementos da
língua grega, deu origem a outras línguas como o português, o
espanhol, o italiano etc.
A tradição jurídica em Roma consolidou diversas escolas de Direito
que formavam os juristas responsáveis pelos processos jurídicos da
época. Conservando seus princípios ao longo dos tempos, o Direito
Romano influenciou a cultura jurídica de diferentes povos europeus.
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