M. Elizabeth A. Christiano UNESP - Araraquara o objetivo deste trabalho -referenciaia tradicionalmente e analisar 08 pronames O£ denominados reflexivos. Em um primeiro momento mostraremos a postura da gramat! ca tradiciona1 IGT) com rela~ao a esses pronomes, toman do como base os seguintes autores: Eduardo Carlos Perei ra (1958), Evanildo Bechara (1978), Rocha Lima (1958) e Hildebrando Andre (1983). No ambito da gramatica de casos IGC), faremos uma segunda analise da pronominal, tendo como pressuposto Fillmore basico co-referencia 0 modele de Idesenvolvido em seu artigo "The Case for case" (1968). No que se refere aos empregos do pronome ~e., a GT faz as sequintes distin~oes: 1. partIcula apassivadora 2. sImbolo de indetermina~ao do sujeito 3. objeto direto 4. objeto indireto 5. partlcula de realce Discutiremos os itens (3) e (4) nos quais estao inseridos os pronomes reflexivos e recIprocos, vindo portanto, Segundo Eduardo C. Pereira e Hildeb;ando Andre, 0 ~ 4t , objeto direto quando complemento de verbos transitivo. diretos que expressam a a~ao reflexiva. Em, "0 j2 vem penteava-se" a frase' sempre reflexiva. Os verbos reflexivos podem ainda ser: a. ~e6lex~vo4 ac~dtnta~~ - 0 sujelto age sobre ou- tro ser au sobre 8i mesmo:"matar alguem e matar -se~ "pentear alguim e pentear-se-,"medicar alguiim e medicar-se~ etc. b. ~e6lex~vo4 e4~enc~a~~ - verbos que ja de 5i me! mos supoem uma a~ao intima que e ao mesmo tempo feita e recebida pelo sujeito, a~ao que suje! 0 to nao pode exercer de modo dlreto sobre outro ser:"arrepender-se"lnao podemos arrepender nin- guem) ,"queixar-se"lnao podemos queixar alguem), ·orgulhar-se'·lnao podemo5 orgulhar alguem), etc., e 0 mesmo acontece com "apiedar-se'~ "dignar-se'~ etc. e obj! to direto; preso a verbos reflexivos essenciais, a 4e Ligado a verbos reflexivos acidentais, nao deve ser analisado 0 4e a parte, uma vez que e partlcula integrante do verbo. 0 ~e e chamado objeto direto recIproco quando, no mesmo caso acima dos verbos reflexivos acidentais, a a~ao e feita e recebidn mutuamente entre .~ dois constitutivos do sujeito. Assim sendo, 0 sujeito d~ ve incluir dois ou mais seres que fazem e recebem, sobre 0 outro, a mesma a;~o. Exs.: "Os rivais -se", "Os lutadores se entreolharam"; casar-se, abra;ar-se, beijar-se, urn odiavam- verbos tais como: reconcilhar-se, auxi- liar-se, etc. s~o exemplos de verbos reflexivos reclpr£ coso o 4e e objeto indireto quando complemento verbos bitransitivos de ~s cuja a;ao i feita pelo sujeito, h~ venda na frase objeto direto expresso. Ex.: "0 calouro se deu ares de grande artista". Nesse caso, a reflexibi lidade e indireta. Mas, em: "Elas se correspondem", namorados se queriam demais", 0 6e e "Os objeto indireto re ciproco. Evanildo Bechara nao faz a distin9aO entre reflexivos acideDtais e essenciais. Os verbos verbos reflexi- vos e reciprocos fazem parte de uma subclasse da voz me dial. Rocha Lima denomina sendo ~e6lex~vo6 0 pronome ~e em verbos como: 6066~l~zado4; tais verbos, ainda que pronominais, nao tern objeto direto nem indireto, devendo, entao, ter surgido 0 pronome por analogia. Resumindo, os pronomes reflexivos e reclprocos diferem apenas na terminologia. Em essencia a GT define-os da seguinte maneira: e, pronome ~t i como em latim, a de reflexivo, iste fal refletir sobre 0 Bujeito a a~ao que ele mesmo praticou. P~onomt~ ~tclpAoco~ i - A f~n~ao do pronome 4t 0 de exprimir urn fate ou uma a~ao mutua, recIproca. Dessa forma, a GT chega ate urndeterminado ponto para explicar tais pronomes, pois apenas constata to em estudo descrevendo-o estrutura superficial 0 obj~ sintatica e semanticamente na IES). Ja 0 modelo de Fillmore nos parece satisfatorio para maiores esclarecimentos, uma vez que por ser gerativo e partir consequentemente estrutura profunda mantico a IEP), relaCiona 0 comportamento da se- superficie atraves de regras de transformaQ3es. Segundo Fillmore, a senten~a em sua estrutura consiste de um verba ou um ou mais sintagmas basica, nominais, cada um associado ao verbo numa determinada rela~ao de casas. Esses casos sac definidos como termos primitivos da teoria, nos quais nao constam no~oes como objeto direto. Identificam as rela~oes sujeito e sintatico-seman ticas subjacentes, sendo que nao e necessario que se m~ nifestem na ES sob a forma de afixos em substantivos. A principia, Fillmore AGENTIVO: 11968) sugere os seguintes casos: caso do instigador tipica da a~ao identi ficada pe10 verba, percebido como animada. EX.: "0 homcm pinta a parede". INSTRUMENTAL: caso da for9a ou objeto causalmente envolvidos na a9ao ou estado identificados pelo veibo. Ex.: "0 homem pinta"a parede com VATIVO: inanimado, 0 plncet". caso do ser animado afetado pelo estado ou a9ao identificados pelo verbo. Ex.: "0 homem recebeu urn presenteR. FACTITIVO: caso do ser ou objeto resultante da?~o ou estado identificados pelo verba ou entendidos como parte da significa9ao do verbo. Ex.: "0 homem construiu a ca6a". LOCATIVO: caso que identifica 0 local ou orienta9ao espacial do estado ou a9ao identificados pelo verbo. Ex.: "0 livro esti na m£4a". OEJETIVO: caso semanticamente so de qualquer coisa representavel Deve ser limitado ao que e 0 ca- por urnnome, cujo p~ pel na a9ao ou estado sao identificados seja pela propria interpretaqao e mais neutroi pelo verbo, ou semantica deste verbo. afetado pela a9ao ou estado identificados pelo verbo. Em 1969, esse caso passa a ser definido como a entidade que se move ou se modifica, au cuja posi9ao ou exist~ncia esti em considera9ao. Ex.: "A bola caiu. 0 liv~o esta na mesa". Para a presente exposi\ao, as casas acima citadas sac suficientes. Mas naa devemos esquecer que em arti- 2. Ele queixou-se a dire~ao. lverbo reflexivo essenciall . pectiva ES: Al~amento do agente para a posi~ao de suje! to, apagamento de SN identico que e substituldo por 4e (recurso que a lIngua utiliza para evitar redundancia). M-----·~ /~ A----1"- v K SN K l T \pass.) queixar-se , i ele SN I a r d~ s~ v ~/~ ADO K /\ /\ /\ 5N 1 K SN 1 K S I ~ I ~ [~ Davi a {I Davi {I enfren taro gigante Golias Em (3) a marca casual preposi9ao a e 0 (K) do dativo SN identlco e e preenchida substituldo por ~e. pela s M ~~ P V/~D /""K T lpass.) cxllar "05 i~ it r rivais" /"-... K i'\ dj i os rivais Na EP, agente e dativo sao identicos. Na ES ocorre 0 al 9amento do agente para a posi9aO de sujeito, cancelame~ to do dativo e a substitui9ao do SN por urn anaforico ~e. transforma9ao, mas a marca casual do dativo e preenchida por uma preposi9ao d. Em sIntese, as frases analisadas sao identicas for malmente em suas manifesta90es na ES. A explica9ao da ES Andre, G~amatica Jlu~t~ada. Sao Paulo, H., derna, Mo- 1983. Bechara, Li~oe~ de Po~tugue~ pela Anali~e SintaQca. E., Rio de Janeiro, Fillmore, R.T. Editora C.J., in: ________ Klima, E. zation" Bach, E. & Poses a la Granmaire Language~, 38, 1975, pp. 65-80. 24, 1971, pp. for Case Grammar" & Schane lOrgs.), Lees, in: R.B., Reibel in: 35-56. , "Toward a Modern Theory of Case" & Harms, 1-88. , "Some Problems ________ Reibel 1968, pp. Case" in: , "Quelques Problemes Casualle" MSLL, 1978. "The Case for lOrgs.), ________ Grifo, & 1969, pp. 361-375. !"Rules for English Schane \Orgs.), in: Pronominali-' 1969, pp. 145- -159. Lima, Rocha, R., G~amitica 6a. Rio de Janeiro, NOkmativa da Lingua POktugU! F. Briguiet Editores, 1958. Pereira, E.C., A G~am4tica EXpo4itiva - CU~40 Supe~io~. Sao Paulo, Ed. Nacional, 1958. Postal, M.P., "On so Called Pronouns in English" inl MSLL, 19, 1966, pp. 177-206. Se1iar, Cabral, L., "0 mode10 de Fillmore e as Gram~ti- cas Emergentes" em: Re.v'<'4ta B~a4'<'l.e.L".a de. UngU;'4t.<.ca, 2, 1977, pp. 79-143.