FAAP - Colégio Como estudar Matemática Você acha possível que alguém consiga resolver mesmo as mais simples equações sem conhecer as 4 operações básicas ( +, - , x e : )? Na Matemática, principalmente, os pré-requisitos são essenciais. É impossível construirmos o “prédio da Matemática” sem as pedras fundamentais ou sem uma estrutura sólida. Caso você sinta dificuldades em algum assunto, o primeiro passo é avaliar se o conceito foi bem compreendido. Se mesmo assim as dificuldades persistirem, é necessário verificar em quais pré-requisitos estão as suas falhas. Para isso, peça a ajuda do seu professor, que é a pessoa que possui uma visão global da Matemática. E no dia-a-dia, procure sempre se lembrar do seguinte: estudar por pouco tempo, todos os dias, sem se cansar, assim, a sua assimilação e a sua fixação serão bem mais eficazes; deixar que os assuntos se acumulem e estudar somente na véspera das provas – é a forma mais errada e ineficaz de se estudar! – isto porque exige tempo demais num único dia, estourando o seu potencial de estudos e ultrapassando o seu tempo de concentração. Faça uma simples analogia: “A sua boa saúde pode ser mantida se você tomar uma única refeição por semana? Ou seja, se comer em um só dia o que você come em 7 (sete) dias?” Intervalos Exercem papel importante, em qualquer ramo de estudo, os subconjuntos de R denominados intervalos. Quaisquer que sejam os números reais a e b, a < b, temos: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 1 FAAP - Colégio São, também, intervalos os seguintes subconjuntos de R, qualquer que seja o número real a: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 2 FAAP - Colégio Intersecção, Reunião e Diferença de Conjuntos Vamos lembrar, do ensino do 1° grau, as operações primordiais entre conjuntos. Sejam A e B conjuntos contidos num conjunto universo E. Exemplos: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 3 FAAP - Colégio Relação e função Como localizar-se Um trecho de anúncio num jornal traz os dizeres: Venha conhecer o conforto total de morar bem num bairro residencial, sem as agitações e as aglomerações da grande metrópole. R. Pedro Pomponazzi, xyz. Naturalmente, não é todo mundo que conhece a localização de tal rua. Afinal a Rua Pedro Pomponazzi não é nenhuma Avenida Paulista ( de São Paulo ) ou Avenida Atlântica ( do Rio de Janeiro ) ou Avenida Afonso Pena ( de Belo Horizonte ), conhecidas por muitas pessoas. Então, as pessoas consultam guias e mapas para descobrir a sua posição geográfica. Por exemplo, num determinado guia, encontramos: 04115 Pedro Pomponazzi 137 F3 De acordo com a convenção do guia, a rua de CEP 04115 encontra-se na página 137, nas coordenadas F e 3. Tais coordenadas facilitam a procura e, além disso, dão a posição do logradouro. A Matemática também faz uso de coordenadas (como abscissas e ordenadas), que serão vistas a seguir. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 4 FAAP - Colégio Sistema Cartesiano Ortogonal Seja α o plano determinado por dois eixos perpendiculares entre si com a mesma origem 0. O eixo desenhado na posição horizontal é denominado eixo das abscissas, em geral indicado por 0x. O eixo desenhado na posição vertical é denominado eixo das ordenadas, geralmente denotado por 0y. α é chamado de plano cartesiano ortogonal. Sistema de coordenadas cartesianas ortogonais É a correspondência biunívoca entre os pares ordenados de números reais e os pontos do plano cartesiano ortogonal. Para indicar que P tem abscissa Xp e ordenada Yp, usamos a notação P(Xp;Yp) ou P=(Xp; Yp). O plano cartesiano fica dividido em quatro regiões distintas, denominadas quadrantes. 2º Quadrante 3º Quadrante Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 5 1º Quadrante 4º Quadrante FAAP - Colégio Exercícios Propostos 1. Localizar no plano cartesiano ortogonal os pontos A(2; 6), B(-4; 5), C(-5; -2), D(4; -3), E(3; 0), F(0; 4), G(-4; 0) e H(0; -1). 2. Determinar as coordenadas de A, B, C, D, E, F, e H da figura: 3. Determinar o quadrante ao qual pertence cada um dos pontos: (A 2 – 1; - π ), B( 3 – 2; 5 – 2), C(2 – π; 2 – 2) e D( 3 – 1; 3 – π). 4. a) Localizar no plano cartesiano ortogonal os pontos A (-1; 3), B (0; 3), C (2; 3) e D (5; 3). Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 6 FAAP - Colégio b) O que ocorre com os pontos que tem ordenadas iguais? c) O que ocorre com as ordenadas dos pontos que pertencem a uma mesma reta paralela ao eixo de abscissas? 5. a) Localizar A(-3; 3), B(-3; 0), C(-3; 4) e D(-3; -2) no plano cartesiano ortogonal. b) O que ocorre com os pontos que tem a mesma abscissa? c) O que ocorre com as abscissas dos pontos pertencentes a uma mesma reta paralela ao eixo de ordenadas? Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 7 FAAP - Colégio Função Função Uma relação f, de um conjunto A num conjunto B, é aplicação (função) de A em B se, e somente se, f associa a todo elemento de A um único elemento de B Numa aplicação f de A em B: A é o conjunto de f; será denotado por D(f); B é o contradomínio de f; será denotado por CD(f); indicando por x um elemento qualquer de A, o seu correspondente y em B é a imagem de x os elementos de B que são imagens dos elementos de A pela f constituem o conjunto imagem de f; será indicado por Im(f); será usada a indicação Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 8 FAAP - Colégio Exercícios Propostos Quais das relações de A em B são funções? Determinação de Domínio de Função Para a completa caracterização de uma função necessitamos de: dois conjuntos – u m chamado de domínio e o outro, de contradomínio; uma sentença aberta y = f(x) que a todo x D (f) possibilita o cálculo de um único y CD(f). Quando uma função f for descrita, apenas, por uma sentença aberta y = f(x), subentendemos que: o domínio é o subconjunto de R, no qual são possíveis as operações indicadas em f(x); o contradomínio é R. Exemplos: a) f ( x ) = x + 3 x-2 Devemos impor que o denominador não pode ser nulo: x–2 0 x2 Portanto, D(f) = { x R / x 2 } = R – {2}. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 9 FAAP - Colégio b) f ( x ) = 4 2x - 6 Em R, o radicando de uma raiz de índice par não pode ser negativo: 2x – 6 ≥ 0 2x ≥ 6 x ≥ 3 Portanto, D ( f ) = { x R/ x ≥ 3} = [ 3; + ∞] c) f ( x ) = 3 2x - 8 O radicando de uma raiz de índice ímpar pode ser negativo, nulo ou positivo, ou seja, 2x – 8 pode assumir todos os valores reais. Portanto, D ( f ) = R. d) f ( x ) = As operações indicadas em são possíveis se, e só se: Exercícios Propostos Determinar o domínio de cada função: a) b) c) Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 10 FAAP - Colégio Função Constante Uma função f, de R em R, que a todo número x associa sempre o mesmo K é denominada função constante de valor k. f:R→R x→y=k É claro que: Im( f ) = { k }. Costumamos dizer, de forma abreviada, que a função constante de valor k é a função definida por y = k ou por f( x ) = k, ficando subentendido que o domínio e R. Exemplos: a) f( x ) = 3 é função constante de valor 3. Observemos que : qualquer que seja o número que colocarmos no lugar de x, a imagem será sempre 3. Assim: f (2) =3 f (-4) = 3 f (1) = 3 f (-3) = 3 f( 2)=3 f (0,666...) = 3 b) f (x) = -2 é função constante de valor –2. c) f (x) = 0 é função constante nula. Gráfico Cartesiano Seja dada a função f (x) = k, de domínio R. Atribuindo alguns valores a x, temos: Os pontos do gráfico de f (x) = k têm a mesma ordenada k; portanto, o gráfico de f (x) = k é a reta paralela ao eixo das abscissas que passa por (0; k). Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 11 FAAP - Colégio Função Linear Uma função f, de R em R, que a todo número x associa o número ax, com a real não-nulo, é denominada função linear. f:R→R x → y = ax, a ≠ 0 Costumamos dizer, de forma abreviada, que função linear é a função definida por y = ax, a 0, ou por f (x) = ax, a 0, ficando subentendido que o domínio é R. Exemplos: a) y = 3x, onde a = 3 b) y = -2x, onde a = -2 c) y = x, onde a =1 Na função linear f (x) = ax, a é denominado coeficiente angular ou declividade do gráfico de f. Gráfico Cartesiano Inicialmente, notemos que o gráfico cartesiano de qualquer função linear y = ax, de domínio R, passa pela origem, pois x=0 y=0 Agora, vamos analisar alguns exemplos: a) y = 3x, de domínio R. Construindo uma tabela de valores, temos: Observamos que o gráfico é uma reta; considerando que ela passa pela origem e que dois pontos distintos determinam uma única reta, basta atribuir a x um valor não-nulo e obter o correspondente valor de y para a construção do gráfico de qualquer função linear. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 12 FAAP - Colégio b) y = -2x, de domínio R. Usando o procedimento prático descrito no exemplo anterior, temos: x=1 → y= -2 Os exemplos analisados nos mostram que o gráfico cartesiano de uma função linear y = ax, de domínio R, é uma reta que passa pela origem e pelos 1° e 3° quadrantes para a > 0 ou pelos 2° e 4° quadrantes para a < 0. Função Crescente e Função Decrescente Consideremos as funções f (x) = 2x e g (x) = - 2x, de domínio R, e analisemos o que ocorre com as imagens quando aumentamos os valores de x. a) f (x) = 2x X Y = -2x -2 -4 -1 -2 0 0 1 2 2 4 Aumentando os valores de x, as imagens correspondentes também aumentam. Dizemos que: f (x) = 2x é crescente em R. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 13 FAAP - Colégio b) g (x) = -2x X Y = -2x -2 4 -1 2 0 0 1 -2 2 -4 Aumentando os valores de x, as imagens Correspondentes diminuem. Dizemos que: g (x) = -2x é decrescente em R. Função Afim Uma função f, de R em R, que a todo número x associa o número ax + b , com a ≠ 0 e b reais, é denominada função afim ou função polinomial do 1° grau. F:R→R X → y = ax + b, a ≠ 0 Costumamos dizer, de forma abreviada, que função afim é a função definida por y = ax + b, a 0, ou por f (x) = ax + b, a 0, ficando subentendido que o domínio é R. Exemplos: a) y = 3x + 2, onde a = 3 e b = 2 b) y = 2 – 4x, onde a = -4 e b = 2 c) y = - 2x – 6 , onde a = - 2 e b = -6 3 3 d) y = 2x, onde a = 2 e b = 0 Na função afim f (x) = ax + b, a é o coeficiente angular ou declividade, e b é o coeficiente linear do gráfico de f. Uma função afim é caracterizada pelos valores de a e de b. Assim, consideradas as funções polinominais do 1° grau f (x) = ax + b e g (x) = mx + n, de R em R, temos: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 14 FAAP - Colégio f = g (a = m (não-nulos) e b = n) f g (a m ou b n ) Raiz ou Zero Um número r D(f) é raiz ou zero de uma função f se, e somente se, f(r) = 0. Para uma função afim f (x) = ax + b, a raiz é obtida, resolvendo-se a equação f (x) = 0; ax + b = 0 ax = -b x = - b a Exemplo: A raiz ou o zero de f (x) = - 2x + 7 é dada por: - 2x + 7 = 0 x = 7 2 Estudo do Sinal Estudar o sinal de uma função f de domínio D (f) valores de x para os quais R significa descobrir os f (x) < 0 ou f (x) = 0 ou f (x) > 0 Para uma função afim f (x) = ax + b, de domínio R, analisando pelo gráfico, temos: x > - b → f (x) tem o mesmo sinal de a; a x < - b → f (x) tem o sinal contrário ao de a; a Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 15 FAAP - Colégio x = - b → f (x) = 0. a Podemos esquematizar o sinal da função afim f (x) = ax + b assim: Inequação do 1° grau na variável real x é toda inequação redutível à forma ax + b > 0 ou ax + b < 0 ou ax + b 0 ou ax + b 0 onde a 0 e b são números reais. Exercícios de Fixação ( Feitos com o Professor ) Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 16 FAAP - Colégio Exercícios Propostos Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 17 FAAP - Colégio Função quadrática Uma função f, de R em R, que a todo número x associa o número ax2 + bx + c, com a ≠ 0, b e c reais, é denominada função quadrática ou função polinomial do 2° grau. f:R→ R x → y = ax2 + bx + c, a ≠ 0 Costumamos dizer, de forma abreviada, que função quadrática é a função definida por y = ax2 + bx + c, a 0, ou f (x) = ax2 + bx + c, a 0, ficando subentendido que o domínio é R. Exemplos: a) y = 3x2 + 6x + 2, onde a = 3, b = 6, c = 2 b) y = 1 - 4x2 - 8x, onde a = -4, b = -8, c = 1 c) y = 20x – 5x2 , onde a = -4, b = 20, c = 0 d) y = 3 - 2x2 , onde a = - 2 , b = 0, c = 3 3 3 e) y = -4x2 , onde a = -4, b = 0, c = 0 Os elementos caracterizadores de uma função quadrática são os seus coeficientes a, b e c; assim, considerados as funções quadráticas f (x) = ax2 + bx + c e g (x) = mx2 + nx + p, de R em R, temos: f = g a = m (não-nulos), b = n e c = p f g a m ou b n ou c p Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 18 FAAP - Colégio Raízes Obtemos as raízes de uma função quadrática f (x) = ax2 + bx + c resolvendo a equação ax2 + bx + c = 0; elas são dadas por: A concavidade dessa parábola está voltada para baixo ( a = - 1 < 0 ); c = -2 é a ordenada do ponto que essa parábola corta 0y; essa função não tem raízes reais ( a parábola não intercepta 0x ); existe, nessa curva, o ponto de máximo, localizado em (1 ; - 1 ), que é o vértice; a reta vertical que passa pelo vértice é o eixo de simetria. Podemos, então, organizar o seguinte quadro: V indica o vértice; e s, o eixo de simetria. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 19 FAAP - Colégio Se houver necessidade de utilizarmos outros pontos, atribuiremos a x valores simetricamente dispostos em relação ao eixo de simetria. Obs.: Conhecidas as raízes reais x1 e x2 de uma função quadrática, como x1 + x2 = b b e xv = , temos a 2a Vértice ( V ) O gráfico cartesiano de uma Função Quadrática y = ax2 + bx + c, de domínio R e coeficientes reais, corta 0y em ( 0; c ). Para y = c em y = ax2 + bx + c, temos: c = ax2 + bx + c → x = 0 ou x = - b a Logo, para b 0, existe um outro ponto Dessa parábola, como ordenada c, que é Como e ( 0 ; c ) são eqüidis- tantes do eixo de simetria, todos os pontos deste têm abscissa igual à metade de – b , ou seja, - b ; a 2a em particular, o vértice V tem abscissa xv = - b e a 2a ordenada yx é a imagem de xv pela função: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 20 FAAP - Colégio É fácil notar que essa relação são válidas,também, para b = 0. Máximo ou Mínimo. Conjunto Imagem Para uma função quadrática f (x) = ax2 + bx + c, de domínio R e coeficientes reais, podemos registrar que: Exercícios Resolvidos De todos os retângulos de mesmo perímetro 40 cm, determinar o de área máxima. Resolução: Indicando a medida, em cm, de um lado Por x(x > 0), cada um dos lados conse cutivos mede 40 – 2x = 20 – x, x < 20 2 Logo, a área A (x) desse retângulo é expressa por: A(x) = x( 20 – x ) → A(x) = x2 + 20x, com 0 < x < 20 Como a = -1 existe valor máximo de A(x) que ocorre para x = - b = - 20 = 10 2a 2( -1) A outra dimensão do retângulo é 20 – x = 20 – 10 = 10. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 21 FAAP - Colégio Portanto, o retângulo procurado é um quadrado de lado 10 cm. Exercícios Propostos Para que valor de x a função f (x) = x2 - 2x + 1 assume valor mínimo? A função f (x) = 3x2 + 6x – m assume valor mínimo igual a 4. Determinar m. Determinar m e n para que o vértice da parábola de equação y = - 4x2 + mx + n Seja ( ½; 9 ). Determinar o conjunto imagem de cada função de domínio R; a) f (x) = 2x2 - 7x + 3 d) f (x) = - x2 + 4 b) f (x) = -3x2 + 7x -1 e) f (x) = 5x2 - 4x + 1 c) f (x) = 5x2 - 10x f) f (x) = -9x2 + 6x - 1 Determinar m para que a função: a) f (x) = ( 10 - 5m) x2 + 4x + 3 tenha valor mínimo. b) f (x) = ( -3m + 6) x2 - 2x - 6 tenha valor máximo. De todos os pares de números reais de mesma soma 12, determinar aquele de produto máximo. A função horária de movimento de um ponto material é expressar por s = 20 - 9t + t2 (SI). Em que instante o móvel muda de sentido e qual a sua posição? Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 22 FAAP - Colégio Sinal da Função Quadrática Estudar o sinal de uma função f significa descobrir os valores de x E D (f) para os quais f (x) < 0 ou f (x) = 0 ou f (x) > 0. Para uma função quadrática f (x) = ax2 + bx + c, de domínio R e coeficientes reais, temos três casos a considerar: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 23 FAAP - Colégio Inequação do 2° grau Inequação do 2° grau na variável real x é toda inequação redutível à forma ou ax2 + bx + c > 0 ax2 + bx + c ≥ 0 ou ou ax2 + bx + c < 0 ax2 + bx + c ≤ 0 com a 0, b e c reais. Para obtermos o conjunto solução S de cada uma dessas inequações, basta analisarmos o sinal de ax2 + bx + c. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 24 FAAP - Colégio Exercícios de Fixação ( Feitos com o Professor ) Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 25 FAAP - Colégio Exercícios Propostos Resolver cada inequação em R: a) ( 2x + 3 ) ( x2 + 3x – 4 ) < 0 b) ( - x2 + 4 ) ( 4x2 – 4x + 1 ) ≤ 0 c) - x2 + 3x + 10 < 0 x -3 d) x2 – 4x + 3 ≥ 0 x2 - x – 2 Equações Exponenciais Toda equação com incógnita no expoente é denominada equação exponencial. Exemplos: a) 2 x = 128 c) 2 x . 3 = 3 x . 2 b) 2 x – 2 x 1 + 2 x 2 = 9 d) 25 x – 6 . 5 x + 5 = 0 Estudaremos, inicialmente, as equações exponenciais que possam ser resolvidas reduzindo-se o 1° e o 2° membros a potências de mesma base. Usaremos a propriedade: a m = a n ↔ m = n, com a > 0 e a ≠ 1 Completaremos o estudo de equações exponenciais na unidade de logaritmos. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ER.1 Resolver a equação 5 x 2 . 5-4x = 3125. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 26 FAAP - Colégio Resolução: Como 3125 = 55, temos: 5X2 –4X = 55 ↔ x² -4x = 5 ↔ x² - 4x – 5 = 0 ↔x = 5 ou x = -1 Portanto, o conjunto solução é S = { 5; -1}. ER.2 Resolver a equação 2x . 27 = 3x . 8. Resolução: Isolando no 1° membro as potências com incógnita, obtemos: x 3 2x 8 2 2 x3 x 3 27 3 3 Portanto, o conjunto solução é S= {3} ER.3 Resolver a equação 2 x 1 + 2 x – 2 x 2 = 88. Resolução: Colocando 2 x em evidência no 1° membro, temos: 2 x 2 1 2 2 88 2 x. 11 88 2 x 25 x 5 4 Portanto, o conjunto é S= {5}. ER.4 Resolver a equação 5 2 x – 23 . 5 x – 50 = 0. Resolução: Temos uma equação do 2° grau em 5 x . Colocando 5 x y, com y > 0, temos: y 2 - 23y – 50 = 0 y = -2 ou y = 25 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 27 FAAP - Colégio y = - 2 não serve, pois não satisfaz a condição y > 0 . Substituindo y = 25 em 5 x = y, obtemos: 5x = 52 x = 2 Portanto, o conjunto solução é S = {2}. Logaritmo 1 - INTRODUÇÃO O logaritmo na Química Os químicos utilizam-se dos logaritmos para quantificar a acidez de um meio, por exemplo. Definem o que é denominado potencial hidrogeniônico (pH) como sendo o cologaritmo da concentração hidrogeniônica: pH = colog [H +] que também pode ser expresso: pH = - log [H+] De modo análogo, existe o potencial hidroxiliônico (pOH): POH = colog [OH -] ou pOH = - log [OH-] Consulte os livros de Química e procure saber de onde vem a relação: pH + pOH = 14 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 28 FAAP - Colégio 2 - Logaritmo Sabemos que 8n 2 n 1 3 Chamamos: x de logaritmo de 81 na base 3; m de logaritmo de 1 na base 5; 125 n de logaritmo de 2 na base 8. Logaritmo de um número positivo b numa base a, 0 < a ≠ 1, é o expoente da potência à qual deve-se elevar a para se obter b. log a b = x a x = b, b > 0, 0 < a ≠ 1 Na igualdade logab = x, b é denominado logaritmando ou antilogaritmo de x na base a e é indicado por antilogax. antilog a x = b log a b = x b 0 Notemos que : existe log a b e 0 a 1 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 29 FAAP - Colégio 3 - Propriedades Imediatas Sejam a, b e c números positivos, com a ≠ 1, e m um número real. Da definição de logaritmo decorrem as propriedades: 1) log a 1 = 0 2) log a a m = m 3) a log ab =b Colocando log a b = x, temos a x = b e substituindo x obtemos a log ab =b 4) log a b = log a c b = c Aplicando a definição em log a b = log a c, temos a log ac = b e, como a log ac = c, obtemos c = b. 4 - Propriedades Operatórias Logaritmo de Produto O logaritmo, em qualquer base a (0 < a ≠ 1), de um produto de dois números positivos é igual à soma dos logaritmos, nessa base, dos fatores. loga( b . c ) = logac + logac, 0 < a ≠ 1, b > 0, c > 0 Logaritmo de Quociente O logaritmo, em qualquer base a (0 < a ≠ 1), de um quociente de dois números positivos é igual à diferença entre os logaritmos, nessa base, do dividendo e do divisor. loga b = logab - logac, 0 < a ≠ 1, b > 0, c >0 c Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 30 FAAP - Colégio Logaritmo de Potência O logaritmo , em qualquer base a (0 < a ≠ 1), de uma potência de base positiva e expoente real é igual ao produto do expoente pelo logaritmo, na base a, da base dessa potência. log a b m = m . log a b, 0 < a ≠ 1, b > 0, m e ε IR Caso particular: Se m = p , com p inteiro e q natural (q ≥2), é irredutível , então, temos q logaritmo de uma raiz: log log a q b p p .log a b,0 a 1, b 0 q Exemplos: a) log 3 56 6. log 3 5 2 2 b) log 7 5 32 log 7 3 5 .log 7 3 5 3 c) 3 . log 5 11 log 5 114 log 5 4 113 4 EQUAÇÕES MODULARES Notemos uma propriedade do modulo dos números reais: x = 1 x² = 1 x=1 ou x = -1 De modo geral , sendo k um número positivo ,temos: x = k x = k ou x = -k Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 31 FAAP - Colégio 1 - PROGRESSÃO ARITMÉTICA SEQÜÊNCIAS Na lista de chamada de sua classe, o nome de cada aluno está associado a um número natural não-nulo. Por exemplo: 1. Alberto Vieira de Moraes 2. Alessandra Rodrigues Fontana 3. Alex Stanley 30. Valdir de Souza e Ramos Existem, também, seqüências infinitas como, por exemplo, a seqüência dos números naturais pares em ordem crescente (0, 2, 4, 6, 8,...). NOTAS 1. Cada elemento de uma seqüência também pode ser denominado termo da seqüência. 2. O termo de uma seqüência que ocupa a posição de número n é indicado pelo símbolo a n. . Isto é: a 1 indica o primeiro termo da seqüência indica o segundo termo da seqüência a 2 a 3 indica o terceiro termo da seqüência n indica o enésimo termo da seqüência a 3. Uma seqüência a1 , a2 , a3 ,..., an ,... pode ser representada abreviadamente por an nIN . EXEMPLO Na seqüência (3, 7, 11, 15, ...), temos: a1 3, a2 7, a3 11, a4 15,... Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 32 FAAP - Colégio Lei da formação de uma seqüência Um conjunto de informações capazes de determinar todos os termos de uma seqüência e a ordem em que se apresentam é chamado de lei de formação da seqüência. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 33 FAAP - Colégio PROGRESSÃO ARITMÉTICA (P.A) Definição Progressão aritmética é toda seqüência numérica em que cada termo, a partir do segundo, é igual à soma do termo precedente (anterior) com uma constante r. O número r é chamado de razão da progressão aritmética. Exemplos a) (4, 7, 10,13, 16,19, 22) é uma P.A. finita de razão r=3. b) (10, 8, 6, 4, 2, 0, -2, -4, ...) é uma P.A. infinita de razão r=-2. c) (5, 5, 5, 5, ...) é uma P.A. infinita de razão r=0. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1 1 1. Calcular a razão da P.A. an nIN , sabendo que a7 ea8 . 3 2 Resolução A razão r da P.A. é tal que: 1 1 1 r a8 a7 2 3 6 2. Verificar se a seqüência an nIN tal que an = 3n+8 é ou não P.A. Resolução Devemos verificar se a diferença entre um termo qualquer, a partir do segundo, e seu antecessor é constante ou não. Sabemos que an 3n 8ean 1 3n 1 8 são termos consecutivos da seqüência n, com n IN . Calculando a diferença an 1 an , obtemos: an 1 an 3n 1 8 3n 8 3 Como essa diferença é constante, concluímos que a seqüência é P.A. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 34 FAAP - Colégio Classificação das progressões aritméticas Uma P.A. é crescente quando cada termo, a partir do segundo, é maior que o termo que o antecede. Para que isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja positiva. Exemplo (7, 11, 15, 19, ...) é uma P.A. crescente. Note que sua razão é positiva, r =4. Uma P.A. é decrescente quando cada termo, a partir do segundo, é menor que o termo que o antecede. Para que isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja negativa. Exemplo (50, 40, 30, 20, ...) é uma P.A. decrescente . Note que sua razão é negativa, r = -10. Uma P.A. é constante quando todos os seus termos são iguais. Para que isso aconteça é necessário e suficiente que sua razão seja igual a zero. Fórmula do termo geral de uma progressão aritmética an a1 n 1r EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 3. Determinar o 61° termo da P.A. (9, 13, 17, 21, ...) Resolução a1 9, r 4, n 61, a61 ? Aplicando a fórmula do termo geral, an a1 n 1r , para n = 61, temos a61 a1 61 1r a1 60r a61 9 60.4 249 4. Determinar a razão da P.A. a1 , a2 , a3 ,... em que a1 2 e a8 3. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 35 FAAP - Colégio Resolução a1 2, a8 3, n 8, r ? Aplicando a fórmula do termo geral, an a1 n 1r , para n = 8, temos a8 a1 7 r 3 2 7r r 1 7 5. Determinar o número de termos da P.A. (4, 7, 10, ...., 136). Resolução a1 4, an 136, r 3, n ? Aplicando a fórmula do termo geral, an a1 n 1r , temos: 136 4 n 1.3 136 4 3n 3 3n 135 n 45 Logo, a P.A. possui 45 termos. SOMA DOS n PRIMEIROS TERMOS DE UMA P.A. Seja, S n a1 an n 2 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 6. Calcular a soma dos trinta primeiros termos da P.A. (4, 9, 14, 19, ...) Resolução Aplicando a fórmula S n S30 a1 an n 2 para n 30 , temos a1 a30 30 2 Precisamos calcular o valor de a30 . Pelo termo geral an a1 n 1r , temos : a30 a1 29r a30 4 29.5 149 Logo: S30 4 14930 2.295 2 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 36 FAAP - Colégio PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (P.G.) Definição Progressão geométrica é toda seqüência numérica em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao produto do termo, a partir do segundo, é igual ao produto do termo precedente (anterior) por uma constante q é chamado de razão da progressão geométrica. Exemplos a) (3, 6, 12, 24, 48, 96) é uma P.G. finita de razão q = 2. 1 1 1 1 1 b) 1, , , , ,... é uma P.G. infinita de razão q = . 2 2 4 8 16 c) (2, -6, 18, -54, 162,...) é uma P.G. infinita de razão q = -3. d) (5, 0, 0, 0, ...) é uma P.G. infinita de razão q = 0. e) (0, 0, 0, ...) é uma P.G. infinita de razão indeterminada. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 7. Determinar a razão da P.G. an nIN tal que a15 32 e a16 108. Resolução Como a 15 0 , a razão q da P.G. é tal que: q a16 108 27 a15 32 8 Fórmula do termo geral de uma progressão geométrica an a1q n 1 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 37 FAAP - Colégio Matemática Financeira Noções de matemática financeira 1 – Razão e proporção Sejam dois números reais a e b, com b 0. Chama-se razão entre a e b (nessa a ordem ) o quociente a : b, ou . b Exemplo 1 20 2 50 5 A razão entre 20 e 50 é ; já entre 50 e 20 é . 50 5 20 2 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 38 FAAP - Colégio Exemplo 2 Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças. 18 3 , o que 24 4 significa que para “ cada 3 rapazes há 4 moças”. Por outro lado, a razão entre o 18 3 número de rapazes e o total de alunos é dada por , o que equivale a dizer 42 7 que “de cada 7 alunos na classe, 3 são rapazes”. A igualdade entre duas razões recebe o nome de proporção. 3 6 Na proporção ( lê-se :” 3 está para 5 assim como 6 está para 10”), os 5 10 números 3 e 10 são chamados extremos, e os números 5 e 6 são chamados meios. Observamos que o produto 3 10 = 30 é igual ao produto 5 6 = 30, o que caracteriza a propriedade fundamental das proporções: A razão entre o número de rapazes e o número de moças é “Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao produto dos extremos”. Exemplo 1 Na proporção e em 2 3 6 , temos 2 9 = 3 6 = 18; 9 1 4 , temos 4 4 1 16 16 4 16 Exemplo 2 Para determinarmos o valor de x em x 1 2x 6 , fazemos : 5 15 15. (x + 1) = 5. (2x + 6 ) x = 3 . Exemplo 3 Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2kg do “peso” da criança. Se uma criança tem 12kg, a dosagem correta x é dada por: 5 gotas x x 30 gotas 2kg 12kg Por outro lado, se soubermos que foram corretamente ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que seu “peso” é 8 kg, pois: 5 gotas 20 gotas p 8kg 2kg p (Nota: O procedimento utilizado nesse exemplo é comumente chamado de regra de três simples.). Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 39 FAAP - Colégio 2 - Porcentagem A razão cujo denominador é 100 recebe o nome de razão centesimal. São exemplos de razões centesimais: 30 4 135 27,9 , , e 100 100 100 100 Existe ainda outra forma de representar essas razões centesimais: 30 4 135 27,9 30% ; 4% ; 135 % ; 27,9% Tais razões estão 100 100 100 100 expressas em taxas percentuais. Exemplo 1 De um grupo de 100 jovens. 30praticam basquete. Isso significa que 30% (lê-se “trinta por cento”) dos jovens praticam basquete. Exemplo 2 Num lote de 50 lâmpadas, 13 apresentaram defeito; a razão entre o número de lâmpadas defeituosas e o total de lâmpadas é dada por: 13 26 26% O que significa que, se o lote contivesse 100 lâmpadas, 50 100 deveríamos encontrar 26 com defeito. 26 O número 26% é a taxa percentual de lâmpadas defeituosas, e o número 100 26 é a porcentagem de lâmpadas com defeito. Exemplo 3 Outro modo de representar a taxa 4% = 4 é obtido, simplesmente, 100 Efetuando a divisão de 4 por 100: 4: 100 = 0,04 Da mesma forma: 37% = 0,37 80% = 0,80 = 0,8 14,5% = 0,145 100% = 1 0,7 % = 0,007 250 % = 2,50 = 2,5 3- Juros Suponhamos que uma pessoa deseja comprar uma geladeira e não disponha de dinheiro suficiente para pagamento á vista. Nessas condições, ela pode efetuar a compra a prazo ou tentar um empréstimo em um banco. Em qualquer um dos casos, a pessoa geralmente paga uma quantia - além do preço da geladeira - a título de juros. O valor desses juros é justificado pelo prazo obtido para o pagamento ou pelo “aluguel” do dinheiro emprestado. Há outras situações em que aparecem juros. Por exemplo: se uma pessoa dispõe de uma importância em dinheiro, ela pode aplicá-lo em uma caderneta de Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 40 FAAP - Colégio poupança ou em algum outro investimento. Ao fim de certo período, ela receberá do banco a importância paliçada acrescida de um valor referente aos juros da aplicação. Normalmente, quando se realiza alguma operação desse tipo, fica estabelecida uma\ taxa de juros por um período (mês, dia, anos), a qual incide sobre o valor da transação, chamado de capital. 4 -Juros Simples Suponhamos que sobre uma quantia devam ser calculados juros simples, a uma taxa fixa por período, durante certo número de períodos. Isso significa que os juros correspondentes a cada um dos períodos serão sempre calculados sobre a quantia inicial, e só serão incorporados a ela ao final do último período. Dizemos, portanto, que nesse regime há pagamento de juros constante por períodos iguais. Atualmente, a maioria dos investimentos financeiros – como caderneta de poupança e fundos de aplicações -, além de dívidas e reajustes de preços, não obedece ao princípio de juros simples. A exceção principal é o mecanismo de desconto simples, que estudaremos adiante. Exemplo 1 Um comerciante contraiu de um amigo um empréstimo de R$ 600, 00, comprometendo-se a pagar a dívida em 3 meses, à taxa de juros simples de 5 % a.m (ao mês). Para calcularmos os juros serem pagos, fazemos: 1º) Em um mês, os juros são de: 5% de 600,00 = 0,05. 600 = 30,00 2º) Como o prazo é de 3 meses, o total de juros é: j = 3. 30,00 = 90,00. Assim, ao final de 3 meses, o comerciante deverá pagar: 600,00 + 90,00 = 690,00 capital juros O valor total a ser pago (R$ 690,00) é chamado montante. De modo geral, um capital C, empregado durante n períodos, à taxa i, produz juros j dados por: J = C. i. n e montante M igual a: M = C + J = C + Cin M = C (1 + i . n ) Observação : A taxa deve ser sempre compatível com a unidade de tempo consideranda. Por exemplo, se a taxa for de 4 % a.m, para um prazo de 60 dias adotaremos n = 2( 2 meses) Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 41 FAAP - Colégio Exemplo 2 Um capital de R$ 210,00, aplicado em regime de juros simples durante 4 meses gerou um montante de R$ 260,40. Para calcularmos a taxa mensal de juros considerada, fazemos: M = C ( 1+ in),isto é, 260,40 = 210 (1 + i . 4) 260,40 1 4i 1, 24 1 4i 0,24 4i i 0,06 6 % a.m . 210 Exemplo 3 À taxa anual de 30% (30%a.a) , certo capital, em 8 meses, produziu, a juros simples, um total de R$ 1500,00. Calculemos o capital de C aplicado. 30 Uma taxa de 30% a.a, equivale a = 2,5% a.m. Assim, devemos adotar 12 i = 0,025. Daí: 1500 = C (1 + 0,025 . 8) = C . (1 + 0,2) 1500 1500 1,2 C C R$1250,00 5 – Juros Compostos O regime de capitalização mais utilizado nas transações comerciais e finmanceiras é o de juros composto, que se baseia no seguinte princípio: Ao final do 1º período, os juros incidentes sobre o capital inicial são a ele incorporados, produzindo o 1º montante. Ao final de 2º período, os juros incxidem sobre 1º montante e incorporam-se a ele, gerando o 2º montante. Ao final do 3º período, os juros, calculados sobre o 2º montante , incorporanse a ele, gerando o 3º montante ; assim por diante. De modo geral, um capital C, a juros compostos aplicado a uma taxa fixa i, durante n períodos, produz: ao fianl do 1º período : M 1 = C + Ci M 1 = C ( 1 + i) ao final do 2º período : M2 = M1 + M1i = M 1( 1+i) M2 = C (1+i)2 ao final do 3º período : M3 = M2 + M 2 i= M2 91+i) M3 = C ( 1+i)3 ao final do n-ésimo: M3 = C (1+i)n Devido à sua natureza, o sistema de juros compostos é chamado capitalização acumulada. Exemplo 1 Joana aplicou R4 400,00 num investimento que rende 2% a.m., a juros compostos . O montante, ao fianl de 3 meses, é dado por: M 3 = 400 (1 +0,02)3 = 400 . 1,023 = 424,48 Ao final de 6 meses: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 42 FAAP - Colégio M 6 = 400 ( 1 +0,02)6 = 400 . 1,02 6 = 450,46 Ao final de 1 ano (12 meses) : M12 = 400 ( 1 + 0,02)12 = 400 . 1,0212 = 507,29 Exemplo 2 Considerando os dados do exemplo anterior, suponhamos que Joana deseje saber o tempo necessário para que o montante sejaR$ 600,00. Temos : M n 600 600 n 1,02 n 1,5 1,02n C 400 600 400 (1 0,02) 400 i 0,02 A determinação do expoente n é feita através de logaritimos: log 1,5 0,1761 n n . log 1,02 log 1,5 n n 20,47meses log 1,5 = log 1,02 log 1,02 0,0086 O valor obtido, entre 20 e 21 meses, significa que : a) caso Joana efetue o resgate após o final do 20º. mês ou no decorrer do 21ºmês, ela não terá o valor desejado, mas apenas M 20 = 400 . 1,0220 = 594,37 b) caso Joana efetue o resgate ao final do 21º mês, ela terá disponível o valor de M21 = 400 . 1,0221 = 606,26. Observação Em geral, o prazo de resgate de uma aplicação financeira é determinado pelo governo federal.Na maioria das vezes, o prazo é mensal, e o resgate antecipado ( antes do vencimento da aplicação) acarreta a perda de juros correspondentes áquele mês, cabendo ao poupador sacar apenas o montante acumulado até o mês anterior. Exemplos 3 No dia 1º de junho, Cristiano abriu uma crdeneta de poupança no valor de R4 200,00. Nesse mês, a taxa de rendimento da poupança foi de 1,2% e , em julho, foi de 1,4%. Qual será o saldo de Cristiano em 1º de agosto ? Em problemas como esse não podemos aplicar a fórmula do montante de juros composto, pois as taxas de rendimento não são iguais; entretanto , o princípio de capitalização acumulada é mantido. Vejamos: a) Em 1º de julho, serão capitalizados os juros correspondentes ao rendimento de junho e incidentes sobre o valor inicialmente aplicados, produzidos um total de : 200 + 1,2% de200 = 200 + 0,012 . 200 = 1,012 . 200 = 202,40 b) Em 1º de agosto, serão capitalizados os juros correspondentes ao rendimento de julho e incidentes sobre seu último “saldo”, gerando um total de : 202,40 + 1,4% de 202,40 = 202,40 + 0,014 . 202,40 = = 1,014 . 202,40 = 205,23 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 43 FAAP - Colégio 6 - Desconto Simples Suponhamos que um fabricante de tecidos tenha efetuado uma vendaà rede Tecidos Brasil no valor de R$ 80 000 , 00, quantia a ser paga três meses após a entrega. Passado um mês da data da entrega, o fornecedor, pecisando de dinheiro, procurou o Banco da Nação para tentar descontar a duplicata (documento comprobatório da dívida contraída pela rede Tecido Brasil). O banco ofereceu em troca do título a quantia de R$ 76 000,00. Tendo sido aceita a proposta, o fornecedor recebeu do banco a importância de R$ 76 000,00, e o banco passou a ser o credor da dívida, que será saldada pela Tecidos Brasil; ou seja, na data inicialmente estabelecida, a Tecidos Brasil fará o pagamento de R$ 80 000,00 diretamente ao Banco da Nação, e não mais ao fornecedor . Esse tipo de operação recebe o nome de desconto de título. O valor do título na data do vencimento - R$ 80 000,00 – é chamado valor nominal. O valor pago pelo Banco da Nação – R$ 76 000,00 – é chamado valor atual ou valor descontado. A diferença entre o valor nominal e o atual: R$ 80 000,00 - R$ 76 000,00 = 4 000,00 é chamada desconto. Normalmente, nesse tipo de operação, o valor proposto pelo banco decorre da aplicação de uma taxa de desconto simples, que incide sobre o valor nominal do título, em regime semelhante ao de juros simples. No exemplo, a taxa de desconto simples usada teria sido de 2,5% a.m e por 2 meses, que corresponde ao número de meses de antecipação: d = (2,5% de 80 000,0000) . 2 de = 0,025 . 80 000,00 . 2 = R$ 4 000,00 Exemplo 1 Um título de valor nominal R4 900,00, com vencimento para 150 dias, sera descontado em um banco que opera com a taxa de desconto de 6% a.m Se o prazo de antecipação for de 3 mese, o desconto será dado por d = 0,06 . 900 . 3 = R4 162,00 e o valor atual será : V A = 900 – 162 = R$ 738,00 Se o resgate for feito 48 dias antes do vencimento, o prazo de antecipação será 48 = 1,6 mês, e o desconto será : 30 d = 0,06 . 900 . 1,6 = R$ 86,40 produzindo o valor atual de : VA = 900 – 86,40 = R$ 813,60 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 44 FAAP - Colégio Exercícios Complementares 1. Comércio. No primeiro dia de sua liquidação anual, uma loja vendeu 40% do estoque de determinado produto; no segundo dia, vendeu 25% do restante. Qual a porcentagem do estoque do produto que não foi vendida? 2. Saúde. Feita uma pesquisa junto à população de certa região, constatou-se que 20% dos entrevistados usavam óculos e que, entre eles, 40% são míopes. Qual a porcentagem de pessoas míopes nessa população? 3. Metrô. Um dos meios de transportes mais eficientes nas grandes capitais são os trens de metrô. Ao adquirir seu bilhete, o usuário do metrô tem diversas alternativas. Se o bilhete unitário custa, hoje R$ 2,10 e o chamado “múltiplo 10”, R$ 20,00, que porcentual de economia o usuário terá ao adquirir o bilhete “múltiplo 10” em relação a dez bilhetes unitários? 4. Economia. Em países de economia instável, observa-se o fenômeno da inflação, que basicamente é a perda do valor de compra de uma moeda. a) Se um país a inflação mensal é de 5%, qual a taxa de inflação trimestral? b) Uma inflação de 44%, acumulada em dois anos, corresponde a que inflação média ao ano? 5. Finanças. A valorização de uma ação foi de 38% em dois meses. Qual foi sua valorização do 2º mês, sabendo que no 1º mês a valorização foi de 15%? 6. Comércio. Uma loja compra televisores por R$ 500,00 cada e os revende por R$ 700,00 cada. a) Determine o lucro da loja sobre o preço de custo. b) Devido à crise econômica, o fornecedor passou a cobrar R$ 400,00 por televisor e a loja passou a vender por R$ 600,00, a título de repasse do desconto. Calcule o lucro da loja sobre o custo. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 45 FAAP - Colégio c) Se o repasse do desconto fosse “correto”, por quanto a loja deveria vender os televisores? 7. Comércio. Ao vender um produto por R$ 520,00, um comerciante obtém lucro de 30% sobre o preço que pagou pelo mesmo produto. Qual o preço de compra desse produto? 8. Comércio. Um objeto que custava R$ 260,00 sofreu dois aumentos sucessivos, um de 20% e depois outro de 30%. O novo valor do objeto é 50% maior que o original? Qual o novo valor e qual a taxa acumulada pelos dois aumentos? 9. Comércio. Um vendedor repassa seus produtos ao consumidor com um lucro de 60% em relação ao preço de vendo. Qual a taxa de lucro do comerciante em relação ao preço de custo? 10. Comércio. Um comerciante compra um produto por R$ 28,00 a unidade e o revende com um lucro igual a 20% do preço de venda. Qual o preço de venda do produto? E se o lucro fosse de 20% do preço de custo? Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 46 FAAP - Colégio Elementos do prisma Dados o prisma a seguir, consideramos os seguintes elementos: bases: as regiões poligonais R e S altura:a distância h entre os planos arestas das bases:os lados ( dos polígonos) arestas laterais:os segmentos faces laterais: os paralelogramos AA'BB', BB'C'C, CC'D'D, DD'E'E, EE'A'A Classificação Um prisma pode ser: reto: quando as arestas laterais são perpendiculares aos planos das bases; oblíquo: quando as arestas laterais são oblíquas aos planos das bases. Veja: prisma oblíquo prisma reto Chamamos de prisma regular todo prisma reto cujas bases são polígonos regulares: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 47 FAAP - Colégio prisma regular hexagonal prisma regular triangular Observação: As faces de um prisma regular são retângulos congruentes. Secção Um plano que intercepte todas as arestas de um prisma determina nele uma região chamada secção do prisma. Secção transversal é uma região determinada pela intersecção do prisma com um plano paralelo aos planos das bases ( figura 1). Todas as secções transversais são congruentes ( figura 2). Áreas Num prisma, distinguimos dois tipos de superfície: as faces e as bases. Assim, temos de considerar as seguintes áreas: a) área de uma face (AF ):área de um dos paralelogramos que constituem as faces; b) área lateral ( AL ): soma das áreas dos paralelogramos que formam as faces do prisma. No prisma regular, temos: AL = n. AF (n = número de lados do polígono da base). c) área da base (AB): área de um dos polígonos das bases; d) área total ( AT): soma da área lateral com a área das bases AT = AL + 2AB Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 48 FAAP - Colégio Vejamos um exemplo. Dado um prisma hexagonal regular de aresta da base a e aresta temos: lateral h, Paralelepípedo Todo prisma cujas bases são paralelepípedo.Assim, podemos ter: paralelogramos a) paralelepípedo oblíquo recebe o nome de b) paralelepípedo reto Se o paralelepípedo reto tem bases retangulares, ele é chamado de paralelepípedo reto-retângulo, ortoedro ou paralelepípedo retângulo. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 49 FAAP - Colégio Paralelepípedo retângulo Seja o paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c da figura: Temos quatro arestas de medida a, quatro arestas de medida b e quatro arestas de medida c; as arestas indicadas pela mesma letra são paralelas. Diagonais da base e do paralelepípedo Considere a figura a seguir: db = diagonal da base dp = diagonal do paralelepípedo Na base ABFE, temos: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 50 FAAP - Colégio No triângulo AFD, temos: Área lateral Sendo AL a área lateral de um paralelepípedo retângulo, temos: AL= ac + bc + ac + bc = 2ac + 2bc =AL = 2(ac + bc) Área total Planificando o paralelepípedo, verificamos que a área total é a soma das áreas de cada par de faces opostas: AT= 2( ab + ac + bc) Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 51 FAAP - Colégio Volume Por definição, unidade de volume é um cubo de aresta 1. Assim, considerando um paralelepípedo de dimensões 4, 2 e 2, podemos decompô-lo em 4. 2. 2 cubos de aresta 1: Então, o volume de um paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c é dado por: V = abc Como o produto de duas dimensões resulta sempre na área de uma face e como qualquer face pode ser considerada como base, podemos dizer que o volume do paralelepípedo retângulo é o produto da área da base AB pela medida da altura h: Cubo Um paralelepípedo retângulo com todas as arestas congruentes ( a= b = c) recebe o nome de cubo. Dessa forma, as seis faces são quadradas. Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 52 FAAP - Colégio Diagonais da base e do cubo Considere a figura a seguir: dc=diagonal do cubo db = diagonal da base Na base ABCD, temos: No triângulo ACE, temos: Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 53 FAAP - Colégio Área lateral A área lateral AL é dada pela área dos quadrados de lado a: AL=4a2 Área total A área total AT é dada pela área dos seis quadrados de lado a: AT=6a2 Volume De forma semelhante ao paralelepípedo retângulo, o volume de um cubo de aresta a é dado por: V= a. a. a = a3 Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 54 FAAP - Colégio Generalização do volume de um prisma Para obter o volume de um prisma, vamos usar o princípio de Cavalieri (matemático italiano, 1598 - 1697), que generaliza o conceito de volume para sólidos diversos. Dados dois sólidos com mesma altura e um plano , se todo plano , paralelo a , intercepta os sólidos e determina secções de mesma área, os sólidos têm volumes iguais: Se 1 é um paralelepípedo retângulo, então V2 = ABh. Assim, o volume de todo prisma e de todo paralelepípedo é o produto da área da base pela medida da altura: Vprisma = ABh Código da Disciplina: 9EX120 - MATEMÁTICA 55