UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIEDEMATOGÊNICA E ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS PIRAZOLÍNICOS SILVIA APARECIDA RAMOS Itajaí - 2012 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS SILVIA APARECIDA RAMOS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIEDEMATOGÊNICA E ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS PIRAZOLÍNICOS Dissertação apresentada à Universidade do Vale do Itajaí como parte dos requisitos parcial, para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Orientador: Prof. Dra. Márcia Maria de Souza Co-orientadora: Prof. Dra. Fátima de Campos Buzzi Itajaí, Fevereiro de 2012. DEDICATÓRIA Por tudo o que a vida tem nos proporcionado. Momentos bons e ruíns. Pela amizade, cumplicidade e paciência. Pela nossa história. Dedico este trabalho ao meu irmão Mário Nicanor Ramos. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus, pela força e vontade de continuar nos momentos difíceis. Aos meus “nove” irmãos e toda a minha família que me suportaram, pois eles passaram todo este tempo escutando eu falar de um único assunto “Mestrado”. E as minhas sobrinhas maravilhosas Thiana e Jéssica, minha cunhada Tati, que me ajudaram a fotografar os animais. Aos meus colegas de trabalho da UNIVILLE, Dalva Tomaz, Profa Roseneide, Profa Carmen, Profa Bianca, Profa Vivia, que sempre me apoiaram a ir em frente e me apresentaram a docência. Aos professores do Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas, que contribuíram infinitamente para o meu amadurecimento. Vocês participaram de uma etapa muito importante da minha vida. Em especial, muito obrigado à Professora Nara, que sempre me ajudou quando precisei. Agradeço à Maria Angélica, pelo abraço aconchegante quando eu chegava, pelas palavras de apoio sempre bem vindas. Maggie você fez falta!!! As minhas amiguinhas, Lilian, Liliane, Claudia, Gislaine e Nicole, pelo companheirismo, pela ajuda com os experimentos, vocês foram muito importantes. Sem você Nicole, este trabalho não teria sido realizado, você sabe disso né amiga! À professora e coordenadora do Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas Tânia Mari Bellé Bresolin. Aos meninos do biotério, que sempre me ajudaram com os animais. Às minhas queridas Orientadoras pela confiança nas minhas idéias, pelo respeito as minhas opiniões, pelo companheirismo e principalmente por confiar no meu potencial. Professora Márcia e Fátima, eu admiro muito vocês!!! Obrigado por tudo. Agradeço a Lorena pelo desenvolvimento dos compostos e pela confiança na utilização dos mesmos. Pai e mãe, apesar de vocês não estarem mais entre nós, tenho certeza que este seria um momento de muito orgulho. Tenho certeza que em todos os momentos difíceis que eu passei durante este período, vocês estiveram ao meu lado. E tenho certeza que de algum lugar vocês estão me aplaudindo. Obrigado, afinal de contas sem o amor de vocês eu não teria nascido. Aos meus queridíssimos, ratos e camundongos, sem eles este trabalho não existiria. Não foi fácil sacrificar os ratos, depois de quase 30 dias de convivência. E por fim, agradeço aqueles que me deram amor e foram verdadeiros... EPÍGRAFE Minha luta Lutar é viver sensações de chegada É iniciar cada dia uma jornada É subir ao pódio dos recomeços É silenciar os gritos e transpor defeitos É clarear o dia da vida que quer recomeçar É brigar com o sono, odiar o travesseiro Lutar é persistir no rumo escolhido É brigar contra vontades, vontades, vencendo as próprias Lutar é não levantar em vão É encarar o leão nosso de cada dia É sobreviver de espaços É saber amanhecer a vida É dominar o sonho de ser vencedor Assim é ser, é assim que sou Assim nasci assim é lutar. Por, Nico Ramos. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIEDEMATOGÊNICA E ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS PIRAZOLÍNICOS Silvia Aparecida Ramos Fevereiro /2012 Orientador: Profa. Dra. Márcia Maria de Souza. Co-Orientadora: Profa. Dra. Fátima de Campos Buzzi. Área de Concentração: Produtos Naturais e Substâncias Sintéticas Bioativas. Número de páginas: 147. Os análogos pirazolínicos possuem importante participação no repertório de fármacos utilizados para o tratamento de diversas patologias. Um fármaco muito conhecido deste grupo é a Dipirona, porém, o seu uso tem sido questionado quanto à possibilidade do mesmo em induzir distúrbios hematológicos, como a agranulocitose. O presente estudo teve como objetivo fazer um screening de uma série de compostos pirazolínicos substituídos segundo modelo de Topliss, em modelos de dor aguda induzida pelo ácido acético (0,6%), hiperalgesia e edema de pata induzidos pela ʎ-carragenina (Cg 300 µg/pata). O composto 3,5-bis(4clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) foi o que apresentou o melhor perfil antinociceptivo e dessa forma foi avaliado quanto ao seu efeito antiedematogênico induzido por substância P (SP, 30nmol/pata), histamina (HIS, 100 µg/pata), bradicinina (BK, 3nmoL/pata) e prostaglandina E2 (PGE2, 3nmol/pata) no modelo do edema de pata. O efeito antinociceptivo foi avaliado no modelo de hiperalgesia induzida pela PGE2 (0,1nmol/pata), Lipopolissacarídeo (LPS 100 ng/pata), BK (500 ng/pata) e adjuvante completo de Freund (CFA 20 µg/pata). Além disso, o composto foi avaliado no modelo de artrite induzida pelo CFA. Foram avaliados os possíveis efeitos tóxicos do composto sobre as células sanguíneas da medula óssea e sangue periférico, a função hepática e renal, temperatura retal e a atividade motora pelo teste de campo aberto. Nos experimentos foram utilizados camundongos Swiss machos ou fêmeas (20-35g) e ratos machos Wistar (250 - 380g), dependendo do protocolo experimental adotado. Os animais foram divididos em grupos distintos denominados controle negativo/veículo, controle positivo/fármaco referência e C61, os quais receberam os tratamentos por via intraperitoneal (i.p.). O C61 foi capaz de inibir de maneira significativa o edema de pata induzido pela HIS (30 ± 4% 0,3 mg/Kg), PGE2 (40 ± 4%, 3 mg/Kg), SP (28 ± 6%, 3 mg/Kg), BK (50 ± 2%, 1 mg/Kg), além disso, o C61 também demonstrou expressiva redução da hiperalgesia mecânica induzida pelo CFA (84 ± 6%, 3 mg/Kg), PGE2, (73 ± 10%, 3 mg/Kg), LPS (58 ± 5%, 0,3 mg/Kg) e BK (64 ± 5%, 1 mg/Kg). No modelo de artrite induzido pelo CFA os resultados demonstraram inibição siginificativa na hiperalgesia mecânica (52 ± 8%, 0,3 mg/Kg) bem como no edema de pata (37 ± 4%, 1 mg/Kg). Além disso, o tratamento crônico dos animais no modelo de artrite induzido pelo CFA, não apresentou alterações significativas nos parâmetros hematológicos e bioquímicos. O tratamento com o C61 também não interferiu na atividade motora e temperatura corporal dos animais, nas condições experimentais avaliadas. Entretanto para elucidar os possíveis mecanismos de ação do C61, bem como a sua segurança terapêutica, outros experimentos devem ser realizados. Palavras chave: Pirazolina, dor inflamatória, hiperalgesia. EVALUATION OF THE ANTIEDEMATOGENIC AND ANTINOCICEPTIVE ACTIVITY OF PYRAZOLINE DERIVATIVES Silvia Aparecida Ramos February /2012 Supervisor: Prof. Dr. Márcia Maria de Souza. Co-Supervisor: Prof. Dr. Fátima de Campos Buzzi. Area of concentration: Natural products and Bioactive and Synthetic Substances. Number of pages: 147. Pyrazoline analogs have extensive involvement in the repertoire of drugs used to treat various diseases. A well-known drug of this group is Dipyrone. However its use has been questioned as to the possibility that it induces haematological disorders such as agranulocytosis. This study screens a series of pyrazoline substitute compounds according to the Topliss model, in models of acute pain induced by acetic acid (0.6%), hyperalgesia and paw oedema induced by carrageenan-ʎ (Cg 300µg/paw). The compound 3,5-bis (4-chlorophenyl)-1-phenyl-4,5-dihydro-1H- pirazolin (C61) was the one that showed the best analgesic antinociceptive profile, therefore it was evaluated for its antiedematogenic effect induced by substance P (SP, 30nmol/paw), histamine (HIS, 100 mg/paw), bradykinin (bradykinin (BK, 3nmoL/paw), and prostaglandin E2 (PGE2, 3 nmoL/paw) in the model of paw edema. The antinociceptive effect was evaluated in the model of hyperalgesia induced by PGE2 (0.1 nmoL/paw), Lipopolysaccharide (LPS 100 ng/paw), BK (500 ng/paw), and complete Freund´s adjuvant (CFA 20 µg/paw). Furthermore, the compound was evaluated in the model of arthritis induced by CFA. The possible toxic effects of the compound on blood cells from bone marrow and peripheral blood, the liver and kidney function, rectal temperature and motor activity were evaluated by the open field test. Male and female Swiss mice (20-35g) and male Wistar rats (250-380g) were used, depending on the experimental protocol adopted. The animals were divided into distinct groups named negative control/vehicle, positive control/reference drug and C61, which received the treatments intraperitoneally (i.p.). C61 was capable of significantly inhibiting the paw oedema induced by HIS (30 ± 4% 0,3 mg/Kg), PGE2 (40 ± 4%, 3 mg/Kg), SP (28 ± 6%, 3 mg/Kg), and BK (50 ± 2%, 1mg/Kg), also, C61 also showed a significant reduction in mechanical hyperalgesia induced by CFA (84 ± 6%, 3 mg/Kg), PGE2 (73 ± 10%, 3 mg/Kg), LPS (58 ± 5%, 0,3 mg/Kg) and BK (64 ± 5%, 1 mg/Kg). In the model of arthritis induced by CFA, the results demonstrated a significant inhibition in mechanical hyperalgesia (52 ± 8%, 0.3 mg/Kg) and in the paw oedema (37 ± 4%, 1 mg/Kg). In addition, chronic treatment of animals in the model of arthritis induced by CFA showed no significant changes in the hematological and biochemical parameters. Treatment with C61 also did not interfere in motor activity or body temperature of the animals, under the experimental conditions evaluated. However, to elucidate the possible mechanisms of action of C61, as well as it’s therapeutic safety, further experimental models are necessary. Keywords: Pyrazoline, inflammatory pain, hyperalgesia. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Uma visão esquemática dos principais circuitos da dor nociceptiva...........27 Figura 2. Diferentes nociceptores detectam diferentes tipos de dor..........................30 Figura 3. Dor Nociceptiva...........................................................................................33 Figura 4. Vias de sinalização e transmissão da dor inflamatória...............................34 Figura 5. Migração dos leucócitos..............................................................................40 Figura 6. Escada Analgésica......................................................................................47 Figura 7. Esquema geral da reação das 1,3,5-triaril-pirazolinas................................55 Figura 8. Procedimento de coleta da medula óssea dos ratos utilizados no modelo de artrite induzida pelo CFA. Fonte: Ramos, 2011....................................................64 Figura 9. Efeito das 1,3,5-triaril-pirazolinas sobre a contorção abdominal induzida pela administração i.p. de ácido acético 0,6% em camundongos..............................69 Figura 10. Efeito da 5-(4-clorofenil)-1,3-difenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C58), sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos.............................................................................................................70 Figura 11. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metilfenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C60), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎcarragenina em camundongos...................................................................................71 Figura 12. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎ-carragenina em camundongos.............................................................................................................72 Figura 13. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metoxifenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C62), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎcarragenina em camundongos...................................................................................73 Figura 14. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H- pirazolina (C66), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎ-carragenina em camundongos................................................................................74 Figura 15. Efeito da 5-(4-clorofenil)-1,3-difenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C58), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos.............................................................................................................75 Figura 16. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metilfenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C60), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos.............................................................................................................76 Figura 17. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos.............................................................................................................77 Figura 18. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metoxifenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C62), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos.............................................................................................................78 Figura 19. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H- pirazolina (C66), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎcarragenina em camundongos...................................................................................79 Figura 20. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de BK em camundongos............81 Figura 21. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de HIS em camundongos..........82 Figura 22. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de PGE2 em camundongos.......83 Figura 23. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de SP em camundongos............84 Figura 24. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de BK em camundongos................85 Figura 25. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de PGE2 em camundongos............86 Figura 26. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de LPS em camundongos...............87 Figura 27. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de CFA em camundongos..............88 Figura 28. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o desenvolvimento da artrite (severidade) após a administração i.pl. de CFA (100µL/pata) em ratos................................................................................................89 Figura 29. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o desenvolvimento da artrite após a administração i.pl. de CFA (100µL/pata) em ratos (Fotos) ..............................................................................................................90 Figura 30. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de CFA (100µL/pata) em ratos............................................................................................................................91 Figura 31. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a intensidade de hiperalgesia induzida pela administração i.pl de CFA (100 µL/pata) em ratos, ipsilateral (A e B) e contralateral (C e D)...................................................92 Figura 32. Efeito do tratamento crônico da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1Hpirazolina (C61) sobre as células sanguíneas............................................................94 Figura 33. Efeito do tratamento crônico da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1Hpirazolina (C61) sobre o peso dos órgãos e peso corporal........................................96 Figura 34. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a atividade motora em camundongos........................................................................97 Figura 35. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a temperatura corporal em camundongos..................................................................98 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Previsão teórica da solubilidade e permeabilidade das 1,3,5-triaril-2pirazolinas segundo a “Regra dos 5” de Lipinsk........................................................56 Tabela 2. Ordem de potência para diversos parâmetros físico-químicos proposta por Topliss........................................................................................................................57 Tabela 3. Resultados das DI50 e % de inibição dos derivados pirazolínicos..............80 Tabela 4. Efeito das doses do C61 sobre a função renal e hepática.........................95 LISTA DE ABREVIATURAS 5-HT – Serotonina AAS - Ácido acetil salicícilo Aβ – A-Beta ACE - Acetaminofeno Aδ – A-delta ALT - Alanina amino transferase AMPc – Adenosina monofosfato cíclico AINES - Anti-inflamatórios não esteroidais ANOVA – Análise de variância AR – Artrite Reumatóide AST – Aspartato amino transferase ATP – Adenosina tri-fosfato AUC – Área sobre a curva BK – Bradicinina CFA – Adjuvant Completo de Freund Cg – ʎ-carragenina CGRP – Peptídeo relacionado ao gene da calcitonina COX – ciclooxigenase Dex - Dexametasona DI50 – Dose inibitória 50% Dip – Dipirona EPM – Erro padrão da média ERK - quinases reguladas por sinal extracelular (ERK1, ERK2) Fenil – Fenilbutazona G-CSF - Fator estimulador de colônia de granulócitos GLU - glutamato GM-CSF – Fator estimulador de colônia de granulócitos macrófagos HIS – Histamina HGB – hemoglobia HTO – hematócrito IASP - Associação Internacional de Estudos da Dor ICAM-1 – Molécula intercelular de adesão IκB – Proteínas inibidoras do κB IΚΚs – Proteínas quinases IκB IL - Interleucina IL-1β – Interleucina – 1beta IL-1R – receptor de IL-1 IM – Inibição máxima Ind – Indometacina iNOS – Óxido nítrico sintase induzida I.p. – intraperitoneal IP3 – Fosfotidilinositol I.pl. – intraplantar JNK - quinase c-Jun N-terminal LT - Leucotrienos LPS – Lipopolissacarídeo MAPK – Proteínas quinases ativadas por mitógeno M-CSF - Fator estimulador de colônia de macrófagos MMPs - Metaloproteinases NF-κB – Fator nuclear κB NGF – Fator de crescimento do Nervo NMDA- N-metil-D-Aspartato NMR – Núcleo magno da rafe NO – Óxido nítrico NOS – Óxido nítrico sintase nNOS – Óxido nítrico sintase neuronal NOR - Noradrenalina OMS – Organização Mundial da Saúde PAF - Fator de agregação plaquetária PAG – Substância cinzenta periaquedutal PGs – Prostaglandinas PGE2 – Prostaglandina E2 PM – peso molecular PLT – plaquetas PKA - Proteína quinase A PKC – Proteína quinase C RVM - medula rostroventromedial s.c. - subcutânea SI – Sistema Imune SNC – Sistema Nervoso Central SNP – Sistema Nervoso Periférico SNS – Sistema Nervoso Simpático SP – Substância P TCAs – Antidepressivos tricíclicos TTXr – Resistente à Tetrodotoxina TTXs – Sensível à Tetrodotoxina TLRs – Receptores do tipo Toll TNF-α – Fator de necrose tumoral-α TGF-beta1 – Fator transformador de crescimento Beta-1 VCAM1 – Moléculas de adesão celular vascular 1 v.o. – via oral VHF – filamento de Von Frey SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 23 2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 23 2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 23 3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 25 3.1 Dor: Características e processamento. ................................................. 25 3.2 Tipos de dor ............................................................................................. 32 3.3 Dor Inflamatória ....................................................................................... 34 3.4 Resposta Imune ....................................................................................... 37 3.5 Artrite Reumatóide .................................................................................. 41 3.5 Como proporcionar o alívio da dor e inflamação ................................. 44 3.6 Heterociclos: pirazol, pirazolinas e pirazolonas .................................. 50 4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 55 4.1 Obtenção das substâncias avaliadas .................................................... 55 4.1.1 Síntese dos derivados 1,3,5-triaril-pirazolínicos ......................................... 55 4.2 Métodos teóricos para avaliação da estrutura-atividade .................... 56 4.2.1 Regra dos cinco de Lipinski. ......................................................................... 56 4.2.2. Método de Topliss ......................................................................................... 57 4.3 Animais ..................................................................................................... 58 4.4 Reagentes................................................................................................. 58 4.5 Ensaios Farmacológicos ........................................................................ 59 4.5.1 Análise da Propriedade Antinociceptiva – Modelo de dor aguda. ............. 59 4.5.2 Análise da Propriedade Antinociceptiva – Modelo de dor persistente...... 59 4.5.3 Análise da Propriedade Antiedematogênica................................................ 60 4.5.4 Modelo de artrite induzida pelo CFA ............................................................ 61 4.5.6 Investigação de possíveis efeitos adversos e/ou colaterais ...................... 65 4.6 Análise Estatística ................................................................................... 66 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 68 5.1 Efeitos dos derivados pirazolínicos sobre a nocicepção induzida pelo ácido acético 0,6% em camundongos ......................................................... 68 5.2 Efeitos dos derivados pirazolínicos sobre o edema de pata induzido pela ʎ-carragenina em camundongos ......................................................... 70 5.3 Efeitos dos derivados pirazolínicos sobre a hiperalgesia mecânica induzida pela ʎ-carragenina em camundongos ......................................... 75 5.4 Efeitos do 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre o edema de pata induzido por diferentes agentes flogísticos em camundongos ................................................................................................ 81 5.5 Efeitos do 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre a hiperalgesia mecânica induzida por diferentes agentes flogísticos em camundongos ....................................................................... 84 5.6 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema e hiperalgesia mecânica no modelo de artrite induzida pelo Adjuvante Completo de Freund (CFA) ................................................ 88 5.7 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre as células sanguíneas no tratamento crônico de artrite induzida pelo Adjuvant Completo de Freund (CFA) .................................................. 93 5.8 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a função hepática, renal, peso corpóreo e peso de órgão após tratamento crônico no modelo de artrite induzida pelo Adjuvant Completo de Freund (CFA) ........................................................................... 95 5.9 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a deambulação em camundongos normais. .................................... 97 5.10 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a temperatura corporal em camundongos normais. ....................... 98 6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 99 7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 117 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 118 20 1 INTRODUÇÃO Mesmo sendo um processo fisiológico de alerta para o indivíduo, a dor e a inflamação ainda constitui, em muitos aspectos, o flagelo da humanidade (PORTH, 2004). Os processos inflamatório e doloroso ocorrem em resposta à lesão celular e caracterizam-se por um fenômeno complexo, dinâmico e multimediado, os quais podem ser desencadeados por vários tipos de agentes químicos, físicos ou biológicos (CARVALHO; LEMÔNICA, 1998a). De acordo com Celsus (30 a.c – 36 d.c), médico da antiguidade, a dor é um dos sinais cardinais da inflamação, e por si só, também compreende um mecanismo fisiológico designado a proteger o indivíduo (SCOTT et al., 2004; ZAMPONI et al., 2009). Ao experimentar a sensação dolorosa, o indivíduo é alertado para uma lesão real ou iminente, e a partir de então, aciona respostas adequadas de proteção (JULIUS; BASBAUM, 2001). Para tal situação, o Sistema Nervoso Central (SNC) é especializado em detectar e reagir ao estímulo externo. Cada espécie, de acordo com sua evolução, tornou-se capaz de identificar e diferenciar um estímulo agressivo de um estímulo inócuo (KRAYCHETE; CALASANS; VALENTE, 2006). No entanto, nem sempre, a dor reflete um estado de defesa. Numerosas condições fisiopatológicas, como diabetes, infecções virais, lesões no nervo, uso de algumas classes medicamentosas e a inflamação propriamente dita, podem provocar dor persistente e crônica. Este tipo de dor parece não servir a um propósito de alerta e muitas vezes, é refratária aos tratamentos convencionais (PORRECA; OSSIPOV; GEBHART, 2002; ZAMPONI et al., 2009). A dor é, sem dúvida, o principal sintoma que motiva os pacientes a procurarem atendimento médico. Alguns exemplos comuns da procura clínica incluem: dor nas costas, dor lombar, cefaleia, processo doloroso secundário a trauma agudo. No caso de pacientes com artrite reumatoide (AR), os mesmos queixam-se mais da dor do que da própria perda da função. Tanto a dor aguda quanto a crônica constitui um problema de saúde pública de alta prevalência na sociedade, o que gera altos custos, diretos e indiretos, pois, acarretam em perda substancial da produtividade (LEVINE; TAIWO, 1990; PAYNE, 1997; GUILLOT et al., 2011). 21 O desenvolvimento de áreas da ciência como biologia molecular, genética, imuno-histoquímica, histologia e neuroimagem, contribuíram muito nos últimos anos, na descoberta de mecanismos moleculares envolvidos na neurobiologia da dor. Consequentemente, esta evolução tem favorecido a Indústria Farmacêutica no desenvolvimento de analgésicos mais modernos (BROOKS; TRACEY, 2005). Esse grande avanço na farmacologia do processo doloroso reflete os recentes conhecimentos e identificação de importantes alvos envolvidos na transmissão nociceptiva, bem como na plasticidade neuronal. Dentre eles, encontram-se os receptores, canais iônicos, neuromoduladores, fatores de transcrição, que atuam em nociceptores periféricos, medula espinhal, tálamo e córtex cerebral, onde a sensação é percebida (CARVALHO; LEMONICA, 1998b; STUCKY; GOLD; ZHANG, 2001; WOOLF; MAX, 2001; BROOKS; TRACEY, 2005). Considerando as opções de tratamento farmacológico para as desordens inflamatórias e dolorosas, ainda são descritos muitos efeitos adversos, colaterais ou não, que inviabilizam o tratamento, principalmente quando este é prolongado. Há então, a necessidade de constante manejo no tratamento das enfermidades de cunho doloroso, pois, muitas vezes, ocorre falta de adesão à terapêutica, em função de tais efeitos (PIETROVSKI et al.,2008). Diante destes fatos, continua sendo constante e necessária a investigação e busca de novos fármacos, ou então, modificações estruturais em moléculas clássicas, que melhorem a sua relação estrutura - atividade, diminuindo os efeitos adversos e aumentando os seus efeitos farmacológicos desejados (ZHANG et al., 2009a). Vários trabalhos na literatura descrevem os efeitos farmacológicos de compostos heterociclos, em especial os que possuem um núcleo pirazol. Uma revisão feita por Rahman e Siddqui (2010), relata diversos estudos decorrentes da síntese e avaliação da atividade farmacológica de derivados pirazolínicos. Algumas das propriedades demonstradas nos estudos foram: efeito antiepilético (SINGH et al., 1974; KUCUKGUZEL et al., 2000), antidepressivo (PRASAD et al., 2005), antiinflamatório (BARSOUM; GIRGIS, 2008), antimicrobiano (OZDEMIR et al., 2007), antitumoral (MANNA et al., 2005), antiamoébica (BUDAKOTI; ABID; AZAM, 2007), antinociceptiva (GODOY et al., 2004), inseticida (SILVER; SODERLUND, 2005), hipotensiva (TURAN-ZITOUNI et al., 2000), antioxidante (BABU et al., 2008), entre outros. 22 Nesse aspecto, considerando que os núcleos pirazolínicos constituem um importante grupo de moléculas com efeitos terapêuticos, e visando a necessidade da busca de novas moléculas como candidatos a fármacos para a terapêutica da dor e inflamação, o presente trabalho aborda a relação estrutura atividade de derivados pirazolínicos, avaliando sua ação antiedematogênia e antinociceptiva, e também a influência destas moléculas sobre alguns parâmetros que apontam toxicidade. 23 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Estudar a atividade antiedematogênica e antihiperalgésica dos derivados pirazolínicos, em modelos experimentais de inflamação e dor, bem como, avaliar possíveis efeitos adversos. 2.2 Objetivos Específicos Analisar o efeito antiedematogênico e antinociceptivo de derivados pirazolínicos através dos modelos de nocicepção induzida pelo ácido acético, edema de pata e hiperalgesia mecânica induzidos pela ʎ-carragenina, em camundongos e escolher o composto mais ativo para estudos posteriores de dor e inflamação; Avaliar o efeito antiedematogênico do composto, escolhido no modelo de edema de pata induzido por BK, HIS, PGE2 e SP, em camundongos; Avaliar o efeito anti-hiperalgésico, do composto, por meio do modelo de hiperalgesia mecânica induzida por diferentes agentes flogísticos (BK, PGE2, LPS e CFA) em camundongos; Avaliar a atividade antidematogênica e anti-hiperalgésica do composto no modelo de artrite induzida pelo CFA em ratos; Avaliar macroscopicamente os efeitos do composto sobre o índice de severidade de instalação de artrite induzida pelo CFA em ratos; Investigar o efeito da administração crônica do composto sobre as células da medula óssea e sangue periférico nos animais submetidos ao modelo de artrite induzido pelo CFA; Investigar o efeito da administração crônica do composto, sobre a função renal e hepática nos animais submetidos ao modelo de artrite induzido pelo CFA; Investigar o efeito do composto sobre o peso corporal e de alguns órgãos, além da temperatura corporal, verificando a existência de um possível efeito tóxico nos animais submetidos ao modelo de artrite induzido pelo CFA; Verificar se o composto em estudo possui efeito sobre a atividade locomotora dos animais por meio do modelo de campo aberto, em camundongos; 24 Comparar os efeitos obtidos do composto mais ativo com fármacos utilizados no tratamento clínico da dor e inflamação; 25 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 Dor: Características e processamento. A capacidade de detectar estímulos nocivos é essencial para a sobrevivência e bem estar do indivíduo e encontra-se presente na maioria das espécies, assumindo um alto grau evolutivo na espécie humana. Entretanto, algumas pessoas sofrem de anomalias genéticas e/ou congênitas que as impede de executar este simples reflexo de sobrevivência, ou seja, se tornam incapazes de detectar os estímulos dolorosos (COX et al., 2006). Os pacientes portadores dessas deficiências congênitas, não desenvolvem a resposta fisiológica protetora induzida pelo processo doloroso. Obviamente este tipo de situação pode levar a lesões extensas de uma determinada área, que, em muitos casos pode causar mutilação ou ainda ser fatal. Diante desse fato, pode-se aferir então, que a capacidade de detectar um estímulo nocivo desencadeado pela dor é essencial para a sobrevivência do indivíduo (WOOLF; COSTIGAN, 1999; BASBAUM et al., 2009). A sensação “dolorosa” se refere a um conjunto de fatores que envolvem a percepção do processo nociceptivo associada ao componente afetivo (DAMME et al., 2010). Desta maneira, a Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP) definui a dor como: “Uma sensação ou experiência emocional desagradável, associada com dano tecidual real ou potencial, ou descrita nos termos de tal lesão” (LOSER; MELZACK, 1999; WILHELM et al., 2009). Esta definição é baseada no conceito de dor como uma percepção e não somente como uma modalidade puramente sensorial, e leva em conta o fato para que a dor seja conscientemente experimentada, é necessário o processamento cognitivo (MORIARTY; McGUIRE; FINN, 2011). Nocicepção, no entanto, é o processo pelo qual estímulos nocivos são detectados por uma subpopulação de fibras nervosas periféricas especializadas, denominadas de nociceptores (BASBAUM et al., 2009). Não se deve confundir os termos “Nocicepção” e “Dor”, pois, uma pode ocorrer sem a outra. Por exemplo, após uma anestesia local do nervo mandibular para procedimentos odontológicos, há nocicepção periférica sem haver a dor, enquanto em um paciente com dor 26 talâmica há dor sem nocicepção periférica. Logo, a nocicepção é uma sensação, como o tato, a audição, a visão, enquanto a dor é a percepção desta sensação (LOESER; TREEDE, 2008). Há mais de um século, o fisiologista britânico Charles Scott Sherrington (1906), propôs o conceito-chave de nocicepção. Sherrington descreveu a existência de terminações nervosas livres na pele, responsáveis pela resposta nociceptiva reflexa. Além disso, apontou como nociceptor, o neurônio sensorial primário, que é ativado por estímulos capazes de desenvolver lesões (WOOLF; MA, 2007; OMOIGUI, 2007). De acordo com esta descrição, os nociceptores têm características particulares, como limites e sensibilidade que os distinguem de outras fibras sensoriais (JULIUS; BASBAUM, 2001). Os nociceptores são excitados somente quando um estímulo intenso alcança o seu limiar, sugerindo que os mesmos possuem propriedades biofísicas e moleculares capazes de detectar e responder seletivamente a danos potenciais (BASBAUM et al., 2009). A ativação dos nociceptores pode ter origem em estímulos de natureza química, mecânica ou térmica, e a percepção de como será este estímulo (se doloroso ou não) não é propriedade absoluta do mesmo. Ou seja, alguns dos estímulos citados podem parecer mais agressivos do que realmente são, da mesma maneira um estímulo totalmente inócuo, como um simples sopro, pode ser percebido como potencialmente doloroso, a estes fenômenos denomina-se hiperalgesia e alodinia, respectivamente (LARSSON, 2009). Hiperalgesia é um termo psicofísico, que atualmente é proposto para designar todas as condições de sensibilidade dolorosa aumentada. Dessa forma, a definição de hiperalgesia está em paralelo com aquela do termo fisiológico “sensibilização”. A hiperalgesia, geralmente ocorre em processos inflamatórios agudos ou crônicos passando a ser um dos sintomas em processos dolorosos como a dor neuropática (IRWIN, 2011). Após a lesão cutânea, a hiperalgesia pode ser dividida em dois fenômenos: a hiperalgesia primária, que ocorre no local da lesão e é caracterizada em resposta a estímulos mecânicos e calor, e hiperalgesia secundária, que ocorre distante do local da lesão, e é caracterizada por estímulos mecânicos. Um exemplo que se assemelha a este tipo de hiperalgesia é a dor neuropática e a dor referida (TREEDE et al., 1992). 27 A sensibilização dos nociceptores é o denominador comum de todos os tipos de dor inflamatória (CUNHA et al., 1999). A hiperalgesia inflamatória é a consequência da sensibilização dos neurônios aferentes primários, em particular as fibras C polimodais de alto limiar. As mudanças em ambos os sítios, tecido inflamado e sistema nervoso, são resultantes da diminuição do limiar nociceptivo, induzido por mediadores inflamatórios, os quais possuem a capacidade de sensibilizar diretamente o neurônio nociceptivo periférico (WOOLF et al., 1997; CUNHA et al., 2008; PARANOS et al., 2011). Quando os nociceptores são ativados por algum tipo específico de estímulo, esta sensação é transmitida por vias aferentes até o gânglio da raiz dorsal (Figura 1) (RITTNER; BRACK; STEIN, 2008). Esses neurônios então fazem sinapses com os neurônios de segunda ordem na superfície do corno dorsal da medula espinhal. Neste processo o corno dorsal age como filtro de informações dos sinais periféricos antes de enviá-los a sítios supraespinhais, como o tálamo, córtex somatosensorial, córtex insular e córtex cingular, onde as informações transmitidas serão processadas no contexto nociceptivo (SCHMIDTKO; TEGEDER; GEISSLINGER, 2009). Figura 1. Uma visão esquemática dos principais circuitos da dor nociceptiva. A ativação da terminação nervosa periférica por um estímulo nocivo leva à geração de potenciais de ação que são conduzidos até o corno dorsal da medula espinhal. A neurotransmissão no corno dorsal transmite o sinal a neurônios do SNC, que enviam o sinal ao cérebro. Esse circuito está sujeito a modulação pelo controle descendente (Esquema adaptado de KUNER, 2010). 28 A transmissão da dor ocorre através de uma série de eventos finamente regulados por neurônios, interneurônios, mediadores químicos, mecanismos periféricos e centrais que modulam o processo nociceptivo de maneira complexa, e ainda não estão totalmente esclarecidos (SCHMIDTKO; TEGEDER; GEISSLINGER, 2009). O processo nociceptivo envolve, de maneira resumida, o estímulo inicial gerando ativação dos nociceptores, a transmissão, a modulação e percepção do estímulo (SERPELL; MAKIN; HARVEY, 1998; WU; ZHUO, 2009). Desta forma podese visualizar a medula espinhal como uma espécie de interlocutor ou uma estação intermediária entre o estímulo agressor e o cérebro, formada por uma complexa estrutura com grande variedade de células nervosas, neuropeptídeos e neurotransmissores (CARVALHO; LEMÔNICA, 1998b). Os neurônios que tem suas projeções no interior das lâminas I e V são as principais saídas do corno dorsal da medula em direção ao cérebro, com a origem de múltiplas vias ascendentes incluindo o trato espinotalâmico e o trato espinoreticulotalâmico, que levam a mensagem dolorosa para o tálamo e para o cérebro respectivamente (BASBAUM et al., 2009). Os corpos celulares dos nociceptores que inervam o tronco, membros e vísceras, estão localizados no gânglio da raíz dorsal, e os que inervam a face e crânio localizam-se no gânglio do nervo trigêmio (BASBAUM et al., 2009). Os corpos celulares dos neurônios que dão origem as fibras sensoriais de maior diâmetro são chamadas de fibras A Beta (Aβ). Estas fibras são mielinizadas e de condução rápida, onde a presença ou não da bainha de mielina interfere na condutibilidade da fibra em questão e consequentemente na velocidade da transmissão do estímulo doloroso (MILLAN, 1999). A maioria destas fibras Aβ, mas nem todas, detectam estímulos inócuos aplicados na pele, músculos e articulações, e, portanto não contribuem para o processo doloroso. (JULIUS; BASBAUM, 2001). Uma teoria de grande importância na compreensão da transdução e transmissão do estímulo nociceptivo é a teoria das comportas, “Controle de Portão para a Dor” proposta por Melzack e Wall em 1965. Foi proposto que alguns neurônios teriam a capacidade de suprimir a transmissão do sinal doloroso no corno dorsal da medula, fechando assim uma espécie de portão hipotético, e inibindo a passagem do impulso doloroso (MELZACK; WALL, 1965). 29 Os neurônios responsáveis pelo mecanismo de “fechar o portão” incluem as fibras nervosas ascendentes de maior calibre (fibras Aβ), estimuladas por estímulos cutâneos táteis indolores, e o sistema descendente inibitório da dor, constituído por fibras originárias de neurônios da substância cinzenta periaquedutal (PAG) do mesencéfalo e do núcleo magno da rafe (NMR) (MELZACK; WALL, 1965; MELZAK, 1999). Essas fibras estimulam as células da lâmina II do corno dorsal da medula (substância gelatinosa), que consistem, principalmente, de interneurônios inibitórios curtos, que se projetam para as lâminas I e V, regulando a transmissão da via nociceptiva. Essa teoria explica que nem toda dor está associada a um estímulo lesivo e que estímulos nocivos podem não causar dor (MELZACK; WALL, 1965; LOSER; TREEDE, 2008). Os aferentes nociceptivos primários incluem outros dois tipos de fibras, que são as mais importantes (Figura 2): as fibras C e A-delta (Aδ). Como descrito anteriormente, os corpos celulares destas fibras também estão localizados no gânglio da raíz dorsal, e seus axônios podem ser mielinizados, de diâmetros finos, ou não mielinizados (DRAY, 1995). As fibras Aδ possuem diâmetro pequeno, são mielinizadas, e conduzem o estímulo doloroso de maneira rápida. O tipo de dor conduzido por esta fibra é característico da dor aguda, bem localizada. As fibras Aδ podem ser ativadas por estímulos mecânicos, térmicos e às vezes químicos, por isso são chamadas de polimodais. Este conjunto de fibras pode ser dividido em duas classes, tipo I que responde a ambos os estímulos mecânicos e químicos e com alto limiar para estímulos térmicos (>50°C), e o tipo II apresentando limiares para estímulo quente menor (43°C), porém, um limiar mecânico muito alto. Essas fibras apresentam terminações em todo o corno dorsal, mas terminam predominantemente na lâmina I e mais profundamente na lâmina V (RICE; JUSTINS, 1999). As fibras C nociceptivas são fibras não-mielinizadas, de diâmetro pequeno, e de condução lenta. Neste caso, o tipo de dor conduzido é vaga e em queimação. Podem apresentar-se como fibras C peptidérgicas, expressando neuropeptídeos como a SP e o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), e fibras C nãopeptidérgicas. Essas fibras também são chamadas de polimodais por responderem a diversos tipos de estímulos, além dos dolorosos. Sua distribuição no corno dorsal da medula espinhal contempla principalmente as lâminas I e II (CARVALHO; LEMÔNICA, 1998b; LARSSON, 2009). 30 Figura 2. Diferentes nociceptores detectam diferentes tipos de dor. A. Nervos periféricos incluem fibras mielinizadas aferentes de pequeno diâmetro (Aδ) e de médio a grande diâmetro (Aα,β), bem como de pequeno diâmetro das fibras amielínicas aferentes (C). B. O fato de que velocidade de condução está diretamente relacionada ao diâmetro da fibra é destaque na gravação de um potencial de ação de um nervo periférico. A maioria dos nociceptores são fibras Aδ ou C, e suas velocidades de condução são diferentes (12 a 30 m/s e de 0,5 a 2,0 m/s, respectivamente), de acordo com a primeira (rápida) e segunda (lento) resposta de processo doloroso à lesão (Adaptado de BASBAUM; JULIUS, 2001). Apesar da maioria dos nociceptores serem polimodais, a estimulação química parece ser a mais comum e diversificada na geração de sinais em todos os tipos de fibras. Alguns tipos de nociceptores denominados “silenciosos” (que pertencem ao grande grupo das fibras C polimodais) têm sido identificados na pele e órgãos, e são responsivos somente quando são sensibilizados por tecidos lesados, ou seja, são irresponsivos mesmo com estímulo intenso, sem produção de lesão. Os nociceptores silenciosos representam uma gama ampla das fibras aferentes sensitivas, os quais contribuem para o fenômeno de sensibilização periférica (DRAY, 1995; JULIUS; BASBAUM, 2001). Um dos mecanismos centrais de grande importância na fisiopatologia da dor é o da transmissão facilitada no corno dorsal da medula espinhal e, consequentemente, para as vias nociceptivas mais altas (CARVALHO; LEMÔNICA, 31 1998b). As lesões que se iniciam no sistema nervoso periférico (SNP) modificam a anatomia e a fisiologia do SNC com hiperatividade celular, como um estímulo inflamatório que provoca sensibilização periférica das fibras C nociceptivas. No entanto, quando o estímulo torna-se repetitivo e prolongado, pode ocorrer um fenômeno conhecido como Wind up, que é o resultado do somatório de potenciais de ação pós-sinápticos lentos após estimulação aferente de baixa frequência (<5Hz) repetida e por tempo prolongado, ocorre então aumento da condutividade de cálcio e da resposta à dor (KRAYCHETE; CALASANS; VALENTE, 2006). Este estímulo intermitente provoca a liberação de SP e glutamato (GLU). O glutamato atua sobre os seus receptores do tipo N-metil-D-Aspartato (NMDA) na medula espinhal, tornando o neurônio da medula espinhal ainda mais responsivo aos estímulos. Ocorre então consequente elevação na frequência de descargas espontâneas destes neurônios e exagerada resposta aos estímulos somatosensoriais, resultando na sensibilização central. A ativação de receptores NMDA aumenta a resposta celular aos estímulos dolorosos e diminui a sensibilidade neuronal a agonistas de receptores opioides (DICKENSON; SULLIVAN, 1987; BENNETT, 2000). Após a lesão no nervo, ocorrem alterações drásticas no sistema somatosensorial, amplificando a experiência dolorosa e aumentando a sensibilidade dos nociceptores aos estímulos periféricos. Logo, os estímulos que até então eram inócuos ou de baixa intensidade, passam a ser dolorosos (FERRARI; BOGEN; LEVINE, 2010). Quando os nociceptores são ativados por algum tipo de estímulo, ocorre a ativação de vários canais iônicos. Neste caso os canais de sódio voltagemdependente e os canais de potássio, são fundamentais para a geração de potencial de ação, os quais transmitem a informação dolorosa da periferia para o corno dorsal da medula espinhal (BASBAUM, 2009). Os canais de sódio voltagem-dependente são o principal tipo de canais iônicos envolvidos na gênese da excitabilidade neuronal no SNC e SNP, e podem ser classificados em dois grandes grupos: os sensíveis à tetrodotoxina (TTXs), que estão presentes nas fibras Aδ, em todo sistema nervoso e no gânglio da raiz dorsal; e os resistentes à tetrodotoxina (TTXr), que são encontrados especialmente nas fibras C do gânglio da raiz dorsal. Os distúrbios que implicam em aumento da hiperexcitabilidade ou aumento da sensibilidade à estimulação neuronal incluem a dor (LAI et al., 2002; KRAFTE; BANNON, 2007). 32 As vias descendentes da dor se originam no tronco cerebral e outras estruturas como hipotálamo, córtex, tálamo, NMR, PAG e estruturas adjacentes da medula rostroventromedial (RVM), que exercem importante papel na integração e modulação dos mensageiros nociceptivos no corno dorsal da medula espinhal (OSSIPOV; DUSSOR; PORRECA, 2010). Os mecanismos descendentes modulam a resposta nociceptiva por exercer suas ações em nociceptores presentes nas vias aferentes primárias, bem como em neurônios intrínsecos do corno dorsal, interneurônios excitatórios e inibitórios e neurônios de projeção (PORRECA; OSSIPOV; GEBHART, 2002). 3.2 Tipos de dor Existem várias maneiras de classificar a dor. Alguns dos critérios para a classificação da dor podem ser de acordo com a duração, topografia, intensidade, dentre outros. De acordo com os critérios temporais ela pode ser transitória, aguda ou crônica (BRENNAN; CARR; COUSINS, 2007). Do ponto de vista fisiológico a dor pode ser classificada como nociceptiva, inflamatória ou neuropática (SALTER, 2005). Como dito anteriormente, a dor é uma experiência sensorial multidimensional, intrinsicamente desagradável e se associa ao fato de ferir. Pode variar de intensidade (leve, moderada ou grave), qualidade (aguda, afiada, ardor, maçante), duração (transitória, intermitente ou persistente), localização (superficial, profunda, localizada ou difusa), todas estas características são vinculadas a experiência sensorial (WOOLF, 2004). Outra forma de descrever os tipos de dor é essencialmente por duas grandes categorias: adaptativa e mal-adaptativa. A dor adaptativa contribui para a sobrevivência, protegendo os organismos de lesões ou promovendo a cura quando a lesão ocorreu. A mal-adaptativa, ao contrário, é uma expressão do funcionamento patológico do sistema nervoso, é a dor como doença (WOOLF, 2010). No que se refere à dor aguda, caracteriza-se por ser de curta duração (alguns segundos até poucos dias), sendo muitas vezes, decorrente de uma lesão tecidual, com subsequente ativação de nociceptores, desaparecendo com a resolução do processo que a originou (LOESER; MELZACK, 1999; MONTECUCCO; CAVAGNA; CAPORALI, 2009). 33 A dor nociceptiva compreende a dor aguda, em outras palavras, é sistema fisiológico de alerta rápido, com função protetora. Este sistema defensivo é essencial para detectar e minimizar o contato com o estímulo nocivo. Essa é a dor que um indivíduo sente ao tocar a ponta de uma agulha, o fogo ou o gelo, bater com um martelo, ou queimar com um agente caústico (Figura 3) (WOOLF, 2004). A dor nociceptiva detecta o agente específico (físico, químico ou térmico), que possivelmente daria origem a uma lesão tecidual, por este motivo ela é chamada de dor nociceptiva, e sem dúvidas é vital (WOOLF, 2010). Mesmo a dor nociceptiva desempenhando o seu papel de alerta, a lesão tecidual pode ocorrer, por exemplo, através de um trauma, cirurgia ou doença inflamatória. Essas situações podem estimular mudanças na resposta nociceptiva, visando promover a cura do tecido lesado. Neste momento a dor inflamatória se faz presente (LOESER; TREEDE, 2008). Figura 3. Dor nociceptiva. Estímulos nocivos são traduzidos em atividade elétrica nos terminais periféricos de nociceptores por fibras amielínicas C e de fibras Aδ pouco mielinizadas por receptores específicos ou canais iônicos sensíveis ao calor, e ao frio (Adaptado de SCHOLZ; WOOLF, 2002). 34 3.3 Dor Inflamatória Assim como a dor, a inflamação é uma resposta natural, que faz parte dos mecanismos de defesa do ser humano. Na medida adequada é fisiológica e essencial para a proteção contra agentes nocivos (LAUPATTARAKASEM et al., 2003). É caracterizada pelos sinais cardinais da inflamação (calor, rubor, inchaço e dor), primeiramente descritos por Celsus (30 a.c – 36 d.c) e aperfeiçoado por Virchow, que descreveu a perda da função da área lesada, que sinalizam o início do processo inflamatório (SCOTT et al., 2004). Após a lesão tecidual por ação mecânica, infecção, isquemia, crescimento tumoral ou processos autoimunes, múltiplos mediadores químicos são liberados no local, além disso, ocorre o recrutamento de células inflamatórias. O resultado da liberação dos mediadores forma a conhecida “sopa inflamatória”, rica em citocinas, fatores de crescimento, cininas, purinas, aminas, prostanoides e íons incluindo prótons (Figura 4) (SCHOLZ; WOOLF, 2002). Figura 4. Vias de sinalização e transmissão da dor inflamatória. Os tecidos danificados, as células inflamatórias ou tumores liberam mediadores químicos criando uma “sopa inflamatória” que ativa ou modifica a propriedade de resposta do estímulo dos nociceptores aferentes. Estes, por sua vez, estabelecem mudanças na capacidade de resposta dos neurônios do SNC (Adaptado de SCHOLZ; WOOLF, 2002). 35 Alguns mediadores agem sensibilizando o sistema nervoso somatosensorial, e assim, são capazes de facilitar a ativação das vias nociceptivas até a cura ou recuperação tecidual (SCHOLZ; WOOLF, 2002). Estes mediadores também são chamados de mediadores hiperalgésicos intermediários, entre eles destacam-se as citocinas/quimiocinas, de origem celular, a BK, as proteínas do sistema complemento C3a e C5a, liberados logo após o reconhecimento do processo inflamatório (FERREIRA et al., 2009). No que se refere às cininas, estes peptídeos vasoativos são gerados no plasma e tecidos periféricos a partir dos cininogênios de alto peso molecular por ação das enzimas kalicreínas, possuem diversas ações fisiológicas, dentre as quais, aumento da permeabilidade vascular, promoção da dilatação venular, indução de dor e hiperalgesia e controle da pressão sanguínea (CAMPOS; SOUZA; CALIXTO, 1998; MAURER et al., 2011). O efeito das cininas está relacionado com a atuação em receptores B1 e B2, sendo que os receptores B2 são constitutivamente expressos em muitos tipos celulares, amplamente distribuídos no SNC e SNP. Os receptores B1 não são normalmente expressos em tecidos íntegros, sua expressão é estimulada após lesão tecidual, ou tecido inflamado, decorrente da ação de certos agentes como endotoxinas bacterianas ou CFA (DRAY, 1995; CAMPOS; SOUZA; CALIXTO, 1998). Ao agir sobre os receptores B2, a BK causa excitação e sensibilização dos nociceptores causando dor e hiperalgesia. Assim, estes efeitos diretos levam a produção de outros mediadores inflamatórios, como as PGs, leucotrienos (LT), HIS, óxido nítrico (NO), fator de agregação plaquetária (PAF), e citocinas como o fator de necrose tumoral-α (TNF-α), que agem não somente nos terminais aferentes primários, mas também estão envolvidos na geração e manutenção da inflamação (BURGESS et al., 2000). Os receptores B1 e B2 são receptores acoplados a proteína G, desta maneira, podem atuar através da estimulação da hidrólise do fosfotidilinositol (IP3) com conseqüente aumento da concentração intracelular de cálcio, ou ainda ativar a fosfolipase C (PKC) gerando os metabólitos derivados da via do ácido araquidônico (McEACHERN et al., 1991; DRAY, 1995; CAMPOS; SOUZA; CALIXTO, 1998). Quando há o aumento citosólico de cálcio na célula endotelial, promovido pela ativação de receptores B2 por seus ligantes BK ou kalidina, ocorre ativação da óxido nítrico sintase (NOS) e conseqüentemente a formação de NO a partir da arginina. O 36 NO se difunde do endotélio para o músculo liso e ativa guanilato ciclase, levando o aumento de monofosfato de guanosina cíclica (GMPc), um segundo mensageiro que promove o relaxamento da musculatura lisa (REGOLI et al., 1996; JU et al., 1998). Outros mediadores inflamatórios ativam diretamente os nociceptores, evocando a dor, e são chamados também de mediadores hiperalgésicos finais. Eles atuam diretamente na membrana dos neurônios periféricos nociceptivos e induzem mecanismos responsáveis pela sua sensibilização. Entre os mais importantes estão os eicosanoides (PGs e prostaciclinas), as aminas simpáticas, LT, PAF, HIS e a serotonina (5-HT) (SHOLZ; WOOLF, 2002; FERREIRA et al., 2009). No que diz respeito à HIS, esta uma amina biogênica é amplamente estudada por desempenhar diversos papéis na imunomodulação, alergia, inflamação, hematopoiese, proliferação celular e na dor. Além de promover contração do músculo liso e secreção do ácido gástrico, aumento da permeabilidade vascular e tem papel neurotransmissor. Os efeitos da HIS são mediados por sua ligação aos subtipos de receptores designados HR1, HR2, HR3 e HR4, sendo todos estes receptores acoplados a proteína G (MAHDY; WEBSTER, 2011). Uma vez liberadas no espaço intercelular as PGs se ligam aos seus receptores específicos na membrana plasmática. Cada receptor é designado pela letra P, precedido pela inicial da série da PG, por exemplo, o receptor da PGE2 é o EP, o receptor da PGI é IP, e assim sucessivamente. Todos os receptores das PGs são acoplados a proteína G, e os mecanismos intracelulares que medeiam a ativação destes receptores, envolve modificações intracelulares de cálcio, adenosina monofosfato cíclico (AMPc) e fosfotidilinositol (IP3) (VANEGAS; SCHAIBLE, 2001). Quatro são os receptores ativados pela PGE2, EP1, EP2, EP3 e EP4 e tem um papel importante no aumento da permeabilidade vascular e na geração da febre, além de modular a hiperalgesia (CUNHA; TEIXEIRA; FERREIRA, 1999; REINOLD et al., 2005; KASSUYA et al., 2007). Recentemente foi demonstrado que a PGE2 promove aumento as expressão da IL-6, via receptor EP4 na gênese da dor neuropatica (St-JACQUES; MA 2011). Desta forma, a PGE2 é um contribuinte muito importante para a sensibilidade á dor durante a inflamação. Sua produção requer a atividade de pelo menos uma das duas isoformas de ciclooxigenase (COX), a COX-1 e COX-2, a qual é mais expressiva e relevante para a inflamação. Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) clássicos bloqueiam em grau semelhante ambas as isoformas, enquanto 37 que os AINES seletivos como os Coxibes bloqueiam especificamente a COX-2. Em virtude disso, os AINES tradicionais causam efeitos colaterais em virtude da não seletividade enquanto que os seletivos não o fazem. Entretanto, o uso de inibidores seletivos da COX-2 está associado com o risco aumentado de eventos cardiovasculares (CHAPLAN et al, 2010). A SP é um neuropeptídeo da família das taquicininas, que se estocado e liberado nos terminais nervosos autonômicos promove vasodilatação e extravasamento vascular (MAPP; KIDD, 1994; BIRKLEIN; SCHMELZ, 2008). A SP está intimamente relacionada com a inflamação neurogênica (BLACK, 2002; BIRKLEIN; SCHMELZ, 2008). Essa taquicinina é amplamente distribuída no SNC e SNP. No SNP é localizada nas fibras C amielínicas, também chamadas de fibras C peptidérgicas, que quando estimuladas transmitem a informação nociceptiva (MAPP; KIDD, 1994). Assim como na dor, a SP também desempenha um papel eferente, onde o nervo sensorial ativado causa transmissão antidrômica (reversa) dos impulsos nervosos (além da transmissão ortodrômica para a medula espinhal) nos ramos da mesma fibra C. A estimulação antidrômica do nervo periférico sensorial causa as respostas típicas da inflamação aguda (GARRETT et al., 1992). 3.4 Resposta Imune Em relação à resposta imune inata, que consiste na primeira linha de defesa contra patógenos invasores, é uma importante via de reconhecimento de produtos bacterianos (FURZE; RANKIN, 2008). A resposta inflamatória desencadeada, em parte, via sistema imune inato se dá pela ativação de receptores do tipo Toll (TLRs) que são expressos em monócitos, macrófagos, mastócitos, neutrófilos, células dendríticas e queratinócitos (REN; DUBNER, 2010; GUILLOT et al., 2011). Os receptores TLRs, são glicoproteínas de membrana integral tipo I, responsáveis por fazer a comunicação entre os aspectos externo e interno da célula. Dois membros dessa família, os receptores TLR-2 e TRL-4, foram identificados como o receptor envolvido na sinalização do LPS via ativação do fator nuclear-κB (NF-κB) (MOORE, 2001; CARRENHO, 2009). Este efeito pode também ser mediado pelo aumento de interleucina-1β (IL-1β) através da sinalização dos TLR-2 e TLR-4, bem como aumento de TNF-α através dos TLR2 (DREXLER; FOXWELL, 2009). 38 O LPS é um componente importante da membrana externa de bactérias Gram negativas e um dos iniciadores microbianos mais potentes da inflamação. Os mecanismos moleculares de ativação de macrófagos pelo LPS envolvem diversas quinases como a proteína quinase C (PKC), proteína quinase A (PKA) e três classes de proteínas quinase ativadas por mitógeno (MAPK): quinases reguladas por sinal extracelular (ERK1, ERK2), quinase c-Jun N-terminal (JNK) e P38 MAPK. Além das quinases, a ativação dos receptores TLR4, pelo LPS promove a ativação do NKKB o qual por sua vez promove a ativação da transcrição de genes para diversos mediadores da resposta imunológica (NICOTRA et al., 2011). O LPS induz a produção de citocinas pró-inflamatorias como o TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-8,e também IL-12 por mastócitos e macrófagos. Também é relatado que os macrófagos secretam, em resposta ao LPS, uma grande variedade de outros mediadores da resposta inflamatória, incluindo PAF, PGs, enzimas e radicais livres como o NO (FERREIRA; LORENZETTI; POOLE, 1993; CUNHA et al., 1992; CUNHA et al.,2000). A ativação dos receptores TLRs pela via proteína MyD88-dependente, gera uma cascata de transdução de sinal por ativação do NF-κB (REN; DUBNER, 2010). O NF-κB é um fator de transcrição que desempenha um papel importante na regulação das respostas imunes inatas e adaptativas associado a funções efetoras, por regular a expressão genética de muitos mediadores celulares. Nas células em repouso, o NF-κB reside no citoplasma em uma forma fisicamente inativa, associado com proteínas inibidoras conhecidas como proteínas inibidoras do kB (IkB) (BÁRTHOLO; BÁRTHOLO, 2009). Quando um ligante específico ativa o receptor de NF-κB (Ex: LPS, TNF-α, IL1β), é desencadeado uma série de eventos que resulta no recrutamento e ativação de proteínas quinases IκB (IKKs) que fosforilam IκB. A degradação da IκB promove a translocação do NF-κB para o núcleo da célula e conseguinte promoção de genes e controle de transcrição, que desencadeia a síntese de citocinas inflamatórias (CAAMAÑO; HUNTER, 2002; HANADA; YOSHIMURA, 2002). Em função do aumento da permeabilidade vascular, frente à resposta inflamatória, ocorre o extravasamento do líquido intersticial (edema), rico em água e proteínas de fase aguda. O aumento da permeabilidade vascular também favorece o infiltrado de células fagocíticas, como os neutrófilos (fase aguda) e monócitos (fase 39 crônica). A infiltração destas células nos tecidos é característica histológica patognomônica de inflamação (SCHOTTENFELD; BEEBE-DIMMER, 2006). Os neutrófilos são células do tipo polimorfonucleares, que constituem a maior porção dos leucócitos circulantes do sangue periférico e medula óssea. A sua produção na medula óssea é regulada pela expressão de fator estimulador de colônia de granulócitos (G-CSF) (FURZE; RANKIN, 2008). No que diz respeito à resposta imune, estas células desempenham papel crucial na limitação e expansão da disseminação bacteriana. Quando há um estímulo inflamatório ou resposta infecciosa, estas células são rapidamente mobilizadas dos seus sítios de reserva, para o sítio da lesão (DA SILVA; HASHIMOTO, 2003; FURZE; RANKIN, 2008). A homeostasia de produção destas células é mantida por um delicado equilíbrio entre a granulopoiese (pool das stem cell, pool mitótico e pós mitótico) na medula óssea, a porção no sangue periférico (pool circulante e marginação intravascular) e a demanda tecidual (SUMMERS et al., 2010). Para atingir o tecido alvo (ou possível foco infeccioso), o neutrófilo realiza um processo chamado transmigração (FURZE; RANKIN, 2008). A adesão dos neutrófilos circulantes ao endotélio microvascular é o passo inicial na diapedese, ou seja, ocorre a migração das células através dos vasos sanguíneos e vão se acumular no local da lesão (TONNESEN, 1989). Fatores quimiotáticos como peptídeos (N-formilmetionil-leucil-fenilalanina, C5a) e mediadores lipídicos (LTB4 e PAF) atuam sobre receptores específicos na membrana do neutrófilo, favorecendo uma firme adesão do neutrófilo a célula endotelial. Assim é desencadeada uma série de eventos que vão favorecer rolamento, adesão e diapedese celular, com posterior infiltração tecidual (Figura 5) (TONNESEN, 1989; DA SILVA; HASHIMOTO, 2003). Os sinusoides da medula óssea e o endotélio expressam moléculas de adesão celular vascular 1 (VCAM-1) e moléculas intercelular de adesão (ICAM-1), Pselectina, E-selectinas (FURZE, RANKIN, 2008). As L-selectinas são expressas na maioria dos leucócitos, enquanto que as E- selectinas e P-selectinas são expressas em células endoteliais inflamadas. A P-selectina também é expressa por plaquetas ativadas (LEY et al., 2007). A expressão de L-selectina nos neutrófilos desencadeia o movimento de rolamento ao longo do capilar, antes da sua transmigração através do endotélio vascular (LEY et al., 2007). Os neutrófilos, monócitos e linfócitos podem se aderir à 40 parede dos vasos, migrar e se acumular no local da lesão. Desta maneira, estas células contribuem para a sensibilização nociceptiva periférica, através da liberação de fatores solúveis que vão interagir diretamente com os nociceptores (REN; DUBNER, 2010). Figura 5: Migração dos leucócitos. Os três passos são mostrados em negrito: rolamento, que é mediado pelas selectinas, ativação, que é mediado pelas quimiocinas, e a captura/parada que é mediada pelas integrinas. Moléculas chave envolvida em cada etapa são mostradas nas caixas: ESAM, seletivas moléculas de adesão das células endoteliais. ICAM1, molécula de adesão intercelular 1. JAM, molécula de adesão juncional. LFA1, antígeno associado a função linfoide 1 (também conhecido como αLβ2-integrina). MAC1, antígeno de macrófago 1. MADCAM1, mucosa vascular adressina molécula de adesão celular 1. PSGL1, P-selectina glicoproteína ligante 1. PECAM1, molécula de adesão de plaquetas/endotélio-célula 1. PI3K, fosfatidilinositol-3-quinase. VCAM1, molécula de adesão células vascular 1. VLA4, antígeno muito tardio 4 (também conhecido como α4β1-integrina). A resolução do processo inflamatório é resultante da produção de citocinas anti-inflamatórias por células do SI, que ajudam a controlar e resolucionar tal resposta. As citocinas anti-inflamatórias naturais são o antagonista do receptor de IL1 (IL-1R), IL-10, IL-4, IL-13 e o fator tranformador de crescimento – beta1 (TGFbeta1). Tem sido demonstrado que as citocinas IL-4 e IL-10 limitam a hiperalgesia inflamatória, por inibição da produção de citocinas hiperalgésicas e PGs (CUNHA et al., 1999). Uma vez terminada a infecção ou inflamação, se instala a cura e a área uma vez lesionada, deverá voltar a sua existência normal. Uma das vias finais da resposta inflamatória se dá pelo fenômeno de apoptose (OMOIGUI, 2007). Diante do 41 conhecimento dos mecanismos expostos, muitos pesquisadores se esforçam para encontrar novas opções terapêuticas, principalmente no que diz respeito à dor inflamatória crônica (BECK et al., 2009). 3.5 Artrite Reumatóide A artrite reumatóide é uma doença autoimune que envolve um influxo descontrolado de células inflamatórias nas articulações, levando à lesão progressiva, caracterizada por dor crônica e inflamação (ALZABIN; WILLIAMS, 2011). A dor desencadeada durante a artrite afeta milhões de pessoas anualmente, em torno de 1% da população mundial, e os pacientes acometidos pela doença, freqüentemente desenvolvem incapacidade motora e angústia psicológica, frente à qualidade de vida prejudicada. Entretanto, os mecanismos relacionados com a dor articular não estão totalmente elucidados (UEMATSU et al., 2011). Sabe-se que durante o processo inflamatório na AR, ocorre uma complexa interação entre mediadores químicos, células do SI e nervos presentes nas articulações que são sensibilizados por estímulos mecânicos (MAPP; KIDD, 1994; FOX et al., 2010). Além disso, o processo inflamatório na artrite gera mudanças importantes na plasticidade periférica e no SNC, os quais reduzem o limiar da dor, dando origem a alodínia e a hiperalgesia (WOOLF; COSTIGAN, 1999; RITTNER; BRACK; STEIN, 2008; WALDBURGER; FIRESTEIN, 2010). Durante o processo, uma maneira pela qual a dor articular é gerada é através da estimulação de nociceptores silenciosos. Em condições fisiológicas normais estes nociceptores estão quiescentes nas articulações, no entanto, após uma lesão tecidual ou processo inflamatório pode ocorrer a ativação destas células (Mc DOUGALL, 2006). Nas décadas de 50 e 60 Carl Pearson, divulgou vários trabalhos descrevendo a metodologia de artrite induzida por CFA. A administração intraplantar de CFA em ratos causa poliartrite migratória, e esta reação se assemelhava muito com a AR humana. Ainda de acordo com Pearson, a reação inflamatória que ocorre não é infecciosa, mas sim uma reposta imuno-mediada contra algum constituinte da bactéria injetada (bacilo da tuberculose) (PEARSON, 1956; PEARSON; WAKSMAN; SHARP, 1961). Em 1985 Van Eden et al., descreveram que a artrite induzida por CFA ocorreria através de resposta auto-imune mediada por células, uma espécie de 42 mimetismo estrutural entre a micobactéria e proteoglianos (componente normal) da cartilagem do animal. Desde então a artrite induzida por CFA tem sido comumente utilizada como modelo experimental em estudos in vivo em animais. Como já reportado, este modelo desenvolve muitas características comuns a artrite que ocorre em seres humanos, caracterizado por severo e persistente processo inflamatório e comprometimento da cartilagem e estrutura óssea com o passar do tempo (NEWBOLD, 1963). A semelhança comum da patologia induzida experimentalmente com a artrite reumatóide em humanos faz com que este modelo seja utilizado para a pesquisa de novos medicamentos para o tratamento desses processos crônicos, envolvendo dor e inflamação persistente (PAN et al., 2009). Dentre os mediadores inflamatórios envolvidos na rede de eventos moleculares e celulares, envolvidos na patogênese da AR, o TNF-α tem papel de destaque (TAYLOR; FELDMANN, 2009). O TNF-α é reconhecido por mediar uma variedade de funções efetoras relevantes na patogênese da AR, incluindo a ativação de células endoteliais, indução da produção de citocinas inflamatórias como a IL- 1, IL-6, IL-8, facilitação dos processos de quimiotaxia de células inflamatórias, ativação de enzimas matriz metaloproteinases (MMPs), inibição da síntese de proteoglicanos na cartilagem, regulação da expressão da RANKL e fator estimulador de colônias de macrófagos (M-CSF), bem como aumento da produção de PGE2, entre outras funções (BRENNAN; MCINNES, 2008). As citocinas são naturalmente produzidas no organismo, desde que foi identificado o TNF-α tem sido exaustivamente estudado por pesquisadores do mundo todo. Possui papel central na imunidade e inflamação, interferindo em um amplo espectro de respostas celulares (SUH et al., 2006; PARK; KIM, 2007). Os efeitos periféricos do TNF-α na sensibilização dos nociceptores (sensibilização periférica) têm sido documentados. A injeção de TNF-α pela via intra.plantar (i.pl.), intradérmica, intramuscular, endoneural, provoca hiperalgesia térmica, e alodínia mecânica, sendo utilizado então como modelo de febre e alodinia (ZHANG et al., 2011). O TNF-α é uma citocina de 17KDa que é produzida por diversos tipos de células, como neutrófilos, linfócitos ativados, macrófagos, células do revestimento sinovial, células endoteliais, células musculares lisas, fibroblastos, queratinócitos (CARSWELL et al, 1975; ZHANG et al., 1995; WOOLF et al., 1997; KARMAKAR; 43 KAY; GRAVALLESE, 2010). O TNF-α, exerce seus efeitos através da interação com dois receptores denominados TNFR1 (p-55R) e TNFR2 (p-75R), os quais são claramente dependentes da ativação de fatores de transcrição e a síntese de novas proteínas envolvidas na resposta inflamatória (ROCHA et al., 2006; LEUNG; CAHILL, 2010). Tendo em vista a grande variedade de mediadores inflamatórios que atuam nas terminações nervosas sensoriais, existem múltiplas oportunidades para produzir alterações locais na sensibilidade terminal e, portanto hiperalgesia. Podemos citar degranulação de mastócitos, ativação de cininogênios, interação simpática pósganglionar, fatores de crescimento dentre outros (WOOLF et al., 2007). Apesar do mais óbvio sítio de inflamação na AR ser a sinóvia, citocinas como TNF-α, IL-6 são liberadas de maneira sistêmica na circulação, possuindo múltiplos efeitos em órgãos distantes (KU et al., 2009), e tem sido descritos como a chave no desenvolvimento de artropatias inflamatórias (FONSECA et al., 2009). A indução da artrite por CFA pode acarretar em monoartrite ou poliartrite. A poliartrite é desenvolvida quando o adjuvante é administrado na superfície intraplantar, subcutânea, intradérmica, na base da cauda (LABRECQUE; BUREAU; REINBERG, 1995; RAMPRASATH; SHANTHI; SACHDANANDAM, 2005; SUH et al., 2006; NEUGEBAUER et al., 2007). A monoartrite, no entanto, é desenvolvida quando o adjuvante é administrado de forma intra-articular (normalmente na junção tibiotarsal ou tibiofemoral) (VON BANCHER et al., 2000; BILEVICIUTE-LJUNGAR; SAXNE; SPETEA, 2006; NEUGEBAUER et al., 2007). Ambas as situações, monoartrite ou poliartrite induzidas pelo CFA desencadeiam resposta contralateral. A artrite contralateral, ou a resposta característica da artrite que são a dor e a inflamação, pode ser vizualizada tanto na artrite reumatóide em humanos, quanto na artrite induzida por adjuvantes como o CFA em ratos. Em geral mudanças bilaterais no sistema nervoso após uma patologia unilateral, como a lesão do nervo e inflamação, não são incomuns, apesar dessas mudanças nem sempre serem observadas (VON BANCHER et al., 2000). Tal resposta contralateral exige a administração de concentrações ideais do agente indutor, para que o estímulo inflamatório seja de grande magnitude. A precisão topográfica da resposta contralateral fortemente implica em um mecanismo neurogênico ao invés de um efeito sistêmico. Se a resposta ipsilateral é de origem inflamatória, a resposta contralateral também será, caso for de origem neurogênica, 44 idem. A resposta contralateral é apenas uma sombra da resposta original tanto temporalmente quanto em magnitude, conhecida como imagem ou espelho (SHENKER et al., 2003). O processo de ativação do nociceptor na articulação acarreta na transmissão para a medula espinhal, onde os neurônios simpáticos pré-ganglionares na medula espinhal serão seletivamente ativados. Estes neurônios se projetam através da medula espinhal para os seus homólogos contralateral, estimulando a liberação de neuropeptídeos, como a SP, a partir de neurônios sensoriais aferentes, que em conjunto com a inervação simpática produzem a inflamação no lado oposto. A transecção no nervo a partir de qualquer membro impede a manifestação de inflamação e hiperalgesia no membro contralateral. Este processo indica que ambos sistema nervoso simpático (SNS) e fibras C estão envolvidos neste processo (LEVINE et al.,1985; BLACK, 2002). 3.5 Como proporcionar o alívio da dor e inflamação O controle farmacológico da dor e inflamação é baseado principalmente em duas estratégias. A primeira envolve o uso de fármacos que possam inibir a sensibilização do nociceptor, impedindo a formação dos primeiros mediadores envolvidos no processo e, portanto, inibir o desenvolvimento da hiperalgesia. Este é o principal mecanismo de ação de fármacos como a aspirina, que inibem a COX, prevenindo a sensibilização dos nociceptores pelas PGs (CURY et al., 2011). A segunda estratégia envolve o uso de fármacos que agem diretamente no bloqueio da transmissão da informação nociceptiva, ou deprimindo os centros cerebrais decodificadores do processo doloroso resultando em analgesia. Este mecanismo é exercido por fármacos como a morfina, anestésicos locais e gerais, dipirona, e também por alguns anti-inflamatórios (via ativação de NO-GMPc) (CURI et al., 2011). Os recursos terapêuticos atuais costumam ser eficientes no que diz respeito ao tratamento da dor aguda, pois, é capaz de minimizar o sofrimento do paciente. Quando a dor aguda se mantém ativa, detecta-se a não efetividade dos medicamentos e, neste momento, deve-se suspeitar de uma terapia mal administrada, tendo como consequência o tratamento inadequado e a dor pode se tornar crônica e persistente (MOORE, 2009). 45 A incidência da dor crônica é estimada em torno de 20-25% em todo o mundo. Mais de um terço da população mundial sofre de dor persistente ou recorrente. Poucos pacientes obtêm o alívio completo com os fármacos disponíveis atualmente, e mais da metade tem tratamento inadequado (STUCKY; GOLD; ZHANG, 2001; GOLD; GEBHART, 2010). O manejo da dor crônica, ao contrário da dor aguda, é um problema de saúde pública (GUILLOT et al., 2011). A receita para um tratamento bem sucedido, dos diversos tipos de dor, é conhecer os mecanismos que geram a dor, e que a mantém (STUCKY; GOLD; ZHANG, 2001) Os AINES são um grupo heterogêneo de moléculas com atividade analgésica, antipirética e anti-inflamatória. Os AINES estão entre os agentes terapêuticos mais utilizados mundialmente. Além da indicação para várias doenças inflamatórias, estes fármacos também são aplicados no tratamento da artrite reumatoide (BADAWEY; EL-ASHMAWEY, 1998; MANIVANNAN; CHATURVEDI, 2008). O mecanismo de ação destes fármacos é determinado pela inibição não seletiva da enzima COX (isoformas COX-1 e COX-2), consequentemente levando a inibição da síntese de PGs. A etapa limitante para a síntese das PGs e tromboxanos é a conversão do ácido araquidônico em prostaglandina H2, uma reação que é catalisada pela COX (FERREIRA; MONCADA; VANE, 1973; MAZARIO; HERRERO, 1999). As COXs são enzimas chave na síntese de prostaglandinas H2, que é precursora da biossíntese de outras prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas. Existem duas principais isoformas da COX ligadas diretamente a processos dolorosos e inflamatórios: COX-1 e COX-2. A COX-1 é constitutivamente expressa, atuando em várias funções fisiológicas como: a proteção da mucosa gástrica, agregação plaquetária e fluxo sanguíneo renal. A COX-2 por sua vez além de ser constitutiva em alguns órgãos, por exemplo, nos rins, sua expressão e atividade encontra-se aumentada em condições patológicas como inflamação, dor e oncogênese, levando a se pensar que a enzima só apareça em tais processos citados. Pelo fato da COX-2 participar em eventos patológicos, a identificação de inibidores seletivos dessa enzima é essencial para a terapia de diversas doenças (RATHISH et al., 2009). Estudos recentes têm apontado o papel de uma terceira isoforma de COX, a COX-3. Trata-se na realidade de uma variação da COX-1 que foi encontrada principalmente em extratos de tecido encefálico de cães. Em humanos, a COX-3 foi 46 encontrada abundantemente em amostras de tecido encefálico e cardíaco. Entretanto, seus efeitos biológicos e farmacológicos tem sido relacionados até o momento com o controle da temperatura corporal, sendo a atividade desta enzima fortemente inibida pelo acetaminofeno (RAINSFORD, 2009). A PGE2, principal prostanoide formado nesta via, contribui tanto para a sensibilização periférica de nociceptores quanto senbilização central. A sensibilização periférica ocorre por meio da ativação de receptores acoplados a proteína G aumentado os níveis de AMPc dentro dos nociceptores. Os produtos da COX também estão presentes na medula espinhal onde parece interagir com os terminais nociceptivos. Desta maneira é possível obter um efeito analgésico, tanto em sítios centrais, quanto periféricos com o uso de inibidores da COX (JULIUS; BASBAUM, 2001). Apesar da sua ampla aplicabilidade clínica, tanto na dor aguda quanto na dor crônica, o uso terapêutico dos AINES é acompanhado de vários efeitos indesejáveis. Estes efeitos são relacionados ao uso prolongado do medicamento e colaterais ao próprio mecanismo de ação, ou seja, a COX-1 é constitutiva e participa de eventos homeostáticos em vários tecidos, enquanto que a COX-2 induzida, produz potentes mediadores inflamatórios e nociceptivos responsáveis pela propagação da dor e da inflamação (PIAZ et al., 2003). Quando não há inibição enzimática seletiva da COX-2, ocorrem efeitos colaterais significativos por inibição da COX-1, como: ulcerações gastrintestinais, nefrotoxicidade e eventos hemorrágicos (BADAWEY; EL-ASHMAWEY, 1998). Embora a inibição seletiva da COX-2 por alguns coxibes, também tenha apresentado efeitos colaterias alarmantes, como complicações cardiovasculares (MUKHERJEE; NISSEN; TOPOL, 2001; GROSSER; FRIES; FITZGERALD, 2006). Ainda assim, os estudos para a identificação de um inibidor seletivo da COX-2, se fazem presentes na literatura. HAYASHI et al., (2011), demonstraram obter um composto sintético com potente atividade anti-inflamatória e antipirética, com ação inibitória seletiva da COX-2 em modelos experimentais “in vivo”e “in vitro”. Outra classe de medicamentos para o alívio da dor surgiu há muitos anos. O ópio e os seus derivados, além de exercerem ponderável influência sobre o comportamento dos seres humanos, têm sido empregados como sedativo e como analgésico. A partir do século XIX, com o isolamento dos alcaloides do ópio e as facilidades para o emprego dessas substâncias por via parenteral, houve aumento 47 do interesse pelo uso criterioso dos opioides na área médica e da análise das consequências sociais de seu uso abusivo (DUARTE, 2005). A morfina e os opioides endógenos são agonistas dos receptores µ-opioides (STUCKY; GOLD; ZHANG, 2001). Estes receptores localizam-se perifericamente, em sítios pré e pós-sinápticos, no corno dorsal da medula espinhal, tronco cerebral, tálamo e córtex. Constituindo o sistema ascendente da transmissão da dor, bem como estruturas que compõem o sistema inibitório descendente, que modula a dor ao nível de medula espinhal (INTURRISI, 2002). Os opioides são fármacos utilizados para o tratamento da dor que é refratária a outros analgésicos, em especial a dor severa (Figura 6) (MOORE, 2009). Figura 6. Escada analgésica. Escada da Dor da Organização Mundial da Saúde. Alívio da dor oncológica e cuidados paliativos. Genebra: OMS, 1996. (Adaptado de Manubay; Muchow; Sullivan , 2011). 48 O opioide mais comumente utilizado para tratar a dor comum é a codeína, que é considerado um analgésico fraco. A codeína é eficaz contra a dor leve a moderada e pode ser combinado com outros AINES (MOORE, 2009). A eficácia analgésica dos opioides pode variar segundo a característica, duração de intensidade do estímulo; dosagem e espécie. Os opioides bloqueiam a transmissão periférica e central da via nociceptiva aferente e por isso, tornam-se bastante eficientes no tratamento da dor inflamatória aguda. No entanto, eles não são igualmente eficazes para todo tipo de dor como, por exemplo, a dor neuropática que possui uma resposta pobre ou de curta duração aos opioides (KLAUMANN; WOUK; SILLAS, 2008). Assim como os opióides, os glicocorticóides têm grande aplicação terapêutica. Porém, possuem potentes efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores, e são utilizados clinicamente para o tratamento de doenças inflamatórias desde meados de 1900. Sua importância está ligada não só à melhora da qualidade de vida, como também à sobrevida de pacientes com doenças reumáticas. Muitos estudos demonstraram excelente resposta anti-inflamatória de pacientes com AR após o uso de cortisona (XIE et al., 2006; ANTI; GIORGI; CHAHADE, 2008). Muitos mecanismos são propostos para ação anti-inflamatória e analgésica dos glicocorticoides. Tais medicamentos interagem com receptores nucleares e a princípio, a administração de um glicocorticoide promove a diminuição da expressão do ácido araquidônico por diversos mecanismos, consequentemente seus metabólitos (PGs, LT e tromboxanos). Ademais, induzem diminuição da expressão do NF-κB e citocinas como TNF-α e IL-1β, em contrapartida estimula o aumento de citocinas anti-inflamatórias como a IL-10 (RHEN; CIDLOWSKI, 2005; XIE et al., 2006). Os efeitos terapêuticos destes fármacos são na maioria das vezes acompanhados por efeitos adversos e/ou colaterais importantes e alguns irreversíveis deixando a terapia com glicocorticoides como uma das últimas opções de tratamento (XIE et al., 2006; ROMANHOLI; SALGADO, 2007). Uma alternativa importante para auxiliar a terapia da dor são os adjuvantes, que envolvem outras classes de medicamentos além dos analgésicos tradicionais, entre eles estão os antidepressivos, anticonvulsivantes, canabinoides (WALKER; STRANGMAN; HUANG, 2001), antagonistas de receptores NMDA (WIESENFELDHALLIN, 1998; BENNETT, 2000), anestésicos locais, entre outros. 49 Fármacos antidepressivos tricíclicos (TCAs) agem em muitos neurotransmissores envolvidos na nocicepção. Eles bloqueiam a recaptação de 5HT e noradrenalina (NOR), além disso, bloqueiam a hiperalgesia mediada por receptores tipo NMDA, e bloqueiam canais de sódio, isso justifica em parte, o fato da propriedade analgésica independente da propriedade antidepressiva (MOULIN et al., 2007). Os TCAs são de grande valia para os casos de dor constante, com sensação de queimadura ou parestesia, embora também tenham papel importante nas dores neuropáticas. É indicado que seja utilizada a menor dose possível de um TCA, e que esta dose obviamente seja eficaz, em pacientes com dor neuropática. Este cuidado é importante em relação aos pacientes idosos, em função das interações medicamentosas, principalmente outros medicamentos que atuam no SNC e em paciente com risco de doença cardiovascular. Apesar da presença da depressão não ser necessária para o efeito analgésico dos TCAs, ela possa ser útil em pacientes que sofrem de crises depressivas, principalmente na vigência da dor, e são inadequadamente tratados (DWORKIN et al., 2007; REISNER, 2011). Outra classe importante que tem sido empregada no tratamento da dor crônica são os anticonvulsivantes. Logo depois que eles revolucionaram o tratamento da epilepsia, em 1960, os anticonvulsivantes foram incluídos no manejo da dor crônica. A Gabapentina (Neurotin) merece destaque por ter melhor perfil de segurança no uso e maior janela terapêutica. Além da Gabapentina também são utilizados a Carbamazepina (Tegretol), Fenitoína (preferencialmente na neuralgia trigeminal) (Hidantal) e Valproato (Depakene) (outras síndromes dolorosas) (McQUAY et al., 1995; REISNER, 2011). A gabapentina, e seu análogo Pregabalina, se ligam a canais de cálcio dependentes de voltagem em neurônios pré-sinápticos no corno dorsal da medula espinhal, resultando na diminuição da liberação de neurotransmissores excitatórios como o GLU e SP (MOULIN et al., 2007). Consequentemente, a sua ação no alívio da dor se dá pela supressão de circuitos hiperativos da medula e do córtex cerebral e estabilização das descargas neuronais nas membranas das vias aferentes primárias (LISBOA; TEIXEIRA; MARTINS; 2002). A principal utilização dos anticonvulsivantes (em associação com antidepressivos e analgésicos) é em casos de dor neuropática, como neuralgia do 50 trigêmeo, neuralgia pós-herpética e dor associada com compressão medular e esclerose múltipla (McQUAY et al, 1995). 3.6 Heterociclos: pirazol, pirazolinas e pirazolonas As Indústrias Farmacêutica e Agroquímica têm demonstrado interesse consistente nos heterociclos pirazóis e seus análogos devido a sua variedade de aplicações (MACHADO et al., 2009). Estes compostos heterociclos constituem um grande grupo de moléculas com atividades farmacológicas diversificadas (MELO et al., 2006). Os heterociclos são compostos cíclicos que possuem um ou mais heteroátomos na sua estrutura. Os heterociclos nitrogenados de cinco membros, contendo um ou mais átomos de nitrogênio pertencem à classe de substâncias denominada genericamente de azol sendo que o heterociclo nitrogenado mais simples deles é o pirrol (1), seguido do pirazol (2), da pirazolina (3) e da pirazolona (4) (PADMAVATHI et al., 2009). O pirazol é um heterociclo com dois átomos de nitrogênio, três átomos de carbono, e duas duplas ligações nas posições 2-3 e 4-5. Já o anel pirazolínico possui apenas uma dupla ligação entre os carbonos 3-4, enquanto que a 5pirazolona além da uma dupla ligação entre os carbonos 3-4 possui uma carbonila (C=O) na posição 5. Outros azóis como o imidazol (5), 1,2,3-triazol (6), 1,2,4-triazol (7), tetrazol (8) e pentazol (9) também apresentam relevantes atividades biológicas já referenciadas na literatura, como atividade antimicrobiana e citotóxica (PADMAVATHI et al., 2009). A substituição bioisostérica de um átomo de carbono por outros heteroátomos constituem outros heterociclos relevantes. O heterociclo que possui a presença do átomo de enxofre adicionalmente ao átomo de nitrogênio, denomina-se tiazol (10), e no caso de um átomo de oxigênio adicionalmente ao átomo de nitrogênio, denomina-se oxazol (11) (MELO et al., 2006). Fatos importantes na história da medicina estão associados a fármacos contendo núcleos heterociclos. A descoberta das pirazolonas foi registrada em de 1883, quando o químico alemão Ludwig Knorr, na tentativa de sintetizar derivados quinolônicos acidentalmente sintetizou a antipirina, uma molécula com atividade 51 antipirética, analgésica e antirreumática (VOLZ; KELLNER, 1980; DE SOUZA et al., 2001) e desde então, a utilização clínica destes compostos tem sido empregada. H N 1 2 5 H N 1 5 H N N 3 4 4 (1) H N O NH 2 H N H N NH H N N N 3 (2) (3) H N N N N (7) N N N N (8) (4) H N (5) N N N (9) N (6) N S O (10) (11) A dipirona (12) também conhecida como metamizol, ou ácido 1-fenil-2,3dimetil-5-pirazolona-4-metilaminometanossulfônico, é um analgésico antipirético não opioide, que pertence a classe dos AINES. Foram identificados pelo menos 4 metabólitos deste fármaco no plasma humano, após a administração oral em doses variadas, 4-metilaminoantipirina (13), 4-aminoantipirina (14), 4-acetilaminoantipirina (15) e 4-fomilaminoantipirina (16) (VOLZ; KELLNER, 1980). Além destes, vários outros metabólitos já foram identificados (LEVY; ZYLBER-KATZ; ROSENKRANZ, 1995). O H3C H3C H3C - N H3C S O N N + O Na H3C H3C O (12) H3C NH N H3C O N (13) NH O H3C NH CH3 H3C N N (15) O N (14) O H3C N NH2 H H3C N N (16) O O 52 Seus derivados e/ou análogos são fármacos considerados veteranos na prática médica, sendo amplamente utilizado com sucesso desde 1922, apesar de a dipirona ter sido banida em alguns países pelo risco de causar agranulocitose (LEVY, 2000). Por sua vez, a agranulocitose foi descrita por Schultz em 1922, como uma doença misteriosa. Alguns anos depois, Madison e Squier (1934), descobriram que o fenômeno que causava uma diminuição na linhagem granulocítica e por vezes aplasia medular, era decorrente da hipersensibilidade ao fármaco aminopirina, outro derivado pirazolônico identificado também como metabólito da dipirona (RUVIDIÉ, 1996). Além da possibilidade da origem da agranulocitose ser imunomediada, tem sido investigado um efeito direto da dipirona sobre o granulócito no sangue periférico e sobre as unidades formadoras de colônia na medula óssea, porém, faltam dados na literatura sobre a maneira como ocorre a interação do composto com estas células. A redução maciça da contagem de granulócitos pode ser explicada pela interação e interferência na diferenciação e maturação de células progenitoras ou mesmo indução de apoptose nesta linhagem (SABAGGA et al.,1993; GARCIAMARTINEZ et al., 2003). A possibilidade da dipirona induzir discrasias sanguíneas, em especial a agranulocitose, é um problema que preocupa os médicos e a população, pelo fato da dipirona ser um medicamento amplamente consumido em nosso país (DANIELLE; LEAL, 2003). Efeitos adversos não colaterais como a agranulocitose, aplasia de medula (hemotoxicidade), são comuns a certos fármacos utilizados na terapêutica (TAKEDA et al., 2002; COLEMAN; KHALAF; NICHOLLS, 2003). Em se tratando da dipirona, estes efeitos têm chamado a atenção de pesquisadores, para síntese de novos análogos ou derivados pirazolônicos (MILANO et al., 2008). A proibição do uso da dipirona tem se estendido a outros continentes além do europeu. Recentemente, de acordo com o caderno farmacêutico da Organização Mundial da Saúde (OMS) que relata restrições de uso e disponibilidade de medicamentos atualizado em 2010, o metamizol foi banido das Filipinas pelo centro de farmacovigilância. A Fenilbutazona (18), também é um derivado pirazolônico e possui propriedades farmacológicas antipirética, antiinflamatória e analgésica (GIRI; MUKHOPADHYAY, 1998) O conhecimento profundo do mecanismo de ação dos AINES (exemplo de representante da classe a Indometacina (17)), levou muitos estudiosos a 53 investigarem novas moléculas que fossem capazes de inibir seletivamente a enzima responsável pelos efeitos na dor e na inflamação, ou seja, um inibidor seletivo de COX-2. Então Penning et al. (1997), demonstraram em seu estudo a identificação do 1-(4-[5-(4-metilfenil)-3-(trifluorometil)-H-pirazol-1-il] benzenosulfonamida, denominado comercialmente como celecoxib (Celebra®) (19), que na época apresentava-se em estudos de fase clínica III com indicações terapêuticas para a AR e osteoartrite. Além deste outros inibidores de COX-2 foram descobertos como o Rofecoxib (VIOXX®) (20), equipotente à Indometacina porém sem efeitos gastrintestinais (PRASIT et al., 1999), o Valdecoxib (Bextra) (21) (TALLEY et al., 2000), entre outros. Mais tarde alguns inibidores seletivos da COX-2 como o Rofecoxib apresentaram riscos cardiovasculares (MUKHERJEE; NISSEN; TOPOL, 2001), sendo retirados do mercado (DAVIES; JAMALI, 2004). Cl H3C O O N H3C O HO (17) CH3 N N CH3 O N O N (18) H3C H3C O S O S O O CH3 H3C O O O (19) S NH2 O N O (20) (21) Na perspectiva de melhorar a relação estrutura atividade destes compostos, a fim reduzir ao máximo os efeitos colaterais e adversos, inclusive sobre o órgão hematopoiético, modificações estruturais e/ou a síntese de análogos pirazolônicos 54 têm sido amplamente estudadas, principalmente por seus efeitos antinociceptivos (DE SOUZA et al., 2001; MILANO et al., 2008). As pirazolinas constituem uma importante classe de compostos sintéticos que tem sido destaque em muitos modelos farmacológicos, apresentando atividade antimicrobiana (antifúngica e antibacteriana) (ABUNADA et al., 2009; DAWANE et al., 2010), atividade antinociceptiva (TABARELLI et al., 2004; KAPLANCIKLI et al., 2009), antitumoral (HAVRYLYUK et al., 2009), antiamoébica (BUDAKOTI et al., 2008), antiulcerogênica e anti-inflamatória (SHOMAN et al., 2009). Seu amplo leque de propriedades farmacológicas, sobretudo seu efeito antinociceptivo, impulsionou a investigação farmacológica mais aprofundada de compostos inéditos desenvolvidos na UNIVALI, resultando no presente trabalho. 55 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Obtenção das substâncias avaliadas Os compostos utilizados neste estudo foram desenvolvidos e sintetizados no laboratório de síntese orgânica da UNIVALI, por Lorena dos Santos. 4.1.1 Síntese dos derivados 1,3,5-triaril-pirazolínicos Os derivados 1,3,5-triaril-pirazolínicos, foram sintetizados à partir de 5 mmol das respectivas 4-cloro-1,3-difenil-2-propen-1-onas, contendo os substituintes de Topliss (H, 4-CH3, 4-OCH3, 4-Cl e 3,4-Cl2) no anel A, previamente sintetizados a partir das acetofenonas substituídas e do 4-clorobenzaldeído em meio básico (NaOH) e etanol. Em seguida foi acrescentada a fenilhidrazina (6,5 mmol) e carbonato de potássio (5 mmol), conforme descrito por Ghomi-Safael e colaboradores (2006). A mistura foi submetida a refluxo com tempo reacional variando de 30-180 minutos. O término da reação foi observado por cromatografia em camada delgada. A reação foi vertida em água e gelo e o sólido formado foi filtrado, lavado com água gelada e recristalizado em etanol. Figura 7. Esquema geral da reação das 1,3,5-triaril-pirazolinas. NH O Cl NH2 R N R Cl MeOH/ K2CO3 R = H (58); 4-CH3 (60); 4-Cl (61); 4-OCH3 (62); 3,4-Cl2 (66) N 56 4.2 Métodos teóricos para avaliação da estrutura-atividade 4.2.1 Regra dos cinco de Lipinski. Modelos computacionais têm sido utilizados para estimar a solubilidade e permeabilidade dos derivados sintetizados, baseando-se em parâmetros físicoquímicos propostos por Lipinski e colaboradores (2001). Esta regra prediz moléculas com baixa absorção e permeabilidade, quando as mesmas apresentam mais de 5 doadores de ligação hidrogênio, acima de 10 aceptores de ligação hidrogênio, peso molecular superior a 500 e valores de log P (ClogP) acima de 5 (ou MlogP > 4,15). Os valores do peso molecular (PM), milog P, aceptores de ligação hidrogênio (N + O), doadores de ligação hidrogênio (NH + OH), número de ligações rotáveis, área de superfície polar e o número de violações foram obtidos a partir do programa “Free molinspiration” disponibilizado on line, através do JME Editor, cortesia de Peter Ertl da Novartis, disponível no site: http://www.molinspiration.com/cgi-bin/properties. (SANTOS, 2008). 4.2.1.1 Previsão teórica da Regra dos 5 de Lipinski Tabela 1. Previsão teórica da solubilidade e permeabilidade das 1,3,5-triaril-2-pirazolinas segundo a “Regra dos 5” de Lipinsk. N° n.atom logP PM n. n. n.lig. ONa OHNHb rot.c PSAd n.viol.e 58 24 5,937 332,83 2 0 3 15,602 1 60 25 6,386 346,86 2 0 3 15,602 1 61 25 6,615 367,28 2 0 3 15,602 1 62 26 5,994 362,86 3 0 4 24,836 1 66 26 7,221 401,72 2 0 3 15,602 1 * Método de predição do LogP desenvolvido por Molispiration (milogP 2.2 – Novembro 2005) a Somatório das ligações aceptores e hidrogênio (N e O) b Somatório das lgações doadores de hidrogeno (NH e OH) c Número de ligações rotáveis d Área de superfície polar e Número de violações 57 4.2.2. Método de Topliss A síntese desta série de compostos foi direcionada pelos substituintes indicados segundo a metodologia manual de Topliss, que preconiza a variação em um dos anéis aromáticos pelos substituintes: H, 4-CH3, 4-OCH3, 4-Cl e 3,4-Cl2. Esta série de cinco derivados compreende uma seleção inicial para o direcionamento de novos análogos. A ordem de potência avaliada nos modelos biológicos é organizada na Tabela 2, a fim de determinar qual o parâmetro responsável pela atividade em estudo. Neste modelo são avaliados os parâmetros lipofílicos (π), eletrônicos (σ) e estéricos (Es) e uma combinação estatística dos parâmetros π e σ (π – σ, π - 2 σ, π - 3 σ, π + σ, etc). Após a avaliação deste método pode-se estabelecer os próximos análogos em uma tabela subsequente (TOPLISS, 1972) (não demonstrada). Tabela 2: Ordem de potência para diversos parâmetros físico-químicos proposta por Topliss. Substituintes Parâmetros físico-químicos de Topliss π 2π– π 2 σ π+σ 2π - σ π-σ Es π - 2σ σ π - 3σ σ 3,4-Cl2 1 1-2 1 1 1 1-2 3-4 5 2-5 4-Cl 2 1-2 2 2 2-+3 3 3-4 3-4 2-5 4-CH3 3 3 4 3 2-3 1-2 1 1 2-5 4-OCH3 4-5 4-5 5 5 4 4 2 2 2-5 H 4-5 4-5 3 4 5 5 5 3-4 1 58 4.3 Animais Foram utilizados camundongos Swiss Websters (20 a 35g) ambos os sexos, e ratos Wistar machos (250 a 350g), aclimatizados a temperatura de 22 ± 2 °C com ciclo claro/escuro de 12 horas, mantidos no biotério central da UNIVALI, tratados com água e ração ad libitum. Os animais permaneceram no ambiente do teste por aproximadamente 30 minutos antes da realização dos experimentos para adaptação. O número de animais utilizados por tratamento durante os experimentos foi entre 6-8 por grupo. Os diferentes grupos foram pré-tratados com os compostos em estudo em diferentes doses 30 minutos antes do teste pela via i.p. Comparativamente foi realizado um grupo controle negativo/veículo para cada experimento, no qual os animais receberam apenas solução veículo nas mesmas condições dos ensaios e um grupo controle positivo/fármaco referência. Após todos os experimentos os animais foram eutanasiados em câmara de CO2. Este estudo seguiu as recomendações do Guia de Uso e Cuidado com Animais de Laboratório do National Institutes of Health (NIH) dos EUA (NIH n° 85-23, revisado em 1996). O Comitê de ética e pesquisa para uso de animais da UNIVALI aprovou os procedimentos experimentais (parecer número 532/09). 4.4 Reagentes Os reagentes utilizados nos experimentos foram: os compostos derivados pirazolínicos (Laboratório de síntese – UNIVALI), solução salina (NaCl 0,9%) , ácido acético, 0,6%, ʎ-carragenina, SP, PGE2, BK, CFA, LPS (Todos Sigma Aldrich Chemical Company, St Louis, MO, E.U.A.) Indometacina (Indo), Dexametasona (Dex), Dipirona (Dip), Fenilbutazona (Fenil), Tween 80, Kits comerciais Labtest® para a dosagem de uréia, creatinina, e Kits comerciais Labtest® para a determinação das enzimas aspartato amino transferase (AST) e alanina amino transferase (ALT). 59 4.5 Ensaios Farmacológicos 4.5.1 Análise da Propriedade Antinociceptiva – Modelo de dor aguda. 4.5.1.1 Teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético 0,6% Este modelo foi utilizado para verificação da atividade antinociceptiva dos compostos em estudo. Após o tratamento com os compostos C58, C61, C62 e C66 pela via i.p. nas doses 0,3 1 3 e/ou 10 mg/kg, esperou-se 30 minutos (i.p.), e procedeu-se a injeção do ácido acético 0,6% (10 mL/Kg). Além dos compostos em estudo, foi utilizado um grupo controle negativo/veículo, e um grupo controle positivo tratado com Indometacina (10 mg/kg). Os animais foram colocados individualmente em funis de vidro, e o número de contorções abdominais foi quantificado cumulativamente durante um período de 20 minutos (FERREIRA et.al., 2000). 4.5.2 Análise da Propriedade Antinociceptiva – Modelo de dor persistente. 4.5.2.1 Hiperalgesia mecânica induzida pela ʎ-Carragenina A indução da hiperalgesia inflamatória em camundongos foi realizada através de injeção i.pl. de 50 µL de ʎ-carragenina (300 µg /sítio) na superfície plantar da pata direita traseira. Esta dose é capaz de produzir edema, hiperalgesia e aumento significativo do tamanho da pata injetada, porém os animais continuam apresentando comportamento normal. Os animais foram pré-tratados com os compostos C58, C60, C61, C62 e C66 pela via i.p. nas doses 0,3 1 e 3 mg/kg, 30 min antes da indução da hiperalgesia. Após os 30 minutos, os animais receberam uma injeção i.pl. de ʎ-carragenina (300 µg/pata), e foram avaliados quanto a hiperalgesia mecânica através do monofilamento de Von Frey 0,6g (VFH, Stoelting, Chicago, USA), em diferentes tempos. Além dos derivados pirazolínicos, foi realizado um grupo controle negativo tratado com o veículo utilizado para a diluição dos compostos, e um grupo controle positivo tratado com Indometacina (10 mg/kg) (DE CAMPOS et al., 1996; QUINTÃO et al., 2005), e dipirona 40 mg/kg. 60 4.5.2.2 Avaliação da hiperalgesia mecânica pelo monofilamento de Von frey Para avaliar a hiperalgesia mecânica induzida por diferentes agentes flogísticos, os animais foram individualmente colocados em compartimentos de acrílico transparente (9 X 7 X 11cm), localizados em uma plataforma de arame elevada para permitir o acesso à superfície ventral das patas traseiras. Os animais foram aclimatizados por pelo menos 30 minutos antes da avaliação comportamental. A frequência de resposta de retirada da pata, foi obtida através de 10 aplicações (com duração de 1 segundo cada) do VFH 0,6g. Os estímulos foram realizados na superfície plantar da pata traseira direita. Todos os grupos em estudo foram submetidos a avaliação prévia e novamente re-avaliados em diferentes tempos de acordo com cada protocolo experimental específico para cada agente indutor de hiperalgesia utilizado. 4.5.2.3 Hiperalgesia mecânica induzida por outros agentes flogísticos Os animais foram previamente tratados pela via i.p. com o derivado pirazolínico C61 nas doses 0,3 1 e 3 mg/kg, antes da indução da hiperalgesia. Após 30 minutos do tratamento, os animais receberam uma injeção i.pl. do agente flogístico e os tempos de leitura foram: PGE2 (0,1 nmol/pata), 1, 2, 4 e 6 h, (MANJAVACHI et al., 2010) LPS (SANTODOMINGO-GARZÓN (100 ng/pata),0,5, 1, 2, 4, 6, 24 e 48 h et al., 2006), BK (100 ng/pata), 1, 3 e 6 h, (HAYASHI et al., 2001) ou CFA (20µL/pata), 1, 3, 4, 6, 24 e 48 h, (MANJAVACHI et al., 2010, QUINTÃO et al., 2005). Os aimais foram avaliados quanto a hiperalgesia mecânica através do VFH 0,6g, conforme descrito anteriormente, em diferentes tempos, de acordo com cada protocolo experimental. 4.5.3 Análise da Propriedade Antiedematogênica 4.5.3.1 Edema de pata induzido pela ʎ-Carragenina A metodologia utilizada para a indução do edema de pata foi similar aquela descrita por de Campos et al., (1996) com algumas adaptações. Para a realização do experimento, os animais foram ligeiramente anestesiados com éter, antes da 61 injeção intraplantar de 50µL de solução salina contendo Cg (Cg, 300 µg/pata) na pata direita e 50µL de solução salina (0,9%) na pata esquerda. Os diversos derivados pirazolínicos C58, C60, C61, C62 e C66 foram administrados pela via i.p. nas doses 0,3, 1 e 3 mg/kg, antes da indução do edema. A variação do volume da pata foi expressa em µL, sendo que a diferença entre o volume da pata direita e esquerda foi tomada como índice de edema. O edema de pata foi medido em Pletismometro Ugo Basile®, nos intervalos de tempo de 0,5, 1, 2, 4, 6, 24 e 48 horas após a injeção i. pl. de Cg. Para controle positivo neste experimento foi utilizada Indometacina 10 mg/Kg (ERDEMOGLU et al., 2009). 4.5.3.2 Edema de pata induzido por outros agentes flogísticos Os animais foram previamente tratados pela via i.p. com o derivado pirazolínico C61 nas doses 0,3, 1 e 3 mg/kg, antes da indução do edema. Os seguintes agentes flogísticos foram realizados, e as medidas do edema foram: SP 30 nmol/pata), leitura realizada em 30, 60, 90, 120, 150 e 180 min, HIS 100 µg/pata, leitura realizada em 15, 30, 45, 60 e 120 min, PGE2, 3 nmol/pata, leitura realizada em 15, 30, 60 e 120 min,e BK, 3 nmo/pata, leitura realizada em 10, 20, 30, 60 e 120 min (CORREA; CALIXTO, 1993). A variação do volume da pata foi expressa em µL, sendo que a diferença entre o volume da pata direita e esquerda foi tomada como índice de edema. O edema de pata foi medido em Pletismometro Ugo Basile®, em diferentes intervalos de tempo. 4.5.4 Modelo de artrite induzida pelo CFA 4.5.4.1 Indução da Artrite induzida por CFA Para a indução de artrite foram utilizados ratos machos Wistar (300-350 g). Os animais foram divididos em grupos e tratados com o derivado pirazolínico C61 nas doses 0,03, 0,1, 0,3, e 1mg/Kg i.p., controle negativo/veículo utilizado para a diluição dos compostos i.p., controle positivo/fármacos referência: Dex (0,5 mg/kg, s.c.), Fenil (80 mg/Kg v.o.) (PEDERNERA et al., 2006), Dip (40 mg/kg, i.p.) e Indo (5 mg/Kg, i.p.) (BABU; PANDIKUMAR; IGNACIMUTHU, 2009). Após 30 min dos tratamentos pela via i.p., 1h v.o. e 4h s.c., os animais foram anestesiados com éter e receberam uma 62 injeção intraplantar única de 100 µL de CFA na pata direita. Os mesmos tratamentos foram repetidos por 22 dias consecutivos, a partir do primeiro dia de indução da artrite (NEWBOLD, 1963; NAIR; SINGH; GUPTA, 2011). 4.5.4.2 Indíce de severidade de desenvolvimento da Artrite induzida por CFA Os animais foram avaliados macroscopicamente quanto a severidade de desenvolvimento da artrite. A metodologia utilizada para obter a pontução foi a mesma descrita por DONALDSON; McQUEEN; SECKL, 1995. Os índices para a pontuação foram: Índice zero = pata normal. Índice 1 = Leve vermelhidão. Índice 2 = Vermelhidão moderada e inchaço. Índice 3 = Inchaço grave e lesões visíveis sobre as articulações. Baseado em outros autores foi avaliada a necessidade de acrescentar mais um ponto no sistema de índices em função da gravidade de instalação da artrite. Índice 4 = Inchaço grave, lesões e excesso de rigidez articular (PAN et al., 2009) e deformidade do membro (andar arrastado) (LIU et al., 2008). Os animais foram observados diariamente quanto a evolução da instalação do processo inflamatório induzido pelo CFA, porém os índices foram quantificados nos dias 3, 9, 15 e 21 após a injeção i.pl de CFA. Além disso, como medida clínica foi incluído a determinação do peso corporal dos animais (PAN et al., 2009). 4.5.4.3 Avaliação do edema no modelo de Artrite induzido por CFA Para a avaliação dos edemas decorrentes da indução de artrite pelo CFA, as patas direita e esquerda dos animais foram medidas em Pletismometro Ugo Basile® a cada 3 dias, após a indução, durante 21 dias (KIM et al., 2002; NAIR; SINGH; GUPTA, 2011). A variação do volume da pata foi expressa em µL, sendo que a diferença entre o volume da pata direita e esquerda foi utilizada como índice de edema. 4.5.4.4 Avaliação da hiperalgesia mecânica pelo Von Frey eletrônico no modelo de Artrite induzido por CFA Para avaliar a nocicepção mecânica no modelo de artrite induzida pelo CFA, os animais foram colocados individualmente em compartimentos de acrílico 63 transparentes (17 x 13 x 22 cm, para ratos), localizados em uma plataforma de arame elevada para permitir o acesso à superfície ventral das patas traseiras. Os animais foram aclimatados por pelo menos 1 hora antes dos testes comportamentais, em temperatura controlada, para determinar o limiar mecânico basal. Após determinar esse parâmetro, os animais foram tratados com derivado pirazolínico C61 e controles (como especificado no item 4.5.3.1). A hiperalgesia mecânica dos animais foi avaliada através de um anestesiômetro eletrônico Von Frey eletrônico, Insight® (VHF), que consiste em um transdutor de pressão conectado a um contador digital de força expressa em gramas (g). O contato do transdutor de pressão à pata dos animais foi realizado por meio de uma ponteira descartável de polipropileno com 0,5 mm de diâmetro adaptada ao transdutor de pressão. Entre as malhas da rede de arame, foi exercida uma pressão linear crescente no centro da planta da pata do rato até que o animal produzisse uma resposta caracterizada como sacudida (“flinch”) da pata estimulada. Os estímulos foram repetidos até o animal apresentasse três medidas similares com uma clara resposta de “flinch”. A intensidade de hiperalgesia foi quantificada como a variação na pressão obtida subtraindo-se a média de três valores expressos em gramas (força) observada antes do procedimento experimental (limiar basal dos animais) da média de três valores em gramas (força) após a administração do agente flogístico em diferentes intervalos de tempo (de acordo com o protocolo experimental dos diferentes agentes flogísticos) (CUNHA et al., 2004; VIVANCOS et al., 2004; QUINTÃO et al., 2005) 4.5.5. Determinação dos possíveis efeitos tóxicos no modelo de Artrite induzido por CFA Com o objetivo de avaliar o efeito cumulativo das doses do composto em estudo, foram avaliados os possíveis efeitos tóxicos sobre o sistema hematopoiético, sobre a função renal e sobre a função hepática. Os resultados obtidos foram comparados com os efeitos da Indometacina, Dexametasona, Dipirona, Fenilbutazona. No 22° dia de tratamento as patas dos animais foram fotografadas. Em seguida os animais foram eutanasiados, para posterior coleta de sangue com anticoagulante EDTA para as análises hematológicas, e soro para análises e bioquímicas. Em 64 seguida, foi realizada a extração do fêmur para a coleta das células da medula óssea, e retirada dos órgãos: fígado e baço, servindo também como indicador de toxicidade. O peso corporal foi determinado no início e no final do experimento (PEDERNERA et al., 2006). 4.5.5.1 Avaliação do número de células do sangue periférico no modelo de Artrite induzido por CFA Para a avaliação de parâmetros hematológicos em sangue periférico após a administração crônica do derivado pirazolônico C61 e controles, as amostras de sangue foram coletas em tubos contendo anticogulante EDTA para a realização do hemograma completo. O hemograma foi realizado em aparelho automatizado Micros 60 fornecendo parâmetros de eritrócitos (RBC x 106/µL), leucócitos (WBC x 103/µL), hemoglobina (HGB g/dL), hematócrito (HTO %) e plaquetas (PLT x 103/µL). (SAUZEM et al., 2009). 4.5.5.2 Avaliação do número total de células nucleadas da medula óssea no modelo de Artrite induzido por CFA Para a retirada das células da medula óssea, o fêmur de cada animal foi extraído e cortado nas suas extremidade distais (epífises), e o seu canal interno foi lavado com 3 mL de salina. Uma alíquota da suspenção celular obtida foi diluída em salina e as suas células coradas com cristal violeta (0,5% em 30% de ácido acético) para realizar a contagem das células na câmara de Neubauer com auxílio de microscópio óptico comum em aumento de 400x (Figura 8). Figura 8. Procedimento de coleta da medula óssea dos ratos utilizados no modelo de artrite induzida pelo CFA (Fonte: Fotografia por Silvia Aparecida Ramos). 65 4.5.5.3 Avaliação da função hepática Para avaliar os possíveis efeitos tóxicos sobre a função hepática após a administração crônica do derivado pirazolínico C61 e dos controles positivos, foi realizada a determinação da atividade das enzimas ALT e AST, sendo indicativos de lesão hepática. As amostras de sangue dos animais foram coletadas em tubo gel, separador de células, para a dosagem da atividade das enzimas ALT e AST. Após 20 min do procedimento de coleta, as amostras foram centrifugadas e acondicionadas em freezer -20°, para posterior análise. A determinação da atividade das respectivas enzimas foi realizada seguindo o protocolo experimental descrito na bula do kit, especificado pelo fabricante LABTEST®. A determinação espectrofotométrica foi realizada em aparelho semi automatizado STARDUST. 4.5.5.5 Avaliação da função renal Para avaliar os possíveis efeitos tóxicos sobre a função renal após a administração crônica do derivado pirazolínico C61 e dos controles positivos, foram avaliados os parâmetros uréia e creatinina. Amostras de sangue dos animais foram coletadas em tubo gel separador de células para a dosagem da concentração de uréia (mg/dL) e creatinina (mg/dL). Após aproximadamente 30 min do procedimento de coleta, as amostras foram centrifugadas e acondicionadas em freezer -20°, para posterior análise. A determinação da concentração dos analitos foi realizada seguindo o protocolo experimental descrito na bula do kit, especificado pelo fabricante LABTEST®. A determinação espectrofotométrica foi realizada em aparelho semi automatizado STARDUST. 4.5.6 Investigação de possíveis efeitos adversos e/ou colaterais 4.5.6.1 Avaliação da atividade motora através do Modelo do Campo Aberto (Open-Field) em camundongos O modelo de campo aberto visa investigar a possível influência dos compostos sobre o SNC do animal, especificamente efeitos depressores, ansiolíticos ou ansiogênicos. Na prática experimental é utilizado para avaliar estimulantes ou 66 depressores do SNC (DE SOUZA et al., 2003). Para verificar a possibilidade do C61 ter ação sobre o sistema locomotor dos animais, realizou-se o teste do campo aberto. O campo aberto consiste em um aparato de acrílico transparente, com 60 cm de diâmetro e borda de 50 cm de altura, com a parte inferior dividida em 12 quadrantes de área igual. Os animais foram avaliados individualmente durante 6 minutos, sendo o número de cruzamentos realizados com as quatro patas entre as divisões, o parâmetro de análise. Para a realização do experimento, os animais foram inicialmente pré-tratados via i.p. nas mesmas doses utilizadas nos ensaios e morfina (5 mg/kg ou 13,3 µmol/kg, s.c). 4.5.6.2 Medida da temperatura retal em camundongos A redução da temperatura retal é um dos efeitos indesejáveis observados em muitos fármacos que são utilizados para o tratamento de processos dolorosos crônicos (ZIMMERMANN, 2001) com o objetivo de verificar se o C61 produzia tal efeito os animais foram tratados via i.p. nas doses utilizadas nos demais modelos experimentais e a temperatura retal foi medida 1 hora após o tratamento, utilizando um termômetro digital (B & D – NJ, EUA). A sonda (2 mm de diâmetro) foi mergulhada em vaselina antes da inserção. O termômetro foi mantido no reto do animal até a obtenção de leitura (20 segundos). 4.6 Análise Estatística Os resultados foram apresentados como a média ± erro padrão da média (EPM, 95%), exceto os valores DI50 (doses da droga que produziram uma inibição da resposta em 50% em relação ao grupo controle), que são apresentadas como a média geométrica acompanhada de seus respectivos limites de confiança, em nível de 95%. As porcentagens de inibição foram citadas como a média ± erro padrão da média da diferença (em porcentagem) entre as áreas sob as curvas (AUC) obtidas para cada experimento individual em relação ao grupo controle correspondente. Em alguns experimentos foram calculadas IM (porcentagem de inibição máxima do efeito para a dose utilizada). A análise estatística dos dados foi realizada por meio de análise de variância (ANOVA) de duas vias, seguido do teste de Bonferroni, de análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo teste de Dunett. Valores de p 67 menores que 0,05 (p<0,05) foram considerados como valores significantes. Todas as análises citadas acima foram realizadas utilizando o programa Graphpad PRISM 5.0® ou Graphpad Instat®. 68 5 RESULTADOS 5.1 Efeitos dos derivados pirazolínicos sobre a nocicepção induzida pelo ácido acético 0,6% em camundongos Neste modelo foi avaliado o efeito dos compostos C58, C61, C62 e C66, sobre a nocicepção aguda induzida por ácido acético. Os resultados em conjunto, apresentados na Figura 9, demonstram que a administração i.p. dos derivados pirazolínicos em estudo, foi capaz de produzir efeito antinociceptivo significativo nas diferentes doses utilizadas. Pode-se observar que C58, nas doses de 0,3 a 10 mg/Kg, reduziu de maneira significativa o número de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético. A porcentagem de inibição máxima (IM) para a dose de 10 mg/kg deste composto foi de 69 ± 4%. A Indometacina utilizada como controle positivo, na mesma dose, apresentou resposta similar, com porcentagem de inibição de 67 ± 2%. A administração i.p. do C61 nos animais apresentou uma expressiva redução da resposta nociceptiva induzida pelo ácido acético, de forma dose dependente. Com IM calculadas de 32 ± 4%, 60 ± 3%, 72 ± 3% para as doses 0,3, 1 e 3 mg/Kg respectivamente, e DI50 de 1,12 (0,93 – 1,34) mg/Kg. Vale ressaltar que o C61 na dose de 3 mg/Kg produziu efeito antinociceptivo similar ao fármaco de referência utilizado como controle positivo, Indometacina, que apresentou IM de 75 ± 2%. O número de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético também foi significativamente reduzido pelo C62. Obteve-se valores de IM de 60± 2% e 63 ± 2% nas doses de 3 e 10 mg/Kg, respectivamnete, e DI50 de 2,04 (1,22 – 3,38) mg/Kg. A Indometacina apresentou IM de 70 ± 3% na dose de 10 mg/Kg, neste caso o composto C62 não apesentou melhores resultados quando compara-se ao fármaco de referência, a Indometacina. Assim como os demais compostos analisados, o C66 mostrou-se efetivo ao inibir as contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, apresentando IM de 37 ± 4% e 67 ± 4% nas doses de 3 e 10 mg/Kg. A DI50 calculada no experimento foi de 5,96 (5,57 – 6,49 mg/Kg). A dose de 10 mg/Kg do C66, apresentou porcentagem de inibição próximo ao da Indometacina que foi de 71 ± 2%. 69 Figura 9. Efeito das 1,3,5-triaril-pirazolinas sobre a contorção abdominal induzida pela administração i.p. de ácido acético 0,6% em camundongos. (A) Efeito da 5-(4-clorofenil)-1,3difenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C58). (B) Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro1H-pirazolina (C61). (C) Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metoxifenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1Hpirazolina (C62). (D) Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1Hpirazolina (C66). Os animais receberam os tratamento nas diferentes doses (0,3 à 10 mg/kg i.p.), Indometacina (10 mg/kg i.p.) ou veículo. O efeito antinociceptivo foi avaliado pelo número de contorções abdominais 20 minutos após a injeção de ácido acético 0,6%. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *P<0,05, **P<0,01, ***P<0,001. A análise estatística utilizada foi ANOVA de uma via seguida pelo post hoc Dunnett. B A 70 * 60 50 40 30 *** *** 20 *** *** 10 0 C Ind 0,3 1 3 Número de Contorções Abdominais Número de Contorções Abdominais 80 DI50 = 1,12 (0,93 - 1,34) mg/Kg 70 60 *** 50 40 *** 30 *** *** 20 10 0 10 C Ind 0,3 C58 (mg/Kg, i.p.) 3 D C DI50 = 2,04 (1,22 - 3,38 mg/Kg) 70 60 50 *** 40 *** 30 *** 20 *** 10 0 C Ind 1 3 10 C62 (mg/Kg, i.p.) Número de Contorções Abdominais 70 Número de Contorções Abdominais 1 C61 (mg/Kg, i.p.) DI50 = 5,96 (5,57 - 6,49) mg/Kg 60 50 ** 40 30 *** *** 20 10 0 C Ind 0,3 1 3 C66 (mg/Kg, i.p.) 10 70 5.2 Efeitos dos derivados pirazolínicos sobre o edema de pata induzido pela ʎcarragenina em camundongos Neste modelo foi avaliado o efeito dos compostos C58, C60, C61, C62 e C66, sobre o edema de pata induzido pela ʎ-carragenina. Na Figura 10 (A e B), pode-se observar que o pré-tratamento i.p. com ocomposto C58 reduziu significativamente o edema de pata induzido pela ʎ-carragenina, destacando-se a dose de 3mg/Kg, exibindo melhor efeito antiedematogênico na 1° e 2°h após a indução do edema, com inibição de 30 ± 4%. As demais doses utilizadas foram praticamente equipotentes. Entretanto, o efeito antiedematogênico foi inferior ao fármaco de referência Indometacina (68 ± 6%), utilizado na dose de 10 mg/Kg (ZHANG et al., 2009b). Figura 10. Efeito da 5-(4-clorofenil)-1,3-difenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C58), sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C58 (0,3, 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de ʎ-carragenina (300 µg/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 4-6 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística utilizada foi ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da AUC (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. A 100 Carragenina (300µ µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C58 (0,3 mg/Kg, i.p.) C58 (1 mg/Kg, i.p.) C58 (3 mg/Kg, i.p) B 700 80 600 70 500 60 50 AUC ∆ do volume da pata ( µ L) 90 40 30 20 *** *** *** 10 0 0.5 1 ** 400 300 *** 200 ** ** *** *** *** ** * *** * *** 2 4 6 24 48 Tempo (horas) ** *** 100 0 Cg Indo 0,3 1 3 C58 (mg/Kg, i.p.) 71 A administração i.p. do composto C60, em todas as doses utilizadas, foi capaz de inibir significativamente o edema de pata induzido por ʎ-carragenina, conforme demonstram os resultados obtidos e expressos na Figura 11 (A e B). Os efeitos foram observados desde o início da formação do edema, destacando as doses de 1 e 3 mg/Kg, que apresentaram inibição de 45 ± 4% e 47 ± 3%, respectivamente, tal efeito foi inferior ao observado com a Indometacina 10 mg/Kg que apresentou inibição de 58 ± 2%. Figura 11. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metilfenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C60), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C60 (0,3, 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de ʎ-carragenina (300 µg/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística utilizada foi ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da AUC (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Carragenina (300 µ g/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C60 (0,3 mg/Kg, i.p.) C60 (1 mg/Kg, i.p.) C60 (3 mg/Kg, i.p.) A B 80 600 60 500 50 40 30 20 10 0 *** 400 AUC ∆ do volume da pata (µ µ L) 70 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,5 1 2 *** ** *** *** *** *** *** 4 6 Tempo (horas) 300 *** 200 *** * *** * ** 24 48 *** *** 100 0 Cg Indo 0,3 1 3 C60 (mg/Kg, i.p.) 72 O mesmo perfil farmacológico foi observado no pré-tratamento com o composto C61, apresentando também uma atividade antiedematogênica significativa, Figura 12 (A e B), evidenciada desde o início da formação do edema. Os percentuais de inibição obtidos foram muito similares ao composto descrito anteriormente (C60), sendo que a dose de 1 mg/Kg apresentou um percentual de inibição de 43 ± 2% e a dose de 3 mg/Kg de 48 ± 2%. Ambas as doses apresentaram-se menos efetivas que a Indometacina 53 ± 4%. Figura 12. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C61 (0,3, 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de ʎ-carragenina (300 µg/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística utilizada foi ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da AUC (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1 mg/kg, i.p.) C61 (3 mg/Kg, i.p.) A B 90 600 70 500 60 40 30 20 10 0 *** 400 50 AUC ∆ do volume da pata ( µ L) 80 *** *** **** *** *** *** *** *** *** *** *** ** * *** 0.5 1 2 4 *** *** *** *** 6 Tempo (horas) *** 300 *** *** 200 *** *** *** *** *** *** *** 24 48 100 0 Cg Indo 0,3 1 3 C61 (mg/Kg, i.p.) 73 Na Figura 13 (A e B), é possível observar que o pré-tratamento dos animais com o composto C62 foi capaz de reduzir significativamente o edema induzido pela ʎ-carragenina, apenas na dose de 1 mg/Kg, as demais doses não produziram efeito antiedematogênico significativo. Tal efeito passou a ser observado a partir da 4a h, após a indução do edema e persistiu até a 24h, sendo que a IM para a dose de 1 mg/Kg foi de 22 ± 6%. Figura 13. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metoxifenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C62), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C62 (0,3, 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de ʎ-carragenina (300 µg/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística utilizada foi ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da AUC (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. A 110 Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C62 (0,3 mg/Kg, i.p) C62 (1 mg/Kg, i.p.) C62 (3 mg/Kg, i.p.) B 100 80 600 70 500 60 ** 50 ** 40 30 ** ** 20 *** ** *** 10 0 0.5 1 2 4 Tempo (horas) ** 400 AUC ∆ do volume da pata ( µ L) 90 6 *** 24 300 *** 200 * 48 100 0 Cg Indo 0,3 1 3 C62 (mg/Kg, i.p.) 74 A última molécula testada neste modelo foi a pirazolina C66. Decorridos 30 minutos após a indução do edema, pode-se observar grande semelhança no perfil de atividade quando comparado com o composto C62. O composto C66 apresentou melhor atividade antiedematogênica na dose de 1mg/Kg com uma IM de 29 ± 7%, Figura 14 (A e B). Este efeito pode ser observado desde a 1ª até a 4ª h, após a indução do edema. Figura 14. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C66), sobre o edema de pata induzido pela administração intraplantar de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C66 (nas doses de 0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de Cg (300 µg/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001. A análise estatística utilizada foi ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva, seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C66 (0,3 mg/Kg, i.p.) C66 (1 mg/Kg, i.p.) C66 (3 mg/Kg, i.p.) A B 100 80 700 70 600 60 500 50 * 40 30 20 * *** *** ** ** *** *** 10 0 AUC ∆ do volume da pata ( µ L) 90 300 2.0 4.0 6.0 Tempo (horas) *** 200 *** *** 24 48 100 0 0.5 1.0 ** 400 Cg Indo 0,3 1 3 C66 (mg/Kg i.p.) 75 5.3 Efeitos dos derivados pirazolínicos sobre a hiperalgesia mecânica induzida pela ʎ-carragenina em camundongos Na figura 15 (A e B) são demonstradosos resultados obtidos após a administração i.p. do composto C58, no modelo de hiperalgesia mecânica induzida pela ʎ-carragenina. Pode-se observar que o C58 não foi capaz de inibir de maneira significativa a hiperalgesia mecânica nos animais, quando comparado com o grupo controle negativo. Pode-se observar inibição significativa apenas no controle positivo utilizado, Indometacina, com inibição de 86 ± 8%. O gráfico B (Figura15), apresenta a AUC com porcentagens de inibição de 15 ± 6% e 15 ± 8% nas doses de 0,3 e 1 mg/Kg, respectivamente. Figura 15. Efeito da 5-(4-clorofenil)-1,3-difenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C58), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento do C58 (0,3, 1 e 3 mg/kg i.p.), Indometacina (10 mg/kg i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. ʎcarragenina (300 µg/pata). Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *P<0,05, **P<0,01 e ***P<0, 001. A análise estatística foi realizada com ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (AUC) (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. B 80 70 60 600 50 500 40 400 30 20 *** ** * 10 *** *** *** * ** AUC Freqüência de resposta (%) A Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) C58 (0,3 mg/Kg i.p.) C58 (1 mg/Kg i.p.) C58 (3 mg/Kg i.p.) *** *** 200 *** *** 3 4 6 Tempo (h) 24 *** 100 0 B 1 *** 300 48 0 Basal Cg Ind Dip 0,3 1 3 C58 (mg/Kg, i.p.) 76 Na Figura 16 (A e B) é possível observar que o tratamento i.p com o composto C60 nas doses 0,3, 1 e 3 mg/Kg foi capaz de inibir significativamente a sensibilidade mecânica induzida pela ʎ-carragenina, de forma dose-dependente. Vale ressaltar que as doses de 1 e 3 mg/Kg foram mais efetivas a partir da terceira até a sexta hora de avaliação. As IMs obtidas foram de 49 ± 6% para a dose de 1 mg/Kg e 64 ± 5% para a dose de 3 mg/Kg, e DI50 calculada de 2,52 (2,35 - 2,70) mg/Kg. A dose de 3 mg/Kg do C60 apresentou IM ligeiramente maior, em relação ao controle positivo dipirona 40 mg/kg, o qual foi obtida IM 62 ± 5%. No entanto, compararmos o efeito inibitório desta dose do composto C60 com o outro controle positivo utilizado, a Indometacina na dose de 10 mg/Kg apresentou IM de 72 ± 9%, maior do que o C60. Figura 16. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metilfenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C60), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos.Os animais receberam o pré-tratamento do C60 (0,3, 1 e 3 mg/kg i.p.), Indometacina (10 mg/kg i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. ʎcarragenina(300 µg/pata). Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *P<0,05, **P<0,01 e ***P<0, 001. A análise estatística foi realizada com ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (AUC) (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) A Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) C60 (0,3 mg/Kg, i.p.) C60 (1 mg/Kg, i.p.) C60 (3 mg/Kg, i.p.) B 80 60 500 50 400 * 40 AUC Freqüência de resposta (%) 70 30 *** *** *** *** 20 10 *** *** **** *** 0 B 1 3 *** *** * *** *** *** 6 24 4 Tempo (h) * 48 300 *** *** *** 200 *** 100 0 Basal Cg Ind Dip 0,3 1 3 C60 (mg/kg, i.p.) 77 Os resultados apresentados na Figura 17 (A e B), demonstram que o tratamento pela via i.p. com o composto C61, inibiu significativamente a hiperalgesia mecânica induzida pela ʎ-carragenina. Observa-se que o efeito do tratamento com o composto nas doses de 1 e 3 mg/Kg perdurou das 3 até 48h. As IMs calculadas para estas doses foram respectivamente, de 67 ± 6% e 71 ± 10%. Pode-se observar que os resultados obtidos para este composto foram similares aos obtidos com os controles positivos Indometacina 76 ± 7% e Dipirona 64 ± 5%. Figura 17. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento do C61 (0,3, 1 e 3 mg/kg i.p.), Indometacina (10 mg/kg i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. ʎcarragenina (300 µg/pata). Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *P<0,05, **P<0,01 e ***P<0, 001. A análise estatística foi realizada com ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (AUC) (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg) Dipirona (40 mg/Kg) B 60 500 400 40 20 *** *** ** *** *** *** *** *** **** *** AUC Freqüência de Resposta (%) A 80 C61 (0,3 mg/Kg i.p.) C61 (1 mg/Kg i.p.) C61 (3 mg/Kg i.p.) *** *** *** *** 0 B 1 3 4 Tempo (h) 6 ** ** *** *** ** ** 24 48 300 *** 200 *** *** *** 100 0 Basal Cg Ind Dip 0,3 1 3 C61 (mg/kg, i.p.) 78 Em relação ao composto obteve-se C62, uma melhor resposta antihiperalgésia na dose intermediária de 1 mg/Kg com IM de 47 ± 11%, já a dose de 3 mg/Kg apresentou IM de 35 ± 12% (Figura 18 A e B). Neste experimento os controles positivos utilizados demonstraram IM 81 ± 5% Indometacina e 64 ± 6% Dipirona. Figura 18. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metoxifenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C62), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento do C62 (0,3, 1 e 3 mg/kg i.p.), Indometacina (10 mg/kg i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. ʎ-carragenina (300 µg/pata). Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *P<0,05, **P<0,01 e ***P<0, 001. A análise estatística foi realizada com ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (AUC) (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) A Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) C62 (0,3 mg/Kg, i.p.) C62 (1 mg/Kg, i.p.) C62 (3 mg/Kg, i.p.) B 80 60 500 50 400 40 30 20 * 10 *** **** *** *** ** * AUC Freqüência de resposta (%) 70 *** *** *** ** ** * 24 48 300 B 1 3 4 6 Tempo (h) 0,3 1 * *** 100 0 0 *** 200 * ** Basal Cg Ind Dip 3 C62 (mg/kg, i.p.) O último composto testado neste modelo foi o C66, os resultados apresentados na Figura 19 (A e B), demonstram uma discreta atividade antihiperalgésica, porém significativa na dose de 0,3 mg/Kg com uma IM de 24 ± 2%. 79 Figura 19. Efeito da 5-(4-clorofenil)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C66), sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de ʎ-carragenina em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento do C66 (0,3, 1 e 3 mg/kg i.p.), Indometacina (10 mg/kg i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. ʎ-carragenina (300 µg/pata. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *P<0,05, **P<0,01 e ***P<0, 001. A análise estatística foi realizada com ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (AUC) (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Carragenina (300 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) C66 (0,3 mg/Kg, i.p.) C66 (1 mg/Kg, i.p.) C66 (3 mg/Kg, i.p.) A B 70 500 60 50 400 40 300 30 20 *** * *** *** *** *** 10 AUC Freqüência de resposta (%) 80 *** *** *** *** ** ** 0 3 4 6 24 48 * Dip 0,3 *** 200 100 0 B 1 * Basal Cg Ind Tempo (h) 1 3 C66 (mg/kg, i.p.) De forma geral, embora todos os compostos analisados tenham apresentado atividade antiedematogênica significativa, nenhum deles foi tão efetivo quanto a indometacina utilizada nos experimentos como controle positivo. Os compostos C60 e C61 tiveram IMs equiparáveis a Indometacina na dose de 3 mg/Kg, porem não superior. Ao avaliar os resultados obtidos nos modelos de nocicepção induzida pelo ácido acético e hiperalgesia induzida pela ʎ-carragenina, pode-se observar que as pirazolinas C60 e C61, destacaram-se nestes modelos, demonstrando maiores atividades antinociceptivas e antihiperalgésicas. A Tabela 3 fornece um panorama geral dos resultados obtidos nestes testes preliminares. A partir de então, optou-se dar continuidade aos ensaios 80 farmacológicos apenas com o composto C61, uma pirazolina que apresentou maiores percentuais de inibição no modelo de dor induzida pelo ácido acético e no modelo de hiperalgesia mecânica induzida pela ʎ-carragenina. Os resultados obtidos no modelo de edema de pata induzido pela ʎ-carragenina não evidenciou uma melhor molécula ou o grupo substituinte de melhor ação. Tabela 3: Resultados das DI50 e % de inibição dos derivados pirazolínicos. Pirazolinas Ácido Acético DI50 DI50 10 (mg/Kg) mg/Kg µmol % de inibição 3 (mg/Kg) C58 (H) 58 ± 2% 70 ± 5% - - C60 (4-CH3) 58 ± 2%* 96 ± 2%* 2,57 (2,10 – 3,15) 7,40 (6,04 – 9,09) C61 (4-Cl) 72 ± 3% 92 ± 2%* 1,12 (0,93 – 1,34) 3,05 (2,53 – 3,65) C62 (4-OCH3) 61 ± 2% 63 ± 2% 2,04 (1,22 – 3,38) 5,62 (3,36 – 9,31) C66 (3,4-Cl2) 37 ± 4% 67 ± 4% 5,96 (5,57 – 6,49) 14,84 (13,86–16,15) Pirazolinas Hiperalgesia (Cg) DI50 DI50 % de inibição 1mg/Kg 3mg/Kg mg/Kg µmol C58 (H) 16 ± 8% 5 ± 3% - - C60 (4-CH3) 49 ± 6% 64 ± 5% 2,52 (2,35 - 2,70) 7,27 (6,77 – 7,78) C61 (4-Cl) 67 ± 6% 71 ± 10% - - C62 (4-OCH3) 47 ± 11% 35 ± 12% - - C66 (3,4-Cl2) 12 ± 6% 24 ± 2% - - DI50 DI50 Pirazolinas Edema de Pata (Cg) % de inibição 1mg/Kg 3mg/Kg mg/Kg µmol C58 (H) 22 ± 4% 30 ± 4% - - C60 (4-CH3) 45 ± 4% 47 ± 3% - - C61 (4-Cl) 43 ± 2% 48 ± 2% - - C62 (4-OCH3) 23 ± 6% 13 ± 3% - - C66 (3,4-Cl2) 29 ± 7% 6 ± 3% - - *Valores obtidos a partir de estudos preliminares, DOS SANTOS, 2008. 81 5.4 Efeitos do 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre o edema de pata induzido por diferentes agentes flogísticos em camundongos Diante da melhor atividade do C61 nos modelos utilizados nos ensaios preliminares, foi dado continuidade a uma investigação farmacológica mais específica utilizando outros agentes indutores de processos inflamatórios e/ou doloroso, com a finalidade de direcionar um possível mecanismo de ação desta molécula. A princípio o agente flogístico utilizado para investigar um possível mecanismo de ação do C61, foi a BK. A Figura 20 (A e B) apresenta os resultados obtidos com o pré-tratamento com C61 após a indução do edema de pata induzida pela BK, onde foi possível observar que todas as doses avaliadas mostraram significativo efeito antiedematogênico, porém de maneira não dose-dependente. Neste experimento ficou evidenciada a maior atividade do composto na dose de 1 mg/kg, que apresentou IM de 50 ± 2%, mais efetiva que o fármaco referência, Indometacina, que apresentou IM de 46 ± 4%. Figura 20. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de BK em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento com C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de BK (3 nmol/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. B K (3 nm o l/p ata) Ind o m eta cin a (10 m g /K g, i.p .) C 61 (0,3 m g /K g, i.p .) C 61 (1 m g /K g, i.p .) C 61 (3 m g /K g, i.p .) A B 60 40 50 30 40 AUC ∆ do volume da pata ( µ L) 50 20 ** 10 ** *** 10 0 20 ** ** 20 ** * 0 10 *** 30 30 T em p o (m in u to s) 60 120 C Ind 0,3 1 3 C 61 (mg/K g , i.p.) B rad icinin a (3 n mol/p ata) 82 Os resultados obtidos no modelo de edema de pata induzido pela HIS são demonstrados na figura 21 (A e B). Pode-se observar que o composto C61 provocou uma redução significativa (P< 0,01) do edema induzido pela HIS, no entanto, a menor dose 0,3 mg/Kg, foi a que apresentou melhor percentual de inibição 30 ± 4%, com melhor atividade nos tempos de 45 e 60 minutos após a indução do edema. Este resultado pode ser comparado com a Indometacina, que apresentou inibição de 31 ± 4%. Figura 21. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de HIS em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento de C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de histamina (HIS – 100 µg/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *P<0,05, **P<0,01 e ***P < 0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Histamina (100 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1 mg/kg, i.p.) C61 (3 mg/Kg, i.p.) A B 120 110 400 90 80 70 * ** 60 50 40 300 *** *** *** *** 30 20 *** *** ** *** 10 0 15 30 45 60 Tempo (minutos) AUC ∆ do volume da pata ( µ L) 100 * ** 120 *** *** Ind 0,3 ** *** 200 100 0 C 1 3 C61 (mg/Kg) Histamina (100 µg/pata) O pré-tratamento sistêmico via i.p. com o C61, foi capaz de reduzir de maneira significativa e dose dependente a formação do edema induzido pela PGE2, observado na figura 22 (A e B). Com inibições calculadas de 27 ± 2%, 35 ± 4%, 40 ± 4% para as respectivas doses, 0,3, 1 e 3 mg/Kg. A atividade da pirazolina ocorreu 83 desde o início da avaliação da formação do edema, extendendo-se até os 60 minutos após indução. Nenhuma das doses testadas, apresentou inibição maior do que a da Indometacina que foi de 53,3 ± 2%. Figura 22. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de PGE2 em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento de C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de PGE2 (3 nmol/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. A 70 PGE2 (100 ng/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1 mg/kg, i.p.) C61 (3 mg/Kg, i.p.) B 50 150 40 30 20 10 0 100 *** *** ** *** *** *** *** 15 30 *** AUC ∆ Volume de pata ( µ L) 60 *** * *** 60 *** 50 0 120 *** PGE2 Tempo (Minutos) Ind 0,3 1 *** 3 C61 (mg/Kg) PGE2 (3 nmol/pata) Conforme demonstrado na Figura 23 (A e B), o efeito antiedematogênico do C61, é observado logo após a injeção i.pl. da SP. Neste caso, observou-se maior inibição com a maior dose utilizada, 3 mg/Kg, nos tempos de leitura de 30 e de 90 minutos após a injeção i.pl. de SP, com IM de 28 ± 6%. A inibição calculada para o controle positivo utilizado, Indometacina foi de 45 ± 5%. 84 Figura 23. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de SP em camundongos. Os animais receberam o pré-tratamento de C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de SP (30 nmol/pata) na pata direita e solução salina na pata esquerda. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. B 200 40 150 AUC ∆ Volume da pata ( µ L) A 60 Substância P (30 nmol/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1 mg/kg, i.p.) C61 (3 mg/Kg, i.p.) 20 *** ** ** * 100 0 0 60 90 * 0,3 1 *** * 50 ** * 30 * 120 Tempo (minutos) 150 180 SP Ind 3 C61 (mg/Kg) Substancia P (30 nmol/pata) 5.5 Efeitos do 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61), sobre a hiperalgesia mecânica induzida por diferentes agentes flogísticos em camundongos A fim de avaliar um possível mecanismo de ação do C61 frente a sua atividade anti-hiperalgésica, outros agentes flogísticos foram utilizados. A avaliação da resposta anti-hiperalgésica induzida pela injeção i.pl. de BK também foi avaliada após o pré-tratamento via i.p. com o C61. Foi observado que apenas as doses de 1 e 3 mg/Kg, apresentaram inibições significativas da freqüência de resposta induzida pela BK, ilustrado na Figura 24 (A e B). As IM para este modelo foram de 64 ± 5% e 61 ± 4%, respectivamente. 85 Figura 24. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de BK em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de BK (500 ng/pata) na pata direita. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. Bradicinina (500 ng/pata) C61 (0,3 m/Kg, i.p.) C61 (1 m/Kg, i.p.) C61 (3 m/Kg, i.p.) A IDose 0,3 mg/kg = 20 ± 8 % IDose 1 mg/kg = 64 ± 5 % B IDose 3 mg/kg = 61 ± 4 % 400 300 60 * 40 20 *** *** 0 AUC Freqüência de resposta (%) 80 0 1 *** *** ** 3 6 200 ** 1 3 100 0 Horas ** S 0,3 C61 (mg/Kg, i.p.) Os resultados da hiperalgesia mecânica induzida pela PGE2 podem ser visualizados na Figura 25 (A e B). Pode-se observar que o C61 foi capaz de reduzir de forma acentuada a sensibilidade mecânica nas doses de 1 e 3 mg/Kg,com inibições calculadas de 61 ± 11% e de 73 ± 9%, respectivamente. O efeito antihiperalgésico do composto pode ser observado até a 4h, após a indução do edema pela injeção i.pl. de PGE2. O controle positivo utilizado neste experimento foi a morfina, que apresentou inibição de 94 ± 5%. 86 Figura 25. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de PGE2 em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Morfina (5 mg/Kg, s.c.), ou veículo. Após 30 minutos os animais receberam injeção i.pl. de PGE2 (100 ng/pata) na pata direita. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, *p<0,01 e ***p<0,001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. PGE2 (100 ng/pata) Morfina (5 mg/kg, s.c.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1 mg/Kg i.p.) C61 (3 mg/Kg i.p.) A B 100 80 400 70 60 300 ** *** 50 AUC Freqüência de Resposta (%) 90 40 30 *** * *** *** 20 10 0 B 1 *** ** *** *** ** *** 2 4 Tempo (h) 200 100 6 0 *** Basal PGE2 Morf 0,3 1 3 C61 (mg/kg, i.p.) A Figura 26 (A e B), apresenta os efeitos do pré-tratamento sistêmico dos animais com o C61, sobre a hiperalgesia mecânica induzida pelo LPS. Também foi possível observar nesse experimento a capacidade do composto em reduzir a sensibilidade mecânica induzida pela administração i.pl. de LPS, tendo como IM 58 ± 5%, 36 ± 10% e 40 ± 9% para as doses de 0,3, 1 e 3 mg/Kg, respectivamente.Vale ressaltar neste experimento, que a menor dose utilizada 0,3 mg/Kg, demonstrou efetividade maior quando comparada com a Indometacina, na dose de 10 mg/Kg, que apresentou inibição de 54 ± 4%. 87 Figura 26. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de LPS em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de LPS (100 ng/pata) na pata direita. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A), e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva, seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. A LPS (100 ng/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1 mg/Kg i.p.) C61 (3 mg/Kg i.p.) B 80 60 500 50 400 ** 40 30 20 *** *** *** ** *** AUC Freqüência de resposta (%) 70 ** ** *** * 0 2 4 6 Tempo (h) *** *** 300 200 100 10 0.5 1 ** 24 48 0 Basal LPS Ind 0,3 1 3 C61 (mg/kg, i.p.) A Figura 27 (A e B) apresenta o efeito do composto C61 frente à hiperalgesia mecânica induzida pela administração i.pl. de CFA. Como se pode observar, houve uma redução expressiva da sensibilidade mecânica nas doses de 0,3 e 3 mg/Kg, com uma IM de 67 ± 10% e 84 ± 6%, respectivamente. Ambas as doses mostraram ser efetivas desde o início do experimento, perdurando o efeito até as 48h após a indução da hiperalgesia. Além disso, pode-se também observar que o efeito do controle positivo Indometacina, fármaco de referência, foi menor do que a dose de 3 mg/Kg do referido composto. 88 Figura 27. Efeita do 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a hiperalgesia induzida pela administração i.pl. de CFA em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C61 (0,3 - 1 e 3 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou veículo. Após 30 min os animais receberam injeção i.pl. de CFA (20 µg/pata) na pata direita. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a freqüência de resposta (A) e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva, seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. CFA (20 µg/pata) Indometacina (10 mg/Kg) C61 (0,3 mg/Kg i.p.) C61 (1 mg/kg, i.p.) C61 (3 mg/Kg, i.p.) A 90 B 70 600 60 500 50 ** ** *** *** 40 30 *** *** * * 20 10 0 B 1 *** *** *** *** **** *** *** 3 ** ** 400 AUC Freqüência de resposta (%) 80 6 *** 200 *** *** *** *** 4 *** *** 300 100 24 0 48 Tempo (h) Basal CFA Ind 0,3 1 3 C61 (mg/kg, i.p.) 5.6 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema e hiperalgesia mecânica no modelo de artrite induzida pelo Adjuvante Completo de Freund (CFA) A figura 28 (A e B) demonstra o efeito do C61 sobre a severidade de instalação e desenvolvimento da artrite, nos animais que tiveram a pata direita injetada com CFA. Pode-se observar que o C61 foi capaz de reduzir significativamente as características do processo inflamatório induzidas pelo CFA. Como o índice de severidade de artrite é uma medida subjetiva, o desenvolvimento do edema também foi avaliado em pletismômetro para comparar ação entre os grupos, pois fornece uma medição física e objetiva na medida de inflamação (PAN et al.,2009). 89 Figura 28. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o desenvolvimento da artrite (severidade) após a administração i.pl. de CFA (100µL/pata) em ratos. Os animais receberam o tratamento de C61 (0,03 - 0,1 - 0,3 e 1 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.), Dexametasona (0,5 mg/Kg, s.c.), Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.), e veículo. O índice de severidade foi determinado a cada três dias. Cada grupo representa a media de 4-6 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A) e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. CFA (100 µL/pata) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) Dexametasona (0,5 mg/kg, s.c.) Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.) C61 (0,03 mg/Kg, i.p.) C61 (0,1 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1,0 mg/Kg, i.p.) 80 4 60 3 AUC Índice de Severidade de Artrite 5 2 40 *** 20 1 0 0 3 9 15 Tempo ( dias após indução) 21 ** *** *** *** *** *** *** CFA Ind Dip Dex Fen 0,03 0,1 0,3 1 C61 (mg/Kg, i.p.) Pode-se observar na Figura 29 as fotografias das patas dos animais submetidos ao modelo de artrite induzida pelo CFA no 22° dia após a indução. Houve aparentemente uma melhora dos animais que receberam os tratamentos com o C61 em todas as doses utilizadas, bem como os fármacos utilizados como controle positivo. 90 Figura 29. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o desenvolvimento da artrite após a administração i.pl. de CFA (100µL/pata) em ratos. Os animais receberam o tratamento de C61 (0,03 - 0,1 - 0,3 e 1 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.), Dexametasona (0,5 mg/Kg, s.c.), Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.) e veículo. A variação do volume da pata no modelo de artrite induzida pelo CFA, foi avaliada em pletismômetro. Pode-se observar que a atividade do C61 foi um pouco inferior a alguns fármacos de referência utilizados (Figura 30). Mas, mesmo assim, o composto promoveu uma diminuição significativa do edema induzido pelo CFA. As porcentagens de inibição foram bem próximas entre as doses, destacando a dose maior de 1mg/Kg, a qual promoveu o maior percentual de inibição com 37 ± 4%. 91 Figura 30. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre o edema de pata induzido pela administração i.pl. de CFA (100µL/pata) em ratos.Os animais receberam o tratamento de C61 (0,03 - 0,1 - 0,3 e 1 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), Dipirona (40mg/Kg, i.p.), Dexametasona (0,5 mg/Kg, s.c.), Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.) e veículo. O efeito antiedematogênico foi avaliado a cada 3 dias em pletismometro. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A) e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. CFA (100 µ L/pata) Dexametasona (0,5 mg/kg, s.c.) Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.) Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) C61 (0,03 mg/Kg, i.p.) C61 (0,1 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1,0 mg/Kg, i.p.) A B 1400 25000 1000 20000 800 *** 15000 600 5000 200 0 0 1 3 6 9 12 15 Tempo (dias após indução) 18 21 ** *** *** 10000 400 * ** AUC ∆ do volume da pata ( µ L) 1200 *** *** CFA Dex Fenil Ind Dip 0,03 0,1 0,3 1 C61 (mg/Kg, i.p.) Na Figura 31 (A, B, C e D) pode-se observar o efeito farmacológico decorrente da administração do composto C61, no modelo de artrite induzido pelo CFA. Na Figura 31 (A e B) observa-se que houve com o tratamento, importante redução da intensidade de hiperalgesia mecânica induzida pelo CFA, e a melhor resposta frente ao processo doloroso artrítico foi obtida com a Fenilbutazona® (80 mg/Kg, v.o.) seguida da Dexametasona (0,5 mg/Kg, s.c). Quanto ao efeito do composto C61, o mesmo apresentou uma resposta muito similar à Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), ou seja, a dose de 0,1 mg/Kg apresentou um percentual de inibição de 46 ± 8% enquanto a Indometacina apresentou um percentual de 46 ± 7%. Ainda, é importante destacar que o pré-tratamento na dose de 0,3 mg/Kg foi a que obteve o maior percentual de inibição, com 52 ± 8% de redução da sensibilização mecânica induzido pelo CFA. 92 Figura 31. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a intensidade de hiperalgesia induzida pela administração i.pl de CFA (100 µL/pata) em ratos, ipsilateral (A e B) e contralateral (C e D). Os animais receberam o tratamento de C61 (0,03 0,1 - 0,3 e 1 mg/Kg, i.p.), Indometacina (10 mg/Kg, i.p.), Dipirona (40 mg/Kg, i.p.), Dexametasona (0,5 mg/Kg, s.c.), Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.) e veículo. O efeito antihiperalgésico foi avaliado a cada 3 dias por Von Frey eletrônico. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias para a variação no volume das patas (A) e ANOVA de uma via para a análise da área sobre a curva (B), seguidos de post hoc Bonferroni e Dunnet, respectivamente. CFA (100 µ L/pata) Dexametasona (0,5 mg/kg, s.c.) Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) C61 (0,03 mg/Kg, i.p.) C61 (0,1 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1,0 mg/Kg, i.p.) A B 90 1500 70 60 50 * 1000 40 AUC Intensidade de hiper algesia (∆ ∆ da retirada da pata, g) 80 30 *** 500 20 *** *** *** *** *** 10 0 1 3 6 9 12 15 18 0 21 CFA Dex Fenil Ind Tempo (dias) 50 0,03 0,1 0,3 1 C61 (mg/Kg, i.p.) CFA (100 µ L/pata) Dexametasona (0,5 mg/kg, s.c.) Fenilbutazona (80 mg/Kg, v.o.) Indometacina (10 mg/Kg, i.p.) Dipirona (40 mg/Kg, i.p.) C61 (0,03 mg/Kg, i.p.) C61 (0,1 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1,0 mg/Kg, i.p.) C Dip D 140 120 30 100 AUC Intensidade de hiper algesia (∆ ∆ da retirada da pata, g) 160 40 20 80 60 40 10 20 0 1 3 6 9 12 Tempo (dias) 15 18 21 0 CFA Dex Fenil Ind Dip 0,03 0,1 0,3 1 C61 (mg/Kg, i.p.) 93 5.7 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre as células sanguíneas no tratamento crônico de artrite induzida pelo Adjuvant Completo de Freund (CFA) Pode-se observar através da Figura 32 (A, B, D e F) que o tratamento crônico com o composto C61 no modelo de artrite induzido pelo CFA, de maneira geral, não apresentou diferenças significativas nos parâmetros hematológicos avaliados, quando foram comparados com o grupo de animais não induzidos e que receberam somente salina (valor basal de referência). Foi realizada a contagem global de leucócitos, eritrócitos, plaquetas, e contagem global de células nucleadas da medula óssea, além da dosagem de hemoglobina e hematócrito. O número de Leucócitos do sangue periférico apresentou alterações significativas nos grupos CFA (8,66 ± 0,80), Ind (9,45 ± 0,45), Dex (12,30 ± 1,20), Fen (9,40 ± 0,86), e também na dose de 1mg/Kg do C61 (8,04 ± 0,88). De acordo com os dados obtidos, não há evidência de sinais de hematotoxicidade do composto, frente aos parâmetros hematológicos avaliados ao final de 22 dias de tratamento, nas diferentes doses. 94 Figura 32. Efeito do tratamento crônico da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1Hpirazolina (C61) sobre as células sanguíneas. (A) Efeito dos compostos sobre os Leucócitos (B) Efeito dos compostos sobre os Eritrócitos, (C) Efeito dos compostos sobre a concentração de Hemoglobina, (D) Efeito dos compostos sobre o Hematócrito, (E) Efeito dos compostos sobre as Plaquetas, (F) Efeito dos compostos sobre a contagem de células nucleadas na Medula Óssea. Cada grupo representa a media de 6-8 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, *p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de uma via para seguidos de post hoc Dunnet. A B 15.0 *** 7.5 10.0 ** ** ** * 7.5 5.0 2.5 0.0 S CFA Ind Dip Dex Fenil 0,03 0,1 0,3 Eritrócitos x 10 5/mm³ Leucócitos x 10² /mm³ 12.5 5.0 2.5 0.0 1 S CFA Ind Dip Dex Fenil 0,03 0,1 C61 (mg/Kg) C 17.5 40 35 12.5 10.0 7.5 5.0 30 25 20 15 10 2.5 0.0 5 0 S CFA Ind Dip Dex Fenil 0,03 0,1 0,3 1 S CFA Ind Dip Dex Fenil 0,03 900 F 0,3 1 3500 * 3000 700 M.O. (Células x 10³ /mL) Plaquetas x 10³/mm³ 800 600 500 400 300 200 2500 2000 1500 1000 500 100 0 0,1 C61 (mg/Kg) C61 (mg/Kg) E 1 45 Hematócrito (%) Hemoglobina (mg/dL) D * 15.0 0,3 C61 (mg/Kg) S CFA Ind Dip Dex Fenil 0,03 0,1 0,3 C61 (mg/Kg) 1 0 S CFA Ind Dip Fenil Dex 0,03 0,1 0,3 C61 (mg/Kg) 1 95 5.8 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a função hepática, renal, peso corpóreo e peso de órgão após tratamento crônico no modelo de artrite induzida pelo Adjuvant Completo de Freund (CFA) A Tabela 4 apresenta os efeitos do tratamento crônico do C61 via i.p. no modelo de artrite induzido pelo CFA. Ao final de 22 dias de tratamento com o composto, os marcadores de função renal, uréia e creatinina, de uma maneira geral apresentaram-se sem alterações significativas. Em relação à função renal, somente o grupo de animais que receberam o tratamento com Indometacina demonstrou um aumento significativo da creatinina (0,88 ± 0,23). Os valores de uréia não demonstraram alterações significativas quando foram comparados com o grupo salina. Os resultados da avaliação da função hepática também estão apresentados na Tabela 4. Observa-se também, que o tratamento do composto em estudo, não alterou de maneira significativa a da atividade das enzimas AST e ALT, em todas as doses utilizadas do C61. Tabela 4: Efeito das doses do C61 sobre a função renal e hepática Grupos (mg/Kg) Função Renal Uréia Creatinina (mg/dL) (mg/dL) Função Hepática AST ALT (U/L) (U/L) Controle Salina 43,3 ± 2,0 0,42 ± 0,02 83,0 ± 6,4 35,2 ± 5,3 CFA 51,9 ± 1,6 0,54 ± 0,06 113,7 ± 7,9 53,5 ± 3,7* Ind (10 mg/Kg, i.p.) 45,9 ± 5,2 0,88 ± 0,23** 126,3 ± 12,1** 26,7 ± 5,1 Dip (40 m/Kg, i.p.) 45,0 ± 5,8 0,49 ± 0,13 107,6 ± 6,8 32,8 ± 2,6 49,5 ± 3,3 0,41 ± 0,09 108,7 ± 16,3 44,0 ± 3,8 52,9 ± 1,9 0,36 ± 0,05 98,5 ± 4,9 72,2 ± 5,1 *** 52,1 ± 2,1 0,64 ± 0,04 69,3 ± 4,7 36,2 ± 1,4 48,5 ± 1,9 0,42 ± 0,08 66,5 ± 4,7 49,4 ± 8,8 46,1 ± 2,3 0,43 ± 0,04 62,2 ± 1,3 39,0 ± 3,3 40,5 ± 1,4 0,53 ± 0,12 53,5 ± 1,6 40,5 ± 2,7 Dex (0,5 mg/Kg, s.c.) Fen (80 mg/Kg, v.o.) C61(0,03mg/Kg, i.p.) C61 (0,1 mg/Kg, i.p.) C61 (0,3 mg/Kg, i.p.) C61 (1 mg/Kg, i.p.) Os valores representam a média de ± erro padrão de 6-8 animais. 96 Outro parâmetro avaliado neste estudo como indicativo de sinais de possível efeito tóxico, foi a variação do peso corpóreo no período de desenvolvimento da artrite, bem como o peso do fígado e do baço. Na Figura 33 observa-se uma redução significativa no peso corpóreo dos animais tratados com Dexametasona P>0,001. Nos outros tratamentos não houve variação no peso corporal dos animais no período experimental de 22 dias. Os animais tratados com Fenilbutazona, com as doses de 0,1 e 1 mg/Kg do C61, apresentaram aumento de peso significativo, em relação ao controle negativo que recebeu somente veículo para a diluição dos compostos. Em relação ao peso dos órgãos pode-se observar também na Figura 33, que o grupo tratado com a Indometacina apresentou diferença estatística no peso do baço (1,63 ± 0,29). E os animais que foram tratados com Dexametasona (11,1 ± 0,44) e a maior dose do C61 (11,4 ± 0,28), apresentaram diminuição significativa no peso do fígado. Figura 33. Efeito do tratamento crônico da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1Hpirazolina (C61) sobre o peso dos órgãos e peso corporal. (A) Peso do baço, (B) Peso do fígado, (C) Peso corporal (peso final – peso inicial). Cada grupo representa a media de 4-6 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, *p<0,01 e ***p<0, 001. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de uma via para seguidos de post hoc Dunnet. B 2.5 *** Fígado - Peso (g) Baço - Peso (g) 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 CFA Ind Dip Dex Fen 0,03 0,1 0,3 20 15 5 0 1 C ** * ** 10 CFA Ind Dip Dex Fen 0,03 0,1 0,3 1 C 61 (m g /K g , i.p .) C 61 (m g /K g, i.p.) 100 80 ∆ do Peso Corporal (g) A 60 * 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 *** * * C F A (100 µ L /p ata) In d o m etacin a (10 m g /K g , i.p .) D ip ir o n a (40 m g /K g , i.p .) D exam etaso n a (0,5 m g /kg , s.c.) F en ilb u taz o n a (80 m g /K g , v.o .) C 61 (0,03 m g /K g , i.p .) C 61 (0,1 m g /K g , i.p .) C 61 (0,3 m g /K g , i.p .) C 61 (1 m g /kg , i.p .) 97 5.9 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a deambulação em camundongos normais. Para avaliar a atividade motora dos animais após a administração i.p. do composto C61, utilizou-se o teste de campo aberto. Pode-se observar que o prétratamento com o C61, nas diferentes doses utilizadas, não alterou de maneira significativa a movimentação, em relação ao grupo controle negativo, que foi tratado com salina. (Figura 34). Figura 34. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a atividade motora em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C61 (nas doses de 1 - 3 e 10 mg/Kg, i.p.), Morfina (5 mg/Kg, s.c.). O efeito motor o número de cruzamentos realizados pelo animal. Cada grupo representa a média de 6 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de uma via, seguidos de post hoc Dunnet. Número de Cruzamentos 300 ** 250 200 150 100 50 0 C M 1 3 10 C61 (mg/Kg, i.p.) 98 5.10 Efeitos da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a temperatura corporal em camundongos normais. Para avaliar possíveis efeitos colaterais do composto, foi verificada a temperatura corporal, após o tratamento i.p. com o C61, a temperatura retal dos animais foi verificada. Pode-se observar na Figura 35, que o pré-tratamento i.p. dos animais com o C61 nas diferentes doses utilizadas na pesquisa não provocou variação significativa na temperatura corporal. Figura 35. Efeito da 3,5-bis(4-clorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina (C61) sobre a temperatura corporal em camundongos. Os animais receberam o tratamento de C61 nas doses de (0,03 - 0,1 - 0,3 - 1 - 3 e 10 mg/kg i.p.). A temperatura retal foi verificada após 30 minutos da injeção i.p. dos compostos. Cada grupo representa a média de 6 animais e as barras verticais indicam os E.P.M. *p<0,05, **p<0,01. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de uma via, seguidos de post hoc Dunnet. 30 20 10 C61 (mg/Kg, i.p.) 10 3 1 0, 3 0, 1 0, 03 0 C Temperatura retal (° C) 40 99 6 DISCUSSÃO A modificação molecular, a partir de uma estrutura protótipo, é o método mais promissor na introdução de novos fármacos na terapêutica (WERMUTH, 2003). Um substituinte pode produzir modificações que atinja várias propriedades físicoquímicas da molécula, tais como hidrofobicidade, densidade eletrônica, conformação estrutural e propriedades farmacocinéticas, entre outras, cuja análise poderá orientar as sínteses seguintes (BARREIRO, 2007). Em uma tese de doutorado, realizado por Santos (2008), foram sintetizados e avaliados no modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético 0,6% uma série de 10 derivados pirazolínicos, os quais apresentaram relevante atividade antinociceptiva na dose de 10 mg/kg. Das moléculas testadas apenas duas apresentaram IM abaixo de 75% para a dose utilizada de 10mg/Kg, a melhor IM dos compostos foi de 96,19 ± 1,5% da 5-(4-clorofenil)-3-(4-metilfenil)-1-fenil-4,5-dihidro1H-pirazolina, identificada como C60. Neste estudo apenas o composto mais ativo, C60, foi avaliado em diferentes doses no modelo de contorção abdominal induzida pelo ácido acético. Este composto chamou atenção devido a sua atividade biológica, sendo cerca de 17 vezes mais ativo que o ácido acetilsalicílico (AAS) e o acetaminofeno (ACE) e 22 vezes mais ativo que a Dipirona. Outro ponto relevante desta série de compostos é sua estrutura pirazolínica, uma vez que a Dipirona, fármaco do tipo AINE, aqui comparado, possui uma estrutura pirazolônica e o Celecoxib fármaco seletivo para a COX-2 possui uma estrutura pirazolínica. Desta forma, por similaridade, a estrutura dos compostos em estudo, poderiam se acomodar de forma semelhante ao sítio receptor da COX, na acomodação dos anéis aromáticos nos sítios lipofílicos. E, por possuir um anel a mais na sua estrutura, em comparação ao Celecoxib, poderia promover uma interação adicional contribuindo assim na sua atividade biológica (ABDEL-AZIZ; ELTAHIR; ASIRI, 2011). Estudos realizados em instituições de pesquisa e Indústrias Farmacêuticas, nas últimas décadas, confirmam a grande importância da lipofilia e da determinação do coeficiente de partição (log P), para o planejamento e a busca racional de fármacos (LIPINSKI et al., 2004). Cabe ressaltar, que mesmo empregando-se os métodos mais simples e clássicos da química medicinal na otimização de estratégias 100 de síntese, é possível contribuir no desenvolvimento dos estudos quantitativos da relação estrutura-atividade (LUO et al., 2010). No presente estudo, foi realizada previamente uma análise teórica proposta por Lipinski et al., (2001), no intuito de determinar um perfil de absorção e permeabilidade dos cinco derivados pirazolínicos. As propriedades físico – químicas determinadas através da teoria de Lipinski (PM, milog P, aceptores de ligação hidrogênio (N + O), doadores de ligação hidrogênio (NH + OH), número de ligações rotáveis, área de superfície polar) são tipicamente usadas na construção de modelos preditivos de absorção, distribuição, metabolismo, excreção e também toxicidade (ADMET), formando assim a base para o que tem sido chamado de desenvolvimento baseado nas propriedades físico-químicas (EKINS; MESTRES; TESTA, 2007). Segundo os resultados observados em nossos estudos, todos os derivados da série violaram o parâmetro de log P adequado (log P < 5,0), fato que diminui a probabilidade de absorção e permeabilidade deses derivados quando administrados via oral (LIPINSKI et al., 2001). Para Lipinski até uma violação é permitida, e a violação de um parâmetro não invalida o estudo destas moléculas, uma vez que este método avalia a biodisponibilidade por via oral, considerando apenas um dos vários meios pelos quais os fármacos podem se distribuir através de barreiras membranosas, no caso aqui o transporte passivo (LIPINSKI et al., 2001). A partir destes resultados e considerando a atividade farmacológica observada para o composto C60, administrado por via intraperitoneal obtida nos estudos prévios conduzidos por Santos (2008), todos os demais ensaios foram direcionados inicialmente por esta via. Para uma melhor avaliação deste composto, estudos adicionais foram realizados juntamente com outros quatro análogos desta série (C58, C61, C62 e C66), os quais foram escolhidos de forma racional segundo os substituintes propostos no modelo manual de Topliss. A avaliação da relação estrutura-atividade, utilizando o método de Topliss (1977), prediz que a atividade biológica é dependente de alguns efeitos hidrofóbicos (π), eletrônicos (σ) ou estereos (Es) dos substituintes aromáticos (BUZZI; CECHINEL FILHO; CORRÊA, 2010). Estes compostos foram então avaliados inicialmente no modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético e no modelo de hiperalgesia mecânica e edema de pata induzidos pela ʎ-carragenina, a fim de selecionarmos a molécula 101 mais promissora e identificarmos, se algum destes parâmetros estaria relacionado com a atividade antinociceptiva e antiedematogênica desta série de compostos. No modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, a resposta nociceptiva dos animais é caracterizada pela torção do tronco e extensão dos membros posteriores (writhing), atribuídas à resposta reflexa, devido à irritação peritoneal produzida pela injeção do agente irritante (COLLIER et al., 1968). Em 1964, Whittle descreveu a atuação indireta do ácido acético na liberação de mediadores endógenos envolvidos na modulação da nocicepção, incluindo a BK, 5HT, HIS e as PGs. De acordo com Ribeiro et al., (2000), a resposta nociceptiva neste modelo é modulada a partir da liberação de citocinas como TNF-α, IL-1β e IL8 por macrófagos e mastócitos residentes na cavidade abdominal, que em conjunto com outros mediadores (como os acima indicados) induzem nocicepção característica (RIBEIRO et al., 2000). Embora este seja considerado um modelo simples de nocicepção, e pouco específico, a contorção abdominal induzida pelo ácido acético nos permite avaliar a atividade antinociceptiva de várias moléculas do tipo AINEs, opioides e outras substâncias de ação central (GALLANTINE; MEERT, 2004; MALEKI-DIZAJI; FATHIAZAD; GARJANI, 2007). O tipo de dor avaliado através desse modelo é inflamatória, decorrente de inflamação aguda, uma vez que o ácido acético provoca indução da permeabilidade capilar e liberação do ácido araquidônico via biossíntese de PGs (GULESHA et al., 2011). Vários compostos, de origem natural ou sintética tem sido constantemente avaliados através desse modelo. A atividade antinociceptiva da 1- [(benzoxazol/benzimidazol-2-il)tioacetil] pirazolina (22) foi dessa forma testada por Kaplancikli et al., (2009), o qual demonstrou atividade antinociceptiva importante. R1 X= O, NH R2 R3 R1=H, OCH3 N N S R2=H, CH3 X R3=H, CH3 O NH R4=H, Cl (22) R4 102 Recentemente, Joshi et al., (2010), compararam a atividade antinociceptiva de uma série de 3,2-(4,5-dihidro-5-(4-morfilinofenil)-1H-pirazol-3-il)fenol e Nfenilpirazol-1-carbotioamida (23) com o Diclofenaco, por meio desse modelo. Os autores demonstraram que a série de pirazolinas inéditas, apresentaram atividade antinociceptiva equivalente ao fármaco referência testado. Além disso, foi evidenciado melhor atividade nas estruturas que tiveram halogênios substituídos no anel aromático. Joshi et al., (2010), associaram os efeitos das pirazolinas ao fato de haver substituição por halogênios no anel aromático. Este dado corrobora com a efetividade do C61 no modelo do ácido acético. O composto possui um átomo de Cl substituinte no anel aromático com orientação para em relação ao anel pirazolínico. R1 R2 OH N R3 N O N NH S (23) Átomos de halogênio são capazes de produzir variados tipos de interações. Diretamente eles podem estar implicados em interações hidrofóbicas ou polares e indiretamente, eles são capazes de mudar a polaridade de determinados átomos ou sistemas conjugados. A substituição por um átomo de cloro aumenta a atividade de um derivado não substituído. Isso pode ser interpretado pela existência de um espaço vazio correspondente ao volume de um átomo de cloro. Além disso, a introdução do átomo de cloro pode aumentar a afinidade de ligação por estabelecer interações adicionais de Van der Waals com uma proteína receptora. Outras razões podem ser devido a alterações no volume total, na conformação ou nas propriedades físico-químicas da molécula (SARAOGI, 2003). Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que o pré-tratamento intraperitoneal dos animais com os compostos produziram redução significativa na 103 resposta álgica, sendo que a melhor atividade evidenciada foi a do composto C61 (4-Cl) (3,05 (2,53 - 3,65µmol)), seguido do C62 (4-OCH3) (5,62 (3,36 – 9,31µmol)) > C60 (4-CH3) (7,40 (6,04 – 9,09µmol)) > C66 (3,4-Cl2) (14,84 (13,86 – 16,15µmol)), no modelo do ácido acético. Como não foi possível determinar a DI50 para o C58, ele não foi avaliado quanto a sua potência. A ordem de potência encontrada demonstra que a atividade antinociceptiva observada para esta série não é dependente dos efeitos hidrofóbicos (π), eletrônicos (σ) ou estereos (Es) dos substituintes aromáticos. Apesar de não ter sido investigado o possível mecanismo de ação destes compostos com relação à propriedade antinociceptiva aguda, pode-se sugerir um possível efeito periférico, envolvendo a supressão da liberação ou síntese de mediadores químicos como a BK, 5-HT, HIS e as PGs (DERAEDT et al., 1980), evidenciado pelo modelo de contorção abdominal induzida pelo ácido acético. Dando continuidade a avaliação farmacológica dos compostos, foram avaliados os efeitos, dos mesmos, sobre a resposta edematogênica e a hiperalgesia mecânica induzida pela ʎ-carragenina. A ʎ-carragenina é um nome genérico dado a uma família de polissacarídeos obtidos por extração de certas espécies de algas vermelhas (Rhodophyta), sendo amplamente utilizada na indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica (CAMPO et al., 2009). Em 1962, Winter, Risley e Nuss, introduziram o modelo de edema de pata induzido pela injeção intraplantar de ʎ-carragenina em ratos, e desde então, tem sido conveniente utilizar este modelo para investigar fármacos com possíveis efeitos anti-inflamatórios. Em 1969, Vinegar, Schreiber e Hugo, descreveram a resposta bifásica do processo inflamatório induzido pela ʎ-carragenina, sendo que a primeira fase inicia imediatamente após a injeção do agente irritante, que leva a liberação de BK, HIS e 5-HT, e se mantém até aproximadamente a 2,5h. Em seguida inicia-se a segunda fase, caracterizada por elevada produção de PGs, espécies reativas de oxigênio, e migração de células inflamatórias, além disso, ocorre a liberação sequencial de uma cascata de citocinas (Di ROSA; WILLOUGHBY, 1971; CUNHA, et al. , 2004). A injeção i.pl. de ʎ-carragenina em roedores está associada à hiperalgesia aguda, que é detectada como uma diminuição do limiar de retirada da pata em resposta à um estímulo mecânico aplicado na pata inflamada. A resposta imune ativada pela ʎ-carragenina envolve a ativação de macrófagos residentes, mastocitos 104 e células endoteliais, que resulta na liberação de citocinas pro-inflamatórias e mediadores. A primeira citocina liberada no processo é o TNF-α, a qual desencadeia a liberação de IL-6 e IL-1β, além da alta produção de PGs. Estes eventos levam a sensibilização de neurônios sensoriais primários nociceptivos, frente a um estímulo doloroso térmico ou mecânico (CHOU, 2003; CUNHA et al. , 2008). É de extrema importância a participação do TNF-α na formação do edema, bem como na resposta nociceptiva (alodínia mecânica) e migração de neutrófilos, decorrentes da administração de ʎ-carragenina na pata de roedores. Logo, o modelo de edema e hiperalgesia mecânica induzido pela ʎ-carragenina também podem ser empregados para avaliar os efeitos do TNF-α “in vivo” e também possíveis inibidores desta citocina e/ou vias relacionadas à ela (ROCHA et al., 2006). A indução de inflamação aguda através da ʎ-carragenina mostra-se um modelo pouco específico, por ser resultado de uma complexa diversidade de mediadores. O tipo de edema formado reflete a ampla produção de PGs na segunda fase, o que faz deste modelo uma ferramenta importante para avaliar a atividade de anti-inflamatórios com mecanismo de ação “Aspirina-like”, ou seja, relacionados à inibição da COX (VANE, 1996; KHODE et al., 2009). Estudos realizados com uma série de 5-aril-3-(3-coumarinil)-1-fenil-2pirazolinas (24) demonstraram efeito antiedematogênico no modelo de edema de pata induzido pela ʎ-carragenina e artrite induzida pelo CFA. Alguns dos compostos testados na série apresentaram inibição similar ao fármaco de referência da classe dos AINES, em ambos os modelos (KHODE et al., 2009). Outros estudos similares demonstraram também a atividade anti-inflamatória de derivados pirazolínicos comprovando o potencial farmacológico desses compostos em processos inflamatórios (SHOMAN et al., 2009; RATHISH et al., 2009; JOSHI et al., 2010; TABARELLI et al., 2004; SAUZEM et al., 2009; MARIAPPAN et al., 2011). 105 R= 4-ClC6H4 N 2,4-(Cl)2-C6H3 N R 3-OCH3C6H4 4-FC6H4 O O (24) É reportado na literatura, que a diminuição do limiar de retirada da pata pelos animais quando a hiperalgesia é induzida por ʎ-carragenina é caracterizada pela liberação de diversos mediadores inflamatórios, dentre eles os metabólitos do ácido araquidônico (PGE2), produtos originados a partir de mastócitos como a HIS, SP, BK dentre outros (REICHILING; LEVINE, 2009). Cunha et al., (2005) ressaltam que a hiperalgesia induzida pela carragenina em camundongos depende de duas citocinas chaves, TNF-α e KC. Ambas atuam através da liberação de IL-1β e da produção de prostanoides pela própria citocina IL-1β. Nos resultados obtidos no presente estudo verificou-se que o tratamento prévio dos animais com os compostos C61, C60 e C62, apresentaram uma maior atividade antihiperalgésica quando comparado com o C58 e o C66. A resposta do C61 se mostrou ainda mais proeminente e duradoura, porém de maneira não dosedependente, perdurando da terceira até 48h após a indução. Com base nesses resultados, os compostos testados, em especial o C61, podem estar agindo nas diferentes vias responsáveis pela sinalização da dor de origem inflamatória. Neste caso, deve-se investigar a possível atuação dos compostos na liberação e/ou atuação de citocinas, produção de prostanoides e sensibilização periférica de neurônios sensoriais. A ação ocorre principalmente na segunda fase da dor inflamatória induzida pela ʎ-carragenina, onde há um predomínio da produção de PGs. Possivelmente poderia estar ocorrendo inibição da atividade da COX, ou a liberação de citocinas, que possam atuar como mediadores na inflamação e consequentemente sensibilizar os nociceptores periféricos. Pode-se perceber também que estes compostos tiveram perfil farmacológico similar aos fármacos de referência testados, a Indometacina e a Dipirona e, parecem estar agindo da mesma forma que estes ao inibir a inflamação e a dor. 106 Quanto ao efeito antiedematogênico dos compostos, o C60 e C61 também apresentaram maior atividade farmacológica quando comparado aos demais compostos. A atividade antiedematogênica foi observada, porém este efeito foi mais discreto e de maneira não dependente da dose. A partir de então, o delineamento experimental do estudo se voltou para o aprofundamento dos efeitos farmacológicos do C61, em modelos experimentais de dor e inflamação induzidos por outros agentes flogísticos, diferentes da ʎcarragenina. Além disso, por se tratar de uma estrutura derivada do núcleo pirazol e, portanto, apresentar similaridade estrutural com a Dipirona, a qual é envolvida em eventos de discrasias sanguíneas, foi avaliada nesse estudo os efeitos desta pirazolina administrada cronicamente sobre parâmetros hematológicos e na função renal e hepática. No presente estudo, a injeção i.pl de BK promoveu aumento do edema e hiperalgesia mecânica nos camundongos que foram submetidos à avaliação. O prétratamento sistêmico dos animais com o C61 demonstrou diminuição significativa na formação do edema bem como diminuição da resposta hiperalgésica. Desta forma, é possível correlacionar a atividade farmacológica do C61 com o sistema das cininas. O mecanismo exato pelo qual o composto exerce este efeito deverá ser aprofundado, para determinar o tipo de interação existente, por exemplo, se o composto desempenha uma função antagonista dos receptores B2, ou inibe a subseqüente liberação da cascata de mediadores induzidos pela injeção i.pl de BK. Foi demonstrado que o aumento da expressão dos receptores de cininas está envolvido no desenvolvimento da fase inicial da inflamação e da dor inflamatória após cirurgia (HAMZA et al., 2010). Outro mediador utilizado para investigar o possível mecanismo de ação do C61, foi a HIS. Considerando os eventos que ocorrem no processo inflamatório, sabe-se que a HIS é um mediador liberado nos eventos iniciais de lesão tecidual (O’MAHONY; AKDIS; AKDIS, 2011). Esta amina biogênica, liberada a partir dos mastócitos sob condições inflamatórias, induz resposta anafilática, como vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e contração do músculo liso (HSIEH et al., 2010a). Além dos efeitos vasculares, a HIS também tem a capacidade de excitar neurônios aferentes primários de pequeno diâmetro e evoca a liberação de mediadores vasoativos nas terminações nervosas livres, como a SP, IL-1 e fator 107 de crescimento do nervo (NGF) (AMANN, 1995; DRAY, 1995; JUTEL; AKDIS; AKDIS, 2009). Assim como na inflamação a HIS também participa dos processos dolorosos. Estudos demonstraram que o antagonismo seletivo de receptores H4, em modelos experimentais in vivo, produziu resposta antinociceptiva significativa em modelos de inflamação e dor neuropática (TILIGADA et al., 2009; HSIEH et al., 2010b; WALTER; KOTTKE; STARK, 2011). Interessantemente o extravasamento plasmático induzido pela HIS pode ser atenuado em animais submetidos à desnervação pela capsaicina, neste caso, estes animais têm suas fibras C aferentes destruídas, consequentemente são desprovidos da liberação dos neuropeptídeos, normalmente liberados após a ação da HIS, como a SP. Estes dados são importantes para predizer uma interação sinérgica entre os terminais aferentes primários e a ação da HIS (JANCSÓ; JANCSO-GABOR; SZOLCSANYI, 1987; SMITH et al., 2010), bem como para comprovar que a HIS também é responsável pela liberação da SP. Os resultados deste estudo demonstraram que o C61 foi capaz de diminuir o edema de pata induzido pela injeção i.pl. de HIS, a partir dos 30 minutos da formação do edema, sendo provável que o composto em estudo possa estar interagindo também com esta via. Na sequencia do estudo os efeitos do C61 foram também avaliados frente ao edema induzido por SP. A injeção intradérmica de SP na pata de roedores produz vasodilatação com extravasamento plasmático e edema, através da liberação de CGRP, 5-HT, bem como liberação de PGs e NO (ALVES et al., 1999; CASTARDO et al., 2008). A SP também facilita o tráfego de células para o sítio da inflamação e contribui para a formação do edema da pata injetada, pela interação especialmente com os receptores NK1 (ALVES et al., 1999; BLACK, 2002). No presente estudo, os resultados obtidos no modelo de edema de pata induzido pela SP demonstraram que o composto C61, neste modelo também foi eficaz em reduzir o edema induzido por esse mediador, porém os tratamentos não foram tão eficaz em reduzir o edema quanto a Indometacina, utilizada como controle positivo. Os dados nos permitem sugerir que o referido composto possa estar inibindo a fase inicial da formação do edema, e inibindo a ação do neuropeptídeo e reduzindo consequentemente o extravasamento vascular. Como reportado anteriormente, as PGs são exemplos de mediadores que participam do processo inflamatório e doloroso. Fazem parte da família dos 108 eicosanóides e são produzidas por quase todas as células do corpo. São mediadores lipídicos que não são armazenados pelas células, mas sim, sintetizados a partir do ácido araquidônico através da ação da COX. O prostanóide mais abundante do corpo humano é a PGE2, e dependendo da situação específica, exerce papel homeostático ou inflamatório e doloroso (PARK; PILLINGER; ABRAMSON, 2006). A hiperalgesia mecânica induzida pela PGE2 é normalmente mediada pela ativação de AMPc, que ativa a proteína kinase A (PKA), segundo mensageiro da cascata de sinalização em aferentes nociceptivos primários. Além disso, aumenta a excitabilidade dos neurônios do DGR através do aumento da liberação de GLU (KASSUYA et al., 2007; REICHLING;LEVINE, 2009) No SNC a PGE2 atua em vários processos patológicos, envolvendo a geração da febre, dor e comportamento. Parece atuar como chave na transmissão sináptica e contribui para a lesão neuronal e neurodegeneração (O´BANION, 2010). Na inflamação a COX-2 é induzida por mediadores inflamatórios como citocinas pirogênicas, IL-1β, TNF-α, IL-6 e LPS (ARANOFF; NEILSON, 2001). Os resultados do edema de pata e hiperalgesia mecânica induzidos pela injeção i.pl de PGE2, demonstram que o C61 inibiu de maneira significativa e dose dependente a formação do edema e a resposta hiperalgésica induzidos por esse mediador, com resultado mais significativo no processo doloroso. Os resultados em conjunto, nos permitem sugerir que o composto talvez tenha seu mecanismo de ação envolvido com a inibição de alguns dos eventos mediados pela cascata da PGE2, nos processos inflamatório e doloroso. A fim de avaliar o suposto envolvimento de algumas citocinas na atividade do C61 na hiperalgesia inflamatória, também foi avaliada a reposta farmacológica frente a hiperalgesia e edema induzidos pela injeção i.pl. de LPS. Cunha et al., (2005) ressaltam que a hiperalgesia mediada por LPS tem relação quase que direta com as citocinas TNF-α e IL-1β. Entretanto, nesse modelo, parece que a hiperalgesia mediada por citocinas é independente de prostanóides, sugerindo um efeito direto da IL-1β, embora outros mediadores primários possam participar como, por exemplo, as endotelinas e aminas simpáticas. A administração i.pl. de LPS, induz uma reação inflamatória aguda com aumento do volume da pata e hiperalgesia, semelhante a outros agentes como a ʎcarragenina (CUNHA et al., 2000). Ressalta-se ainda que a inflamação induzida pelo 109 LPS envolve aumento da expressão de NF-κB, o qual consequentemente aumenta a liberação de mediadores inflamatórios, portanto o LPS é um indutor da expressão de diversas citocinas (VAJJA et al., 2004). Os lipopolisacarídeos bacterianos consistem tipicamente de um domínio hidrofóbico conhecido como lipídeo A ou endotoxina, uma parte central (núcleo), e um polissacarídeo distal (antígeno-O) (GALVANI; KREBS; VAZ, 1999). O componente imunogênico do LPS, lipídeo A, é capaz de ativar a resposta imunológica induzindo a ativação de diversos tipos celulares e a produção e conseqüente liberação de citocinas pró-inflamatórias como relatado anteriormente (GOLENBOCK et al., 1991). No presente estudo, o fármaco padrão utilizado Indometacina, mostrou inibição, frente a hiperalgesia mecânica induzida pelo LPS. Da mesma forma, C61 também foi eficaz em promover as inibições da freqüência de resposta, porém ao compararmos as doses, o C61 foi em torno de 33 vezes mais efetivo que a Indometacina. Como reportado anteriormente, a injeção de LPS induz a modulação de uma série de mediadores a começar pela, BK →TNF-α →IL-1β → IL-6 → COX → IL8 → aminas simpáticas (WOOLF et al., 1997; CUNHA et al., 2005). Ao analisarmos estes mediadores e a resposta obtida dos tratamentos dos animais, no presente estudo, pode-se perceber a ação antihiperalgésica comum aos fármacos da classe dos AINEs como é o caso da Indometacina, também evidenciou-se ação antihiperalgésica do C61. Estes resultados suportam a hipótese de atuação do C61, em algum dos eventos iniciados pelo LPS, durante a hiperalgesia e a inflamação. A fim de estudar os efeitos do composto no processo doloroso e inflamatório persistente, foi utilizado o CFA como agente indutor de sensibilização. Como reportado por Woolf et al., (1997), embora o CFA produza uma resposta inflamatória marcante dentro de poucas horas após sua injeção i.pl., é um agente utilizado para avaliar a dor persistente, pois age tanto na sensibilização dos neurônios periféricos (por possuir uma ação direta, sem a participação de prostanoides) quanto, através da sensibilização central dos neurônios da medula espinhal. Essas alterações centrais envolvem modificações teciduais dos neurônios da medula, especificamente nas laminas superficiais (I e II), como também nas lâminas profundas (V e VI) responsáveis pela recepção dos estímulos, levando a hiperexcitabilidade dos neurônios nociceptivos do corno dorsal da medula, o que ocasiona resposta 110 hiperalgésica a estímulos mecânicos ou térmicos (FRASER et al., 2000; WILHELM et al., 2009) A injeção de CFA na pata de ratos aumenta os níveis de TNF-α, IL-1β e NGF 3h após a indução de inflamação periférica após a administração localizada. A resposta das citocinas na inflamação é extremamente complexa, pois envolve aumento da expressão de fatores pró e antiiflamatórios, que agem e interagem com um amplo número de células produzindo muitas mudanças dependentes ou não de fatores de transcrição (WOOLF et al., 2007). Este modelo é amplamente utilizado em ensaios farmacológicos de dor e inflamação, constituindo um modelo de grande similaridade com doenças crônicas humanas tais como artrite reumatóide e as inflamações severas nas articulações visto que, a injeção i.pl. de CFA produz hiperalgesia intensa e persistente em roedores (WOOLF; COSTIGAN, 1999; ZHANG et al., 2009b). Os estudos de Uematsu et al., (2011), demonstraram que a administração intra-articular de antagonistas de receptores NK1, em modelo de monoartrite induzida por CFA, foi capaz de reduzir a hiperalgesia mecânica induzida pelo mesmo, reforçando a importante participação dos neuropeptídeos no desenvolvimento da artrite. Um estudo realizado por Mariappan et al., (2011), demonstrou o efeito antiedematogênico de algumas pirazolinas em modelo de Artrite induzido pelo CFA,4-[4-N dimetilamino benzilidino]-3-metil pirazolin-5(4H)-ona (25), 4-[2- clorobenzilidino]-3-metilpirazolin-5(4H)-ona (26) e 4-[benzilidino]-3- metilpirazolin5(4H)-ona (27). As pirazolinas testadas demonstraram atividade antiedematogênica promissora, e foram comparadas com a Aspirina. A pirazolina (26) apresentou inibição similar ao fármaco referência. H3C N N H O N (25) CH3 CH3 H3C H3C N N N H O (26) N H O (27) Cl 111 Outro trabalho realizado por Sauzem et al. (2009), avaliou os efeitos dos tratamentos agudo e crônico de derivados pirazolônicos, 5-trifluorometil-4,5-dihidro1H-pirazol (28), em artrite induzida por CFA em ratos. Neste estudo, a injeção i.pl de CFA produziu edema e dor na pata ipsilateral, evidentes até o último dia de avaliação experimetal (18 dias), caracterizando o desenvolvimento de um processo inflamatório crônico. No entanto, os sinais inflamatórios ficaram restritos ao local da injeção, sem propagarem-se para a pata contralateral. Neste mesmo estudo foi utilizado a Dipirona como controle positivo, onde se observou resposta antinociceptiva, porém não foi observado redução do volume da pata. R1 R2 HO F 3C H2N N N R1= -CH2CH3; R2= H R1= H; R2= -CH3 O (28) Tatsuo et al., (1994), demonstraram que a dipirona induziu analgesia e redução do volume da pata em ratos com artrite induzida por CFA de maneira dose dependente, injetado na base da cauda e o edema foi avaliado 14 dias após a injeção do CFA. No modelo de poliartrite induzida pelo CFA, o C61 foi comparado com alguns fármacos comerciais utilizados no tratamento da dor e da inflamação. A Dexametasona, Fenilbutazona e Indometacina foram escolhidas como controle positivo por serem utilizados em diversos processos inflamatórios e dolorosos, inclusive os processos reumáticos, como os diferentes tipos de artrite. A Dipirona, no entanto foi selecionada por ser uma pirazolona, ou seja, um fármaco amplamente comercializado e estruturalmente similar ao C61 que é uma pirazolina. No presente estudo, as respostas hiperalgésica e edematogênica foram observadas desde os primeiros dias após a indução nos animais. Pode-se perceber que o tratamento sistêmico com o C61, conseguiu inibir o desenvolvimento da formação do edema. Em relação à hiperalgesia mecânica o tratamento com o C61 foi efetivo desde o início da experimentação e se manteve até o 21°dia. O C61 também demonstrou resposta antihiperalgésica superior a Indometacina e a 112 Dipirona. A resposta contralateral passou a ser discretamente observada a partir do 15° dia, porém de maneira não significativa, indicando possivelmente o início da contribuição neurogênica que desencadeia o mecanismo de imagem (KELLY; DUNHAM; DONALDSON, 2007), e/ou imunomodulação (TALWAR et al., 2011). Como reportado anteriormente, existem divergências na literatura em relação ao desenvolvimento das manifestações clínicas quando se utiliza injeção de CFA que podem influenciar também nos resultados. Desta maneira algumas considerações devem ser feitas, as quais são relacionadas ao método em si, tais como: o local da injeção do adjuvante, o tipo de cepa de mycobacterium utilizada na preparação do adjuvante, e a linhagem de ratos utilizada. Tais parâmetros interferem diretamente na maneira pela qual a molécula testada vai demonstrar o seu efeito (SAUZEM, 2008). No presente trabalho o adjuvante utilizado foi o produzido com o Mycobacterium tuberculosis e a linhagem de ratos foi a Wistar, e foi realizada injeção i.pl do adjuvante, aparentemente nas mesmas condições experimentais utilizadas por Sauzem et al., (2009). Entretanto, os resultados em relação ao aparecimento de manifestações na pata contralateral e os resultados referentes aos efeitos da Dipirona foram um pouco diferentes daqueles obtidos por Sauzem et al (2009). Embora vários trabalhos na literatura reportam que, animais tratados com CFA irão desenvolver um quadro artrítico (PEDERNERA et al., 2006; LEE et al., 2009; VISWANATHA et al., 2011) e que, a mensuração da resposta antiedematogenica e antihiperalgésica são suficientes para apontar um efeito “antiartrítico” de uma substância testada nesse modelo, concordamos com a ideia de que outros ensaios devem ser realizados para uma verdadeira comprovação dessa atividade, destacando-se dentre eles: histologia da cartilagem, dosagem de citocinas como o TNF-α, IL-1β, IL-6, radiologia, mecanismos de osteoclastogênese e osteoblastogênese (RANK, RANK-L, Osteoprotegerina) entre outros (SUH et al., 2006; ZHANG et al., 2008; PAN et al., 2009; DONG et al., 2010; TALWAR et al., 2011). Neste contexto, os resultados obtidos demonstraram atividade significativa, sugerindo estudos mais específicos para que a atividade antiartrítica do composto possa ser melhor comprovada e elucidada. Como ressaltado anteriormente, compostos pirazolônicos e derivados destes, apesar de potentes antiinflamatorios e/ou antipiréticos podem comprometer a função hepática e de outros órgãos importantes na homeostasia do organismo. Desta 113 forma, procurou-se no presente estudo avaliar parâmetros funcionais de alguns órgãos em animais com tratamento crônico do C61. Uma maneira de avaliar alterações hepatobiliares é através da determinação da atividade das enzimas hepáticas como a ALT e a AST. Essas são utilizadas para detectar injúria tecidual em estudos toxicológicos (EVANS; WHITEHORN, 1995). Os níveis séricos de ALT aumentam quando ocorrem mudanças na permeabilidade ou lesão direta no tecido hepático. A AST possui uma isoenzima mitocondrial e não é liberada tão rapidamente quanto a ALT, que é essencialmente citoplasmática. A ALT, portanto, é um indicador mais sensível de hepatotoxicidade aguda em relação a AST, pois essa também é encontrada em outros tecidos como o miocárdio, rins, pulmões (BOONE et al., 2005). Outro indicador importante de efeitos tóxicos dos medicamentos é avaliação da função renal. A elevação dos níveis plasmáticos de uréia e creatinina fornecem indícios de sobrecarga ou comprometimento renal, insuficiência renal aguda ou ainda aumento do catabolismo protéico (ADEBAYO et al., 2003). No entanto, a dosagem de creatinina sérica é um parâmetro mais sensível do que a uréia para detectar nefropatias (ZHENGLE et al., 2012). No presente estudo, o tratamento crônico com o C61 não causou lesão no parênquima hepático, nas doses e tempo de administração utiizados neste estudo. Este dado pode ser evidenciado ao analisarmos as enzimas hepáticas AST e ALT que são marcadores de função hepática. O C61 não provocou alterações significativas nos níveis destas enzimas, possivelmente o composto não toxicidade para o parênquima hepático. Da mesma forma, a avaliação da função renal não evidenciou sinais relevantes relacionados à nefrotoxicidade. Clinicamente a agranulocitose se caracteriza pela vasta perda de granulócitos do sangue periférico que se manifesta na clínica como ulcerações na garganta, no trato gastrointestinal e outras mucosas, que se seguem por infecções graves (GARCÍA-MARTINEZ et al., 2003). Essa condição tem sido relacionada ao uso prolongado de alguns tipos de medicamentos, em especial a Dipirona, cuja associação com a agranulocitose ainda é controversa (HAMERSCHLAK; CAVALCANTI, 2005). Até o momento na literatura, não foi encontrado referência da indução da agranulocitose por pirazolinas. Entretanto, a proximidade química de pirazolinas e pirazolonas é evidente. Então, procurou-se verificar se o tratamento crônico com 114 C61 pudesse causar nos animais agranulocitose. Os resultados mostraram que os animais que foram submetidos ao modelo de artrite induzida pelo CFA e tratados com o C61 em diferentes doses, não apresentaram sinais de toxicidade nos leucócitos, série vermelha ou plaquetas, excluindo um efeito agranulocítico do mesmo. Entretanto, no presente estudo, não foi detectado o efeito da Dipirona sobre os parâmetros hematopoéticos, fato esse que pode estar relacionado ao tempo de tratamento e linhagem dos animais utilizados (SHENTON; CHEN; UETRECHT, 2004). Lucchetti et al., (2010), reportam que os efeitos da dipirona em seres humanos são tempo dependentes, não sendo encontrados dados consistentes com relação a esse fato em experimentos com animais . O peso de órgãos linfóides primários e secundários de animais pode estar relacionado com a influência de fármacos com a resposta imune. Em particular, a diminuição do baço e o aumento do timo estão relacionados a um efeito positivo sobre o SI (THEISEN-POPP; MULLER-PSDDINGHAUS,1994). O timo e o baço são afetados durante a condição de artrite, que pode ser resultado do processo de fagocitose (RAMPRASATH; SHANTHI; SACHDANANDAM, 2005). O fato do composto C61 não ter afetado o peso do baço no modelo de inflamação utilizado pode indicar que ele não interfere diretamente com alguma resposta imune específica. No caso do efeito encontrado para a Dexametasona, a redução do baço pode ser atribuída a sua ação antiproliferativa (PEDERNERA et al., 2006). O ganho de peso corporal é considerado como um índice de atividade antiinflamatória e um positivo efeito imunológico em animais com artrite induzida por CFA (PEDERNERA et al., 2006). No presente estudo, não foi evidenciado alteração do peso dos animais com os tratamentos feitos com o composto e os controles positivos, com exceção do grupo tratado com a Dexametasona. Nesse caso específico, os animais em tratamento com Dexametasona desenvolveram severa perda de peso, o que pode ser explicado novamente devido a sua propriedade antiproliferativa e o efeito catabólico do fármaco em altas doses (SUH et al., 2006). A medida da temperatura basal dos animais tem sido utilizada como indicador de efeitos adversos no estudo de fármacos com propriedades analgésicas. Souza et al., (2002), demonstraram o efeito hipotérmico das pirazolinas 3-metil- and 3-fenil-5hidroxi-5-triclorometil-4,5-dihidro-1H-pirazol-1-carboxiamidas (29), em camundongos normais. Além disso, esses compostos também apresentaram atividade antipirética induzida pelo LPS, com resposta com resposta foi similar a Dipirona. No presente 115 estudo não foram observadas variações na temperatura corpórea dos animais tratados com o C61. R1 HO Cl 3C N H2N N R1= -CH3 R1= -C6H5 O (29) Modelos farmacológicos como o Open Field e o Rota- rod têm grande importância na avaliação da ação de compostos, uma vez que através deles é possível verificar possíveis efeitos adversos dos mesmos, como uma atividade que venha a causar efeitos inespecíficos no SNC e, que possam alterar a capacidade locomotora dos animais e induzir a interpretações errôneas nos resultados obtidos (MONTIGLIO et al., 2010). Esses modelos também são arrolados no screening de fármacos com propriedades antiinflamatória e analgésica, uma vez que, dependendo do modelo utilizado, a integridade motora do animal deve ser preservada. No presente estudo, também não foi evidenciado alterações motoras nos animais com tratamento do C61. As terapias atuais utilizadas nos processos dolorosos e inflamatórios de diversas etiologias são eficazes, porém acompanhadas de muitos efeitos adversos. Portanto, constantemente se faz necessário descobrir novas opções para o manejo clínico destes pacientes. Nesse contexto, há um grande interesse na área da Indústria Farmacêutica no desenvolvimento de novos fármacos que apresentem maior segurança no uso, maior eficácia terapêutica e menos efeitos adversos. Tambem tem sido descrito na literatura vários estudos voltados para a descoberta de novas moléculas de origem sintética, em especial os heterociclos, dentre eles os que são derivados do pirazol (MILANO et al., 2008). No presente estudo, o C61 se apresenta como uma molécula promissora na terapêutica de processos dolorosos e inflamatórios agudos e crônicos cujo mecanismo de ação parece ser mediado pela inibição da resposta inflamatória de mediadores PGs, 5-HT, HIS, BK, dentre outros, os quais são oriundos de vias metabólicas clássicas ou não. Além disso, o composto se mostrou desprovido de 116 efeitos adversos comuns a fármacos de classe similar utilizados ao tratamento da dor e inflamação. 117 7 CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos neste estudo, podemos concluir que todos os derivados pirazolínicos estudados, apresentaram atividade farmacológica frente aos modelos experimentais realizados no screening (atividade antinociceptiva, antiedematogênica, anti-hiperalgésica) proposto. O composto 5-(4-clorofenil)-3-(3,4-dilorofenil)-1-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazolina, (C61) destacou-se por apresentar melhor atividade antinociceptiva e antiinflamatória nos ensaios avaliados no screening. O que pode ser confirmado pelo seu pronunciado efeito antinociceptivo no modelo de hiperalgesia mecânica, e atividade antiedematogênica quando foi avaliado nos modelos de edema de pata, os quais foram induzidos por diferentes agentes flogísticos. Além disso, o C61 também se mostrou promissor no modelo de artrite induzido pelo CFA, pois além de reduzir a hiperalgesia mecânica e o edema neste modelo, o composto também não alterou de maneira significativa o resultado das provas bioquímicas e hematológicas realizadas. Os resultados em conjunto apontam o composto C61 como alvo promissor para o tratamento de processos dolorosos e inflamatórios crônicos. Entretanto, para confirmar tal hipótese uma avaliação farmacológica e também toxicológica mais abrangente deverá ser realizada. 118 REFERÊNCIAS ABDEL-AZIZ, A. A-M.; ELTAHIR, K. E. H.; ASIRI, Y. A. Synthesis, anti-inflamatory activity and COX-1/COX-2 inhibition of novel substituted cyclic imides. Part 1: Molecular docking study. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 46, p. 1648-1655, 2011. ABUNADA, N. M.; HASSANEEN, H. M.; ABU SAMAHA, A. S. M.; MIQDAD, O. A. Synthesis and antimicrobial evaluation of some new pyrazole, pyrazoline and chromeno[3,4-c] pyrazole derivatives. Journal Braziliam Chemistry Society, v. 20, n. 5, p. 975-987, 2009. ADEBAYO, J. O.; YAKUBU, M. Y.; EGWIMC, E. C.; OWOYELE, V. B.; ENAIBE, B. U. Effect of ethanolic extract of Khaya senegalensis on some biochemical parameters of rat kidney. Journal of Ethnopharmacology, v. 88, p. 69-72, 2003. ALVES, R. V.; CAMPOS, M. M.; SANTOS, A. R. S.; CALIXTO, J. B. Receptor subtypes involved in tachykinin-mediated edema formation. Peptides, v. 20, p. 921927, 1999. ALZABIN, S.; WILLIAMS, R. O. Effector T cells in rheumatoid arthritis: Lessons from animal models. FEBS Letters, v. 585, n. 23, p. 3649-3659, 2011. AMANN, R.; SCHULIGOI, R.; LANZ, I.; DONNERER, J. Histamine-induced edema in the rat paw - effect of capsaicin denervation and a CGRP receptor antagonist. European Journal of Pharmacology, v. 279, p. 227-231, 1995. ANTI, S. M. A.; GIORGI, R. D. N.; CHAHADE, W. H. Antiinflamatórios hormonais: Glicocorticóides. Einstein, v. 6, n. 1, p. s159-165, 2008. ARONOFF, D. M.; NEILSON, E. G. Antipyretics: Mechanisms of Action and Clinical Use in Fever Suppression, The American Journal of Medicine, v. 111, p. 304-315, 2001. BABU, V. H.; SRIDEVI, C.; JOSEPH, A.; SRINIVASAN, K. K. Synthesis and biological evaluation of some novel pyrazolines. Indian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 69, p. 470-473, 2008. 119 BABU, N. P.; PANDIKUMAR, P.; IGNACIMUTHU, S. Anti-inflammatory activity of Albizia lebbeck Benth., an ethnomedicinal plant, in acute and chronic animal models of inflammation. Journal of Ethnopharmacology, v. 125, p. 356-360, 2009. BADAWEY, E. A. M.; EL-ASHMAWEY, I. M. Nonsteroidal anti-inflammatory agents Part 1: Antiinflammatory, analgesic and antipyretic activity of some new 1-(pyrimidin2-yl)-3-pyrazolin-5-ones and 2-(pyrimidin-2-yl)-1,2,4,5,6,7-hexahydro-3H-indazol-3ones. European Jounal of Medicinal Chemistry, v. 33, p. 349-361, 1998. BARREIRO, E. J. A descoberta racional de fármacos. Ciência Hoje, v. 40, n. 235, p. 26-31, 2007. BARSOUM, F. F.; GIRGIS, A. S. Facile synthesis of bis (4,5-dihydro-1Hpyrazole-1carboxamides) and their thio-analogues of potential PGE2 inhibitory properties. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 15, p. 1-6, 2008. BÁRTHOLO, R. M.; BÁRTHOLO, T. P. Imunidade inata e a importância dos receptores Toll-similar. Pulmão RJ, v. 2, p. 52-58, 2009. BASBAUM, A. I. Distinct neurochemical features of acute and persistent pain. Proceedings of the National Academy of Sciences of United States of America, v. 96, p. 7739-7743, 1999. BASBAUM, A. I. Spinal mechanisms of acute and persistent pain. Regional Anesthesia and Pain Medicine, v. 24, n. 1, p. 59-67, 1999. BASBAUM, A. I.; BAUTISTA, D.M.; SCHERRER, G.; JULIUS, D. Cellular and moleculas mechanisms of pain. Cell, v. 139, p. 267-279, 2009. BECK, I. M. E.; BERGHE, W. V.; GERLO, S.; BOUGARNE, N.; VERMEULEN, L.; DE BOSSCHER, K.; HAEGEMAN, G. Glucocorticoids and mitogen- and stressactivated protein kinase 1 inhibitors: Possible partners in the combat against inflammation. Biochemical Pharmacology, v. 77, p. 1194-1205, 2009. BENNETT, G. J. Update on the Neurophysiology of Pain Transmission and Modulation: focus on the NMDA-receptor. Journal of Pain and Symptom Management, v.19, n. 1, p. 2-6, 2000. 120 BILEVICIUTE-LJUNGAR, I.; SAXNE, T. SPETEA, M. Anti-inflammatory effects of contralateral administration of the κ-opioid agonist U-50,488H in rats with unilaterally induced adjuvant arthritis. Rheumatology, v. 45, p. 295-302, 2006. BIRKLEIN, F.; SCHMELZ, M. Neuropeptides, neurogenic inflammation and complex regional pain syndrome (CRPS). Neuroscience Letters, v.437, n. 3, p. 199-202, 2008. BLACK, P.H. Stress and the inflammatory response: A review of neurogenic inflammation. Brain, Behavior, and Immunity, v. 16, p.622-653, 2002. BOONE, L.; MEYER, D.; CUSIK, P.; ENNULAT, D.; BOLLIGER, P.;EVERDS, N.; MEADOR, V.; ELLIOT, G.;HONOR, D.; BOUNOUS, D.; JORDAN, H. Selection and interpretation of clinical pathology indicators of hepatic injury in preclinical studies. Veterinary Clinical Pathology, v. 34, n. 3, p. 182-188, 2005. BRENNAN, F.; CARR, D. B.; COUSINS, M. Pain Management: A fundamental Human Right. Anesthesia Analgesia, v. 105, n. 1, p. 205-221, 2007. BRENNAN, F. M.; McINNES. Evidence that cytokines play a role in rheumatoid arthritis. The Journal of Clinical Investigation, v. 118, n. 11, p. 3537-3545, 2008. BROOKS, J.; TRACEY, I. From nociception to pain perception: imaging the spinal and supraspinal pathways. Journal of Anatomy, v. 207, p. 19-33, 2005. BUDAKOTI, A.; ABID, M.; AZAM, M. Syntheses, characterization and in vitro antiamoebic activity of new Pd(II) complexes with 1-Nsubstituted thiocarbamoyl-3,5-diphenyl-2-pyrazoline derivatives. European Journal of Medicinal Chemistry , v. 42, p. 544-551, 2007. BUDAKOTI, A.; BHAT, A. R.; ATHAR, F.; AZAM, A. Syntheses and evaluation of 3(3-bromo phenyl)-5-phenyl-1-(thiazolo [4,5-b] quinoxaline-2-yl)-2-pyrazoline derivatives. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 43, p. 1749-1757, 2008. BURGESS, G. M.; PERKINS, M. N.; RANG, H. P.; CAMPBELL, E. A.; BROWN, M. C.; McINTYRE, P.; URBAN, L.; DZIADULEWICZ, E. K.; RITCHIE, T. J.; HALLET, A.; SNELL, C. R.; WRIGGLESWORTH, R.; LEE, W.; DAVIS, C.; PHILLIPS, E.; DRAKE, G. S; HUGHES, G. A.; DUNSTAN, A.; BLOOM, G. C.Bradyzide, a potent non-peptide B2 bradykinin receptor antagonist with long-lasting oral activity in animal models of inflammatory hyperalgesia. British Journal of Pharmacology, v. 129, p. 77-86, 2000. 121 BUZZI, F.C.; CECHINEL FILHO, V.; CORRÊA, R. Contribuição da química Medicinal para o planejamento de novos Fármacos. In: BRESOLIN. T. M. B; CECHINEL FILHO, V. Fármacos e Medicamentos: Uma abordagem Multidisciplinar. São Paulo: Santos, 2010. Cap. IV, p.71. CAAMAÑO, J.; HUNTER, C.A. NF-Κb Family of transcription Factors: Central Regulators of Innate and Adaptative Immune Functions. Clinical Microbiology Reviews, v. 15, n. 3, p. 414-429, 2002. CAMPO, V. L.; KAWANO, D. F.; Da SILCA, D. B. Jr.; CARVALHO, I. Carrageenans: Biological properties, chemical modifications and structural analyses – A review. Carbohydrate Polymers, v. 77, p. 167-180, 2009. CAMPOS, M. M.; SOUZA, G. E. P.; CALIXTO, J. B. Modulation of Kinin B1 But Not B2 Receptors mediated Rat Paw Edema by IL-1b and TNFa. Peptides, v.19, n.7, p.1269 –1276, 1998. CARSWELL, E. A.; OLD, L. J.; KASSEL, R. L.; GREEN, S.; FIORE, N. WILLIAMSON, B. An endotoxin-induced serum factor that causes necrosis of tumor. Proceedings of the National Academy of Sciences of United States of America, v. 72, n.9, p. 3666-3670, 1975. CARVALHO, W. A.; LEMÔNICA, L. Mecanismos celulares e moleculares da dor inflamatória. Modulação periférica e avanços terapêuticos. Revista Brasileira de Anestesiologia, v.48, p. 137-158, 1998a. CARVALHO, W. A.; LEMÔNICA, L. Mecanismos Centrais de Transmissão e de Modulação da Dor. Atualização Terapêutica. Revista Brasileira de Anestesiologia, v.48, p. 221-241, 1998b. CARRENHO, L .C .A. Avaliação ex vivo da expressão de TLR-2 e TLR-4 em leucócitos de equinos e sua relação com a tolerância à endotoxina. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Odontologia (UNESP), Araçatuba. CASTARDO, J. C.; PRUDENTE, A. S.; FERREIRA, J.; GUIMARÃES, C. L.; DELLE MONACHE, F.; CECHINEL, V. F.; OTUKI, M. F.; CABRINI, D. A. Anti-inflammatory effects of hydroalcoholic extract and two biflavonoids from Garcinia gardneriana leaves in mouse paw oedema. Journal of Ethnopharmacology, v. 118, p. 405-411, 2008. 122 CHAPLAN, S. R.; ECKERT, W. A.; CARRUTHERS, N. I.; KRUGER, L. SourceTranslational Pain Research: From Mouse to Man. Boca Raton, FL: CRC Press; 2010. Chapter 18. Frontiers in Neuroscience. CHOU, T-C. Anti-inflamatory and analgesic effects of paeonoç in carrageenanevoked thermal hyperalgesia. . British Journal of Pharmacology, v. 139, p.11461152, 2003. COLEMAN, M. D.; KHALAF, L. F.; NICHOLLS, P. J. Aminoglutethimide-induced leucopenia in a mouse model: effects of metabolic and structural determinates. Environmental Toxicology and Pharmacology, v. 15, p. 27-32, 2003. COLLIER, H. O. J.; DINNEEN, J. C.; JOHNSON, C. A.; SCHNEIDER, C. The abdominal constriction response and its suppression by analgesic drugs in the mouse. British Journal Pharmacology Chemotherapie, v. 32, p. 295–310, 1968. CORREA, C. R.; CALIXTO, J. B. Evidence for participation of B1 and B2 Kinin receptors in formalin-induced nociceptive response in the mouse. British Journal of Pharmacology, v. 110, p.193-198, 1993. COX, J. J.; REIMANN, F.; NICHOLAS, A.K.; THORNTON, G.; ROBERTS, E.; SPRINGELL, K.; KARBANI, G.; JAFRI, H.; MANNAN, J.; RAASHID, Y.; AL-GAZALI, L.; HAMAMY, H.; VALENTE, E. M.; GORMAN, S.; WILLIAMS, R.; McHALE, D. P.; WOOD, J. N.; GRIBBLE, F. M.; WOODS, G. An SCN9A channelopathy causes congenital inability to experience pain. Nature , v. 444, p. 894-898, 2006. CUNHA, F.Q.; POOLE, S.; LORENZETTI, B.B.; FERREIRA, S.H. The pivotal role of tumour necrosis factor a in the development of inflammatory hyperalgesia. British Journal of Pharmacology, v.107, p.660-664, 1992. CUNHA, F. Q.; POOLE, S.; LORENZETTI, B. B.; VEIGA, F. H.; FERREIRA, S. H. Cytokine-mediated inflammatory hyperalgesia limited by interleukin-4. British Journal of Pharmacology, v.126, p. 45-50, 1999. CUNHA, F. Q,; TEIXEIRA, M. M.; FERREIRA, S. H. Pharmacological modulation of secondary mediator systems – cyclic AMP and cyclic GMP – on inflammatory hyperalgesia. British Journal of Pharmacology, v. 127, p. 671-678, 1999. CUNHA, J. M.; CUNHA, F. Q.; POOLE, S.; FERREIRA, S.H. Cytokine-mediated inflammatory hyperalgesia limited by interleukin-1 receptor antagonist. British Journal of Pharmacology, v. 130, p. 1418-1424, 2000. 123 CUNHA, T. M.; VERRI JR, W. A.; VIVANCOS, G. G.; MOREIRA, I. F.; REIS, S.; PARADA, C. A.; CUNHA, F. Q.; FERREIRA, S. H. An electronic pressure-meter nociception paw test for mice. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 37, p. 401-407, 2004. CUNHA, T.M.; VERRI, W.A.Jr; SILVA, J.S.; POOLE, S.; CUNHA, F.Q.; FERREIRA, S.H.. A cascade of cytokines mediates mechanical inflammatory hypernociception in mice. Proceedings National Academy of Science, v. 102, n. 5, p. 1755-1760, 2005. CUNHA, T.M.; VERRI, W. A. Jr.; VALÉRIO, D. A.; GERRERO, A. T.; LUCIANA, G. N.; VIEIRA, S. M.; SOUZA, D. G.; TEIXEIRA, M. M.; POOLE, S.; FERREIRA, S. H.; CUNHA, F. Q. Role of cytokines in mediating mechanical hypernociception in a model of delayed-type hypersensitivity in mice. European Journal of Pain, v. 12, p. 1059–1068, 2008. CURI, Y.; PICOLO, G.; GUTIERREZ, V. P.; FERREIRA, S. H. Pain and analgesia: The dual effect of nitric oxide in the nociceptive system. Nitric Oxide, v. 25, p. 243254, 2011. DA SILVA, P. H.; HASHIMOTO, Y. Interpretação Laboratorial do Leucograma. São Paulo: Robe Editorial, 2003. DE CAMPOS, R.O.P.; ALVES, R.V.; KYLE, D. J.; CHAKRAVARTY, S.; MAVUNKEL, B. J.; CALIXTO, J. B. Antioedematogenic and antinociceptive actions of NPC 18521, a novel bradykinin B2 receptor antagonist. European Journal Pharmacology, v. 316, p. 277-286, 1996. DE SOUZA, F. R.; FIGHERA, M. R.; LIMA,T. T. F.; DE BASTIANI, J.; BARCELLOS, I. B.; ALMEIDA, C. E.; DE OLIVEIRA, M. R.; BONACORSO, H. G.; FLORE, A. E.; DE MELLO, C. F. 3-Methyl-5-hydroxy-5- trichloromethyl-1H-1-pyrazolcarboxyamide induces antinociception. Pharmacology, Biochemistry and Behavior, v. 68, p. 525530, 2001. DE SOUZA, M. M.; BELLA CRUZ, A.; SCHUHMACHER, M. B.; KREUGER, M. R. O.; DE FREITAS, R. A.; BELLA CRUZ, R. C. Métodos de avaliação de atividade biológica de produtos naturais e sintéticos. In: BELLÉ BRESOLIN, T. M.; CECHINEL FILHO, V. Ciências Farmacêuticas contribuição ao desenvolvimento de novos fármacos. Itajaí: UNIVALI. Cap. 3. p 119-131, 2003. DANIELLE, P.; LEAL, M. B. Avaliação da segurança da dipirona: uma revisão. Revista Brasileira Farm, v. 84, n. 1, p. 17-20, 2003. 124 DAMME, S. V.; LEGRAIN, V.; VOGT, J.; CROMBEZ, G. Keeping pain in mind: A motivational account of attention to pain. Neuroscience and Biobehavioral Reviews, v. 34, p. 204-213, 2010. DAVIES, N. M.; JAMALI, F. COX-2 selective inhibitors cardiac toxicity: getting to the heart of the matter. Journal of Pharmacy & Pharmaceutical Sciences , v.7, p. 332336, 2004. DAWANE, B. S.; KONDA, S. G.; MANDAWAD, G. G.; SHAIKH, B. M. Poly(ethylene glycol) (PEG-400) as an alternative reaction solvent for the synthesis of some new 1(4-(40-chlorophenyl)-2-thiazolyl)-3-aryl-5-(2-butyl-4-chloro-1H-imidazol-5yl)-2pyrazolines and their in vitro antimicrobial evaluation. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 45, p. 387–392, 2010. DERAEDT, R.; JOQUEY, S.; DEVEVALLÉE, F.; FLAHAUT, M. Release of prostaglandins E and F in an algogenic reaction and its inhibition. European Journal of Pharmacology, v. 61, n. 1, p. 17-24, 1980. DICKENSON, A. H.; SULLIVAN, A.F. Evidence for a role of the NMDA receptor in the frequency dependent potentiation of deep rat dorsal horn nociceptive neurones following C fibre stimulation. Neuropharmacology, v. 26, n.8, p.1235-1238, 1987. DI ROSA, M.; WILLOUGHBY, D.A. Screens for anti-inflammatory drugs. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 23, p. 297–298, 1971. DONALDSON, L. F.; McQUEEN, D. S.; SECKL, J.R.Neuropeptide gene expression and capsaicin-sensitive primary afferents: maintenance and spread of adjuvant arthritis in the rat. Journal of Physiology, v.486.2, p. 473-482, 1995. DONG, L.; XIA, S.; GAO, F.; ZHANG, D.; CHEN, J.; ZHANG, J. 3,3’Diindolylmethane attenuates experimental arthritis and osteoclastogenesis. Biochemical Pharmacology, v. 79, p. 715-721, 2010. DRAY, A. Inflammatory mediators of pain. British Journal of Anaesthesia, v. 75, p. 125-131, 1995. DUARTE, D. F. Uma Breve História do Ópio e dos Opióides. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 55, n. 1, p. 135-146, 2005. 125 DWORKIN, R. H.; O’CONNOR, A. B.; BACKONJA, M.; FARRAR, J. T.; FINNERUP, N. B.; JENSEN, T. S.; KALSO, E. A.; LOESEE, J. D.; MIASKOWSKI, C.; NURMIKKO, T. J.; PORTENOY, R. K.; RICE, A. S. C.; STACEY, B. R.; TREEDE, R. D.; TURK, D. C.; WALLACE, M.S. Pharmacologic management of neuropathic pain: Evidence-based recommendations. Pain, v. 132, p. 237-251, 2007. EKINS, S.; MESTRES, J.; TESTA, B. In silico pharmacology for drug discovery: methods for virtual ligand screening and profiling. British Journal of Pharmacology, v. 152, p. 9-20, 2007. ERDEMOGLU, N.; TURAN, N. N.; AKKOL, E. K.; SENER, B.; ABACIOGLU, N. Estimation of anti-inflammatory, antinociceptive and antioxidant activities on Arctium minus (Hill) Bernh. Ssp. minus. Journal of Ethnopharmacology, v. 121, p. 318-323, 2009. EVANS, G. O.; WHITEHORN, L. C. Effects of pyridoxal 5’-phosphate on plasma alanine aminotransferase determinations in toxicological studies. Toxicology Letters, v. 80, p. 34-37, 1995. FERRARI, L. F.; BOGEN, O.; LEVINE, J. D. Nociceptor subpopulations involved in hyperalgesic priming. Neuroscience, v. 165, p. 896-901, 2010. FERREIRA, S. H.; MONCADA, S.; VANE, J. R. Prostagladins and the mechanisms of analgesia produced by aspirin-like drugs. British Journal of Pharmacology, v. 49, p. 86-97, 1973. FERREIRA, S.H.; LORENZETTI, B. B.; POOLE, S. Bradykinin initiates cytokinemediated inflammatory hyperalgesia. British Journal of Pharmacology, v. 110, p. 1227-1231, 1993. FERREIRA, J.; FLORIANI, A. E.; CECHINEL FILHO, V.; DELLE MONACHE, F.; YUNES, R. A.; CALIXTO, J. B.; SANTOS, A. R. S. Antinociceptive properties of the methanolic extract and two triterpenes isolated from Epidendrum mosenii stems (Orchidaceae). Life Science, v. 66, p. 791-802, 2000. FERREIRA, S. H.F; FERRARI, L.F.; CUNHA, T. M.; NASCIMENTO, P. G. B. D.; VERRI JR, W. A. CUNHA, F. Q. Dor Inflamatória. In: NETO, O. A. COSTA, C. M. C.; SIQUEIRA, J. T. T.; TEIXEIRA, M. J. Dor Princípios e Prática.Porto Alegre: Artmed, 2009. Cap. 19, p.265-279. 126 FONSECA, E. J.; SANTOS, M. J.; CANHÃO, H.; CHOY, E. Interleukin-6 as a key player in systemic inflammation and joint destruction. Autoimmunity Reviews, v. 8, p. 538-542, 2009. FOX, D. A.; GIZINSKI, A.; MORGAN, R.; LUNDY, S. K.; Cell-cell Interactions in Rheumatoid Arthritis Synovium. Rheumatic Disease Clinics of North America, v. 36, n. 2, p. 311-323, 2010. FRASER, G. L.; GAUDREAU, G-A; CLARKE, P. B. S.; MENARD, D. P.; PERKINS, M. N. Antihyperalgesic effects of δ opioid agonists in a rat model of chronic inflammation. British Journal of Pharmacology, v. 129, p.1668-1672, 2000. FURZE, R. C.; RANKIN, S. M. Neutrophil mobilization and clearance in the bone marrow. Immunology, v. 125, p.281-288, 2008. GALLANTINE, E. L.; MEERT, T. F. Attenuation of the gerbil writhing response by mukappa- and delta-opioids, and NK-1, -2 and -3 receptor antagonists. Pharmacology, Biochemistry and Behavior, v. 79, n. 1, p. 125-135, 2004. GALVANI, A. L. S.; KREBS, V. L. J.; VAZ, F. A. C. Características bioquímicas e propriedades dos mediadores humorais nas infecções bacterianas. Pediatria São Paulo, v. 21, p. 123-132, 1999. GARCÍA-MARTÍNEZ, J. M.; VARA, J. Á. F.; LASTRES, P.; BERBABÉU, C.; BETÉS, P. O.; MARTÍN-PÉREZ. Effect of metamizol on promyelocitic and terminally differentiated granulocitic cells. Comparative analysis with acetylsalicylic acid and diclofenac. Biochemical Pharmacology, v. 65, p. 209-207, 2003. GARRETTE, N. E.; MAPP, P. I.; CRUWYS, S. C.; KIDD, B. L. BLAKE, D. R. Role of substance P in inflammatory arthritis. Annals of the Rheumatic Diseases, v. 51, p. 1014-1018, 1992. GHOMI-SAFAEL, J.; BAMONIRI, A. H.; SOLTANIAN-TELKABADI, M. A modified and convenient method for the preparation of n-phenylpyrazolines derivatives. Chemistry of Heterocyclic Compounds, v. 42, n. 7, p. 892-896, 2006. GIRI, A. K.; MUKHOPADHYAY, A. Mutagenicity assay in salmonella and in vivo sister chromatid exchange in bone marrow cells of mice for four pyrazolone derivatives. Mutation Research, v. 420, p. 15–25, 1998. 127 GODOY, M. C. M.; FIGHERA, M. R.; SOUZA, F. R.; FLORES, A. E.; RUBIN, M. A.; OLIVEIRA, M. R.; ZANNATA, N.; MARTINS, M. A. P.; BONACORSO, H. G.;MELLO, C. F. α2-Adrenoceptors and 5-HT receptors mediate the antinociceptive effect of new pyrazolines, but not of dipyrone European Journal of Pharmacology, v. 496, p. 9397, 2004. GOLD, M. S.; GEBHART, G. F. Nociceptor sensitization in pain pathogenesis. Nature Medicine, v. 16, p. 1248–1257, 2010. GOLENBOCK, D. T.; HAMPTON, A. Y.; QURESHI, N.; TAKAYAMA, K.; RAETZ, C. R. H. Lipid A-like Molecules That Antagonizet he Effects of Endotoxins on Human Monocytes. The Journal of Biological Chemistry, v. 266, n. 29, p. 19490-19496, 1991. GROSSER, T.; FRIES, S.; FITZGERALD, G. A. Biological basis for the cardiovascular consequences of COX-2 inhibition: therapeutic challenges and opportunities. The Journal of Clinical Investigation, v.116, n.1, p. 4-15, 2006. GUILLOT, X.; SEMERANO, L.; DECKER, P.; FALGARONE, G.; BOISSIER, M. C. Pain and immunity. Joint Bone Spine, v.79, p. 228-236, 2011. GULECHA, V.; SIVAKUMAR, T.; UPAGANLAWAR, A.; MAHAJAN, M.; UPASANI, C. Screening of Ficus religiosa leaves fractions for analgesic and anti-inflammatory activities. Indian Journal Pharmacol, v. 43, n. 6, p. 662-666, 2011. HAMERSCHLAK, N.; CAVALCANTI, A. B. Neutropenia, agranulocitose e dipirona. Sao Paulo Medical Journal, v.123, n. 5, p. 247-249, 2005. HAMZA, M.; WANG, X-M.; ADAM, A.; BRAHIM, J. S.; ROWAN, J. S.; CARMONA, G. N.; DIONNE, R. A. Kinin B1 receptors contributes to acute pain following minor surgery in humans. Molecular Pain, v. 6, n. 12, p. 2-11, 2010. HANADA, T.; YOSHIMURA, A. Regulation of cytokine signaling and inflammation. Cytokine and Growth Factor Reviews, v. 13, p. 413-421, 2002. HAVRYLYUK, D.; ZIMENKOVSKY, B.; VASYLENKO, O.; ZAPRUTKO, L.; GZELLA, A.; LESYK, R. Synthesis of novel thiazolone-based compounds containing pyrazoline moiety and evaluation of their anticancer activity. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 44, p. 1396-1404, 2009. 128 HAYASHI, I.; ISHIHARA, K.; KUMAGAI, Y.; MAJIMA, M.Proinflammatory characteristics of a nonpeptide bradykinin mimic, FR190997, in vivo. British Journal of Pharmacology, v. 133, p. 1296-1306, 2001. HAYASHI, S.; SUMI, Y.; UENO, N.; MURASE, A.; TAKADA, J. Discovery of a novel COX-2 inhibitor as an orally potent anti-pyretic and anti-inflammatory drug: Design, synthesis, and structure–activity relationship. Biochemical Pharmacology, v. 82, p. 755-768, 2011. HSIEH, G. C.; CHANDRAN, P.; SALYERS, A. K.; PAI, M.; ZHU, C. Z.; WENSINK, E. J.; WITTE, D. G.; MILLER, T. R.; MIKUSA, J. P.; BAKER, S. J.; WETTER, J. M.; MARSH, K. C.; HANCOCK, A. A.; COWART, M. D.; ESBENSHADE, T. A.; BRIONI, J. D.; HONORE, P. H4 receptor antagonism exhibits anti-nociceptive effects in inflammatory and neuropathic pain models in rats. Pharmacology, Biochemistry and Behavior, v. 95, n. 1, p. 41-50, 2010a. HSIEH, G. C.; HONORE, P.; PAI, M.; WENSINK, E. J.; CHANDRAN, P.; SALYERS, A. K.; WETTER, J. M.; ZHAO, C.; LIU, H.; DECKER, M. W.; ESBENSHADE, T. A.; COWART, M. D. BRIONI, J. D. Antinociceptive effects of histamine H3 receptor antagonist in the preclinical models of pain in rats and the involvement of central noradrenergic systems. Brain Research, v. 1354, p. 74-84, 2010b. INTURRISI, C. E. Clinical Pharmacology of Opioids for Pain. Clinical Journal of Pain, v. 18, n. 4, p. s3-s13, 2002. IRWIN, M. R. Inflammation at the intersection of behavior and somatic symptoms. Psychiatric Clinics of North America, v.34, n. 3, p. 605-620, 2011. JANCSÓ, N; JANCSO-GABOR, A.; SZOLCSANYI, J. Direct evidence for neurogenic inflammation and its prevention by denervation and by pretreatment with capsaicin. British Journal of Pharmacology and Chemotherapy, v.31, p. 138-151, 1987. JOSHI, R. S.; MANDHANE, P. G.; DIWAKAR, S. D.; DABHADE, S. K.; GILL, C. H. Synthesis, analgesic and anti-inflammatory activities of some novel pyrazolines derivatives. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, v. 20, p. 3721-3725, 2010. JU, H.; VENEMA, V. J.; MARRERO, M. B.; VENEMA, R. C. Inhibitory Interactions of the Bradykinin B2 Receptor with Endothelial Nitric-oxide Synthase. The journal of biological chemistry, v. 273, n. 37, p. 24025–24029, 1998. 129 JULIUS, D.; BASBAUM, A. L. Molecular mechanisms of noiception. Nature, v.413, p. 203-210, 2001. JUTEL. M.; AKDIS, M.; AKDIS, C. A. Histamine, histamine receptors and their role in immune pathology. Clinical & Experimental Allergy, v.12, p. 1786-1800, 2009. KAPLANCIKLI, Z. A.; TURAN-ZITOUNI, G.; ÖZDEMIR, A.; CAN, Ö. D.; CHEVALLET, P. Synthesis and antinociceptive activities of some pyrazoline derivatives. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 44, p. 2606-2610, 2009 KARMAKAR, S.; KAY, J.; GRAVALLESE, E.M. Bone damage in Arthritis Rheumatoid: mechanistc insights and approaches to prevention. Rheumatic disease Clinics of North America, v. 36, p. 385-404, 2010. KASSUYA, C. A. L.; FERREIRA, J.; CLAUDINO, R. F.; CALIXTO, J. B. Intraplantar PGE2 causes nociceptive behavior and mechanical allodynia: the role of prostamoid E receptors and protein kinases. British Journal of Pharmacology, v. 150, p. 727737, 2007. KELLY, S.; DUNHAM, J. P.; DONALDSON, L. F. Sensory nerves have altered function contralateral to a monoarthritis and may contribute to the symmetrical spread inflammation. European Journal of Neuroscience, v. 26, p. 935-942, 2007. KHODE, S.; MADDI, V.; ARAGADE, P.; PALKAR, M.; RONAD, P. K.; MAMLEDESAI, S.; THIPPESWAMY, A. H. M.; SATYANARAYANA, D. Synthesis and pharmacological evaluation of a novel series of 5-(substituted)aryl-3-(3-coumarinyl)1-phenyl-2-pyrazolines as novel anti-inflamatory and analgesic agents. European Journal of Medicinal Chemistry, v.44, p. 1682-1688, 2009. KIM, H. W.; KWON, Y. B.; HAM, T. W.; ROH, D .H.; YOON, S. Y.; HAN, H. J.; KANG, S. K.; LEE, H. J.; MAR, W. C.; YANG,I . S.; BEITZ, A. J.; LEE,J.H. The antinociceptive and anti-inflammatory effect of ethylacetate extracts from BangPoong (Radix ledebouriellae) on the Freund`s adjuvant-induced arthrits in rats. Journal of Veterinary Science, v. 3, n.4, p. 343-349, 2002. KLAUMANN, P. R.; WOUK, A. F. P. F.; SILLAS, T. Patofisiologia da Dor. Archives of Veterinary Science, v. 13, n.1, p. 1-12, 2008. KRAFTE, D. S.; BANNON, A. W. Sodium channels and nociception: recent concepts and therapeutic opportunities. Current Opinion in Pharmacology, v. 7, p. 1-7, 2007. 130 KRAYCHETE, D. C.; CALASANS, M. T de A.; VALENTE, C. M. L. Citocinas Próinflamatórias e Dor. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 46, n.3, p. 199-206, 2006. KU, I. A.; IMBODEN, J. B.; HSUE, O. Y.; GANZ, P. Rheumatoid Arthritis A Model of Systemic Inflammation Driving Atherosclerosis. Circulation Journal, v. 73, p. 977985, 2009. KUCUKGUZEL, S. G.; ROLLAS, S.; ERDENIZ, H.; KIRAZ, M.; EKINCI, A. C.; VIDIN, A. Synthesis, characterization and pharmacological properties of some 4arylhydrazono-2-pyrazoline-5-one derivatives obtained from heterocyclic amines. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 35, p. 761-771, 2000. KUNER, R. Central mechanisms of pathological pain. Nature Medicine, v. 16, n. 11, p. 1258-1266, 2010. LABRECQUE, G.; BUREAU, J-P.; REINBERG, A. E. Biological rhythms in the inflammatory response and in the effects of non-steroidal anti-inflammatory drugs. Pharmacology and Therapeutics, v.66, p. 285-300, 1995. LAI, J.; GOLD, M.S.; KIM, C.S.; OSSIPOV, M. H.; HUNTER, J. C.; PORRECA, F. Inhibition of neuropathic pain by decreased expression of the tetrodotoxin-resistant sodium channel, Nav1.8. Pain, v. 95, p. 143- 152, 2002. LARSSON, M. Ionotropic Glutamate Receptors in Spinal Nociceptive Processing. Molecular Neurobiollogy, v. 40, n.3, p. 260-288, 2009. LAUPATTARAKASEM, P.; HOUGHTON, P.J.; HOULT, J.R.S.; ITHARAT, A. An evaluation of the activity related to inflammation of four plants used in Thailand to treat arthritis. Journal of Ethnopharmacology, v. 85, p. 207-215, 2003. LEE, J.; KIM, K. A.; JEONG, S.; LEE, S.; PARK, H. J. Anti-inflammatory, antinociceptive, and anti-psychiatric effects by the rhizomes of Alpinia officinarum on complete Freund’s adjuvant-induced arthritis in rats. Journal of Ethnopharmacology, v. 126, n. 2, p. 258-264, 2009. LEUNG, L.; CAHILL, C. M. TNF-α and neuropathic pain – a review. Journal of Neuroinflammation, v. 7, n. 27, p. 2-11, 2010. 131 LEVINE, J. D.; TAIWO, Y. O. Hyperalgesic Pain: A Review. Anesthesia Progress, v. 37, p. 133-135, 1990. LEVINE, J. D.; DARDICK, S. J.; BASBAUM, A. I.; SCIPIO, E. Reflex neurogenic inflammation. I. Contribution of the peripheral nervous system to spatially remote inflammatory responses that follow injury. The Journal of Neuroscience, v. 5, p.1380–1386, 1985. LEVY, M. Hypersensitivity to pyrazolones. Thorax, v. 55, n. 2, p. S72–S74, 2000. LEVY, M.; ZYLBER-KATZ, E.; ROSENKRANZ, B. Clinical pharmacokinetics of dipyrone and its metabolites. Clinical Pharmacokinetics, v. 28, p. 216-234, 1995. LEY, K.; LAUDANNA, C.; CYBULSKY, M. I.; NOURSHARGH. Getting to the site of inflammation: the leukocyte adhesion cascade updated. Nature, v. 7, p. 678-689, 2007. LIPINSKI, C. A.; LOMBARDO, F.; DOMINY, B. W.; FEENEY, P. J. Experimental and computational approaches to estimate solubility and permeability in drug discovery and development settings. Advanced Drug Delivery Reviews, v. 46, p. 3-26, 2001. LIPINSKI, C. A. Lead- and drug-like compounds: the rule-of-five revolution. Drug Discovery Today: Technologies, v. 1; p. 337-341, 2004. LISBOA, C. N.; TEIXEIRA, M.; MARTINS, M. A. O. Cuidados Paliativos Oncológicos Controle da Dor. Ministério da Saúde, 2002 LIU, M.; DAI, Y.; YAO, X.; LI, Y.; LUO, Y.; XIA, Y.; GONG, Z. Anti-rheumatoid arthritic effect of madecassoside on type II collagen-induced arthritis in mice. International Immunopharmacology, v.8, p. 1561–1566, 2008. LOESER, J. D.; MELZACK, R. Pain: an overview. The lancet, v. 353, p. 1607-1609, 1999. LOESER, J. D.; TREEDE, R. D. The Kyoto protocol of IASP Basic Pain Terminology. Pain, v. 137, p. 473-477, 2008. 132 LUCCHETI, G.; GRANERO, A. L.; DE ALMEIDA, L. G. C.; BATTISTELLA, V. M. Pancitopenia associada ao uso de dipirona. Relato de caso. Revista Brasileira de Clinica Médica, v. 8, p. 72-76, 2010. LUO, X.; KRUMRINE.; SHENVI, A. B.; PIERSON, M. E.; BERNSTEIN, P. R. Calculation and application of activity discriminants in lead optimization. Journal of Molecula Graphics and Modelling, v. 29, p. 372-381, 2010. MACHADO, P.; CAMPOS, P. T.; LIMA, G. R.; ROSA, F. A.; FLORES, A. F. C.; BONACORSO, H. G.; ZANATTA, N.; MARTINS, M. A. P. Experimental and calculated structural parameters of 5-trihalomethyl-4,5-dihydro-1H-pyrazole derivatives, novel analgesic agents. Journal of Molecular Structure, v. 917 , p. 176–182, 2009. MAHDY, A. M.; WEBSTER, N. R. Histamine and antihistamines. Anaesthesia and Intensive Care Medicine, v. 12:7, p. 324-329, 2011. MALEKI-DIZAJI, N.; FETHIAZAD, F.; GARJANI, A. Antinociceptive Properties of Extracts and Two Flavonoids Isolated from Leaves of Danae racemosa. Archives of Pharmacol Research, v.30, n. 12, p.1536-1542, 2007. MANIVANNAN, E.; CHATURVEDI, S. C. QSAR analysis of centrally fused 1,5-diaryl pyrazoles for cyclooxygenase inhibition using MOE-Qua-SAR descriptors. Medicinal Chemistry Research, v. 18, p. 396-405, 2009. MANJAVACHI, M. N.; QUINTÃO, N. L. M.; CAMPOS, M. M.; DESCHAMPS, I. K.; YUNES, R. A.; NUNES, R. J.; LEAL, P. C.; CALIXTO, J. B.The effects of the selective and non-peptide CXCR2 receptor antagonist SB225002 on acute and longlasting models of nociception in mice. European Journal of Pain, v. 14, p. 23-31, 2010. MANNA, F.; CHIMENTI, F.; FIORAVANTI, R.; BOLASCO, A.; SECCI, D.; CHIMENTI, P.; FERLINI. C.; SCAMBI G. Synthesis of some pyrazole derivatives and preliminary investigation of their affinity binding to P-glycoprotein. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, v. 15, p. 4632-4635, 2005. MANUBAY, J. M.; MUCHOW, C.; SULLIVAN, M.A. Prescription Drug Abuse: Epidemiology, Regulatory Issues, Chronic Pain Management with Narcotic Analgesics. Primare Care Clinics Office Practice, v. 38, p. 71-90, 2011. 133 MAPP, P.; KIDD, B. The Role of Substance P in Rheumatic Disease. Seminars in Arthritis and Rheumatism, v. 23, n. 6, p. 3-9, 1994. MARIAPPAN, G.; SAHA, B. P.; SAHA, B. P.; SINGH, A.; GARG, S.; PANDEY, L.; KUMAR, D. Analgesic, anti-inflammatory, antipyretic and toxicological evaluation of some newer 3-methyl pyrazolone derivatives. Saudi Pharmaceutical Journal, v.19, p. 115-122, 2011. MAURER, M.; BADER, M.; BAS, M.; BOSSI, F.; CICARDI, M.; CUGNO, M.; HOWARTH, P.; KAPLAN, A.; KOJDA, G.; LEEB-LUNDBERG, F.; LÖTVALL, J.; MAGERL, M. New topics in bradykinin research. Allergy, v. 66, n. 11, p. 1397-1406, 2011. MAZARIO, J.; HERRERO, J. F. Antinociceptive effects of metamizol (dipyrone) in rat single motor units. Neuroscience Letters, v. 274, p. 179-182, 1999. McDOUGALL, J. J. Arthritis and pain: Neurogenic origin of joint pain. Arthritis Research & Therapy, v. 8, n. 6, 2006. McEACHERN, A. E.; SHELTON, E. R.; BHAKTA, S.; OBERNOLTE, R.; BACH, C.; ZUPPAN, P.; FUJISAKI, J.; ALDRICH, R. W.; JARNAGIN, K. Expression cloning of a rat B2 bradykinin receptor. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 88, p.7724-7728, 1991. McQUAY, H.; CARROLL, D.; JADAD, A. R.; WIFFEN, P.; MOORE, A. Anticonvulsant drugs for management of pain: a systematic review. BMJ, v. 311, p. 1047-1052, 1995. MELO, J. O. F.; DONNICI, C. L.; AUGUSTI, R.; FERREIRA, V. F.; De SOUZA, M. C. B. V.; FERREIRA, M. L. G.; CUNHA, A. C. Heterociclos 1,2,3-triazólicos: Histórico, Métodos de preparação, Aplicações e Atividades Farmacológicas. Química Nova, v. 29, n. 3, p. 569-579, 2006. MELZACK, R.; WALL, P. D. Pain mechanisms: A new theory. Science, v. 150, p. 971-979, 1965. MELZACK, R. Pain – An overview. Acta Anaesthesiologica Scandinavica, v. 43, p.880-884, 1999. 134 MILLAN, M. J. The induction of pain: An integrative Review. Progress in Neurobiology, v. 57, p. 1-164, 1999. MILANO, J.; OLIVEIRA, S. M.; ROSSATO, M. F.; SAUZEM, P. D.; MACHADO, P.; BECK, P.; ZANATTA, N.; MARTINS, M. A. P.; MELLO, C. F.; RUBIN, M. A.; FERREIRA, J.; BONACORSO, H. G.. Antinociceptive effect of novel trihalomethylsubstitute pyrazoline methyl esters in formalin and hot-plate tests in mice. European Journal of Pharmacology, v. 581, p. 86-96, 2008. MONTECUCCO, C.; CAVAGNA, L.; CAPORALI, R. Pain and rheumatology: An overview of the problem. European Journal of Pain Supplements, v. 3, p. 105-109, 2009. MONTIGLIO, P.; GARANT, D.; THOMAS, D.; RÉALE, D. Individual variation in temporal activity patterns in open-field tests. Animal Behaviour, v. 80, n. 5, p. 905912, 2010. MOORE, N. D. In search of an ideal analgesic for common acute pain. Acute Pain, v. 11, p. 129-137, 2009. MORIARTY, O.; McGUIRE, B. E.; FINN, D. P. The effect of pain on cognitive function: A review of clinical and pre clinical research. Progress in Neurobiology, v. 93, p. 385-404, 2011. MOULIN, D. E.; CLARK, A. J.; GILRON, I.; WARE, M. A.; WATSON, C. P. N.; SESSLE, B. J.; CODERRE, T.; MORLEY-FORSTER, P. K.; STINSIN, J.; BOULANGER, A.; PENG, P. FINLEY, G. A.; TAENZER, P.; SQUIRE, P.; DION, D.; CHOLKAN, A.; GILANI, A.; GORDON, A.; HENRY, J.; JOVEY, R.; LYNCH, M.; MAILIS-CAGNON, A.; PANJU, A.; ROLLMAN, G. B.; VELLY, A. Pharmacological management of chronic neurophatic pain – Consensus statement and guidelines from the Canadian Pain Society. Pain Research and Management, v. 12, n. 1, p. 13-21, 2007. MUKHERJEE, D.; NISSEN, S.E., TOPOL, E.J. Risk of Cardiovascular Events Associated With Selective COX-2 Inhibitors The journal of the americam medical association. Jama, v. 286, n. 8, p. 954-959, 2001. NAIR, V.; SINGH. S.; GUPTA, Y. K. Evaluation of the disease modifying activity of Colchicum luteum Baker in experimental arthritis. Journal of Ethnopharmacology, v.133, n.2, p. 303-307, 2011. 135 NEUGEBAUER, V.; HAN, J. S.; ADWANIKAR, H.; FU, Y.; JI, G. Techniques for assessing knee joint pain in arthritis. Molecular Pain, v. 3, n. 8, p. 1-13, 2007. NEWBOULD, B. B. Chemotherapy of arthritis induced in rats by mycobacterial adjuvant. British Journal of Pharmacology, n.21, p. 127-136, 1963. NICOTRA, L.; LORAM, L. C.; WATKINS, L. R.; HUTCHINSON, M. R. Toll-like receptors in chronic pain. Experimental Neurology, 2011. O’BANION, M. K. Prostaglandin E2 synthases in neurologic homeostasis and disease. Prostaglandins and other Lipid Mediators, v. 91, p. 113-117, 2010. O’MAHONY, L.; AKDIS, M.; AKDIS, C. A. Regulation of the immune response and inflammation by histamine and histamine receptors. Journal of Allergy and Clinica Immunology, v. 128, n. 6, p. 1153-1162, 2011. OMOIGUI, S.The Biochemical Origin of Pain – Proposing a new law of Pain: The origin of all Pain is Inflammation and the Inflammatory Response PART 1 of 3 – A unifying law of pain. Medical Hypotheses, v.69, p. 70-82, 2007. OSSIPOV, M. H.; DUSSOR, O.; PORRECA, F. Central modulation of pain. The Journal of Clinical Investigation, v. 120, n. 11, p. 3779-3787, 2010. OZDEMIR, A.; TURAN-ZITOUNI, G.; KAPLANCIKLI , Z.A.; REVIAL, G.; GUVEN, K. Synthesis and antimicrobial activity of 1-(4-aryl-2-thiazolyl)-3-(2-thienyl)-5-aryl-2pyrazoline derivatives. European Journal of Medicinal Chemistry, v.42, p. 403409, 2007. PADMAVATHI, V.; MOHAN, A. V. N.; THRIVENI, P.; SHAZIA, A. Synthesis and bioassay of a new class of heterocycles pyrrolyl oxadiazoles/thiadiazoles/triazoles. European Journal of Medicinal Chemistry, v.44, p. 2313-2321, 2009. PAN, R.; DAI, Y.; GAO, X.; XIA, Y. Scopolin isolated from Erycibe obtusifolia Benth stems suppresses adjuvant-induced rat arthritis by inhibiting inflammation and angiogenesis. International Immunopharmacology, v. 9, p. 859–869, 2009. PARANOS, S.L.; TOMIC, M. A.; MICOV, A. M.; STEPANOVIC-PETROVIC, R. M. The mechanisms of antihyperalgesic effect of topiramate in a rat model of inflammatory hyperalgesia. Fundamental and Clinical Pharmacology, 2011. 136 PARK, J. Y.; PILLINGER, M. H.; ABRAMSON, S. B.; Prostagladin E2 synthesis and secretion: The role of PGE2 synthases. Clinical Immunology, v. 119, p. 229-240, 2006. PARK, M. A.; KIM, H. J. Anti-inflammatory constituents isolated from Clerodendron trichotomun Tunberg leaves (CTL) inhinits pró-inflammatory gene expression in LPSstimulated RAW 264.7 macrophages by suppressing NF-kB activation. Archives of Pharmacal Research, v.30, p.755-760, 2007. PEARSON, C. M. Development of arthritis, periarthritis, and periostitis in rats given adjuvant. Proceedings of the Society for Experimental Biology and Medicine, v. 91, p. 95-101, 1956. PEARSON, C. M.; WAKSMAN, B. H.; SHARP, J. T. Studies of arthritis and other lesions Induced in rats by injection of Mycobacterial adjuvant. The journal of experimental medicine, v. 113, p. 485-509, 1961. PEDERNERA, A. M.; GUARDIA, T.; CALDERÓN, C. G.; ROTELLI, A. E.; DE LA ROCHA, N. E.; DI GENARO, S.; PELZER, L. E. Anti-ulcerogenic and antiinflammatory activity of the methanolic extract of Larrea divaricata cav. in rat. Journal of Ethnopharmacology, v. 105, p.415-420, 2006. PENNING, T. D.; TALLEY, J. J.; BERTENSHAW, S. R.; CARTER, J. S.; COLLINS, P. W.; DOCTER, S.; GRANETO, M. J.; LEE, L. F.; MALECHA, J. W.; MIYASHIRO, J. M.; ROGERS, R. S.; ROGIER, D. J.; YU, S. S.; ANDERSON, G. D.; BURTON, E.G.; COGBURN, J. N.; GREGORY, S. A.; KOBOLDT, C. M.; PERKINS, W. E.; SEIBERT, K.; VEENHUIZEN, A. W.; ZHANG, Y. Y.; ISAKSON, P. C.Synthesis and biological evaluation of the 1,5–diarylpyrazole class of cyclooxygenase-2 inhibitors: identification of 4-[5-(4-methylphenyl)-3-(trifluoromethyl)-1H-pyrazol-1-yl]benzene sulfonamide (SC-58635, celecoxib). Journal of Medicinal Chemistry, v. 40, p. 1347-1365, 1997. PIAZ, V. D.; VERGELLI, C.; GIOVANNONI, M. P.; SCHEIDELER, M. A.; PETRONE, G.; ZARATIN, P. 4-Amino-3(2H)-pyridazinones bearing arylpiperazinylalkyl proups and related compounds: synthesis and antinociceptive activity. IL Farmaco, v. 58, p. 1063-1071, 2003. PIETROVSKI, E. F.; MAGINA, M. D. A.; GOMIG, R.; PIETROVSKI, C. F.; MICKE, G. A.; BARCELLOS, M.; PIZZOLATTI, M. G.; CABRINI, D. A.; BRIGHENTE, I. M. C.; OTUKI, M. F. Topical anti-inflammatory activity of Eugenia brasiliensis Lam. (Myrtaceae) leaves. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v.60, p.479-487, 2008. 137 PORRECA, F.; OSSIPOV. M. H.; GEBHART, G. F. Chronic pain and medullary descending facilitation. Trends in Neurosciences, v. 6, p. 319-325, 2002. PORTH, C. M. Fisiopatologia. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p 1068. PRASAD, Y. R., RAO, A.L.; PRASOONA, L. MURALI, K.; KUMAR, P. R. Synthesis and antidepressant activity of some 1,3,5-triphenyl-2-pyrazolines and 3-(2hydroxynaphthalen-1-yl)-1,5-diphenyl-2-pyrazolines. Bioorganic & Medical Chemistry Letters, v. 15, p. 5030-5034, 2005. PRASIT, P.; WANG, Z.; BRIDEAU, C.; CHAN, C. C.; CHARLESON, S.; CROMLISH, W.; ETHIER, D.; EVANS, J. F.; FORD-HUTCHINSON, A. W.; GAUTHIER, J. Y.; GORDON, R.; GUAY, J.; GRESSER, M.; KARGMAN, S,; KENNEDY, B.; LEBLANC, Y.; LÉGER, S.; MANCINI, J.; O´NEILL, G. P.; OUELLET, M.; PERCIVAL, M. D.; PERRIER, H.; RIENDEAU, D.; RODGER, I.; TAGARI, P.; THÉRIEN, M.; VICKERS, P.; WONG, E.; XU, L. J.; YOUNG, R. N. ZAMBONI, R.; BOYCE, S.; RUPNIAK, N.; FORREST, M.; VISCO, D.; PATRICK, D.The discovery of rofecoxib, [MK 966, VIOXX®, 4-(4′-methylsulfonylphenyl)-3-phenyl-2(5H)-furanone], an orally active cyclooxygenase-2 inhibitor. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, v. 9, n. 13, p.1773-1778, 1999. QUINTÃO, N. L. M., MEDEIROS, R.; SANTOS, A. R. S.; CAMPOS, M. M.; CALIXTO, J. B. Effects of diacerhein in mechanical allodynia in inflammatory and neuropathic models of nociception in mice. Anesthesia and Analgesia, v. 101, n.6, p. 17631769, 2005. RAHMAN, A.; SIDDIQUI, A. A. Pyrazoline Derivatives: A Worthy Insight into the Recent Advances and Potential Pharmacological Activities. International Journal of Pharmaceutical Sciences and Drug Research, v. 2, n. 3, p. 165-175, 2010. RAINSFORD, K. D. Ibuprofen: pharmacology, efficacy and safety. Inflammopharmacology, v. 6, p. 275-342, 2009. RAMPRASATH, V. R.; SHANTHI, P.; SACHDANANDAM, P. Evaluation of antioxidant effect of Semecarpus anacardium Linn. nut extract on the components of immune system in adjuvant arthritis. Vascular Pharmacology, v. 42, p. 179-186, 2005. RATHISH, I. G.; JAVED, K.; AHMAD, S.; BANO, S.; ALAM, M. S.; PILLAI, K. K.; SINGH, S.; BAGCHI, V. Synthesis and antiinflammatory activity of some new 1,3,5- 138 trisubstituted pyrazolines bearing benzene sulfonamide. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, v. 19, p. 255-258, 2009. REGOLI, D.; CALO, G.; RIZZI, A.; BOGONI, G.; GOBEIL, F.; CAMPOBASSO, C.; MOLLICA, G.; BEANI, L. Bradykinin receptors and receptor ligands (with special emphasis on vascular receptors). Regulatory Peptides, v.65, p. 83-89, 1996. REICHLING, D. B.; LEVINE, J. D. Critical role of nociceptor plasticity in chronic pain. Trends in Neurosciences, v.32, n. 12, p. 611-618, 2009. REINOLD, H.; AHMADI, S.; DEPNER, U. B.; LAYH. B.; HEINDL, C.; HAMZA, M.; PAHL, A.; BRUNE, K.; NARUMIYA, S.; MÜLLER, U.; ZEILHOFER, H. U. Spinal inflammatory hyperalgesia is mediated by prostaglandin E receptors of the EP2 subtype. The Journal of Clinical Investigation, v. 115, n. 3, p. 673-679, 2005. REISNER, L. Pharmacological Management of Persistent Pain in Older Person. The Journal of Pain, v. 12, n. 3, p. s21-s29, 2011. REN, K.; DUBNER, R. Interactions between the immune and nervous systems in pain. Nature Medicine, v. 16, n. 11, p.1267-1274, 2010. RHEN, T.; CIDLOWSKI, J. A. Antiinflamatory action of glucocorticoids – New Mechanisms for old drugs. The New England Journal of Medicine, v. 353, p. 17111723, 2005. RIBEIRO, R.A.; VALE, M.L.; THOMAZZI, S.M.; PASCHOALATO, A.B.P.; POOLE, S.; FERREIRA, S.H.; CUNHA, F.Q. Involviment of resident macrophages and mast cells in the wrinthing nociceptive response induced by zimosan and acetic acid in mice. European Journal Pharmacology, v.348, p. 111–118, 2000. RICE, A. S. C.; JUSTINS, D.M. Pain mechanisms and pathways. Current Anaesthesia and Critical Care, v. 10, p. 98-104, 1999. RITTNER, H. L.; BRACK, A.; STEIN. Pain and the immune system, British Journal of Anaesthesia, v. 101, n. 1, p. 40-44, 2008. ROCHA, A. C. C.; FERNANDES, E. S.; QUINTÃO, N. L. M.; CAMPOS, M. M.; CALIXTO, J. B. Relevance of tumour necrosis factor-a for the inflammatory and nociceptive responses evoked by carrageenan in the mouse paw . British Journal of Pharmacology, v. 148, p. 688-695, 2006. 139 ROMANHOLI, D. J. P. C.; SALGADO, L. R. Síndrome de Cushing Exógena e Retirada de Glicocorticóides. Arquivos Brasileiros de Endocrinologogia e Metabologia, v. 51, n. 8, p. 1280-1292, 2007. RUVIDIÉ, R. Haematopoiesis in drug-induced agranulocytosis. Biomed & Pharmacotherapie, v. 50, p. 275-278, 1996. SABBAGA, J.; OSAWA, C.; PAHL, F.H.; VELLUTINI, E.; PEREIRA, D.; CECCONELLO, I. Acute agranulocitosis after prolonged high-dose usage of intravenous dipyrone – a different mehcanism of dipyrone toxicity? Annais Hematology, v.66, p. 153-155, 1993. SALTER, M.W. Cellular signaling pathways of spinal pain neuroplasticity as target for analgesic development. Current topics in medicinal chemistry, n. 5, p. 1-11, 2005. SANTODOMINGO-GARZÓN, T.; CUNHA, T.M.; VERRI JR, W.A.; VALÉRIO, D.A.R.; PARADE, C.A.; POOLE, S.; FERREIRA, S.H., CUNHA, F.Q. Atorvastatin inhibits inflammatory hypernociception. British Journal of Pharmacology, v. 149, p. 14-22, 2006. SANTOS, L dos. Síntese, caracterização e avaliação do potencial biológico de derivados obtidos a partir de chalconas. 2008. 234f. Tese (Doutorado em Química) – Curso de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, p.*, 2008 SARAIOGI, I.; VIJAY, V. G.; DAS, S.; SEKAR, K.; ROW, T. N. G. C-halogen...Л interactions in proteins: a database study. Crystal Engineering, v. 6; p. 60-77, 2003 SAUZEM, P. D. Atividade antinociceptiva de derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro1h-pirazol-1-carboxiamida em modelos animais de nocicepcão aguda e crônica. 2008. Tese (Dourorado em Bioquímica Toxicológica) - Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas: Bioquimica Toxicologica Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008. SAUZEM, P. D.; SANT´ANNA, G. da S.; MACHADO, P.; DUARTE, M. M. M. F.; FERREIRA, J.; MELLO, C. F.; BECK, P.; BONACORSO, H. G.; ZANATTA, N.; MARTINS, M. A. P.; RUBIN, M. A. Effect of 5-trifluoromethyl-4,5-dihydro-1Hpyrazoles on chronic inflammatory pain model in rats. European Journal of Pharmacology, v. 616, p. 91-100, 2009. 140 SCHMIDTKO, A.; TEGEDER, I.; GEISSLINGER, G. No NO, no pain? The role of nitric oxide and cGMP in spinal pain processing. Trends in Neurosciences, v. 32, p. 339-346, 2009. SCHOLZ, J.; WOOLF, C. J. Can we conquer pain? Nature Neuroscience, v. 5, p. 1062-1067, 2002. SCOTT, A.; KHAN, K.; COOK, J.; DURONIO, V. What is “Inflammation”? Are we ready to move beyond Celsus? British Journal of Sports Medicine, v. 38, n. 3, p. 248-249, 2004. SCHOTTENFELD, D.; BEEBE-DIMMER, J. Chronic Inflammation: A Common and Important Factor in the Pathogenesis of Neoplasia. A Cancer Journal for Clinicians, v. 56, n. 2, p. 69-83, 2006. SERPELL, M. G.; MAKIN, A.; HARVEY, A. Acute pain physiology and pharmacological targets: the present and future. Acute Pain, v. 1, n. 3, p. 31-47, 1998. SHENKER, N.; HAIGH, R.; ROBERTS, E.; MAPP, P.; HARRIS, N.; BLAKE, D. A review of contralateral responses to a unilateral inflammatory lesion. Rheumatology, v.42, p. 1279–1286, 2003. SHENTON, J. M.; CHEN, J.; UETRECHT, J. P. Animal models of idiosyncratic drug reactions. Chemico-Biological Interactions, v. 150, p. 53-70, 2004. SHOMAN, M. E.; ABDEL-AZIZ, M.; ALY, O. M.; FARAG, H. H.; MORSY, M. A. Synthesis and investigation of anti-inflammatory activity and gastric ulcerogenicity of novel nitric oxide-donating pyrazoline derivatives. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 44, p. 3068–3076, 2009. SILVER, K. S.; SODERLUND, D. M. Action of pyrazoline-type insecticides at neuronal target sites. Pesticide Biochemistry and Physiology, v. 81, p. 136-143, 2005. SINGH, S. P.; CHAUDHARI, A.; BARTHWAL, J. P.; PARMAR, S. S. Anticonvulsant activity and selective inhibition of nicotinamide adenine dinucleotide-dependent oxidations by 1, 3, 5-trisubstituted pyrazolines. Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 63, n. 12, p. 1948-1950, 1974. 141 SMITH, E. S.; BLASS, G. R.; LEWIN, G. R.; PARK, T. J. Absence of histamineinduced itch in the African naked mole-rat and "rescue" by Substance P. Molecular Pain, v. 6, n. 29, p. 1-6, 2010. SOUZA, F. R.; SOUZA, V. T.; RATZLAFF, V.; BORGES, L. B.; OLIVEIRA, M. R.; BONACORSO, H. G.; ZANATTA, N.; MARTINS, M. A. P.; MELLO, C. F. Hypothermic and antipyretic effects of 3-methyl- and 3-phenyl-5-hydroxy- 5trichloromethyl-4,5-dihydro-1H-pyrazole-1-carboxyamides in mice. European Journal of Pharmacology, v. 451, p. 141-147, 2002. St-JACQUES, B.; MA, W. Role of prostaglandin E2 in the synthesis of the proinflammatory cytokine interleukin-6 in primary sensory neurons: an in vivo and in vitro study.Journal of Neurochemistry, v. 118, n. 5, p. 841-854, 2011. STUCKY, C. L.; GOLD, M. S.; ZHANG, X. Mechanisms of pain. Proceedings of the National Academy of Sciences of United States of America, v.98, n. 21, p. 11845-11846, 2001. SUH, S. J.; KIM, K. S.; LEE, S. D.; LEE, C. H.; CHOI, H. S.; JIN, U. H.; CHANG, Y. C.; KIM, C. H. Effects and mechanisms of Clematis mandshurica Maxim. As a dual inhibitor of proinflammatory cytokines on adjuvant arthritis in rats. Environmental Toxicology and Pharmacology, v. 22, p. 205-212, 2006. SUMMERS, C.; RANKIN, S. M.; CONDLIFFE, A. M.; SINGH, N.; PETERS, A. M.; CHILVERS, E. R. Neutrophil Kinetics in health and disease. Trends in Immunology, v. 31, n. 8, p. 318-324, 2010. TABARELLI, Z.; RUBIN, M. A.; BERLESE, D. B.; SAUZEM, P. D.; MISSIO, T. P.; TEIXEIRA, M. V.; SINHORIN, A. P.; MARTINS, M. A. P.; ZANATTA, N.; BONACORSO, H. G.; MELLO, C. F. Antinociceptive effect of novel pyrazolines in mice. Brazilian journal of Medical and Biological Research, v. 37, p. 1531-1540, 2004. TAKEDA, K. M.; KOTOSAI, K.; OZAKI, A.; HARA, H.; YAMASHITA, S. Rat granulocyte colony-forming unit (CFU-G) assay for the assessment of drug-induced hematotoxicity. Toxicology in Vitro, v. 16, p. 281–288, 2002. TALLEY, J. J.; BROWN, D. L.; CARTER, J. S., GRANETO, M. J.; KOBOLDT, C. M.; MASFERRER, J. L.; perkins, W. E.; ROGERS, R. S.; SHAFFFER, A. F.; ZHANG, Y. Y.; SEIBERT, K. 4-[5-Methyl-3-phenylisoxazol-4-yl]benzenesulfonamide,valdecoxib: a potent and selective inhibitor of COX-2. Journal of Medicinal Chemistry, v. 43, n. 5, p. 775-777, 2000. 142 TALWAR, S.; NANDAKUMAR, K.; NAYAK. P. G.; BANSAL, P.; MUDGAL, J.; MOR, V.; RAO, C. M.; LOBO, R. Anti-inflammatory activity of Terminalia paniculata bark extract against acute and chronic inflammation in rats. Journal of Ethnopharmacology, v. 134, p. 323-328, 2011. TATSUO, M.A.K.F.; CARVALHO, W. M.; SILVA, C. V.; MIRANDA, A. E. G.; FERREIRA, S. H.; FRANCISCHI, J. N. Analgesic and antiinfamatory effects of dipyrone in rat adjuvant arthritis model. Inflammation, v. 18, n. 4, p. 399-405, 1994. TAYLOR, P.C.; FELDMANN . Anti-TNFα biologic agents: still the therapy of choice for rheumatoid arthritis. Nature Reviews Rheumatology, v. 5, p. 578-582, 2009. THEISEN-POPP, P.; MÜLLER-PEDDINGHAUS, R. Antirheumatic drug profiles evaluated in the adjuvant arthritis of rats by multiparameter analysis. Agents Actions, v. 42, n. 1-2, p. 50-55, 1994. TILIGADA, E.; ZAMPELI, E.; SANDER, K.; STARK, H. Histamine H3 and H4 receptors as novel drug targets. Expert Opinion on Investigational Drugs, v. 10, p.1519-1531, 2009. TONNESEN, M.G. Neutrophil-endothelial cell interactions: mechanisms of neutrophil adherence to vascular endothelium. Journal Investigation Dermatology, v.93, p. 53-58, 1989. TOPLISS, J. G. Utilization of operational schemes for analog synthesis in drug design. Journal of Medicinal Chemistry, v. 15, n. 10. p. 1006-1011, 1972. TOPLISS, J. G. A manual method for applying the Hansch approach to drug design. Journal of Medicinal Chemistry, v. 20, n. 4, p. 463-469, 1977. TREEDE, R. D.; MEYER, R. A.; RAJA, S. N.; CAMPBEL, J.N.Peripheral and central mechanisms of cutaneous hyperalgesia. Progress in Neurobiology, v. 38, n. 4, p. 397-421, 1992. TURAN- ZITOUNI, G.; CHEVALLET, P.; KILIÇ, F.S.; EROLC, K. Synthesis of some thiazolyl pyrazoline derivatives and preliminary investigation of their hypotensive activity. European Journal of Medicinal Chemistry, v.35, p. 635-641, 2000. 143 UEMATSU, T.; SAKAI, A.; ITO, H.; SUZUKI, H. Intra-articular administration of tachykinin NK1 receptor antagonists reduces hyperalgesia and cartilage destruction in the inflammatory joint in rats with adjuvant-induced arthritis. European Journal of Pharmacology, v. 688, p. 163-168, 2011. VAJJA, B. N.; JULURI, S.; KUMARI, M.; KOLE, L.; CHAKRABARTI, R.; JOSHI, V. D. Lipopolysaccharide-induced paw edema model for detection of cytokine modulating anti-inflammatory agents. International Immunopharmacology, v. 4, n. 7, p. 901909, 2004. VAN EDEN, W.; HOLOSHITZ, J.; NEVO, Z.; FRENKEL, A.; KLAJMAN, A.; COHEN, I. R. Arthritis induced by a T-lymphocyte clone that responds to Mycobacterium tuberculosis and to cartilage proteoglycans. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 82, p. 5117-5120, 1985. VANEGAS, H.; SCHAIBLE, H-G. Prostagladins and cycloxygenases in the spinal cord. Progress in Neurobiology, v. 64, p. 327-363, 2001. VANE, J. R. Introduction: mechanism of action of NSAIDS. British Journal of Rheumatology, v. 35, p. 1-3, 1996. VINEGAR, R.; SCHREIBER, W.; HUGO, R. Biphasic development of carrageenin edema in rats. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, v. 166, n. 1, p. 96-103, 1969. VISWANATHA, G.L.; AKINAPALLY, N.; SHYLAJA, H.; NANDAKUMAR, K.; JANARDHANAN, S. Analgesic, Anti-inflammatory and Antiarthritic activity of Newly Synthesized Bicyclothieno 1,2,3-Triazines. Macedonian Journal of Medical Sciences, v. 4, n. 2, p. 131-138, 2011. VIVANCOS, G. G.; VERRI, W. A. JR.; CUNHA, T. M.; SCHIVO, I. R. S.; PARADA, C. A.; CUNHA, F. Q.; FERREIRA, S. H. An electronic pressure-meter nociception paw test for rats. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 37, p. 391399, 2004. VOLZ, M.; KELLNER, H-M. Kinetics and metabolism of pyrazolones (propyphenazone, aminopyrine and dipyrone). British Journal of Clinical Pharmacology, v. 10, p. 299s-308s, 1980. VON BANCHER, G. S.; PETROW, P. K.; BRÄUER, R.; SCAHIBLE, H-G. Monoarticular antigen-induced arthritis leads to pronounced bilateral upregulation of 144 the expression of neurokinin 1 and bradykinin 2 receptors in dorsal root ganglion neurons of rats. Arthritis Research, v. 2, p. 424-427, 2000. WALDERBURGER, J-M.; FIRESTEIN, G. S. Regulation of Peripheral Inflammation by the Central Nervous System. Current Rheumatology Reports, v. 12, p. 370-378, 2010. WALKER, J. M.; STRANGMAN, N. M.; HUANG, S. M. Cannabinoids and pain. The Journal of the Canadian Pain Society, v. 6, n. 2, p. 74-79, 2001. WALTER, M.; KOTTKE, T.; STARK, H. The histamine H₄ receptor: targeting inflammatory disorders. European Journal of Pharmacology, v. 668, n. 1-2, p. 1-5, 2011. WERMUTH, C. G. Designing prodrugs and bioprecursors In: _______, ed. The practice of medicinal chemistry, London: Academic Press, p. 697-716, 2003. WHITTLE, B. A. The use of changes in capillary permeability in mice to distinguish between narcotic and non-narcotic analgesics. British Journal of Pharmacology Chemotherapy, v. 22, p. 246-253, 1964. WIESENFELD-HALLIN, Z. Combined Opioid-NMDA Antagonist Therapies: What Advantages Do They Offer for the Control of Pain Syndromes? Drugs, v. 55, n. 1, p. 1-4, 1998. WILHELM, E. A.; JESSE, C. R.; BOROTLATTO, C. F.; NOGUEIRA, C. W.; SAVEGNAGO, L. Antinociceptive and anti-allodynic effects of 3-alkynyl selenophene on different models of nociception in mice. Pharmacology, Biochemistry and Behavior, v. 93, p. 429-425, 2009. WINTER, C.A.; RISLEY, E.A.; NUSS, G.W. Carrageenan-induced oedema in hind paw of the rat as an assay for anti-inflamatory drugs. Proceedings of the Society for Experimental Biology and Medicine, v. 111, p. 544-547,1962. WOOLF, C. J.; ALLCHORNE, A.; SAFIEH-GARABEDIAN, B.; POOLE, S. Cytokines, nerve growth factor and inflammatory hyperalgesia: the contribution of tumor necrosis factor α. British Journal of Pharmacology, v.121, n. 417-424, 1997. 145 WOOLF. C. F.; COSTIGAN, M. Transcriptional and posttranscriptional plasticity and the generation of inflammatory pain. Proceedings of National Academy of Science, v. 96, p. 7723-7730, 1999. WOOLF. C. F.; MAX, M. B. Mechanism-based Pain Diagnosis. Anesthesiology, v. 95, p. 241-249, 2001. WOOLF, C. J. Pain: Moving from Sympton Control toward Mechanism-Specific Pharmacologic Management. Annals of Internal Medicine, v. 140, p.441-451, 2004. WOOLF, C. J.; MA, Q. Nociceptors – Noxious Stimulus Detectors. Neuron, v. 55, p. 353-364, 2007. WOOLF, C. J. What is this thing called pain? The Journal of Clinical Investigation, v. 120, n. 11, p. 3742-3744, 2010. WU, L. J.; ZHUO, M. Targeting the NMDA receptor subunit NR2B for the treatment of neuropathic pain. The Journal of the American Society for Experimental Neurotherapeutics, v. 6, p. 693-702, 2009. XIE, W.; LIU, X.; XUAN, H.; LUO, S.; ZHAO, X.; ZHOU, Z.; XU, J. Effect of betamethasone on neuropathic pain and cerebral expression of NF-κB and cytokines. Neuroscience Letters, v. 393, p. 255-259, 2006. ZAMPONI, G. W.; LEWIS, R.; TODOROVIC, S. M.; ARNERIC, S. P.; SNUTCH, T. P. Role of voltage-gated calcium channels in ascending pain pathways. Brain Research Reviews, v. 60, p. 84-89, 2009. ZHANG, Y.; RAMOS, B. F.; BAGANOFF, M. P.; DEPPELER, C. L.; MEYER, D. M.; WIDOMSKI, D. L.; FRETLAND, D. J.; BOLANOWSKI, M. A.; Interleukin 8 and mast cell-generated tumor necrosis factor-alpha in neutrophil recruitment. Inflammation, v. 19, n. 1, p. 119-132, 1995. ZHANG, L.; LI. J.; YU, S-C.; JIN, Y.; Lv, X-W.; ZOU, Y-H.; LI. Y. Therapeutic effects and mechanisms of total flavonoids of Turpinia Arguta Seen on adjuvant arthritis in rats. Journal of Ethnopharmacology, v. 116, p. 167-172, 2008. ZHANG, L.; HAO, G. F.; TAN, Y.; XI, Z.; HUANG, M. Z.; YANG, G. F. Bioactive conformation analysis of cyclic imides as protoporphyrinogen oxidase inhibitor by 146 combining DFT calculations, QSAR and molecular dynamic simulations. Bioorganic & Medicinal Chemistry, v. 17, p. 4935–4942, 2009a. ZHANG, L.; HU, J-J.; LIN, J-W.; FANG, W-S.; DU, G-H. Anti-inflammatory and analgesic effects of ethanol and aqueous extracts of Pterocephalus hookeri (C.B. Clarke) Höeck. Journal of Ethnopharmacology, v. 123, p. 510-514, 2009b. ZHANG, L.; BERTA, T.; XU, Z-Z.; LIU, T.; PARK, J. Y.; JI, R-R. TNF-alpha contributes to spinal cord synaptic plasticity and inflammatory pain: Distinct role of TNF receptor subtypes 1 and 2. PAIN, v. 152, p. 419-427, 2011. ZHENGLE, T.; FEIYUE, X.; DI, C.; YU, Y.; CHUNYAN, Y.; JINGFANG, D.; JING, L. In vivo toxicological evaluation of Anisomycin. Toxicology Letters, v. 208, p. 1-11, 2012. ZIMMERMANN, M. Pathobiology of neurophathic pain. European Journal of Pharmacology, v. 429, p. 23-37, 2001.