Geografia e Humanismo

Propaganda
segundo encontro de estudos sobre
Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007
Londrina — Paraná
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
Universidade Estadual de Londrina
Grupo de Pesquisa “Imagens, Paisagens e Personagens” – IMAP & P – CNPq/UEL
Coordenador: Omar Neto Fernandes Barros
Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
Coordenação:
Lúcia Helena B. Gratão
Hugo Leonardo Marandola
Organização:
Deyvid Fernando dos Reis
Sofia Alfredo de Campos
Lucas Gorla
Participantes:
Eduardo José Marandola Junior
Fernanda Cristina de Paula
Gabrielle Mesquita Alves Rosas
Janaina de Alencar Mota e Silva Marandola
Luiz Tiago de Paula
Natália Pivesso Martins
Thais Fogliarini
1
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
APRESENTAÇÃO
Os estudos relacionados ao Humanismo em Geografia já se inscrevem no Brasil, a
partir de meados da década de 1970. Nos Estados Unidos, berço principal de
sistematização embora, não como grupo, surgem na década de 1940. Seguindo por estes
primeiros desafios, esta abordagem tornou-se mais evidente a partir dos anos de 1960,
com os geógrafos Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, David Lowenthal, Edward Relph e Hugh
Prince que passaram a publicar sobre as relações do Homem com o Meio Ambiente,
contemplando a percepção e imaginação geográfica. Por esta abordagem, os sentidos,
afetividade, imaginação, experiência e relação existencial com a paisagem e lugares
tornaram-se centro de atenção e preocupação destes geógrafos, expressando uma nova
forma de Humanismo, ou uma forma contemporânea de abordar esta corrente filosófica.
Assim, o Humanismo em Geografia vem sendo consolidados em busca da
compreensão da experiência humana sobre a Terra. Com influência da fenomenologia, a
constituição do mundo e do ser-no-mundo tornou-se preocupação primordial no interior
do movimento humanista. Neste sentido, hoje, o Humanismo se inscreve na Geografia
como enfoque que valoriza acima de tudo o Homem, em sua condição humana, como
indivíduo e coletivo, que atribui valores, sentidos, sentimentos e significados ao meio
ambiente, à paisagem e ao lugar. O grande responsável por esta atitude na Geografia
pela abordagem da fenomenologia é Eric Dardel que escreveu a pequena/grande obra
intitulada “L’Homme et la Terre: nature de la realité geographique” publicada em 1952.
Desconhecido até os anos de 1990, é redescoberto com a tradução italiana de seu livro.
A partir daí, tornou-se o grande mestre da Geografia Fenomenológica. Hoje, é lido e
referenciado por todos aqueles que “têm o coração e os sentimentos inflamados” pela
inspiração fenomenológica e que se sentem motivados pela investigação geográfica por
este campo. Foram estes sentimentos, inspiração e motivação que levaram a um grupo
de voluntários da Geografia Londrina, a criar o “Grupo de Estudos sobre Geografia &
Humanismo”, em 2006. Inicialmente, como linha de pesquisa do Grupo “Imagens,
Paisagens & Personagens” – IMAP&P/CNPq/UEL, tendo como proposta investigar um
campo de conhecimento e de saber que historicamente, substancia a relação
Homem/Terra (DARDEL, 1952). Com a perspectiva de que a geografia humanista de
Dardel que combina o trabalho de fenomenologistas com descrições das experiências
geográficas feitas por poetas, novelistas e geógrafos nos entusiasmamos por esta
maneira de fazer geografia(s). E, então, os propósitos do Grupo de Londrina encontram
ressonância no Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas
(NEPO/UNICAMP) e faz acontecer Encontros de Estudos sobre Geografia e Humanismo. O
I Encontro aconteceu em Campinas, em outubro de 2006. Agora, o II Encontro
acontecendo em Londrina, seguindo os mesmos princípios: como uma oportunidade de
promover contanto entre os dois grupos que têm se constituído no entorno desta
temática na Geografia, procurando estabelecer uma aproximação entre as instituições e
grupos de pesquisa. Em vista disso, segue o mesmo eixo justamente o que em nosso
entender é a maior dificuldade de iniciação e compreensão neste campo: o pensar a
pesquisa empírica. Todas as atividades programadas visam em última análise as
implicações, as dificuldades e as possibilidades da pesquisa em Geografia Humanista a
partir da fenomenologia.
Com esta intenção, programamos o curso “Trilhas interpretativas e o acesso ao
fenômeno geográfico – travessia experiencial e vivencial pela fenomenologia da
corporeidade”, procurando traçar os fundamentos e orientando para prática e a
abordagem que tem conduzido longos (per)cursos do nosso fazer geográfico,
especialmente, em disciplinas especiais, projetos de extensão e orientação de pesquisas.
A atividade do período da tarde de sexta-feira, “Humanismo em Geografia: diálogos e
práticas”, seguindo a temática do I Encontro, é um (per)curso dedicado às apresentações
de nossos trabalhos e do Núcleo de Estudos de População da Unicamp, com (em)foque
no (per)curso metodológico e nas discussões temáticas. À noite, será realizada uma
“Trilha Noturno” pelo Parque Estadual Mata dos Godoy.
2
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
No sábado, programamos um trabalho de campo que percorrerá a partir do Parque
Estadual Mata dos Godoy, onde será realizado o evento, passando pelo Lago Igapó em
direção ao Lago Cabrinha até a porção norte do sítio urbano de Londrina, retornando à
área central e encerrando no Museu Histórico de Londrina. Lembramos que este trabalho
seguirá uma condução humanista, o que incorpora valor ao propósito maior do encontro.
Ainda no sábado, à noite, será realizado o “Sarau Poético” no Centro de Visitantes do
Parque. O encontro se encerrará no domingo com uma “Trilha Matutina” finalizada com a
celebração dos frutos da terra e uma roda de conversas fechando o Encontro, na
Choupana do Parque.
Da mesma maneira foi encerrado o I Encontro em 2006, esperamos que tenham
todos uma acolhida topofílica na Mata dos Godoy e uma proveitosa e prazerosa
passagem/paragem na “Pequena Londres” de “pés vermelhos”! E que este seja apenas
mais um de uma longa caminhada de encontros para (re)aprendermos a olhar a
paisagem e o lugar pelo onirismo poético e imaginário através dos horizontes da
Geografia Fenomenológica.
Londrina, 09 de Novembro de 2007.
3
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira (09-11-2007)
Manhã
Tarde
Noite
08:00h
Café da manhã com boas vindas
Choupana
09:00h
Curso: Trilhas Interpretativas
Auditório da Mata
12:30h
Almoço
Alojamento
14:00h
Diálogos e pesquisas – Apresentação de trabalhos
Auditório da Mata
19:00h
Jantar
Alojamento
22:30h
Trilha noturna
Mata dos Godoy
Sábado (10-11-2007)
Manhã
Tarde
Noite
07:30h
Café da manhã
Alojamento
08:00h
Encontro para Trabalho de Campo
08:30h
Saída do Parque
13:00h
Almoço
Centro de Londrina
14:00h
Visita ao Museu Histórico de Londrina
Centro de Londrina
20:00h
Sarau poético
Centro de Visitantes
Centro de Visitantes
Domingo (11-11-2007)
Manhã
06:30h
Café da manhã
Alojamento
07:00h
Trilhas interpretativas
Mata dos Godoy
10:30h
Celebração dos frutos da terra
Choupana
11:30h
Conversas sobre o II Encontro –
Saberes & Sabores
Tarde
13:00h
Despedidas
Choupana
Choupana
4
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
TRILHAS INTERPRETATIVAS E O ACESSO AO FENÔMENO GEOGRÁFICO TRAVESSIA EXPERIENCIAL E VIVENCIAL PELA FENOMENOLOGIA DA
CORPOREIDADE
Lúcia Helena Batista Gratão
Ementa
Pelo campo de investigação da Geografia Humanista procuramos (dis)correr sobre trilhas
interpretativas pelo universo da fenomenologia do olhar e do caminhar – uma prática
andante enraizada na corporeidade. Uma prática de acesso ao fenômeno geográfico que
busca (des)vendar e (des)velar o universo de significados, motivações, aspirações,
crenças, valores e atitudes no reconhecimento de um espaço mais profundo das relações,
dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis. Nesta busca, a pesquisa não se reduz apenas a certos procedimentos
metodológicos. Numa travessia de paisagem e de lugar (re)aprendendo a olhar, a
pesquisa científica exige criatividade, disciplina, organização e motivação, baseando-se
no confronto permanente entre o possível e o impossível, entre objetividade e
subjetividade do ser e do conhecer. Como procedimento de pesquisa, procuramos
discutir os fundamentos epistemológicos e teóricos que orientam este caminho de acesso
geográfico traçado pelo campo da Geografia Fenomenológica. Uma prática andante,
observante, imaginante e revelante! Um “caminhar permeado pelo humanismo” com os
“pés” conduzindo o “olhar fenomenológico” escavando memória na direção Olhar oblíquo!
Caminhar de sentidos! Encontros de memória e reminiscências que revelam experiências
de paisagem e de lugar. O caminhar comporta experiências e aspirações, podendo ser
através de trilhas de interpretação da Natureza ou em áreas construídas como
(per)cursos de espaço vivido ou mesmo, as trilhas cênicas, pois, todos são, paisagens e
lugares que guardam e revelam significados múltiplos e diversos.
Bibliografia
AMORIM
FILHO,
Oswaldo
B.
Topofilia,
Topofobia e Topocídio em Minas Gerais. In:
DEL RIO, Vicente e OLIVEIRA, Lívia de (Orgs.)
Percepção Ambiental: experiência brasileira.
São Paulo: Editora Nobel, 1996. p. 139-152.
BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço.
São Paulo: Martins Fontes, 1988.
BALLESTEROS, Aurora G. (Ed.) Geografia y
Humanismo. Barcelona: Oikos – Tau, 1992.
BELLO, Ângela A. A Fenomenologia do Ser
Humano: traços de uma filosofia no feminino.
Bauru, SP: EDUSC, 2000.
BESSE, Jean-Marc. Ver a Terra: seis ensaios
sobre a paisagem e a geografia. São Paulo:
Perspectiva, 2006.
de Geografia)
Londrina.
-
Universidade
Estadual
de
CRUZ NETO, Otávio. O Trabalho de Campo
como Descoberta e Criação. In: MINAYO, M. C.
S. (Org.). Pesquisa Social: Teoria, método e
criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 51-66.
DARDEL, Eric. L’ Homme et La Terre-Nature
de la réalite géographique. Paris: PUF, 1952.
133p.
DEL RIO, Vicente e OLIVEIRA, Lívia de. (Orgs).
Percepção
Ambiental:
a
experiência
brasileira. São Paulo: Stúdio Nobel, São Carlos:
USCar, 1996.
BOSI, Alfredo. Fenomenologia do Olhar. In:
NOVAES, Adauto et al. O Olhar. São Paulo:
Companhia das Letras, 1988, p.65-87.
DICKENSON, John P. e AMORIM FILHO,
Oswaldo B. Geografia Experiencial: uma
perspectiva
binacional.
Cadernos
de
Geografia, Belo Horizonte, v. 6, n. 7, p. 23-32,
jul. 1996.
BRUHNS, Heloísa T. O Corpo Visitando a
Natureza: possibilidades de um diálogo crítico.
In: SERRANO, Célia M. T e BRUHNS, Heloísa T.
(Orgs.) Viagens à Natureza: turismo, cultura
ambiente.Campinas, SP: Papirus, 1997.
DICKENSON, John P. e AMORIM FILHO,
Oswaldo B. Geografia Experiencial: uma
perspectiva
binacional.
Cadernos
de
Geografia, Belo Horizonte, v. 6, n.7, p. 23-32,
julho 1996.
CARVALHO, Sandro M. Transpondo a Trilha do
Ribeirão Lageado a Caminho da Educação
Ambiental – Floresta Estadual de Avaré-SP.
1997. Monografia. (Especialização em Ensino
DUBOS, René. Namorando a Terra.
Paulo: EDUSP/Melhoramentos, 1961.
São
ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos. São
Paulo: Martins Fontes, 1991.
5
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
ENTRIKIN,
J.
Nicolas.
O
humanismo
contemporâneo em Geografia. Boletim de
Geografia Teorética, Rio Claro, v. 10, n. 19,
p. 5-30, 1980.
FELÍCIO, Vera L. G. A Imaginação Simbólica
nos Quatro Elementos Bachelardianos. São
Paulo: Edusp, 1994.
FERNANDEZ, P.S.M.; GRATÃO, L.H.B. e SANTI,
A.C. Caminhar, Perceber, Experiênciar... por
Trilhas
Interpretativas...
em
direção
à
Educação Ambiental - primeiros passos... In:
Contribuições Científicas do XIV Encontro
Nacional de Estudantes de Geografia. Goiânia,
2003. Anais. CD-Room, Goiânia.
FERNANDEZ, Pablo S. M.; GRATÃO, Lúcia
Helena B. Educação Ambiental: pelo (per)curso
das “Águas da Saúde”. In: CONGRESSO
NACIONAL DE GEOGRAFIA, 6, Goiânia, 2004,
Anais... Goiânia: AGB, 2004.
FERNANDEZ, Pablo S. M.; GRATÃO, Lúcia
Helena B. Trilhas da Experiência pela
Imaginação Geofotográfica: acessando um
lugar de águas... Ribeirão Cambé... Londrina
In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA,
PERCEPÇÃO E COGNIÇÃO DO MEIO AMBIENTE,
1,
2005,
Londrina.
Anais...
Londrina:
DGEO/UEL, 2005. [CD-ROM]
FERNANDEZ, Pablo Sebastian M. 2004. Trilhas
de Imagens Geofotográficas do Ribeirão
Cambé: experiências de lugar por águas de
Londrina-PR. 2004. Trabalho Acadêmico de
Conclusão
de
Curso
(Graduação
em
Geografia)
–
Universidade
Estadual
de
Londrina.
FRÉMONT, Armand. A Região, Espaço Vivido.
Coimbra: Livraria Almedina, 1980.
Educação Ambiental. In: MARANDOLA JR,
Eduardo; FUSCALDO, W. C. e FERREIRA, Y. N.
(Org.) Geografia, Ciência e Filosofia:
interdisciplinaridade
e
interface
de
conhecimento. Londrina: Edições Humanidades,
2002, p. 162-164.
GRATÃO, Lúcia Helena B. Projeto Trilhas..
Lendo & (Des)vendando Paisagens & Lugares!.
Sertão!
In:
I
Simpósio
de
Turismo
Sertanejo. 2005. Serra Talhada - PE, 2005 (a
ser publicado em CD-Room).
GUIMARÃES, Solange T. de L. Dimensões da
Percepção e Interpretação do Meio Ambiente:
vislumbres e sensibilidades das vivências na
natureza. Olam – Ciência & Tecnologia. Rio
Claro, vol. 4, n. 1, p. 46-65, Abr. 2004. [CDROM]
GUIMARÃES, Solange T. de L. Reflexões a
Respeito da Paisagem, Topofilia e Topofobia à
luz dos Estudos sobre Experiência, Percepção e
Interpretação Ambiental. Geosul, Florianópolis,
v. 17, n. 33, p. 117-141, jan. / jun., 2002.
HART, J. F. The Highest Form of the
Geographer’s
art.
Annals
Association
Geographers, v. 72, n. 4, p. 1-29, 1982.
HILLMAN, James. Cidade & Alma. São Paulo:
Studio Nobel, 1993.
HOLZER, Werther. O Lugar na Geografia
Humanista. Território, Rio de Janeiro, ano IV,
no. 7, p. 67-78, jul/dez. 1999.
HOLZER,
Werther.
Paisagem,
imaginário,
identidade:
alternativas
para
o
estudo
geográfico. In: ROENDAHL, Z.; CORRÊA, L.
(Orgs). Manifestações da Cultura no
Espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999.
GOLDENBERG, Mirian. A Arte de Pesquisar:
como fazer pesquisa qualitativa em ciências
sociais. Rio de Janeiro: Record, 2003.
HOLZER,
Werther.
Uma
discussão
fenomenológica sobre os conceitos de paisagem
e lugar, território e meio ambiente. Território,
ano II, n.3, jul/dez. 1997 p. 77-85.
GONÇALVES, Aline C.; OLIVEIRA, Denise R. de
; GRATÃO, Lúcia Helena B. Parque Estadual
Mata dos Godoy – um olhar perceptivo...
MARANDOLA JR, Eduardo; FUSCALDO, W. C. e
FERREIRA, Y. N. Geografia, Ciência e Filosofia:
interdisciplinaridade
e
interface
de
conhecimento.
Londrina:
Edições
Humanidades, 2002. p. 226-228.
LIMA, Angélica M. L. Diário Geográfico pelas
Águas do Rio Tietê em Três Encontros... Berço
das Nascentes, Caminho da Metrópole, Barra
Bonita. 2004. Trabalho Acadêmico de
Conclusão
de
Curso
(Graduação
em
Geografia)
–
Universidade
Estadual
de
Londrina.
GRATÃO, Lúcia Helena B. (À) Luz da
Imaginação! “O RIO” se revela na voz dos
personagens
do
LUGAR-ARAGUAIA!
In:
SIMPÓSIO
NACIONAL
DE
GEOGRAFIA,
PERCEPÇÃO E COGNIÇÃO DO MEIO AMBIENTE,
1,
2005,
Londrina.
Anais...
Londrina:
DGEO/UEL, 2005. [CD-ROM]
GRATÃO, Lúcia Helena B. A Poética d’ “O Rio –
ARAGUAIA!” De Cheias... &... Vazantes... (Á)
luz da Imaginação! Tese (Doutorado em
Geografia) – Universidade de São Paulo, USP,
São Paulo, 2002.
GRATÃO, Lúcia
Interpretativas:
Helena B.
Paisagem,
et al. Trilhas
Percepção
e
LIMA, Solange T. Trilhas Interpretativas: A
aventura de conhecer a Paisagem. In:
ENCONTRO
INTERDISCIPLINAR
SOBRE
O
ESTUDO DA PAISAGEM, 3, 1998, Rio Claro.
Caderno Paisagem Paisagens. Rio Claro:
UNESP, 1998. p.39-43.
LOWENTHAL, David. Geografia, Experiência e
Imaginação: em direção a uma epistemologia
geográfica. In: CHRISTOFOLETTI, A. (org.)
Perspectivas da Geografia. São Paulo:
DIFEL, 1982 p. 103-141.
MACHADO, Lucy Marion C. P. O Estudo da
Paisagem: uma abordagem perceptiva, Revista
1
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
de Geografia e Ensino, Belo Horizonte, n. 8
p. 37-45, 1988.
MARANDOLA JR., Eduardo. Humanismo e a
Abordagem Cultural em Geografia. Geografia,
Rio Claro, v. 30, n. 3, p. 393-419, set./dez.
2005.
MINAYO, Maria C. de S. Ciência, Técnica e
Arte: o desafio da pesquisa social. In: ______.
(Org.). Pesquisa Social: Teoria, método e
criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 9-29.
OLIVEIRA, Lívia de. Contribuição dos Estudos
Cognitivos à Percepção Geográfica. Geografia,
2(3): 61-72, abril, 1977.
OLIVEIRA, Lívia de. Os Estudos de Percepção
do Meio Ambiente no Brasil. Olam – Ciência &
Tecnologia. Rio Claro, vol. 4, n. 1, p. 22-26,
abr. 2004. [CD-ROM]
OLIVEIRA, Lívia de. Percepção da Paisagem
Geográfica: Piaget, Gibson e Tuan. Geografia,
Rio Claro, vol. 25 n. 2, p. 5-22, 2002.
Patmore, J. A. Geography and Relevance.
Geography, v. 64, n. 2, p. 265-283, 1980
PEDRINI, Alexandre de G. Avaliação da
Educação Ambiental no Ecoturismo (em trilhas)
no Brasil: uma proposta baseada na qualidade
conceitual. OLAM Ciência & Tecnologia, Rio
Claro, vol 6, n. 2, 2006, p. 83-106.
PIRSIG, Robert. Zen, A Arte de Manutenção
das Motocicletas. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1984.
READ, Hebert. A Redenção do Robô - meu
encontro com a educação através da arte. São
Paulo: Summus, 1986.
RELPH, Edward C. As Bases Fenomenológicas
da Geografia. Geografia, vol. 4, n. 7, p. 1-25,
abr. 1979.
SAFRAIDE, Alessandro; GRATÃO, Lúcia Helena
B. Os Olhos da Mata: Caminhada Perceptiva
pelas Trilhas do Parque Estadual Mata dos
Godoy, Londrina/PR. In: MARANDOLA JR,
Eduardo; FUSCALDO, W. C. e FERREIRA, Y. N.
Geografia,
Ciência
e
Filosofia:
interdisciplinaridade
e
interface
de
conhecimento. Londrina: Edições Humanidades,
2002, p. 214-217.
SCHAMA, Simon. Paisagem e Memória. São
Paulo: Companhia das Letras, 1996.
SILVA, Carlos C. A Educação e sua Dimensão
Fenomenológica. In: PEIXOTO Adão J. (Org.)
Interações
entre
Fenomenologia
&
Educação. Campinas: Alínea, 2003, p. 77-86.
TUAN, Yi-Fu. Espaço e Lugar: A perspectiva
da experiência. (trad. Lívia de Oliveira) São
Paulo: Difel, 1983.
TUAN, Yi-Fu. Geografia Humanística. In:
CHRISTOFOLETTI,
Antônio.
(Org.)
Perspectivas da Geografia. São Paulo: DIFEL,
p. 143-164, 1982.
TUAN, Yi-Fu. Topofilia: Um Estudo da
Percepção, Atitudes e Valores do Meio
Ambiente. (trad. Lívia de Oliveira) São Paulo:
Difel, 1980.
TUAN, Yi-Fu. Topophilia or, Sudden Encounter
with Landscape. Landscape, v. 11, n. 1, p. 2932, 1961.
WHYTE, Anne V. T. La Perception de
L’Environnement:
lignes
directrices
méthodologiques pour les études sur le terrain.
Paris: UNESCO, 1978.
WRIGHT, John K. Terrae Incognitae: the place
of the imagination in Geography. Annals of
Association of American Geographers, v.
37, n. 1, p. 1-15, 1947.
XAVIER, Herbe. Contribuição de Lívia de
Oliveira para a Percepção Geográfica do
Turismo.
In:
SIMPÓSIO
NACIONAL
DE
GEOGRAFIA, PERCEPÇÃO E COGNIÇÃO DO
MEIO AMBIENTE, 1, 2005, Londrina. Anais...
Londrina: DGEO/UEL, 2005. [CD-ROM]
ZAMBONI, Silvio. A Pesquisa em Arte: um
paralelo entre arte e ciência. Campinas:
Autores Associados, 2001.
2
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
HUMANISMO EM GEOGRAFIA: DIÁLOGOS E PESQUISAS
“Londrinas” invisíveis: percorrendo cidades imaginárias
Eduardo Marandola Jr., IG/NEPO/UNICAMP
[email protected]
A cidade, como grande morada do homem contemporâneo, é fonte de sentido e de
significação, tanto através de discursos quanto de imagens. As imagens conduzem ao
imaginário, o qual vem à existência no embate das relações homem-meio. O imaginário
urbano é um substrato orgânico que, como uma seiva, alimenta e institui, juntamente
com outros elementos de outras dimensões, a cidade, a sociedade e o homem. É o
encontro das ordens empírica e imaginária, nas escalas individual e coletiva. Contudo,
sob a abstração da cidade existem infinitas cidades distintas. São as cidades vividas no
mundo imediato (experiencial) e mediato (imaginário). Cada pessoa tem sua própria
cidade, que é um fragmento da cidade objetiva, configurando-se, enquanto cidade
subjetiva, no seu espaço existencial. Mas longe de serem infinitas possibilidades que
nada têm a ver uma com a outra, estas “cidades invisíveis”, imaginárias, possuem elos
claros que ligam existência e imaginário, indivíduo e coletivo. Uma das formas de acessar
este elo é a “busca das coisas mesmas”, procurando o sentido anterior da experiência
urbana, ou seja, a forma como a cidade aparece na experiência vivida. Este caminho
envolve uma postura fenomenológico-existencialista de pesquisa de campo, através de
encontros e de uma prática de andarilho. Admite-se a fluidez sujeito-objeto, estando na
subjetividade da escolha do caminho e do percurso elementos fundamentais no
desenrolar da pesquisa e no desvelar do objeto. Neste sentido, através da arqueologia
fenomenológica empreendida numa pesquisa qualitativa, buscamos as “Londrinas”
vividas por meio de sua descrição, no sentido fenomenológico, como um cartógrafogeógrafo que procura indícios para desenhar os contornos, cores, profundidade e volume
destas cidades imaginárias. Nesta busca, vivi uma experiência da cidade, onde percorri
algumas das inúmeras “londrinas”, cidades imaginárias e vividas. O resultado são
fragmentos holográficos da cidade que descrevem a existência e a experiência urbana.
Palavras-chave: experiência urbana, imaginário urbano, Geografia Fenomenológica
Há ordem no caos: primeiras aproximações junto ao
bairro Bosque, Campinas (SP)
Fernanda Cristina de Paula, IG/NEPO/UNICAMP
[email protected]
Movimento incessante de indivíduos em um labirinto de espaço construído: esta é uma
imagem comum associada à cidade. A cidade é, mormente, retratada como espaço do
encontro do outro, espaço de ritmo frenético, norteado pela simultaneidade e
multiplicidade de eventos, pela presença de diferentes identidades sociais, culturais,
territoriais. Seria a cidade locus de uma espécie de caos? Vista de cima, a cidade
(labiríntica, agitada) pode parecer caótica. Porém, se for exercitado um olhar horizontal,
(tal como o olhar daqueles que ali vivem), é possível entrever ordem no caos. Embora
sejam intensos os movimentos de indivíduos, há sentido nos deslocamentos diários
(como, por que e para onde se mover); embora a cidade contemporânea pareça um
labirinto, há momentos de pausa no ritmo acelerado dos citadinos e há processos de
territorialização que podem transformar o labirinto em lugar. Há um fator da cidade que
esteia sua ordem (dentro do caos): o bairro. Este é local da residência e espaço passível
de ser conhecido experiencialmente (sem mediações entre o espaço e o corpo). Através
da realização de trabalhos de campo sob abordagem geográfico-humanista, buscamos o
sentido deste fenômeno dentro da cidade. Os trabalhos de campos têm o olhar
aproximado da perspectiva daqueles que vivem a urbe, através da categoria lugar. A
partir deles, buscando os movimentos geográficos diários que fundamentam o bairro,
este trabalho congrega as primeiras aproximações junto ao Bosque, em Campinas.
Movimentando questões que surgiram da pesquisa empírica, discorremos sobre os
percalços do campo e o levantamento de elementos e processos concernentes ao bairro,
1
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
tais como a constituição e o fundamento de territórios-vividos e o papel da toponímia na
compreensão do bairro. Entendendo que estes elementos podem revelar traços eidéticos
que orientam a vida na urbe, podendo dar subsídio à compreensão de que independente
da aparência caótica, há ordem na cidade.
Palavras-chave: bairro; experiência urbana; lugar
Descobrindo um lugar: uma investigação
sobre a via Anhanguera (SP)
Gabrielle Mesquita Alves Rosas, IFCH/NEPO/UNICAMP
[email protected]
Iniciar uma pesquisa em uma área desconhecida é certamente uma grande aventura.
Estar envolvido com novas leituras ao mesmo tempo em que se repensa todo
conhecimento aprendido até então exige grande esforço de nossa parte. E em meio ao
novo horizonte que se mostra, o da geografia humanista, é lançado o primeiro desafio:
conhecer um lugar que aparentemente já é conhecido. Inicia-se assim uma empreitada
em busca do descobrimento de um lugar comum a tantas pessoas, lugar que já possui
várias definições e que já é conhecido por todos. Como descobrir um lugar conhecido?
Que tipo de conhecimento é este? Apresentará ele novos significados? Estar em contato
direto com este espaço pode nos oferecer uma visão diferente da que pode ser adquirida
por meios indiretos? Em busca de respostas para estas perguntas foram feitos trabalhos
de campo de caráter exploratório como forma de construir um conhecimento espacial.
Para isso, o percorremos tentando colocar entre parênteses o conhecimento prévio que
tínhamos sobre ele em busca de um conhecimento experiencial do lugar. Neste intento,
realizamos também sua descrição a fim de que ele se revele por si mesmo. O objeto em
questão: a Anhanguera ou a SP-330. Rodovia de grande movimentação, principal ligação
entre várias cidades do interior e a capital paulista. Trecho a ser estudado: entre
Campinas e Sumaré, passagem obrigatória para muitos que se locomovem pela Região
Metropolitana de Campinas, área de grande conurbação e movimentação orgânica entre
os municípios. Que seria o lugar Anhanguera? Ou seria a Anhanguera um lugar? Este
trabalho discute os primeiros passos no processo de investigação da via Anhanguera
enquanto lugar, uma rodovia tida como importante pelo seu papel na estruturação
urbana e econômica mas que apresenta uma paisagem que apresenta significados
diferentes para aqueles que vivem nela ou por ela.
Palavras-chave: lugar, conhecimento espacial, Geografia Humanista
Literatura e Cidade: uma leitura geográfica
da obra de Ítalo Calvino
Janaina de Alencar Mota e Silva Marandola, IGCE/UNESP/RC
[email protected]
Entre os diversos caminhos que a Geografia tem trilhado, especialmente nas últimas três
décadas, temos o diálogo com outros campos do saber, como a arte e a religião. No
campo específico das manifestações artísticas, uma que tem recebido crescente atenção
é a Literatura. Neste sentido, tem aumentado a linha de investigação que se ocupa do
estudo do conteúdo geográfico de obras literárias. No Brasil, já existem importantes
trabalhos nesta direção, com diferentes perspectivas. No entanto, a maior parte deles
tem enfocado sobretudo os romances regionalistas brasileiros, que abordam
predominantemente espaços rurais. Pouco tem sido feito no sentido de se estudar a
cidade. Em vista disso, propomo-nos a pensar a cidade a partir da relação GeografiaLiteratura. Para tanto, escolhemos um autor cuja obra revela várias faces da vida
urbana: Italo Calvino. O caminho metodológico passa pelos temas tradicionalmente
abordados em leituras geográficas de obras literárias, como a paisagem e o lugar, até
temas diretamente ligados à cidade, como a produção do espaço urbano-industrial e a
problemática ambiental. A leitura vai, portanto, desde sua face neo-realista (crítica
social) à fantástica (percepção e topofilia), em busca da essência da cidade.
2
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
Palavras-chave: Geografia e Literatura, Italo Calvino, percepção do meio ambiente
Experiência e percepção ambiental do lugar:
o bairro jardim Amanda, Hortolândia (SP)
Luiz Tiago de Paula, IG/NEPO/UNICAMP
[email protected]
Lugar e paisagem são duas categorias analíticas essenciais da ciência geográfica. É
consenso, dentro do horizonte humanista, que essas categorias de análise não se
restringem a meros sentidos de localização geográfica, mas são conjuntos de variáveis
oriundos de intenções, significados e experiências humanas. Este trabalho aspira
compreender o “revelar-se” do bairro Jardim Amanda, na cidade de Hortolândia. Para
isso, o trabalho de campo, ancorado na percepção do meio ambiente, é o principal
recurso (tanto empírico, quanto metodológico) para uma construção cognitiva e
experiencial do lugar, tendo sempre como questão norteadora: “Que é isso, esse lugar?”.
Os trabalhos de campo, orientados pelo método proposto pelo inglês Pocock, em 1981,
são constituídos por três etapas: 1) o conhecimento ambiental do lugar, ou seja,
descrever o que se sente, percebe e intui ao se estar no bairro, através da experiência
direta do lugar, esforçando-se para “por entre parênteses” as concepções e os conceitos
pré-existentes sobre o bairro; 2) a representação do ambiente, por meio de desenhos e
fotos da paisagem, croquis e mapas; e 3) a descrição dos elementos qualitativos da
paisagem, assim como aqueles que, de alguma forma, prendem a atenção do observador
(os atributos materiais). Entende-se que a partir dessas atividades basais seja possível
realizar uma construção cognitiva (diante do prisma que é o lugar) entre o sujeito
cognoscente e o objeto de pesquisa. Fazendo com que o “olhar e o fazer” do pesquisador
permita-se transcender de outsider para insider e, desse modo, produzir (e
operacionalizar) a partir da experiência um conhecimento espacial do lugar.
Palavras-chave: lugar, percepção do meio ambiente, experiência ambiental
Literatura e Geografia Humanista: proposta de leitura de
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Natalia Pivesso Martins, IG/UNICAMP
[email protected]
A temática central deste trabalho se insere no estudo da relação Geografia e Literatura,
analisando, a partir de pressupostos fenomenológicos e humanistas, a obra de Machado
de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas. O autor, acometido por problemas de
saúde e preconceitos enfrentados em sua época (1839-1908), fechou-se no gabinete,
analisando a partir dali a sociedade enriquecida e fútil do Rio de Janeiro, onde traços
característicos da sua obra apresentam-se nas relações sociais e na psicologia de suas
personagens. Esta obra, publicada em 1881, é considerada marco na literatura brasileira,
mostrando grande preocupação com a interiorização dos personagens. Contudo, é
considerada também uma crônica social, que retrata a relação do indivíduo e a alta
classe burguesa da corte imperial do Rio de Janeiro em meados do século XIX (18051869). Assim, propõem-se realizar uma leitura geográfica da obra, a partir da Geografia
Humanista, pois como a Literatura, seu princípio é o espaço interior, dentro do indivíduo,
buscando na obra literária uma verdade que vem além daquela obtida pela observação,
pelo empirismo. Longe de propor-se a um psicologismo, Literatura e Geografia
Humanista visam o homem-universal, aquele de ação única que independe da variação
da região em que se situa: a própria condição humana. Esse universalismo é visto em
Memórias Póstumas de Brás Cubas, onde o autor retrata os “sentimentos” dos
personagens – independente do meio geográfico e social em que vivem – alcançando
essa universalidade. Como aproximação ao tema, este trabalho objetiva estabelecer uma
base das possibilidades de leitura geográfica de obras literárias, a partir da bibliografia
existente e da própria obra em tela.
Palavras-chave: Machado de Assis, Geografia e Literatura, Geografia Humanista
3
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
Mansões Santo Antonio: visões de um mesmo lugar
Thais Fogliarini, IG/NEPO/UNICAMP
[email protected]
Não existe homem sem lugar, e certamente o lugar é único para cada homem. É na
cidade com seu ritmo pulsante onde inúmeras relações acontecem simultaneamente,
relações do homem com seu meio, sendo esse ao mesmo tempo compartilhado
espacialmente e segregado em visões individuais de significado. Mas o que essas visões
individuais de mundo podem nos dizer a respeito da realidade? Quais aspectos se
encontram a fim de revelar um mundo incomum? É na busca desse mundo incomum ou
essência que esse estudo das Mansões Santo Antonio, bairro do município de Campinas,
é realizado. A fenomenologia nos guia a um caminho em busca dessa essência, ao
colocar entre parênteses as pré-concepções sobre os lugares, considerando as
percepções e experiências adquiridas pelo trabalho de campo, que levam o observador
de outsider a insider, podendo dessa maneira ele mesmo contribuir para o entender "que
é esse lugar?". Ao mesmo tempo é também pelas experiências individuais que se
entende o dinamismo geral do lugar. O passo seguinte nas práticas do estudo
fenomenológico é a descrição, conseguinte da observação da mesma. Para isso buscouse, no caso das Mansões Santo Antonio, a vivência prática que se pode ter do local,
percorrendo-o de várias maneiras, com os olhares possíveis e despretensiosos, deixando
com que o lugar se revele, abrindo assim inúmeras possibilidades de realizar esta
descrição a partir da visão geográfica. É evidente que não podemos conhecer todos os
olhares individuais do lugar e o resultado desse ou qualquer outro trabalho será sempre
obtido através das próprias percepções e experiências daqueles que se empenham para
sua realização. Entretanto, o esforço da pesquisa está exatamente em tentar encontrar
aonde esses olhares individuais se cruzam.
Palavras-chave: lugar, experiência, Fenomenologia
A pesquisa em campo no revelar dos significados
da paisagem do Córrego Cabrinha
Sofia Alfredo de Campos, UEL
[email protected]
O Córrego Cabrinha, tributário de primeira ordem do Ribeirão Lindóia, foi em 2004
transformado em área de lazer por meio de um projeto da Prefeitura Municipal de
Londrina que visava revitalizar a área, considerada degradada. Como espelho do projeto
de barragem do Ribeirão Cambé, que se tornou o maior espaço de lazer da população de
Londrina, o Lago Igapó, o Lago do Córrego Cabrinha vem para atender uma outra
população, não mais a da área central e sim a da porção Norte do sítio urbano de
Londrina, a população, principalmente, de um conjunto habitacional, o Violim. No âmbito
da fenomenologia essa pesquisa tem como objetivo apresentar a importância dos
encontros com as pessoas/personagens que vivem a paisagem do córrego Cabrinha. São
os encontros e as conversas proporcionadas por ele que vão revelar os significados dessa
paisagem em suas vidas. A relação do homem com o meio ambiente é carregada de
subjetividade, de sentimentos e valores, que dão significados, tanto agradáveis
(topofílicos) quanto desagradáveis (topofóbicos), às paisagens, pois cada indivíduo gera
em sua vivência uma visão de mundo única, e é essa relação que expressa a memória do
lugar nas revelações dos personagens. As conversas/encontros com os personagens do
rio revelam O Rio... o Córrego Cabrinha. Numa pesquisa caminhante guiada pela
experiência da população nessas águas é a perspectiva qualitativa que vem como
caminho a ser trilhado para que fluam as revelações sobre a vivência dos indivíduos
dentro do contexto de história de vida singular de cada um. Enfim busca-se aflorar,
dentre os múltiplos significados das águas: tormenta caos, destruição, sacrifício, virtude,
purificação, amor... quais constroem o elo afetivo que liga as pessoas/personagens ao
Lago do Córrego Cabrinha.
4
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
O prazer de aprender apreendendo – andanças de um aprendiz
que se aventura pelas “águas encantadas”
de um rio que mora no cerrado
Deyvid Fernando dos Reis, GIEG/PROGRAD/DGEO/UEL
[email protected]
Muitas têm sido as maneiras com que pesquisadores e educadores têm abordado o
ensino em Geografia. Grande parte, porém, destas formas de abordagem tem se
distanciado da sui generis deste ensinar, que é o de aproximar o homem do mundo
procurando um contato íntimo com a realidade geográfica por meio da cultura, da
religião e da arte, Entendendo esta realidade também, e principalmente, como lugar e
paisagem em seus sentidos fenomenológicos. Contrariando esta postura, muitos estudos
têm seguido por direções contrárias, distanciando o ser humano de (sua) natureza, do
seu cotidiano, de seu saber essencial, desfacelando assim, sentimentos que são
substanciais no ato de ensinar, fazendo com que o vivido e o experienciado se tornem
acidentes e não sujeitos no processo educativo. Desta forma, o sujeito (ser humano) se
torna apático diante do objeto (da realidade; do outro). O que significa que diante deste
processo toda a complexidade do ser humano é anulada, pois, o se humano é um
complexo psíquico, construída mediante seus costumes, sua cultura e religião.
Procurando seguir por uma outra direção na busca pela essência do ato de educar, é que
foi pensado este trabalho. Seguindo pelo percurso de um rio de encanto, magia e poesia,
pretende-se aqui revelar um “mundo vivido” desse rio que mora no Cerrado,
contemplado ao longo de um exercício experiencial de imagens, paisagens e personagens
de maneira a resgatar uma forma de conhecer e aprender pelo “estar no lugar”, na
intimidade do lugar. Preocupado não somente com a rigidez de termos (im)postos pela
ciência, mas, também, em mostrar de uma “forma mágica” as expressões e impressões
do que se experienciou transfigurando o ato de conhecer em um prazeroso ato de
aprender - fazer - arte. O direito de sonhar.
Palavras-chave: geografia, ensino, Fenomenologia
Paisagem e memória: o lugar-Parque Estadual Mata dos Godoy
Hugo Leonardo Marandola, UEL
[email protected]
A preservação de áreas naturais por meio de parques é uma preocupação antiga, que
remonta meados do século XVIII, culminando em 1872 com a criação do primeiro parque
nacional do mundo: Yellowstone (EUA). Desde então, há uma ampla discussão entre
ambientalistas, líderes governamentais, estudiosos e comunidades, acerca do modelo de
preservação ou conservação. No Paraná há diversas Unidades de Conservação (UCs),
como o Parque Estadual Mata dos Godoy, uma reserva natural com cerca de 600ha de
floresta estacional semidecidual, criado em 1989 em Londrina e gerenciado pelo Instituto
Ambiental do Paraná (IAP). A proposta deste trabalho é “escavar” a “memória do lugar”
que se encontra “enterrada” na paisagem; reconstituir a essência do lugar através da
memória. A Mata, antes de se tornar Parque, quando este remanescente florestal, este
“pedaço” de chão, ainda não era um remanescente; quando fazia parte de um grande
domínio florestal denominado Floresta Estacional Semidecidual, e o seu entorno começou
a ser devastado; quando uma família chegou e separou esta área para não ser
derrubada; quando a Mata “recebeu” o nome dos Godoy; quando a Mata foi cortada por
uma estrada; todo esse processo está enterrado na memória da Mata. Árvores,
animais, moradores, ar limpo, enfim, um lugar que tem uma rica memória a ser
escavada e revelada. Então, por esse caminho é que se pretende perseguir na busca
dessa memória e dessa paisagem – desse lugar de memória. Esta memória será
desvelada através de conversas com personagens que tiveram envolvimento – topofílico
ou topofóbico – com o lugar. Destas conversas, histórias e mitos poderão ser revelados,
permitindo a apreensão da essência do lugar expressa na fala das personagens. Assim, é
possível apreender as relações sensoriais, afetivas, estéticas e simbólicas, pois, é nesse
5
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
momento que as expressões faciais, o gesto, o olhar, revelam a memória da paisagem e
do lugar.
Palavras-chave: lugar, paisagem, memória
Do imaginário da natureza à geograficidade e poeticidade da
“pequena Londres” – imagens poéticas, literárias e musicais
Lúcia Helena Batista Gratão
[email protected]
Londrina tem atraído nosso olhar pelo campo da imaginação geográfica. Quando
investigamos a cidade é preciso ultrapassar a paisagem como aspecto visual para chegar
ao seu significado e valor. Por este campo de investigação, a cidade é produto da
percepção imediata e da memória. Todos os sentidos estão envolvidos e a imagem é a
composição final de todos eles. Nesta direção, busca-se revelações expressas e reveladas
nas suas imagens recuperando o significado que (re)liga a integração Homem/Paisagem.
Desta maneira, a cidade é mapeada, apresentada, re(a)presentada através de múltiplas
imagens: cartográficas, iconográficas, fotográficas, poéticas, literárias, musicais e
cinematográficas. Olhar para a cidade pode dar um prazer especial, por mais comum
que possa ser o panorama (LYNCH, 1979). Ela pode ser vista sob todas as projeções.
Neste cenário, Londrina revela-se como expressão viva da aventura de colonização das
“terras roxas” do Norte do Paraná. Hoje, suas paisagens e personagens são composições
das diferentes etapas do seu (per)curso histórico. Porém, a sua evolução não conduziu a
perda de significações na percepção dos seus moradores que consideram uma cidade
bonita, de muito verde e gostosa de se viver. Guardam e revelam sua afetividade –
geograficidade - por esta “terra” de onde brotou a “Pequena Londres”. Homem e
paisagens geográficas são inseparáveis e revelam interações profundas de pensamentos
e sentimentos e, dimensões estéticas. Londrina é expressão viva destas manifestações
internas e externas reveladas através das experiências idas/vividas dos seus moradores.
Interações que revelam paisagens agradáveis e valorizadas. Londrina aqui
(re)apresentada não é um espaço “fechado” mas um campo “aberto” que permite
vislumbrar as mais diferentes imagens e os mais variados imaginários. Cores, sons,
cheiros da natureza e o pulsar humano. Sentidos que nos remetem à imaginação e
sentimento de lugar que guarda memórias dos “pés vermelhos”; saberes & sabores do
lugar; geograficidade e poeticidade na literatura e na música.
6
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
ROTEIRO DE CAMPO
Histórico de formação da cidade
Londrina foi colonizada em meados do século XX, a penetração em direção ao
norte paranaense foi feita por estrada, um sistema ainda rústico (picadas, aberturas na
mata), o transporte ferroviário chegou depois. Em 1934 é elevada a município e no ano
seguinte chega o primeiro trem, o que propicia o crescimento da cidade. A ferrovia é
importante, porque é ela quem vai articular, dar acessibilidade.
Com a economia fundamentada primeiramente na produção de café e
posteriormente na de soja/trigo é intensa a migração rural-rural, gerando o crescimento
populacional e espacial da cidade de Londrina ocorrendo uma concentração e um
fortalecimento das atividades comerciais e prestadoras de serviços, aumentando a
importância dessas atividades, atraindo pessoas de toda a região, de um raio de
aproximadamente 200 km fazendo de Londrina um centro que concentrava
estabelecimentos que a colocaram como significativa para toda o Norte do Paraná
(SILVA, 2003).
Esse crescimento se deu muitas vezes sem planejamento e com descaso aos
elementos naturais, o que repercutiu na qualidade de vida da população, principalmente
a mais carente. Pois “com o crescimento da população e o desenvolvimento tecnológico,
a apropriação dos recursos naturais é cada vez maior bem como a interferência do
homem nos ambientes naturais” (VIZINTIN, 1998, p. 3).
Assim a cidade de Londrina vai perdendo gradativamente seus espaços verdes
devido ao rápido processo de urbanização. Com isso, surge os projetos de revitalização
de espaços, como o do Lago Igapó, do Lago do Cabrinha e do Lago Norte, que são
ambientes criados para lazer da população.
Da mata ao Lago
O Parque Estadual Mata dos Godoy é localizado a 14 km da cidade de
Londrina. A PR-538, que dá acesso a quatro pequenos distritos (Espírito Santo, Regina,
São Luis e Guaravera), é o trajeto que leva a cidade. É uma área com intensa atividade
agropecuária, tendo os distritos como pequenos centros com escolas e pequena atividade
comercial voltada ao campo.
Tanto a estrada como os distritos datam da colonização de Londrina,
mantendo traços daquela época. Porém, a partir da construção do Catuaí Shopping
Center (1990), localizado na saída da cidade em direção aos distritos, houve uma grande
mudança dessa porção da cidade.
Hoje, observamos, junto ao shopping, inúmeros condomínios horizontais
luxuosos e algumas universidades. Esse novo padrão de moradia transformou algumas
das propriedades rurais da PR-538 em áreas de lazer. Além disso, um roteiro
gastronômico se desenvolve na região, com restaurantes rurais por todo trajeto até a vila
Regina.
Igapó
O Lago Igapó é uma área de lazer da cidade com espaço para recreação,
turismo, embelezamento, preservação. Foi criado em Londrina em 10 de dezembro de
1959, dia do Jubileu de Prata da cidade, através do represamento do Ribeirão
Cambezinho, na gestão de Antonio Sobrinho, como uma solução para o problema da
drenagem, dificultada por uma barragem natural de pedra. Inicialmente pensou-se em
dinamitar a barragem, mas prevaleceu a idéia de formar um lago.
O nome Igapó vem da língua tupi, que significa transvazamento de rios. O
projeto de urbanização do lago foi feito em 1970, quando se iniciou a construção de
calçadas e a plantação de árvores ao redor do lago.
7
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
Após um período de certo abandono, foi elaborado um projeto de revitalização
do Lago, na gestão de Dalton Paranaguá. Foram construídos o Zerão (Área de Lazer Luigi
Borguesi) e Centro Social Urbano. O projeto, de Burle Marx, incluía um jardim com 187
espécies de plantas nativas.
É um local de lazer, que além da represa, propicia a prática de esportes
náuticos. Possui uma vasta área urbanizada com piscinas, pistas de aeromodelismo e
foto clube.
Em 1996, o lago foi esvaziado, limpo e teve suas margens revitalizadas,
ganhando ciclovia, o Teatro do Lago, jardins e chafariz.
Como projeto de lazer o Lago Igapó surge para sanar problemas de infraestrutura e revitalização de espaços sociais que faltam na cidade de Londrina devido o
seu crescimento
Lago Norte
O Lago Igapó acolhe muitas pessoas durante a semana e ainda mais nos
finais de semana, no entanto os freqüentadores são restritos tanto pela localização
quanto pelo preço das mensalidades dos clubes que oferecem vários tipos de lazer em
suas águas. Assim como espelho do projeto Lago Igapó surge o Lago Norte e o Lago
Cabrinha, situado na porção norte do sítio urbano de Londrina, satisfazendo as
necessidades lazer de pessoas que não tinham condições de freqüentar o Lago Igapó.
Cinco Conjuntos, Saul Elkind e Dixie Toga
A avenida Saul Elkind é uma área de subcentro. Essas novas centralidades se
formam apresentando serviços e equipamentos, em menor escala que a do centro, mas
que podem atender as necessidade locais de certa população. Os subcentros são áreas
de expansão do Centro Principal da cidade, podendo ser, áreas especializadas em
determinadas funções ou desdobramentos do Centro Principal e ainda os shoppings
centers. Estes complementam a importância do Centro Principal mononuclear, redefinem
a centralidade expressa no espaço urbano, e amplia as diferenças existentes neste
espaço, contribuindo com a segregação espacial, ou seja, para a eliminação das relações
entre as pessoas de áreas com diferentes padrões sócio-econômicos. (SILVA, 2003)
A descentralização das cidades de Londrina se deu pelo processo de
“suburbanização” (LEFEBVRE,2001), da criação dos Cinco conjuntos. A atuação da Cohab
em Londrina, começa nos anos 1970, com a construção de conjuntos de casas populares
para suprir essa demanda de moradia. A política habitacional comandada pelo poder
público oferecia moradia à população com menor poder aquisitivo, gerando um
crescimento da malha urbana em todas as direções e por meio da estratégia de
localização dos conjuntos habitacionais distantes do centro. Entre 1970 e 1980 foram
construídos 32 conjuntos habitacionais, sendo 12 deles na região Norte (área que se
localiza ao Norte da Avenida Brasília há aproximadamente 7 Km do Centro), a principal
avenida da região, também conhecida como Cinco Conjuntos, nome que advém dos cinco
primeiros conjuntos: Ruy Virmont Carnasciale, Milton Gavetti, Parigot de Souza I e II,
João Paz e Semiramis B. Braga, é a Avenida Saul Elkind.
Os estabelecimentos comerciais de início eram pequenos e precários, faziamse “puxadinhos” na frente da casa onde montavam os estabelecimentos. Com a melhora
das condições de consumos da população as famílias passam a melhorar as condições de
moradia, gerando uma demanda de consumo que exigia melhoramento no comércio,
assim os puxadinhos são melhorados começando a surgir lojas de móveis para casa,
bares, lojas de artesanato, depósito de material de construção, mercearias, etc., ou seja,
maior densidade dos estabelecimentos comerciais.
Na década de 1980 a região dos Cinco Conjuntos já tinha conseguido
melhorar a infra-estrutura e que o transporte urbano chegasse até lá, tudo através das
associações de bairro o que atraiu uma fração da classe média para essa área. O
processo de alteração social ocorreu apenas nos conjuntos localizados nas proximidades
8
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
da Avenida Saul Elkind. Iniciou-se um investimento de filiais de importantes
estabelecimentos comercias e prestadores de serviços, localizados no centro de Londrina,
tornando-se mais que uma rua comercial para ser um sub-centro concretizando o
processo de descentralização.
Ou seja, houve primeiramente uma mudança no poder de consumo, de
compra da população que exigiu a melhoria dos estabelecimentos comerciais e
proporcionou a vinda das filiais para a região e criação do sub-centro.
Parada na Dixie Toga para observar a cidade a Dixie se encontra numa cidade
industrial de localização privilegiada (Av. Angelina Ricci Vezozzo - Cidade Industrial). Está
no limite da cidade, numa região de grande espaço. A área tem acesso a Rodovia 369
que leva a São Paulo, tem a Dez de Dezembro que segue para o Porto de Paranaguá e
está no Centro-Sul brasileiro, próximos do Mercado Consumidor, o Mercosul.
A Dixie Toga nasceu em Julho de 1995, resultado da união de duas grandes
empresas de embalagens: A Dixie Lalekla que deu início à sua história em 1945 e era
considerada uma das melhores do Brasil na produção de potes para margarinas, iogurtes
e descartáveis; e a Toga de capital nacional, uma das maiores fabricantes de embalagens
flexíveis e semi-rígidas da América Latina, fundada em 1935. Coma fusão torna-se uma
das maiores fabricantes de embalagens da América Latina.
Lago Cabrinha
O Lago do Cabrinha foi construído pela Prefeitura de Londrina no fim de 2004.
Esta é uma nova área de lazer da porção norte do sítio urbano da cidade, tendo em vista
a ausência de uma infra-estrutura desta natureza que pudesse atender às necessidades
de convívio dos moradores desta área habitacional. Seus freqüentadores são em grande
maioria moradores do Conjunto Habitacional Violim.
Centro
A formação da área central de Londrina foi lenta antes da chegada da
ferrovia. Tudo começou ao mesmo tempo: cidade, a derrubada da mata e a formação de
sua área central, que só se concretiza no final dos anos 40 e início dos anos 50. No final
da década de 1950 fica pronta a sede rodoviária de Londrina, onde hoje é o Museu de
Artes (1980), formando um eixo de transporte com a ferrovia.
O Centro Principal de Londrina é responsável pela articulação interna e
externa da cidade até a década de 1980 e, por ter desenvolvido o setor de serviços, era
o lugar onde todos os moradores passavam, pois possuíam o mesmo acesso, mesmo
sem possuírem as mesmas condições de consumo, o mesmo poder aquisitivo. (SILVA,
2003)
Algumas construções serviram para reforçar a centralidade do Centro Principal
de Londrina como: a construção da nova Igreja no mesmo local da anterior; o
“calçadão”, construído na década de 1980, com diversos estabelecimentos que atendiam
as variáveis demanda sociais de consumo em escala regional. (SILVA, 2003)
O Centro Principal de Londrina foi a região onde as famílias de poder
passaram a construir suas residências, de elevado padrão, valorizando a área. O que
sobrepõe às funções comerciais e de serviços à de moradia das classes de poder
aquisitivo elevado, reforçando a centralidade de caráter único, porém, seletiva e
excludente.
No apogeu da economia cafeeira, a classe dominante mudou-se para áreas
mais distantes, transformando suas antigas ocupações em estabelecimentos comerciais
e/ou prestadores de serviços, diversificando o padrão central. (SILVA, 2003)
9
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
Museu
Nas palavras de Tuan, a Geografia Humanística procura um entendimento do
mundo humano através do estudo das relações das pessoas com a natureza, do seu
comportamento geográfico bem como dos seus sentimentos e idéias do espaço e do
lugar. É neste sentido que a visita ao Museu histórico de Londrina torna-se
imprescindível, revelando aos caminhantes que lugar é este, quem foram os
personagens, as peculiaridades desta paisagem, o povo que aqui criou vínculos e
construiu uma cidade: Londrina.
A função do museu é desenvolver ações de resgate, preservação e divulgação
do patrimônio cultural de Londrina e região, procurando tornar visível a trajetória
histórica de sua sociedade; em Tuan a história não é somente a passagem dos
acontecimentos, mas a sua reconstrução consciente na memória do grupo para as
finalidades correntes, assim definida, a História exerce um papel essencial no sentido
humano de territorialidade e lugar.
O Museu Histórico de Londrina foi inaugurado em 18 de setembro de 1970, na
antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Londrina e a partir de 1974 tornou-se
órgão suplementar da Universidade Estadual de Londrina, vinculado academicamente ao
Centro de Letras e Ciências Humanas. Desde 10 de dezembro de 1986, ocupa o prédio
da antiga Estação Ferroviária de Londrina, que por suas linhas arquitetônicas constitui-se
em marco histórico da origem inglesa da colonização de Londrina e do Norte Novo do
Paraná.
10
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
ROTEIRO DE CAMPO
11
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
LOCALIZAÇÃO DO LAGO DO CABRINHA
12
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
DESTAQUE PARA O LAGO DO CABRINHA
13
II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo
09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná
Bibliografia
ARCHELA, Rosely Sampaio. Comunicação cartográfica com a utilização do philcarto: Um estudo do
acesso
do
lazer
em
londrina
–pr.
Monografias,
2004.
In:
http://br.monografias.com/trabalhos/comunicacao-cartografica-utilizacao-philcartolondrina/comunicacao-cartografica-utilizacao-philcarto-londrina.shtml. acesso em 24/08/2007.
BIENENSTEIN, Glauco. Shopping Center: o fenômeno e sua essência capitalista. Rio de Janeiro:
GEOgraphia, a.3, n. 6, 2001.
CAMBIAGHI, Salette Magdalena. O povoamento do Norte do Paraná. São Paulo; anais da AGB,
vol VI, 1954.
Clark, David. Introdução à geografia urbana. 2ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço Urbano. 4ed. São Paulo: Afiliad, 2003.
GEORGE, Pierre. Geografia urbana. São Paulo: Difel, 1983.
LEFEBVRE, Henry. O direito à cidade. Tradução Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro,
2001.
O’NEILL, Maria Mônica Vieira. Condomínio exclusivo: um estudo de casos. Rio de Janeiro: R.
bras. Geogr., 48 (1): 63-81, jan./mar. 1986.
PRANDINI, Neyde. Aspectos da Geografia Urbana de Londrina. São Paulo; anais da AGB, vol
VI, 1954.
RIBEIRO, Eloísa Ramos. Avaliação ou impactos ambientais em assentamentos urbanos de
interesse social. São Carlos: Universidade federal de São Carlos, 1998. Dissertação de Mestrado.
SANTOS, Andréia Rodrigues dos. A feira livre da Avenida Saul Elkind. Londrina: UEL, 2004.
Monografia de Bacharelado.
SANTOS, Milton. Manual de geografia urbana. São Paulo: Hucitec, 1981.
SERRA, Geraldo. O espaço natural e a forma urbana. São Paulo: Nobel, 1987.
SILVA, William Ribeiro da. A formação do centro principal de Londrina e o estudo da
centralidade urbana. Londrina: Revista eletrônica, v. 10, n. 2, jul/dez, 2003.
SPOSITO, Eliseu Savério, org. Produção do espaço e redefinições regionais: a construção de
uma temática. Presidente Prudente: UNESP/ FCT/ GAsPERR, 2005.
SPOSITO, Maria Encarnação Beltão. Capitalismo e Urbanização. 2ed. São Paulo: Contexto,
1989.
Sites relacionados
www.carroantigo.com/portugues/conteudo/clube_cidade.htm
www.dixietoga.com.br
www.londrina.pr.gov.br
www.schindler.com
www.uel.br/museu/
14
Download