TIQUATIRA TERRENOS DE PROVISÃO

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TIQUATIRA
A extensa área livre que acompanha a Av. Águia de Haia apresenta grande potencial para se tornar um parque urbano com
alcance para toda a região, dada sua proximidade com estações de ônibus e metrô e a forte presença de ZEIS no entorno. O
córrego Ponte Rasa, que atravessa toda a área, está poluído e sem tratamento adequado das margens, com áreas de alagamento e ocupação informal ao longo do curso. Parte significativa da área livre contígua ao córrego pertence hoje à Petrobrás,
delimitando uma zona de proteção de um oleoduto, fator que limitou outras ocupações. Duas favelas ocupam hoje a região,
a Favela Agreste de Tabaiana, que de acordo com as diretrizes da SEHAB, será integralmente removida, e a Favela FATEC, que
terá remoção em torno de 20% das unidades habitacionais.
A proximidade da cabeceira do córrego e o tamanho reduzido da microbacia viabilizam a limpeza da água e abrem possibilidades interessantes para o desenho desse futuro parque. Para o desenvolvimento da proposta, contou-se com a consultoria
de equipe especializada em projetos de drenagem urbana em São Paulo.
A partir da retificação do traçado do córrego e da construção do leito em concreto pré-moldado, as margens do córrego serão
limitadas por muros de gabião, definindo porções alagáveis do parque para evitar as recorrentes alagamentos da região, especialmente nas áreas hoje ocupadas por favelas. Além dessa função ligada ao sistema de drenagem, essas áreas rebaixadas
podem ter usos de lazer. A revisão rede de esgoto dessa pequena microbacia, devidamente conectada ao tronco coletor (indicado na implantação) e a nova rede de microdrenagem garantem águas limpas no Córrego da Ponte Rasa. Assim, campos
esportivos e jardins arborizados (com plantiu de jenipapos e ingás ou outras espécies resistentes ao alagamento), podem estar integralmente contectadas às áreas mais elevadas (arborizadas ou pavimentadas), conformando um extenso parque linear.
As moradias que hoje estão mais próximos do córrego serão prioritários na ação de remoção na Favela FATEC. Optou-se por
remover uma estreita faixa da favela que está no alinhamento da calçada da Av. Águia de Haia: são residências “debruçadas”
na avenida de grande movimento. Aí foi implantado um edifício de cinco pavimentos, com o térreo livre, que garante um afastamento da favela em relação a via, sem escondê-la ou oprimi-la. O novo edifício permite abrigar no local parte da população
que precisou ser removida, cerca de cinquenta famílias. As demais serão transferidas para as áreas de provisão, ou, após a
devida análise e projeto da as ZEIS do entorno, transferidas para áreas vizinhas.
Outras ações fundamentais para reorganizar a comunidade incluem a abertura de uma rua que alcance os fundos da favela,
abertura das vielas que terminam em becos, abertura de pequenos vazios nos miolos mais densos e insalubres e a construção
de uma pequena praça aproveitando a encosta arborizada. Esse miolo da favela deixa de ser um fundo, e ganha uma frente para
a cidade, para espaços públicos qualificados, buscando ao mesmo tempo evitar uma nova expansão da favela
sobre a borda do córrego.
A proposta demonstra flexibilidade indicando a possibilidade de, num cenário futuro, remover integralmente a favela e ocupar
também a frente da quadra esportiva, garantindo a qualificação da Av. Águia de Haia em toda essa faixa, com comércio no térreo
e habitação nos demais pavimentos, na tentativa de definir um padrão de urbanização a esse importante eixo estruturador da
região (característica que já se observa num longo trecho ao sul dessa gleba).
O desenvolvimento do projeto garante, após analise da equipe, que o projeto de urbanização e infra-estrutura de Tiquatira, bem
como os projetos para as 3 áreas de provisão atendem à previsão orçamentaria definida pelo concurso.
TERRENOS DE PROVISÃO
O ponto de partida para o desenho dos conjuntos das áreas de provisão foi o adensamento e a otimização do uso da terra,
sempre se aproximando do limite legal do coeficiente de aproveitamento.
O uso de tipologias diversas (torres, blocos e lâminas) e distintos sistemas de circulação permitiu o enfrentamento de todos os
lotes de forma equilibrada e eficiente. A maior parte das unidades independe do uso do elevador, e quando este equipamento
é empregado, busca-se aumentar o potencial de seu uso. Essa associação de tipologias de edifícios permite construir espaços
com identidade, referência e qualidade. Nesse sentido, os espaços livres são cuidadosamente desenhados e as unidades habitacionais equipadas com áreas verdes, passeios, bancos, brinquedos, tanques de areia, quadras esportivas e pistas para bicicleta,
skate e patinação. A articulação entre a rua e os espaços públicos do entorno é uma das premissas dos projetos, com desenhos
de calçadas amplas e áreas comerciais voltadas ao passeio público.
As unidades organizam-se sempre ao redor da sala, espaço que atravessa a planta e garante duas faces de insolação e ventilação cruzada. O uso de balcões permite atenuar o ganho de calor no verão, proteger os caixilhos e ampliar o espaço reduzido
das unidades. Algumas unidades têm áreas de serviço associadas aos balcões, recuperando uma idéia de quintal. A modulação
das unidades busca facilitar processos industrializados de construção, e foi feita para permitir adaptações para unidades com
“desenho universal”.
Parque Tiquatira nos períodos de altos
índices pluviométricos
A conformação da bacia e a proximidade
da cabeceira permitem considerar a
limpeza do córrego
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1
moradias da favela
FATEC a serem
removidas
praça
moradias da favela
FATEC a serem
removidas
C.E.E.T.E.P.S.
favela Agreste de Itabaiana
(a ser integralmente removida)
2
3
topografia
hidrografia
microbacia
oleoduto
transporte público
1 - Terminal A.E. Carvalho
2 - Metrô Artur Alvim
3 - Metrô Corinthians-Itaquera
uso habitacional
Z.E.I.S.
limite sub prefeitura
1. moradias próximas ao
córrego são prioritárias na
ação de remoção
hidrografia
via
proposta
estacionamento
ciclovia
córrego
ponte rasa
parque
contenção do talude
praça
2. moradias sem infra estrutura 4. Vazio inclui hoje as margens do córrego e a faixa da petrobrás. Área de grande
mínima, estão sujeitas a
potencial de transformação, hoje em parte limitada por fundos de lote, pela
poluição do córrego e pela ocupação informal
alagamentos
3. moradias lindeiras à Av.
Águia de Haia, avançam sobre
o passeio
favela FATEC
praça interna
favela FATEC
SITUAÇÃO E REMOÇÃO
edifícios habitacionais
Av. Águia de Haia
praça
campo de futebol
existente
C.E.E.T.E.P.S.
ciclovia
travessia
área de
alagamento
nova via lindeira
ao córrego
área de
alagamento
travessia
PROPOSTA
CORTE
arborização proposta
nova praça
nível máximo
de água
canal de base
travessia proposta
faixa petrobrás
edifícios habitacionais
edifícios habitacionais
C.E.E.T.E.P.S.
leito maior
novo viário que
delimita o parque
CORTE
campo de futebol
relocado
parque proposto
FLEXIBILIDADE DA PROPOSTA
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