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Faculdade Santa Emília de Rodat
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ORIENTAÇÃO
PREVENTIVA DA OSTEOPOROSE EM MULHERES NA
PÓS-MENOPAUSA
QUALIDADE E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO
EM UTI
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
ISSN 2177-9082
Saúde
Sumário
Artigo 01
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA
ORIENTAÇÃO PREVENTIVA DA
OSTEOPOROSE EM MULHERES NA
PÓS-MENOPAUSA
PAG. 04
Artigo 02
Artigo 03
QUALIDADE E HUMANIZAÇÃO NO
ATENDIMENTO EM UTI
PAG. 09
PREVENÇÃO E CONTROLE DA
HEMORRAGIA EM CIRURGIA
ORAL MENOR
PAG. 16
Artigo 04
CÂNCER DE PRÓSTATA: UM INIMIGO
SILENCIOSO, QUE REQUER
DIAGNÓSTICO PRECOCE
PAG. 22
Editorial
Direção Administrativa
a
A área de saúde possui uma exigência muito grande
no que se refere a constante capacitação, principalmente
no atual panorama do Brasil, onde o profissional deve ter
capacidade de agir nas mais variadas áreas, desde a clínica
e diagnóstico, passando pela emergência e urgência,
cirurgia e também administração. O conhecimento nas
diversas especialidades garante ao profissional uma
melhor colocação no mercado de trabalho. Por esta razão
esta revista busca trazer os mais variados assuntos, no
interesse de facilitar o acesso dos estudantes e
profissionais das mais diversas áreas de saúde, ao que
existe de mais recente e os assuntos reemergentes de
interesse. A equipe da InSaúde espera que vocês leitores
aproveitem nossa contribuição em seu conhecimento.
Boa leitura.
Prof Ms Pedro Marcos Carneiro da Cunha Filho
Prof Maria da Glória Uchôa dos Santos
Enfermagem
Mestra em Administração Sanitária e
Hospitalar (Suficiência Investigatória - UNEX
Espanha)
a
Prof Ana Cristina de Oliveira Borba Paulino
Administração
Mestra em Administração Sanitária e
Hospitalar (Suficiência Investigatória - UNEX
Espanha)
a
Prof Maria Zilene Mendonça do Prado
Enfermagem
Mestra em Enfermagem – UFRJ
Coordenação Técnica
o
Prof Pedro Marcos Carneiro da Cunha Filho
Zootecnia – Mestre
Corpo Editorial
Ana Flávia de Oliveira Borba Coutinho
Cíntia Bezerra Almeida
Elry Medeiros Vieira Neto
Fernandes Antônio Brasileiro Rodrigues
Glaydes Nely Sousa da Silva
Gustavo Gomes Agripino
Ideltônio José Feitosa Barbosa
Isabela Albuquerque Passos
Jaqueline Oliveira de Paiva Ferreira
José Carlos da Silva
Luciana Teles Carneiro
Maria Carmen de Araújo Melo Jardim
Maria Clemilde de Sousa
Maria de Fátima Gabino Siqueira
Maria de Fátima de Oliveira Coutinho
Maria do Carmo Braga Alvariza
Maria Eliane de Araújo Moreira
Marinei Grotta
Rovênia Maria de Oliveira Toscano
Wilma Dias Fontes
Projeto Gráfico
Gleryston Farias
Artigo 01
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ORIENTAÇÃO PREVENTIVA DA
OSTEOPOROSE EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA
The role of the nurse in preventive orientation of osteoporosis in
postmenopausal
FERREIRA, A. F.¹; LIRA, C.C.B.²; DANTAS,E.X ³; FREITAS,F.Y.S.³;
¹ Docente de Enfermagem do centro Universitário de João Pessoa
([email protected]).
² Discentes do Curso de Graduação em Enfermagem FAZER
([email protected];
[email protected]).
³ Docente da disciplina de Clínica Médica da FASER
([email protected]).
RESUMO
A osteoporose é um estado patológico que pode iniciar-se por uma variedade de distúrbios da homeostase do
esqueleto. Caracteriza-se por uma massa óssea diminuída, mas que se encontra adequadamente mineralizada, com
diminuição da resistência óssea e predisposição a fraturas. Esse estudo tem como objetivo identificar o papel do
enfermeiro na assistência de enfermagem quanto à prevenção da Osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Tratase de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem descritiva, analisados através de livros e artigos relacionados ao tema
em questão, no período do mês de março e abril do corrente ano. Obteve-se que as orientações realizadas pelo
enfermeiro às pacientes com intuito de prevenir a menopausa são: importância da prática do exercício físico, exposição
diária ao sol, dieta rica em vitamina D e Cálcio, bem como evitar o consumo de alimentos que proporcionem a perda de
cálcio. Compreendeu-se que o enfermeiro tem papel fundamental na prevenção da osteoporose em mulheres na pósmenopausa, e que tal papel pode ser operacionalizado por meio da orientação sobre hábitos saudáveis que visem
proteger o arcabouço ósseo.
Palavras-chaves: Assistência de Enfermagem, Osteoporose, Menopausa.
ABSTRACT
Osteoporosis is a pathological state may be initiated by a variety of disorders ofskeletal homeostasis. It is characterized
by a decreased bone mass, but that is adequately mineralized with decreased bone strength and predisposition to
fractures. This study aims to identify the role of nurses in nursing care for the prevention of osteoporosis in
postmenopausal women. It is a literature search, descriptive approach, analyzed in books and articles related to the
theme, the period of March and April of this year. It was found that the guidelines made ​by nurses to patients in order to
prevent menopause are: the importance of physical exercise, daily exposure to sun, diet rich in vitamin D and calcium as
well as avoiding the consumption of foods that provide the loss calcium. It was understood that the nurse has a
fundamental role in preventing osteoporosis inpostmenopausal women, and that role can be operationalized through
the guidance on healthy habits that aim to protect the bone framework.
Keywords: Nursing Care, Osteoporosis, Menopause.
04
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
Introdução
A osteoporose pode ser definida como a redução da massa do osso mineralizado a um nível suficiente para
torná-lo frágil e vulnerável a fraturas ¹.
Anatomicamente há redução da espessura e da porosidade cortical, redução do número e do tamanho das
trabéculas do osso esponjoso e alargamento dos espaços medulares ².
A osteoporose é a doença metabólica mais comum e a principal causa de fraturas por fragilidade esquelética,
pelo que é mundialmente considerada um dos principais problemas de saúde pública ².
Caracteriza-se por ser uma patologia crônica multifatorial que afeta os idosos e está relacionado ao
envelhecimento, atingindo na maioria das vezes as mulheres na pós-menopausa, devido às alterações hormonais ³.
Com a deficiência estrogênica, o desequilíbrio no circuito de remodelação óssea é visível, uma vez que os
osteoblastos, apesar de ativos, não são capazes de reconstruir completamente as cavidades ósseas reabsorvidas
intensamente pelos osteoclastos, sequenciando uma perda excessiva de massa óssea ².
Dados do IBGE apontam que no ano de 2025 a população idosa no Brasil possa chagar a cerca de 32 milhões, o
que coloca o Brasil na sexta posição do ranking das nações mais velhas do mundo 4.
A incidência da osteoporose deve crescer diretamente proporcional ao envelhecimento da população 5.
As medidas preventivas constituem a ferramenta mais eficiente no combate da osteoporose 6.
Segundo o artigo 14° da resolução COFEN número 160, é dever do enfermeiro Aprimorar os conhecimentos
técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão
7
.
No contesto acima fica claro que a osteoporose é tema de grande importância para a saúde pública, em especial
para as mulheres que possuem fisiologicamente uma predisposição ao desenvolvimento dessa doença. Embasado em
tal importância dada a tal doença bem como na afirmação que o profissional enfermeiro tem por dever aprofundar seu
conhecimento em benefício da atenuação dos problemas de saúde pública, resolveu-se elaborar o seguinte problema
para pesquisa: Quais as ações do enfermeiro que favoreceriam na prevenção da osteoporose em mulheres na pósmenopausa?
Esperamos que esse trabalho seja proveitoso para todos os leitores e em especial aos profissionais de
enfermagem, para que possam prestar uma assistência voltada para a prevenção da osteoporose, baseada em
princípios científicos.
Objetivo
Esse estudo tem por objetivo identificar na literatura as ações preventivas do enfermeiro que possam prevenir a
osteoporose em mulheres que atravessam a menopausa.
Metodologia
Esse trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa do tipo bibliográfica, de característica exploratória
descritiva. Entende-se por pesquisa bibliográfica descritiva, a pesquisa que é desenvolvida com base em material já
05
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, e que tem como objetivo primordial a descrição das
características de determinadas populações ou fenômenos 8.
A pesquisa foi realizada na biblioteca João Paulo II da faculdade Santa Emília de Rodat (FASER), localizada em João
Pessoa Paraíba. Também foram utilizados artigos científicos disponíveis no meio virtual: Scielo, Bireme, entre outros.
A pesquisa foi executada entre as datas de 10 de maio a 18 de agosto do corrente ano, durante esse tempo buscouse informações relevantes a respeito da resolução do problema proposto, e dentre elas as mais relevantes encontram-se
referenciadas nesse trabalho.
Discussão
Após a menopausa, devido à redução dos estrógenos, algumas mulheres passam a perder massa óssea acima de
1% ao ano, sendo que algumas chegam a perder 5% e, no final de cinco anos, estão com perda superior a 25%,
6
caracterizando a osteoporose pós-menopausa .
O mais importante no curso da osteoporose é sua prevenção, sendo a orientação sem dúvida uma grande arma
para diminuição da incidência dessa doença na população 9.
A prevenção da osteoporose se inicia já na infância e compreende um ambiente e hábitos que assegurem o
alcance de um alto pico de massa óssea na juventude e sua posterior conservação 3.
FONTE: Escola Secundária de Latino Coelho
A identificação de fatores de risco é de grande importância na avaliação das mulheres em relação à osteoporose,
no intuito de avaliar-se a maior predisposição à doença 6.
06
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
Os fatores de risco para osteoporose podem estar relacionados com baixa densidade óssea, sexo feminino, idade
avançada, deficiência estrogênica, raça branca, alimentação pobre em cálcio e vitamina D, baixo peso, história familiar de
10
osteoporose, fumo e história de fratura prévia .
Na prevenção da osteoporose as medidas tomadas visam favorecem a absorção do cálcio, bem como evitar a sua
11
perda, pois esse mineral é o predominante na composição do tecido ósseo .
A vitamina D é o co-fator que facilita a absorção intestinal e a reabsorção renal de cálcio. Uma exposição solar de
mãos, braços e face por 10 a 15 minutos, duas a três vezes por semana é suficiente para satisfazer as necessidades
3
corporais de vitamina D .
As fontes alimentares de ergocalciferol vitamina D incluem ovos, óleo de peixe, manteiga, leite e cereais
11
enriquecidos de vitamina D, manteiga, salmão e fígado .
O consumo de alimentos que possuem a cafeína em sua composição (café, chá-mate e preto, chimarrão,
12
refrigerantes – principalmente as colas, entre outros), aumentam a excreção renal de cálcio, devendo ser evitados .
A prática regular de exercícios, principalmente com a presença de impacto sobre o esqueleto, tem mostrado
5
através de vários estudos estimular a formação e retardar a perda de massa óssea .
FONTE: Luana Training
Conclusão
A partir dos dados analisados é possível concluir que as medidas preventivas do enfermeiro para a prevenção da
osteoporose em mulheres na pós-menopausa é bastante ampla e diversificada. Contudo, todas decorrem de práticas
saudáveis dispensadas ao longo da vida, tendo em foco em: alimentação saudável, a não exposição aos fatores de risco,
bem como práticas regulares de exercícios físicos.
Entendeu-se ainda que as ações de prevenção são bem didáticas, cabendo principalmente ao profissional
enfermeiro o conhecimento de tais medidas, bem como a transmissão de tais conhecimentos para as mulheres que
passam por essa fase de tamanho desarranjo fisiológico para o corpo e principalmente para os ossos, que é a menopausa.
Observou-se que essas medidas simples podem minimizar os efeitos dessa morbidade, crônica e tão incapacitante
que cada vez mais, devido ao aumento da expectativa de vida, será um forte entrave na promoção da saúde da
coletividade.
07
Referências
1.
GUIMARÃES, Fátima. Osteoporose, Década do Osso. Caderno Ciência e Saúde. Jornal O Povo 12/03/2006.
Disponível em: http://www.opovo.com.br. Acesso em: 20 Jul 2011.
2.
BOGLIOLO, L. Bogliolo patologia / editor: Geraldo Brasileiro Filho. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
3.
WENDER, M. C. O. Osteoporose na pós-menopausa. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br. Acesso em:
14 ago 2011.
4.
IBGE. População brasileira envelhece em ritmo acelerado. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em:
16 Jun 2011.
5.
KARAM, F.C et al. Esporte como prevenção de osteoporose : um estudo de massa óssea de mulheres pósmenopáusicas que foram atletas de voleibol. Ver Brás Méd Esporte. Vol 5, n° 3: 200.
6.
RUSSO. L.A.T. Osteoporose pós-menopausa: opções terapêuticas. Arq Brás Endicrinol Metab. Vol 45, n° 4: 2001.
7.
BRASIL. Código de ética dos profissionais de enfermagem. Disponível em:
http://site.portalcofen.gov.br/node/4158. Acesso em: 08 Jun 2011.
8.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
9.
WANNMACHER, L. Manejo racional da osteoporose: onde está o real benefício. Vol. 1, n° 7. Brasília: BVS, 2004.
10.
PONTES, L.M et al. Fatores de risco para osteoporose em idosas autônomas: impacto de sessões de ginástica
localizada e aeróbiana na densidade mineral óssea. Pg 69. CONAFF: 2008.
11.
RADOMINSK, et al. Osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Disponível em: http://www.febrasgo.org.br.
Acesso em: 21 jun 2011.
12.
08
VALENZI, M. Receitas para prevenir a osteoporose. São Paulo: Marco Zero, 2004.
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
Artigo 02
QUALIDADE E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO EM UTI
Quality and Humanization of the Care in the ICU
Almeida. M.L.F.1 Formiga.F.N.2
1. Enfermeira, Especialista em Gestão Hospitalar e Serviços de
Saúde pela UFPB, Bacharel em Administração Hospitalar pelo IESP
([email protected])
2. Mestre em Administração Hospitalar, Docente da Faculdade
Santa Emilia de Rodar, ([email protected])
Resumo
As unidades de terapia intensiva surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e
humanos para o atendimento a pacientes graves, e da necessidade de observação constante e assistência contínua. O presente
estudo tem como objetivo descrever a qualidade e humanização no atendimento em UTI . Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do
tipo descritiva realizada em bibliotecas públicas e privadas de João Pessoa/PB, a partir de livros e artigos indexados on-line, realizado
no período de agosto a abril de 2011.. O paciente internado na unidade de terapia intensiva necessita de cuidados de excelência,
dirigidos não apenas sua patologia, mas também para as questões psicossociais, que se tornam intimamente interligadas à doença
física. Neste local tão exigente quanto à competência da equipe multiprofissional, a presença de uma equipe que ofereça um
atendimento com qualidade e humanizado, capaz de oferecer suporte as famílias dos pacientes e que o veja como um ser na sua
totalidade tem sido cada vez mais buscada. Conclui-se que a humanização se dará de forma definitiva, quando os profissionais da
saúde tiverem conscientes de que a máquina jamais substituirá o cuidado humano, além de ser fundamental na recuperação do
paciente, como também a satisfação da família.
Palavras-chave: Qualidade, Humanização, Atendimento, UTI.
Abstract
The intensive care units have emerged from the need to improve and concentration of human and material resources for the care of
critically ill patients, and the need for constant observation and continuous assistance. The present study aims to describe the quality
and humanization of care in ICU. It is a literature search, type a descriptive held in public and private libraries of João Pessoa / PB, from
books and articles indexed online, conducted from August to April 2011. The patient admitted to the intensive care unit care requires
excellence, geared not only their condition but also to psychosocial issues, which become closely linked to physical illness. In this
place so picky about the competence of the multidisciplinary team, the presence of a team that provides a quality care and humane,
capable of supporting the families of patients and see that as a being in its entirety has been increasingly sought. We conclude that the
humanization will definitely, when health professionals are aware that the machine will never replace human care as well as being
instrumental in the recovery of the patient, but also the satisfaction of the family.
Key-Words: Quality, Humanization, Care, ICU
09
Introdução
Antes do século XVIII os hospitais eram visto como uma instituição meramente assistencial, destinadas
exclusivamente para os pobres, onde não se tinha o intuito de promover a cura do paciente e sim de livrar a sociedade
dos perigos que eles representavam e era uma forma de exclusão. Os pacientes eram tratados com ajuda espirituais, já
que só os ricos tinham acesso aos recursos médicos em suas residências.
Depois do século XVIII houve uma inversão no papel dos hospitais, com o surgimento de novas tecnologias,
tratamentos e novas técnicas, passaram então, a supervalorizar a máquina esquecendo o mais importante, o cuidar, o
1-5
toque, o ouvir, a humanização, o ser humano.
Hoje, percebeu-se que esta tudo invertido e passou-se a buscar o que ficou perdido no século XVIII que foi
prestar assistência humanizada.
A qualidade e a humanização da assistência em saúde, dando ênfase a UTI, constituem-se hoje uma busca
indispensável para os hospitais que desejam ficar sintonizados com os novos paradigmas da administração moderna,
7-5
trazendo uma visão completa da prática multidisciplinar que precisa ser implantada nos hospitais.
Quando falamos em qualidade e humanização, nos leva a uma reflexão sobre os benefícios e os malefícios que a
tecnologia nos trouxe. E inegável que os avanços tecnológicos proporcionaram mudanças significativas, criando
equipamentos capazes de mudar o estilo de vida e assegurando muitas vezes melhor qualidade de vida e melhoria na
assistência para os seus pacientes. Estes avanços podem ser percebidos muito fortemente na área de saúde, dando
ênfase a UTI, aonde permanentemente vem se aperfeiçoando em busca de oferecer cada vez mais, uma assistência
especializada capaz de recuperar o paciente com eficácia, aumentando assim a sobrevida do mesmo.
Por outro lado, a tecnologia trouxe consigo um aspecto maquinal, frio, não humano, atingindo principalmente
os hospitais, precisamente as UTIs, clínicas e os laboratórios, onde os profissionais são levados a agir de forma
mecanicista.Mas, essa conseqüência no desenvolvimento da tecnologia está sendo detectada e enfrentada, pois agora
6
se busca um equilíbrio capaz de dosar o uso dos equipamentos e as intervenções das pessoas.
Objetivo do estudo
O presente estudo tem como objetivo descrever, com base na litertatura, a qualidade e humanização no
atendimento em UTI.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo descritiva. A pesquisa bibliográfica compreende-se na leitura e
análise de livros, revistas e periódicos de forma sistemática que se faz acompanhada de anotações, fichamento, sobre
um determinado assunto, capaz de fornecer informações valiosas para o desenvolvimento da pesquisa.
A pesquisa foi realizada na biblioteca João Paulo II da Faculdade Santa Emilia de Rodat, Universidade Federal da
Paraiba (UFPB), situada na cidade de João Pessoa/PB, a partir de uma investigação literária na forma de: Livros, Revistas,
Periódicos e Artigos Indexados online, no período de agosto de 2010 a abril de 2011
A pesquisa bibliográfica apresenta-se baseada em etapas sucessivas, onde estas não precisam seguir um roteiro
rigoroso e depende de fatores inerentes a pesquisa para serem determinadas. Diante disso os dados foram analisados
de acordo com a literatura pertinente ao tema, revisados e atualizados, levando em consideração a opinião dos autores.
10
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
Resultados e Discussão
Antes do século XVIII, o hospital era essencialmente uma instituição de assistência dirigida aos pobres, já que os
ricos levavam os recursos médicos para suas casas. Apesar de ser uma instituição de assistência, o hospital era uma
forma de exclusão social, porque o pobre tinha necessidade de assistência e, se fosse também doente, poderia ter
alguma doença contagiosa, logo, poderia ser perigoso, ficando assim segregados da população mais nobre. Além disso,
o pobre poderia está louco, ou seja, oferecer mais perigo ainda por se tratar na época a loucura como possuídos pelo
demônio. Por conta disso o hospital existia tanto para acolher esses pobres, quanto para proteger a sociedade do perigo
1-5
que eles representavam.
Depois do século XVIII houve uma inversão no papel dos hospitais, com o surgimento de novas tecnologias,
tratamentos e o aprimoramento das técnicas, passaram então, a supervalorizar a máquina esquecendo o mais
1-5
importante, que e o cuidar, o toque, o ouvir, a humanização, o ser humano.
A partir de 1995, começou um movimento que se tornou conhecido como humanização do atendimento na UTI.
Os envolvidos na interdisciplinaridade das UTI's passaram a refletir profundamente sobre o assunto, procurando saber
por que, apesar de todos os esforços, a imagem da UTI como local de isolamento e angústia não deixava de ser,
8
parcialmente, uma realidade.
Esse momento foi decisivo, pois levou todos os intensivistas a uma reação em forma de ações, estudos e
reflexões para tornar essas unidades menos estressantes e impessoais e mais aconchegantes e voltadas para as
necessidades individualizadas dos pacientes.
Passaram a defender a permanência da família por mais tempo junto ao paciente, diminuindo assim o
distanciamento entre eles e com isso contribuindo para recuperação do mesmo. O conceito de humanização busca
resgatar o valor da proximidade com o paciente, evitando que o avanço tecnológico e da medicina coloque o
relacionamento e o calor humano em segundo plano.
A responsabilidade dos profissionais se estende para além das intervenções tecnológicas: inclui a avaliação das
necessidades dos familiares, grau de satisfação desses sobre os cuidados realizados, além da preservação da
integridade.
O Ministério da Saúde preconiza várias ações para os cuidados com o paciente critico, as quais estão voltadas para
o respeito às individualidades, à garantia da tecnologia que permita a segurança e acolhimento ao paciente e sua família,
com ênfase no cuidado voltado para o desenvolvimento e psiquismo, buscando facilitar o vínculo família e paciente
4
durante sua permanência no hospital e após a alta.
No cenário brasileiro, o Ministério da Saúde no ano de 2000, lançou o PNHAH - Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar, que traz suas marcas específicas, como a redução das filas e acesso amplo aos
serviços de saúde , atribuindo no momento do acolheminto criterios de avaliação de riscos. Também recomenda que
todos os profissionais estejam identificados para que os usuários saibam quem são os que cuidam de sua saúde, se
responabilizando por sua referência através das unidades de saúde, garantindo as informações e o acompanhamento de
pessoas de seu meio social e recebendo informações sobre seus direitos no SUS. As unidades de saúde garantirão
3
gestão participativa aos profissionais e usuários, assim como, educação permanente.
Para promoção de ações que visam à humanização do paciente critico, o Ministério da Saúde elaborou as
propostas de ações para a humanização do paciente em UTI preconizando que a equipe deve tratar o paciente pelo o
nome e não pelo nº do leito ou por sua patologia, recomenda expor painel junto ao leito onde o paciente possa afixar
fotos da família, deixar recados, se comunicar com os amigos. Os profissionais devem explicar todos os procedimentos
11
ao paciente antes do seu inicio, independente do seu grau de consciência, respeitando sua individualidade e
observando os sinais não verbais expresso pelo paciente, desenvolvendo a percepção quando algo agrada ou incomoda.
A equipe deve oferecer meios de comunicação ao paciente, como revistas, jornais, TV, como também situá-lo no tempo
e no espaço, através de relógios e calendários. Preservar a privacidade e a confiança do paciente, evitando comentários
12
pessoais sobre ele ou outro paciente em voz alta na UTI ou nos elevadores.
Mas afinal, o que é "ser um profissional humanizado"? O profissional de assistência a saúde que considerar-se
1-,5
"humanizado" deve conter as seguintes características essenciais:
Competência profissional e conhecimento técnico em constante atualização;
RESOLUTIVIDADE!
Maturidade emocional e pessoal para lidar com serenidade e firmeza com um evento que
apela para a Vida e a Morte, desencadeando fortes emoções; APOIO PSICOLOGICO!
Um CÓDIGO ÉTICO PESSOAL que lhe dá uma linha diretiva em sua conduta: respeito ao
paciente e o sacerdócio da medicina;
VISÃO CULTURAL HOLÍSTICA do sentido do fenômeno da doença - fisiopatologia e de suas
implicações sócio-economica-afetivas
Humanizar a assistência nas UTIs é integrar, ao conhecimento técnico-científico, a responsabilidade, a
sensibilidade, a ética e a solidariedade no cuidado ao paciente e seus familiares e na interação com a equipe.
Pressupõe aliviar a dor e o sofrimento do outro; compaixão, ou seja, empatia traduzida em ação solidária concreta;
respeito à dignidade e autonomia do outro; compreensão do significado da vida, em seus aspectos éticos, culturais,
12
econômicos, sociais e educacionais; e valorização da dimensão humana do paciente em detrimento de sua patologia.
Cuidado humanizado X Tecnologia
São inegáveis os benefícios advindos do progresso da ciência. Sem a utilização da tecnologia na recuperação da
saúde e manutenção da vida, provavelmente, a expectativa de vida não teria crescido tanto nos últimos cinqüenta anos.
A importância da existência de um setor que dispõe de tecnologia necessária para a manutenção da vida humana é
fundamental para cuidar e assistir o paciente contribuindo de grande forma em seu diagnóstico e prognóstico. Porém
13
deve haver a preocupação em relação à utilização adequada deste progresso técnico-científico.
No contexto social, a tecnologia passa a ser entendida como um fator desumanizante tanto para as pessoas que
a manipulam quanto para as que se utilizam dela. Isso ocorre, pois a luta contra a morte faz com que a máquina seja
confundida com o paciente e este seja tratado de forma mecânica. Acredita-se que essa luta não deve despersonalizar
2
ou mecanizar o atendimento hospitalar, pois o paciente deve manter-se prioridade nessa nova estrutura.
Mesmo nos apropriando de máquinas, o cuidado mantém sua conotação humana e não se inviabiliza pelo uso
da tecnologia. Muitas vezes, entende-se a tecnologia dentro da UTI como sendo a alma, a espinha dorsal dessas
unidades. Com isso, é necessário compreender a diferença entre tecnologia e técnica para desvincular do discurso do
13
senso comum de que a UTI é uma ameaça para o humano.
Se o uso da tecnologia e dos processos de trabalho é decorrente do conhecimento humano, mas obscurece o
próprio ser humano, pode-se concluir que o homem se perdeu em alguma etapa do processo ou deixou-se dominar pela
12
máquina.
12
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
Humanização em UTI,s
A humanização em UTI deve existir como um cuidado aliado à técnica e ao conforto, associado à valorização da
subjetividade e aos aspectos culturais de cada pessoa incluindo a relação de diálogo entre os profissionais. A iniciativa de
humanizar ou resgatar a dignidade humana “perdida” emerge num momento que pode parecer apenas um discurso
equivocado no contexto atual. Mas realmente ele é necessário a partir do momento que os serviços de saúde
apresentam situações críticas. Só assim, o discurso de que a tecnologia é o verdadeiro fator desumanizante, irá
13
desaparecer.
A complexidade da rotina intensiva contribui para o esquecimento de ações básicas como ouvir, tocar o outro e o
2
domínio tecnológico que reina perante ações individuais, dificultando o processo de humanização.
O ambiente da UTI por ser envolvido de estresse e cansaço devido à sobrecarga de trabalho, traz também um
sofrimento a equipe de enfermagem, que além da assistência prestada ao paciente 24 horas, precisa lidar com a família
e com suas próprias necessidades ou conflitos que são manifestadas através de fadiga física e emocional, tensão e
ansiedade. O relacionamento frio, muitas vezes assumido, justifica-se como um mecanismo de defesa. Por isso, a
proposta de humanização da assistência surge exatamente para combater esta impessoalidade no atendimento ao
cliente e para tornar a relação enfermeiro/paciente uma relação de afeto e respeito mútuo sem abandonar a técnica
2
necessária.
Para que haja uma assistência humanizada, deve-se pensar no acolhimento como método imprescindível para criar uma
relação de confiança entre cuidador e quem é cuidado. Para conseguir um acolhimento efetivo da enfermagem, não se
deve focar na doença, pois esse não é o objetivo, mas sim transcender os aspectos biológicos, culturais,
socioeconômicos e éticos. Ainda, para acolher é necessário ser acolhido e reorganizar o serviço de modo a confrontar ao
modelo biomédico atual, fazendo com que o paciente e a família se sintam seguros, confortáveis e amparados pela
9
instituição. Desta forma, respeita-se o direito que possuem mantendo sua autonomia, cidadania e direito de expressão.
A importância da humanização no contexto família x enfermeiro
A hospitalização em uma Unidade de Terapia Intensiva traz uma variedade de sentimentos que mexe com o
emocional e o psicológico da família que muitas vezes são manifestadas por quadros de choque, ansiedade, raiva, culpa
desespero e medo.
Durante a admissão do paciente na UTI, a família encontra-se fragilizada e insegura, pois há uma visão de que
quem vai para a UTI esta com sua vida em risco de morte. A chegada do paciente na unidade acarreta intervenções
rápidas, cronometradas diante do seu quadro de instabilidade, ficando a família em segundo plano, muitas vezes sem
conseguir comunicar-se com a equipe de saúde.
Mesmo estando em situação de fragilidade emocional, a família continua ocupando um lugar de destaque para
o paciente que relaciona sua presença com proteção, segurança e amor. Esses sentimentos ajudam o paciente a reagir
14
beneficamente na luta contra a doença.
A enfermagem deve prestar o cuidado tanto para pacientes quanto a seus familiares, ajudando-os a entender,
aceitar e enfrentar a doença, seu tratamento e sua repercussão na vida da família, sendo então capazes de oferecer
6
suporte e bem-estar a eles.
A falta de informação e a incerteza da família quanto ao quadro clínico do paciente são causadores de
ansiedade, apreensão e aflição que geram, dentro deles, o sentimento de falta de controle da situação. Nesse momento,
13
o acolhimento é percebido por eles como algo essencial, pois é através da confiança adquirida pela criação do vínculo
15
estabelecido que a família sente-se segura ao deixar naquele ambiente, seu ente querido.
A comunicação como instrumento da qualidade na assistência
A comunicação é considerada como um ponto chave no processo de assistência de enfermagem de qualidade e
humanizada, porém não somente a comunicação verbal mais também a comunicação não-verbal, através de gestos
expressões faciais e posturas que podem auxiliar na compreensão enfermeiro-paciente. O toque é importante fator
para aproximação, afetividade e confiança estabelecida entre o profissional e o paciente demonstrando
10
espontaneamente o seu apoio e carinho, transmitindo cada vez mais segurança ao cliente.
A solidão sentida pelos pacientes pode ser diminuída se tivermos sempre em mente que a comunicação verbal e
principalmente o toque traz o cliente para o mundo exterior diferente do ambiente enfrentado por ele. O toque sendo
ele expressivo/afetivo, instrumental ou terapêutico é de grande importância para identificar confiança e capacidade de
compreensão e melhora na interação enfermeiro e cliente. Quanto mais ocorre o toque e mais demorado ele seja há
10
uma maior facilidade e liberdade em tocá-lo novamente, aproximando assim o cliente que está sob seu cuidado.
Compreende-se neste contexto que o enfermeiro deve estabelecer uma boa comunicação e interação entre a
família, equipe de saúde e cliente para que haja uma boa qualidade no atendimento favorecendo o processo de
humanização.
É necessário saber questionar com paciência e respeito, ouvindo e demonstrando interesse. Precisamos validar
as informações trazidas pelo paciente, ou seja, ele precisa perceber que acreditamos em sua história e que valorizamos e
11
entendemos seus sentimentos e necessidades.
Considerações finais
A busca de uma assistência qualificada e humanizada na saúde deve ser contínua, de modo que as necessidades
e expectativas dos familiares/pacientes sejam atingidas. É necessário que à vontade de melhorar esteja no dia-a-dia das
equipes de saúde para que possamos ter o saúde de boa qualidade com equipes humanizadas e conscientes da
importância da contribuição individual para o bem estar dos pacientes.
Esse estado permanente de qualidade e humanização nasce da necessidade de responder à altura aos anseios
dos familiares/pacientes, cada vez mais exigentes, bem como às normas regulamentadoras do Ministério da Saúde. A
diversidade das máquinas é uma realidade que encanta e assusta ao mesmo tempo e que apresenta constantes desafios
para os profissionais que deverão refletir na necessidade real de seu uso. A tecnologia presente nas UTI's, apesar de
indispensáveis para o tratamento do paciente, é insuficiente para alcançar o cuidado holístico. Buscar alternativas
baseadas em valores pessoais e humanos para melhorar a assistência ao paciente e atingir a totalidade do cuidado é
uma estratégia, pois os profissionais ainda não estão conscientes da verdadeira importância de humanizar e da
necessidade de se aliar a técnica a outros fatores. Acredita-se que a humanização se consolidará de forma definitiva,
quando os profissionais da saúde tiverem conscientes de que a máquina jamais substituirá o cuidado humano.
14
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
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15
Artigo 03
PREVENÇÃO E CONTROLE DA HEMORRAGIA EM CIRURGIA ORAL
MENOR
Prevention and control of the hemorrhage in lesser oral surgery
1,
2
3
3
3
Sobreira T.; Maia, F.B.M ; Palitó, A.P.P.G .; Guedes, B.P. ; Galdino, A.S.
1 Cirurgião Bucomaxilofacial. Professor do Departamento de Cirurgia do UNIPÊ
([email protected])
2 Graduada em Odontologia pela Universidade Federal da Paraíba
([email protected])
3 Graduanda em Odontologia no Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ
Resumo
Pacientes com desordens de coagulação sanguínea fazem parte de um grupo que necessita de atenção e cuidados
especiais na prática odontológica. Em virtude do aumento do número de indivíduos submetidos à terapêutica
anticoagulante também nos consultórios odontológicos, realizamos um levantamento bibliográfico para analisar os
risco de uma possível hemorragia no pré, trans e pós operatório, assim como debelá-la, e também conhecer as principais
doenças associadas a tal complicação. Este estudo de revisão abordou estudos publicados entre os anos de 1994 a
2010, por intermédio de buscas sistemáticas utilizando banco de dados eletrônicos: Medline, Science Direct e acervo
bibliográfico do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ. Desse modo, observamos que, dentre os vários protocolos
propostos adotados na literatura, a manutenção de uma correta anamnese, associada a manobras manuais tem se
mostrado eficaz, associada com a utilização de hemostáticos locais se necessário, parece o mais adequado à maioria dos
casos cirúrgicos ambulatoriais.
Palavras-chave: hemorragia bucal – agentes hematológicos – cirurgia do paciente externo.
ABSTRACT
Patients with sanguineous coagulation clutters are part of a group that needs attention and cares special in the practical
odontológica. In virtue of the increase of the number of individuals submitted to the therapeutical anticoagulant also in
the odontológicos doctor's offices, we carry through a bibliographical survey to analyze the risk of a possible
hemorrhage in the daily pay, backwards and after operatório, as well as subjecting it, and also knowing the main illnesses
associates to such complication. This study of revision the 2010 approached studies published between the years of
1994, for intermediary of systematic searches using electronic data base: Medline, Science Direct and bibliographical
quantity of the University Center of João Person (UNIPÊ). In this manner, we observe that, amongst the some protocols
considered adopted in literature, the maintenance of correct anamnese, associated the manual maneuvers has if shown
efficient, associated the use of local hemostáticos if necessary, seems most adequate to the majority of the
ambulatoriais surgical cases.
Key-words: oral hemorrhage – hematologic agents – ambulatory surgical procedures.
16
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
Introdução
1
Hemorragia é o extravasamento de sangue devido à ruptura do vaso . Sendo esta uma das complicações encontradas no
2
procedimento cirúrgico, como por exemplo, na exodontia , pois todos os procedimentos cirúrgicos produzem a ruptura
3
da integridade dos vasos sanguíneos com consequente extravasamento de sangue para fora do leito vascular .
A hemorragia é um dos obstáculos que deve o cirurgião vencer em qualquer operação que efetue. O ideal é
operar num campo exangue para melhor visualização. Por outro lado, os pacientes têm uma resistência limitada à
hemorragia que, quando copiosa, diminui as condições do organismo, favorecendo a instalação de uma infecção,
aumentando o perigo do choque operatório. Partindo deste ponto de vista, a hemostasia é um dos processos
profiláticos do choque, sendo toda manobra que tenha por finalidade evitar a perda de sangue ou a hemorragia de uma
2-4
ferida acidental ou cirúrgica .
A hemorragia pode ser externa ou restrita a um tecido; qualquer acúmulo de sangue é chamado de hematoma.
Os hematomas podem ser relativamente insignificantes ou envolver um sangramento de grande monta que pode levar à
morte. Hemorragias diminutas na pele, mucosas ou superfícies serosas, denominadas petéquias, estão associadas a
aumentos localizados de pressão intravascular, reduzido número de plaquetas, função plaquetária defeituosa ou
deficiência de fatores da coagulação. Hemorragias um pouco maiores são chamada de púrpura, podendo estar
associadas a várias desordens que causam as petéquias; além disso, a púrpura também pode ocorrer com trauma,
5
inflamação vascular ou maior fragilidade vascular .
Com o objetivo de estagnar a hemorragia e significando interrupção da perda de sangue existe a hemostasia.
Esta é realizada pelos mecanismos de constrição vascular, formação do tampão plaquetário e formação do coágulo
sangüíneo com posterior crescimento de tecido fibroso no seu interior para fechar o orifício do vaso permanentemente
6
.
Na cirurgia oral menor, ocorre hemorragia seguida de hemostasia como característico de uma intervenção
cirúrgica. Sabendo disso, o profissional precisa estar ciente das estratégias hemostáticas, manobras mecânicas,
administração de hemostáticos locais e gerais, que facilitem a formação do coágulo ou impeçam sua destruição, como
os vasoconstrictores, drogas que atuam diminuindo a permeabilidade vascular e obliterando vasos lesados, bem como
do procedimento pré-operatório para evitar sérios danos imprevisíveis durante o ato cirúrgico: hemorragia demasiada
em pacientes hemofílicos, portadores da Doença de Von Willebrand, pacientes com trombocitopenia (número de
plaquetas insuficiente), com deficiência em vitamina K ou outras condições que afetariam uma hemostasia normal. Para
5-7
isso existem, além da anamnese, os testes relacionados às plaquetas e os de estudo da coagulação .
Este trabalho pretendeu, portanto, ressaltar a importância dos conhecimentos fisiológicos da hemostasia para a
compreensão de suas principais alterações patológicas. Mas a principal relevância que se faz é sobre quais coadjuvantes
clínicos são necessários e que poderão ser utilizados pelo cirurgião-dentista em determinado paciente, finalizando-se
uma cirurgia com menores constrangimentos, tanto para o profissional como para o paciente.
Revisão de literatura e Discussão
Um mecanismo eficiente e rápido para estancar o sangramento em locais de lesão vascular é essencial à
sobrevivência. No entanto, essa resposta necessita ser estritamente controlada para evitar desenvolvimento de
coágulos extensos e desfazê-lo após a reparação do dano. Desse modo, o sistema hemostático é um equilíbrio entre os
5
mecanismos coagulantes e anticoagulantes aliado a um processo de fibrinólise .
A hemostasia envolve três componentes: a parede vascular, plaquetas e a cascata de coagulação. Após a lesão
17
inicial, há um período de vasoconstricção arteriolar resultante, sobretudo, de mecanismos neurogênicos reflexos, sendo
aumentados pela secreção local de fatores, como a endotelina. Seu efeito é transitório e haveria uma recidiva do
sangramento se não fosse pela ativação das plaquetas e do sistema de coagulação. Após uma lesão vascular as plaquetas
encontram constituintes da matriz extracelular e proteínas adicionais que normalmente não estão expostas quando o
endotélio está intacto. Ao entrar em contato com essas proteínas, as plaquetas sofrem três reações: adesão e alteração
de seu formato, secreção e agregação 1.
A cascata da coagulação constitui o terceiro componente do processo hemostático1. A coagulação do sangue
envolve um sistema biológico de amplificação no qual poucas substâncias de iniciação ativam seqüencialmente por
proteólise uma cascata de proteínas circulantes precursoras, culminando na geração de trombina; esta por sua vez,
converte fibrinogênio solúvel do plasma em fibrina. A fibrina infiltra os agregados de plaquetas nos locais de lesão
vascular e converte os tampões em primários e instáveis de plaquetas em tampões hemostáticos firmes, definitivos e
estáveis 5.
A operação da cascata de enzimas necessita de concentração de fatores de coagulação circulantes no local da lesão. As
reações mediadas na superfície ocorrem com colágeno exposto, fosfolipídio das plaquetas e fator tissular. Com exceção
do fibrinogênio, que é a subunidade do coágulo de fibrina, os fatores de coagulação são precursores de enzimas ou cofatores. Todas as enzimas, exceto o fator XIII, são serina-proteases, isto é, sua capacidade de hidrolisar ligações
peptídicas depende do aminoácido serina como centro ativo. A coagulação iniciada pelo fator tissular encontrado na
superfície do tecido perivascular se liga no fator VII da coagulação. Isso ativa o fator VII que, por sua vez, ativa os fatores
IX e X. A ativação do fator X gera pequenas quantidades de trombina que amplifica o processo de coagulação ativando os
co-fatores V e VIII. Essa via de ampliação envolvendo os fatores VIII e IX assume o papel predominante, consolidando a
5
produção de fator XI que aumenta a produção de fator IX ativado .
As células endoteliais também modulam o equilíbrio coagulação/anticoagulação liberando inibidores da
ativação do plasminogênio (PAIs) que bloqueiam a fibrinólise e conferem um efeito pró-coagulante. O nível dos PAIs é
aumentado por determinadas citocinas e eles provavelmente participam da trombose intravascular que acompanha a
inflamação grave 1.
A Hemofilia é uma coagulopatia hereditária recessiva ligada ao sexo, ocorrendo devida à falta ou produção
defeituosa de moléculas dos fatores VIII ou IX da coagulação. A deficiência de fator VIII (Hemofilia A) é a mais frequente,
8-9
ficando com 85% dos casos; já a deficiência do fator IX (Hemofilia B) corresponde a 15% . A incidência na população
mundial é de 1/10.000 (pelo fator VIII) e de 1/30.000 (pelo fator IX) nascimentos do sexo masculino. É caracterizada pela
ocorrência de hemorragias que aparecem espontaneamente ou em consequência de traumatismos leves e são comuns
nas articulações. As hemorragias geralmente ocorrem nas grandes articulações, podendo causar muita dor, danos
8-10
permanentes e incapacitantes se não forem tratados adequadamente .
Do ponto de vista odontológico, os pacientes hemofílicos são pacientes especiais, visto que o tratamento
odontológico de rotina, incluindo as extrações e algumas injeções anestésicas, geralmente pode causar hemorragias
11-12
persistentes, oferecendo perigo à vida dos mesmos .
Os lactentes podem ter hemorragia profusa depois de circuncisão, hemorragia em articulações e tecidos moles
em excesso de equimoses quando começam a ficar ativos. As hemartroses dolorosas recidivantes e os hematomas
musculares dominam a evolução clínica de pacientes gravemente afetados e, se forem maltratados, podem ter
5
deformidade articular progressiva e deficiência física . A abordagem odontológica das crianças deve começar com a
prevenção da doença dental para promover a manutenção de uma dentição livre de cárie e com boa saúde periodontal.
A gravidade clínica da doença correlaciona-se com a extensão da deficiência de fator VIII. Hemorragia cirúrgica
ou traumática ameaçam a vida em pacientes com doença grave ou não. Embora incomum, ocorre hemorragia
18
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
intracerebral espontânea com freqüência maior que na população geral, sendo essa causa importante de morte em
5
pacientes com doença grave .
A hemofilia A grave é observada em indivíduos com um grau de deficiência considerável no fator VIII (níveis de
atividade <1% do normal). As deficiências mais brandas podem se tornar aparentes somente quando surge a
1
intercorrência de um estresse dinâmico maior, como um trauma .
A detecção nos portadores atualmente pode ser mais efetiva com sondas de DNA. A maioria dos pacientes é
atendida em centros especializados de hemofilia, onde há equipe multidisciplinar dedicada ao seu tratamento. Os
episódios de sangramento são tratados com fator VIII; o sangramento espontâneo usualmente é controlado se o nível do
fator VIII for aumentado além de 20% do normal. Em casos de cirurgia de grande porte, com hemorragia traumática
grave e hemorragia em local perigoso, o nível de fator VIII deve ser aumentado para 100% e então mantido acima de 50%
5
depois que o sangramento cessar, até a cicatrização .
A Doença de Von Willebrand é um distúrbio hemorrágico resultante de defeito quantitativo e/ou qualitativo do
fator Von Willebrand (FVW). A DVW pode ser adquirida, sendo esta forma rara, secundária a doenças malignas
(principalmente doenças linfo e mieloproliferativas) e doenças auto-imunes, entre outras. O FVW é uma glicoproteína
multimérica de alto peso molecular, produzida pelas células endoteliais e megacariócitos, presente no plasma e nas
plaquetas1-13 .
O FVW tem duas funções principais: (1) ligar-se ao colágeno presente no subendotélio e nas plaquetas,
promovendo a formação do tampão plaquetário no local da lesão endotelial; e (2) ligar e transportar o fator VIII (FVIII),
protegendo-o da degradação proteolítica no plasma5-7.
A classificação atualmente utilizada, proposta por Evan Sadler, consiste em três diferentes tipos (tipos 1, 2 e 3),
sendo que o tipo 2 tem quatro diferentes subtipos (2A, 2B, 2M e 2N). Os tipos 1 e 3 são defeitos antigênicos ou
quantitativos (redução da produção de um FVW normal) e o tipo 2 é funcional ou qualitativo (síntese de FVW anormal).
O tipo 1 apresenta um defeito quantitativo parcial e o tipo 3 um defeito quantitativo total (deficiência grave) 7- 13 .
O tratamento da DVW tem por objetivo elevar as concentrações plasmáticas da proteína deficiente quando da
ocorrência de manifestações hemorrágicas ou antes da realização de procedimentos invasivos. Com isso, procura-se
corrigir as duas anormalidades hemostáticas: (1) a adesão e a agregação plaquetárias, que necessitam dos multímeros
1-7-13
de peso molecular mais elevado, e (2) os baixos níveis do FVIII, que requerem o FVW como proteína transportadora .
Quanto à hemostasia em pacientes portadores da Doença de Von Willebrand, o tratamento apropriado fica
entre duas opções: utilizando o criopreciptado ou concentrado de fator VIII, ou empregando a desmopressina 14. Outro
autor tem como tratamento de escolha o uso de compensações sistêmicas, como infusão preventiva de fatores de
coagulação de acordo com a deficiência do paciente, ele ainda utiliza um hemostático local conhecido como cola de
fibrina que segundo ele, reproduz a fase final da coagulação e pode ser utilizada para obter hemostasia no sítio da
cirurgia 15. Já para um terceiro pesquisador, deve-se recomendar para hemofílicos e pacientes portadores da DvW,
antifibrinolítico (ácido tranexâmico ou ácido épsilon amono-capróico), via oral, com início pelo menos 24 horas antes do
procedimento cirúrgico e manutenção do mesmo durante pelo menos sete dias 16.
A hemostasia defeituosa com sangramento anormal pode resultar de: doença vascular, trombocitopenia ou
distúrbio da função das plaquetas e defeito de coagulação de sangue. Vários testes simples são usados para avaliar os
componentes da hemostasia: plaquetas, parede vascular e coagulação 5.
Os exames de triagem fornecem a avaliação dos sistemas “extrínseco” e “intrínseco” da coagulação do sangue e
da conversão central de fibrinogênio em fibrina. O tempo de sangramento é um exame útil para função anormal de
plaquetas, incluindo o diagnóstico de deficiência de VWF. Ele também está alongado na trompocitopenia, mas é normal
5
nas causas vasculares de sangramento anormal .
19
No trans-operatório deve-se executar a técnica cirúrgica correta, com o menor grau de traumatismos possíveis,
procurando não lesar vasos. A prevenção da perda excessiva de sangue é muito importante para preservar a capacidade
do paciente de carrear oxigênio durante a cirurgia, embora existam outras razoes importantes para manter a
hemostasia. Existem cinco meios de promover a hemostasia das feridas. O primeiro consiste em auxiliar os mecanismos
hemostáticos naturais, que é feito geralmente pressionado com gaze os vasos sanguíneos ou também colocado uma
pinça hemostática no vaso. O segundo meio de obter hemostasia é o uso do calor para causar fusão da parte terminal
dos vasos cortados (termocoagulação). Este calor é aplicado por meio de uma corrente elétrica que o cirurgião
concentra no vaso sangrante, pinçando-o com um instrumento metálico, como uma pinça hemostática, ou tocando o
vaso diretamente. O terceiro meio é realizado por ligaduras (suturas), onde o cirurgião passa uma sutura não absorvível
ao redor do vaso, pois quando provêm de áreas irrigadas por ramos da artéria sublingual e submentual, pode-se tentar a
ligadura dos vasos de origem: artérias lingual e facial, respectivamente. A sutura segura o coágulo e protege a ferida
cirúrgica, proporcionando rápida hemostasia. O quarto meio de obter a hemostasia consiste em pressionar um curativo
sobre a ferida, a Manobra de Champret, como é conhecida, pode conter hemorragias da secção de capilares com
compressas de gaze estéril sobre o local. O quinto meio de promover a hemostasia consiste em colocar na ferida
substâncias vasoconstrictoras, como a adrenalina, ou aplicar pró-coagulantes como colágeno ou trombina comercial17.
Os fármacos hemostáticos trazem consigo um alto grau de periculosidade se não indicados com exatidão e
segurança. Por esta razão, é necessário que o profissional esteja ciente ao prescrevê-los, principalmente de suas contraindicações. A utilização de anticoagulantes orais de uso contínuo com indivíduos com algum tipo de comprometimento
vascular ou cardíaco torna imprescindível a realização de uma anamnese cuidadosa quanto ao controle de episódios
hemorrágicos ou tromboembólicos, e de uma avaliação clínica multiprofissional18.
A falta de padronização do protocolo médico para pacientes que administram anticoagulantes orais torna
importante a comunicação entre o médico e o cirurgião-dentista, sobre a conduta pré e pós-cirúrgica no ato médicodentário. Porém, esta conduta não se aplica rotineiramente, observando-se um grande número de cirurgiões dentistas
não opinarem, acreditando que a decisão médica é irrevogável19.
A aspirina (ácido acetil-salicílico), largamente utilizada como analgésico na vida diária, atua como droga antiprotrombínica, mas, em contrapartida, inibe a prostaciclina (antiagregante plaquetário) e estimula o tromboxano,
favorecendo a deposição plaquetária20.
Dentre os materiais com ação hemostática citados na literatura, os mais utilizados são a esponja de gelatina
reabsorvível, a esponja de colágeno, a celulose oxidada, o bochecho com ácido tranexâmico e o selante de fibrina. As
pesquisas mostram que todos eles apresentam bons resultados na hemostasia local18.
Assim, a cirurgia oral menor produz hemorragia como típico de um procedimento cirúrgico, sendo dever do
profissional estancá-la através das mais diversas técnicas conhecidas: manobras mecânicas, utilização dos hemostáticos
locais absorvíveis, prescrição de fármacos de ação geral. Para isso, é preciso conhecer as bases fisiológicas da
hemostasia, os mecanismos de constrição vascular, formação do tampão plaquetário e formação do coágulo sangüíneo,
e adequar as estratégias à sua evolução.
O conhecimento dos distúrbios hemorrágicos como a hemofilia, Doença de Von Willebrand, trombocitopenia,
patologias hepáticas, deficiência em vitamina K e a observação de seus sinais ou pesquisa familiar dos pacientes evita
surpresas danosas durante o ato cirúrgico. Tudo pode ser resolvido com um pré-operatório eficiente através da
anamnese e exames laboratoriais. No trans-operatório e pós-operatório o cirurgião-dentista poderá aplicar as técnicas
hemostáticas adequadas a cada caso, sem que ocorra equívocos ou precipitações.
Percebe-se que a maioria dos problemas e dificuldades proveniente da cirurgia oral menor pode ser debelada se
o cirurgião-dentista seguir uma abordagem sistemática ao realizar o seu trabalho.
20
ANO II - Nº 7 - OUTUBRO/2011
Considerações finais
É de fácil percepção que a hemorragia é uma complicação preocupante durante o ato cirúrgico e pós-operatório,
seja ela em decorrência da cirurgia realizada ou devido às condições sistêmicas do paciente. O quadro hemorrágico e seu
tratamento devem ser conhecidos, inclusive as doenças e drogas que afetam o processo hemostático, pois um paciente
com diátese hemorrágica exige ação rápida, consciente e eficiente do profissional.
O pré-operatório consiste em conhecer a situação cirúrgica na qual se vai atuar, realizando-se uma anamnese
em que se pesquisa a sintomatologia, a história médica do paciente e de seus familiares. Entrando em sintonia com o
paciente, o profissional poderá evitar muitos problemas e dificuldades que poderiam surpreendê-lo no decorrer da
cirurgia.
O tratamento odontológico deve ser eletivo e ocorrer em sincronismo com o tratamento médico, devendo
haver uma comunicação constante entre os profissionais envolvidos, pois o hematologista exerce papel fundamental ao
esclarecer e conscientizar o cirurgião-dentista dos cuidados e tratamento a serem tomados.
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Artigo 04
CÂNCER DE PRÓSTATA: UM INIMIGO SILENCIOSO, QUE REQUER
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Prostate Cancer: A Silent Enemy, which requires early detection
Cunha Filho, P. M. C.¹, Almeida, N. B. ², Dantas, T. M. 3.
1. Prof Ms Imunologia FASER ([email protected]);
2. Discente de Enfermagem FASER ([email protected]);
3. Discente de Enfermagem FASER ([email protected]).
Resumo
O câncer de próstata é uma doença que se desenvolve em uma glândula do aparelho reprodutor masculino, a próstata.
Com o envelhecimento a próstata está sujeita a duas condições: aumento benigno (HPB - hiperplasia prostática benigna)
e câncer de próstata. O câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais freqüente no sexo masculino no Brasil. Este
trabalho teve como objetivo, identificar, a partir da literatura, o Câncer de Próstata como uma patologia grave, que se
desenvolve de maneira silenciosa, e que requer diagnóstico precoce. Tratou-se de um estudo, com caráter bibliográfico,
baseado na literatura pertinente ao tema, desenvolvido no acervo bibliográfico da Faculdade Santa Emília de Rodat
(FASER), bem como em outras fontes, tais como revistas e sites indexados da internet, fundamentados á luz da literatura
pertinente ao tema. A referida literatura aborda que o câncer da próstata em sua fase inicial tem uma evolução
silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes ao
crescimento benigno da próstata (dificuldade miccional, freqüência urinária aumentada durante o dia ou a noite).
Estudos sobre crescimento tumoral indicam que as formas agressivas do câncer da próstata, quando não tratadas,
levam entre dois e oito anos para se ramificar pelo organismo, tornando a doença de difícil controle. Desta forma, um
exame preventivo anual sempre identificará o tumor ainda dentro da próstata e potencialmente curável. O
conhecimento da patologia e o acesso aos serviços preventivos e de diagnósticos são considerados pontos chaves na
prática da prevenção. Conclui-se que o conhecimento da patologia e o acesso aos serviços preventivos e de diagnósticos
são considerados pontos chaves na prática da prevenção, e que a detecção precoce do câncer de próstata é de
fundamental importância para que se aumentem as possibilidades de cura.
Palavras chave: Câncer de Próstata; Inimigo silencioso; Diagnostico precoce
Abstract
Prostate cancer is a disease that develops into a male reproductive gland, the prostate. With aging, the prostate is
subject to two conditions: benign enlargement (BPH - benign prostatic hyperplasia) and prostate cancer. Prostate cancer
is the second most common malignancy in males in Brazil. This study aimed to identify, from the literature, the Prostate
Cancer as a serious pathology that develops silently, and that requires early diagnosis. It was a study in character
literature, literature based on the theme, developed in bibliographic College of Santa Emilia Rodat (faser), as well as
other sources such as magazines and Internet sites indexed, basis in the literature concerning the matter. Such literature
addresses the prostate cancer in its early stage is a silent evolution. Many patients have no symptoms or, when present,
are similar to benign prostate growth (difficulty voiding, urinary frequency increased during the day or night). Studies on
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tumor growth indicate that the aggressive forms of prostate cancer, if untreated, lead between two and eight years to
branch by the body, making the disease difficult to control. Thus, an annual screening test also always identify the tumor
within the prostate and potentially curable. Knowledge of disease and access to preventive and diagnostic services are
considered key points in the practice of prevention. It is concluded that knowledge of the condition and access to
preventive and diagnostic services are considered key points in the practice of prevention and early detection of
prostate cancer is of fundamental importance to that increase the chances of cure
Keywords: Prostate Cancer; Silent Enemy; Early detection
Introdução
O Câncer de próstata é uma doença na qual ocorre o desenvolvimento de um tumor maligno na próstata, uma
glândula do sistema reprodutor masculino. Ocorre quando as células da próstata sofrem mutações e começam a se
multiplicar sem controle. 1. O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos
agentes desencadeadores da doença. 2.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele nãomelanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens,
representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países
desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. 3. O câncer da próstata não produz sintomas nas fases
iniciais. A detecção precoce de um câncer é composta por ações que visam o diagnóstico precoce da doença em
indivíduos sintomáticos e por ações de rastreamento, que é a aplicação de exames para a detecção da doença em
indivíduos assintomáticos. A detecção precoce do câncer de próstata é de fundamental importância para que se
aumentem as possibilidades de cura. 3.
Objetivo
Este trabalho teve como objetivo, identificar, a partir da literatura, o Câncer de Próstata como uma patologia
grave, que se desenvolve de maneira silenciosa, e que requer diagnóstico precoce.
Metodologia
Tratou-se de um estudo com caráter bibliográfico, baseado na literatura pertinente ao tema, desenvolvido no
acervo bibliográfico da Faculdade Santa Emília de Rodat (FASER), bem como em outras fontes, tais como revistas e sites
indexados da internet, fundamentados à luz da literatura pertinente ao tema.
Discussão
A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão
muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção
inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido
espesso que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual. 3.
O câncer de próstata é considerado atualmente no Brasil um grave problema de saúde pública. As altas taxas de
incidência e a mortalidade dessa neoplasia fazem com que o câncer de próstata seja o segundo mais comum entre a
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população masculina, onde o primeiro mais comum é o câncer de pele não-melanoma. No Brasil, as estimativas, para o
ano de 2010, serão válidas também para o ano de 2011, e apontam para a ocorrência de 52.000 casos novos de câncer de
próstata, sendo superado apenas pelo câncer de pele do tipo não melanoma (114 mil casos novos). 4.
Assim como em outros cânceres, a idade é um fator de risco importante para o desenvolvimento do câncer de
próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam exponencialmente após a idade de 50 anos.
História familiar de pai ou irmão com câncer da próstata antes dos 60 anos de idade pode aumentar o risco de câncer em
3 a 10 vezes em relação à população em geral, podendo refletir tanto fatores hereditários quanto hábitos alimentares ou
estilo de vida de risco de algumas famílias. 3.
O Câncer da próstata em sua fase inicial tem uma evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam
nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes ao crescimento benigno da próstata (dificuldade miccional,
freqüência urinária aumentada durante o dia ou a noite). Sintomas neurológicos são observados em 20% dos pacientes
com câncer de próstata. Dores em diferentes sítios, fraqueza, distúrbios esfincterianos urinários e retais são
clinicamente os achados mais característicos. Uma fase avançada da doença pode ser caracterizada por um quadro de
dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, como infecções generalizadas ou insuficiência renal. 3. A
compressão medular aguda decorrente do comprometimento metastático das vértebras deve ser tratada
emergencialmente. 5.
Achados no exame clínico (toque retal) combinados com o resultado da dosagem do antígeno prostático
específico (PSA, na sigla em inglês) no sangue podem sugerir a existência da doença. Nesses casos, é indicada a
ultrassonografia pélvica (ou prostática transretal, se disponível). O resultado da ultrassonografia, por sua vez, poderá
mostrar a necessidade de biópsia prostática transretal. O diagnóstico de certeza do câncer é feito pelo estudo
histopatológico do tecido obtido pela biópsia da próstata. O relatório anatomopatológico deve fornecer a graduação
histológica do sistema de Gleason, cujo objetivo é informar sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua
tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente. 3.
O PSA é considerado o mais importante marcador para detectar, estagiar e monitorizar o câncer de próstata. 6. O
PSA é uma proteína produzida exclusivamente pela próstata, que se eleva de maneira significativa nos casos de câncer,
mas também aumenta em pacientes com infecção ou com crescimento benigno exagerado da glândula. Por isto,
elevações do PSA sempre exigem uma atenção médica, mas não indicam necessariamente a presença de câncer na
próstata. 7. A melhor forma de diagnosticar o câncer de próstata é representada pela combinação de toque digital e
dosagem do PSA. O toque exclusivo falha em 30% a 40% dos casos, as medidas de PSA falham em 20%, mas a execução
conjunta dos dois exames deixa de identificar o câncer em menos 5% dos pacientes. 8.
Ao planejar o tratamento do câncer da próstata, os médicos levam principalmente em consideração a extensão
da doença. 7. O tratamento do câncer da próstata depende do estadiamento clínico. Para doença localizada, cirurgia,
radioterapia e até mesmo uma observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para
doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal tem sido utilizados.
Para doença metastática, o tratamento de eleição é hormonioterapia. A escolha do tratamento mais adequado deve ser
3.
individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.
Estudos sobre crescimento tumoral indicam que as formas agressivas do câncer da próstata, quando não
tratadas, levam entre dois e oito anos para se ramificar pelo organismo, tornando a doença de difícil controle. Desta
forma, um exame preventivo anual sempre identificará o tumor ainda dentro da próstata e potencialmente curável. Em
7.
homens sem antecedentes familiares, estes exames devem ser realizados à partir dos 50 anos.
Hábitos dietéticos talvez possam reduzir os riscos de câncer da próstata. Neste aspecto, tem-se recomendado
alimentação com baixo teor de gordura animal, comum nos países onde a incidência da doença é baixa. A ingestão
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abundante de tomate e seus derivados parece diminuir de 35% os riscos de câncer da próstata, segundo estudos
realizados. O efeito benéfico do tomate resultaria da presença de grandes quantidades de lycopene, um β-caroteno
natural precursor da vitamina A. Finalmente, complementação dietética com vitamina E (800 mg ao dia) e com selenium
(200 µg ao dia) talvez tenha um efeito protetor contra o câncer da próstata, de acordo com dados do Memorial Sloan
Kettering Cancer Center, de Nova York. 7.
A detecção precoce de um câncer é composta por ações que visam o diagnóstico precoce da doença em
indivíduos sintomáticos e por ações de rastreamento, que é a aplicação de exames para a detecção da doença em
indivíduos assintomáticos. A decisão do uso do rastreamento como uma estratégia de saúde pública deve se basear em
evidências científicas de qualidade. No momento não existem evidências de que o rastreamento para o câncer da
próstata identifique indivíduos que necessitam de tratamento ou de que esta prática reduza a mortalidade do câncer de
próstata. 3.
Há alguns anos, o sistema público de saúde vem disponibilizando à população a realização do exame preventivo
do câncer de próstata. Porém, a demanda ainda é insignificante, provavelmente em decorrência do homem não ter
hábito de buscar o serviço de saúde, nem mesmo na vigência de queixas. Quando se trata de exame dessa natureza, a
adoção dessa conduta preventiva também é bloqueada pelo preconceito, além do déficit de educação sanitária da
população inerente à prevenção. 9.
O conhecimento da patologia e o acesso aos serviços preventivos e de diagnósticos são considerados pontos
chaves na prática da prevenção. Conhecendo-se a evolução do câncer de próstata, os métodos de diagnóstico precoce e
dispondo-se de condições de acesso aos serviços médicos-laboratoriais, potencialmente o câncer de próstata pode ser
detectado numa fase inicial e com isto o caso apresentar, na maioria das vezes, melhor prognóstico. 10.
Conclusão
O Câncer de Próstata é uma patologia que acomete uma parcela considerável da população masculina, e que
causa um índice bem acentuado de óbitos, sendo, portanto, necessária a realização precoce do diagnostico de tal
doença.
O segmento masculino possui resistência quando se trata de realizar exames e realizar consultas médicas, e essa
atitude auto negligente, que faz dele um ser vulnerável a doenças que são não investigadas precocemente, podem
causar-lhe a morte. Isso e comprovado através de dados que mostram que o câncer de próstata tem sido a segunda
causa de morte masculina no Brasil.
A detecção precoce do câncer de próstata é uma arma importante para o combate dessa neoplasia, pois quanto
mais cedo for descoberto, menos agressivo é o tratamento, mais favorável será o prognóstico e menor será o sofrimento
do paciente e o custo para o sistema de saúde.
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