13 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 AVALIAÇÃO DO EFEITO IMUNODEPRESSOR DA DEXAMETASONA EM CAMUNDONGOS INOCULADOS COM BACTERINA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS EVALUATION OF THE IMMUNODEPRESSOR EFFECT OF THE DEXAMETHASONE IN MICE INOCULATED WITH STAPHYLOCOCCUS AUREUS BACTERINA BARROS, Bismark José 1 Resumo Através do presente trabalho, avaliou-se a ação da dexametasona como agente imunodepressor em camundongos inoculados com bacterina de Staphylococcus aureus ATCC. A pesquisa foi realizada na Universidade Paranaense (UNIPAR)-Umuarama/PR e se utilizou 5 grupos de 6 animais recendo o seguinte protocolo: GS1uma dose de bacterina sem tratamento com dexametasona; GSD1-uma dose de bacterina e tratamento com dexametasona; GS2-duas doses de bacterina sem tratamento com dexametasona; GSD2-duas doses de bacterina e tratamento com dexametasona; GC-duas doses de injeção salina (grupo controle).Os animais dos grupos foram pesados e submetidos semanalmente à colheita de sangue para o teste soro-aglutinação em tubos para detecção de anticorpos induzidos pela inoculação da bacterina de Staphylococcus aureus. Os resultados obtidos apontaram para uma resposta imuno-humoral deprimida enquanto os animais estavam recebendo a dexametasona, restabelecendo-se níveis normais após a suspensão da mesma. Palavras-chave:Sistema imune, anticorpos, aglutinação, corticosteróides, dexametasona. Abstract Trough the present work,, evaluated it action of dexamethasone as immunodepressor agent on mice inoculated with inativated strain of Staphylococcus aureus ATCC. The research was carried trough in the UNIPAR – Umuarama/ PR, and it used 5 groups of 6 animals receiving the following protocol: GS1 – one dosis vial strain withless dexamethasone; GSD1 – one dosis vial strain with dexamethasone; GS2 – two dosis vial strain withless dexamethasone; GSD2– two dosis vial strain with dexamethasone; GC – two dosis vial of saline (control group). The animals of the groups were heavy and weekly submitted to the crop of blood for the test serum-agglutination in tubes for detection of antibodies induced by the inoculation of the antigen of Staphylococcus aureus The results obtained aim to depresed response imunne however the animals are receiving the dexamethasone, restabilish normal levels after your suspension. Key-words: Imunne system; antybodies; agglutination;corticosteroydes; dexamethasone. 1 Médico Veterinário, Especialista em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais; Mestre em Ciência Animal. Professor do Curso de Medicina Veterinária da Universidade da Grande Dourados – UNIGRAN: [email protected] BARROS, Bismark José 14 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 Introdução A resposta imune adquirida pode ser dividida em fases distintas: o reconhecimento do antígeno, a ativação dos linfócitos e a fase efetora de eliminação do antígeno, seguindo-se um retorno ao estado de homeostasia e manutenção da memória. Tais fases podem ser mediadas por linfócitos B ou linfócitos T. No primeiro caso, a resposta é do tipo humoral e se caracteriza principalmente pela produção de anticorpos. No segundo, a resposta é do tipo celular e se manifesta basicamente por citotoxidade (ABBAS; LICHTMAN, 2003). Segundo Tizard (2001), antígenos exógenos, tais como, microorganismos extracelulares e vacinas inativadas, induzem predominantemente uma resposta imune do tipo humoral, observando-se inicialmente, na estimulação primária , uma baixa magnitude na produção de anticorpos. Após a segunda estimulação, e estimulações sucessivas, ocorre uma grande produção de imunoglobulina, a qual se mantém na corrente sanguínea por tempo prolongado, conforme mostra a figura 1. Figura 1: Efeitos de estimulações antigênicas sobre a produção de anticorpos em animai (Tizard, 2001) . Ação dos corticosteróides no sistema imune Os primeiros relatos dos efeitos benéficos com atividade imunossupressora datam de 1949, com o uso da cortisona Embora se utilize os corticosteróides como agentes imunossupressores , seu preciso modo de ação permanece obscuro. Podemse classificar os mamíferos como sensíveis ou resistentes aos corticosteróides, com base na facilidade na qual podem sofrer esgotamento de linfócitos. Os roedores de laboratório e o homem são muito mais resistentes aos efeitos imunossupressores dos corticosteróides que os animais domésticos (TIZARD, 2001). Os corticosteróides, por serem altamente lipossolúveis, em função de sua estrutura química (figura 2), são rapidamente absorvidos diretamente no interior da célula, onde se conjugam com um receptor no citoplasma. Este complexo (esteróidereceptor) é transportado para o núcleo onde estimula a síntese da proteína denominada IқBα . A IқBα suprime as atividades do fator de transcrição NF-қB. O NF-қB é normalmente mantido em estado inativo por formar complexo com o IқBα . Quando um linfócito é estimulado, as duas moléculas se dissociam , a IқBα se degrada rapidamente e o NF-қB ativo fica livre para agir. Por meio BARROS, Bismark José 15 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 da estimulação da síntese de um excesso de IқBα que se conjuga com o NF-қB , os corticosteróides bloqueiam todos os processos mediados pelo Nf-қB , incluindo a síntese de citocinas (figura 3). De maneira geral, os corticosteróides influenciam a imunidade em quatro áreas (quadro 1), interferindo na circulação de leucócitos, nos mecanismos efetores dos linfócitos, modulando as atividades dos mediadores inflamatórios modificando o metabolismo das proteínas, carboidratos e gordura (TIZARD,2001). Figura 2 : Estrutura química da dexametasona (FFUP, 2006). Os corticosteróides causam apoptose de timócitos, deprimindo a capacidade dessas células produzirem citocinas, com exceção da IL-2 . Os efeitos da terapia com corticosteróides nas respostas de anticorpos são variáveis e dependem do momento da administração e da dose ministrada. Em geral, as células B tendem a ser resistentes aos corticosteróides naturais e sintéticos , sendo necessárias doses altas para deprimir a síntese de anticorpos (TIZARD, 2001). Figura 3: Mecanismo de ação dos corticosteróides dentro da célula (FFUP, 2006). BARROS, Bismark José 16 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 Quanto à farmacocinética, os corticosteróides são, em geral, rapidamente absorvidos pelo trato gastrointestinal, sendo distribuídos por todo o organismo. A ligação da dexametasona às proteínas plasmáticas é reversível e menor que a maioria de outros corticosteróides (mais ou menos em torno de 77 %). A dexametasona tem elevada afinidade para a globulina, mas baixa capacidade de ligação. Somente a fração livre pode entrar na célula e mediar os efeitos corticosteróides. O tempo de meia vida plasmática é de 3 h + ou – 0,8 h. Os corticosteróides são essencialmente metabolizados no fígado. A metabolização lenta dos corticosteróides sintéticos, como a dexametasona, associada a uma baixa ligação às proteínas plasmáticas, explica a elevada potência e a longa duração de ação comparada com os corticosteróides naturais. A excreção da droga ocorre basicamente por via urinária e atinge 65 % em 24 horas, sendo o clearence de 3,7 + ou – 0,9 ml/min./kg (FFUP, 2006). Quadro 1: Efeitos dos corticosteróides no sistema imune (TIZARD, 2001). CÉLULAS EFEITOS Neutrofilia NEUTRÓFILOS Depressão da quimiotaxia Depressão da marginação Depressão da fagocitose Depressão da ADCC Depressão da atividade bactericida Depressão da quimiotaxia MACRÓFAGOS Depressão da fagocitose Depressão da atividade bactericida Depressão da produção de IL-1 Depressão do processamento de antígeno Depressão da proliferação LINFÓCITOS Depressão das respostas de células T Citotoxidade mediada por células T prejudicada Depressão da produção de IL-2 Depressão da produção de citocinas LINFÓCITOS B Diminuição mínima na produção de imunoglobulinas Prova de aglutinação Diversas técnicas de diagnóstico imunológico podem ser utilizadas para se avaliar uma resposta imune frente a um agente infeccioso ou vacinal. No presente trabalho, a técnica escolhida foi a aglutinação, uma vez que ela se aplica bem a antígenos particulados, como é o caso do antígeno formado de células inativadas de Staphilococcus aureus. Nesta técnica, considerada como teste de ligação secundário por medir os efeitos da ligação antígeno-anticorpo, os anticorpos combinam-se com antígenos de superfície das partículas e dependendo de relação ótima entre antígeno-anticorpo, pode-se formar um mosaico que se apresenta macroscopicamente como grumos. A aglutinação é considerada prova qualitativa e semi-quantitativa, de alta sensibilidade, porém de baixa especificidade, sendo utilizada, na maioria das vezes, como teste de triagem (BIER, 1980). O presente estudo teve como objetivo principal avaliar a ação de uma BARROS, Bismark José 17 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 droga imunodepressora sobre a resposta imune-humoral primária e secundária, em camundongos inoculados com bacterina de Staphylococcus aureus, visando uma possível extrapolação para situações clínicas, nas quais o organismo animal encontra-se imunodeprimido, como no estresse e algumas infecções virais. Material e Métodos Produção de imunobiológicos Staphylococcus aureus ATCC foi cultivado em meio de cultura apropriado no laboratório de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Pública da UNIPAR, a partir do qual se produziu dois tipos de imunobiológicos. O primeiro material, denominado inóculo, graduado em 0,5 na escala de Mc Farland, correspondendo a uma concentração de 109 bactérias/ ml, foi utilizado como vacina neste experimento. O outro, graduado em 3 na mesma escala, correspondendo a 1015 bactérias/ml, foi utilizado como antígeno na reação de aglutinação. Ambos os materiais foram previamente inativados com formalina. Iniciou-se a administração da droga imunossupressora desde 7 dias antes até 7 dias depois da primeira inoculação de forma continuada na água de bebida dos camundongos pertencentes aos grupos GSD1 e GSD2, conjuntamente com um antibiótico de largo expectro. Como droga imunossupressora utilizou-se a dexametasona2 na dosagem de 8 mg /L. O antibiótico utilizado foi a oxitetraciclina 3 na dosagem de 1 mg / L. O grupo GC foi o controle do experimento. Administração do inóculo (vacina) No dia 0 (zero) do experimento, injetou-se 0,2 ml do inóculo, por via subcutânea na região abdominal ventral, nos camundongos dos grupos (GS1,GSD1, GS2 e GSD2). O grupo GC, sendo o controle do experimento, recebeu solução salina como vacina. No dia 7, apenas os animais dos grupos GS2 e GSD2 receberam o reforço vacinal. Dessa forma, os animais dos grupos GS1 e GSD1 constituíram-se no objeto de estudo da resposta imune primária, enquanto os dos grupos GS2 e GSD2 na avaliação da resposta imune secundária. Colheita de sangue Animais de experimentação Para a realização do presente trabalho foram organizados 5 grupos distintos, cada um constituído por 6 camundongos albinos da linhagem Swiss Webstar em idade reprodutiva. Os referidos grupos foram nomeados em GS1, GSD1, GS2, GSD2 e GC e mantidos individualizados em caixas próprias para a manutenção dos animais até o final do experimento, quando os mesmos sofreram eutanásia, de acordo com a resolução 714 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, 2002) e protocolo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Paranaense (UNIPAR). Administração imunossupressora da droga No dia 7 do experimento colheu-se o sangue dos animais de todos os grupos, objetivando a extração do soro para a realização da prova de aglutinação. Utilizouse como técnica de colheita a punção venosa do plexo vascular orbital com tubo capilar, após prévia anestesia geral inalatória com halotano4. O volume de sangue coletado foi aproximadamente de 0,5 ml, que após coagulação e centrifugação a 1500 G (gravidade), permitiu um rendimento em soro de 40 % em média. Novas colheitas, utilizando-se a mesma técnica, foram realizadas nos dias 14 e 21. 2 Decadron, Aché Laboratórios Farmacêuticos, Guarulhos – SP. 3 Tormicina, Tortuga Companhia Zootécnica Agrária, São Paulo- SP. 4 Halothano. Cristália Indústria Química Farmacêutica Ltda, Itapira – SP. BARROS, Bismark José 18 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 Realização da prova de aglutinação Nos dias 7, 14 e 21 do experimento foram realizadas as provas de aglutinação em micro-placas de poliestireno com fundo em “U”, distribuindo-se, inicialmente, 25 micro-litros de solução tampão PBS, pH 7,2, em 48 poços , para cada grupo estudado, perfazendo um total de 240 poços (5 grupos) em micro-placas individualizadas. Adicionou-se 25 micro-litros do soro dos animais de cada grupo à primeira linha de poços, objetivando a diluição e se transferiu de forma seqüencial 25 micro-litros para as linhas de poços seguintes, descartando-se 25 micro-litros na final da diluição. Com esse procedimento, obteve-se diluições de 1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64, 1:128 e 1:256. Depositou-se, em seguida, 25 micro-litros do antígeno em cada um dos poços.Agitouse as placas suavemente sobre a bancada, visando uma perfeita homogeneização. Envolveu-se as micro-placas com plástico (para evitar evaporação dos reagentes) e incubou-se as placas por 24 horas, à temperatura ambiente. lâmpada fluorescente como fonte luminosa. Considerou-se como resultado positivo uma turvação difusa da solução e negativo a formação de um botão de coloração esbranquiçada no fundo do poço com solução sobrenadante límpida. Pesagem dos animais Os camundongos, de todos os grupos, foram pesados nos dias 7, 14 e 21, utilizando-se balança automática com precisão decimal. Anotação dos estatística resultados e análise Em todas as etapas, os valores de pesagem e aglutinação foram anotados em quadros para futura análise estatística e confecção do gráfico referente à resposta imune. Utilizou-se o programa GraphPad InStat para a análise estatística : análise de variância para o peso e teste de KruskalWallis para níveis de anticorpos no teste de aglutinação. Resultados e Discussão Leitura das microplacas Nos dias 8, 15 e 22 foram realizadas as leituras das micro-placas, utilizando-se uma caixa de fundo escuro contendo uma No decorrer do experimento, adotouse como parâmetro indicativo de saúde dos animais o peso, o qual foi determinado nos dias 7,14 e 21 (tabela 1). Tabela 1: Média dos pesos (gramas) e respectivos desvios padrão dos grupos de camundongos inoculados com GRUPOS MÉDIA E DESVIO PADRÃO GS1 GSD1 GS2 GSD2 GC 7 DIAS 35,33 +- 5,53 28,30 +- 4,32 36,42 +- 2,52 32,00 +- 5,27 34,25 +- 4,19 14 DIAS 35,58 +- 5,31 31,63 +- 3,75 37,75 +- 3,00 34,75 +- 2,38 34,83 +- 3,83 21 DIAS 36,17 +- 5,25 35,50 +- 3,56 37,33 +- 2,54 35,63 +- 4,57 36,30 +- 2,61 Staphilococcus aureus ATCC inativado. GS1: animais inoculados com uma dose de S. aureus; GSD1: animais inoculados com uma dose de S. aureus, tratados com dexametasona; GS2: animais inoculados com duas doses de S. aureus com intervalo de 7 dias; GSD2: animais inoculados com duas doses de S. aureus, tratados com dexametasona; GC: animais inoculados com duas doses de solução salina ( grupo controle ); BARROS, Bismark José 19 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 A análise estatística indicou que aos 7, 14 e 21 dias não houve diferença significativa entre os grupos, p = 0,0513 > p = 0,05:, p = 0,2032 > p = 0,05 e p = 0,9448 > p = 0,05 respectivamente. Analisando a Tabela 1, observa-se que os animais dos grupos GSD1 e GSD2, que receberam tratamento com dexametasona até o dia da pesagem, apresentaram uma média de peso corporal inferior às médias dos animais pertencentes aos demais grupos que não receberam o tratamento com a droga imunossupressora. Após a suspensão da droga os animais dos grupos GS1 e GSD2 obtiveram um aumento em suas médias de peso corporal, enquanto os animais dos demais grupos mantiveram uma média constante. Esse fato pode ser explicado, devido os animais dos grupos GS1 e GSD2 terem sofrido os efeitos catabólicos da dexametasona sobre proteínas e gorduras, levando a uma perda de peso em administrações prolongadas, porém esses animais conseguiram recuperar o peso, indicando que não adquiriram infecções oportunistas, o que pode ser justificado pelo uso de um antibiótico de largo espectro (oxitetraciclina), uma vez que o uso crônico de corticosteróides, pode aumentar a suscetibilidade às infecções (TIZARD, 2001). Tabela 2: Mediana da titulação de anticorpos em camundongos inoculados com Staphilococcus aureus ATCC. MEDIANA GRUPO 7 DIAS 14 DIAS 21 DIAS 64 24 32 GS1 8 6 40 GSD1 8 20 32 GS2 6 12 64 GSD2 18 2 0 GC GS1: animais inoculados com uma dose de S. aureus; GSD1: animais inoculados com uma dose de S. aureus, tratados com dexametasona; GS2: animais inoculados com duas doses de S. aureus com intervalo de 7 dias; GSD2: animais inoculados com duas doses de S. aureus, tratados com dexametasona; GC: animais inoculados com duas doses de solução salina ( grupo controle ); Quanto à resposta humoral, os animais do grupo GS1, que receberam apenas uma dose do inóculo de bacterina de Staphylococcus aureus ATCC, apresentaram uma cinética na produção de anticorpos compatível com o esperado: elevado nível 7 dias após a inoculação e decréscimo em dias subseqüentes. Animais pertencentes ao grupo GSD2 que receberam dexametasona antes e durante a primeira inoculação apresentaram uma resposta de anticorpos inversa, com baixa titulação aos 7 dias e aumento progressivo nos dias 14 e 21. Os animais do grupo GS2 apresentaram o título inferior 7 dias após a primeira inoculação e aumento após a segunda.Camundongos do grupo GSD2 apresentaram baixo nível de anticorpos 7 dias após a primeira inoculação e uma elevação do nível de anticorpos após a segunda. Os achados relatados acima demonstraram a ação depressora da dexametasona sobre a magnitude da resposta imune-humoral. O grupo controle também apresentou títulos de anticorpos 7 e 14 dias após a primeira e segunda inoculações, provavelmente porque alguns animais do grupo tiveram contato prévio com a bactéria Staphylococcus aureus ao longo se suas vidas, tendo em vista que já eram animais adultos quando recebidos para o experimento. BARROS, Bismark José 20 Interbio v.5 n.1 2011 - ISSN 1981-3775 Figura 4: Cinética da produção de anticorpos em camundongos inoculados com Staphylococcus aureus ATCC. (GS1: animais inoculados com uma dose de S. aureus; GSD1: animais inoculados com uma dose de S. aureus, tratados com dexametasona; GS2: animais inoculados com duas doses de S. aureus com intervalo de 7 dias; GSD2: animais inoculados com duas doses de S. aureus, tratados com dexametasona; GC: animais inoculados com duas doses de solução salina (grupo controle)). TIZARD, I. R. Imunologia veterinária – uma introdução. São Paulo: Roca, 2002, 532 p. Conclusão A dexametasona, como agente imunodepressor, diminuiu a magnitude de produção de anticorpos nos camundongos inoculados com Staphylococcus aureus enquanto estava sendo administrada. Após a suspensão do seu uso, os níveis de anticorpos , tanto na resposta imune primária como secundária, foram restabelecidos. Referências Bibliográficas ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia celular e molecular. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, 580 p. BIER, O. Bacteriologia e imunologia. São Paulo: Melhoramentos, 1980, 1063 p. CFMV, Conselho Federal de Medicina Veterinária. Legislação. Disponível em: http://www.cfmv.org.br/legislacao.php?mn=cfmv. Acesso em 30 de julho de 2007. FFUP, Faculdade de Farmácia – Universidade do Porto. Monografias. Disponível em : http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0607 /dexametasona/farmacodinamicaContraindicacoes.ht ml. Acesso em 21 abr. 2007. BARROS, Bismark José