UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JEFERSON KINDRAJH DESENVOLVIMENTO DE UMA LUMINÁRIA LED AUTÔNOMA UTILIZANDO PAINÉIS FOTOVOLTAICOS E BANCO DE ULTRACAPACITORES CURITIBA 2015 JEFERSON KINDRAJH DESENVOLVIMENTO DE UMA LUMINÁRIA LED AUTÔNOMA UTILIZANDO PAINÉIS FOTOVOLTAICOS E BANCO DE ULTRACAPACITORES Trabalho de Conclusão de Curso Superior de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientação: Prof. Dr. João Américo Vilela Junior Coorientador: Prof. Dr. James Alexandre Baraniuk CURITIBA 2015 TERMO DE APROVAÇÃO Jeferson Kindrajh DESENVOLVIMENTO DE UMA LUMINÁRIA LED AUTÔNOMA UTILIZANDO PAINÉIS FOTOVOLTAICOS E BANCO DE ULTRACAPACITORES Trabalho de conclusão de Curso de Graduação, aprovado como um dos requisitos para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista no Curso de Engenharia Elétrica com Ênfase em Sistemas Eletrônicos Embarcados, Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná, pela seguinte banca examinadora: Prof. Dr. João Américo Vilela Junior Departamento Acadêmico de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, UFPR Prof. Dr. James Alexandre Baraniuk Departamento Acadêmico de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, UFPR Curitiba, 28 de dezembro de 2015 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pois foi Ele quem deu esta oportunidade de estudar Engenharia Elétrica e também foi Ele quem deu força e sabedoria para chegar até aqui. À Mulher da minha vida Nayara, pela paciência e compreensão pelo tempo dedicado à Universidade. Aos meus Pais (Maria M. Kindrajh e Paulo Kindrajh), à minha irmã (Danielle Kindrajh) e meu cunhado (Rodrigo M. Cardoso) pelo apoio e incentivo dado todo esse tempo. Ao meu orientador Prof. Dr. João Américo, pela competente orientação do presente trabalho, por toda a ajuda prestada, pela motivação e paciência de ajudar-me a realizar este trabalho. Aos professores, Dr. Rogers Demonti, Dr. João Dias e Dr. James Alexandre Baraniuk, pelo ensino ao longo dos anos e pelo interesse neste trabalho. Aos meus colegas de trabalho da Furukawa, em especial Luiz H. Zimmerman pela compreensão, empatia e incentivo aos meus estudos. A todos os meus colegas que participaram desta minha caminhada. Em especial meu colega de trabalho de fim de curso Brenno Brummel de Figueiredo e Marcelo F. Oliveira. RESUMO Este trabalho apresenta o estudo e o desenvolvimento de uma luminária LED, que usa módulos solares e conta com um banco de ultracapacitores. Para tal, foram procuradas soluções sustentáveis para cumprir o sétimo dos oito objetivos do milênio estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. O projeto utiliza três novas tecnologias menos poluentes destinadas a substituir as duas maiores fontes poluidoras existentes na maioria das luminárias autônomas. Para tal solução, as lâmpadas de descarga foram substituídas por LEDs de alta eficiência e elevada vida útil e a as baterias por ultracapacitores, que podem durar até 25 anos. Para alimentar a luminária, foram utilizados painéis fotovoltaicos que possuem expectativa de vida em torno de 25 anos. Todas estas tecnologias envolvidas possuem o propósito de atender ao requisito de sustentabilidade estipulado pela ONU. Ademais, ferramentas como conversores CC-CC e algoritmo MPPT foram implementados para aumentar a eficiência da luminária proposta. O Projeto gerou um protótipo funcional de luminária LED autônoma, sustentada por um banco de ultracapacitores, alimentada por painéis fotovoltaicos, para aplicação em iluminação de vias de pedestres. Palavras chave: Sustentabilidade. Iluminação LED. Ultracapacitores. Geração Fotovoltaica. ABSTRACT This paper presents the study and development of a LED lamp that uses solar modules and a bank of ultracapacitors. For this purpose, they sought after sustainable solutions to meet the seventh goal of the eight Millennium Development Goals set by the United Nations (UN), which is quality of life and respect for the environment. The project uses three clean new technologies designed to replace the two largest existing pollution sources in most standalone fixtures: discharge lamps replaced with high-efficiency LEDs, with long service life; batteries replaced with ultracapacitors, which can last up to 25 years; and photovoltaic panels to power the light, which a life expectancy around 25 years. All with the purpose of meeting the environmental sustainability requirement of the UN. In addition, tools such as DC-DC converters and MPPT algorithm have been implemented to increase system efficiency. The project created a working prototype of an autonomous LED lamp, supported by a ultracapacitors bank, powered by photovoltaic panels, for use in lighting pedestrian routes. Keywords: Generation. Sustainability. LED lighting. Ultracapacitors. Photovoltaic LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1: DIAGRAMA SIMPLIFICADO DO SISTEMA. ................................. 13 FIGURA 2: DIAGRAMA EM BLOCOS GENÉRICO DE UMA LUMINÁRIA SOLAR AUTÔNOMA. ...................................................................................... 19 FIGURA 3: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO P&O MPPT. ........................... 20 FIGURA 4: ALGORITMO DO P&O MPPT........................................................ 21 FIGURA 5: SUPERCAPACITOR ELETROQUÍMICO DE DUAS CAMADAS. .. 22 FIGURA 6: RESUMO GRÁFICO DAS CARACTERÍSTICAS DOS SUPERCAPS E ALGUNS TIPOS DE BATERIAS. .................................................................. 25 FIGURA 7: LED DE 5MM CONVENCIONAL E SEU SÍMBOLO. ..................... 27 FIGURA 8: LED GOLDEN DRAGON E SUA ESTRUTURA INTERNA. ........... 29 FIGURA 9: DISSIPAÇÃO TÉRMICA EM UM LED. .......................................... 30 FIGURA 10: CIRCUITO TÉRMICO DE UM LED DE POTÊNCIA MONTADO EM BASE MCPCB. ................................................................................................. 30 FIGURA 11: PLACA PMP7647. ESQUERDA: FACE SUPERIOR. DIREITA: FACE INFERIOR.............................................................................................. 36 FIGURA 12: RELAÇÃO TRIGONOMÉTRICA DA ILUMINÂNCIA PONTUAL. . 42 FIGURA 13: DISSIPADOR SELECIONADO PARA O SISTEMA. .................... 44 FIGURA 14: CIRCUITO PARA LIMITAÇÃO DA TENSÃO EM CADA SUPERCAPACITOR. ....................................................................................... 48 FIGURA 15: CÉLULAS SOLARES................................................................... 49 FIGURA 16: DRIVER DC-DC PARA ALIMETAÇÃO DOS LEDS E UM CIRCUITO BOOST EXEMPLIFICANDO O CIRCUITO. ................................... 51 FIGURA 17: CONVERSOR DC-DC PARA A CARGA DO BANCO DE ULTRAPACITORES. ........................................................................................ 53 FIGURA 18: BOOST REPONSÁVEL PELA ALIMENTAÇÃO DO CIRCUITO .. 55 FIGURA 19: REGULADOR LINEAR PARA ALIMENTAÇÃO DO CIRCUITO .. 57 FIGURA 20: REGULADOR LINEAR PARA ALIMENTAÇÃO DO CIRCUITO .. 59 FIGURA 21: CORRENTE MEDIDA NOS LEDS. .............................................. 61 FIGURA 22: CICLO DE TRABALHO PARA CONVERSOR BOOST DOS LEDS . ........................................................................................................................ 63 FIGURA 23: TENSÃO APLICADA NOS LEDS. ............................................... 64 FIGURA 23: CORRENTE MEDIDA NOS LEDS. .............................................. 64 FIGURA 25: SINAIS PWM COMPLEMENTARES NO BUCK. ......................... 65 FIGURA 26: TEMPO MORTO NOS SINAIS PWM DO BUCK ......................... 65 FIGURA 27: LEDS E ACESSÓRIOS ............................................................... 86 FIGURA 28: LED MONTADO........................................................................... 86 FIGURA 29: PLACA BASE EM ALUMINIO ...................................................... 87 FIGURA 30: PLACA BASE EM ALUMINIO MONTADA ................................... 87 FIGURA 31: PCI EQUILIBRIO ULTRACAPACITOR ........................................ 88 FIGURA 32: BARRA DE CONEXÃO DOS ULTRACACITORES ..................... 88 FIGURA 33: BARRA DE CONEXÃO DOS ULTRACACITORES ..................... 88 FIGURA 34: ULTRACACITORES LIGADOS ................................................... 89 FIGURA 35: CONJUNTO DE CÉLULAS SOLARES ........................................ 90 FIGURA 36: LAYOUT DA PLACA CONTROLADORA ..................................... 90 FIGURA 37: PLACA CONTROLADORA FINALIZADA .................................... 91 FIGURA 38: CONJUNTO MONTANDO EM BASE DE ACRÍLICO. ................. 91 LISTA DE QUADROS E TABELAS QUADRO 1: VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS ULTRACAPACITORES...... 24 QUADRO 2: CLASSES DE ILUMINAÇÃO PARA CADA TIPO DE VIA ........... 33 TABELA 1: RESULTADOS DE TESTE DE PERFORMANCE EM P&O MPPT MICROCONTROLADO. ................................................................................... 21 TABELA 2 : COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMA SOLAR SEM MPPT E SISTEMAS SOLAR COM P&O MPPT. ............................................................ 22 TABELA 3: COMPARAÇÃO ENTRE ULTRACAPACITORES E BATERIAS. .. 24 TABELA 4: ILUMINÂNCIA MÉDIA E FATOR DE UNIFORMIDADE MÍNIMO PARA CADA CLASSE DE ILUMINAÇÃO ........................................................ 33 TABELA 5: CARACTERÍSTICAS DO LED. FONTE: DATASHEET ................. 40 TABELA 6: CÁLCULO DA ILUMINÂNCIA MÉDIA DAS LUMINÁRIAS ............ 42 TABELA 7: CALCULO DA ILUMINÂNCIA MÉDIA DAS LUMINÁRIAS ............ 43 TABELA 8: CÁLCULO DA ILUMINÂNCIA MÉDIA DAS LUMINÁRIAS ............ 44 TABELA 9: CÁLCULO DA CAPACITÂNCIA EM FUNÇÃO DA AUTONOMIA . 45 TABELA 10: CÁLCULO DA CAPACITÂNCIA EM FUNÇÃO DA AUTONOMIA 46 TABELA 11: CÁLCULO DO TEMPO DE CARREGAMENTO FUNÇÃO DO BANCO ............................................................................................................ 47 TABELA 12: CÁLCULO UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ACUMULADA ............... 47 TABELA 13: TEMPOS DE CARGA ATUALIZADOS EM FUNÇÃO DA NOVA CORRENTE DE CARGA.................................................................................. 50 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR - Norma Brasileira Regulamentar UFPR - Universidade Federal do Paraná ed. - Edição Ed. - Editor IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ONU - Organização das Nações Unidas ISBN - International Standard Book Number p. - Página MPPT - Maximum Power Point Tracking P&O - Perturb and Observ MCU - Microcontrolador LDR - Light Dependent Resistor V - Volt A - Ampère W - Watt F - Farad cd - Candela lm - Lumen SSL - Solid State Light MCPCB - Metal Core Printed Circuit Board COB - Chip on Board SMD - Dispositivos de Montagem Supercial CI - Circuito Integrado HPS - Lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14 1.1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 14 1.1.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 14 2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 18 3.1 LUMINÁRIAS AUTÔNOMAS .............................................................................. 18 3.2 MPPT EM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ......................................................... 19 3.2.1 O algoritmo P&O ............................................................................................. 20 3.3 SUPERCAPACITORES E ULTRACAPACITORES ............................................ 22 3.4 LEDS DE POTÊNCIA ......................................................................................... 27 3.5 LEGISLAÇÃO PARA LUMINÁRIAS EM ILUMINAÇÃO PÚBLICA ...................... 31 4 METODOLOGIA ................................................................................................... 35 5 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 40 5.1 CÁLCULO DO LED ............................................................................................. 40 5.2 CÁLCULO DO DISSIPADOR PARA CADA LED ................................................ 43 5.3 CÁLCULO DO BANCO DE SUPERCAPACITORES .......................................... 45 5.4 CÁLCULO MÓDULO SOLAR ............................................................................. 49 5.5 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DA CONTROLADORA ........................................ 50 5.5.1 Driver LED ...................................................................................................... 50 5.5.2 Conversor DC-DC para carga do Banco de Ultracapacitores ......................... 52 5.5.3 Conversor Boost para Alimentação dos Transistores dos Conversores DC-DC ....................................................................................................................... 54 5.5.4 Regulador de Tensão para Alimentação do Microcontrolador, AOP e Sensor de Movimento. .............................................................................................. 56 5.5.5 Microcontrolador e Circuito Amplificador do Sensor de Corrente de Carga do Banco. ....................................................................................................... 57 5.5.6 Firmware ......................................................................................................... 59 6 RESULTADOS ..................................................................................................... 63 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 66 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 ANEXO 1 – DATASHEET LED................................................................................. 69 ANEXO 2 - DESIGN DE REFERÊNCIA DA TEXAS INSTRUMENTS “PMP7647 BOARD” ................................................................................................. 74 ANEXO 3 – DRIVER LM2510 ................................................................................... 75 ANEXO 4 – DRIVER LM2523 ................................................................................... 79 APÊNDICE 1 – CIRCUITO PROPOSTO .................................................................. 81 APÊNDICE 2 – LISTA DE MATERIAIS .................................................................... 82 APÊNDICE 3 – CALCULOS DOS GANHOS DA NOVA CONTROLADORA .......... 85 APÊNDICE 4 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO ....................................................... 86 APÊNDICE 5 – FIRMWARE ..................................................................................... 92 12 1 INTRODUÇÃO Os sistemas de iluminação estão presentes em nosso dia a dia e são de suma importância principalmente no período noturno ou de baixa luminosidade, tanto em ambientes fechados quanto abertos. Em ambientes abertos o grande foco é a iluminação pública, que garante segurança para motoristas e pedestres, mas em contrapartida consome uma grande quantidade de energia elétrica e tem elevada necessidade de manutenção. Os sistemas atuais de iluminação pública, em sua maioria, são alimentados pela rede elétrica e possuem como fonte luminosa lâmpadas a vapor de mercúrio, vapor de sódio ou vapor metálico, que são lâmpadas de descarga. As desvantagens são: a) grande consumo de energia elétrica; b) baixa vida útil das lâmpadas, gerando mais manutenção nas luminárias; c) baixa eficiência, em comparação com os LEDs, dependendo do tipo de lâmpada. Uma alternativa para as fontes luminosas tradicionais citadas, que já está sendo implementadas em algumas cidades no Brasil e no mundo, é a substituição das lâmpadas de descarga por LEDs. Essa substituição tem por objetivo uma diminuição no consumo de energia elétrica tanto pela alta eficiência (exceto se comparado às lâmpadas de vapor de sódio, porém esta é monocromática), alguns maiores que 140 lm/W, quanto pela capacidade de dimerização, o que acarretará na diminuição da intensidade luminosa na ausência de trânsito e nos períodos de menor utilização. Consequentemente, haverá uma diminuição no impacto ambiental causado por metais pesados presentes em alguns desses tipos de lâmpadas, pois são fabricados sem estes metais e elementos tóxicos, portanto, não nocivos ao meio ambiente e aos seres vivos. Outro fato importante a ser salientado, é a redução de manutenção que as lâmpadas com tecnologia LED são capazes de proporcionar, visto que a 13 vida útil de LEDs de potência está na casa das 50.000 horas. Além da redução de troca das lâmpadas, haverá a economia nos gastos relativos a transporte até o local onde se localiza a luminária. Para poupar energia, uma solução é o desenvolvimento de luminárias autônomas, alimentadas por módulos solares fotovoltaicos. Alguns sistemas autônomos de iluminação já foram desenvolvidos, inclusive luminárias com LEDs. Contudo, continuam utilizando baterias que contêm metais pesados como chumbo, cádmio, níquel ou lítio. Esses metais pesados são tóxicos aos seres vivos e seu descarte inadequado causa grande impacto ambiental. Há também a questão de necessidade periódica de manutenção dos acumuladores de carga. A proposta deste trabalho é o desenvolvimento de uma luminária LED autônoma, alimentada por painéis solares fotovoltaicos, cuja energia necessária para o funcionamento no período noturno ou de baixa luminosidade será fornecida por um banco de ultracapacitores. O diagrama simplificado do sistema pode ser visto na FIGURA 1. FIGURA 1: DIAGRAMA SIMPLIFICADO DO SISTEMA. FONTE: AUTORES, 2015. 14 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 OBJETIVO GERAL Pretende-se desenvolver um sistema de iluminação LED, outdoor, autônomo, microcontrolado, sustentado por um banco de ultracapacitores, a fim de atender o requisito de sustentabilidade ambiental. A luminária será projetada para uso em passeios e praças, ou seja, para uso em vias de pedestres. Poderá ser também utilizada em vias de automóveis, com as devidas modificações. 1.1.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos do projeto serão listados e discorridos a seguir. a) substituir as lâmpadas de descarga por LEDs de potência; b) substituir as baterias por um banco de ultracapacitores. Esse banco substituirá tanto baterias de chumbo quanto de NiCd, NiMH ou lítio; c) utilizar painéis fotovoltaicos para alimentar o sistema, garantindo sua total independência do sistema elétrico nacional, promovendo sua auto-suficiência e reduzindo a zero o consumo de energia elétrica da rede; d) projetar conversores DC-DC de alta eficiência, ambos microcontrolados, a fim de garantir uma mínima perda de energia. São eles: a. conversor DC-DC com MPPT para carga do banco de ultracapacitores através dos painéis solares; b. conversor DC-DC driver para LEDs de potência. e) desenvolver um circuito de controle, microcontrolado, que gerenciará a luminária, verificando a luminosidade do ambiente 15 através do próprio painel solar, acionando ou não a fonte luminosa de acordo com essa intensidade, comparando com valores máximos e mínimos pré-programados. O circuito de controle também atuará sobre os conversores; f) dimerizar a luminosidade dos LEDs, deixando em níveis maiores em horários mais solicitados e em níveis mais baixos em horários menos solicitados, para maximizar a autonomia. Como resultado final do projeto pretende-se ter um protótipo de luminária LED outdoor, autônoma, microcontrolada, sustentada por um banco de ultracapacitores, com acionamento automático por detecção de baixa luminosidade e dimerizável automaticamente. 16 2 JUSTIFICATIVA Alguns sistemas autônomos de iluminação já foram desenvolvidos, porém utilizam como armazenadores de carga baterias que contêm metais pesados, sendo um risco para o Meio Ambiente e para os seres vivos. As vantagens dos ultracapacitores em relação às baterias estão listadas a seguir. a) vida útil de aproximadamente 25 anos a 25 ºC; b) o custo com manutenção tende a zero; c) alta confiabilidade; d) não são construídos com metais pesados; e) maior densidade de carga por massa; f) alta corrente de carga/descarga; g) tempo de carga reduzido. A desvantagem das lâmpadas a vapor metálicas e vapor de sódio são baixa vida útil, quando comparadas com LEDs, enquanto que a desvantagem da vapor de mercúrio, além de também possuir pequena vida útil, é o significativo impacto ambiental por conter mercúrio, metal altamente tóxico, principalmente quando sua destinação final é incorreta. A maior eficiência dos atuais LEDs de potência permite que um módulo LED de 80 W, com conjunto óptico adequado, substitua uma lâmpada HPS de 150 W, provocando uma redução de 46,67% do total de energia consumida pela fonte de luz, para uma mesma intensidade de iluminação resultante. (ALI et al., 2011. p.3). A utilização de módulos solares torna-se justificável para redução do consumo de energia elétrica do sistema elétrico nacional, visando a utilização de energia renovável gratuita, limpa e democrática que é a energia solar, principalmente porque: O planeta está enfrentando uma escassez de energia devido ao aumento do consumo médio de energia per capita, portanto, tecnologias de Energia Renovável têm atraído grande interesse em todo o mundo para encontrar soluções para a crise energética mundial. (ALI; ORABI; ABDELKARIM; QAHOUQ e AROUDI, 2011, p.1) 17 No ano de 2000, a ONU, Organização das Nações Unidas, com o apoio de 191 nações, ao analisar os maiores problemas mundiais estabeleceu os “8 Objetivos do Milênio”(ODMBRASIL) (2000), que no Brasil são chamados de “8 Jeitos de Mudar o Mundo”. Esses objetivos são voltados para a melhoria das condições de vida no planeta. O prazo estipulado para atendimento dessas metas é até 2015. Os oito objetivos são: 1) acabar com a fome e a miséria; 2) educação básica de qualidade para todos; 3) igualdade entre sexos e valorização da mulher; 4) reduzir a mortalidade infantil; 5) melhorar a saúda das gestantes; 6) combater a AIDS, a Malária e outras doenças; 7) qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; 8) todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento. O sistema de iluminação proposto consistirá em um painel fotovoltaico, um banco de ultracapacitores, lâmpada LED, conversores DC-DC e um controlador, a fim de atender o requisito de sustentabilidade ambiental proposto pela ONU, que é o sétimo dos objetivos do milênio, demonstrando o comprometimento dos autores do trabalho com a sustentabilidade do planeta. 18 3 3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA LUMINÁRIAS AUTÔNOMAS O objetivo das luminárias autônomas é a utilização de energia renovável como fonte, sendo uma ideia inovadora que, recentemente, com o surgimento dos LEDs de potência brancos de alta eficiência, tem se tornado uma ótima alternativa para luminárias públicas mais eficientes. (BEDIN, 2013). Dados revelados no estudo Bedin (2013) “AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente” mostram a capacidade de se obter uma boa qualidade de iluminação (intensidade, distribuição espacial, índice de reprodução de cores e conforto visual relacionado à temperatura de cor) com a utilização de lâmpadas de LED, mantidas por um sistema alimentado por energia renovável. Segundo dados de 2008 da Eletrobrás (2015), companhia brasileira de energia, a iluminação pública no Brasil corresponde a aproximadamente 4,5% da demanda nacional e a 3,4% do consumo total de energia elétrica do país, sendo equivalente a uma demanda crescente de 2,2 GW e a um consumo de 10,3 bilhões de kWh/ano. Ainda segundo o mesmo levantamento, há aproximadamente 14,7 milhões de pontos de iluminação pública instalados, distribuídos da seguinte forma: 5% no Norte, 9% no Centro-Oeste, 20% no Nordeste, 19% no Sul, 47% no Sudeste, com previsão de instalação de mais 3,0 milhões até 2010. A vida útil de um LED é aproximadamente onze anos, considerando doze horas de iluminação diária, enquanto que a lâmpada de mercúrio tem expectativa de vida de pouco mais de três anos. Essa alta durabilidade do LED reduz custos com manutenção, diminuindo a frequência de substituição, assim como a quantidade de resíduos gerados por descarte. As formas mais comuns de obter energia de forma renovável e que não causam maiores danos ao ambiente natural, utilizadas nas luminárias autônomas. a) Energia Solar – captação através de placas fotovoltaicas; 19 b) Energia Eólica – geração de energia através da força dos ventos; c) Energia Cinética – geração de energia através da movimentação dos corpos. O Brasil, com seu território rico em recursos naturais, principalmente ao longo de toda costa e mais próximo à linha do equador, apresenta uma imensa capacidade para o aproveitamento da radiação solar e da força dos ventos. Assim, conferindo um grande potencial energético pouco explorado, se comparado aos países europeus. Na FIGURA 2 pode-se observar o diagrama em blocos genérico de uma luminária solar autônoma. Célula Circuito de Fotovoltaica Controle Circuito Driver para Circuito de proteção de Módulo LED LED Bateria carga e descarga FIGURA 2: DIAGRAMA EM BLOCOS GENÉRICO DE UMA LUMINÁRIA SOLAR AUTÔNOMA. FONTE: WANG YONGQING, 2009. 3.2 MPPT EM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS Técnicas de rastreamento do ponto de máxima potência, cuja sigla em inglês é MPPT (Maximum Power Point Tracking), são utilizadas em sistemas fotovoltaicos para maximizar a potência de saída do gerador fotovoltaico. Acompanhando continuamente o ponto de potência máxima, denominado MPP (Maximum Power Point), que depende da temperatura dos painéis e das condições de irradiância(FEMIA, Nicola et al., 2005). A questão do rastreamento de máxima potência (MPPT) tem sido abordada de diferentes formas na literatura, implementados, por exemplo, utilizando-se de lógica fuzzy, redes neurais, células-piloto, implementações 20 baseadas DSP. No entanto, as técnicas Perturb and Observ (P&O) e Incremental Conductance (INC) são amplamente utilizados, especialmente para implementações de baixo custo, inclusive em microcontroladores. 3.2.1 O algoritmo P&O O algoritmo P&O MPPT é usado, principalmente, devido à sua facilidade de implementação. Se a corrente de funcionamento do gerador fotovoltaico é perturbada em uma dada direção e se a potência retirada a partir das células fotovoltaicas aumenta, significa que o ponto de funcionamento MPP se moveu naquela direção e, por conseguinte, deve-se perturbar novamente o sistema naquela direção e observar se houve novo aumento da potência fornecida. Caso contrário, se a potência retirada a partir do gerador fotovoltaico diminui, o ponto de funcionamento se afastou do MPP e, portanto, a direcção da perturbação de corrente de funcionamento tem que ser invertida. Na FIGURA 3 tem-se a representação gráfica do P&O MPPT e na FIGURA 4 tem-se o algoritmo do P&O MPPT. FIGURA 3: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO P&O MPPT. FONTE: STMICROELECTRONICS, 2011. 21 FIGURA 4: ALGORITMO DO P&O MPPT. FONTE: ALI REZA REISI, 2012. Uma desvantagem da técnica de P&O MPPT é que, no estado de equilíbrio, o ponto de operação oscila em torno do MPP dando origem ao não aproveitamento de uma certa quantidade de energia disponível, reduzindo a eficiência do sistema. Com essa técnica dinâmica de MPPT é possível conseguir cerca de 95% de eficiência média na conversão de energia em sistemas fotovoltaicos. Dessa forma, garantindo um ganho médio de 13,3% em relação à sistemas sem MPPT, como mostram a Tabela 1 e a Tabela 2 respectivamente. TABELA 1: RESULTADOS DE TESTE DE PERFORMANCE EM P&O MPPT MICROCONTROLADO. Vi(V) 17,04 17,38 17,18 16,87 17,01 16,62 Ii(A) 0,44 0,81 2,01 4,17 6,35 8,83 Io(A) 13,04 13,11 13,33 13,68 14,03 14,39 Pi(W) 7,43 14,13 34,53 70,28 108 148,42 FONTE: TEXAS INSTRUMENTS, 2013. Po(W) 6,56 13,18 33,33 68,41 105,23 144,19 Eficiência 88,29 93,25 96,51 97,34 97,43 97,14 22 TABELA 2 : COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMA SOLAR SEM MPPT E SISTEMAS SOLAR COM P&O MPPT. No 1 2 3 4 5 6 Corrente de Garga(A) Ganho Painel diretamente conectado na bateria Carga via MPPT % 1,794 2,08 15,94 1,28 1,443 12,73 0,55 0,6 9,09 1,15 1,3 13,04 1,21 1,35 11,57 2,13 2,5 17,37 FONTE: TEXAS INSTRUMENTS, 2013. 3.3 SUPERCAPACITORES E ULTRACAPACITORES Um supercapacitor, megacapacitor ou ultracapacitor é um condensador eletroquímico que tem uma extraordinária capacidade de armazenamento de energia em relação ao seu tamanho, quando comparado a capacitores comuns. Assim como os capacitores comuns, estes possuem dois terminais: o positivo e o negativo. Esses terminais quando ligados à fonte de alimentação ou bateria irão carregá-lo, fazendo com que armazene energia. Caso seja polarizado reversamente o capacitor estourará igualmente ao capacitor eletrolítico. Os engenheiros da General Electric foram os primeiros a trabalharem no capacitor de dupla camada elétrica, cuja estrutura pode ser vista na FIGURA 5, o que levou ao desenvolvimento de um tipo primitivo de supercapacitor em 1957, porém não houve aplicações comerciais conhecidas na época. FIGURA 5: SUPERCAPACITOR ELETROQUÍMICO DE DUAS CAMADAS. FONTE: WIKIPEDIA, 2014. 23 Em 1966, a Standard Oil redescobriu o efeito do capacitor de dupla camada por acidente enquanto trabalhava em projetos experimentais de células de combustível. A empresa não comercializou a invenção, mas licenciou a NEC, que em 1978 comercializou a tecnologia como "supercapacitor" para aplicação em backup de memória em computadores. (SCHINDALL, 2007). Após a década de 1990 que os avanços em materiais e métodos de produção levaram a um melhor desempenho e menor custo. Os supercapacitores e ultracapacitores modernos não são baterias, mas possuem similaridade em tecnologia de bateria usando eletrodos especiais e eletrólitos. O capacitor de camada dupla (DLC = Double Layer Capacitor) é fabricado à base de carbono, além disso, tem um eletrólito orgânico que é fácil de fabricar e é o mais comum em uso hoje em dia. Todos os capacitores têm limites de tensão. Embora o capacitor eletrostático possa ser feito para suportar altas tensões, o ultracapacitor se limita a tensões entre 2,5 V e 2,7 V. Submetê-los a tensões um pouco acima de 2,7 V é possível, porém há uma relevante redução de sua vida útil. Para alcançar tensões mais elevadas os ultracapacitores são ligados em série. Isto tem desvantagens tais como: conexão serial reduz a capacitância total e arranjos de mais de três capacitores exigem balanceamento de tensão para evitar sobretensão em qualquer célula, semelhante ao circuito de proteção em baterias de Lítio. Os ultracapacitores ainda são caros em termos de custo por Watt. Alguns engenheiros de projeto argumentam que os recursos financeiros para o ultracapacitor seriam melhores gastos em uma bateria maior. É necessário perceber que o ultracapacitor e bateria química não estão em concorrência, mas eles são produtos diferentes que servem a aplicações distintas. (BATTERY UNIVERSITY, 2015). Devido à curva de descarga em que a tensão do ultracapacitor diminui até tensão zero, isto reduz o espectro de energia utilizável e grande parte da energia armazenada, não é aproveitada dependendo da mínima tensão de trabalho da carga alimentada. Uma solução é a utilização de conversor DC-DC 24 na saída do ultracapacitor ou banco, para garantir tensão estabilizada na saída para uma longa faixa de tensão do supercapacitor. No Quadro 1 estão enumeradas algumas vantagens e algumas limitações dos ultracapacitores. Na Tabela 3 temos uma breve comparação entre ultracapacitores e baterias, assim como na FIGURA 6 temos um resumo gráfico de suas características comparadas com os tipos mais comuns de baterias. QUADRO 1: VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS ULTRACAPACITORES. Ciclo de vida virtualmente ilimitado (milhões de vezes); Alta potência específica, devido à baixa ESR, proporcionando alta corrente; Vantagens Pode ser carregado em segundos. Não necessita de circuito de término de carga; Simples carga. Sem problemas de sobrecarga; Excelente performance especialmente em baixas temperaturas (-40°C). Baixa energia específica. Acumula uma fração da energia das baterias; Auto descarga maior que das baterias; Limitações Baixa tensão das células. Necessidade de circuito para limitar/balancear as células; Não poder ser utilizado em AC ou circuitos de alta frequência; Ainda possui alto custo por Watt. FONTE: BATTERYUNIVERSITY.COM, 2012. TABELA 3: COMPARAÇÃO ENTRE ULTRACAPACITORES E BATERIAS. Item avaliado Ultracapacitor Bateria chumbo-ácida Bateria de Lítio Tempo de carga 0,3 a 30s (mínimo) 1 a 5h (mínimo) 10 a 60min (mínimo) Tempo de descarga Energia armazenada (Wh/kg) Potência específica (W/kg) Ciclos de vida 0,3 a 30s (mínimo) 0,3 a 3h (mínimo) 0,3 a 3h (mínimo) 1 a 10 10 a 100 100 a 200 < 10.000 < 1.000 1.000 a 3.000 1.000.000 1.000 500 a 1.000 2 a 5 anos 5 a 10 anos 0,70 a 0,85 (máximo) 0,80 a 0,92 (máximo) -40 a 60°C 0 a 45°C -40 a 60°C -20 a 60°C Anos de vida 10 a 15 anos Eficiência na 0,85 a 0,98 carga/descarga (máximo) Temperatura de carga -40 a 65°C Temperatura de -40 a 65°C descarga FONTE: BATTERYUNIVERSITY.COM, 2012. 25 FIGURA 6: RESUMO GRÁFICO DAS CARACTERÍSTICAS DOS SUPERCAPS E ALGUNS TIPOS DE BATERIAS. FONTE: MAXWELL, 2005. Como os ultracapacitores se comportam fisicamente como capacitores comuns, estão sujeitos às mesmas equações que regem sua carga e descarga. Devido a essa particularidade foi necessário analisar e manipular algumas equações primitivas para se obter uma fórmula que relacione primeiramente a capacitância, a tensão no supercapacitor e o tempo com a potência constante de descarga e, no segundo caso, outra fórmula que relacione a capacitância, a tensão no supercapacitor e o tempo com a corrente constante de carga. Assim sendo, será possível calcular a mínima capacitância do banco em função da autonomia e do consumo da carga (potência da carga), e posteriormente o tempo de carga em função da corrente de carga e da capacitância do banco. Através da equação 1 é possível obter a tensão em cada instante de tempo da descarga em potência constante. Manipulando essa equação é possível calcular a capacitância do banco em função da potência consumida e em função das mínima e máxima tensões de operação. Segue dedução para descarga em potência constante. 26 (1) A seguir dedução para carga em corrente constante. Manipulando a equação 2 é possível obter o tempo de carga, para carga em corrente constante. Como ic(t) é constante no tempo, tem-se: (2) 27 3.4 LEDS DE POTÊNCIA O LED é um componente eletrônico semicondutor, um diodo emissor de luz, mundialmente conhecido e denominado pela sigla inglesa LED “Light Emitter Diode”. Ele tem a propriedade de converter energia elétrica em luz. Tal conversão é diferente da encontrada nas lâmpadas convencionais que utilizam filamentos metálicos, radiação ultravioleta ou descarga de gases, dentre outras. Nos LEDs, a transformação de energia elétrica em luz é feita na matéria, sendo, por isso, chamada de Luz de Estado sólido (Solid State Light - SSL). O componente bipolar LED, possuir um terminal chamado catodo e outro chamado catodo. A maneira de como é polarizado define se o mesmo permitirá passagem de corrente ou não, consequentemente, acarretará na geração ou não da energia luminosa. A componente esta em evidência nos dias atuais, porém o LED foi inventado por Nick Holonyac em 1963. Ele criou o componente na cor vermelha, porém na época o componente foi idealizado com baixa intensidade luminosa. Há anos o LED vem sendo utilizado somente para indicação de estado, isto é, em aparelho eletrônico, sinalizando se o mesmo estava ligado ou não. A aparência de um LED vermelho convencional é mostrada na FIGURA 7, assim como seu símbolo elétrico. (LEDs MAGANIZE, 2015). FIGURA 7: LED DE 5MM CONVENCIONAL E SEU SÍMBOLO. FONTE: GOOGLE, 2014. Já nos anos 60, o LED de cor amarela entre em cena. Apenas em 1975 é criado o primeiro LED verde, cujo comprimento de onda era de 550nm, o que 28 era próximo ao comprimento de onda do LED amarelo. A intensidade do verde era superior em ordem de algumas dezenas de microcandelas. Durante a década de 80, surgiu a tecnologia AllnGaP. Na ocasião os LEDs de cor vermelha atingiram níveis altíssimos de intensidade luminosa o que permitiu o processo de substituição das lâmpadas incandescentes. Porém, nos anos noventa, com advento da tecnologia InGaN foi possível obter-se LEDs com comprimento de onda reduzido cuja as cores eram: azul 470nm, verde 520nm e ciano. Neste período surgiu o LED branco, consequentemente, todos os espectros de cores visíveis poderiam ser fabricados. (SCOPACASA) Até então todos estes LEDs de luz visível apresentavam intensidade luminosa de no máximo 4.000 a 8.000 mcd, com um ângulo de emissão entre 8 e 30 graus. No final dos anos 90 apareceu o primeiro LED de potência, fabricado pela Luxeon, o qual foi responsável por uma verdadeira revolução na tecnologia dos LEDs, pois apresentava um fluxo luminoso (não mais intensidade luminosa) da ordem de 30 a 40 lumens e um ângulo de emissão de 110 graus. Hoje em dia é possível encontrar facilmente LEDs que atingem de 80 a 140 lm/W de eficiência ou mais, e com potências que variam de 1, 3, 5 e 10 Watts por chip, disponíveis em várias cores de emissão. Comercialmente surgiu recentemente, em abril de 2015, LEDs brancos com eficiência de 200 lm/W, fabricados pela Nichia. Há alguns LEDs que em testes laboratoriais atingem a marca dos 230 lm/W. Todos eles foram responsáveis pelo aumento considerável na substituição de alguns tipos de lâmpadas em várias aplicações de iluminação, desde automotiva e residencial até iluminação industrial. Para ilustrar um LED de potência será citado o LED Golden Dragon do Fabricante Osram, que pode ser visto na FIGURA 8, tanto sua aparência física como sua estrutura construtiva. 29 FIGURA 8: LED GOLDEN DRAGON E SUA ESTRUTURA INTERNA. FONTE: OSRAM OPTOELECTRONICS, 2011. Para se conseguir maior potência com LEDs, necessária às aplicações onde se exige maior fluxo luminoso. Há duas opções: associar vários LEDs discretos em uma placa de circuito ou integrá-los em um único frame, sendo vários chips em um mesmo módulo e com tamanho extremamente reduzido, várias vezes menor do que se fosse utilizado LEDs discretos em uma placa, denominado módulo COB (Chip On Board). A luz emitida pelos LEDs é denominada “luz fria” devido ao fato de os primeiros LEDs brancos terem surgido com temperatura de cor elevada, da ordem de 6000 K, expressão que de modo algum pode ser confundida com temperatura calorífica do LED. Uma grande parte da potência aplicada no LED é transformada em forma de calor, por isso, a utilização de dissipadores térmicos deverá ser considerada no projeto para que o calor seja dissipado ao ambiente, permitindo que a temperatura de junção do semicondutor (Tj), esteja dentro dos limites especificados pelo fabricante do LED. (SCOPACASA) Como exemplo, um LED convencional de 5 mm: nesse caso o caminho da potência dissipada em forma de calor é o mesmo da corrente elétrica, ou seja, pelos terminais do componente e trilhas de cobre da placa de circuito impresso. Já em um LED de potência com encapsulamento, os caminhos térmico e elétrico são separados e a retirada de calor é feita através do acoplamento de um dissipador térmico à base do LED, garantindo, com isto, uma melhor dissipação. De forma genérica, um modo de montagem e o caminho do calor em um sistema LED podem ser vistos na FIGURA 9. 30 FIGURA 9: DISSIPAÇÃO TÉRMICA EM UM LED. FONTE: PHOTONICS.COM, 2014. Para cálculo do dissipador de calor necessário ao LED em função de suas características e em função da temperatura ambiente será utilizada a fórmula 3, referente ao circuito térmico da FIGURA 10. É possível verificar que RthBA é a resistência térmica do dissipador, RthJS é a resistência térmica junção-solda. Já RthSB é a resistência térmica da placa MCPCB (Metal Core Printed Circuit Board). Tamb é a máxima temperatura ambiente estimada, Tj é máxima temperatura de junção do LED e Pd é a potência dissipada pelo LED. FIGURA 10: CIRCUITO TÉRMICO DE UM LED DE POTÊNCIA MONTADO EM BASE MCPCB. FONTE: 21-LAMP.COM, 2014. (3) Como o objetivo do trabalho será a utilização de LEDs para iluminação pública, devido ao fluxo luminoso requerido e índice de reprodução de cores, 31 serão utilizados e levados em consideração apenas os LEDs de potência emitindo luz na cor branca. Devido à constante busca por métodos e materiais que agridam menos ao meio ambiente e que possuam alta eficiência na conversão de energia elétrica, a motivação para investimento em iluminação em estado sólido utilizando LEDs é enorme. Os benefícios são: a) alta eficiência na conversão de energia elétrica em luminosa; b) vida útil de 50.000 horas; c) radiação luminosa sem IR ou UV; d) alta resistência mecânica; e) baixo custo de manutenção; f) acionamento instantâneo; g) fácil controle da intensidade luminosa; h) cores vivas e saturadas sem a utilização de filtros; i) drivers fáceis de serem desenvolvidos, com tamanho reduzido, alto fator de potência e baixo custo em comparação com reatores tradicionais; j) geralmente utilizam baixa tensão o que minimiza os riscos de choque elétrico; k) luz direta, muitas vezes pontual, aumentando a eficiência dos sistemas devido à possibilidade de utilização de lentes em substituição a refletores. 3.5 LEGISLAÇÃO PARA LUMINÁRIAS EM ILUMINAÇÃO PÚBLICA As luminárias para iluminação pública destinam-se à iluminação de vias públicas, ruas, praças, avenidas, túneis, passagens subterrâneas, jardins, vias, estradas e passarelas. A legislação atual vigente para luminárias aplicadas em iluminação pública é a ditada pela norma ABNT que estabelece regras para iluminação pública. Procedimento que estabelece os requisitos para iluminação de vias públicas, propiciando segurança aos tráfegos de pedestres e de veículos. Ela 32 deve ter como principal objetivo proporcionar visibilidade para a segurança do tráfego de veículos e pedestres de forma rápida, precisa e confortável. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012). A distribuição apropriada das intensidades luminosas das luminárias é um dos fatores essenciais de iluminação eficiente em vias. As intensidades emitidas pelas luminárias devem ser controladas direcionalmente e distribuídas de acordo com a necessidade para visibilidade adequada. As distribuições de intensidades são geralmente projetadas para uma faixa típica de condições, as quais incluem altura de montagem de luminárias, posição transversal de luminárias (avanço), espaçamento, posicionamento, largura das vias a serem efetivamente iluminadas, porcentagem do fluxo luminoso na pista e áreas adjacentes, mantida a eficiência do sistema, assim como utilização da via ou espaços. Diferentemente dos critérios básicos adotados pela NBR5101:1992, versão anterior dessa norma, a versão revisada de 2012 incorpora outros parâmetros para avaliação da iluminação pública. São critérios adotados internacionalmente, baseados na CIE115:2010 e na IESNA RP-8, e que consideram não os níveis de iluminância sobre uma determinada área de avaliação na via pública, mas sim qual o resultado que essa luz incidente nessa área gera de efeito visual aos olhos de um observador padrão. (NASCIMENTO, 2012). Essa mudança de critério de avaliação está intimamente ligada ao fato de o ser humano não enxergar a luz que incide em uma determinada superfície, mas sim a reflexão que essa superfície oferece aos olhos do observador. Nesse sentido, uma vez definida uma posição padrão para esse observador, há a possibilidade de se determinar qual a quantidade de luz que está sendo dirigida a ele a partir de uma determinada área de avaliação. O que está sendo avaliado é a parcela de luz que está direcionada ao observador. O critério a ser considerado não é mais o da iluminância (lux), mas o da luminância (cd/m2). Com isso, a versão atual da norma trata dos níveis de luminância necessários para o atendimento das condições mínimas de segurança para os diversos usuários das vias públicas e de alguns espaços públicos. 33 Esta versão da norma contém um critério de avaliação para vias de uso de pedestres, que será utilizado nesse trabalho. Isso porque a versão anterior infelizmente não considerava ambientes para esse tipo de usuário. Nesse sentido, a NBR 5101:2-12 (2012) faz considerações sobre o uso prioritário de pedestres numa via e possui uma avaliação específica para isso. No Quadro 2 estão descritas as características de cada tipo de via e sua respectiva classe de iluminação. QUADRO 2: CLASSES DE ILUMINAÇÃO PARA CADA TIPO DE VIA Decrição da via Classe de iluminação Vias de uso noturno intenso por pedestres (por exemplo, calçadões, passeios de zonas comerciais) P1 Vias de grande tráfego noturno de pedestres (por exemplo, passeios de avenidas, praças, áreas de lazer) P2 Vias de uso Noturno moderado por pedestres (por exemplo, passeios, acostamentos) P3 Vias de pouco uso por pedestres (por exemplo, passeios de bairros residências) P4 FONTE: ABNT NBR 5101:2012 Na Tabela 4 estão apresentados os níveis de iluminância e uniformidades mínimas necessárias para atender às exigências visuais em cada tipo de via, de acordo com a classe de iluminação. TABELA 4: ILUMINÂNCIA MÉDIA E FATOR DE UNIFORMIDADE MÍNIMO PARA CADA CLASSE DE ILUMINAÇÃO FONTE: ABNT NBR 5101:2012 Essa preocupação é bastante atual e representa um avanço em benefício dos usuários do ambiente público, particularmente os pedestres. Diferentemente dos veículos, que possuem faróis para iluminar o local por onde 34 trafegam, não são providos de exclusivamente da iluminação pública. fonte de luz própria, dependendo 35 4 METODOLOGIA A primeira etapa do projeto foi a definição do tipo de luminária, que será do tipo autônoma, para aplicação outdoor. A segunda etapa foi o desenho do diagrama do sistema da luminária, que pode ser visto na figura 1. O funcionamento de cada bloco está detalhado a seguir. painel fotovoltaico ou painel solar: será responsável por converter a energia luminosa proveniente do sol em energia elétrica. Também funcionará como sensor da luminosidade ambiente, para que o circuito de controle execute a ação necessária; conversor DC-DC controlador de carga com MPPT: em sua entrada será conectado o painel fotovoltaico e em sua saída o banco de ultracapacitores. Esse conversor irá carregar o banco de ultracapacitores durante os períodos de incidência solar. Para maior eficiência no carregamento, será implementado um controle de carga MPPT utilizando o algoritmo P&O; banco de Ultracapacitores: sua função será armazenar carga elétrica para ser utilizada nos períodos de baixa luminosidade, principalmente no período noturno; conversor DC-DC driver de LED: circuito designado a fornecer corrente constante aos LEDs para que funcionem corretamente, sem flutuações de potência e que garanta a alta eficiência do sistema, o que não seria conseguido com o uso somente de resistores para limitação da corrente; LEDs de Potência: serão as fontes de luz da luminária. Converterão energia elétrica em energia luminosa; Circuito de Controle: irá controlar e gerenciar toda a luminária, controlando o DC-DC MPPT e o DC-DC driver para LEDs, e irá sinalizar o estado da luminária. O terceiro passo será a definição da classe de iluminação da luminária, assim como definição da altura de instalação e distância entre as luminárias, dados indispensáveis para o cálculo do módulo de LEDs e lentes, essas últimas se necessário. 36 O controlador da luminária será desenvolvido em conjunto com cada bloco, pois como irá controlá-los, suas características e especificações dependerão de todos os demais blocos. Será tomado por base o design de referência da empresa Texas Instruments, denominado “PMP7647 board”, que é um projeto de hardware e software livres, voltado ao auxílio no desenvolvimento e testes de tecnologias para soluções solares. As fotos da placa são mostradas na FIGURA 11. FIGURA 11: PLACA PMP7647. ESQUERDA: FACE SUPERIOR. DIREITA: FACE INFERIOR. FONTE: TEXAS INSTRUMENTS, 2013. A placa PMP7647 foi desenvolvida em torno do microcontrolador MSP430F5132 de ultra baixo consumo da Texas Instruments. O alvo do design são sistemas solares LED de baixa potência, tais como luminárias de via pública alimentadas com energia solares. (TEXAS INSTRUMENTS, 2013) Esta placa é capaz de carregar baterias de 12 V com até 10 A de corrente de saída utilizando painéis de 12 V, no entanto, pode ser facilmente adaptada para sistemas de 24 V apenas mudando os MOSFETs para 60 V. Além disso, o projeto pode alimentar até 15 LEDs brancos em série com 700 mA de corrente. É possível adaptar o projeto para corrente no LED de até 1,1 A com alteração mínima em hardware. O MPPT implementado tem uma eficiência elétrica típica de 97% em carga máxima. Este valor inclui as perdas de eficiência na proteção reversa da bateria e do painel através dos MOSFETs de proteção de fluxo reverso, que fazem parte do projeto. A alta eficiência é o resultado dos MOSFETs com gate de baixa carga, fabricados pela mesma empresa, e também do layout. Outra característica é o relativo pequeno tamanho dos componentes utilizados, possíveis devido à alta frequência de operação dos conversores, ajustável entre 100 e 200 kHz. 37 O projeto foi construído com perfil para carga de bateria de 12 V chumbo-ácida e utiliza atualmente o algoritmo de rastreamento MPP “Perturb and Observe” (P&O), dando velocidade ao processamento do MPPT. A seção do driver de LED é um conversor boost. Sua eficiência elétrica é cerca de 93% para 12 LEDs em 700 mA, e é cerca de 91% para 6 LEDs em 350 mA. Ele é protegido com corte da carga e do conversor durante sobrecarga, curto-circuito e situações de carga aberta. Há também o intuito de dimerizar os LEDs após intervalos de tempo especificados. A Placa também é capaz de detectar a luz ambiente com base na tensão do painel solar, sem utilizar outros sensores como, por exemplo, LDR (Light Dependent Resistor), e tomar decisões adequadas para ligar LEDs, carregar a bateria no modo MPPT ou ir para o modo de espera. Há também proteção da bateria contra subtensão. O próximo do valor programado como mínimo, escurece automaticamente os LEDs para brilho em 10% e dirigi-se depois para o modo de baixo consumo, desligando os LEDS, quando uma maior redução na tensão da bateria é observada. Os níveis de tensão em que essas ações são tomadas podem ser definidos por software. Os vários parâmetros do circuito como corrente de carga da bateria, corrente dos LEDs, padrão do tempo de ativação dos LEDs, pontos de baixa tensão da bateria, etc. podem ser definidos por software. O circuito consome apenas 4mA no modo espera. Isto é, reduzindo para menos de 1mA enquanto o circuito está na bateria sob modo de proteção de subtensão. Proteções contra surtos e componentes de filtragem EMI não estão presentes na placa, e tem que ser adicionados dependendo do nível de especificação exigida. Estão disponíveis para livre download no site da Texas Instruments todas as informações sobre a placa, inclusive circuito esquemático, relatório de testes, arquivo Gerber, lista de componentes e código fonte, possibilitando a reprodução da PCI. Como este design da Texas Instruments servirá apenas como base para o projeto, será necessário efetuar algumas modificações seguintes, para que seja adequado à aplicação proposta por esse trabalho de conclusão de curso. Principalmente pela utilização de ultracapacitores em substituição à bateria 38 chumbo-ácida, pela potência estimada de saída dos LEDs ser menor e pela potência do painel solar estimada também ser menor. 1) Modificações em hardware: a) adequação da entrada à tensão/corrente do painel solar a ser utilizado ou montado; b) adequação do conversor DC-DC controlador de carga MPPT para a corrente de carga desejada; c) adequação do conversor DC-DC driver dos LEDs para a tensão/corrente dos LEDs a serem utilizados. Assim como, a adequação de sua mínima tensão de funcionamento para a mínima atingível, pois a tensão do banco de ultracapacitores não é constante e decresce enquanto o banco se descarrega; d) adequação do circuito de alimentação do circuito de controle, pelo mesmo problema do decréscimo de tensão do banco, o que poderia causar mau funcionamento e até o não funcionamento da luminária caso o banco esteja com tensão muito baixa. Preferencialmente implementar alimentação independente (alimentação secundária), que também seja advinda do painel solar, para evitar que o circuito de controle não funcione caso a carga disponível da alimentação primária se esgote; e) adição do sensor de movimento, para aplicações futuras; f) desenho do circuito esquemático com as modificações necessárias; g) seleção de novos componentes; h) desenho do novo layout da PCI, com base no novo esquemático; 2) utilização de componentes e solda LeadFree, compatíveis com a diretiva RoHS, devido à valorização da questão ambiental da luminária. a) modificações em software: b) alteração da corrente de carga do banco; c) alteração da máxima tensão de carga do banco; d) alteração da tensão de cut-off do banco de ultracapacitores; e) alteração da corrente do driver para LEDs; 39 Os componentes foram adquiridos, o circuito esquemático e layout foram desenvolvidos com base nestes últimos e foi enviado o arquivo Gerber do layout da placa para um fabricante de PCIs. Com a chegada da PCI e dos componentes a placa foi montada utilizando-se solda LeadFree (sem chumbo). Desenvolveu-se também o software (firmware) para testes da placa, baseado no código fonte original baixado do site da Texas Instruments, com o intuito de verificar o correto funcionamento da controladora. 40 5 5.1 DESENVOLVIMENTO CÁLCULO DO LED Partindo do ponto de eficiência luminosa, foi selecionado o LED OSLON SSL do fabricante Oslan, PN: 1W 5700K Oslon SSL 150 LCW CRDP.PC (BIN: LS-7F-L1). Esse LED emite luz branca com temperatura de cor 5700K e possui eficiência luminosa típica de 145lm/W para a classe de brilho “KZ”, e um ângulo de abertura de 120°, totalizando 46,16 cd/W que foi calculado utilizando a expressão 4. Foi escolhida essa temperatura de cor, pois para temperaturas mais altas sua eficiência luminosa cresce significativamente. (4) Para converter o fluxo luminoso (Φ) e seu respectivo ângulo de abertura (θ), dados respectivamente em lumens (lm) e em graus (°), para intensidade luminosa (I), dada em candelas (cd) basta realizar a substituição dos dados na expressão 4. As características do LED estão na Tabela 4, assim como alguns parâmetros calculados em função da quantidade de LEDs. TABELA 5: CARACTERÍSTICAS DO LED. FONTE: DATASHEET LED 1W 5700K Oslon SSL 150 LCW CRDP.PC (BIN: LS-7F-L1) Vf média do LED [V] (Grupo L1) If por LED [A] Potência do LED [W] Eficiência média do LED [lm/W] (Grupo LS) Tolerância na eficiência [%] 2,95 0,530 1,51 145,00 10,00 Fluxo luminoso do LED [lm] Ângulo vertical resultante com lente** [°] Eficiência da lente** [%] Intensidade luminosa por LED [cd] Quantidade de LEDs [pç] Intesidade luminosa total [cd] Potência total dos LEDs [W] FONTE: AUTOR 197,12 120 88 55,22 6 331,30 9,8 41 Serão utilizados 6 LEDs em série. Utilizá-los em série foi optado pelos seguintes motivos: Com os LEDs em série, a corrente necessária para alimentá-los será menor. Consequentemente, isso irá refletir em perdas menores por efeito Joule nos cabos, nas trilhas da placa e no transistor de chaveamento. Caso os LEDs fossem dispostos em paralelo, a tensão seria baixa, porém a corrente seria 6 vezes maior; aproximadamente 4A. Mesmo sendo do mesmo lote de fabricação, pode haver alguma diferença em relação a tensão de um LED para outro, com isso a corrente não seria a mesma em cada LED. Cada LED possui ângulo de abertura do feixe luminoso igual a 120°. Com intuito de garantir um melhor desempenho no feixe luminoso, foi optado em se utilizar lentes de 60° concentrando o feixe no ângulo citado garantindo uniformidade na iluminação da área alvo. Baseando-se nos cálculos expostos, serão utilizados 6 Oslan com “Part Number” citado, eletricamente em Série, com corrente total igual 530 mA. Segundo o datasheet (ANEXO 1), esse LED suporta uma corrente máxima de 800 mA, mas tanto por segurança na dissipação térmica quanto prezando a distribuição uniforme da iluminação, optou-se por injetar 530 mA de corrente direta e se utilizar 6 LEDs. A tensão direta para esse modelo varia de 2,8 V a 2,9 V, sendo considerado o valor mediano de 2,85 V para efeito de cálculos. Os dados técnicos da tabela 4 serão utilizados para o projeto do driver, assim como do dissipador de calor dos LEDs. O valor da potência total de 9,8 W (dimerizado), desconsiderando a eficiência do driver, será utilizado para posterior cálculo do banco de supercapacitores em função da autonomia mínima e máxima estabelecidas no item 4.1 “Definição dos parâmetros da Luminária”. Após verificar todas as classes para luminárias outdoor na NBR 5101:2012, foi optado em construir o projeto na Classe P2. Segundo a Norma a Iluminância Horizontal Média (Emed) mínima deverá ser de 10lux, sendo assim o Fator de Uniformidade mínimo deverá ser 0,25. 42 Para determinar a altura dos postes, foi realizada a medição nas hastes das luminárias da Universidade Federal do Paraná, onde foi verificada uma altura de aproximadamente 4 metros. Além disso, as medidas das distâncias entre postes também foram recolhidas. Constatou-se que o atual prédio do departamento de Engenharia Elétrica possui uma distância média entre postes de 12,5 m. Com isso foi calculado a iluminância através do método da iluminância pontual. A expressão calcula a Iuminância E, I é a intensidade luminosa da fonte, α é o ângulo no qual se encontra o ponto em relação à fonte e h é altura da fonte em relação a chão. Na figura 12 pode ser visualizada essa relação. FIGURA 12: RELAÇÃO TRIGONOMÉTRICA DA ILUMINÂNCIA PONTUAL. FONTE: AUTOR, 2014 (5) TABELA 6: CÁLCULO DA ILUMINÂNCIA MÉDIA DAS LUMINÁRIAS Luminária Contribuição da Luminária Adjacente Angulação Iluminância Angulação Iluminância Ponto Distância [°] [lx] Distância [°] [lx] 0 0,00 20,7 12,5 72,26 Ponto X=0m 1 14,04 18,9 12 71,57 Ponto X=1m 2 26,57 14,8 11,0 70,02 Ponto X=2m 3 36,87 10,6 10,0 68,20 Ponto X=3m 4 45,00 7,3 9,0 66,04 Ponto X=4m 5 51,34 5,0 8,0 63,43 Ponto X=5m 6 56,31 3,5 7,0 60,26 2,5 Ponto X=6m 7 60,26 2,5 6,0 56,31 3,5 Ponto X=7m 8 63,43 5,0 51,34 5,0 Ponto X=8m 9 66,04 4 45,00 7,3 Ponto X=9m 10 68,20 3 36,87 10,6 Ponto X=10m 11 70,02 2 26,57 14,8 Ponto X=11m 12 71,57 1 14,04 18,9 Ponto X=12m 12,5 72,26 0 0,00 20,7 Ponto X=12,5m FONTE: AUTOR. TOTAL 20,7 18,9 14,8 10,6 7,3 5,0 6,1 6,1 5,0 7,3 10,6 14,8 18,9 20,7 43 Foi considerado o cálculo da iluminância horizontal média em uma luminária e também a contribuição da luminária adjacente em cada ponto, com a intenção de atender a norma e aperfeiçoar o máximo possível o projeto dos LEDs. Após isso, calculou-se a iluminância horizontal média (Emed). Na Tabela 6 é possível visualizar os resultados obtidos. TABELA 7: CALCULO DA ILUMINÂNCIA MÉDIA DAS LUMINÁRIAS Emed 11,9 Resumo dos cálculos Emed após 100.000h 9,9 luminotécnicos U 0,4 IRC típico do LED [%] 72 FONTE: AUTOR. Através dos resultados da Tabela 7 foi possível ter uma Iluminância Horizontal Média (Emed) de 11,9 lux e um fator de Uniformidade Médio de 0,4. Segundo o Datasheet, após 100.000 horas para uma corrente de 530 mA e uma Temperatura de Junção de 85°, o LED possuirá uma perda de 17% na sua intensidade luminosa, com isso Emed ficará em 9,9 lux. Portanto, mesmo após as 100.000h os LEDs continuarão atendendo a norma. 5.2 CÁLCULO DO DISSIPADOR PARA CADA LED Sabendo que os LEDs de potência dissipam muito calor e que há a necessidade de se garantir a integridade do Diodo Emissor de Luz, realizou-se dimensionado os dissipadores de cada um dos LEDs utilizados no sistema. Tomando conhecimento de todas as características do LED contidas na Tabela 5, foi definida a Mínima Resistência Térmica necessária para o Dissipador (Rth B-A) através da expressão 6. Com isso foi obtido um valor de aproximadamente 45,19 °C/W. (6) Sabendo a resistência térmica mínima, procuraram-se vários modelos de dissipadores disponíveis no mercado. Verificando todos os parâmetros 44 disponíveis no catálogo e site de cada fabricante, foi escolhido o Dissipador HS2816 do fabricante HS Dissipadores. TABELA 8: CÁLCULO DA ILUMINÂNCIA MÉDIA DAS LUMINÁRIAS Tj Pd Rth J-S Rth S-B Rth B-A Tamb DeltaT Rth B-A 135 1,51 9,6 1,5 ? 50 85 45,19 °C W °C/W °C/W °C/W °C °C °C/W Temperatura de junção máxima Potência dissipada (VfxIf) considerando 1 LED por dissipador Resistência térmica Junção/Solda (Power pad do case) Resistência térmica Base/Placa (placa de circuito de alumínio) Resistência térmica Placa/Ambiente (dissipador) Temperatura ambiente (depende do local a ser instalado) Diferença entre as temperaturas Tj e Tamb Mínima resistência térmica necessária do dissipador Fonte: Autor. O dissipador possuía as características necessárias para o dimensionamento do sistema na forma adequada são elas: o seu tamanho reduzido, possuía uma ótima resistência térmica e a disponibilidade para compra no mercado. O produto e suas dimensões podem ser visualizados na Figura 13. FIGURA 13: DISSIPADOR SELECIONADO PARA O SISTEMA. FONTE: AUTOR, 2014 Após realizar a consulta das propriedades físicas do dissipador no datasheet do fabricante. Calculou-se a resistência resultante do dissipador onde foi multiplicado a resistência térmica do dissipador do datasheet pelo fator de correção para o dissipador para o tamanho reduzido (15 mm). Após obter o valor das variáveis descritas, foi obtido uma temperatura de junção (Tj) de 98°. Os resultados mostram que será possível utilizar com segurança o dissipador modelo HS2816, com 15 mm de comprimento, pois sua resistência térmica é muito inferir à mínima necessária, calculada na Tabela 8, resultando em uma temperatura de junção do LED de apenas 98 ºC, temperatura bastante inferior à máxima suportada, o que irá garantir uma longa vida útil ao LED. 45 5.3 CÁLCULO DO BANCO DE SUPERCAPACITORES De posse dos dados do conjunto de LEDs e dos dados dos supercapacitores, prosseguiu-se para o cálculo da capacitância e tensão do banco de supercapacitores necessário para atender a demanda de consumo de energia elétrica durante a autonomia do sistema, a saber, mínima de 12 horas (Período Noturno). Segundo a sessão de metodologia desse documento, os LEDs foram dimerizados para que haja eficiência e economia no projeto. A potência dos 6 LEDs em série é de 9,8 W. A dimerização será capaz de gerar uma economia de 40%, essa taxa foi baseada em um artigo sobre Iluminação pública com lâmpadas de vapor sódio usando dimerização automática em horário fixo. (JUNIOR; KOPTE; FEITOSA, 2012). Considerando que a potência no LEDs é de 9,8 W e a economia gerada pela dimerização e de 40%, foi multiplicado o valor da potência por 0,6m sendo assim a carga é Pcarga é de 5,88 W. Já a tensão máxima do banco irá fornecer é de 7,9 V, a Tensão mínima 0,8 V e uma autonomia de 43200 segundos (12 horas). Foi calculada a Energia total necessária multiplicando a potência da carga pelo tempo necessário e foi obtido 254016 J. TABELA 9: CÁLCULO DA CAPACITÂNCIA EM FUNÇÃO DA AUTONOMIA Parâmetros Vmax Vmin Autonomia Pcarga Resultados Energia Necessária CapTotal 7,9 V 0,8 V 43200 seg 12,00 5,88 W 254016,0 8224,575 h J F FONTE: AUTOR. Através da expressão 1 é possível obter a tensão em cada instante de tempo da descarga em potência constante, consequentemente, isolamos a capacitância total necessária e substituímos as variáveis na expressão. Após a 46 realização dos cálculos obteve-se uma capacitância total de 8224,575 F. Os detalhes dos resultados podem ser visualizados na Tabela 9. Após ser definida a Capacitância Total, o custo total do Banco de Ultracapacitores pôde ser obtido. Considerando três Capacitores de 3000 F e ao mesmo tempo nove em série obtendo uma Capacitância Equivalente total de 9000 F. A quantidade total de ultracapacitores foi de 27 unidades, considerando que o custo unitário é de R$ 402, o custo total do Banco Ultracapacitores foi de R$ 10.854,00. Tornando o projeto inviável financeiramente. Como o grupo tem a intenção de provar o conceito do projeto, decidiu-se por outra capacitância mais baixa para tornar o projeto viável. Uma capacitância total de 2000 F, em um total de 6 capacitores, onde há 3 módulos de 2 capacitores em paralelo, e estes módulos foram dispostos em série. Aplicando o cálculo inverso, foi obtida uma autonomia de 10505,1 segundos (2,42 horas). Considerando o custo supracitado, foi obtido um custo total de R$ 2.412,00, tornando o custo mais acessível. Os detalhes estão contidos na Tabela 10. TABELA 10: CÁLCULO DA CAPACITÂNCIA EM FUNÇÃO DA AUTONOMIA Parâmetros Vmax Vmin CapTotal Eq Pcarga Resultados Energia Disponível Autonomia real 7,9 0,8 2000,00 5,88 V V F W 61770,0 10505,1 J seg 2,92 h FONTE: AUTOR. O conversor boost LM2623, que é responsável em aumentar a tensão do banco e do painel de modo eficiente, é capaz de operar a 0,8 V na sua entrada (será detalhado no decorrer do documento) e a uma tensão máxima de operação de 7,9 V. Verificou-se o tempo necessário para que o banco de ultracapacitores realize a sua carga completa, ou seja, após o banco se descarregar, qual seria o tempo para que o sistema obtivesse toda sua capacidade de energia. 47 Uma vez obtendo os valores de tensão mínima e máxima do banco, calculou-se a carga máxima e mínima do sistema. Através desses valores é possível verificar o tempo de carga mínimo e máximo, para que o Banco fique totalmente carregado. Os resultados estão expostos na Tabela 11. Também foi possível analisar qual seria a utilização da energia Acumulada. Para 2000 F a energia útil será de 61770 J, considerando a carga para a tensão mínima de 0,8 V para o funcionamento do sistema, a energia residual será de 640 J. Com essas informações foi obtido o percentual de energia acumulada, contido na Tabela 12. TABELA 11: CÁLCULO DO TEMPO DE CARREGAMENTO FUNÇÃO DO BANCO Parâmetros Vmax Vmin CapTotal Corrente de carga Resultados Carga Máx e Mín Tcarga Mín Tcarga Máx 7,9 0,8 2000 1 15800,0 14200,0 15800,0 V V F A *constante C seg seg 1600,0 C 3,94 h 4,39 h FONTE: AUTOR. TABELA 12: CÁLCULO UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ACUMULADA Energia total acumulada: Energia residual: Energia útil (em função de dV): 62410,000 J 640,000 J 61770,000 J 98,97 % FONTE: AUTOR. Há a necessidade de equilibrar as cargas e limitar a tensão em cada célula, visto que estão em série, pois qualquer diferença de capacitância entre uma célula e outra gerará uma diferença de potencial entre as elas. Essa discrepância entre as tensões pode ser tão alta a ponto de ocasionar sobretensão em uma ou mais células, danificando-as. Para prevenir essa falha é necessário utilizar um circuito que balanceie e limite essa tensão. Deverá haver tantos circuitos quantos forem as células em série. Um método simples, mas eficaz, é utilizar somente um limitador de tensão acionado por um comparador. De certo modo ele equilibra as tensões nas células, para tensões próximas da máxima. 48 Seu funcionamento é o seguinte: na entrada de um comparador há dois sinais, sendo um de referência, fixo, e outro vindo de um divisor de tensão resistivo, que é uma amostra da tensão sobre a célula. Quando a tensão monitorada excede a tensão de referência o comparador satura positivamente sua saída, acionando um transistor MOS que está em série com um resistor de baixa resistência ôhmica, que estão em paralelo com a célula, descarregando-a e, consequentemente, diminuindo a tensão em seus terminais. Como as tensões envolvidas são baixas há a necessidade de utilização de componentes que funcionem com esses níveis de tensão, principalmente o CI comparador. O exemplo desse circuito, desenvolvido pelo projetista Dave Johson e ilustrado pode ser visualizado na figura 14. FIGURA 14: CIRCUITO PARA LIMITAÇÃO DA TENSÃO EM CADA SUPERCAPACITOR. FONTE: ADAPTADO DE DAVE JOHSON. O AOP LMP2231 foi desenvolvido para trabalhar com tensão de alimentação simples de 1,6 V a 5,5 V, o que atenderá a essa aplicação, visto que a tensão máxima de cada célula é 2,7 V. Isto garantirá que o AOP fique ativo, monitorando essa tensão, bem antes de atuar limitando-a, caso necessário. O transistor MOS canal N também foi concebido para trabalhar em baixa tensão, principalmente em relação à tensão Vgs. Como exemplo, podese citar alguns dados que constam no datasheet: para um Vgs 2,5 V e uma corrente Id = 1,5 A, sua Rds típica é de apenas 36 mΩ, e para um Vgs = 1,8 V e Id = 1,0 A tem-se uma Rds típica de apenas 44 mΩ, garantindo, em ambos os casos, baixa perda por efeito Joule sobre o transistor. 49 Todos os componentes foram criteriosamente selecionados pelo projetista no que se diz respeito à faixa de alimentação e também ao baixo consumo de corrente, de modo a não influenciar significativamente na autodescarga das células quando em modo standby. O consumo aproximado calculado de cada circuito em 2,5 V é de apenas 66,90 uA. 5.4 CÁLCULO MÓDULO SOLAR Após dimensionar os LEDs, o banco de ultracapacitores e sistemas relacionados, realizou-se o dimensionamento do módulo solar para alimentar o circuito de controle e ao mesmo tempo realizar o carregamento do banco. Foram selecionadas células fotovoltaicas de 45x52 mm, com tensão nominal da célula de 0,5 V, já a corrente nominal da Célula é de 0,68 A. Sabendo que a tensão mínima para carregar o banco é de 8,1V, foi definido que 18 células seriam ligadas em série gerando uma tensão total de 9 V, com isso foi possível definir a potência por módulo em 6,12 W. Para melhorar o fornecimento de corrente, serão colocados dois módulos de 18 células em parelho totalizando uma potência total 12,24 W. FIGURA 15: CÉLULAS SOLARES FONTE: FABRICANTE 50 TABELA 13: TEMPOS DE CARGA ATUALIZADOS EM FUNÇÃO DA NOVA CORRENTE DE CARGA. Tensão do Módulo Corrente mínima do Módulo Tamanho da Célula Tensão nominal da Célula Corrente nominal da Célula Células por Módulo Tensão por Módulo Potência por Módulo Quantidade de módulos em paralelo 9V 1A 45x52mm 0,5V 0,68A 18 9V 6,12 2 Potência Total do Painel 12,24 FONTE: AUTORES. 5.5 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DA CONTROLADORA Como dito na sessão de metodologia o design de referência da Texas Instruments “PMP7647 Board” (ANEXO 2), foi selecionado como base para o projeto. Como a placa é muito similar ao que foi proposto, o projeto foi escolhido em função das suas características construtivas. O circuito proposto (APÊNDICE 1), apresenta o circuito completo contendo todos os drives e partes necessárias para seu funcionamento. Será tratado cada parte de maneira individual, detalhando o funcionamento e características do circuito proposto. 5.5.1 Driver LED Para ligar os seis LEDs dispostos em série, foi utilizado um drive DC-DC usando como referência o Design da Texas instruments (ANEXO2). O circuito deverá fornecer corrente constante aos LEDs, sem que haja flutuações de potência. Além disso, é importante considerar que o circuito deverá possuir alta eficiência, o que não é possível utilizando resistores em função das perdas por efeito joule. 51 Na Figura 16 é possível verificar um conversor Boost que tem o objetivo de converter a tensão DC (corrente contínua) do banco de ultrapacacitores de 7,95 V para 17 V. No J2 é constituída pela saída da tensão do banco de ultracapacitores, em paralelo pode-se verificar o C7, que é um capacitor responsável por diminuir as oscilações da tensão na entrada do conversor boost. Quando a chave representada pelo MOSFET canal n Q5 estiver ligada, o indutor estará diretamente na alimentação do circuito, isto é, diretamente no banco de ultracapacitores. A tensão do Indutor L2 irá ser a mesma da do banco, mas a correte aumentará de maneira linear e armazenará energia no campo magnético. Quando a chave abrir, a corrente irá cair intensamente e a energia armazenada no indutor será transferida para o Capacitor C8. A partir deste momento a polaridade no indutor (fornecerá energia à carga) será alterada e a tensão no indutor se somará ao da fonte, aumentando a tensão sobre carga. Neste instante, não haverá corrente sobre a chave do circuito. (AHMED, 2000). FIGURA 16: DRIVER DC-DC PARA ALIMETAÇÃO DOS LEDS E UM CIRCUITO BOOST EXEMPLIFICANDO O CIRCUITO. FONTE: AUTOR 52 Segundo a Tabela 5, a tensão de cada LED deverá ser 2,95 V, portanto, a tensão de saída do conversor deverá ser seis vezes esse valor, gerando 17,7 V. Para obter um valor o ciclo de trabalho foi utilizado à expressão 7, onde relaciona o ciclo de trabalho com as tensões de entrada e de saída dos conversores BOOST. (7) Para se obter o ciclo de trabalho para o circuito proposto, deve-se substituir a tensão de entrada V0 por 7,95 V e Vi por 17,7 V. Substituindo as variáveis, o ciclo de trabalho para a maior tensão possível será 53%. Considerando que o conversor boost de alimentação dos drives pode trabalhar com 0,8 V segundo o seu datasheets, também foi obtido o valor do ciclo para a tensão mínima: 96%. Para garantir essa alteração do ciclo de trabalho, L+ será responsável em monitorar a tensão de saída do conversor. Como pode ser visualizado na Figura 16, LS será responsável em realizar o monitoramento de corrente através de resistores shunt com o intuito e deixar a corrente no circuito constante. Os valores dos capacitores e indutores foram utilizados os mesmo do circuito de referência da Texas. Já os componentes passivos utilizados no drive responsável pelo chaveamento, foram selecionados a partir do application notes. 5.5.2 Conversor DC-DC para carga do Banco de Ultracapacitores Para realizar o carregamento do banco de ultracapacitores, é necessário um circuito que realize a redução da tensão em corrente contínua sem que tenha muitas perdas com a redução como acontece em divisores resistivos a partir do Módulo Solar. Neste caso entra o conversor chaveado Buck, que é capaz de realizar a conversão DC de uma respectiva tensão para uma tensão mais baixa. Na figura 17 é possível verificar um conversor Buck que realiza a conversão da tensão do Módulo Solar de 9 V para uma tensão de 3 células de 2,7 V em série de ultracapacitores, somando um total de 7,95 V. O jumper J1 é 53 a entrada do módulo solar, em paralelo há um capacitor para evitar oscilações da saída do módulo para o circuito. Logo após já possível visualizar a chave do conversor representado por Q2. Já Q3 é o diodo do circuito que foi optado em ser chaveado para reduzir as perdas de potência no diodo, L1 é o indutor acumulador de energia no conversor e os capacitores C6 e C6.1 são os capacitores da fonte chaveada. Na saída o banco de ultracapacitores é carregando quando o circuito está em funcionamento. U2 é o Driver responsável pelo chaveamento dos Mosfets canal n. Em P+ e B+ é realizado o monitoramento da tensão do módulo e do Banco respectivamente. FIGURA 17: CONVERSOR DC-DC PARA A CARGA DO BANCO DE ULTRAPACITORES. FONTE: AUTOR Quando a chave Q2 for fechada, o diodo estará inversamente polarizado. A corrente da entrada então cresce de maneira exponencial e flui através do Indutor L1 e no banco de ultracapacitores. Quando a chave Q3 é aberta a corrente no indutor L1 começa a cair até se anular, consequentemente, isso provoca uma tensão reversa no indutor. A tensão do 54 Indutor agora polariza o diodo e a corrente vai para os ultracapacitores. Sendo assim, a energia armazenada em L1 é entregue ao banco de ultracapacitores. (AHMED, 2000). Segundo a tabela 13, o módulo solar irá alimentar o circuito com 9 V, sabendo que a tensão máxima suportada pelo banco de ultracapacitores é 2,65 V vezes 3 módulos; seria um total de 7,95 V. Para obter um valor o ciclo de trabalho utilizou-se a expressão 8, onde relaciona o ciclo de trabalho com as tensões de entrada e de saída dos conversores buck. (8) Para obter o ciclo de trabalho para o circuito proposto, deve-se substituir a tensão de entrada V0 por 9 V e Vi por 7,95V. Realizando a troca das variáveis, o ciclo de trabalho para a tensão proposta será de 88%. Para garantir essa tensão, B+ será monitorada todo o tempo. Como pode ser visualizado na Figura 16, B_S será responsável em realizar o monitoramento de resistores shunt com o intuito de realizar o monitoramento da corrente no módulo solar. Os valores dos capacitores e indutores foram utilizados os mesmo do circuito de referência da Texas. Já os componentes passivos utilizados no Drive responsável pelo chaveamento, foram selecionados a partir do application notes. 5.5.3 Conversor Boost para Alimentação dos Transistores dos Conversores DC-DC Com o intuito de aumentar a eficiência do sistema e garantir a tensão de alimentação do circuito de potência, utilizou-se um conversor boost para alimentação dos drivers dos transistores dos conversores DC-DC e do amplificador operacional do sensor de corrente de carga. Esse conversor irá assegurar a tensão mínima de 9 V necessária para alimentação do CI driver LM25101, que segundo o datasheet (ANEXO 3), a tensão recomendada de operação desse driver responsável pelo chaveamento dos transistores Q2 55 (chave do conversor Buck) e Q3 (diodo do conversor buck) contido na Figura 18. Haverá também redução de perdas nos circuitos de chaveamentos dos conversores devido à Rds de cada transistor ser menor para tensão de gate igual à 10 V do que para tensões menores. O conversor boost auxiliar, além de elevar a tensão do banco de ultracaps, a manterá constante próxima a 10 V, mesmo com a descarga do banco até o mínimo de 0,8 V. Na Figura 18, é possível verificar um conversor boost para alimentação do microcontrolador e dos drives que são utilizados para o chaveamento dos MOSFETs. É possível notar que a alimentação pode ser pelo B+ (banco de ultracapacitores) ou pelo P+ (módulo solar). Isso trás garantia de funcionamento ao circuito. Caso esteja totalmente escuro e o banco esteja totalmente carregado, o mesmo será responsável em alimentar todo o circuito. Quando o banco descarregar (previsão começa da manhã), o sol já estará fornecendo energia ao módulo solar, consequentemente, possibilitará que o conversor forneça energia independentemente da situação. FIGURA 18: BOOST REPONSÁVEL PELA ALIMENTAÇÃO DO CIRCUITO FONTE: AUTOR O LM2623 é um circuito integrado controlador, com transistor de potência integrado, para conversor boost. O seu ciclo de trabalho é ajustado pelo capacitor C31. Segundo o seu datasheet (ANEXO 4), para se determinar a tensão de saída que no caso seria VCC_1 (Figura 18), basta aplicar as tensões requeridas na expressão 8 e ajustar os resistores R46 e R47. 56 (8) Os valores foram ajustados de modo que houvesse na saída uma tensão de 9,946V, mais que suficiente para alimentar os drivers. Com isso os valores dos resistores ficaram em R46=330 kΩ e R47=47 kΩ. Demais valores dos outros componentes foram utilizados através do aplications notes do produto. 5.5.4 Regulador de Tensão para Alimentação do Microcontrolador, AOP e Sensor de Movimento. Na saída boost responsável pela alimentação é ligado diretamente em um regulador linear que é responsável em realizar a alimentação do microcontrolador, do amplificador operacional e do sensor de movimento. Optou-se em usar um regulador linear em função do baixo consumo dos componentes no qual o mesmo alimenta. Com a intenção de simplificar e reduzir a quantidade de componentes foi decidido não utilizar mais um conversor para os componentes pós-regulador. Na Figura 19, é possível visualizar a alimentação no ponto de R21 proveniente do boost. Já na saída do regulador, é possível verificar que V_REG está em uma jumper ligação 3 e 2 para o VDD que realiza toda alimentação do circuito. Esse jumper se for ligado em 1 e 2 é usado para realizar a programação do microcontrolador diretamente na placa através spy-by-wire. 57 FIGURA 19: REGULADOR LINEAR PARA ALIMENTAÇÃO DO CIRCUITO FONTE: AUTOR 5.5.5 Microcontrolador e Circuito Amplificador do Sensor de Corrente de Carga do Banco. O circuito de controle será realizado por Microcontrolador da Texas Instruments MSP430F5132. Dentre suas principais características estão: 8 KB FLASH 1K SRAM 3 timers com 3 Instancias, com resolução máxima 16 bits gerador interno de Clock para Timer_D pode chegar a 1,07 GHz 2 módulos de comunição serial euporta UART, IrDA, SPI e I2C 10 canais ADCs de 10 bits, sendo 8 ext, 2 int módulo comparador com 15 canais 29 pinos de I/O alimentação: 1.8 -3.6 V ultra baixo consumo: Modo ativo=180 uA por Mhz, Modo standby 1.1uA em 3 V. CPU Risk 16 Bits máxima frenquência da CPU 25 Mhz pullup ou Pulldown internos configuráveis 58 Na figura 20, o microcontrolador monitora através do ADC as tensões B+ (tensão do banco), P+ (tensão do módulo solar) e L+ (tensão de saída do conversor boost). Além disso, as correntes através do resistor shunt de B_I (banco de Ultrapacitores) e a L_I (Corrente do boost do LED). O dimensionamento da resolução dos ADCs estão no apêndice 3. A corrente de B_I é proveniente da corrente em que o banco de ultrapacacitores é carregado (B_S). Como neste caso, o valor da resistência do shunt é muito baixo optou-se em realizar a amplificação da tensão para que a resolução das medições fossem maiores. As saídas P1.7, P2.0 e P2.2 do microcontroladores, são responsáveis em realizar o chaveamento dos MOSFETS dos conversores DC-DC. PW_H será responsável pela chave do conversor buck, enquanto PW_L pelo diodo e PW_B pelo conversor boost que alimenta os LEDs. As entradas P3.5 receberá os sensores para ser realizada a dimerização do sistema, aumentando sua eficiência. A entrada do ADC do P+ possui um circuito contra tensão reversa do módulo solar. Caso tensão esteja no sentido correto, o transistor Q11 irá conduzir. Caso esteja no sentido incorreto Q11 irá cortar não deixando a tensão reversa chegar ao microcontrolador, protegendo a entrada do mesmo. 59 FIGURA 20: REGULADOR LINEAR PARA ALIMENTAÇÃO DO CIRCUITO FONTE: AUTOR 5.5.6 Firmware O firmware embarcado no microcontrolador é responsável pelas funções seguintes. Os sinais em parênteses podem ser visualizados no circuito esquemático do Apêndice 1. a) monitorar a tensão do Módulo Solar (P+); b) monitorar a corrente de carga do banco de ultracaps (B_I); c) monitorar a tensão do banco de ultracapacitores (B+); d) monitorar a tensão de saída do driver dos LEDs (L+); e) monitorar a corrente de saída do driver dos LEDs (L_S); f) monitorar os sensores infravermelho para a detecção de movimento, não implementada no momento; g) executar a rotina do MPPT quando em modo de carga do banco; h) executar o controle da corrente nos LEDs quando em modo de carga ativa; 60 i) gerar os sinais PWM complementares para o conversor buck; j) gerar o sinal PWM para o conversor boost; k) gerenciar as proteções contra sobretensão e sobrecorrente no módulo solar, banco e LEDs. O código está disponível integralmente no Apêndice 4 e pode ser dividido em 5 partes: a) definição das constantes e declaração das variáveis e bibliotecas; b) programa principal; c) funções de inicialização/configuração; d) funções gerais; e) funções de tratamento das interrupções. O funcionamento do código (APÊNDICE 5) pode ser entendido verificando o fluxograma do firmware, na figura 21. Começa-se com a inicialização do sistema, onde o hardware do microcontrolador, ou seja, seus módulos internos são configurados, inicialização esta indicada pelos LEDs 1 e 2. Após a conclusão da inicialização as condições iniciais são verificadas, para que se estime o ciclo de trabalho do conversor buck de carga do banco. Assume-se também que a máquina de estados irá iniciar no estado aqui denominado “INIC_MPPT” e no código denominado “START_MPPT_STATE”. Ao entrar nesse primeiro estado as configurações básicas para funcionamento do MPPT são carregadas. No estado seguinte, denominado “MPPT”, as condições de tensão do Módulo e banco são verificadas: se dentro da faixa operacional, entre 4 V e 12 V, inicia a carga e o MPPT. Se não estiver dentro do 61 FIGURA 21: CORRENTE MEDIDA NOS LEDS. FONTE: AUTOR (2015). range estabelecido ou se a carga estiver completa, entra no estado “STBY_LPM3”. Considerando o funcionamento normal, no estado “STBY_LPM3” são analisadas as variáveis, caso a tensão do Módulo solar esteja abaixo de 4V 62 indica que a luminosidade ambiente está abaixo, sendo necessário que se ligue os LEDs, para iluminação do ambiente. Sendo assim, passa ao estado “INIC_LOAD”, cujo nome no código é “START_LOAD_MANAGEMENT”, onde as configurações iniciais do modo seguinte são carregadas. No próximo estado, “CTRL_LOAD” (no código “LOAD_MANAGEMENT_STATE”), o conversor boost que alimenta os LEDs é ligado e o controle de corrente é feito utilizando um controlador proporcional implementado no firmware. A proteção contra sobrecorrente, que é a mais crítica, é gerenciada pelo módulo interno denominado “COMPARATOR_B”, que é um comparador analógico de tensão, com interface digital via registradores. Quando sobrecorrente é detectada esse módulo gera uma interrupção na CPU e essa interrupção é tratada. A proteção contra sobretensão, como não é crítica, é executada via software. Constantemente a tensão do banco também é monitorada e, se abaixo de 1V, o estado é alterado para “STBY_LPM4”. Caso a tensão do módulo solar retorne à faixa ativa, os LEDs são desligados e é gerado um sinal de reset via software, fazendo com que se retome o estado inicial. No estado “STBY_LPM4”, para máxima economia de energia, todos os módulos internos do MCU são desligados, exceto o comparador analógico, sendo sua interrupção mantida habilitada. Suas entradas são reconfiguradas para monitorar a tensão do módulo solar e, se essa tensão for maior que 4V, o microcontrador “acorda” e é gerado um reset via software, reiniciando o MCU, para que volte ao estado inicial. Diferentemente do modo “STBY_LPM4”, no modo “STBY_LPM3” são desligados somente os timers que geram os sinais PWM para os conversores DC-DC, o watch dog timer é reconfigurado para intervalo de 250 ms. Em cada tratamento dessa interrupção a tensão do Módulo é verificada, para tomada de decisão do estado seguinte, ou se irá continuar em modo de espera. Quando o MCU opera no modo de carga do banco ou acionamento dos LEDs, o watch dog timer é configurado com intervalo de 32 ms, sendo essa a base de tempo para as conversões do ADC. Há um quarto timer, denominado TIMER_A, que opera com base de tempo de 1ms, servindo para a dimerização horária programada. No momento não foi possível implementar a dimerização sensorizada. 63 6 RESULTADOS Ao concluir a montagem do protótipo (APÊNDICE 4) e parcialmente a programação do protótipo, foram realizadas medições para comprovação do que foi proposto nas sessões de desenvolvimento do projeto. O primeiro passo foi a mensuração das tensões, corrente e ciclo de trabalho do driver boost utilizado para realizar a alimentação dos LEDs. Para aquisição de sinais, utilizou-se um Osciloscópio Digital Portátil de 200 MHZ com 2 Canais e com multímetro. Para obter ciclo de trabalho, uma ponta de prova do osciloscópio foi direcionada ao Gate da MOSFET Canal n. Na figura 22, pode ser observado que o MOSFET responsável pelo chaveamento do conversor é Q5. Observouse um ciclo de trabalho de aproximadamente 51,8%, para 8 V de entrada, o que foi satisfatório considerando que o resultado teórico na sessão 6.5.1 foi de 53%. FIGURA 22: CICLO DE TRABALHO PARA CONVERSOR BOOST DOS LEDS . Fonte: AUTOR(2015). Segundo resultado teórico, a tensão necessária para alimentar os LEDs seria de 17,1V, mantendo a corrente constante de 530 mA nos LEDs para manter o fluxo luminoso. Posicionando uma ponta de prova em L+ (tensão) e 64 L_S (Corrente) na figura 15, foram obtidos uma tensão de saída do conversor boost de 18.0 V(figura 23) e uma tensão de 400 mV (Figura 24), ou seja, uma corrente de 533 mA usando lei de Ohm no resistor shunt. Executando a medição direta da corrente, com o multímetro, obteve-se 529 mA. FIGURA 23: TENSÃO APLICADA NOS LEDS. FONTE: AUTOR (2015). FIGURA 24: CORRENTE MEDIDA NOS LEDS. FONTE: AUTOR (2015). No conversor buck da entrada, dedicado à carga do banco de ultracapacitores, os sinais PWM aplicados aos transistores MOS via driver são complementares, como pode ser observado na figura 25. O sinal em amarelo é 65 o aplicado ao transistor Q2 e o sinal em azul é o aplicado ao transistor Q3 (vide esquema no Apêndice 1). FIGURA 25: SINAIS PWM COMPLEMENTARES NO BUCK. FONTE: AUTOR (2015). De modo a garantir que não haja curto de braço foi necessário utilizar tempo morto nos sinais, implementado via software e timer do MCU, pois o CI driver para os MOSFETs não possui esse recurso. O tempo morto calculado é de 32 ns. O implementado no timer foi de 50 ns, por garantia. O detalhe do tempo morto pode ser visto na figura 26. FIGURA 26: TEMPO MORTO NOS SINAIS PWM DO BUCK FONTE: AUTOR (2015). 66 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi projetado e construído um sistema de iluminação LED, outdoor, autônomo, microcontrolado, sustentado por um banco de ultracapacitores, cujas especificações foram baseadas na norma ABNT NBR 5101:2012, sendo dedicada para uso em passeios e praças, ou seja, para uso em vias de pedestres. O firmware desenvolvido executa a carga do banco do ultracapacitores, utilizando o método MPPT, para maior eficiência do sistema. Quando carregado e com baixa tensão no Módulo os LEDs são ligados, alimentados pelo banco através de um conversor boost com saída em corrente constante. Tanto a corrente/tensão de carga quanto a corrente/tensão dos LEDs estão dentro dos parâmetros calculados, com desvios aceitáveis. Como foram utilizados compensadores somente proporcionais, foi necessário manter os setpoints um pouco maiores do que o calculado, para que os níveis fossem alcançados. O firmware também possui algumas instabilidades nos compensadores, que acredita-se sanar com a otimização do código e utilização de compensador PI ou PID. Outra causa para a instabilidade de corrente nos LEDs pode ser a baixa tensão na entrada analógica do canal de corrente da carga, que pode ser solucionada utilizando amplificador operacional, como na medição da corrente de carga. Devido ao tempo, não foi possível implementar nesse protótipo a dimerização sensorizada, mas somente a horária. Como resultado final do projeto obteve-se um protótipo de luminária LED outdoor, autônoma, microcontrolada, sustentada por um banco de ultracapacitores, com acionamento automático por detecção de baixa luminosidade e dimerizável automaticamente, porém com dimerização horária. O projeto foi efetuado em conjunto com o aluno Brenno Brummel de Figueiredo. O mesmo dará continuidade ao projeto finalizando o algoritmo e aplicando tecnologia de célula solar concentrada. 67 REFERÊNCIAS AHMED, A. Eletrônica de Potência. São Paulo, SP: PRENTICE-HALL, 2000. ALI, M.; ORABI, M.; ABDELKARIM, E.; QAHOUQ, J.A.A.; AROUDI, A.E. Design and development of energy-free solar street LED light system. Innovative Smart Grid Technologies - Middle East (ISGT Middle East), 2011. IEEE PES conference on DOI: 10.1109/ISGT-MidEast.2011.6220812. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5101:2-12. Iluminação Pública – Procedimento. Rio de Janeiro, 2012. BATTERY UNIVERSITY. How does a supercapacitor works?. Disponível:< http://batteryuniversity.com/LEARN/ARTICLE/WHATS_THE_ROLE_OF_THE_ SUPERCAPACITOR>. Acesso em: 03 mai. 2015. BEDIN, A. M. AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente. Revista Especialize On-line IPOG. Goiânia. 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013. Julho/2013. ISSN 21795568. FEMIA, N.; PETRONE, G.; SPAGNUOLO, G.; VITELLI, M. Optimization of Perturb and Observe Maximum Power Point Tracking Method. IEEE TRANSACTIONS ON POWER ELECTRONICS, VOL. 20, NO. 4, JULY 2005. HS DISSIPADORES. Catálogo HS Dissipadores. Disponível em:<http://www.hsdissipadores.com.br/catalogo.pdf> Acesso em: 25 jul. 2015. JUNIOR, A. G. T.; KOPTE, G. A.; FEITOSA M. A. F. Aplicação de sistemas fuzzy na redução do consumo de energia da iluminação pública com lâmpadas vapor de sódio. Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012. LEDS MAGAZINE. Nick Holonyak honored for inventing the LED. Disponível em:<http://www.ledsmagazine.com/articles/2008/02/nick-holonyakhonored-for-inventing-the-led.html>. Acesso em: 30 abr. 2015. NASCIMENTO, A. Análise do uso da tecnologia LED na iluminação pública: Estudo as perspectivas de aplicação na cidade de são paulo. Universidade Federal do ABC. Santo André - SP, 2012. ODM BRASIL. 8 jeitos de mudar o mundo. <http://www.odmbrasil.gov.br/>. Acessado em: 29/03/2015 Disponível em: 68 OSLON. LCW CRDP.PC datasheet. Disponível em:< http://www.osramos.com/Graphics/XPic1/00100983_0.pdf/LCW%20CRDP.PC.pdf> Acesso em: 25 jul. 2015. PROCEL RELUZ. Eletrobrás. Iluminação Publica no Brasil. Disponível em: <http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID={EB94AEA0-B206- 43DE8FBE-6D70F3C44E57}>.Acesso em: 24 abr. 2015. REISI, A. R.; MORADI, M. H.; JAMASB, S. Classification and comparison of maximum power point tracking techniques for photovoltaic system: A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews 19 (2013) p.433–p.443. SCHINDALL, J. The charge of the Ultra-Capacitors. Disponível em:< http://spectrum.ieee.org/transportation/advanced-cars/the-charge-of-the-ultracapacitors>. Acesso: 30 abr. 2007. SCOPACASA, V. A. Introdução à Tecnologia de LED. Disponível em:< http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/LA_Pro1/02%20%20pro_leds_Vis%C3% A3o_Geral.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2015. TEXAS INSTRUMENTS. Test report of MPPT & LED driver PMP7647. Texas, USA, December 12th, 2013. Rev.C.. 69 ANEXO 1 – DATASHEET LED 70 71 72 73 74 ANEXO 2 - DESIGN DE REFERÊNCIA DA TEXAS INSTRUMENTS “PMP7647 BOARD” 75 ANEXO 3 – DRIVER LM2510 76 77 78 79 ANEXO 4 – DRIVER LM2523 80 81 APÊNDICE 1 – CIRCUITO PROPOSTO 82 APÊNDICE 2 – LISTA DE MATERIAIS Reference Value Description Size Fornecedor D1 MBRD1040CT 10A 40V SURFACE MOUNT DUAL SCHOTTKY BARRIER RECTIFIER DPAK Brenno C33 24pF 12pF//12pF 0603 Brenno L2 47uH/10A 1468422C (modificado) 24.4 x 18.5mm Brenno U1 LM25101CMAX 1A 80V Half-Bridge Gate Driver SO8 power pad Texas Instruments Bead, Ferrite, 500mA, 600ohms 0805 Brenno B2, B3 J1, J2, J3 Borne 2 pinos Borne KRE, 2-pin, 15-A, 5.1mm 0.40 x 0.35 inch Dualcom C1, C2 1000uF Capacitor, Aluminium Electrolytic, Low ESR, 25V 11 x 20mm PTH Dualcom C7 220uF Capacitor, Aluminium Electrolytic, Low ESR, 35V 8.5 x 10mm PTH Dualcom C6, C8 440uF Capacitor, Aluminium Electrolytic, Low ESR, 35V (220//220) 8.5 x 10mm PTH Dualcom C10, C14, C16, C17, C21, C22, C23, C24, C25, C34 1uF Capacitor, Ceramic, 25V, X7R, 10% 0805 Farnell C12 560pF Capacitor, Ceramic, 50V, NPO, 1% 0603 Farnell C15 200pF Capacitor, Ceramic, 50V, NPO, 1% (100p//100p) 0603 Farnell C11, C26, C27, C29, C30, C32,C19.1 0.1uF Capacitor, Ceramic, 50V, X7R, 10% 0805 Brenno C9, C18, C28 1nF Capacitor, Ceramic, 50V, X7R, 10% 0805 Dualcom D2, D3, D4 SK34 Diode, Schottky, 3A, 40V DO214AB Brenno F3 Fusível 1.5A Fusível Resetável 1812 Brenno F2 Fusível 10A Fusível SMD 10A 6.1x2.69mm F1 Fusível 7A Fusível SMD 7A 6.1x2.69mm U6 LM2623 General Purpose, Gated Oscillator Based, DC/DC Boost Converter VSSOP-8 (DGK) Brenno J4, J6, J7, J8 Barra 3 pinos Header, Male 3-pin, 100mil spacing, (36-pin strip) 0.100 inch x 3 Brenno J5 Barra 4 pinos Header, Male 4-pin, 100mil spacing, (36-pin strip) 0.100 inch x 4 Brenno U5 INA199A2DCK IC, Current shunt monitor, Bi-Directional Zerø-Drift Series SC-70-6 Texas Instruments U4 TLV70433DBVR IC, 24-V Input, 150 mA, Utralow IQ LDO Regulator SOT23-5 Texas Instruments U2 UCC27517DBV IC, 4A Single Channel High-Speed Low-Side Gate Drivers SOT23-5 Texas Instruments Valor unitário R$ 1,95 R$ 0,10 R$ 15,81 R$ 8,51 R$ 0,04 R$ 1,44 R$ 0,58 R$ 0,24 R$ 0,24 Subtotal R$ 1,95 R$ 0,20 R$ 15,81 R$ 8,51 R$ 0,08 R$ 4,32 R$ 1,16 R$ 0,24 R$ 0,96 R$ 0,04 R$ 0,40 R$ 0,44 R$ 0,18 R$ 0,04 R$ 0,03 R$ 0,41 R$ 0,70 R$ 0,70 R$ 0,70 R$ 3,02 R$ 0,15 R$ 0,20 R$ 9,78 R$ 3,02 R$ 5,18 R$ 0,44 R$ 0,36 R$ 0,24 R$ 0,09 R$ 0,82 R$ 0,70 R$ 0,70 R$ 0,70 R$ 3,02 R$ 0,60 R$ 0,40 R$ 9,78 R$ 3,02 R$ 5,18 83 U3 MSP430F5132IDAR IC, Mixed Signal Microcontroller TSSOP-38 Kit montagem painel solar policristalino 12W/18V LED 1W/3W Texas Instruments Aliexpress LED OSLON LCW CRDP.PC-LQLS-5F8F-1 BRANCO FRIO 5700K SMD 3030 Dualcom Lente KB-H20-60P-OSN D21.5 H11.5mm Dualcom Módulo sensor movimento IR ML Q2, Q3 CSD17555Q5A MOSFET, N-Chan, 30V SON-5x6 Texas Instruments Q5 CSD18531Q5A MOSFET, N-Chan, 60V SON-5x6 Texas Instruments B1 0 Resistor 0R 0805 Dualcom R2 0.75 Resistor, 0.68 Ohm, 2W, 1% (1R5//1R5) 2512 Dualcom R1 0R020 Resistor, 20 milliOhm, 3W, 1% 2512 Brenno R3 4.7 Resistor, 4.7Ohm, 1W, 5% 2512 Dualcom R25 100K Resistor, Chip, 1/10W, 1% 0805 Brenno R27 150K Resistor, Chip, 1/10W, 1% 0805 Dualcom R11, R13, R16 7.5 Resistor, Chip, 1/10W, 5% (15R//15R) 0805 Dualcom R31, R33 10K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Brenno R42, R43 1K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Brenno R23, R24 10 Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R22 1.8K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R29 15K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R32 15K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R35 2.2K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R12, R14, R17 33K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R30 4.7K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R34 5.6K Resistor, Chip, 1/16W, 1% 0805 Dualcom R26, R28, R36, R37, R38 2M Resistor, Chip, 1/16W, 1% (1M+1M) 0805 Dualcom R21 56R Resistor, Chip, 1/4 watt, ± 5% 0805 Dualcom D7, D8, D9 LL4148 Small Signal Fast Switching Diodes MLL41 Brenno R$ 19,01 R$ 67,41 R$ 19,01 R$ 67,41 R$ 5,60 R$ 33,60 R$ 1,20 R$ 12,86 R$ 3,50 R$ 4,83 R$ 0,04 R$ 0,16 R$ 0,20 R$ 0,16 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,10 R$ 7,20 R$ 38,57 R$ 10,50 R$ 9,66 R$ 0,04 R$ 0,32 R$ 0,20 R$ 0,16 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,24 R$ 0,12 R$ 0,08 R$ 0,08 R$ 0,08 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,16 R$ 0,16 R$ 0,04 R$ 0,40 R$ 0,08 R$ 0,30 84 D5, D6 LED SMD 0805 0805 Taxa de envio - Texas Instruments Q11 Brenno Texas Instruments KST3906 Trans, PNP, 40-V, 200-mA, 225-mW SOT23 Dualcom 3000F/2.7V Ultracapacitor 3000F/2.7V L3 6uH/3A UP2UC-4R7-R (modificado) L1 6.8uH/4.4A UP2UC-6R8-R 4.4A R44 100K 0805 Brenno C19, C35 100uF/16V tant Size D Brenno C31 10-12pF 0603 Brenno R45 22K 0805 Dualcom R46 330K 0805 Brenno R47 47K 0805 Brenno Dualcom 9.5 x 12.7 x 5.21mm 9.5 x 12.7 x 5.21mm Brenno Brenno R$ 0,10 R$ 24,85 R$ 0,31 R$ 412,00 R$ 4,02 R$ 4,02 R$ 0,04 R$ 0,90 R$ 0,10 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 TOTAL R$ 0,20 R$ 24,85 R$ 0,31 R$ 2.472,00 R$ 4,02 R$ 4,02 R$ 0,04 R$ 1,80 R$ 0,10 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 2.755,75 85 APÊNDICE 3 – CALCULOS DOS GANHOS DA NOVA CONTROLADORA Cálculos dos ganhos da nova controladora Dados do ADC Resolução ADC 10 bits Valor máx ADC 1024 Níveis Referência do ADC 2,5 V Medição de Vpainel (P+) P+(máx) 12 V Vbe transistor Q11 0,60 V R33+R34 15600 Ohms R35 3900 Ohms Medição Icarga Banco (B_S & B_I) Imáx 2 A Shunt R1 0,0125 Ohms Vshunt (B_S) 0,025 V Ganho do AOP 100 V/V Vadc Valor no ADC % da escala Vadc (B_I) Valor no ADC % da escala 2,280 V 933 Níveis 91 % Medição de V LEDs (L+) L+(máx) 18,00 R27 150000 R30 10000 Vadc 1,125 Valor no ADC 460 % da escala 45 V Ohms Ohms V Níveis % 2,500 V 1023 Níveis 100 % Medição I LEDs (L_S) Inom 0,530 A Shunt R2 0,750 Ohms Vshunt (L_S) 0,398 V Pot shunt 0,211 W Vadc 0,398 V Valor no ADC 163 Níveis % da escala 16 % Medição de Vbanco (B+) B+(máx) 0,8 V R25 100000 Ohms R29 33000 Ohms Vadc 0,198 V Valor no ADC 81 Níveis % da escala 8 % 86 APÊNDICE 4 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO Para a realização do Protótipo, foram dimensionadas a partir da carga até a sua fonte de energia. Antes de tudo, foi adquirido os componentes e acessórios para a realização física do Projeto. A lista de componentes pode ser visualizada no APÊNDICE 2, na referência é possível verificar o custo e a quantidade de cada componente e acessório adquirido. A primeira ação para a efetivação do projeto foi a realização da soldagem dos LEDs nas placas de MCPCB em alumínio e a colagem das Lentes nas placas junto aos LEDs. Após o todos os LEDs serem soldados na placa MCPCB, os mesmos foram colados no dissipador HS2816 usando uma pasta térmica apropriada Figura 28. FIGURA 27: LEDS E ACESSÓRIOS FONTE: AUTOR(2015) FIGURA 28: LED MONTADO FONTE: AUTOR(2015) Após realizar todas as montagens dos LEDs, foi dimensionada através do projeto CAD a placa de alumínio onde foi alocado cada conjunto. Como cada lente possui 60°, eles foram dispostos de forma circular para que seja iluminada toda a circunferência de onde a luminária for instalada. 87 O arquivo em CAD (Figura 29) foi enviado a um centro de usinagem. Depois de finalizado, todos os conjuntos compostos de LED e dissipador, foram fixados na placa em alumínio. Além disso, os LED foram ligados em série como foi dimensionado anteriormente (Figura 30). FIGURA 29: PLACA BASE EM ALUMINIO FONTE: AUTOR(2015) FIGURA 30: PLACA BASE EM ALUMINIO MONTADA FONTE: AUTOR(2015) Antes de ligar os Ultracapacitores para ser gerada uma Capacitância Equivalente proposta, foi de suma importância montar a placa responsável pelo equilíbrio de cargas do banco. Após realizar o roteamento do esquemático, foi solicitada a produção da placa PCI em uma empresa especializada (Figura 31). 88 FIGURA 31: PCI EQUILIBRIO ULTRACAPACITOR FONTE: AUTOR(2015) Como dito anteriormente, o banco de Ultracapacitores foi formado em 3 módulos de 2 capacitores em paralelo, e esses módulos foram ligados em série. Para ligar os ultracapacitores em paralelo foi projetado barras de conexão em alumínios (Figura 32). As barras foram efetuadas em uma indústria de usinagem (Figura 33). FIGURA 32: BARRA DE CONEXÃO DOS ULTRACACITORES FONTE: AUTOR(2015) FIGURA 33: BARRA DE CONEXÃO DOS ULTRACACITORES FONTE: AUTOR(2015) 89 Com as barras de conexão em mãos os ultracapacitores foram ligados de modo a se obter a capacitância equivalente que foi proposta anteriormente. As barras foram dispostas nos capacitores para que ficassem em paralelo e vários fios fizeram a interconexão dos módulos em série. Em cada célula paralelo foi ligado nas entradas J1, J2 e J3 do circuito que equilibra carga (Figura 34). FIGURA 34: ULTRACACITORES LIGADOS FONTE: AUTOR(2015) A motagem do Módulo Solar exigiu cuidado e atenção em sua concepção. As células são extremamente frágeis e susceptíveis a qualquer dano. Um vidro de 38x38cm foi cortado para que proteger as células. Tendo as chapas de vidro em mãos, foi realizada a colagem dos paineis através de silicone. Cada célula foi ligada para se obter 2 conjuntos de 18 células em série. Além disso, um pequeno circuito compostos por 4 diodos foi usado para proteger contra tensão e corrente reversa. Após a montagem o Módulo foi selado através de perfis U em alumínio através de silicone. O resultado final pode ser visualizado na figura 35. 90 FIGURA 35: CONJUNTO DE CÉLULAS SOLARES FONTE: AUTOR(2015) Após terminar o esquemático do circuito (APÊNDICE 1) da placa controladora, o layout da placa foi finalizado (FIGURA 36). Uma das características do projeto é a utilização de tecnologia de montagem supercial conhecida como SMD, o que permitiu que o tamanho em área de placa fosse reduzido. Além de possuir 2 layers, a placa também possuia furos metalizados. Consequentemente, foi direcionado a ser realizada em um ambiente industrial profissional, pois a tecnologia de metalização ainda não tinha sido desenvolvido pelo outro fornecedor de placas de circuitos impressos citado anteriormente. O resultado da placa confeccionada pode ser visualizado na figura 37. FIGURA 36: LAYOUT DA PLACA CONTROLADORA FONTE: AUTOR(2015) 91 FIGURA 37: PLACA CONTROLADORA FINALIZADA FONTE: AUTOR(2015) Com todos os Módulos finalizados a montagem do protótipo foi finalizado. Os módulos foram ligados conforme o APÊNDICE 1. Segundo a Figura 38 é possível verificar que os ultracapacitores foram fixados em uma base de acrílico através de abraçadeiras, a placa em alumínio constituidos pelos LEDs fixados através de parafusos e a placa PCI também foi fixada com abraçadeiras. Apenas o Módulo ficou fora da base em acrílico. Lembrando que todas as soldas utilizadas no protótipo eram LeadFree. FIGURA 38: CONJUNTO MONTANDO EM BASE DE ACRÍLICO. FONTE: AUTOR(2015) 92 APÊNDICE 5 – FIRMWARE /* PMP7647 based hardware *MSP430F5132 - 1.3A MPPT CHARGER AND LED DRIVER(6LEDs, 530mA)*/ //Header Files// #include <msp430.h> #include "msp430f5132.h" //Definitions// #define CALTDH0CTL1_200 *((unsigned int *)0x1A34) #define TURN_OFF_BUCK_STAGE TD0CCTL1 = TD0CCTL2 = OUTMOD_0; #define TURN_ON_BUCK_STAGE {TD0CCTL1 = OUTMOD_6; TD0CCTL2 = OUTMOD_2;} #define TURN_ON_BOOST_STAGE TD1CCTL1 = OUTMOD_6; #define TURN_OFF_BOOST_STAGE TD1CCTL1 = OUTMOD_0; #define TURN_OFF_TIMER_A #define TURN_ON_TIMER_A #define LED_1 #define LED_2 #define SENSOR BIT5 BIT4 BIT6 TA0CTL &= ~MC_1; {TA0CTL |= MC_1; ms = sec = min = 0;} //STATUS LED 1 //STATUS LED 2 //IR SENSOR //Index of respective elements in adc output array #define P_V #define B_V #define B_I #define L_V #define L_I 4 3 2 1 0 #define REF_AVG_LOAD_COUNTER #define REF_AVG_MPPT_COUNTER #define REF_AVG_STANDBY_COUNTER #define MPPT_LOOP_EXIT_LIMIT 2 2 20 // 5 seconds in standby mode 200 // 1 second #define MINUTES 1 // MINUTES to dimm #define CC_LIMIT 511 // Charge current limit = 1A #define CC_TO_CV_LIMIT 807 // Upper bank voltage 7.95V #define FLOAT_VOLTAGE 804 // Float bank voltage 7.92V #define BANK_LV 305 // Bank low voltage = 3V #define BANK_ULV 102 // Bank ultra low voltage = 1V #define LOAD_VOLTAGE_LIMIT 767 // Max boost load voltage = 30V #define SUFFICIENT_PANEL_VOLTAGE #define PANEL_UPPER_LIMIT 278 #define REF_LOAD_CURRENT_FULL_BRIGHTNESS #define REF_LOAD_CURRENT_HALF_BRIGHTNESS #define REF_LOAD_CURRENT_LOW_BRIGHTNESS 165 // 4.0V; To turn off the load; charge battery 933 // 12.0V to turn off the buck; protection purpose // 530mA (calculated value = 163) 85 // 265mA 33 // 100mA #define DEADTIME 12 //Deadtime #define DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD DEADTIME //MIN D% unsigned int DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD = 1000-DEADTIME; //MAX D% #define OC_TRIGGERED_COUNTER_THRESHOLD 1000 // 5 seconds delay, 5.2ms per average #define OV_TRIGGERED_COUNTER_THRESHOLD 1000 // 5 seconds delay, 5.2ms per average #define MPPT_STATE 0 #define STAND_BY_STATE 1 #define LOAD_MANAGEMENT_STATE 2 #define START_MPPT_STATE 3 #define START_STANDBY_STATE 4 #define START_LOAD_MANAGEMENT_STATE 5 93 //Variable declaration// unsigned int ADC_Readings [5], System_reset_Mode_ON, Load_Monitor_Mode_ON, // Flags for comparator ISR OC_Triggered = 0, OC_Triggered_Counter = 0, // Flags for over load current protection OV_Triggered = 0, OV_Triggered_Counter = 0, // Flags for over load voltage protection Load_On = 0, Charge_On = 0, CV_Mode = 0, cc_to_cv = 0, Wait_State = 0, Wait_Counter = 0, Battery_Low_Current_Counter = 0, Dimm_on = 0; int MPPT_Direction = 1, LPM3_On = 0; //Counters to count for 5hours (Programmable for any time), TIMER A unsigned long Panel_Voltage, Prev_Panel_Voltage, Battery_Voltage, Load_Voltage, Battery_Charging_Current = 0, Load_Current, Prev_Battery_Charging_Current = 0, Prev_Load_Voltage, Duty_Buck = DEADTIME, // MIN% duty cycle (because deadtime) Ref_Load_Current = 0, // to be initialised according to the output current Panel_Voltage_Buffer = 0, Battery_Voltage_Buffer = 0, Load_Voltage_Buffer = 0, Battery_Charging_Current_Buffer = 0, Load_Current_Buffer = 0, Duty_Boost = 0, // 0% duty cycle MPPT_Loop = 1, MPP_Loop_Exit_Counter = 0, CC_Loop_Exit_Counter = 0; //Average counter and reference counter unsigned int Avg_MPPT_Counter = 0, Avg_LOAD_Counter = 0; int Present_State; int ms=0, sec=0, min=0; //Functions void init_IO (void); void Init_Clocks (void); void SetVcoreUp (unsigned int level); void init_WDT (void); void init_ADC (void); void MPPT (void); void init_TimerD_BUCK (void); void init_TimerD_BOOST (void); void init_TimerA (void); void Load_Management (void); void PI_Control (void); void init_Comparator_LoadMonitor (void); void init_Comparator_System_Reset (void); void Battery_Charge_Profiling(void); void init_WDTLowpowermode3 (void); void Average_LOAD_ADC_Values(void); void Average_MPPT_ADC_Values(void); 94 void Average_STANDBY_ADC_Values(); void main (void) { WDTCTL = WDTPW + WDTHOLD; __delay_cycles(100000); // Delay to initialize // Initialize system init_IO(); PJOUT |= LED_1 + LED_2; // Show init start Init_Clocks(); // Initialize clocks for CPU=25MHz __bis_SR_register(GIE); init_ADC(); init_TimerD_BUCK(); init_TimerD_BOOST(); init_TimerA(); TURN_OFF_BUCK_STAGE; TURN_OFF_BOOST_STAGE; init_WDT(); // set the ADC sampling interval to 3.2ms __delay_cycles(100000); Present_State = START_MPPT_STATE; PJOUT &= ~(LED_1 + LED_2); // Show init end // Stop WDT // Enable Interrupts // Main loop while(1) { switch(Present_State) { case MPPT_STATE : { if(Avg_MPPT_Counter >= REF_AVG_MPPT_COUNTER) { Average_MPPT_ADC_Values(); if((Panel_Voltage < PANEL_UPPER_LIMIT)&&(!Wait_State)&&(Battery_Voltage < Panel_Voltage)) { TURN_ON_BUCK_STAGE; if(MPPT_Loop == 1) MPPT(); else Battery_Charge_Profiling(); // update timers TD0CCTL0 &= ~TDIFG; // wait till the timer completes its current cycle while(!(TD0CCTL0 & TDIFG)); TD0CCR1 = 1000-Duty_Buck; TD0CCR2 = 1000-Duty_Buck-DEADTIME; if(Panel_Voltage > PANEL_UPPER_LIMIT) Present_State = START_STANDBY_STATE; }//end if if (((Battery_Charging_Current < 10)&&(!Wait_State))||(Panel_Voltage > PANEL_UPPER_LIMIT)) { Battery_Low_Current_Counter++; if((Battery_Low_Current_Counter > 10)||(Panel_Voltage > PANEL_UPPER_LIMIT)) { TURN_OFF_BUCK_STAGE; Duty_Buck = 500; // 50% Wait_State = 1; Wait_Counter = 0; if(Panel_Voltage < SUFFICIENT_PANEL_VOLTAGE) Present_State = START_STANDBY_STATE; } } } else if((Battery_Charging_Current > 9)) // reset counter once the battery current comes up Battery_Low_Current_Counter = 0; /* This block generates approximately 5 seconds delay whenever battery current goes below a threshold value or panel voltage goes above upper limit panel is switched off and restarted after 5 seconds*/ if(Wait_State == 1) 95 { Wait_Counter++; if(Wait_Counter > 100) { Wait_State = 0; Wait_Counter = 0; Battery_Low_Current_Counter = 0; } } }// end of MPPT_STATE block break; case STAND_BY_STATE : { if(Avg_MPPT_Counter >= REF_AVG_STANDBY_COUNTER) { Average_STANDBY_ADC_Values(); if(Panel_Voltage > PANEL_UPPER_LIMIT) { //Present_State = START_MPPT_STATE; //system reset PMMCTL0 |=PMMSWBOR; // Brown out reset by software } else if(Panel_Voltage < SUFFICIENT_PANEL_VOLTAGE) { //enable timer D for boost TURN_OFF_BUCK_STAGE TD1CTL0 |= MC_1; Present_State = START_LOAD_MANAGEMENT_STATE; Load_On = 0; } else { Present_State = STAND_BY_STATE; LPM3_On = 1; PJOUT |= LED_1; //Debug __bis_SR_register(LPM3_bits); } } }// end of STAND_BY_STATE block break; case START_MPPT_STATE : { init_WDT(); // set the ADC sampling interval to 3.2ms // Duty_Buck = (Battery_Voltage/(Panel_Voltage*1.25))*1000; if(Duty_Buck < DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD) Duty_Buck = DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD; MPPT_Direction = 1; Present_State = MPPT_STATE; } // end of START_MPPT_STATE block break; case START_STANDBY_STATE : { init_WDTLowpowermode3(); // change the ADC sampling interval from 32ms to .25s //for low standby current CBCTL1 &= ~CBON; // switch off the comparator to save power //disable timer D to save power TD0CTL0 &= ~MC_1; TD1CTL0 &= ~MC_1; TURN_OFF_BUCK_STAGE; TURN_OFF_BOOST_STAGE; Present_State = STAND_BY_STATE; }// end of START_STANDBY_STATE block break; 96 case LOAD_MANAGEMENT_STATE : { if(Avg_MPPT_Counter >= REF_AVG_MPPT_COUNTER) Average_MPPT_ADC_Values(); if(Avg_LOAD_Counter >= REF_AVG_LOAD_COUNTER) { Average_LOAD_ADC_Values(); // first check all the exit conditions if (Panel_Voltage > PANEL_UPPER_LIMIT) PMMCTL0 |=PMMSWBOR; // Brown out reset by software else // If panel voltage in range, Charge power bank { if(Panel_Voltage > SUFFICIENT_PANEL_VOLTAGE) { Present_State = START_STANDBY_STATE; TURN_OFF_BOOST_STAGE; TURN_OFF_TIMER_A; Load_On=0; } else //If panel voltage low, Power-on LEDs { // if (P3IN && SENSOR) Dimm_on = 0; //IR sensor active in "H" if (Dimm_on == 0) Ref_Load_Current = REF_LOAD_CURRENT_FULL_BRIGHTNESS; else Ref_Load_Current = REF_LOAD_CURRENT_HALF_BRIGHTNESS; if (Battery_Voltage < BANK_ULV) { init_Comparator_System_Reset(); PJOUT |= LED_2; //Debug __bis_SR_register(LPM4_bits); } else if(Battery_Voltage < BANK_LV) { Ref_Load_Current = REF_LOAD_CURRENT_LOW_BRIGHTNESS; TURN_OFF_TIMER_A; } if(OC_Triggered) // if over current has triggered wait for approximately 10s and restart boost { OC_Triggered_Counter++; if(OC_Triggered_Counter == OC_TRIGGERED_COUNTER_THRESHOLD) { Duty_Boost = 500; TURN_ON_BOOST_STAGE; Load_On = 1; OC_Triggered = 0; OC_Triggered_Counter = 0; } } } if(OV_Triggered) // if over voltage has triggered wait for approximately 10s and restart boost { OV_Triggered_Counter++; if(OV_Triggered_Counter == OV_TRIGGERED_COUNTER_THRESHOLD) { Duty_Boost = 500; TURN_ON_BOOST_STAGE; Load_On = 1; OV_Triggered = 0; OV_Triggered_Counter = 0; } } } if(Load_On) Load_Management(); } }// end of LOAD_MANAGEMENT_STATE block break; 97 case START_LOAD_MANAGEMENT_STATE : { if(Battery_Voltage > BANK_LV) { init_WDT(); // initialize ADC sampling interval to 32ms init_Comparator_LoadMonitor(); TURN_ON_TIMER_A; // Ref_Load_Current = REF_LOAD_CURRENT_HALF_BRIGHTNESS; Ref_Load_Current = REF_LOAD_CURRENT_FULL_BRIGHTNESS; Load_On = 1; Duty_Boost = 500; TURN_ON_BOOST_STAGE; Present_State = LOAD_MANAGEMENT_STATE; } }// end of START_LOAD_MANAGEMENT_STATE block break; default : break; }//end of switch block }//end of main loop }//end main void MPPT (void) { DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD = (Battery_Voltage/(Panel_Voltage*1.25))*1000; if (DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD < DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD) DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD = DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD; if((Battery_Charging_Current*Panel_Voltage) < (Prev_Battery_Charging_Current*Prev_Panel_Voltage)) MPPT_Direction = MPPT_Direction * -1; if(MPPT_Direction == 1) { Duty_Buck ++; if(Duty_Buck>DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD) Duty_Buck=DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD; } else { Duty_Buck --; if(Duty_Buck<DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD) Duty_Buck=DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD; } Prev_Battery_Charging_Current = Battery_Charging_Current; Prev_Panel_Voltage = Panel_Voltage; if(Battery_Charging_Current >= CC_LIMIT ||(Battery_Voltage >= CC_TO_CV_LIMIT)) { MPP_Loop_Exit_Counter ++; if (MPP_Loop_Exit_Counter > MPPT_LOOP_EXIT_LIMIT) { MPPT_Loop = 0; MPP_Loop_Exit_Counter = 0; CC_Loop_Exit_Counter=0; if (Battery_Voltage > CC_TO_CV_LIMIT) CV_Mode = 1; else CV_Mode = 0; } } else MPP_Loop_Exit_Counter = 0; } void Battery_Charge_Profiling (void) { DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD = (Battery_Voltage/(Panel_Voltage*1.25))*1000; if (DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD < DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD) 98 DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD = DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD; if ((Battery_Voltage <= CC_TO_CV_LIMIT) && (!CV_Mode) && (Battery_Voltage < Panel_Voltage)) { if (Battery_Charging_Current < CC_LIMIT) { Duty_Buck++; if (Duty_Buck > DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD) { Duty_Buck = DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD; CC_Loop_Exit_Counter ++; if (CC_Loop_Exit_Counter > MPPT_LOOP_EXIT_LIMIT) { MPPT_Loop = 1; MPP_Loop_Exit_Counter = 0; CC_Loop_Exit_Counter = 0; Present_State = START_MPPT_STATE; } } } else if (Battery_Charging_Current > CC_LIMIT) { Duty_Buck--; if (Duty_Buck < DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD) Duty_Buck = DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD; CC_Loop_Exit_Counter = 0; } } else { CV_Mode = 1; if (Battery_Voltage < CC_TO_CV_LIMIT) { Duty_Buck++; if (Duty_Buck > DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD) Duty_Buck = DUTY_BUCK_UPPER_THRESHOLD; } else { Duty_Buck--; if (Duty_Buck < DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD) Duty_Buck = DUTY_BUCK_LOWER_THRESHOLD; } if (Battery_Voltage < FLOAT_VOLTAGE) { CC_Loop_Exit_Counter ++; if (CC_Loop_Exit_Counter > MPPT_LOOP_EXIT_LIMIT) { MPPT_Loop = 1; MPP_Loop_Exit_Counter = 0; CC_Loop_Exit_Counter = 0; Present_State = START_MPPT_STATE; } } } } void Load_Management (void) { if (Load_Current > (Ref_Load_Current + 1)) { Duty_Boost --; if (Duty_Boost < 3) Duty_Boost = 3; } if (Load_Current < (Ref_Load_Current - 1)) { Duty_Boost ++; if (Duty_Boost > 970) Duty_Boost = 970; // DCmax = 97% 99 } TD1CCTL0 &= ~CCIFG; while(!(TD1CCTL0 & CCIFG)); TD1CCR1 = 1000-Duty_Boost; // WAIT TILL THE TIMER COMPLETES ITS CURRENT CYCLE } void Average_MPPT_ADC_Values() { Avg_MPPT_Counter = 0; Panel_Voltage = Panel_Voltage_Buffer/REF_AVG_MPPT_COUNTER; if (Panel_Voltage == 0) Panel_Voltage = 1; Battery_Voltage = Battery_Voltage_Buffer/REF_AVG_MPPT_COUNTER; Load_Voltage = Load_Voltage_Buffer/REF_AVG_MPPT_COUNTER; Battery_Charging_Current = Battery_Charging_Current_Buffer/REF_AVG_MPPT_COUNTER; Load_Voltage_Buffer = 0; Panel_Voltage_Buffer = 0; Battery_Voltage_Buffer = 0; Battery_Charging_Current_Buffer = 0; } void Average_STANDBY_ADC_Values() { Avg_MPPT_Counter = 0; Panel_Voltage = Panel_Voltage_Buffer/REF_AVG_STANDBY_COUNTER; if (Panel_Voltage == 0) Panel_Voltage = 1; Battery_Voltage = Battery_Voltage_Buffer/REF_AVG_STANDBY_COUNTER; Load_Voltage = Load_Voltage_Buffer/REF_AVG_STANDBY_COUNTER; Battery_Charging_Current = Battery_Charging_Current_Buffer/REF_AVG_STANDBY_COUNTER; Load_Voltage_Buffer = 0; Panel_Voltage_Buffer = 0; Battery_Voltage_Buffer = 0; Battery_Charging_Current_Buffer = 0; } void Average_LOAD_ADC_Values() { Avg_LOAD_Counter = 0; Load_Current = Load_Current_Buffer/REF_AVG_LOAD_COUNTER;// Copy ADC Readings for use Load_Current_Buffer = 0; } //WDT to restart ADC void init_WDT (void) { WDTCTL = WDT_MDLY_32; SFRIE1 |= WDTIE; } void init_WDTLowpowermode3 (void) { WDTCTL = WDT_ADLY_250; SFRIE1 |= WDTIE; } // WDT 32ms from 1MHz, SMCLK, interval timer // Enable WDT interrupt // WDT 250ms, ACLK, interval timer // Enable WDT interrupt // Watchdog Timer interrupt service routine #pragma vector=WDT_VECTOR __interrupt void WDT_ISR(void) { __data16_write_addr((unsigned short) &DMA0DA,(unsigned long) &ADC_Readings[0]); ADC10CTL0 |= ADC10ENC + ADC10SC+ ADC10ON; // Sampling and conversion start } void init_TimerD_BUCK (void) // ok { // Configure TD0.x GPIO pins 100 P1SEL |= BIT6 + BIT7; P1DIR |= BIT6 + BIT7; P2SEL |= BIT0; P2DIR |= BIT0; // P1.6,7 option select // P1.6,7 output // P2.0,2 options select // P2.0,2 output TD0HCTL1 = CALTDH0CTL1_200 ; // Read the 200Mhz TimerD TLV Data TD0CTL1 |= TDCLKM_1; TD0HCTL0 = TDHEN + TDHM_0; // CALEN=0 => free running mode; High-resolution clock 8x Timer_D clock; High-resolution mode enable // TDHM_0 => clk = 200 * 1 = 200 Mhz, TDHM_1 => clk = 200 * 2 = 400 Mhz // Configure the CCRx blocks TD0CCTL0 = OUTMOD_4; TD0CCR0 = 1000; TD0CCTL1 = OUTMOD_0; TD0CCR1 = 1000; TD0CCTL2 = OUTMOD_0; TD0CCR2 = 1000; TD0CTL0 |= MC_3 + TDCLR; // CCR0 toggle // PWM Period/2 // CCR1 toggle/set (Start off) // CCR1 PWM duty cycle (Start in 0%) // CCR2 toggle/reset (Start off) // CCR2 PWM duty cycle (Start in 0%) // up-down mode, clear TDR, Start timer } void init_TimerD_BOOST (void) //ok { // Configure TD1.x GPIO pins P2SEL |= BIT1; // P1.6,7 option select P2DIR |= BIT1; // P1.6,7 output P2SEL |= BIT2; // P2.2 options select P2DIR |= BIT2; // P2.2 output TD1HCTL1 = CALTDH0CTL1_200 ; // Read the 200Mhz TimerD TLV Data TD1CTL1 |= TDCLKM_1; TD1HCTL0 |=TDHEN + TDHM_0; // TDHM_0 => clk = 200 * 1 = 200 Mhz, TDHM_1 => clk = 200 * 2 = 400 Mhz // Configure the CCRx blocks TD1CCTL0 = OUTMOD_4; TD1CCR0 = 1000; TD1CCTL1 = OUTMOD_0; TD1CCR1 = 1000; TD1CTL0 |= MC_3 + TDCLR; // CCR0 toggle // PWM Period/2 // CCR1 toggle/set (Start off) // CCR1 PWM duty cycle (Start in 0%) // up-down mode, clear TDR, Start timer } void init_TimerA (void) { TA0CCR0 = 25000; TA0CTL |= TASSEL_2 + TAIE; TA0CCTL0 |= CCIE; } // To count 1ms // CLK source = SMCLK = 25MHz // Enable interrupts // Timer0 A0 interrupt service routine; count for any hours, specified in minutes #pragma vector=TIMER0_A0_VECTOR __interrupt void TIMER0_A0_ISR(void) { ms++; if(ms == 1000) { sec++; ms = 0; PJOUT ^= LED_1; // TOGGLE LED1 using XOR } if(sec == 60) { min++; ms = sec = 0; } 101 if(min == MINUTES) { ms = sec = min = 0; Dimm_on = 1; } TA0CCTL0 &= ~CCIFG; TA0CTL &= ~TAIFG; } /*Comparator generates interrupt when +ve terminal is higher than -ve one * So here ref voltage is given to -ve terminal*/ // Configured to detect over current // Generates interrupt when load current goes above approximately 730mA void init_Comparator_LoadMonitor (void) { System_reset_Mode_ON = 0; Load_Monitor_Mode_ON = 1; // clear all registers CBCTL0 = CBCTL1 = CBCTL2 = CBCTL3 = CBINT = 0; CBCTL0 |= CBIPEN + CBIPSEL_4; // Enable V+, input channel CB4 (L_I) CBCTL1 |= CBPWRMD_1; // normal power mode CBCTL2 |= CBRSEL; // VREF is applied to -terminal CBCTL3 |= BIT4; // Input Buffer Disable @P1.4/CB4 CBCTL2 |= CBRS_2 + CBREFL_3+ CBREF1_6 + CBREF0_6; // REF2.5V applied to R-ladder (0.547V) __delay_cycles(7500); // delay for the reference to settle CBINT &= ~(CBIFG + CBIIFG); // Clear any errant interrupts CBINT |= CBIE; // Enable CompB Interrupt on rising edge of CBIFG (CBIES=0) CBCTL1 |= CBON; // Turn On ComparatorB } // Configured to detect oanel sufficient voltage // Generates interrupt when panel voltage goes above configured voltage void init_Comparator_System_Reset (void) { System_reset_Mode_ON = 1; Load_Monitor_Mode_ON = 0; // clear all registers CBCTL0 = CBCTL1 = CBCTL2 = CBCTL3 = CBINT = 0; CBCTL0 |= CBIPEN + CBIPSEL_0; // Enable V+, input channel CB0 (P_V) CBCTL1 |= CBPWRMD_1; // normal power mode CBCTL2 |= CBRSEL; // VREF is applied to -terminal CBCTL3 |= BIT0; // Input Buffer Disable @P1.0/CB4 CBCTL2 |= CBRS_2 + CBREFL_3 + CBREF1_28 + CBREF0_28; // REF2.5V applied to R-ladder (2.266V) __delay_cycles(7500); // delay for the reference to settle CBINT &= ~(CBIFG + CBIIFG); // Clear any errant interrupts CBINT |= CBIE; // Enable CompB Interrupt on rising edge of CBIFG (CBIES=0) CBCTL1 |= CBON; // Turn On ComparatorB } // Comp_B ISR - FOR SYSTEM RESET AND OVERCURRENT PROTECTION #pragma vector=COMP_B_VECTOR __interrupt void Comp_B_ISR (void) { if(Load_Monitor_Mode_ON) { TURN_OFF_BOOST_STAGE; Load_On = 0; CBINT &= ~CBIFG; // Clear Interrupt flag OC_Triggered = 1; OC_Triggered_Counter = 0; // Take action for over current protection by setting a flag } else if(System_reset_Mode_ON) { CBINT &= ~CBIFG; PMMCTL0 |=PMMSWBOR; // Brown out reset by software } } 102 // Clocks And Vcore void Init_Clocks (void) { SetVcoreUp (0x01); SetVcoreUp (0x02); SetVcoreUp (0x03); // Configure DCO = 25Mhz UCSCTL3 = SELREF_2; // Set DCO FLL reference = REFO UCSCTL4 |= SELA_2; // Set ACLK = REFO __bis_SR_register(SCG0); // Disable the FLL control loop UCSCTL0 = 0x0000; // Set lowest possible DCOx, MODx UCSCTL1 = DCORSEL_7; // Select DCO range 50MHz operation UCSCTL2 = FLLD_1 + 762; // Set DCO Multiplier for 25MHz // (N + 1) * FLLRef = Fdco // (762 + 1) * 32768 = 25MHz // Set FLL Div = fDCOCLK/2 __bic_SR_register(SCG0); // Enable the FLL control loop // Worst-case settling time for the DCO when the DCO range bits have been // changed is n x 32 x 32 x f_MCLK / f_FLL_reference. See UCS chapter in 5xx // UG for optimization. // 32 x 32 x 25 MHz / 32,768 Hz ~ 780k MCLK cycles for DCO to settle __delay_cycles(782000); // Loop until Xt1 & DCO stabilizes - In this case only DCO has to stabilize do { UCSCTL7 &= ~(XT1LFOFFG + XT1HFOFFG + DCOFFG); // Clear XT1,DCO fault flags SFRIFG1 &= ~OFIFG; // Clear fault flags } while (SFRIFG1&OFIFG); // Test oscillator fault flag } void SetVcoreUp (unsigned int level) { PMMCTL0_H = PMMPW_H; // Open PMM registers for write SVSMHCTL = SVSHE + SVSHRVL0 * level + SVMHE + SVSMHRRL0 * level; // Set SVS/SVM high side new level SVSMLCTL = SVSLE + SVMLE + SVSMLRRL0 * level; // Set SVM low side to new level while ((PMMIFG & SVSMLDLYIFG) == 0); // Wait till SVM is settled PMMIFG &= ~(SVMLVLRIFG + SVMLIFG); // Clear already set flags PMMCTL0_L = PMMCOREV0 * level; // Set VCore to new level if ((PMMIFG & SVMLIFG)) // Wait till new level reached while ((PMMIFG & SVMLVLRIFG) == 0); SVSMLCTL = SVSLE + SVSLRVL0 * level + SVMLE + SVSMLRRL0 * level; // Set SVS/SVM low side to new level PMMCTL0_H = 0x00; // Lock PMM registers for write access } //IO INITIALISATION// void init_IO (void) { // General IO config P1OUT = 0; P2OUT = 0; PJOUT = 0; P1SEL |= BIT6 + BIT7; //CONFIGURE TD0.1 , PW_H P1DIR |= BIT6 + BIT7; //OUTPUT HIGH SIDE MOSFET P2SEL |= BIT0 + BIT2; //CONFIGURE TD0.2 , TD1.1 FOR PW_L , PW_B P2DIR |= BIT0 + BIT1 + BIT2; //OUTPUT LOW SIDE MOSFET, BOOST STAGE MOSFET P3SEL &= ~BIT6; //P3.6 = IN P3REN |= BIT6; //ENABLE P3.6 RESISTOR P3OUT |= 0; //P3.6 RESISTOR = PULL-DOWN PJDIR |= BIT4 + BIT5; //CONFIGURE STATUS LEDS // Configure ADC pins PMAPPWD = 0x02D52; PMAPCTL = PMAPRECFG; // Enable Write-access to modify port mapping registers // Allow reconfiguration during runtime 103 P1MAP0|= PM_ANALOG; // Modify all PxMAPy registers P1MAP1|= PM_ANALOG; // Modify all PxMAPy registers P1MAP2|= PM_ANALOG; // Modify all PxMAPy registers P1MAP3|= PM_ANALOG; // Modify all PxMAPy registers P1MAP4|= PM_ANALOG; // Modify all PxMAPy registers PMAPPWD = 0; // Disable Write-Access to modify port mapping registers by writing incorrect key P1SEL |= BIT0 + BIT1 + BIT2 + BIT3 + BIT4; // setting the port mapping register PxMAPy to PM_ANALOG together with PxSEL.y=1 when applying analog signals _BIS_SR(GIE); // enable global interrupts } //ADC INITIALISATION// void init_ADC (void) { ADC10CTL0 = ADC10SHT_2 + ADC10MSC + ADC10ON; // 8clk cycles, Single trigger, conversion disabled ADC10CTL1 = ADC10SHP + ADC10CONSEQ_1; // Sampling timer, Sequence of channels ADC10CTL2 |= ADC10RES; // 10-bit conversion results ADC10MCTL0 = ADC10INCH_4 + ADC10SREF_1; // A4,A3,A2,A1,A0(EoS), Vref+ = Vref, Vref- = gnd REFCTL0 |= REFVSEL_2+REFON; // Select internal ref = 2.5V DMACTL0 = DMA0TSEL_24; //CONFIGURE DMA + ADC10IFG trigger __data16_write_addr((unsigned short) &DMA0SA,(unsigned long) &ADC10MEM0); // Source single address __data16_write_addr((unsigned short) &DMA0DA,(unsigned long) &ADC_Readings[0]); // Destination array address DMA0SZ = 0x05; // 5 WORDS(Conversion Results) transferred DMA0CTL = DMADT_4 + DMADSTINCR_3 + DMAEN + DMAIE;// Source unchanged, Destination increments, enabled, interrupts enabled } #pragma vector=DMA_VECTOR __interrupt void DMA0_ISR (void) { switch(__even_in_range(DMAIV,16)) { case 0: break; // No interrupt (No conversion) case 2: // Sequence of conversions complete, Interrupt due to channel 0 ADC10CTL0 &= ~ADC10ENC; // Disabled Conversion Panel_Voltage_Buffer += ADC_Readings [P_V]; Battery_Voltage_Buffer += ADC_Readings [B_V]; Battery_Charging_Current_Buffer += ADC_Readings [B_I]; Load_Voltage_Buffer += ADC_Readings [L_V]; Load_Current_Buffer += ADC_Readings [L_I]; Avg_LOAD_Counter++; Avg_MPPT_Counter++; if(ADC_Readings [L_V] > LOAD_VOLTAGE_LIMIT) // load voltage > limit => disable load { TURN_OFF_BOOST_STAGE; Load_On = 0; OV_Triggered = 1; OV_Triggered_Counter = 0; // Take action for over current protection by setting a flag } // to prevent boosting if(ADC_Readings [P_V] > PANEL_UPPER_LIMIT) { TURN_OFF_BUCK_STAGE; Duty_Buck = 500; // SET DC=50% Wait_State = 1; Wait_Counter = 0; } // reset counter if these are overflowing. This can happen when MCU is in LPM if(Avg_LOAD_Counter>REF_AVG_LOAD_COUNTER) 104 { Avg_LOAD_Counter = 0; Load_Current_Buffer = 0; } if((Avg_MPPT_Counter==REF_AVG_STANDBY_COUNTER)&&(LPM3_On==1)) { LPM3_On = 0; ADC10CTL0 &= ~ADC10ON; // turn off ADC core to save power LPM3_EXIT; } break; // DMA0IFG case 4: break; case 6: break; case 8: break; case 10: break; case 12: break; case 14: break; case 16: break; default: break; } } // DMA1IFG // DMA2IFG // Reserved // Reserved // Reserved // Reserved // Reserved