CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO Alex Bildhauer PROJETO DE UMA PLANTA DE MANUFATURA FLEXÍVEL MULTIDISCIPLINAR Lajeado, junho de 2014 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Alex Bildhauer PROJETO DE UMA PLANTA DE MANUFATURA FLEXÍVEL MULTIDISCIPLINAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC), do Centro Universitário UNIVATES, como parte dos requisitos para a obtenção do título de bacharel em Engenharia de Controle e Automação. Área de concentração: Automação Industrial Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Hüsemann Lajeado, junho de 2014 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Alex Bildhauer PROJETO DE UMA PLANTA DE MANUFATURA FLEXÍVEL MULTIDISCIPLINAR Este trabalho foi julgado adequado para a obtenção do título de bacharel em Engenharia de Controle e Automação do CETEC e aprovado em sua forma final pelo Orientador e pela Banca Examinadora. Orientador:___________________________ Prof. Ronaldo Hüsemann - UNIVATES Doutor pela UFRGS – Porto Alegre, Brasil Banca Examinadora: Prof. Ms. Henrique Worm - UNIVATES Mestre pela PPGSPI/UNISC – Santa Cruz do Sul, Brasil. Prof. Ms. Rodrigo Wolff Porto - UNIVATES Mestre pelo PPGEE/UFRGS – Porto Alegre, Brasil. Coordenador do Curso de Engenharia de Controle e Automação: ____________________________ Prof. Rodrigo Wolff Porto Lajeado, junho 2014 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha noiva, em especial pela dedicação e apoio em todos os momentos difíceis, colaborando para que este trabalho seja concluído com êxito. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) AGRADECIMENTOS Ao Orientador, Prof. Dr. Ronaldo Hüsemann, pela oportunidade e incentivo constante, em proporcionar a realização de um trabalho focado na área, e pelo auxílio no desenvolvimento deste trabalho. Aos familiares mais próximos, que compartilharam este momento comigo. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) RESUMO Neste trabalho é apresentado o projeto de uma planta de manufatura flexível multidisciplinar, capaz de simular, em um laboratório acadêmico, ambientes típicos de uma linha de produção industrial. O objetivo principal consiste em auxiliar os alunos de diferentes cursos de engenharia nas atividades práticas no decorrer do curso. O projeto é constituído de três esteiras transportadoras que realizam o deslocamento de produtos, interligadas por dois buffers (pulmão industrial), que permitem o acúmulo dos produtos e tornam as esteiras independentes, e ainda, duas esteiras de trinta centímetros com células de cargas para a pesagem dos potes. No processo estão previstas as etapas de envase, colocação da tampa e do lacre, pesagem e inspeção do produto, representando uma linha de produção. A planta, por ser flexível, permite não só a alteração do layout, como também a colocação e alteração de diferentes equipamentos industriais (motores, sensores e atuadores). O controle dos processos ocorre por intermédio de um CLP, conectado a inversores de frequência, drivers, relés e contatoras, e, com o intuito de monitorar a planta, desenvolveu-se um supervisório. Este trabalho contempla o projeto mecânico dos módulos, assim como sua automação. Palavras-chave: Laboratório didático de engenharia. Sistema flexível de manufatura. Manufatura integrada por computador. Planta flexível de manufatura didática. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ABSTRACT This paper presents, the design of a flexible multidisciplinary manufacturing plant, able to simulate, in an academic laboratory, typical environments of an industrial production line. The main objective is to assist students of different engineerings in practical activities throughout the course. The project is comprised of three conveyor belts that transport products, joined by two buffers, which allow the accumulation of products and become independent and also two mats a foot with load cells for weighing pots. The process steps provided are filling, capping and sealing, weighing and inspection of the product, representing a production line. The plant, to be flexible, allows not only to change the layout, as well as the placement and amendment of various industrial equipment (motors, sensors and actuators). The process control is provided by a PLC connected to AC drives, drivers, relays and contactors and in order to monitor the plant, it was developed a supervisory. This work describes the mechanical design of the modules as well as its automation. Keywords: Didactic laboratory engineering. Flexible manufacturing system. Computer integrated manufacturing. Flexible manufacturing plant didactic. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Laboratório de Robótica LABCIM (ULBRA) .................................................... 16 Figura 2 – Projeto planta de manufatura didática............................................................. 18 Figura 3 - Esteira articulada ................................................................................................. 24 Figura 4 - Esteira de arraste ................................................................................................ 24 Figura 5 - Esteira balanceada .............................................................................................. 25 Figura 6 - Esteira de roletes livres ...................................................................................... 26 Figura 7 - Esteira de correia plana (Lona) ......................................................................... 26 Figura 8 - Ponte Wheatstone ............................................................................................... 27 Figura 9 - Célula de carga .................................................................................................... 28 Figura 10 – Sistema de pesagem por bateladas .............................................................. 29 Figura 11 - Sistema de pesagem de fluxo contínuo......................................................... 30 Figura 12 - Mesa Acumuladora de Frascos ...................................................................... 31 Figura 13 – Desenho esquemático dosador gravimétrico............................................... 33 Figura 14 - Dosador volumétrico ......................................................................................... 34 Figura 15 - Estrutura física de um CLP .............................................................................. 36 Figura 16 - Módulo de controle ............................................................................................ 41 Figura 17 - Motor CC............................................................................................................. 42 Figura 18 - Atuador elétrico .................................................................................................. 43 Figura 19 - Planta CIM (FAMEC) ........................................................................................ 44 Figura 20 – Almoxarifado Automatizado ............................................................................ 45 Figura 21 - Sistema flexível de manufatura ....................................................................... 45 Figura 22 - Planta baixa da sala e Layout do projeto. ..................................................... 48 Figura 23 - Layout da planta de manufatura flexível multidisciplinar. ........................... 49 Figura 25 - Esteira transportadora projetada no Sketchup. ............................................ 51 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 26 - Afastamento dos roletes................................................................................... 52 Figura 27 - Disposição dos roletes ..................................................................................... 54 Figura 28 - Eixo de tração .................................................................................................... 54 Figura 29 - Base de fixação ................................................................................................. 55 Figura 30 – Haste ajustável ................................................................................................. 56 Figura 31 - Esteira Transportadora ..................................................................................... 57 Figura 32 - Pote 0,9L com tampa de pressão. .................................................................. 58 Figura 33 - Buffer, projeto no Sketchup. ............................................................................ 60 Figura 34 - Capacidade do Buffer. ...................................................................................... 60 Figura 35 - Cancela eletromecânica. .................................................................................. 61 Figura 36 - Rampa do alimentador (chapa metálica lisa) ............................................... 62 Figura 37 – Alimentador do Buffer ...................................................................................... 63 Figura 38 - Novo sistema de lemes (vista lateral) ............................................................ 63 Figura 39 - Base com regulagem ........................................................................................ 64 Figura 40 - Cancela eletromecânica ................................................................................... 65 Figura 41 - Acionamento da base giratória ....................................................................... 66 Figura 42 - Esteira de pesagem, projeto no Sketchup. ................................................... 68 Figura 43 - Sistema de pesagem ........................................................................................ 69 Figura 44 - Célula de carga SMP ........................................................................................ 70 Figura 45 - Circuito utilizado para condicionar o sinal da célula de carga ................... 70 Figura 46 - Motor elétrico trifásico embutido no rolete de tração................................... 72 Figura 47 - Guias para instalação de atuadores, sensores e direcionamento de produtos................................................................................................................................... 73 Figura 48 - Produto escolhido .............................................................................................. 74 Figura 49 - Eclusa dosadora ................................................................................................ 74 Figura 54 - Placa de controle do motor de passo............................................................. 81 Figura 55 - Circuito placa de controle do motor de passo .............................................. 82 Figura 56 – Câmera dosadora ............................................................................................. 83 Figura 60 - Gráfico de desaceleração e aceleração do inversor de frequência .......... 91 Figura 61 – Experimento montado para validar a independência dos módulos ......... 92 Figura 62 – Supervisório....................................................................................................... 98 Figura 62 - Planta didática Univates ................................................................................... 99 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Frequência X Rotação da base giratória ........................................................ 66 Tabela 2 - Peso produto x Sinal elétrico do circuito amplificador de sinal ................... 71 Tabela 3 – Mapeamento Entradas e Saídas do CLP ...................................................... 85 Tabela 4 - Velocidade esteira x Vazão do sistema de dosagem ................................... 90 Tabela 5 – Amostras de peso coletadas ............................................................................ 95 Tabela 6 - Avaliação das amostras coletadas .................................................................. 96 Tabela 7- Dosagens x Quantidade bolinhas ..................................................................... 97 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE ABREVIATURAS ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas CA: Corrente Alternada CC: Corrente Contínua CEFET-PR: Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná CIM: Computer Integrated Manufacturing CLP: Controlador Lógico Programável CN: Comando Numérico CNC: Comando Numérico Computadorizado CP: Communications Processors CPU: Central Processing Unit CV: Cavalo-Vapor FM: Function Modules FMC: Flexible Manufacturing Cell FMS: Flexible Manufacturing System IGBT: Insulated Gate Bipolar Transistor IHM: Interface Homem-Máquina IM: Interface Modules PC: Personal Computer PIC: Programmable Intelligent Computer PS: Power Source PUC: Pontifíca Universidade Católica PWM: Pulse Width Modulation BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) RPM: Rotação Por Minuto SM: Signal Modules SMP: Sistema de Medição Padrão BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 20 2.1 Sistemas Flexíveis de Manufatura ...................................................................... 20 2.2 Linhas de produção ................................................................................................ 22 2.3 Esteiras transportadoras ....................................................................................... 23 2.3.1 Esteira articulada ................................................................................................. 23 2.3.2 Esteira arraste ...................................................................................................... 24 2.3.3 Esteira balanceada .............................................................................................. 25 2.3.4 Esteira de roletes livres ..................................................................................... 25 2.3.5 Esteira de correia plana (lona) ......................................................................... 26 2.4 Células de Carga ...................................................................................................... 27 2.5 Sistemas de pesagem ............................................................................................ 28 2.5.1 Sistemas de pesagem em movimentos por bateladas .............................. 29 2.5.2 Sistemas de pesagem industrial fluxo contínuo ......................................... 30 2.6 Mesa acumuladora de produtos (buffer industrial) ........................................ 31 2.7 Dosadores ................................................................................................................. 32 2.7.1 Dosador gravimétrico (mássico) ..................................................................... 32 2.7.2 Dosador volumétrico .......................................................................................... 33 2.8 Sensores .................................................................................................................... 35 2.9 Controlador Lógico Programável (CLP) ............................................................ 35 2.10 Motor elétrico de Indução...................................................................................... 37 2.11 Inversores de Frequência ...................................................................................... 38 2.12 Princípio de funcionamento do Motor de Corrente Contínua (CC) ............ 41 2.13 Atuador elétrico linear ............................................................................................ 42 2.14 Laboratórios de automação .................................................................................. 44 3 DESCRIÇÃO DO PROJETO ....................................................................................... 47 3.1 Funcionalidades....................................................................................................... 50 3.2 Esteiras transportadoras ....................................................................................... 51 3.3 Implementação do sistema de transporte ........................................................ 53 3.4 Escolha da embalagem .......................................................................................... 57 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 Buffers (Pulmão industrial) ................................................................................... 59 Implementação do sistema de Buffer ................................................................ 61 Etapas da pesagem ................................................................................................. 67 Implementação do sistema de pesagem ........................................................... 69 Silo dosador .............................................................................................................. 73 Implementação do sistema de dosagem........................................................... 78 Sistema de controle ................................................................................................ 84 4 RESULTADOS ............................................................................................................... 88 4.1 Validação das esteiras ........................................................................................... 88 4.1 Validação do buffer (pulmão industrial) ............................................................ 91 4.1.1 Experimento para validar a independência dos módulos ........................ 92 4.1.2 Controle de fluxo de produtos ......................................................................... 92 4.2 Validação do sistema de pesagem ..................................................................... 93 4.3 Validação do dosador ............................................................................................. 96 4.3.1 Tempo de um ciclo completo de dosagem................................................... 96 4.3.2 Tempo de desbloqueio da câmara dosadora............................................... 97 4.3.3 Exatidão do sistema de dosagem ................................................................... 97 4.4 Montagem do experimento ................................................................................... 98 5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 100 6 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS....................................................... 101 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 102 ANEXO .................................................................................................................................. 110 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 15 1 INTRODUÇÃO O ensino de engenharia exige uma sólida formação teórica, que deve estar constantemente aliada a atividades práticas didáticas e condizentes com a realidade exigida pelo mercado de trabalho. Propiciar aos alunos vivências desse ambiente é uma das formas de estimular o raciocínio e a criatividade para desenvolver soluções inovadoras (BARBOSA et al., 2006). Para tanto, os cursos de engenharia podem fazer uso de laboratórios didáticos capazes de simular as diversas atividades que são praticadas no dia a dia deste profissional (PAVÃO; PINHEIRO; NETO, 2007). A competitividade entre empresas, onde existe uma busca constante pelo aumento de produtividade, qualidade e flexibilidade, exige uma sólida capacitação dos profissionais (PROENÇA et al., 1995). O fenômeno da globalização vem causando mudanças no perfil dos consumidores nas últimas décadas. No passado esses se adaptavam aos produtos existentes no mercado e, atualmente, os produtos são moldados conforme o perfil dos consumidores, o que obriga as empresas a modernizar, constantemente, seus métodos produtivos (SANTOS, 2007). Os sistemas de produção com características únicas perdem espaço para sistemas flexíveis. Com o intuito de acompanhar as mudanças, algumas empresas implantam o conceito de Flexible Manufacturing System (FMS), como alternativas viáveis que possibilitam flexibilidade, diversidade e custo acessível (SANTOS, 2007). Os FMS foram criados visando produzir com diferentes níveis de complexidade e com agilidade para um mercado que se tornou exigente, buscando nos produtos mais conveniência e autenticidade. Para tanto, as empresas precisam manter o contato com o cliente e entender aspectos do perfil do consumidor. Necessitam adequar os produtos às novas tendências, sendo necessário que a troca de lotes e volumes nos processos de produção ocorra dinamicamente, de forma que a alteração da fabricação de produtos se torne possível e rápida (PINTO, 2005). 16 Diante desse contexto, surge a necessidade de formar profissionais que estejam preparados para o mercado, acostumados a lidar e a criar novas BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) características para os sistemas existentes, de forma a torná-los sistemas flexíveis. Para tanto, é preciso disponibilizar estruturas didáticas modernas e flexíveis, que sejam condizentes com os tempos atuais e capazes de simular as diversas situações existentes em um ambiente industrial (BOARETTO; SANZOVO; SCANDELARI, 2004). Atualmente as instituições de ensino buscam alternativas didáticas para melhorar a formação dos alunos. As instituições de ensino ULBRA, de Canoas - RS e a Universidade Presbiteriana Mackenzie, situada na cidade de São Paulo – SP, oferecem aos seus alunos plantas didáticas. O laboratório da primeira Instituição, o LABCIM (FIGURA 1) simula uma minifábrica, controlada por um Controlador Lógico Programável (CLP); a planta é composta por oito estações, onde os estudantes colocam em prática conceitos de mecatrônica, elétrica e informática (ULBRA, 2013). Figura 1 - Laboratório de Robótica LABCIM (ULBRA) Fonte: (ULBRA, 2013). Já a segunda Instituição dispõe de uma planta que possibilita o estudo e interação de um sistema de produção, desde a entrada da matéria-prima, passando pelas estações de usinagem, controle dimensional da peça e sua armazenagem final (MACKENZIE, 2012). No mercado atual existem plantas didáticas capazes de simular processos industriais, entretanto, possuem custo elevado, restrições de uso (limitação de sensores e atuadores, troca de motores e quantidade de alunos), bem como 17 possuem dimensões pré-definidas, as quais podem não se ajustar ao tamanho do local de instalação. Conciliando esses fatos com a oportunidade de estruturar um BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) laboratório personalizado, onde mais de um grupo de alunos possa trabalhar e que possua módulos de uso flexível surgiu a iniciativa desta proposta. O objetivo desse trabalho é apresentar o desenvolvimento de uma planta de manufatura flexível didática, como uma ferramenta que possa contribuir na aprendizagem dos acadêmicos de engenharia. O projeto contempla a estrutura de uma planta onde os alunos possam executar e monitorar diferentes tarefas, entre elas: dosagem, colocação de tampa, lacre, controle de fluxo, pesagem, contagem, controle de qualidade, separação e armazenamento de produtos. Além dessas características, propõe-se que a planta seja operada simultaneamente por até três grupos diferentes, possibilitando a realização de diferentes atividades. Dessa forma, o projeto (FIGURA 2) é composto por esteiras transportadoras que possibilitam a utilização de diferentes motores, onde os alunos possam automatizar diferentes partidas de motores. As esteiras possuem guias ajustáveis, a fim de auxiliar no transporte de produtos de tamanhos diferentes e também na instalação de sensores e atuadores para a simulação de diferentes processos industriais. É composto, ainda, por mesas acumuladoras, que atuam como armazenadoras de produtos, quando utilizadas no final da linha ou como sistema de transporte entre esteiras, podendo absorver diferenças de velocidade e controlar o fluxo de produtos. Nesse módulo utilizou-se um motor trifásico controlado por um inversor de frequência, sensores e fim de cursos. A estrutura metálica das mesas acumuladoras foi projetada permitindo ajustes na sua altura e no direcionamento do fluxo dos produtos. Além disso, o projeto possui sistemas de pesagem com célula de carga ligada a um driver que condiciona o sinal emitido pela mesma, deixando-o compatível com controladores lógicos, como o CLP. Por fim, o projeto contempla um sistema de dosagem com regulagem para diferentes embalagens, com atuadores elétricos e com chaves fim de cursos. Para o sistema de controle da dosagem foi desenvolvido um driver de controle, que possibilita a alteração, tanto na quantidade dosada quanto em sua velocidade. Também estão previstos sistemas de tampas e lacre, bancadas com CLPs, inversores de frequência e outros acionamentos, bem como a implantação de supervisórios através da Interface Homem-Máquina (IHM). 18 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 2 – Projeto planta de manufatura didática Fonte: o autor. Para a validação do projeto foram realizados testes onde se avaliou a calibração do sistema de pesagem. Além disso, realizou-se o sincronismo entre a velocidade das esteiras transportadoras e os sistemas de dosagem, bem como se ajustou a velocidade dos buffers, com intuito de deixá-los compatíveis com os demais módulos. Nos buffers foi ainda necessário testar o controle do fluxo de saída dos produtos. Por fim, realizou-se a montagem de um quadro de comando e um sistema supervisório de forma a avaliar o funcionamento e as funcionalidades da planta. Após a montagem foram realizadas simulações dos seguintes processos: controle de velocidade das esteiras e dos buffers, dosagem de produtos, contagem dos potes, pesagem dos produtos e controle de fluxo. A partir disso, conclui-se que a planta é válida para as atividades descritas e que, além disso, permite que sejam realizados outros experimentos. Em resumo, esse trabalho está dividido da seguinte maneira: no capítulo 2 deste documento é apresentada uma revisão bibliográfica dos conceitos inerentes ao projeto proposto; o capítulo 3 apresenta a descrição da proposta e o projeto dos módulos de uma forma detalhada, bem como o desenvolvimento da parte mecânica 19 e elétrica. Além disso, nesse capítulo são definidas as funcionalidades da planta e também a escolha do produto; o capítulo 4 descreve a experimentação, que detalha BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) como foram desenvolvidos os testes para obtenção dos resultados e validação da proposta; e por fim, no capítulo 5 são apresentadas as conclusões do trabalho e propostas de trabalhos futuros. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo são abordados os fundamentos teóricos dos sistemas flexíveis de manufatura e seus principais componentes, tais como modelos de esteiras transportadoras, tipos de sistema de pesagem e a definição de mesa acumuladora. Além disso, são abordadas as tecnologias de sensores, controladores lógicos programáveis e atuadores complementando os conhecimentos necessários para o entendimento desse trabalho. 2.1 Sistemas Flexíveis de Manufatura Os sistemas de manufatura têm sofrido mudanças nos últimos anos, como a redução do ciclo de vida dos produtos e a diversificação dos mesmos com demanda de pequenos e médios lotes (lotes variados). Em consequência disso, os conceitos de fabricação em massa de produtos padronizados, aplicados até então, mostramse ultrapassados, demandando tempo excessivo para adaptar o processo de fabricação de diferentes produtos. A partir de então, uma nova filosofia de produção foi adotada, sendo que as fábricas são projetadas visando a diminuição dos inventários em processo e diversificação da produção sem perda de produtividade. As empresas que satisfazem a esses requisitos são chamadas de fábricas flexíveis. Elas possuem sistemas flexíveis de manufatura capazes de fabricar produtos economicamente e em volumes pequenos com agilidade de resposta a mudanças de mercado, problemas de qualidade, alteração de design de produtos, entre outros fatores (PROENÇA et al., 1995). Ainda, segundo o mesmo autor, um FMS é um sistema capaz de produzir uma variedade de tipos de peças e produtos. Esses sistemas são compostos por processos flexíveis, automatizados e interligados por linhas de produção. Nas FMS’s, peças com características distintas seguem fluxos por diferentes esteiras dentro do processo. Esse princípio pode ser utilizado para a fabricação de lotes e fabricação unitária, conforme a necessidade de produção. 21 Os sistemas flexíveis de manufatura buscam obter alta produtividade aliada a uma grande agilidade, surgindo como uma forma eficiente e competitiva para BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) atender a demanda do mercado atual. Este princípio de manufatura evoluiu rapidamente, sendo instalado em formatos diferentes e em tipos variados de empresas (SCIARRA, 2007). Um FMS, além de ser composto por máquinas automatizadas também deve estar ligado a um sistema de comunicação e de controle, com capacidade para mudanças no sistema de produção de forma rápida e econômica (FERREIRA, 2012). O controle dos equipamentos de produção é feito por meio de CLPs ou computadores, que utilizam as informações da manufatura, para o planejamento e controle da produção de forma integrada (MUND et al., 2005 apud SCIARRA, 2007). São máquinas multifuncionais, interligadas por sistemas de transportes de materiais com intuito de viabilizar economicamente a produção de baixo e médio volume (DALLEASTE, 2013). As funções do CLP e do computador são fundamentais no processo, pois são responsáveis pelo controle do sistema de transporte, sistema de transferência de cargas de uma máquina para a outra. Segundo (BOARETTO; SANZOVO; SCANDELARI, 2004), os componentes principais de um FMS são a estação de trabalho composta por máquinas – ferramentas ou centros de trabalho mais sofisticados automatizados, que desempenham operações mecânicas; pode ter robôs que movem peças de e para essa estação de trabalho; instalações que movem peças entre as estações de trabalho, além de um sistema central de controle, cuja função é a de controlar e coordenar as atividades do sistema, como também o planejamento e sequenciamento de produção e o roteamento das peças. Um exemplo simples de FMS é um sistema de controle por computador ou CLP, formado por duas ou mais máquinas Comando Numérico Computadorizado (CNC), equipado com um sistema robotizado de transferência automática de peças de uma máquina para outra, também capaz de operar por horas sem parar. O computador controla o sistema desde a entrada do suprimento até a finalização do processo, produzindo uma variedade de produtos sem a necessidade de paradas 22 para troca de ferramentas ou readequação do processo, ou seja, é possível modificar a fabricação de um produto por outro sem que se interrompa o processo. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) A alteração dos produtos é realizada por rotinas de programação salvas na memória do computador ou CLP, elas são executadas conforme demanda de cada produto, nesse procedimento não há necessidade de intervenção humana na operação (NETO, 2011). 2.2 Linhas de produção As linhas de produção surgiram a partir do século XVII, com a necessidade das indústrias desenvolverem seus processos de fabricação, aumentando eficiência produtiva e buscando maneiras de reduzir e controlar os gastos, monitorando a produtividade e o trabalhador. Diante disso, foram criados novos modelos de produção que evoluíram no decorrer da história. Com Frederick Taylor surgiu a ideia de dinamizar o trabalho na indústria, acreditava na especialização dos funcionários, cada operário realizava apenas uma tarefa. Assim, era possível controlar o tempo gasto na realização da tarefa, e premiar aqueles que tinham um grande rendimento em seu trabalho (FREITAS, 2013). Baseado na especialização da função, Henry Ford, instalou na linha de montagem de sua fábrica automobilística, esteiras, à medida que o produto se deslocava na esteira, o trabalhador desenvolvia a sua função, para a qual foi treinada. Com isso, Ford visava diminuir o tempo gasto no deslocamento das peças, em consequência o custo de produção e, principalmente, realizar a produção em massa (FREITAS, 2013). Já na década de 1970, no Japão, foi criado o sistema de produção, sua base é na tecnologia da informática e robótica, o primeiro sistema implantado foi na fábrica da Toyota. Nele o operário não fica limitado apenas a uma atividade, mas sim, desenvolve diversas atividades na produção. A partir disso, foi criado o just-intime, que significa produzir a partir de um tempo já estipulado, possibilitando o controle de estoque de produtos acabados e da matéria-prima. Atualmente, a maior parte das indústrias utilizam linhas de produção automatizadas, conciliando 23 execução manual e automatizada, com isso, é possível organizar e gerenciar a BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) produção de modo geral (FREITAS, 2013). 2.3 Esteiras transportadoras As esteiras transportadoras estão presentes em vários processos industriais, pois possuem a capacidade de transportar suprimentos e produtos entre estações de trabalhos de um local para o outro, proporcionando agilidade entre os procedimentos industriais existentes (BARRETO; ARAUJO, 2010). Atualmente, são utilizadas em várias áreas, como por exemplo: indústria alimentícia, construção civil, automobilística, metalúrgica, farmacêutica, gráfica, em mineração, na agricultura, no transporte de grãos, no carregamento de caminhões, em portos e aeroportos (LEMAQUI, 2013). Segundo (DANTE, 2009), entre as esteiras transportadoras utilizadas nos processos industriais automatizados as que se destacam são as esteiras de roletes, correias e correntes. Os principais tipos são descritos nas seções a seguir. 2.3.1 Esteira articulada Esteira articulada, fabricada com placas individuais, normalmente em aço e guiadas por duas correntes laterais para roletes. Este tipo de esteira é adequado para o transporte de grandes quantidades, visto que sua correia transportadora é toda fabricada em aço. Também é indicada para transportes inclinados, uma vez que os arrastadores individuais são soldados intercalados e sobrepostos, de forma a evitar o escorregamento em ângulos de subidas (LOSUNG, 2012). A esteira articulada é exibida na Figura 3. 24 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 3 - Esteira articulada Fonte: (LOSUNG, 2012). 2.3.2 Esteira arraste Já as esteiras de arraste são utilizadas para o deslocamento de pequenos fragmentos. Elas são constituídas por chapas individuais, guiadas por correias laterais, cada módulo é constituído por arrastadores intercalados, com isso é possível transportar os fragmentos de forma contínua (LOSUNG, 2012). Figura 4 - Esteira de arraste Fonte: (LOSUNG, 2012) 25 2.3.3 Esteira balanceada Outro modelo facilmente encontrado em processos industriais é a esteira BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) transportadora metálica balanceada, indicada para o transporte de peças tanto em temperatura ambiente como elevada, podendo chegar até 1.200 ºC. A base transportadora é formada por vigas de aço entrelaçadas e o deslocamento acontece através de um motorredutor, que gira um conjunto de engrenagens que, por sua vez, fazem o deslocamento da correia de transporte (LOSUNG, 2012). Figura 5 - Esteira balanceada Fonte: (LOSUNG, 2012). 2.3.4 Esteira de roletes livres A esteira de roletes livres é o modelo mais simples, pois não possui acionamento elétrico. Seu princípio de funcionamento é baseado na gravidade. Os produtos deslizam de um lado para o outro através da diferença de altura entre suas extremidades. É normalmente utilizada para pequenas distâncias (BARRETO; ARAUJO, 2010). 26 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 6 - Esteira de roletes livres Fonte: (EXIMAQ, 2013). 2.3.5 Esteira de correia plana (lona) O modelo tradicional de esteira é o de correia plana (lona) sobre roletes, utilizada para cargas leves, apoiadas em leitos de chapas com ou sem revestimento, podendo ser de fluxo contínuo ou intermitente, com velocidade fixa ou variada. É normalmente utilizado para linhas retas e geralmente possui custo mais baixo em relação às demais esteiras transportadoras (DIAS et al., 2010). Figura 7 - Esteira de correia plana (Lona) Fonte: (TEKROLL, 2013). 27 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 2.4 Células de Carga As células de carga são estruturas mecânicas projetadas para receber esforços de compressão e tração. A partir dos quais as células deformam-se dentro do regime elástico em que foram projetadas. O nível de deformação é pequeno, mas suficiente para gerar um pulso elétrico compatível com a carga aplicada, dessa forma pode-se definir uma célula de carga como sendo um transdutor de medição de força. Seu princípio de funcionamento baseia-se na variação da resistência ôhmica de um sensor denominado de extensômetro ou strain gages, quando submetido a uma deformação sofrem uma variação na resistência proporcional a força aplicada. Os strain gages são ligados entre si através de uma Ponte Wheatstone (FIGURA 8), com ela é possível avaliar as tensões e forças as quais a célula de carga é submetida (VARGAS, 2006). Figura 8 - Ponte Wheatstone Fonte: (VARGAS, 2006). Na Figura 8, Ve é o ponto de alimentação do circuito. Já R1, R2, R3 e R4 são os resistores variáveis (extensômetros ou strain gages). Um aumento na tensão mecânica sobre um deles provoca um aumento da sua resistência, gerando uma variação no ponto Vs, sinal de saída (VARGAS, 2006). Os modelos tradicionais de células de carga possuem proteção contra ambientes agressivos e também são resistentes à vibração e impacto. Além disso, 28 possuem tamanho compacto, podendo ser instalados em locais de difícil acesso. A célula de carga pode ser visualizada na Figura 9. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 9 - Célula de carga Fonte: (VALE, 2014). 2.5 Sistemas de pesagem O sistema de pesagem tem como finalidade medir a massa de um determinado material, empregando os princípios de balanças eletrônicas que normalmente utilizam células de carga, e estão presentes em vários processos industriais, em formatos e modelos diferentes (SANTOS et al., 2013). Os principais modelos de balanças utilizadas na indústria são: Balança analítica, instrumento capaz de medir com precisão pequenas massas; Balança semianalítica, modelo com precisão inferior, entretanto possibilita medições precisas de até três casas decimais, após a vírgula; Balança eletrônica de precisão, modelo normalmente construído com células de cargas, elas podem apresentar pequenas variações nas medidas; Balança de ponte rolante, equipamento com grande capacidade, utilizado para o deslocamento de grandes cargas efetuando a pesagem ao mesmo instante; Balança rodoviária, utilizada para controle de carga nas rodovias, podem suportar até toneladas; 29 Balança dosadora, empregada na dosagem de produtos utilizados na fabricação de misturas industriais; BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Balança integradora, equipamentos projetados normalmente para sistemas em movimentos (MOREIRA, 2005). 2.5.1 Sistemas de pesagem em movimentos por bateladas Um dos sistemas de pesagem industrial em movimento é feito por bateladas, onde os processamentos dos materiais são cíclicos com métodos repetíveis, produzindo em quantidades finitas o mesmo ou diferentes produtos. As receitas podem ser alteradas normalmente sem necessidade de parar a produção (SCHNEIDER, 2012). A Figura 10 ilustra o sistema de pesagem por bateladas. Figura 10 – Sistema de pesagem por bateladas Fonte: (SCHNEIDER; 2012). Os ingredientes são armazenados nos silos superiores (material 1, 2, 3 e 4), sendo as dosagens controladas pelo CLP, que as monitora através da célula de carga instalada na caçamba de pesagem. Ele processa as informações e as disponibiliza para o operário através de um sistema supervisório. A receita pode ser configurada no sistema supervisório pelo operador e transmitida ao CLP, que controla o comando elétrico, e esse por sua vez aciona a rosca sem fim, dosando a quantidade definida no supervisório. Quando a receita estiver pronta esta é despejada na esteira transportadora que movimenta a matéria-prima até o 30 misturador, onde é feito o produto. Esse sistema de pesagem é característico de linhas de produção, podendo ser utilizado para produtos sólidos e líquidos (MATOS, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 2007). 2.5.2 Sistemas de pesagem industrial fluxo contínuo Outro sistema é formado por uma balança integradora. Nele, o sinal de indicação de peso é somado a todo instante, fazendo a leitura da quantidade de material que foi transportado. São ideais para indústrias que necessitam pesagem contínua, tanto para mistura de matéria-prima como para totalização de produtos (VARGAS, 2006). O sistema de pesagem de fluxo contínuo (FIGURA 11) é semelhante ao de bateladas. Neste processo a pesagem acontece em três momentos. No primeiro ocorre o enchimento da caçamba de pesagem e, quando o peso de referência for atingido, o sistema faz o fechamento da comporta da caçamba de carga. O próximo procedimento é abertura da caçamba de pesagem, despejando o produto até que ela esteja vazia. No terceiro momento a caçamba de carga estará cheia, pois o fluxo de acúmulo dos produtos manteve-se ativo durante os demais procedimentos. Dessa forma, o fluxo desse sistema de pesagem mantém-se normalmente constante (SCHNEIDER, 2012). Figura 11 - Sistema de pesagem de fluxo contínuo Fonte: (SCHNEIDER; 2012). 31 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 2.6 Mesa acumuladora de produtos (buffer industrial) A mesa acumuladora de produtos é utilizada nos processos industriais para transportar frascos (potes) num pequeno espaço, transportando de um processo para o outro ou simplesmente acumulando frascos no final do processo. Outra função que esse equipamento exerce na automação industrial é aumentar a capacidade do pulmão da esteira transportadora, acumulando frascos em sua base giratória, normalmente eliminando diferenças de velocidade entre esteiras transportadoras. Seu acionamento normalmente ocorre por motor, redutor e controlado por um inversor de frequência. Os modelos atuais possuem guias ajustáveis que direcionam o produto conforme necessidade da aplicação (ESATEC, 2014). Na Figura 12, é apresentado um modelo de uma mesa acumuladora circular. Figura 12 - Mesa Acumuladora de Frascos Fonte: (LEWESMAQ, 2014). Conforme é possível visualizar na Figura 12, os produtos são transportados por uma esteira de correia plana até a entrada na mesa acumuladora, a qual possui uma base giratória e por intermédio de movimentos circulares, transporta os produtos até a saída da mesa acumuladora. Além disso, alguns modelos servem como pulmão industrial, absorvendo diferenças de velocidades entre processos e também servindo como base acumuladora. Para isso, possuem atuadores como 32 cancelas que servem para bloquear a passagem das embalagens, geralmente potes BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ou garrafas. 2.7 Dosadores Dosador é um equipamento utilizado em indústrias de alimentos, plásticos, concretos e entre outras, para fornecer a quantidade apropriada de produto para uso específico (SILVA et al., 2011). Normalmente são utilizados para preparar soluções, incremento de suplementos e também para reabastecimento de produtos. Pode-se dividir, basicamente, em dois tipos, gravimétrico (mássico) e volumétrico. 2.7.1 Dosador gravimétrico (mássico) O gravimétrico é um dosador por peso que atua com o princípio diferencial, controla e regula o fluxo em função do peso (SILVA, 2011). Na dosagem gravimétrica a leitura do peso de cada componente acontece em tempo real, neste sistema, o silo de pesagem é posicionado sobre células de cargas, e por intermédio delas a pesagem do material acontece automaticamente. O processo é monitorado normalmente por um microprocessador, que controla e libera a mistura quando atinge o peso programado. Além disso, quando ligado a um computador possui recurso de gerenciamento de produção (INEAL, 2013). Segundo (SILVA, 2011) esse tipo de dosador é aplicado na indústria na pesagem de partículas sólidas que possuem formatos e tamanhos diferentes. O exemplo de um dosador gravimétrico é ilustrado na Figura 13. 33 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 13 – Desenho esquemático dosador gravimétrico Fonte: (INEAL, 2013) Na Figura 13 os silos armazenadores são preenchidos com a matéria-prima para dosagem. Em alguns sistemas são instalados visores de inspeção, onde o operador pode monitorar visualmente o reabastecimento da matéria-prima, também como opcional podem ter sensor que informa a falta dela. Já o silo de pesagem faz o controle de peso de cada matéria, liberando-a para o misturador quando o peso desejado for atingido. 2.7.2 Dosador volumétrico O princípio de funcionamento dos dosadores volumétricos é a dosagem de materiais por volume, neste sistema é feito uma calibração inicial, que determina o peso do material em relação ao seu volume, porém sua precisão depende da homogeneidade das partículas. Esse sistema de dosagem é utilizado nas indústrias em sistemas contínuos, adicionando aditivos às misturas, com o processo em andamento. Normalmente os dosadores volumétricos são controlados por microprocessadores que comandam variadores eletrônicos de velocidade, como inversores de frequência, equipamentos que controlam a vazão e garantem a 34 precisão do sistema (NETO, 2011). A Figura 14 ilustra um sistema de dosagem volumétrico. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 14 - Dosador volumétrico Fonte: (NETO, 2011). O dosador volumétrico ilustrado na Figura 14 é um dosador com rosca, utilizado para dosagem de partículas pequenas. O sistema é controlado pelo painel de controle, o qual possui equipamentos que controlam e ajustam a dosagem conforme programado, onde o motor acoplado a caixa de redução de velocidade é controlado de forma a movimentar a rosca, dosando em sua saída o volume estabelecido do material armazenado no silo. Os dosadores volumétricos são utilizados para dosar com intervalo de tempo pré-determinado, empregados em indústrias que trabalham com líquidos, em pó ou partículas (SILVA, 2011). Alguns modelos atuais utilizam em conjunto os dois princípios, gravimétrico e volumétrico. Neste sistema a informação do peso é recebida pelo sensor da balança e a dosagem acontece por intermédio de um dosador volumétrico, de forma constante, em um percentual pré-ajustado. Neste processo o transporte ocorre por gravidade, entretanto possui uma balança incorporada que monitora a dosagem que ocorre normalmente por rosca (SILVA, 2011). 35 2.8 Sensores Os sensores são dispositivos específicos que transformam uma variável física BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) de interesse em uma grandeza passível de processamento, monitorando-a e transmitindo-a para um sistema que seja capaz de interpretá-la. Normalmente os sensores são transdutores elétricos, pois transformam os sinais de entradas, grandezas físicas em elétricas, medida e indicada por um circuito elétrico, geralmente um medidor. As principais grandezas geradas pelos sensores são: corrente e tensão elétrica (MACHADO, 2006). Os modelos mais utilizados de sensores são: Strain gauge - sensores que medem a deformação superficial de uma peça. Seu princípio de funcionamento é baseado na variação da resistência elétrica, quando submetido a uma deformação; Fotoelétrico - sensor que detecta objetos por meio de feixe de luz, entre um transmissor e receptor que identificam a presença do objeto; Indutivos e capacitivos - sensores que identificam a proximidade de determinados materiais, através dos princípios de indução e capacitância elétrica. Os capacitivos são projetados para operar gerando um campo eletrostático e detectando mudanças nesse campo. Já os indutivos emitem um sinal capaz de identificar a presença de elementos metálicos que atravessam o seu campo magnético (WENDLING, 2010); Sensores de temperatura - dispositivos compostos pela junção de dois metais, quando submetidos a uma variação de temperatura sofrem alterações físicas diferentes, capaz de gerar um sinal elétrico, transmitido pelo sensor (MACHADO, 2006). 2.9 Controlador Lógico Programável (CLP) O CLP é um dispositivo de estado microprocessado, capaz de armazenar instruções lógicas para a implementação de funções de controle (COSTA, 2006). Possui entradas e saídas analógicas ou digitais, que coletam variáveis externas mostrando as condições em que se encontra o sistema sob controle. Normalmente 36 são obtidas por sensores que fornecem ao CLP um dado nível lógico. Ele, por sua vez, processa as informações recebidas e atua no sistema por meio de suas saídas BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) (NATALE, 2006). O controle do processo é feito em tempo real, sendo que as variáveis de entrada são analisadas e comparadas com informações residentes na memória do controlador programável. Em consequência, as decisões são tomadas pelo CLP, onde os comandos são executados por intermédio de suas saídas. A arquitetura básica de um CLP é formada por uma fonte de alimentação, Unidade Central de Processamento (CPU), memória e circuitos de entrada e saída. A fonte é o componente responsável por fornecer energia elétrica para a CPU e para os circuitos de entradas e saídas. Já os circuitos de entrada formam a interface pela qual os dispositivos enviam informações do processo para o CLP. As informações são sinais elétricos provenientes de elementos de campo, como sensores, botões, pressostatos1, chaves fim de curso. Os circuitos de saída são responsáveis por acionar os atuadores conectados nas saídas, tais como solenoides, relés, contatores, válvulas, luzes indicadoras e alarmes. As saídas geralmente estão separadas do campo por meio de isoladores, como acopladores ópticos e relés. Os programas e os dados são armazenados no sistema por memórias. Na CPU ocorre o gerenciamento das comunicações com a memória e os dispositivos de entrada e saída, e execução das instruções, além disso, tem como função o controle do barramento, também é o elemento principal da arquitetura do controlador (COSTA, 2006). Segundo (BUENO, 2010), esta é a composição básica de um controlador lógico programável, e pouco difere entre os diversos fabricantes. Na Figura 15 é apresentada a estrutura física desse equipamento. 1 Instrumento que permite medir, controlar e ajustar a pressão de um fluído. 37 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 15 - Estrutura física de um CLP Autor: (UNICONTROL, 2007). O módulo Power Source (PS) é a fonte de energia que alimenta a CPU e os módulos de expansões. Já a CPU é responsável pelo armazenamento e o processamento das instruções, normalmente possui indicação luminosa que informa o status de seu processamento, além disso, pode possuir cartões de memória, onde ficam armazenados os conteúdos da programação. O Interface Modules (IM) é módulo opcional que permite a configuração multi-rack a qual conecta um barramento ao outro. Os módulos Signal Modules (SM) são os que recebem as entradas e saídas do processo, podem ser digitais ou analógicos. Na forma digital recebem e emitem sinais 0 ou 1 (desligado ou ligado), já na configuração analógica recebem ou emitem sinais em uma faixa de tensão normalmente -10 V/ +10 V ou de 0-10 V, sendo que também podem ser configurados para faixa de corrente, de -20 mA/ +20 mA, 0-20 mA ou 4-20 mA. Além disso, existem módulos de entradas e saídas especiais, os Function Modules (FM), os quais executam funções de contagem, posicionamento e controle de malha. Ainda alguns modelos possuem módulos Communications Processors (CP) que podem proporcionar comunicação MPI, Profibus, AS-Interface, Interbus e entre outras (UNICONTROL, 2007). 2.10 Motor elétrico de Indução O motor elétrico de indução é composto basicamente por dois componentes, estator e rotor. O estator é o componente fixo com o formato de um anel, composto 38 de chapas finas de aço magnético, tratadas termicamente para reduzir as perdas por correntes parasitas e histerese. Na parte interna do anel existem ranhuras, de tal BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) maneira que possam alojar enrolamentos para gerar um campo magnético. Já o rotor é a parte cilíndrica que gira dentro do estator, possuindo ranhuras externas ou bobinas. É fabricado também com chapas finas, e assim como o estator, tratado termicamente para reduzir perdas (RIGHI, 2013). O princípio de funcionamento de um motor de indução é a geração de uma força magnética que movimente o eixo (rotor), para que isso aconteça é necessária a aplicação de um torque inicial. Ele é produzido por forças magnéticas desenvolvidas entre polos magnéticos do rotor e do estator. A partir da aplicação de tensão alternada (trifásica ou monofásica) nos enrolamentos do estator, conseguese produzir uma tensão nos enrolamentos do rotor, utilizando-se um princípio de indução eletromagnética semelhante ao do transformador. Isso ocorre quando um circuito é submetido a um campo magnético variável, neste processo pode-se dizer que o estator é o primário e rotor é secundário de um transformador. O espaço entre eles é denominado de entreferro, onde é produzido um campo magnético rotativo que gera força de atração ou repulsão, desenvolvida entre estator e rotor, as quais ‘puxam’ ou ‘empurram’ os polos móveis do rotor, produzindo torques, que fazem o motor girar. O campo magnético gerado encontra-se em constante deslocamento, isso faz com que o rotor gire na tentativa de alinhar os seus polos ao campo magnético girante (polos do estator), produzindo movimento de rotação (RIGHI, 2013). Entre a velocidade de rotação do rotor e a velocidade do campo magnético girante existe uma pequena diferença (deslizamento ou escorregamento), ou seja, o rotor não está sincronizado com esse campo girante. Por este motivo os motores de indução também são denominados motores assíncronos (ALVES, 2003). 2.11 Inversores de Frequência Segundo (FRANCHI, 2008), a maior parte dos motores de indução utilizados em aplicações industriais tem alimentação trifásica, nestes motores o controle de velocidade e torque exige um nível de tecnologia mais avançado, atualmente o 39 inversor de frequência é um dispositivo eletrônico com recursos capaz de gerar tensão e frequências trifásicas variáveis, com a finalidade de controlar a velocidade BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) dos motores de indução trifásica. A principal finalidade do inversor é gerar frequências, em uma faixa entre 0,5 e 400 Hz, dependendo da marca e modelo. Com esta variação é possível reduzir ou aumentar a velocidade de rotação do motor. Sendo que quanto menor for à frequência fornecida ao motor, menor será a velocidade de rotação dele (AMARAL, 2012). A velocidade dos motores de indução é dada pela seguinte relação: n 120 f (1) 2p Onde: n = velocidade de rotação; f = frequência da tensão de alimentação; p = número de pares de polos. A Equação 1 demonstra a forma de controle de velocidade do motor por meio da frequência de alimentação. Variando-se a frequência da tensão aplicada ao estator do motor, varia-se a rotação do rotor. Os inversores de frequência atuam como uma fonte de frequência variável para o motor de indução trifásico, com ele é possível controlar a velocidade e o torque (AMARAL, 2012). As principais vantagens em se utilizar um inversor de frequência é melhorar o controle do motor ajustando sua velocidade sem perda de torque, proporcionando também uma aceleração/desaceleração suave sem que ocorram picos de corrente em sua partida/parada, promovendo também economia de energia elétrica, maior durabilidade das engrenagens, polias e outras transmissões mecânicas por acelerar suavemente a velocidade do motor. Com o inversor de frequência é possível também aplicar uma frenagem no motor sem a utilização de meios mecânicos (FRANCHI, 2008). O inversor de frequência é composto basicamente pelos seguintes blocos: retificador, inversor de potência e controle. 40 O bloco retificador é responsável por retificar a alimentação trifásica da entrada, tornando a rede alternada em continua com uso de diodos, na configuração BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) mais comum de uma ponte em onda completa. O retificador é conectado a uma fonte de alimentação externa alternada, normalmente trifásica, podendo ser também monofásica. A alimentação é conectada a diodos, componentes semicondutores que permitem a passagem da corrente em apenas uma direção, com isso uma tensão alternada sobre um diodo é convertida em uma tensão CC pulsante, a qual é normalmente suavizada com a utilização de um capacitor (FRANCHI, 2008). No bloco inversor de potência é gerada a nova tensão trifásica para o motor de indução trifásico usando a corrente contínua do bloco anterior, para isso são utilizados transistores Insulated Gate Bipolar Transistor (IGBTs). Estes componentes elétricos chaveiam a tensão a partir dos sinais elétricos gerados por um gerador Pulse Width Modulation (PWM), um gerador que emite sinais modulares pulsantes que alimentam a base dos transistores. Os sinais gerados são trens de pulsos que quando aplicados a uma carga indutiva como motor tem a forma de uma onda senoidal. O comando dos pulsos que atuam sobre os transistores são executados no módulo de controle. Nesse módulo é determinada a forma e a frequência do sinal gerado, controlando a velocidade e a potência do motor. Na Figura 16 são ilustrados os sinais e a forma de onda aplicada a uma carga indutiva, o motor. As características do próprio enrolamento do motor se encarregam de suavizar a onda aproximando-a de uma onde senoidal. 41 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 16 - Módulo de controle Fonte: (BRAGA,2014). A nova forma de onda é gerada por intermédio de um PWM, que emite sinais elétricos com larguras de pulsos diferentes que são aplicados conforme a frequência de controle desejada. Dessa forma, é feito o controle da velocidade do motor. 2.12 Princípio de funcionamento do Motor de Corrente Contínua (CC) O motor CC é alimentado por tensão contínua que pode ser originada de fontes como pilhas e baterias, no caso de motores pequenos, ou de uma rede alternada após ser retificada, nesse caso para motores maiores. Os principais componentes de um motor de corrente contínua são: o estator – normalmente constituído por imã permanente; o rotor – uma bobina de fio esmaltado por onde circula a corrente elétrica, que é alimentado por uma fonte de tensão contínua através do comutador e escovas de grafite; o comutador – dispositivo mecânico no qual estão conectados os terminais das espiras da armadura, cuja função é inverter o sentido da corrente contínua que circula na armadura do motor (ALVES, 2003). Com aplicação de uma corrente contínua geram-se campos magnéticos e com isso a bobina comporta-se como um imã, possuindo polos: negativo (N) e positivo (S). Partindo-se do princípio de que polos opostos se atraem e que os iguais se repelem, o rotor se movimenta em busca da polarização com o estator (FIGURA_17). Para que o motor gire continuamente sem que ocorram paradas, o comutador troca periodicamente o sentido da corrente na armadura, dessa forma a polarização dos anéis do estator é invertida a cada meia volta, fazendo com que o motor gire sempre no mesmo sentido (SIEMENS, 2006). 42 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 17 - Motor CC Fonte: (BRAGA, 2014). Segundo (SIEMENS, 2006), atualmente as aplicações onde eram utilizados motores CC estão sendo substituídas por motores de Corrente Alternada (CA). Esta mudança pode ser justificada principalmente pelos seguintes fatores: os motores de CC são maiores e mais caros que os motores de indução para uma mesma potência; maior necessidade de manutenção (devido aos comutadores); arcos e faíscas devido à comutação de corrente por elemento mecânico (não pode ser aplicado em ambientes perigosos). O motor de passo é um tipo de motor CC que utiliza um princípio de funcionamento que controla os ângulos de giro, movimentando-se em etapas discretas. Seu rotor é simplesmente um imã permanente, atraído sequencialmente pelos polos de diversos eletroímãs estacionários, ligados e desligados seguindo impulsos controlados (BRITES; SANTOS, 2008). 2.13 Atuador elétrico linear Os atuadores elétricos possuem motores que convertem energia elétrica em energia mecânica. São dispositivos que se movimentam através dos princípios de eletromagnetismo, gerando forças de propulsão com direção única, sendo, portanto, classificados como lineares. Os atuadores lineares são utilizados principalmente em aplicações que empregam ferramentas, robótica e transporte de materiais, onde se necessita de movimentos lineares, em especial, movimento de cargas que exijam elevada força de transporte. Além dos atuadores elétricos lineares existem outros modelos como, por exemplo, o de passo, que utiliza tecnologia parecida com os do 43 motores-de-passo. São atuadores de movimento incremental, que conforme o número de pulsos recebidos na bobina posiciona o atuador com precisão no plano. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) São utilizados em aplicações que necessitam de posicionamento preciso, porém existe uma limitação quanto à carga a ser movimentada, suportam cargas menores, em relação aos atuadores mencionados anteriormente (DIEDRICH, 2013). Os atuadores lineares são os mais comuns entre os atuadores elétricos, convertem um sinal elétrico em movimento mecânico utilizando os princípios de indução elétrica. Este dispositivo normalmente é composto por um motor de baixa voltagem e corrente contínua, uma engrenagem e um fuso, que convertem um movimento de rotação do motor em um movimento linear, empurrando e puxando objetos. É empregado na indústria por possuir características consideradas importantes como movimento preciso, durabilidade e pouca manutenção. Além disso, alguns modelos possuem alta capacidade de movimentação de cargas, bem como são de fácil instalação, quando comparados aos sistemas hidráulicos (LINAK, 2013). Na Figura 18 é apresentada uma vista expandida de um atuador elétrico linear. Figura 18 - Atuador elétrico Fonte: (LINAK; 2013). O acionamento do atuador elétrico acontece por intermédio das bobinas de um motor interno da peça, isso faz com que aconteçam movimentos circulares 44 capazes de girar a engrenagem que movimenta o fuso linearmente. A inversão de BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) deslocamento do fuso acontece por inversão da polaridade das bobinas. 2.14 Laboratórios de automação Trabalhos similares foram realizados em outras instituições, como a planta Computer Integrated Manufacturing (CIM) do laboratório de Engenharia (FIGURA_19), da Faculdade Metropolitana de Camaçari (FAMEC), localizada em Camaçari-BA (DAMASCENO, 2012). A planta consiste em uma estrutura de nove processos, incluindo esteira transportadora com identificação de material, unidade de transferência horizontal, manipulador cartesiano2, mesa giratória com seis postos, sistema de inspeção visual, unidade de processamento, braço de descarte com atuador rotativo, unidade de pesagem e armazenagem. Para o controle destes processos utilizaram-se 21 entradas e 18 saídas de um CLP. A planta serve de auxílio didático para as disciplinas de Mecânica, Eletrônica e Automação (DAMASCENO, 2012). Figura 19 - Planta CIM (FAMEC) Fonte: (DAMASCENO, 2012). Outro laboratório didático de manufatura é o da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), constituído de cinco estações: 2 Manipulador cartesiano é um sistema totalmente eletropneumático formado por três movimentos principais: Movimento vertical; Movimento horizontal; presa (garra angular de dupla ação). 45 almoxarifado automatizado, sistema flexível de manufatura (separado em duas estações, torno e fresa), controle de qualidade e montagem. Na planta, foram BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) utilizadas 47 entradas e 36 saídas que são interligadas ao CLP. O objetivo do laboratório é educar os alunos de engenharia nos aspectos relacionados ao projeto, planejamento e operação de sistemas automatizados de produção (LIMA; RAMOS, 2010). As estações almoxarifado automatizado e torno e fresa são apresentadas nas Figuras 20 e 21. Figura 20 – Almoxarifado Automatizado Fonte: (LIMA; RAMOS, 2010). Figura 21 - Sistema flexível de manufatura Fonte: (LIMA; RAMOS, 2010). O Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR) na sua unidade de Pato Branco implantou um laboratório de Automação da Manufatura, que 46 constitui um sistema de manufatura de pequeno porte formado por uma célula de trabalho, cujo objetivo é confeccionar pequenas peças. A planta possui BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) características de sistemas industriais reais de alto desempenho, dos quais se destacam os conceitos de modularidade, comunicação de dados, processamento em tempo real, otimização de processos, gerência da qualidade, gestão tecnológica e integração. O laboratório é composto pelos seguintes módulos: centro de automação com sistema de robótica; torno CNC; fresadora CNC; mesa giratória; esteira transportadora; alimentador gravitacional; software de gerenciamento de processos; software de programação; software de simulação de processos; robô industrial; CLP; manipulador eletropneumático; e conjunto de ferramentas de corte. Essa planta é utilizada para fins didáticos, de pesquisa e de transferência de tecnologia para indústrias da região (BOARETTO et. al., 2004). BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 47 3 DESCRIÇÃO DO PROJETO Todos os módulos foram desenvolvidos com o intuito de tornar a planta um sistema flexível, podendo facilmente ser alterada para atender diferentes processos e produtos nela simulados. Foi necessário definir as funcionalidades da planta didática para que esta possa ser flexível o suficiente e dessa forma utilizada nos diversos cursos de engenharias. Além disso, no desenvolvimento do projeto realizou-se a escolha dos produtos e do método de selagem da tampa, bem como a implementação do método de envase, podendo o usuário simular processos de diferentes dosagens. Contemplando a proposta, foi prevista a instalação de três esteiras transportadoras, duas mesas giratórias e duas miniesteiras de pesagem, representando uma linha de produção. No projeto dos módulos mencionados foi desenvolvido o princípio de flexibilidade, com a finalidade de possibilitar alterações na planta de forma rápida. No módulo da esteira transportadora, o motor pode ser facilmente trocado por motores de acionamentos e controles diferentes. Projetaram-se também guias móveis nas laterais da esteira, permitindo o ajuste da distância de acordo com o tamanho da embalagem a ser transportado. Além disso, as guias laterais possibilitam a instalação de sensores, podendo o usuário optar por diferentes modelos, conforme sua necessidade. Já as mesas giratórias absorvem os produtos excedentes, ocasionados pela diferença de velocidade entre as esteiras, atuando também como um sistema armazenador de produtos. A definição da funcionalidade ocorrerá por intermédio da rampa de saída dos produtos, quando a cancela estiver aberta, o sistema funcionará como acumulador e quando estiver fechada, como armazenador, interrompendo o fluxo de transferência dos produtos e estocando-os. Nas miniesteiras foram 48 instaladas células de cargas para a pesagem de produtos com a esteira em movimento, aumentando assim a eficiência da planta. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) O local destinado para instalação da planta de manufatura flexível é a sala de apoio, localizada no Centro Universitário Univates, no prédio 11, anexa a sala 412. O local dispõe de 7,895 metros de comprimento por 4,275 metros de largura, totalizando 33,751 metros quadrados. Na Figura 22 é apresentada a planta baixa dessa sala, adquirida juntamente ao setor de engenharia e manutenção da Instituição. Figura 22 - Planta baixa da sala e Layout do projeto. Fonte: o autor. A partir das dimensões da sala, definiu-se que a melhor disposição da planta é no formato de “U”, com duas esteiras mais extensas nas laterais (seguindo o comprimento da sala) e uma mais curta na base (seguindo a largura da sala). Dessa forma, obtém-se o melhor aproveitamento dos espaços e mantém-se a ideia principal de flexibilidade, com um ambiente no qual os grupos possam circular e testar os processos implementados individualmente, sem que ocorram interrupções. Com base na disposição da planta na sala de apoio, foram determinadas as dimensões dos módulos e seu posicionamento original no processo. Primeiramente definiu-se que a linha de produção inicia pelo lado direito da planta. Posteriormente foram estabelecidos os conjuntos e a sequência dos módulos, sendo a primeira 49 sequência composta pela esteira 1, seguida pelo buffer 1 (pulmão industrial ou mesa giratória), totalizando 4,6 m, formando a lateral direita do layout “U”. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Já a segunda, a base do “U”, é formada pelos seguintes módulos: pesagem 1, esteira 2 e buffer 2. O comprimento desses módulos somados totaliza 3,6 m. A terceira sequência finaliza o trajeto do processo e o formato do layout, composta pelos seguintes módulos: pesagem 2 e esteira 3. O comprimento total dessa lateral é de 4,9 m. A disposição original dos módulos e o layout da planta de manufatura flexível são apresentados na Figura 23. Figura 23 - Layout da planta de manufatura flexível multidisciplinar. Fonte: o autor. O projeto mecânico da proposta, incluindo as esteiras transportadoras, buffers e esteiras de pesagem, foi realizado utilizando-se o software Sketchup, versão 8.0.14346, da empresa Google, que consiste em um software de desenho gráfico gratuito com ferramentas de auxílio para a construção de estruturas (GOOGLE, 2010). Também foi definida a localização dos postos de trabalho, mesas onde serão instalados os quadros de comando com os dispositivos para acionamento dos atuadores elétricos. A escolha partiu do pressuposto de que ambos devem estar distantes uns dos outros, em pontos estratégicos da planta, e ainda, que até três 50 grupos possam trabalhar nela de forma simultânea. Com isso, definiu-se que um dos pontos deve ser instalado próximo ao início da planta e os outros dois, próximos aos BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) buffers, que são módulos que tornam os conjuntos dos processos independentes, onde termina a simulação de um processo e inicia a próxima. 3.1 Funcionalidades No processo, estão previstas as etapas de envase, controle de fluxo, pesagem, partidas diretas de motores e partidas controladas com inversores. O sistema de gerenciamento de envase consiste no local onde serão armazenados os produtos, possibilitando ao usuário simular diferentes receitas e dosagens. Após receber a receita, o pote segue pela esteira passando pelo controle de fluxo, pesagem e contagem. Nesse módulo, além dos itens já descritos, estão previstos sensores e inversores de frequências, aumentando o nível de flexibilidade do projeto (AMARAL, 2012). O processo descrito, em conjunto com o buffer 1, pode ser simulado separadamente dos demais. Para que isso aconteça, o mesmo deve estar com a cancela fechada. Ele também pode ser utilizado como elemento de transferência entre esteira, recebendo os potes e repassando para a pesagem 1, dando sequência no sistema contínuo de produção (FIGURA 23). Os potes saem do buffer 1 em fileira e entram um a um na pesagem 1. Essa triagem é feita por meio da cancela, que identifica a passagem do pote através de sensores e bloqueia a passagem do próximo até que ocorra a pesagem do primeiro. A planta foi projetada em módulos, prevendo alteração do layout original, dessa forma é possível que sejam feitas diversas configurações de processos industriais. Alguns módulos se repetem o que possibilita a diferentes grupos simularem o mesmo processo ou ainda diferentes processos ao mesmo tempo. O projeto apresentado é flexível, onde as esteiras têm acionamento independente, os módulos com guias reguláveis possibilitam diferentes produtos. As laterais foram planejadas prevendo acoplamento de diferentes tipos de sensores e, 51 para absorver as diferenças de velocidades, há o buffer e os módulos de pesagem BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) que podem funcionar sem necessitar de parada. 3.2 Esteiras transportadoras Esse trabalho contempla o projeto e implementação de esteiras transportadoras, acionadas por motores de indução individuais com rotação de 1800 RPM, com controle de partida e parada independentes. Na Figura 25 é apresentada a ilustração da esteira transportadora. Figura 24 - Esteira transportadora projetada no Sketchup. Fonte: o autor. As medidas dos módulos foram definidas a partir da área destinada para a instalação da planta. A partir disso, foi possível determinar o comprimento de quatro metros para as esteiras que estão nas laterais do “U”, denominadas como esteiras 1 e 3, respectivamente. Já a esteira central, nomeada como esteira 2, tem o comprimento estipulado de dois metros. Todas as esteiras tem altura padrão de noventa centímetros, considerada uma altura que seja adequada e confortável para 52 o manuseio de peças por um operário que esteja de pé (NETO, 2006). O afastamento entre os pés do suporte é de quarenta centímetros, distância BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) necessária para a instalação da banda de borracha (lona) com largura de trinta centímetros. A largura da banda foi estipulada em trinta centímetros, prevendo a utilização de produtos de tamanhos diferentes. Também se projetaram guias laterais reguláveis que possibilitem o afastamento e a aproximação entre elas, ajustáveis à largura do produto. A esteira transportadora pode ter seções diferentes em função da disposição dos roletes, que podem ser escolhidos com base no material a ser transportado. Como neste projeto está previsto o transporte de produtos de tamanhos diferentes, foi programada a instalação de roletes a cada trinta centímetros, dessa forma a banda de borracha movimenta-se com maior facilidade, diminuindo o atrito durante o transporte. Na Figura 25 é possível visualizar a disposição dos roletes na esteira transportadora. Figura 25 - Afastamento dos roletes Fonte: o autor. Entre os roletes foram instaladas chapas metálicas, acomodadas de forma a ficarem dois milímetros abaixo da altura dos roletes, a fim de evitar movimentos oscilantes da banda de borracha quando os produtos estiverem passando por ela. Os componentes da estrutura das esteiras transportadoras são os cavaletes metálicos, que servem como base para a mesa de apoio que, por sua vez, possui os 53 roletes, as chapas metálicas e a banda de borracha. Há ainda guias móveis para ajuste do tamanho dos potes; e finalmente, motor elétrico de baixa rotação, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) dispositivo que converte energia elétrica em energia mecânica. Para a escolha dos materiais, levou-se em consideração que o laboratório de automação não possui um ambiente úmido e que o peso dos produtos a serem transportados é irrelevante, não havendo necessidade de se utilizar materiais de alta resistência mecânica e a intempéries. Optou-se por uma estrutura em aço galvanizado, com chapas metálicas de espessura de 2,65 mm, unidas por parafusos, porcas e arruelas galvanizadas. A galvanização das chapas garante maior vida útil ao equipamento. Por se tratar de uma planta de manufatura flexível didática é importante se prever a troca dos motores, podendo o usuário optar pela utilização de motores trifásicos ou monofásicos. Para tanto, foi prevista uma base metálica que permite a colocação dos motores, a qual posiciona o motor de forma acessível, onde tanto os parafusos quanto sua caixa de ligação facilitam sua troca. Também é importante salientar que a carcaça e o eixo dos motores devem ser do mesmo tamanho, modelo 6202-ZZ, para ser compatível com a estrutura (WEG, 2013b). 3.3 Implementação do sistema de transporte Nas esteiras a base de transporte por onde desliza a banda de borracha (lona) foi construída com roletes, os quais estão dispostos a cada trinta centímetros. Devido a isso, é possível transportar embalagens de formatos e tamanhos diferentes sem que ocorram tombamentos durante este processo. Na Figura 26 é apresentada a esteira de transporte, onde é possível visualizar a disposição dos roletes e das chapas metálicas. 54 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 26 - Disposição dos roletes Fonte: o autor. Em uma das extremidades de cada esteira foi instalado um rolete de tração, com um eixo que permite o acoplamento de um motor elétrico, como mostra a Figura 27. Nesta peça foram necessários alguns ajustes para a instalação do redutor e do motor elétrico, na qual foi projetada e implementada uma base de fixação. Na Figura 28 é possível visualizar a peça pronta com o motor e o redutor instalados. Figura 27 - Eixo de tração Fonte: o autor. O eixo da peça exibida na Figura 27 foi acoplado ao conjunto motor e redutor. Para isso foi necessário projetar uma base de fixação para o motor (FIGURA 29). Já 55 o rolete traciona o sistema de transporte, onde corre a banda de borracha. As laterais metálicas servem como suporte de fixação da peça. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Para o projeto da base de fixação foi prevista a troca do motor, de modo que se possa utilizar motor elétrico trifásico ou monofásico. Para isso, foi necessário posicioná-lo na base de forma acessível para que os estudantes consigam desparafusá-lo e também tenham acesso a sua placa de ligação. Figura 28 - Base de fixação Fonte: o autor. A Figura 28 mostra o motor elétrico e o redutor, instalados na base de fixação. Para determinar o conjunto de acionamento (motor + redutor) foram realizados alguns testes de controle de velocidade, onde se utilizou o motor elétrico trifásico de 1/2 CV, de 1680 RPM (Rotação por Minuto), com alimentação de 220/380 V do fabricante Weg (WEG, 2013a). Ele foi controlado por um inversor de frequência, modelo CFW08 também do mesmo fabricante, que está disponível no laboratório de automação do Centro Universitário Univates (WEG, 2014). Com a utilização desse equipamento elétrico foi possível apontar a faixa de rotação ideal para o rolete de tração e a partir dos testes, concluiu-se que a faixa de trabalho ideal encontra-se entre 60 a 80 RPM. Nessa faixa, a esteira apresenta velocidade compatível com o funcionamento dos demais sistemas envolvidos. A partir desta verificação e da utilização do catálogo do fabricante IBR (IBR, 2014), foi possível escolher o redutor que atende a esta característica do projeto. Optou-se 56 pelo modelo Q, com redução de 25:1, o qual reduz em 25 vezes a rotação do motor, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) a Equação 2 justifica a escolha. n2 n1 1680 67,2 25 25 ( (2) Onde: n1 = rotação do motor (RPM) n2 = rotação na saída do redutor (RPM) Com a utilização do redutor escolhido o eixo de tração passa a girar numa rotação de 67,2 RPM, dentro da faixa apontada pelos testes com ideal, validando a proposta. Dessa forma não há necessidade de um controle externo de velocidade (inversor de frequência), mas ainda assim, é possível este controle quando utilizado um motor trifásico. Além disso, na superfície da esteira de transporte foram projetadas guiais laterais, optando-se por um mecanismo com regulagem horizontal e vertical, que possibilita o ajuste tanto na largura quanto na altura. Este sistema permite ajustes rápidos, podendo ser facilmente regulado de acordo com o tamanho do pote a ser transportado pela esteira. Na Figura 30 é apresentado o mecanismo escolhido. Figura 29 – Haste ajustável Fonte: o autor. 57 Na Figura 30 é apresentado o projeto final da esteira transportadora de quatro metros, onde é possível visualizar as hastes móveis, o motor elétrico e o redutor já BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) instalados no sistema. Figura 30 - Esteira Transportadora Fonte: o autor. 3.4 Escolha da embalagem Para a escolha da embalagem foram observados os seguintes pontos: a largura útil da banda de borracha é de trinta centímetros, isso determina que a largura dos produtos deva ser inferior a esta medida; também se considerou que as esteiras transportadoras são para uso didático e não para transporte de cargas. A partir disso, foi limitado o peso do produto em um quilograma; ainda foi analisado 58 que o lacre da embalagem deve ser firme, de forma que seu transporte também possa ocorrer por sucção da tampa, prevendo a utilização de um robô industrial para BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) o armazenamento dos produtos em caixas. A partir dos apontamentos foi escolhido o modelo de pote plástico transparente com tampa de pressão autolacre (PLASVALE, 2014), ilustrada na Figura 31. Figura 31 - Pote 0,9L com tampa de pressão. Fonte: (PLASVALE, 2014). O pote foi escolhido com base nas suas dimensões: diâmetro de 11,8 cm, enquadrando-se dentro da limitação de largura do módulo de transporte; e altura de 12,4 cm, que condiz com a faixa de ajuste de altura do sistema de dosagem. A capacidade volumétrica do pote é de 0,9 litros, não ultrapassando o limite apontado para o sistema. Ainda foi analisado o sistema de fechamento da tampa, sistema de pressão autolacre, o modelo foi escolhido também prevendo a utilização de um robô industrial capaz de transportar os potes por sucção da tampa. 59 3.5 Buffers (Pulmão industrial) Com a finalidade de absorver as diferenças de velocidade ou BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) dessincronização das esteiras, no intervalo de cada processo, foram implementados dois buffers. O primeiro instalado entre as esteiras 1 e 2 e o segundo entre as esteiras 2 e 3. Ambos servem simultaneamente como “pulmão industrial”, local onde é feito o acúmulo de produtos e também utilizado como elemento de transferência entre as esteiras. Os buffers determinam a independência entre os processos, podendo o usuário optar em trabalhar somente com uma esteira, sem precisar acionar as demais, ou selecionar velocidades diferentes para cada uma, sem prejudicar o fluxo do processo. O buffer possui uma base com dois cavaletes metálicos; uma rampa de acesso, por onde os produtos são inseridos; uma bandeja giratória de sessenta centímetros de diâmetro, por onde é feita a transferência dos produtos; um motor elétrico de baixa rotação; um separador de produtos, cuja estrutura organiza os produtos de modo que se movimentem em filas; um dispositivo eletromecânico, a cancela, que libera ou impede a transferência dos produtos. A estrutura dos buffers é de aço carbono, com pintura epóxi, chapas metálicas de espessura 3 a 6 milímetros, dobras com torno comando numérico computadorizado (CNC) e recorte a laser, garantindo o acabamento do equipamento. O modelo do buffer foi desenhado por meio do software Sketchup. Na Figura_32 é apresentado seu esboço. 60 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 32 - Buffer, projeto no Sketchup. Fonte: o autor. O buffer tem a finalidade de receber os produtos que chegam de uma esteira pela rampa de acesso e transportá-los um a um para a próxima esteira. A base giratória é acoplada ao eixo do motor elétrico trifásico CA de baixa rotação, que gira e movimenta os produtos em círculo, no sentido horário. Conforme representada na Figura 33, sua capacidade máxima teórica é de comportar até doze potes, com diâmetros de doze centímetros cada. Porém na prática sua capacidade se reduz para nove potes, devido à estrutura de direcionamento instalada sobre a base giratória. Figura 33 - Capacidade do Buffer. Fonte: o autor. 61 A função do buffer é definida por uma cancela eletromecânica que quando fechada, promove o acúmulo dos potes e quando aberta, libera a passagem deles BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) para a próxima esteira. O projeto da cancela eletromecânica é apresentado na Figura 34. Figura 34 - Cancela eletromecânica. Fonte: o autor. O acionamento da cancela ocorre por intermédio de um motor de 24 VCC, que quando acionado gira a estrutura mecânica no sentido horário. A posição da cancela pode ser controlada por sensores ou chaves fim de curso, que indicam se ela está aberta ou fechada. Neste módulo foram previstos, ainda, roletes nas rampas de acesso e de saída de produtos, facilitando a transferência entre os sistemas, bem como regulagem de altura de até 10 cm, prevendo ajustes para a montagem e nivelamento da planta. 3.6 Implementação do sistema de Buffer O sistema de buffers é constituído por uma base giratória com uma entrada (alimentador de produtos) e uma saída que controla o seu fluxo. Nele o produto acessa a base giratória do buffer por intermédio de impulso exercido pelo movimento 62 da esteira transportadora, a qual direciona o produto a uma rampa de acesso para o alimentador. Esta foi inicialmente projetada com uma base plana, constituída por BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) uma chapa metálica (FIGURA 36), porém durante os testes percebeu-se a necessidade de alterá-la, visto que os produtos mais pesados não chegavam até a base giratória. Isso pode ser justificado pela seguinte relação: quanto maior o peso do produto, maior é a resistência exercida entre ele e a chapa metálica e menor será seu deslocamento. Sendo assim, foi necessário substituir a chapa metálica por roletes, o que diminuiu o atrito no deslocamento dos produtos até a base giratória. O novo alimentador é apresentado na Figura 36.. Figura 35 - Rampa do alimentador (chapa metálica lisa) Fonte: o autor. 63 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 36 – Alimentador do Buffer Fonte: o autor. Para o deslocamento correto dos produtos no sistema de Buffer foram projetados lemes com regulagens (FIGURA 38), os quais foram desenvolvidos para direcionar os produtos ao sistema de transporte ou mantê-los dentro da base giratória. Figura 37 - Novo sistema de lemes (vista lateral) Fonte: o autor. 64 Conforme demonstrado na Figura 37 o Leme 1 está posicionado próximo a entrada do Buffer, evitando que os potes que entram neste módulo choquem-se com BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) os que já estão na base giratória. O Leme 2 foi projetado antes da saída e serve para alinhá-los com o pino, o qual foi projetado para desviar os potes, para o próximo módulo quando a cancela estiver aberta, e para o centro da base giratória quando ela estiver fechada. Os Lemes 1 e 2 foram projetados permitindo ajustes tanto de afastamento como de posicionamento. No projeto do Buffer foi previsto uma base com regulagem de altura para facilitar a montagem e alinhamento da planta, isso foi necessário principalmente porque o projeto do Buffer e das esteiras foi executado por empresas diferentes, o que poderia ocasionar diferenças na altura dos módulos e que afetaria o funcionamento da planta. A regulagem é apresentada na Figura 38. Figura 38 - Base com regulagem Fonte: o autor. Para o sistema foi previsto também uma cancela eletromecânica (FIGURA_40), acionada por intermédio de um motor elétrico de 24 VCC, o qual é controlado por um circuito elétrico com sensores e chaves fim de curso, possibilitando controlar o fluxo de saída dos produtos. Este controle é importante, pois evita que dois produtos entrem no sistema de pesagem ao mesmo tempo, impedindo que o sistema considere o valor de ambos. 65 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 39 - Cancela eletromecânica Fonte: o autor. O acionamento da base giratória ocorre por intermédio de um motor elétrico trifásico de 1/2 CV, de 1680 RPM, com alimentação de 220/380 V, do fabricante Weg (WEG, 2013a). Como a rotação do motor escolhido é muito alta para o sistema, foi necessário acoplar ao eixo de rotação um redutor mecânico de velocidade, optando-se por utilizar o mesmo modelo das esteiras transportadoras, o redutor 25:1. Conforme já calculado na Equação 2, a rotação passou a ser de 67,2 RPM. Além disso, foi previsto a utilização de um controle de velocidade por inversor de frequência, de forma a reduzir ainda mais a rotação do motor e tornando-a compatível com a planta. A utilização desse inversor possibilita aos alunos praticarem partidas de motores com acionamentos diferentes e, ainda, permite o controle da rotação do motor. Para esse sistema foi utilizado o inversor de frequência modelo CFW08, do fabricante Weg, equipamento disponível no laboratório de automação do Centro Universitário Univates. O acionamento entre o motor elétrico, o redutor, a base giratória e o inversor é apresentado na Figura 40 (WEG, 2012). 66 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 40 - Acionamento da base giratória Fonte: o autor. Para a definição da faixa de rotação ideal da base giratória foram necessários alguns testes com o inversor de frequência. Anotaram-se os limites de frequência em que o sistema obteve funcionamento adequado e, com isso, foi possível definir o limite de frequência inferior em 10 HZ e o limite superior em 25 HZ. A rotação da base giratória comparada com controle de frequência do motor é mostrada na Tabela 1. Tabela 1 - Frequência X Rotação da base giratória Frequência Motor RPM 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 0 140 280 420 560 700 840 980 1120 1260 1400 1540 1680 Base Giratória/Redutor (RPM) 0,00 5,60 11,20 16,80 22,40 28,00 33,60 39,20 44,80 50,40 56,00 61,60 67,20 Fonte: o autor (2014). Base Giratória Voltas por Segundos 0,00 0,09 0,19 0,28 0,37 0,47 0,56 0,65 0,75 0,84 0,93 1,03 1,12 67 O limite do controle de frequência foi definido em 10 até 25 HZ, nessa faixa de funcionamento a base giratória está sincronizada com os demais módulos. Na BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Tabela 1 é possível observar que a base giratória pode funcionar entre 0,28 a 0,65 voltas por segundos, podendo o aluno controlar e alterar sua velocidade dentro dessa faixa de trabalho. O controle pode ser local, diretamente no painel de operação do inversor de frequência, ou remotamente, como por exemplo, com a utilização de um CLP. A definição da forma de controle fica a critério de cada aluno ou necessidade de controle de cada aplicação a ser simulada nesse sistema. 3.7 Etapas da pesagem A pesagem dos potes foi programada para que ocorra com o sistema em movimento. Para isso, foram projetadas duas miniesteiras, com dimensões de trinta centímetros de largura por quarenta centímetros de comprimento, tamanho apontado como suficiente para receber na base de passagem produtos com largura e comprimento de até vinte e cinco centímetros sem que ocorra perda de precisão do sistema. Já a altura dos módulos é de noventa centímetros, mantendo a uniformidade da planta. As esteiras de pesagem são compostas por uma base metálica que suporta toda a estrutura mecânica fixada horizontalmente em uma chapa metálica. Nela foi instalada uma célula de carga, a qual foi posicionada no ponto central da chapa, de forma a equilibrar o sistema mecânico de transporte instalado sobre ela e também reduzir vibrações. A célula de carga é um dispositivo utilizado em sistemas de pesagens, convertendo pressões em um sinal elétrico de forma proporcional (VARGAS, 2006). Ela foi instalada entre a chapa metálica fixa e uma base móvel que comporta o sistema mecânico de transporte, onde foram instalados os roletes, a banda de borracha e as guias reguláveis, as quais possibilitam ajustar o tamanho de acordo com o produto escolhido e também permitem a fixação de sensores para o controle do processo. A esteira de pesagem é movida por um motor elétrico trifásico CA embutido no rolete de tração, proporcionando assim que as laterais das esteiras fiquem livres. O projeto da esteira de pesagem é apresentado na Figura 41. 68 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 41 - Esteira de pesagem, projeto no Sketchup. Fonte: o autor. A calibração da célula de carga foi realizada da seguinte forma: pesa-se a esteira com as células de cargas e o valor obtido é apontado como ponto inicial da pesagem, ou seja, o peso da esteira é desconsiderado neste sistema de pesagem. Com isso, quando o produto passar pela esteira de pesagem a célula de carga faz apenas a leitura da variação de peso sobre ela. Esse módulo do projeto tem como objetivo a pesagem individual dos produtos. Para isso projetou-se uma cancela antes da esteira (no buffer industrial), onde é feita a triagem dos potes, de modo que permita a passagem de somente um item por vez, pois a célula de carga está instalada na base da esteira e a entrada de dois produtos ao mesmo tempo interfere na leitura da pesagem. Também se utilizou um motor de indução trifásico embutido ao rolete de tração, evitando-se possíveis interferências externas que influenciariam na pesagem do produto, como por exemplo, o contato involuntário do operador, sendo que no caso de um motorredutor o sistema ficaria exposto a ele com maior facilidade. O funcionamento do módulo de pesagem acontece de forma uniforme, sem necessidade de parar o motor para coletar o peso produto. Por isso optou-se pelo motor de baixa rotação, configurado para trabalhar numa velocidade baixa, 0,18 m/s, de forma a não influenciar na pesagem. 69 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 3.8 Implementação do sistema de pesagem Na Figura 42 é apresentada a montagem final do sistema de pesagem. Nela é possível visualizar o sistema de transporte, a base metálica, o condicionador de sinal para a célula de carga e a regulagem de altura. Também a célula de carga instalada entre o sistema de transporte e a base metálica. Figura 42 - Sistema de pesagem Fonte: o autor. Esse sistema foi construído em um módulo pequeno, podendo os alunos transportá-lo para posições diferentes da planta. Foram também projetados, na base da estrutura, pés emborrachados com regulagem de altura, os quais possibilitam nivelar o sistema de pesagem de acordo com os sistemas de transportes e Buffers. O modelo da célula de carga fixada sobre a base metálica (FIGURA 44) é Sistema de Medição Padrão (SMP), com faixa de leitura de 0 a 50 Kg e resposta de 70 2 mV/V. Dessa forma, foi necessário ajustar a resposta da célula de carga para um sinal padrão que seja compatível com o CLP, onde a faixa escolhida foi de 0 a 10 V. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Além disso, foram projetados filtros para o sinal da célula de carga, pois quando o motor da esteira é ligado sua vibração provoca ruídos, que dificultam a leitura correta do peso do produto. O esquema do circuito desenvolvido é apresentado na Figura 44, elaborado por Gobbi (2014) durante seu período de estágio supervisionado do curso de Engenharia de Controle e Automação. Figura 43 - Célula de carga SMP Fonte: o autor. Figura 44 - Circuito utilizado para condicionar o sinal da célula de carga Fonte: (GOBBI, 2014). 71 O circuito eletrônico (FIGURA 45), inicialmente filtra os ruídos oriundos do sistema de transporte que está acoplado sobre a célula de carga. Após essa BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) filtragem é feita a amplificação do sinal com um amplificador operacional, seu ganho foi estabelecido a partir da avaliação dos seguintes fatores: o peso do produto não deve ultrapassar 1 Kg e o sinal de 0 a 10 V deve ser compatível com a faixa de peso de 0 a 1 Kg, sendo que a célula de carga escolhida é para 50 kg, com saída de 24mV/V. Como sua tensão de alimentação foi definida em 10 V, logo o sinal da saída é amplificado em 10 vez. Além disso, foi necessário projetar um condicionador de sinal com ganho de 25000. Como o ganho é muito grande, optou-se por aplicá-lo em dois estágios, no primeiro com ganho de 100 vezes e no segundo aplica-se um novo ganho de 250 vezes no sinal anterior. Esse procedimento foi adotado para facilitar a filtragem dos ruídos durante o processo de amplificação. Também foi necessário incluir no projeto um ajuste de tara3, onde é possível regular o valor do sinal de saída do circuito condicionador, desconsiderando o peso da esteira, da embalagem e dos componentes instalados sobre o sistema, como sensores e atuadores. Após término da montagem do circuito condicionador de sinal (FIGURA 45) foi necessário avaliar sua linearidade para faixa de 0 a 1000 g. Para isso realizaram-se testes com o sistema de transporte desligado, onde se considerou um intervalo de 100 gramas entre as leituras. Os valores obtidos são apresentados na Tabela 2. Tabela 2 - Peso produto x Sinal elétrico do circuito amplificador de sinal Peso (g) 0 Sinal da célula de carga amplificado (mV) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 100 200 301 401 502 603 703 804 904 1005 Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 3 Tara é o peso da embalagem de uma mercadoria, ou do veículo que a transporta, e que, somado ao desta, forma o peso bruto. 72 Para avaliar a linearidade foram utilizados pesos padrão certificados, disponíveis no laboratório de Farmácia da Instituição. Na Tabela 2 é possível BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) observar que os sinais amplificados pela placa condicionadora de sinal foram compatíveis com os valores esperados, apresentando linearidade em toda a escala, com erro máximo de 0,5%. Onde a diferença de leitura a partir de 300 gramas pode ser justificada pela falta de um ajuste fino no ganho do amplificador, o qual possibilitaria igualar os valores. Outro detalhe observado foi a escolha do motor elétrico para acionar a esteira sobre a célula de carga, onde optou-se por uma motopolia, modelo 80S, do fabricante Interroll, que consiste em um motor elétrico trifásico, com velocidade do cilindro de 0,18 m/s, potencia nominal de 0,18 kW e alimentação de 220/380 V, embutido no rolete de tração (INTERROLL, 2010). Este motor pode ser acionado diretamente em 220 V ou 380 V, como a sua velocidade é compatível com o projeto não foi necessário um dispositivo para reduzi-la, porém é possível controlá-la com a utilização de um inversor de frequência, caso haja necessidade. O fato de o motor ser embutido no rolete de tração diminui os ruídos ocasionados por sua vibração e também reduz a possibilidade de um contato involuntário do operador, o que ocasionaria em um erro na medição. A Figura 45 mostra a motopolia instalada no sistema de pesagem. Figura 45 - Motor elétrico trifásico embutido no rolete de tração Fonte: o autor. O sistema de pesagem foi projetado de forma que a pesagem ocorra com o sistema em movimento, sem a necessidade de parar o processo para capturar o 73 valor do peso dos produtos. Para garantir seu perfeito funcionamento é necessário que passe apenas um produto por vez, esse controle pode ser feito tanto no sistema BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) que o antecede, como nele mesmo. Para isto, foram projetadas guias laterais (FIGURA 47), que além de permitirem a instalação de atuadores e sensores que façam este controle, possibilitam também o ajuste de altura e largura, o que possibilita a utilização de produtos de tamanhos diferentes. Figura 46 - Guias para instalação de atuadores, sensores e direcionamento de produtos Fonte: o autor. 3.9 Silo dosador Este módulo contempla o projeto de um mecanismo de dosagem volumétrica, composto por um armazenador de matéria-prima (silo), um mecanismo de dosagem por volume (eclusa) e uma câmara dosadora que armazena a quantidade dosada, quando acionado libera rapidamente o produto para a embalagem. Inicialmente foi necessário definir o formato da matéria-prima a ser utilizada na planta, onde se optou por pequenas bolas de cerâmica (FIGURA 48), as quais possuem diâmetro médio de 1,6 cm, e apresentam em seu tamanho uma variação de até 5%. Para o sistema de dosagem estão previstos dois silos dosadores que serão instalados em pontos diferentes da planta, onde para cada sistema de dosagem serão utilizados 74 produtos com características diferentes como densidade e cor. Isso possibilita a simulação de receitas diversas e o controle visual. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 47 - Produto escolhido Fonte: o autor. Com a definição do formato e do tamanho da matéria-prima a ser utilizada no processo, foi possível projetar o dosador volumétrico. A partir de pesquisas e troca de experiência com colegas que trabalham com manutenção industrial, concluiu-se que uma opção adequada para este sistema seria uma eclusa dosadora (FIGURAX49), que se refere a um cilindro com ranhuras do tamanho das bolinhas, onde por intermédio de um motor de passo movimenta o cilindro. Na posição superior coleta as bolinhas no silo, de forma a preencher as ranhuras, já na posição inferior libera-as para um próximo recipiente. O peso das bolinhas e a quantidade que cabem em cada ranhura são conhecidos, sendo dez bolinhas por ranhura e cada uma pesando aproximadamente 5 gramas. Figura 48 - Eclusa dosadora Fonte: o autor. 75 Para o sistema de dosagem foi considerado que a eclusa deve dosar cem bolinhas em um segundo, para isso definiu-se que ela complete uma volta durante BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) este tempo. A partir disso, foram iniciados os cálculos de suas dimensões. Conforme Figura foi calculada uma cavidade de 18 mm, considerando-se uma variação de até 10% em relação ao tamanho médio das bolinhas (16 mm). Para facilitar o processo de dosagem determinou-se que cada ranhura coletasse dez bolinhas por vez, para isso, o comprimento da ranhura foi definido em 18 cm e o tamanho da eclusa em 20 cm (FIGURA 49). Como cada ranhura coleta dez bolinhas por vez, foram necessárias dez ranhuras no entorno do cilindro, para que em uma volta sejam dosadas cem bolinhas. Também foi necessário estipular uma distância entre as ranhuras, de forma que o tempo de preenchimento dessas fosse aumentando, garantindo que elas fossem totalmente preenchidas. Apontou-se como necessário um intervalo de 4 a 5 cm, equivalente a duas bolinhas colocadas lado a lado. Com auxílio do software de Solid Edge, versão Student, foi possível calcular o tamanho do diâmetro do cilindro, o qual foi apontado em 20 cm (SIEMENS, 2014). Figura 50 - Ranhura Fonte: o autor. Na Figura 50 é possível visualizar que as bordas das ranhuras foram trabalhadas em 45 graus, de forma a facilitar a acomodação das bolinhas dentro das ranhuras, e também evitar o trancamento destas durante o processo de dosagem. 76 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 51 - Vista superior da Eclusa Fonte: o autor. Com as dimensões da eclusa foi possível iniciar os cálculos para definição do tamanho do silo, onde sua base foi definida a partir das medidas do cilindro, utilizando a mesma largura, 20 cm, e comprimento próximo ao seu diâmetro, 25 cm. A quantidade de bolinhas por camada foi calculado por intermédio das Equações 3,4 e 5. nl l 20 12,5 dm 1,6 (3) Onde: nl = número de bolinhas por linha l = largura do silo (cm) dm = diâmetro médio das bolinhas (cm) Com a Equação 3 definiu-se que o número de bolinhas por linha é de 12,5. nc c 25cm 15,6 dm 1,6cm (4) Onde: nc = número de bolinhas por coluna c = comprimento do silo (cm) dm = diâmetro médio das bolinhas (cm) Com a Equação 4 calculou-se o número de bolinhas por coluna, onde se obteve a quantidade de 15,6 bolinhas por coluna. 77 qc nl * nc 12,5 *15,6 195 (5) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Onde: qc = quantidade de bolinhas por camada nl = número de bolinhas por linha nc = número de bolinhas por coluna Já com Equação 5 calculou-se que em uma camada cabem 195 bolinhas. Definida a base do silo, largura e o comprimento e sabendo que por camada é possível armazenar 195 bolinhas, a próxima etapa foi calcular a altura do silo para que este consiga armazenar cinco mil bolinhas, de modo que possam ser simuladas até 25 dosagens sem a necessidade de reabastecimento. As Equações 6 e 7 apresentam os cálculos utilizados para determinar a altura do silo. ca 5000 5000 25,6 qc 195 (6) Onde: ca = número de camadas qc = quantidade de bolinhas por camada A Equação 6 foi utilizada para obter o número de camadas necessárias para armazenar 5000 bolinhas, onde o resultado obtido foi de 25,6 camadas. a ca * dm 25,6 * 1,6 40,9 (7) Onde: a = altura do silo (cm) ca = número de camadas (cm) dm = diâmetro médio das bolinhas (cm) A Equação 7 apontou que a altura do silo deve ser de 40,9 cm, mas para o projeto utilizou-se 40 cm, medida arredonda. Com isso, o tamanho do silo foi definido em 20 cm de largura, por 25 cm de comprimento e 40 cm altura. O projeto completo do silo é apresentado na Figura 52. 78 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 52 - Projeto do dosador Fonte: o autor. 3.10 Implementação do sistema de dosagem O projeto desenvolvido foi enviado a uma tornearia para produzir as peças e executar a montagem mecânica, na Figura é apresentada a estrutura pronta. 79 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 53 - Estrutura mecânica do silo dosador Fonte: o autor. A estrutura do silo dosador foi produzida em chapas metálicas, sua capacidade de armazenamento é de cinco mil bolinhas. Este sistema também é composto por uma eclusa em Tecnil4, a qual possui ranhuras com capacidade para armazenar dez bolinhas cada, dessa forma, é possível realizar a dosagem por volume. O acionamento da eclusa ocorre por intermédio de um motor de passo, com capacidade para até 15 kgf/cm de carga. Ele foi fixado ao eixo giratório do sistema de dosagem, de modo a controlar seu movimento e em consequência, o volume a ser dosado. Além disso, na estrutura do sistema foi previsto um visor de inspeção em acrílico, que possibilita a vistoria do processo. Foi ainda confeccionada a câmara dosadora que quando sua saída é desbloqueada, libera as bolinhas para o enchimento das embalagens (potes). A fim de viabilizar o sistema de dosagem para embalagens de diferentes tamanhos e também possibilitar ajustes no processo, foi desenvolvida uma 4 Tecnil é um polímero com fibras minerais, por isso possui alta resistência mecânica (MARQUES, 2009). 80 regulagem de altura de 10 cm, sendo que o ajuste é feito por rosca (FIGURA 53). Além disso, fixou-se toda a estrutura com parafusos, de forma a possibilitar BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) alteração do sistema, como por exemplo: a troca da eclusa. Dessa forma, é possível substituí-la por outra com ranhuras de tamanhos diferentes, permitindo assim a utilização de bolas de tamanhos distintos. Com a montagem da parte estrutural concluída, iniciou-se o projeto da placa de controle do motor de passo. O objetivo principal desta etapa é a realização da dosagem de 100 bolas em um segundo, e para isso, é necessário que o motor complete um ciclo (uma volta) neste período. O primeiro ponto que se observou foi que cada passo do motor é equivalente 1,8 graus, devido a isso são necessários 200 pulsos para se realizar uma volta completa (360 graus). Com a Equação 8 foi possível definir o período de cada pulso para realizar uma volta em um segundo. t (8) 1 1 5 f 200 Onde: t = período (ms) f = frequência (Hz) A Equação 8 apontou que o período entre os pulsos deve ser de 5 ms. Para o projeto da placa de controle, além da definição do período, foi necessário observar a tensão de alimentação do motor e a corrente de consumo. Os valores foram obtidos da placa do motor de passo, que define a tensão de alimentação em até 9 V. Como a corrente não foi definida na placa, mediu-se a menor resistência das bobinas do motor de passo, 3.6 , com este dado foi possível calcular a corrente consumida, necessária para o dimensionamento dos componentes. Para isso, utilizou-se a Lei de Ohm, que é definida pela Equação 9. I V 9 2,5 R 3,6 Onde: I = intensidade da corrente elétrica (A) V = diferença de potencial elétrico (V) (9) 81 R = resistência elétrica ( ) A intensidade da corrente apontada pela Equação 9 foi 2,5 A, onde para o BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) dimensionamento dos componentes considerou-se 3 A, prevendo que na prática o valor possa ser maior do que o calculado. As informações pertinentes ao projeto do circuito de controle do motor de passo foram repassadas para os laboratoristas do campus, os quais desenvolveram o projeto e a montagem da placa, na Figura 49 ela é apresentada pronta. Figura 49 - Placa de controle do motor de passo Fonte: o autor. A placa desenvolvida é alimentada por uma tensão que pode variar de 6 a 24_Vcc. Também se incluiu no projeto um fusível de vidro, protegendo os componentes e o circuito contra sobrecargas e curto circuito. Para controle dos passos utilizou-se um microcontrolador Programmable Intelligent Computer (PIC), modelo PIC12F683, do fabricante Microchip, o qual realiza o controle do circuito por intermédio da lógica de programação gravada em sua memória. Já para a alimentação das bobinas do motor de passo utilizaram-se transistores de potência, modelo TIP122, os quais são acionados por um sinal de baixa intensidade de miliampères, gerado pelo circuito de controle, PIC (MICROCHIP, 2007). Eles transformam o sinal recebido em um sinal elétrico com a mesma característica, mas com potência suficiente para acionar o motor de passo. Para facilitar as ligações incluiu-se na placa bornes de ligação para o motor de passo e o CLP. No primeiro é conectado a sequência das bobinas do motor, já no segundo, as saídas digitais do 82 CLP, onde um dos pinos define o sentido de rotação do motor e outro a frequência de pulso, sendo que cada pulso corresponde a um passo do motor, ou seja, um BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) movimento de 1,8 graus. Figura 50 - Circuito placa de controle do motor de passo Fonte: o autor. A etapa de alimentação da placa foi projetada de forma a possibilitar ao circuito receber uma tensão entre 6 a 24 Vdc em sua entrada (tensão normalmente utilizada para alimentar as bobinas dos motores de passo). Para isso, utilizou-se um regulador de tensão modelo lm7805, trata-se de um componente capaz de receber uma alimentação de 6 até 35 Vdc em sua entrada e transformá-lo em uma tensão constante de 5 Vdc em sua saída, compatível com a alimentação do PIC. Para impedir oscilações em altas frequências ligou-se na saída do lm7805 dois capacitores em paralelo. Nas entradas projetadas para receber os sinais do CLP, frequência de pulso (STP) e direção (DIR) utilizaram-se diodos zener, modelo 1n4733, de 5,1 V, polarizados inversamente. Esta ligação em conjunto com um resistor de 220 possibilita deixar o sinal do CLP compatível com as entradas do PIC, com isso a tensão fornecida pelo CLP, 24 Vcc, é convertida para uma tensão de 5 Vcc. 83 O PIC12F683 possui 8 pinos, onde dois pinos servem para alimentá-lo com 5_Vcc. Já outros dois foram configurados como entradas digitais para receber o STP BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) e DIR, sinais emitidos pelo CLP, que correspondem respectivamente pela frequência dos pulos e sentido de rotação do motor de passo. Os outros quatros pinos foram usados como saídas digitais, as quais emitem pulsos elétricos que acionam o circuito de potência, cada saída é responsável por controlar uma das bobinas do motor de passo. Os pulsos transmitidos pelas saídas (B1, B2, B3 e B4) do PIC12F863 acionam transistores de potência, modelo TIP122. Esse componente entra em condução a partir de um sinal de pequena intensidade gerado em sua base (MOTOROLA, 2005). Eles são acionados por pulsos que seguem a sequência das bobinas do motor de passo, com isso é possível controlar o movimento de rotação do motor. Outra parte importante deste projeto foi o desenvolvimento da câmara dosadora, a qual armazena temporariamente as bolas até que ocorra a passagem da embalagem (pote) por baixo dele. A liberação dos produtos acontece por intermédio do acionamento de um motor de corrente contínua de 24 Vcc, o processo é demonstrado na Figura 516. Figura 51 – Câmera dosadora Fonte: o autor. 84 O acionamento do motor faz com que a tampa da câmara dosadora se abra horizontalmente, liberando a passagem do produto para a embalagem. Esse BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) processo acontece de forma sincronizada entre o enchimento do pote e a velocidade da esteira transportadora, sendo que o controle do posicionamento da tampa ocorre por intermédio de dois fins de cursos que indicam quando ela está fechada ou aberta. 3.11 Sistema de controle Como controlador utilizou-se o S7-300, CPU 314C-2DP do fabricante Siemens, modelo disponível nos laboratórios de automação da Instituição. Ele incorpora 24 entradas e 16 saídas digitais, bem como 5 entradas e 2 saídas analógicas, suficientes para a realização dos testes e validação da planta (SIEMENS, 2003). A Figura exibe uma imagem da CPU 314C-2DP. Figura 57 - S7-300 CPU 314C-2DP SIEMENS Fonte: (SIEMENS, 2003). Para a implementação do sistema proposto realizou-se o mapeamento das entradas e saídas utilizadas na CPU 314C 2DP, conforme Tabela 3. 85 Tabela 3 – Mapeamento Entradas e Saídas do CLP Entradas (DI) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Portas Descrição Entradas (AI) Portas Descrição Saídas (DO) Portas Descrição Saídas (AO) Portas Descrição I 124. 0 DI_ContagemEntrada PIW 752 AI_Pesagem1 Q 124. 0 DO_InversorEsteiras1e2 PQW 752 AO_VelocidadeBuffers1e2 I 124. 1 DI_ContagemSaida PIW 753 AI_Pesagem2 Q 124. 1 DO_MotorEsteira3 PQW 753 AO_VelocidadeEsteiras2e3 I 124. 2 DI_Dosagem1 PIW 754 Q 124. 2 DO_MotorPassoDosagem1 I 124. 3 DI_Dosagem2 PIW 755 Q 124. 3 DO_MotorPassoDosagem2 I 124. 4 PIW 756 Q 124. 4 DO_CacambaDosagem1 I 124. 5 Q 124. 5 DO_CacambaDosagem2 I 124. 6 Q 124. 6 I 124. 7 Q 124. 7 I 125. 0 DI_PosicaoBuffer1 Q 125. 0 DO_InversorBuffers1e2 I 125. 1 DI_PosicaoBuffer2 Q 125. 1 DO_MotorCancela1 I 125. 2 DI_CancelaAberta1 Q 125. 2 DO_MotorCancela2 I 125. 3 DI_CancelaFechda1 Q 125. 3 I 125. 4 DI_CancelaAberta2 Q 125. 4 I 125. 5 DI_CancelaFechada2 Q 125. 5 I 125. 6 Q 125. 6 DO_MotorPesagem1 I 125. 7 Q 125. 7 DO_MotorPesagem2 I 126. 0 DI_SensorPesagem1 I 126. 1 DI_SensorPesagem2 I 126. 2 I 126. 3 I 126. 4 I 126. 5 I 126. 6 I 126. 7 Fonte: o autor. No mapeamento foram relacionadas as portas digitais e analógicas. Sendo que as entradas digitais recebem sinais dos sensores e chaves fim de curso, controlam processos como abertura e fechamento de cancelas e contagens. Já as entradas analógicas foram configuradas para receber um sinal de 0-10 V, monitoram o sistema de pesagem. A relação de saídas digitais contempla o acionamento de motores, inversores, drivers e outros atuadores elétricos. Também com objetivo de controlar a velocidade das esteiras e do buffer foram relacionadas duas saídas analógicas, configuradas para emitir sinais de 0-10 V, as quais são enviadas para entrada analógica dos inversores. A partir do mapeamento das entradas e saídas do CLP iniciou-se o projeto e montagem do quadro de comando (FIGURA 58). 86 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 58 - Quadro de comando Fonte: o autor. No quadro de comando (FIGURA 58), além do CLP instalaram-se dois inversores de frequências que controlam a partida e a velocidade dos motores das esteiras 1 e 2 e dos Buffers. Incluem-se, ainda, três contatoras 24 VCC, estas são acionadas diretamente pelo sinal digital do CLP, e foram utilizadas para realizar a partida direta da esteira 3 e dos sistemas de pesagem 1 e 2. Além disso, os circuitos foram protegidos contra sobrecargas e curtos circuitos, para isso foram usados disjuntores motores. 87 Também foi necessário instalar uma segunda fonte para alimentar o circuito de potência (motor de passo, motores das cancelas de dosagem e de controle de BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) fluxo dos Buffers). Logo para comandar o motor de passo acrescentou-se um driver de controle, energizado pela fonte de alimentação e controlado por uma saída digital do CLP. A fim de realizar o acionamento dos motores das cancelas dos Buffers utilizaram-se relés de interface, esses dispositivos são acionados pelas saídas digitais do CLP. A partir do acionamento, realizam o chaveamento dos seus contatos de saída de forma isolada dos contatos de entrada. Nos contatos de saídas ligaramse os motores das cancelas, que dessa forma são estimulados pela fonte de alimentação do circuito de potência. Além disso, na montagem da placa foram instalados bornes para receber os sinais dos sensores, chaves fim de curso e de indicação do circuito condicionador do sinal, ambos foram ligados diretamente no CLP. O esquema de força do quadro de comando está disponível no apêndice. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 88 4 RESULTADOS Com o objetivo de avaliar as funcionalidades do projeto, nesta seção são apresentados os resultados obtidos com a implementação dos sistemas citados na seção 3. Primeiramente será apresentada uma descrição sobre o experimento prático, seguida dos resultados obtidos com a montagem de cada sistema e ao final, é descrito o funcionamento final da planta de manufatura flexível multidisciplinar. 4.1 Validação das esteiras O experimento prático realizado com as esteiras foi o controle de velocidade. Para isso, ligou-se a Esteira 1, na entrada nos bornes do quadro de comando, os quais foram conectados na saída do Inversor de Frequência 1, que é controlado pelo CLP. A partir dessa ligação e com o auxílio do software STEP 7, versão 5.4, do fabricante Siemens, realizaram-se as simulações iniciais. No primeiro momento controlou-se visualmente a velocidade deixando-a de forma compatível com a velocidade do sistema de pesagem, para isso foi necessário ajustar o funcionamento do inversor para uma frequência de trabalho de 50 Hz. Depois de realizada a etapa inicial do controle de velocidade, a qual foi executada validando a instalação do sistema de controle, realizada pelo conjunto CLP e Inversor de frequência. A partir disso, iniciaram-se os testes para avaliar o sincronismo entre o sistema de transporte e a vazão do sistema de dosagem, logo foi necessário instalar o dosador sobre uma das esteiras, também se acrescentou em uma das guiais laterais da esteira um sensor fotoelétrico difuso, posicionado de forma a identificar a passagem dos potes, visto que para esse teste, é fundamental constatar o momento em que os potes passam pelo sistema de dosagem. Além disso, foi necessário ajustar a altura e a distância entre as guiais laterais, de modo a adaptá-las a altura da embalagem definida na secção 3.4, dessa forma conduzi-las 89 pelo centro da esteira, com intuito de garantir a precisão do sistema de dosagem. A montagem do experimento prático é apresentada na Figura . BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 59 - Experimento prático, sincronismo entre esteira e dosagem Fonte: o autor. No processo ilustrado na Figura , o sensor atua de modo a identificar a passagem dos potes, a partir dessa leitura, o CLP aciona o motor liberando a saída da câmara dosadora, dessa forma possibilitando o enchimento do pote. Para que o processo descrito no parágrafo anterior aconteça de forma sincronizada sem que ocorram dosagens fora do pote, foram realizados alguns testes nos quais se variou a frequência do sistema de controle numa faixa de 5 até 60 Hz, de forma a alterar a velocidade da esteira, com isso foi possível constatar a faixa de trabalho ideal do processo. Para a realização do procedimento colocou-se na câmara dosadora um volume padrão de bolinhas correspondentes à metade do volume da embalagem definida para esse trabalho. Nos pontos que ocorreu compatibilidade entre os sistemas marcou-se na coluna de sincronismo da Tabela 4 com “Sim”. 90 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Tabela 4 - Velocidade esteira x Vazão do sistema de dosagem Frequência (Hz) 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 RPMs 67,2 61,6 56,0 50,4 44,8 39,2 33,6 28,0 22,4 16,8 11,2 5,6 Sincronismo Não Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Fonte: o autor. Com os resultados expostos na Tabela 4 constatou-se que o sincronismo entre os sistemas ocorre numa frequência máxima de 30 Hz, nessa faixa o eixo do redutor que traciona a esteira gira a 33,6 RPM. Com os resultados obtidos conclui-se que para que haja compatibilidade entre a velocidade da esteira e a vazão do sistema de dosagem é necessário reduzir consideravelmente sua velocidade, diante disso reduz-se a eficiência da planta. Diante dos resultados apontados, e com objetivo de melhorar o rendimento da planta, de forma a não torná-la um sistema lento, iniciou-se um novo procedimento. Para isso, realizou-se durante o processo a mudança de frequência, onde o sistema inicia numa faixa maior e quando o sensor faz a leitura do pote, o inversor de frequência estimula o motor a uma desaceleração rápida, para que ocorra a dosagem, após esse procedimento promove uma aceleração até a frequência anterior, de forma a dar continuidade no transporte. Para que isso aconteça foi necessário programar as rampas de desaceleração e aceleração do inversor de frequência, onde para a primeira ação configurou-se uma resposta rápida de 0,5 s. Já a segunda não necessita de uma reposta instantânea, por isso o tempo de resposta foi estabelecido em 1,5 s, logo com estas definições o intervalo entre as dosagens passa para 2 s, mesmo tempo entre as pesagens. A Figura 520 mostra o gráfico de desaceleração e aceleração. 91 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Figura 52 - Gráfico de desaceleração e aceleração do inversor de frequência Fonte: o autor. Com os resultados obtidos pelo teste utilizando as rampas de desaceleração e aceleração conseguiu-se melhorar a eficiência do processo, deixando-o compatível com os demais sistemas envolvidos. Além disso, foi possível realizar dosagens com um volume maior de bolinhas, de modo que se alcançou dosagem do volume total do pote com precisão, validando a proposta de sincronismo entre os sistemas descritos. 4.1 Validação do buffer (pulmão industrial) Para a validação do sistema de buffer avaliaram-se os objetivos propostos para esse módulo, que foram tornar os módulos independentes, absorvendo as diferenças de velocidades entre os módulos e controlar o fluxo de saída, garantindo assim a coerência do sistema de pesagem. Além disso, outra finalidade deste módulo é permitir que diferentes grupos possam simultaneamente trabalhar nessa planta. 92 4.1.1 Experimento para validar a independência dos módulos Com intuito de avaliar a independência entre os módulos e o controle de fluxo, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) direcionou-se, na entrada do buffer, a Esteira 1 e na sua saída a Pesagem 1. Ambas foram configuradas com velocidades diferentes, sendo que a esteira com velocidade superior ao sistema de pesagem. A partir disso, observou-se que o fluxo continua inalterado, sendo que a ligação entre os sistemas ocorreu naturalmente, quando houve acumulo dos potes eles se mantiveram na base giratória até que a passagem para o sistema de pesagem estivesse livre, assim tornando os processos independentes. A Figura 53 ilustra a montagem deste processo. Figura 53 – Experimento montado para validar a independência dos módulos Fonte: o autor. 4.1.2 Controle de fluxo de produtos A fim de avaliar o controle de fluxo, onde o propósito é liberar a passagem de apenas um pote por vez para o sistema de pesagem. Para isso, foi necessário acrescentar na planta dois sensores fotoelétricos difusos. Sendo o primeiro posicionado próximo à saída do buffer, de forma a monitorar a passagem dos potes por esse sistema. Já o segundo posicionado no início do sistema de pesagem, com intuito de controlar quando há potes no processo de pesagem. O controle proposto foi realizado, entretanto, encontraram-se dificuldades em realizá-lo, principalmente, na parte de programação dos tempos de abertura e fechamento da cancela, pois 93 esta foi projetada de forma angular (FIGURA 40) e seu movimento ocupa uma grande área dos módulos envolvidos neste controle. Devido a isso, foi prevista BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) alteração na cancela, onde foi confeccionada uma nova cancela com abertura linear, com movimento de abertura para baixo e fechamento para cima. Com isso, consegue-se realizar o controle e a programação com maior facilidade. 4.2 Validação do sistema de pesagem Após a realização dos testes iniciais que validaram a linearidade do sinal do circuito condicionador (TABELA 2) com o sistema de dosagem parado. Realizou-se um novo teste de pesagens com ele em movimento, para isso foi fundamental conectar o sinal do circuito condicionador em uma das entradas analógica do CLP, configurada para receber o sinal de 0-10 V do circuito. Já o acionamento do sistema de transporte foi configurado para ser controlado por uma de suas saídas digitais, para capturar a pesagem configurou-se uma entrada digital para receber o sinal de indicação de um sensor fotoelétrico difuso, que detecta a presença dos potes sobre o sistema de pesagem. Com as ligações concluídas iniciou-se a calibração do sistema de pesagem, inicialmente realizando o ajuste da tara do circuito. Para isso, foi realizado o acionamento do sistema de transporte e com ele ligado ajustou-se a regulagem dela, de forma a zerar o valor de saída do circuito condicionador de sinal. A partir disso, iniciou-se a calibração do sistema, utilizando-se três pesos diferentes, respectivamente, início, meio e fim de escala (205,00g, 439,00g e 678,00g), mensurados em uma balança eletrônica de precisão, modelo MA-BS 2000, do fabricante Marconi, com resolução de 0,01g, disponível no laboratório de Farmácia da Instituição (MARCONI, 2014). Com a utilização dos pesos ajustou-se o ganho do circuito de forma a se obter um sinal de saída de 0 a 10 V. Onde se obteve uma relação de aproximadamente 0,00995 V para cada grama lida pelo sistema de pesagem. Após a realização da calibração partiu-se para a etapa de amostragem, com o objetivo de analisar a repetibilidade das leituras, para isso realizaram-se trinta e cinco leituras intercaladas em pontos diferentes da escala (início, meio e fim). Neste 94 procedimento a sequência foi a mesma para todas as leituras. Além disso, prevendo um melhor desempenho do sistema foram coletadas 100 amostras durante o BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) deslocamento dos potes sobre o sistema de pesagem, com isso foi possível fazer uma média das amostras e aproximar o peso lido do desejado. Também foi fundamental converter o sinal recebido em Volts pelo CLP em gramas, os valores obtidos pelas leituras são apresentados na Tabela 5. 95 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Tabela 5 – Amostras de peso coletadas Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Peso 1 (g) 208 205 209 206 208 204 205 207 205 206 202 205 205 206 202 203 204 201 200 204 203 205 203 202 202 202 202 206 202 201 205 207 206 207 203 Peso 2 (g) 446 445 445 443 437 437 441 437 437 438 435 439 442 442 437 439 440 440 438 430 439 440 435 438 439 441 439 437 440 438 439 442 438 440 440 Peso 3 (g) 686 685 691 680 686 677 689 698 682 683 684 683 687 675 678 679 688 686 687 681 689 678 687 683 673 680 684 682 680 679 683 684 686 681 686 Fonte: o autor. Com base nas amostras (TABELA 5) verificou-se que o sistema de pesagem mesmo estando em movimento apresentou valores muito próximos ao peso real para ambas as amostras. Ainda para facilitar a visualização dos resultados obtidos, gerou-se a Tabela 6, onde os valores são expressos de forma simples, permitindo a comparação entre elas. 96 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Tabela 6 - Avaliação das amostras coletadas Peso (g) 205 439 678 Média (g) 204 439 683 Diferença entre Desvio Mínimo Máximo Variância máx. e mín. Padrão (g) (g) (g) (g) (g) 2,23 200 209 5 9 3,02 430 446 9 16 4,78 673 698 23 25 Fonte: o autor. Os valores mensurados na Tabela 6 foram obtidos com o auxílio da ferramenta Microsoft Excel, versão 2010 (MICROSOFT, 2010). Na Tabela 6 é possível verificar que os valores de média foram próximos do peso apontados pela balança eletrônica de precisão, variando no máximo em 5 g. Já o desvio padrão mostra que a imprecisão das leituras cresce conforme o aumento dos pesos. Também se analisaram os valores de mínimo e máximo, onde é possível apontar que no início da escala o sistema apresenta melhor precisão que nos demais pontos. De modo geral pode-se afirmar que a dispersão entre os valores lidos e os desejados não são representativos, onde para as 35 amostras, o erro máximo foi próximo de 3% do valor desejado, com isso pode-se afirmar que o sistema de pesagem proposto é adequado para atividades didáticas. 4.3 Validação do dosador Os últimos testes realizados na planta foram com sistema de dosagem, onde foram avaliados o tempo de um ciclo de dosagem, tempo de desbloqueio da câmara dosadora e a exatidão do sistema de dosagem. 4.3.1 Tempo de um ciclo completo de dosagem Primeiramente avaliou-se a velocidade de dosagem. Para isso, ligou-se o driver de controle do motor passo em uma saída digital do CLP. Nela realizaram-se pulsos de forma a analisar o tempo mínimo de um ciclo de dosagens, que corresponde a uma volta completa do motor de passo. Nos testes verificou-se que o tempo mínimo possível entre os pulsos é de 20ms, visto que para completar uma volta são necessários 200 pulsos. Com isso, constatou-se que um ciclo de dosagem é realizado num tempo mínimo de 4s. 97 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4.3.2 Tempo de desbloqueio da câmara dosadora Nesse sistema também se observou o tempo de desbloqueio da câmara dosadora, o qual é responsável por controlar a vazão das bolinhas para enchimento dos potes. Onde o resultado obtido para realizar esse controle foi de aproximadamente 1s, neste período foi possível realizar o enchimento total dos potes. 4.3.3 Exatidão do sistema de dosagem Por fim, verificou-se a exatidão do sistema de dosagem. Para isso, foram realizadas 10 dosagens, de modo a utilizar-se todas as ranhuras da eclusa. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 1. Tabela 7- Dosagens x Quantidade bolinhas Dosagem 1 11 Dosagem 2 11 Dosagem 3 10 Dosagem 4 11 Dosagem 5 11 Dosagem 6 11 Dosagem 7 11 Dosagem 8 10 Dosagem 9 Dosagem 10 10 11 Média 10,7 Fonte: o autor. Com o teste de dosagem verificou-se que o volume médio de produtos por dosagem foi de 10,7 bolinhas, sendo que na grande parte das ranhuras foram dosadas 11 bolinhas, onde em três momentos a dosagem reduziu-se para 10 bolinhas. Objetivando averiguar a origem dessa diferença observou-se as diferentes dosagens, sendo que se constatou que nas menores dosagens algumas bolinhas apresentaram dimensões diferentes das demais. Como já citado na seção do projeto, elas possuem uma diferença de até 5% em seu tamanho, o que justifica a diferença de dosagem. Com isso, conclui-se que o sistema de dosagem volumétrica atende a especificação do projeto, sendo que em ciclos de dosagem a possível diferença de volume não é representativa, chegando ao máximo a 5%. 98 4.4 Montagem do experimento Após a realização de alguns experimentos práticos, em que foi possível BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) validar os módulos projetados nesse trabalho, desenvolveu-se no software de programação STEP 7 um algoritmo para controlar e monitorar a plataforma didática. Onde se planejou o controle dos módulos de forma a testar a sua flexibilidade. Além disso, com o software SIMATIC WinCC Flexible, versão 2005, do fabricante Siemens, criou-se um ambiente gráfico para supervisioná-la, conforme Figura 54. Figura 54 – Supervisório Fonte: o autor. Com o desenvolvimento dos softwares monitorou-se variáveis como a velocidade das esteiras, e o dos buffers, acionamento dos módulos, controle dos drivers de dosagem e pesagem, quantidade dosada, tempo entre as dosagens, fluxo de vazão dos produtos, sincronismo entre os processos, controle de fluxo dos potes, indicação de peso, contagem de produtos, inspeção, controle de qualidade. Além disso, pode-se utilizar a planta para outras atividades didáticas como gerenciamento de produção, testando métodos para aumentar a sua eficiência. Também é possível realizar atividades com desenvolvimento de um controle PID entre os modelos de dosagem e pesagem. 99 Com a realização dos experimentos práticos e com o desenvolvimento do software chegou-se no objetivo proposto, no qual foi possível simular processos de BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) enchimento e pesagem de potes, com os Buffers tornou-se os processos simultâneos, também com eles foi possível separar os processos de forma que até três grupos possam trabalhar na planta ao mesmo tempo. Além disso, mostrou-se que os módulos são flexíveis, permitindo alterações em sua estrutura, onde também é possível adicionar sensores, atuadores elétricos, de forma que possam simular diferentes atividades. Na Figura 55 é apresentada a Planta de Manufatura Flexível Multidisciplinar. Figura 55 - Planta didática Univates Fonte: o autor. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 100 5 CONCLUSÃO Nesse trabalho foram descritas todas as etapas do projeto e implementação de uma Planta de Manufatura Flexível Didática, desde a escolha dos requisitos iniciais, definição das dimensões dos módulos, dos processos, das funcionalidades, até a seleção dos componentes necessários para sua construção. Com a proposta elaborada, conseguiu-se alcançar o objetivo de criar uma planta didática flexível. Nela os alunos podem pôr em prática o conhecimento adquirido nas disciplinas, realizando tarefas similares aos processos industriais existentes, como dosagem, contagem, controle de fluxo, controle de qualidade e armazenamento de produtos. Além disso, é possível que até três grupos de alunos possam praticar atividades diferentes simultaneamente. O desenvolvimento do trabalho contemplou o projeto mecânico dos módulos, bem como sua automação. Foram previstos ajustes no processo, de forma a tornar a planta uma estrutura flexível, onde possa se utilizar embalagens diferentes, acrescentar sensores e atuadores e, ainda permitir a troca dos componentes elétricos já instalados. Além disso, elaborou-se um sistema de controle e supervisão, de forma a verificar e validar as funcionalidades da planta. Com esse projeto, os cursos de engenharia, em evidência o de Controle e Automação, passam a dispor de uma plataforma didática importante para auxiliar na aprendizagem dos alunos e também os professores na elaboração de práticas que sejam condizentes com os processos encontrados no mercado atual. Além disso, é um recurso didático capaz de despertar o interesse de novos alunos para os cursos de engenharia. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 101 6 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS Para melhorar a eficiência do sistema de dosagem sugere-se o redimensionamento do motor, utilizando-se um motor que tenha resposta mais rápida aos estímulos do CLP e também de maior potência. É interessante realizar a incorporação de uma interface homem-máquina (IHM), possibilitando uma interação em tempo real do controle das variáveis do sistema. Além disso, é importante concluir o projeto da planta com a implementação do colocador de tampas e o sistema de lacre. Outra sugestão viável é a inclusão de um robô no fim da linha de produção, a fim de armazenar produtos e realizar ensaios para avaliar a efetividade da planta e analisar possíveis gargalos de produção. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 102 REFERÊNCIAS ALFA I. E. L.; Indicadores de Pesagem Linha 3100C.S. 2012. 27p. 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