Doenças Infecto-Contagiosas e Infecção Cruzada no Laboratório de

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MARIA DA GRAÇA AMARAL DA SILVA
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS CAUSADAS POR INFECÇÃO CRUZADA NO
LABORATÓRIO DE PRÓTESES DENTÁRIAS
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
2009
1
MARIA DA GRAÇA AMARAL DA SILVA
DOENÇAS I NFECTO-CONTAGIOSAS CAUSADAS POR INFECÇÃO CRUZADA
NO LABORATÓRIO DE PRÓTESES DENTÁRIAS
Monografia para Obtenção do Título
de Técnico em Prótese Dentária da
Escola Técnica Philadelpho Gouvêa
Netto de São José do Rio Preto.
Professor Orientador: Dr. Gustavo C.
Botelho Nogueira
SÃO JOSÉDO RIO PRETO
2009
2
Agradeço a Deus a oportunidade e a capacidade a que me concedeu,
e aos Professores pela paciência e dedicação.
3
Dedico esta monografia ao meu marido
e filhos pelo incentivo
4
“O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma.
Não tenha medo de errar, pois você aprenderá
a não cometer duas vezes o mesmo erro.”
Theodore Roosevelt
5
RESUMO
O número de doenças infecciosas e a infecção cruzada ainda vêm se
disseminando entre os profissionais da área odontológica, seja ele dentista,
auxiliares ou protéticos. O objetivo deste trabalho é apontar os riscos existentes no
manuseio de moldagens, equipamentos e instrumentais contendo saliva e ou
sangue contaminados por vírus, bactérias e fungos no laboratório de prótese
dentária. Este trabalho aborda o agente infeccioso, a penetração no hospedeiro, a
proliferação e sinais e sintomas de diversas doenças.
6
ABSTRACT
The number of infectious diseases and cross infection has been spreading
even among professionals in the dental field, bathe, assistant, surgeon dentist and
prosthetic technician. The good off this paper is to evidence the risks in the handling
of impression, equipment and instruments and with saliva or blood contaminated by
viruses, bacteria and fungi in the dental laboratory. This work deals with the
infectious agent, the lest penetration, the proliferation, signs and symptoms of
various diseases.
7
SUMÁRIO
1. Resumo............................................................................................................6
2. Resumo em língua estrangeira - Abstract.......................................................7
3. Sumário............................................................................................................8
4. Introdução.........................................................................................................9
5. Bactérias.........................................................................................................18
6. Vírus................................................................................................................27
7. Fungos............................................................................................................36
8. Infecção Cruzada............................................................................................41
9. Conclusão.......................................................................................................43
10. Referências Bibliográficas...............................................................................44
11. Lista de Figuras...............................................................................................45
8
1. INTRODUÇÃO
No ano 300 ac., Hipócrates1, célebre médico na historia da medicina grega, foi
o primeiro a indicar no tratamento de feridas infectadas era com calor, o uso de
pomadas e remoção de material necrosado.
Surgiu a utilização de erva medicinal, mel e leite, e o vinagre como assepsia,
com recomendações de lavagens de feridas com vinho e vinagre e a manutenção do
local seco. Ele observou que quando ocorria à evisceração, banhando as alças
intestinais em vinho antes de recolocá-las no abdômen evitava a peritonite.
(inflamação do peritônio - membrana serosa, transparente, com duas camadas parietal e visceral - que cobre as paredes abdominais e alguns órgãos.)
Fig.1(HIPÓCRATES-300 a.C.)
Em 24 de outubro de 1632, nasce em Delf na Holanda, ANTONI VAN
LEEUWENHOK2, primeiro microbiólogo que se tem conhecimento, diz ele ter
9
inventado o microscópio, embora essa atribuição seja dada a HANS e ZACARIAS
JANSEN.
LEEUWENHOEK
foi
seguramente
o
primeiro
a
fazer
observações
microscópicas de materiais biológicos.
Numa carta, datada de 9 de Setembro de 1676, escrevia à Royal Society of
London, que incentivava pensadores de toda a Europa a contribuírem com idéias ou
descobertas cientificas a serem publicadas. O teor era estranho para a época.
Dizia: No ano de 1675, meados de Setembro descobri criaturas vivas na água
da chuva que ficava estaguinada por alguns dias num novo barril...Isso encorajoume a investigar essa água mais atentamente, já que esses (animais) me pareciam
aos olhos mais de dez mil vezes menores que o (animal) de nome pulga d´água, que
se pode ver em movimento na água à vista desarmada.
Comerciante Textil-Holandes, LEEUWENHOEK divertia-se, nas horas vagas,
a montar lentes, tendo observado, aquilo que denominou de “animalculus”,
pequenas criaturas vivas apenas identificáveis através de vidros curvos que montou
num microscópio rudimentar.
Viu microorganismos que moviam em gotas de chuva, infusões pútricas,
saliva e vinagre. Em outra carta, narra o horror das pessoas que o visitavam para
testemunhar as suas descobertas.
Vieram várias damas à minha casa ver as enguias no vinagre, mas algumas
tão enjoadas com o espetáculo que juravam nunca mais usar vinagre. E se alguém
contasse a essas pessoas, no futuro, que há mais dessas criaturas nos resíduos dos
dentes da boca de um homem, do que o total de homens em todo o reino?
Especialmente naqueles que nunca limpam os dentes.
Naquela época as observações de LEEUWNHOEK, homem de pouca
formação cientifica, teve grande interesse na comunidade cientifica, foi ele que deu
os primeiros passos no universo do microscópio permitindo assim a outros
prosseguirem com seus estudos.
LEEUWENHOEK viveu até aos 90 anos.
10
Fig.2 - ANTONI VAN LEEUWENHOK - 1632
LOUIS PASTEUR3 (1822-1895) em 1842 obteve o bacharelado em ciências
em Bensançon, na França, sendo lhe atribuída a nota de medíocre em química.
Graças as suas pesquisas sempre coroadas de êxito, PASTEUR ascendeu
sistematicamente.
PASTEUR, do ponto de vista teórico, contribuiu para responder as indagações
sobre o ciclo da vida e da morte, na natureza, ao considerar os fenômenos da
fermentação e putrefação.
No ponto de vista prático, sua influência ainda é maior, ao descobrir a ação
transmissora e o campo de propagação dos microorganismos. As descobertas de
PASTEUR contribuirão para a evolução da medicina preventiva dos métodos
cirúrgicos de higiene em geral.
A partir de 1865 dedicou-se aos problemas das moléstias contagiosas. Em
1868 sofre uma paralisia do lado esquerdo, mas continua suas pesquisas. De 1887
11
em diante estuda doenças infecciosas dos animais superiores. Os últimos anos dele
foram os mais importantes, descobriu a origem dos furúnculos e da osteomielite na
bactéria, hoje denominada estafilococos, e o causa da infecção puerperal na
bactéria, hoje denominada estreptococos.
Sustentou polêmicas memoráveis com os membros da academia de medicina
ao declarar taxativamente que as doenças contagiosas eram causadas por agentes
exteriores, recomendando medidas profiláticas especiais.
Depois de 1879 descobriu duas importantes vacinas preventivas, contra a
cólera das galinhas, pela inoculação de micróbios de virulência atenuada, e contra a
raiva. Esta última, doença do sistema nervoso, apresenta quando transmitida ao
homem, em período de incubação, durante o qual se poda aplicar a vacina. Foi sua
maior contribuição para a evolução da medicina.
O instituto PASTEUR foi inaugurado em 1888 e logo teria filiais no mundo
inteiro com difusão dos estudos bioquímicos.
Fig.3 - Louis Pasteur - 1882–1895
12
ALEXANDRE FLEMING4 (1881-1955) médico escocês, conclui o curso em
1906 e começa a pesquisar, em seguida, substâncias com potencial bactericida, que
não sejam tóxicas ao organismo humano. Durante a guerra, foi médico militar nas
frentes de batalha da França e ficou impressionado pela grande mortalidade nos
hospitais de campanha, causadas pelas feridas de armas de fogo que resultavam
em gangrena.
Finalizada a guerra, regressou ao hospital St. Mary, onde buscou
intensamente, um novo anti-séptico que evitasse a dura agonia provocada pelas
infecções durante a guerra.
O descobrimento da lisozima (enzima com atividade de muramidase - destrói
a parede celular das bactérias - e ação microbiana contra bactérias gram-positivas).
Fig.4 - ALEXANDRE FLEMING - 1881–1955
JOSEPH LISTER5 (1827-1912) nascido em Upon, Essex, filho de um
comerciante de vinhos de Londres, desenvolveu a cirurgia anti-séptica, poupando
inúmeros pacientes da dor e da morte horrível de infecção pós-cirurgia.
13
Seu pai inventou a lente acromática que criou o microscópio moderno, e
incentivou o filho o interesse do menino em microbiologia.
Formou-se em medicina na University College Hospital em 1852, em Londres.
Praticada e ensinada à primeira cirurgia em Edimburgo e em seguida em Glasgow,
na Escócia. LISTER, como cirurgião, tornou-se cada vez mais perturbado com a taxa
de infecção, muitas vezes fatal que se desenvolveu em seus pacientes após a
cirurgia.
O químico Thomas Anderson (1819-1874) chamou a atenção de LISTER às
idéias de Louis Pasteur. LISTER imediatamente concluiu que os microorganismos
descritos por Pasteur levada ao ar causavam infecção nas feridas. Ele desenvolveu
um método para destruir esses organismos com ácido fênico como um anti-séptico.
LISTER usou sua nova técnica em cirurgia em março de 1865. Apesar desta e
muitas outras cirurgias posteriores comprovarem a eficácia do método de LISTER
para prevenir as infecções, a idéias de LISTER foram vigorosamente contestadas
por muitos colegas médicos, que achavam os procedimentos anti-sépticos eram
ridiculamente complicado e supérfluo.
Fig.5 - JOSEPH LISTER – 1827-1912
14
LISTER continuou o uso de seus métodos de anti-sepsia, com o significado
tornou-se amplamente reconhecido no final dos anos de 1870 a 1880.
Suas outras contribuições para a cirurgia incluem o uso de suturas
absorvíveis e da introdução da drenagem de feridas.
PHILIPP IGNATZ SEMMELWEISS6 (1818–1865) fazia parte do império
austríaco. Graduou-se em medicina em 1844. Nesta época grande parte da
medicina antiga baseava-se no chamado “consenso médico”. Todos os modelos ou a
filosofia de tratamento que se tornassem aceitos pelo estabelecimento médico, eram
tidos como uma espécie de evangelho e mantidos como verdades imutáveis pelos
seus adeptos. Diversos tratamentos, incluindo o uso de sangrias, laxantes, catárticos
e até mesmo sanguessugas, já estiveram em voga como recursos "oficiais".
Apesar da evolução tecnológica e do pensamento cientifico ter se tornado
mais sofisticado, a filosofia da medicina moderna é bem semelhante à antiga, pois
permanece o ponto de vista segundo o qual o corpo humano é somente um
mecanismo físico. A diferença é que "as engrenagens e correias" estão se tornando
progressivamente menores e adquirem funções cada vez mais amplas. O tratamento
das doenças baseava-se na aplicação de poções, mistura complicada, cataplasma e
métodos cirúrgicos que se tornavam consagrados. Ocasionalmente, faziam-se
tentativas pioneiras de experimentar coisas novas. Na maioria das vezes, esses
médicos que experimentavam tratamentos diferentes, ou não ortodoxos, eram
considerados charlatães pelos seus colegas. Este fato aconteceu com a descoberta
do microscópio, que acabou mais tarde forçando os médicos relutantes a aceitarem
as evidencias mostradas por Lister e outros pensadores pioneiros que afirmavam
serem "germes invisíveis" a causa dos males.
Quando as pesquisas confirmaram a veracidade dos fatos, esses cientistas,
antes tidos como charlatães (Lister, Pasteur e outros) acabaram sendo elevados à
condição de heróis da humanidade. Para muitos médicos, o conceito de influencias
deletérias invisíveis era difícil de compreender e a incapacidade de acreditar e que
15
os germes podiam causar doenças contribuiu para a ocorrência de muitas mortes,
muito sofrimento, e retardar o progresso da medicina, principalmente por dificultar a
melhora das condições de higiene das salas de cirurgia. Os médicos operavam os
pacientes de mãos nuas depois de terem manuseados cadáveres e outros enfermos.
Não eram comuns os médicos se darem ao trabalho de lavar rigorosamente as
mãos antes de uma cirurgia. A ausência de esterilização frequentemente resultava
em misteriosas infecções e em outras complicações.
Um caso que ilustra bem a condição obscura desse tipo de mentalidade foi o
do Dr. Sommelweiss, médico de Dresden, que, bem antes de Pasteur, aventou a
possibilidade de existirem causas invisíveis capazes de produzirem infecções ou
males febris. Sommelweiss era um professor universitário padrão e obstetra do
hospital local, muito respeitado e guia de muitas dezenas de discípulos. Na sua
época (século XIX), a obstetrícia era ainda muito rudimentar, sendo que a maioria
dos partos eram realizados a domicilio, por parteiras ou por irmãs de caridade; os
médicos só eram procurados para os casos complicados, o que raramente não se
tornavam óbitos duplos devidos à falta de assepsia. Preocupado com isso, ele
começou a observar os partos realizados pelas freiras, cuja incidência letal era
muitas vezes inferior à daqueles realizados por médicos no hospital. Chamou à
atenção do médico a única diferença entre os dois tipos de atividades, que as
religiosas lavavam suas mãos em água benta para "santificar o ato". Nessa época, a
medicina vivia o início da sua "racionalidade cientifica", e que qualquer resquício de
religião era radicalmente criticado. Secretamente, Sommelweiss adquiriu um pouco
de água benta e passou também a lavar as mãos antes de realizar partos e
cirurgias. Como o resultado fora satisfatório, ele empolgou-se e passou a exigir que
seus alunos fizessem o mesmo. A partir daí a incidência de mortes por infecção pós
parto diminuiu muito, mas o médico começou a ser duramente criticado pelos
"doutos" (os representantes da Ciência Oficial) da época. Apesar das fortes
evidências, os demais professores não podiam acreditar na necessidade de
"abençoar" as mãos. Durante a sua defesa num dos inúmeros processos que
Sommelweiss sofreu, ele chegou a dizer: "Eu não sei do que se trata, se é Deus ou
alguma coisa, mas estou feliz por não perder mais tantas pacientes. Aconselho, pois,
que todos aqui adotem a mesma prática, pois a profissão médica existe para fazer o
bem e não para se lançar em discussões vazias ou manter teorias sustentadas por
16
vaidades .
Além de ter sido expulso da universidade, Sommelweiss foi impedido de
exercer a profissão e acabou morrendo na miséria, enquanto no hospital a incidência
de mortos por infecção voltou à situação anterior.
Conta-se, contudo, que diversos discípulos de Sommelweiss continuaram a
lavar as mãos em água benta. Depois que o microscópio mostrou a existência dos
germes e as opiniões tiveram que mudar, o trabalho de Philipp Ignatz Semmelweiss
foi finalmente reconhecido.
Hoje existe em Dresden uma estátua em homenagem a ele
Fig.6 (PHILIPP GNATZ SEMMELWEISS - 1818–1865)
17
2. BACTÉRIAS
Fig.7 - bactérias agrupadas
As bactérias são seres unicelulares aclorofilados, microscópicos, que se
reproduzem por divisão binária. Elas são células esféricas ou em forma de
bastonetes curtos com tamanhos variados, alcançando às vezes micrômetros
linearmente. Na maioria das espécies, a proteção da célula é feita por uma camada
extremamente resistente, a parede celular, havendo imediatamente abaixo uma
membrana citoplasmática que delimita um único compartimento contendo DNA,
RNA, proteínas e pequenas moléculas.
Através da microscopia eletrônica, o interior celular aparece com uma matriz
de textura variada, sem, no entanto, conter estruturas internas organizadas
As
bactérias
são
pequenas
e
podem
multiplicar-se
com
rapidez,
simplesmente se dividindo por fusão binária.
Quando o alimento é farto, "a sobrevivência dos mais capazes" em geral
significa a sobrevivência daqueles que se dividem mais rapidamente. Em condições
adequadas, uma simples célula procariótica pode dividir-se a cada 20 minutos,
dando origem a 5 bilhões de células (número aproximadamente igual à população
humana da terra) em pouco menos de 11 horas.
18
À habilidade em dividir-se de maneira rápida possibilita populações de
bactérias a se adaptar às mudanças de ambiente. Sob condições de laboratório por
exemplo, uma população de bactérias mantida em uma dorna evolui dentro de
poucas semanas por mutações de seleção natural para utilização de novos tipos de
açúcares como fonte de carbono e de energia.
Na natureza, as bactérias vivem em uma enorme variedade de nichos
ecológicos e mostram uma riqueza correspondente na sua composição bioquímica
básica. Dois grupos de bactérias distintamente relacionados são reconhecidos:
o
As eubactérias, que são os tipos comuns encontrados na água, solo e
organismos vivos maiores.
o
As arquibactérias, que são encontradas em ambientes realmente
inóspitos, como os pântanos, fontes termais, fundo do oceano, salinas,
vulcões, fonte ácidas, etc.
Existem espécies bacterianas que utilizam virtualmente qualquer tipo de
moléculas orgânicas como alimento, incluindo açúcares, aminoácidos, gorduras,
hidrocarbonetos, polipeptídios e polissacarídeos. Algumas podem também obter
seus átomos de carbono do gás carbônico e o seu nitrogênio do N2.
Apesar de sua relativa simplicidade, as bactérias são os mais antigos seres
que se têm notícias e também são os mais abundantes habitantes da terra
Fig.8 - Estrutura de uma célula: A - Pili; B - Ribossomos; C - Cápsula; D - Parede celular; E - Flagelo;
F - Citoplasma; G - Vacúolo; H - Plasmídeo; I - Nucleído; J - Membrana celular
19
2.1. Estruturas da célula bacteriana.
As bactérias podem ser classificadas, quanto a sua fórmula, em três grupos
básicos
•
Cocos, que são células esféricas que quando agrupadas aos pares
recebem o nome de diplococos. Quando o agrupamento constitui uma cadeia
de cocos estes são denominados estreptococos. Cocos em grupos
irregulares,
lembrando
cachos
de
uva
recebem
a
designação
de
estafilococos.
•
Bacilos, são células cilíndricas, em forma de bastonetes, em geral se
apresentam como células isolada, porém ocasionalmente, pode-se observar
bacilos aos pares (diplobacilos) ou em cadeias (streptobacilos).
•
Espirilos são células espiraladas e geralmente se apresentam como
células isoladas.
Fig.9 - Bactérias em forma de cocos, bacilos e espirilos
20
CROMOSSOMO
As bactérias apresentam um cromossomo circular, que é constituído por uma
única molécula de DNA bicatenário, tendo sido também chamado de corpo
cromatínico. É possível às vezes, evidenciar mais de um cromossomo numa bactéria
em fase de crescimento uma vez que a sua divisão precede a divisão celular. O
cromossomo bacteriano contém todas as informações necessárias à sobrevivência
da célula e são capazes de auto-replicação
PLASMIDEOS
Existem ainda no citoplasma de muitas bactérias, moléculas menores de
DNA, também circulares, cujos genes não codificam características essenciais,
porém muitas vezes conferem vantagens seletivas à bactéria que as possui. Estes
elementos extra cromossômicos, denominados plasmídeos, são autônomos, isto é,
são capazes de autoduplicação independente da replicação do cromossomo e
podem existir em número variável no citoplasma bacteriano.
RIBOSSOMOS
Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma
aparência granular ao citoplasma. Os ribossomos são constituídos por duas
subunidades, 30S e 50S, que ao iniciar a síntese protéica reúnem-se formando a
partícula ribossômica completa de 70S. Embora o mecanismo geral da síntese
protéica das células procarióticas e eucarióticas seja o mesmo, existem diferenças
consideráveis em relação à biossíntese e estrutura dos ribossomos.
21
GRANULOS DE RESERVAS
As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular
substâncias de reserva sob a forma de grânulos constituídos de polímeros
insolúveis. São comuns polímeros de glicose (amido e glicogênio), ácido betahidroxibutírico e fosfato. Estes grânulos podem ser evidenciados pela microscopia
óptica, utilizando colorações específicas.
MESOSSOMOS
Este termo se refere à invaginações da membrana celular, que tanto podem
ser simples dobras como estruturas tubulares ou vesiculares. Diversas funções têm
sido atribuídas aos mesossomos, tais como: papelna divisão celular e na respiração.
PAREDE
De acordo com a constituição da parede, as bactérias podem ser divididas em
dois grandes grupos:
- Gram-negativas: se apresentam de cor avermelhada quando coradas pelo
método de Gram.
- Gram-positivas: se apresentam de cor roxa quando coradas pelo método de
Gram.
A parede das gram-positivas é praticamente formada de uma só camada,
enquanto a das gram-negativas é formada de duas camadas. Entretanto, Os dois
tipos de parede apresentam uma camada em comum, situada externamente à
membrana citoplasmática que é denominada camada basal, mureína ou
peptídeoglicano. A segunda camada, presente somente na células das gramnegativas é denominada membrana externa. Entre a membrana externa e a
membrana citoplasmática encontra-se o espaço periplasmático no qual está o
peptídeoglicano.
22
Técnica de Gram.
É a técnica de coloração de preparações histológicas para observações ao
microscópio óptico. Utilizada para corar diferencialmente microorganismos com base
na composição química e integridade da sua parede celular. Tal método se deve ao
médico dinamarquês Hans Christian Joachi Gram. (1853-1938).
CAPSULAS
Muitas bactérias apresentam externamente à parede celular, uma camada
viscosa
denominada
cápsula.
As
cápsulas
são
geralmente
de
natureza
polissacarídica, apesar de existirem cápsulas constituídas de proteínas.
A cápsula constitui um dos antígenos de superfície das bactérias e está
relacionada com a virulência da bactéria, uma vez que a cápsula confere resistência
à fagocitose.
FLAGELOS
O flagelo apresenta-se ancorado a membrana plasmática e a parede celular
por uma estrutura denominado corpo basal, composta por dois anéis, nas bactérias
gram-positivas e por quatro nas gram-negativas, de onde saem uma peça
intermediária em forma de gancho que se continua com o filamento. As bactérias
que apresentam um único flagelo são denominadas monotríquias e bactérias com
inúmeros flagelos são denominadas peritríquias.
Via de regra, bacilos e espirilos podem ser flagelados, enquanto cocos, em
geral, não o são. O flagelo é responsável pela mobilidade da bactéria.
23
FIMBRIAS
As fímbrias ou pili são estruturas curtas e finas que muitas bactérias gramnegativas apresentam em sua superfície, não estão relacionadas com a mobilidade
e sim com a capacidade de adesão. Outro tipo de fímbria é fímbria sexual, que é
necessária para que bactéria possa transferir material genético no processo
denominado conjugação
ESPOROS
Esporos é uma célula, formada no interior da célula vegetativa, altamente
resistente ao calor, dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz de
permanecer em estado latente por longos períodos e de germinar dando início à
nova célula vegetativa.
A esporulação tem início quando os nutrientes bacterianos se tornam
escassos, geralmente pela falta de fontes de carbono e nitrogênio.
2.2. Tuberculose
Fig.10. – Raio-X de paciente com tuberculose.
A Tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Micobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista
24
alemão Robert Koch, em 1882, sua transmissão é por aerosois, ao tossir, espirrar ou
escarrar, gotículas de saliva contem o agente infeccioso, maior risco na transmissão
em locais fechados e pouca ventilação, algumas pessoas podem não apresentar
sintomas, ou estes podem ser ignorados por serem parecidos com os de uma gripe.
Tosse seca e continua com secreção e com duração de mais de quatro semanas,
sudorese noturna, cansaço excessivo, palidez, falta de apetite e rouquidão são os
sintomas da doença. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acumulo de
pus na pleura pulmonar são característicos mais graves.
O diagnóstico é feito via análise dos sintomas e radiografia do tórax. Exames
laboratoriais das secreções pulmonares e escarro do individuo são procedimentos
confirmatórios.
A prevenção é a vacina BCG (bacilo de calmette – guérin) é feita no primeiro
mês de vida fornecendo proteção em 80% dos casos.
O bacilo de koch se reproduz e se desenvolve rapidamente em áreas do
corpo com muito oxigênio, o pulmão é o principal órgão atingido pela tuberculose.
Fig10. 1. - Bacilos se instalam no
Fig10. 2. - Após o período de 15
Fig.10.3 - Com o tempo e sem
pulmão.
dias, os bacilos passam a se
tratamento e com o avanço da
multiplicarem com facilidade nos
doença, começam os sintomas
pulmões caracterizadas por
mais graves, os bacilos cavam as
pequenas lesões (Nódulos).
chamadas Cavernas Tuberculosas,
que inflamam e sangram.
25
Fig.11 - pulmão sadio
Fig.12 - Pulmão tuberculoso.
26
3. VÍRUS
Fig.13 - vírus agrupados.
Os vírus não são nem animais, nem vegetais e nem bactérias, mas um reino
de estudado à parte. Chamados de parasitas intracelulares obrigatórios (só
conseguem viver dentro das células do corpo). Somente são vistos na microscopia
eletrônica (com aumento de milhares de vezes). Só conseguem se reproduzir dentro
de células de um organismo vivo seja ele animal, vegetal ou bactéria. Ao se
reproduzirem, utilizam-se de várias substâncias que encontram no interior da célula
hospedeira. São todos parasitas.
Fora de uma célula viva, os vírus não têm nenhuma atividade. São inertes e
podem até cristalizar-se, como os minerais. Eles não têm organização celular. Eles
se reproduzem no interior de uma célula viva e sofrem mutações. Já houve muita
discussão a respeito - os vírus são seres vivos ou não? Embora a maioria dos
cientistas considere os vírus como seres vivos, estes não são enquadrados em
nenhum dos cinco grandes reinos.
O organismo de um vírus é constituído basicamente de uma cápsula de
proteínas, que contém em seu interior o material genético ou reprodutor.
O vírus bacteriófago infecta bactérias. Para se reproduzir, o bacteriófago fixa27
se na superfície da bactéria hospedeira através da cauda, perfura a membrana
celular e injeta todo o material genético.
Em outros casos, como o que ocorre com o vírus da gripe, ele penetram
inteiros no interior da célula hospedeira, onde se reproduzem. Em poucas horas, a
célula hospedeira começa a liberar novos vírus, já formados. Neste caso, os vírus
não arrebentam as células hospedeiras, mas muitas dessas células podem morrer
devido à infecção. Na antiguidade, vírus era sinônimo de veneno e se referia a
agentes de natureza desconhecida que provocavam diversas doenças.
Só conseguem se reproduzir dentro de células de um organismo vivo seja ele
animal, vegetal ou bactéria. Ao se reproduzirem, utilizam-se de varias substâncias
que encontram no interior da célula hospedeira. São todos parasitas.
A descoberta dos vírus deve-se a Dimitri Ivanowsky (em 1892), que, ao
estudar a doença chamada ‘mosaico do tabaco’, detectou a possibilidade de
transmissão da doença a partir de extratos de vegetais doentes para vegetais
sadios, por meio de experimentos com filtros capazes de reter bactérias. Essa
moléstia afeta as plantas do fumo, manchando as folhas com áreas necrosadas e
levando-as à morte.
Em 1935, cristais de vírus foram isolados e observados ao microscópio pela
primeira vez. A sua composição parecia principalmente protéica, porém constatou-se
mais tarde uma pequena quantidade de ácidos nucléicos
Nos sistemas tradicionais de classificação dos seres vivos, os vírus não são
incluídos por não apresentarem características morfológicas celulares. Eles
possuem estrutura molecular apenas visível ao microscópio eletrônico. Sua estrutura
vem sendo cada vez mais esclarecida, à medida que a tecnologia em microscopia
eletrônica evolui. Eles são tão pequenos que podem penetrar na célula das menores
bactérias que se conhecem.
28
3.1. HEPATITE B
A hepatite B é uma doença contagiosa do fígado que varia de
gravidade, de moderada durando algumas semanas, até grave para toda a vida.
Essa doença é decorrente de infecção pelo vírus da hepatite B. Pode ser aguda ou
crônica. Hepatite aguda é uma doença de curta duração que ocorre dentro dos
primeiros seis meses depois da exposição ao vírus. A infecção aguda pode se
transformar em crônica. A hepatite B crônica é uma doença de longa duração que
ocorre quando o vírus permanece no organismo da pessoa. A hepatite B crônica é
uma doença grave que pode resultar em problemas de longo prazo para a saúde,
incluindo danos ao fígado, câncer de fígado ou até a morte.
Fig.(14) vírus da hepatite b
Transmissão
A hepatite B é transmitida quando sangue, sêmen ou outro fluido infectado
com o vírus da doença entra no organismo de uma pessoa infectada. A transmissão
da hepatite B pode ocorrer durante: O nascimento, passando da mãe infectada ao
bebê; relação sexual com um parceiro infectado; compartilhamento de agulhas e
seringas infectadas; compartilhamento de itens como aparelho de barbear ou escova
de dente com uma pessoa infectada; contato direto com sangue ou feridas abertas
de uma pessoa infectada; exposição a sangue proveniente de agulhas ou outros
instrumentos perfurantes.
29
Muitas pessoas com hepatite B crônica não sabem que estão infectadas por
não parecerem doentes. Porém, essas pessoas ainda podem transmitir o vírus da
hepatite B.
Embora qualquer um possa ser infectado pelo vírus da hepatite B, algumas
pessoas têm maior risco, entre elas estão aquelas que são expostos ao sangue no
trabalho.
Sintomas da hepatite B aguda
Ao contrário dos adultos, geralmente crianças pequenas não desenvolvem
sintomas da hepatite B aguda. A maior probabilidade de desenvolver sintomas é
quando a pessoa infectada tem mais de 5 anos de idade. Em torno de 70% dos
adultos desenvolve sintomas da infecção, que podem incluir: Febre, fadiga, náusea,
vômito, dor abdominal, urina escura, fezes de cor pálida, intestino solto, dor nas
articulações e icterícia (pele e olhos amarelados).
Em geral os sintomas aparecem em 3 meses após a exposição. Entretanto,
eles podem ocorrer a qualquer tempo entre 6 semanas e 6 meses depois da
exposição. Os sintomas costumam durar algumas semanas, porém podem se
estender até 6 meses.
Sintomas da hepatite B crônica
Algumas pessoas têm sintomas similares à hepatite B aguda, porém a maioria
das pessoas com hepatite B crônica não apresentam sintomas até os 20 ou 30 anos
de idade. Em torno de 15-25% das pessoas com hepatite b crônica desenvolvem
sérios problemas no fígado, como cirrose ou câncer de fígado. Ainda que o fígado
fique doente, algumas pessoas ainda assim não apresentarão sintomas.
Diagnóstico da hepatite B
Uma vez que muitas pessoas com hepatite B não apresentam
sintomas, o médico faz o diagnóstico por um ou mais testes de sangue.
30
Tratamento da hepatite B aguda
Não existe medicamento para tratar a hepatite B aguda. Durante a infecção
de curto prazo os médicos geralmente recomendam descanso, nutrição adequada e
fluidos, embora muitas pessoas necessitam ser hospitalizadas.
Tratamento da hepatite B crônica
Pessoas com hepatite B crônica devem procurar um médico com experiência
no tratamento dessa doença. Indivíduos com hepatite B crônica devem ser
monitorados regularmente para sinais da doença no fígado e avaliados para
possíveis tratamentos.
Prevenção da hepatite B
A melhor forma de prevenção da hepatite B é a vacinação. A vacina
contra hepatite B é segura, eficiente e dada em 3 ou 4 doses. Todos os bebês
devem ser vacinados, começando com a primeira dose ao nascimento. Pessoas que
não foram vacinadas quando bebês também devem se vacinar para prevenção
contra a hepatite B. Em geral os sintomas aparem em 3 meses após a exposição.
Entretanto, eles podem ocorrer a qualquer tempo entre 6 semanas e 6 meses depois
da exposição. Os sintomas costumam durar algumas semanas, porém podem se
entender até 6 meses.
3.2. HEPATITE C
Pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem doença crônica e
lenta, sendo que a maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito
31
inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou
desconforto no hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser realizado
através de exames para doação de sangue, exames de rotina, ou quando sintomas
de doença hepática surgem, já na fase avançada de cirrose.
Fig.15 - Imagem do Vírus da Hepatite C.
Transmissão
A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado.
. O vírus da hepatite C chega a sobreviver de 16 horas a 4 dias em ambientes
externos. Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de drogas
endovenosas, pacientes em hemodiálise e trabalhadores da área de saúde.
Diagnóstico
O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo a sorologia
para anti-HCV pelo método ELISA (é um teste imunoenzimático que permite a
detecção de anticorpos específicos no plasma do sangue).
32
Prevenção
A incidência de hepatite C pôde ser reduzida pelo rastreamento
adequado de doadores de sangue nas últimas décadas. Hoje, apenas 5% dos novos
casos são adquiridos dessa forma. Hoje, a melhor forma de prevenção reside no
combate ao uso de drogas endovenosas. Protocolos de tratamento logo após
infecção (contato com sangue contaminado) não apresentaram resultados favoráveis
e não são recomendados. Ainda não há perspectiva a médio prazo de uma vacina
eficiente.
3.3. CAXUMBA (Parotidite)
Caxumba (parotidite) é uma doença imunoprevinivel, de transmissão
respiratória. Causada pelo vírus da caxumba, em geral a imunidade é permanente.
Fig.16 - Imagem do Vírus Parotidite (Caxumba)
33
Transmissão
O ser humano é o único hospedeiro natural do vírus da caxumba.
A transmissão ocorre através do contato de pessoas infectadas através de
secreções (gotículas de saliva, tosse e espirro). O vírus se replica na mucosa da
nasofaringe e nos gânglios linfáticos regionais. A disseminação do vírus ocorre
através da corrente sanguínea (viremia).
A proteção mais importante contra a caxumba é a vacinação, a tríplice viral.
3.4. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Desde a metade dos anos 80, uma grave doença se abateu sobre a
população mundial, a chamada Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Por
mais que ela pareça envolver apenas aqueles que tratam dos pacientes em seus
consultórios, não é possível deixar de considerar que, devido ao período de
sobrevivência do HIV, que ele não poderia, ainda que conceituadamente vir a afetar
os Técnicos em Prótese Dentária. (TPDs).
O vírus está presente em líquidos secretados pelo organismo de pessoas
contaminadas: sangue, esperma e secreções vaginais.
O vírus apresente predileção por células do sistema imunológico, ele penetra
na célula de defesa causando a sua morte, a imunodeficiência e suas
conseqüências começam quando o numero de linfócitos começa a declinar e os
órgãos linfóides não conseguem repor as células destinadas.
Transmissão.
A transmissão só é possível se existir penetração do liquido contaminado no
organismo sadio. Devem se cumprir obrigatoriamente 2 condições:
34
a) O vírus tem que estar em quantidade suficientemente importante no liquido
contaminante.
b) O vírus tem que encontrar uma porta de entrada para penetrar no
organismo. As portas de entrada podem ser lesões das mucosas (genital, anal,
bucal) ou lesões da pele.
Fig.17 - Representação do Vírus HIV
35
4. FUNGOS
Através de métodos específicos, os fungos podem ser isolados de seu
habitat, das vias de dispersão, dos vários materiais contaminados e de diversos
hospedeiros com micoses.
O micélio vegetativo se diferencia em estruturas de reprodução caracterizadas
pela formação de esporos que cumprem as funções de disseminação da espécie.
Os esporos podem ser hialinos, pigmentados, simples, septados, apresentando
várias formas que muitas vezes definem gêneros ou espécies de fungos. São muito
importantes na identificação dos fungos. Os esporos, de acordo com sua origem,
podem ser assexuados ou sexuados e tanto um com outro, podem estar ou não
dentro de determinadas estruturas
Dermatofitoses
É uma infecção cutânea, com uma variedade de aspectos clínicos, cujos
agentes etiológicos atacam com predileção a queratina da pele, pelos e unhas. A
infecção é geralmente restrita às camadas não vivas da superfície corpórea. A
maioria destas infecções são causadas por um grupo homogêneo de fungos
queratinofílicos chamados dermatófitos.
A infecção é feita pela forma miceliana. Na pele, os filamentos micelianos
crescem excentricamente na camada córnea da pele e se ramificam.
Após espaço de uma semana há uma reação cutânea e formação de
vesículas ao redor da lesão. O pêlo é penetrado secundariamente; o dermatófito vai
utilizando a queratina do pêlo e penetrando em direção ao bulbo. Os cabelos
parasitados tornam-se descoloridos, frágeis, e caem aparecendo uma zona de
tonsura (tinhas tonsurantes).
O aspecto dos elementos fúngicos dentro e no redor dos pêlos e a presença
de hifas septadas, ramificadas, com artroconídeos nas escamas de pele e unhas,
36
indicam seguramente uma infecção por dermatófitos. A infecção é feita pela forma
miceliana. Na pele, os filamentos micelianos crescem excentricamente na camada
córnea da pele e se ramificam. Após espaço de uma semana há uma reação
cutânea e formação de vesículas ao redor da lesão. O pêlo é penetrado
secundariamente; o dermatófito vai utilizando a queratina do pêlo e penetrando em
direção ao bulbo. Os cabelos parasitados tornam-se descoloridos, frágeis, e caem
aparecendo uma zona de tonsura (tinhas tonsurantes).
Fig.18 - pacientes acometidos por fungos.
4.1. HERPES SIMPLES
O herpes é uma doença viral recorrente, geralmente benigna, causada pelos
vírus Herpes simplex, que afeta principalmente a mucosa da boca. O herpes oral,
particularmente se causado por HSV1, é uma doença primariamente da infância,
transmitida pelo contato direto e pela saliva. Dentistas e outros profissionais de
saúde que lidam com fluídos bucais estão em risco de contrair infecção dolorosa dos
dedos devido ao seu contacto com os doentes. Após infecção da mucosa, o vírus
multiplica-se
produzindo
os
característicos
externas
(manchas
vermelhas
inflamatórias) e vesículas (bolhas) dolorosas (causadas talvez mais pela resposta
destrutiva necessária do sistema imunitário à invasão). As vesículas contêm líquido
muito rico em virions e a sua ruptura junto à mucosa de outro indivíduo é uma forma
37
de transmissão.
A infecção por herpes simples normalmente é oral e produz gengivoestomatite
(inflamação das gengivas). O vírus invade os terminais dos neurônios dos nervos
sensitivos, infectando latentemente os seus corpos celulares no gânglio nervoso
trigeminal (junto ao cérebro). Quando o sistema imunitário elimina o vírus das
mucosas, não consegue detectar o vírus quiscente dos neurônios, que volta a ativarse em períodos de debilidade, como stress, trauma, imunossupressão ou outras
infecções, migrando pelo caminho inverso para a mucosa, e dando origem a novo
episódio de herpes oral com exantemas e vesículas dolorosas.
Fig.19 - Paciente infectado com o vírus Herpes Simples
Não há vacina nem tratamento definitivo, é possível reduzir a transmissão
evitando o contacto direto com outros ou com objetos usados por outros (copos,
bocais de instrumentos de sopro) quando a herpes labial está ativa.
4.2. HERPES ZOSTER
O herpes zoster é a reativação do vírus Varicella zoster, que ocasiona
afloração de bolhas doloridas. Herpes zoster acontece raramente em crianças e
adultos, porém sua incidência é maior em idosos (acima de 60 anos), assim como
em pacientes de qualquer idade com o sistema imunológico enfraquecido.
38
Sintomas do herpes zoster
Geralmente o primeiro sintoma é a dor. Então se desenvolve 2-3 aflorações
de lesões avermelhadas, as quais gradualmente transformam-se em pequenas
bolhas preenchidas com fluidos. Freqüentemente ocorre sensação de indisposição.
Enquanto estiverem com bolhas, as pessoas com herpes zoster podem
transmitir o vírus para outras. Pacientes que recebem atenção médica em menos
de 72 horas depois dos primeiros sintomas podem reduzir drasticamente o efeito
debilitante com a utilização de medicamentos anti-virais.
Causas do herpes zoster
O agente causador do herpes zoster é o vírus Varicella zoster. A maioria das
pessoas é infectada com esse vírus quando criança, ocasionando a catapora. O
organismo elimina o vírus do sistema, porém ele permanece dormente no gânglio
adjacente ao cordão espinhal ou no gânglio semilunar na base do crânio
Geralmente o sistema imunológico impede a reativação do vírus. Porém, em
idosos nos quais o sistema imunológico tende a deteriorar, assim como em
pacientes com debilitação imunológica, esse processo falha.
Tratamento do herpes zoster
O tratamento geralmente utiliza medicamento anti-viral, o qual inibe a
replicação do DNA viral. Outros anti-virais são: Esteróides são geralmente dados em
casos severos.
39
Fig.20 - paciente acometido por herpes zoster
40
INFECÇÃO CRUZADA
Chamamos de infecção cruzada à passagem de um agente etiológico da
doença, de um individuo para outro susceptível.
Os profissionais da área de saúde bucal, incluindo dentistas, auxiliares e
técnicos de prótese dentária, estão frequentemente expostos a microorganismos
com potencial para transmissão de infecções. De um modo geral, os microrganismos
são capazes de sobreviver em ambientes de diversas condições físicas. Entretanto,
existe
uma
limitação
da
capacidade
de
sobrevivência
de
determinado
microorganismo, em um ambiente desfavorável. Este recurso foi aproveitado pelo
homem para o controle dos mesmos.
Através do controle da infecção, podemos evitar as infecções sérias, e até
mesmo a morte. Varias fontes com potenciais de infecção estão presentes nos
consultórios dentários, e laboratórios de próteses dentárias, como mãos, saliva,
secreções nasais, sangue, roupas e cabelo, assim como instrumentais e
equipamentos. Tais fontes necessitam, portanto, serem avaliadas para minimizar o
risco da doença.
Os meios pelos quais as infecções são transmitidas foram descritas séculos
antes que o homem descobrisse a existência dos microrganismos. Com o advento
dos antibióticos e vacinas, após a II Guerra Mundial, o homem teve a falsa
impressão de segurança, imaginando que as infecções não representariam mais
problemas.
O conhecimento cientifico sobre Controle de Infecções (CI) avançou muito,
mas muitos profissionais ainda resistem em implementá-las sob variados pretextos
(ignorância, aumento de custos, irresponsabilidade, etc.)
O controle de infecção é constituído por recursos materiais e protocolos que
agrupam as recomendações para prevenção, vigilância, diagnóstico e tratamento de
infecções, visando à segurança da equipe e dos pacientes.
Deter as contaminações nos consultórios e laboratórios de prótese dentária
tem sido um grande desafio.
Na maior parte das vezes, os microrganismos têm vencido as medidas de
segurança adotadas, colocando em risco a vida de profissionais e pacientes.
41
Durante séculos os profissionais de Odontologia e técnicos em prótese
dentária realizaram seus trabalhos inconscientes dos riscos reais de contaminação
inerentes á sua pratica, até que se compreendeu que as infecções poderiam ser
transmitidas e adquiridas nos consultórios e nos laboratórios.
O fato de sempre haver um risco deve ser um estimulo à nossa dedicação, e
não o inverso, ou seja, uma justificativa às nossas falhas. A realização de controle
de infecções envolve muito mais conhecimento, responsabilidade, determinação,
organização e disciplina do que raciocínios complexos e técnicas de serem
aprendidas ou executadas.
Para compreender o mecanismo da infecção cruzada, basta que atentamos
para o que se passa dentro de um consultório, vamos sugerir uma situação
hipotética. O paciente sentou-se na cadeira odontológica, o instrumental esterilizado
foi disposto adequadamente e o profissional lavou criteriosamente as mãos. Porém,
num dado momento o refletor precisa ter um melhor posicionado, a cadeira
abaixada, novo instrumento precisa ser retirado da gaveta, as seringas de ar e água
são manipuladas, as peças de alta e baixa rotação são trocadas.
Tudo que foi tocado pelo profissional, torna-se teoricamente contaminado.
Além disso, todas as superfícies da sala ficam contaminadas por aerossóis
produzidos pela peça de mão, seringas de ar e água. Existem três nichos ou
reservatórios que favorecem a infecção cruzada nos consultórios e laboratórios: 1)
instrumental; 2)mãos do pessoal; 3) superfícies contaminadas do equipamento ou
outros itens dos consultórios e laboratórios.
Formas de contaminação
Direta: ocorre pelo contato direto entre o portador e o hospedeiro.
Ex: doenças sexualmente transmissíveis, hepatites virais, HIV.
Indireta: ocorre quando o hospedeiro entra em contato com uma superfície
ou substância contaminada.
Ex: hepatite B, herpes simples.
À distância: através do ar, o hospedeiro entra em contato com o
microrganismo.
Ex: tuberculose, sarampo e varicela.
42
Conclusão
As doenças infecto-contagiosas que ocorrem com a infecção cruzada é neste
trabalho a maior preocupação, microorganismos se disseminam com a falta de:
desinfecção, esterilização e limpeza adequada onde materiais, como moldagens,
moldes contendo secreções de pacientes, sangue, saliva contaminada, e ou todo o
fluxo de material repassado do CD-ACD-TPD, não havendo todos os cuidados
necessários (desinfecção de moldagens, e materiais usados e o uso correto dos
IPIS, a limpeza do local de trabalho) este tem como porta de entrada bactérias, vírus
e fungos, acarretando imediatamente ou em poucas semanas o surgimento de
varias doenças. Algumas são imunizáveis, outras quando adquiridas, com a demora
para fazer exames (ou não o faz), somente anos depois é que a descobre e há
somente o controle das mesmas. Estas doenças causam grandes prejuízos à saúde
de pacientes, TPDs, ACDs e CDs. Valorizar a cultura de valorização do homem é
valorizar a qualidade de vida.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fig.18. Pacientes acometidos por fungos - www.farmashop.pt.
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Fig.20. Paciente acometido por herpes zoster shinglessymptomsguide.vom/shingles-treatments.
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