MARIA DA GRAÇA AMARAL DA SILVA DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS CAUSADAS POR INFECÇÃO CRUZADA NO LABORATÓRIO DE PRÓTESES DENTÁRIAS SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2009 1 MARIA DA GRAÇA AMARAL DA SILVA DOENÇAS I NFECTO-CONTAGIOSAS CAUSADAS POR INFECÇÃO CRUZADA NO LABORATÓRIO DE PRÓTESES DENTÁRIAS Monografia para Obtenção do Título de Técnico em Prótese Dentária da Escola Técnica Philadelpho Gouvêa Netto de São José do Rio Preto. Professor Orientador: Dr. Gustavo C. Botelho Nogueira SÃO JOSÉDO RIO PRETO 2009 2 Agradeço a Deus a oportunidade e a capacidade a que me concedeu, e aos Professores pela paciência e dedicação. 3 Dedico esta monografia ao meu marido e filhos pelo incentivo 4 “O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma. Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro.” Theodore Roosevelt 5 RESUMO O número de doenças infecciosas e a infecção cruzada ainda vêm se disseminando entre os profissionais da área odontológica, seja ele dentista, auxiliares ou protéticos. O objetivo deste trabalho é apontar os riscos existentes no manuseio de moldagens, equipamentos e instrumentais contendo saliva e ou sangue contaminados por vírus, bactérias e fungos no laboratório de prótese dentária. Este trabalho aborda o agente infeccioso, a penetração no hospedeiro, a proliferação e sinais e sintomas de diversas doenças. 6 ABSTRACT The number of infectious diseases and cross infection has been spreading even among professionals in the dental field, bathe, assistant, surgeon dentist and prosthetic technician. The good off this paper is to evidence the risks in the handling of impression, equipment and instruments and with saliva or blood contaminated by viruses, bacteria and fungi in the dental laboratory. This work deals with the infectious agent, the lest penetration, the proliferation, signs and symptoms of various diseases. 7 SUMÁRIO 1. Resumo............................................................................................................6 2. Resumo em língua estrangeira - Abstract.......................................................7 3. Sumário............................................................................................................8 4. Introdução.........................................................................................................9 5. Bactérias.........................................................................................................18 6. Vírus................................................................................................................27 7. Fungos............................................................................................................36 8. Infecção Cruzada............................................................................................41 9. Conclusão.......................................................................................................43 10. Referências Bibliográficas...............................................................................44 11. Lista de Figuras...............................................................................................45 8 1. INTRODUÇÃO No ano 300 ac., Hipócrates1, célebre médico na historia da medicina grega, foi o primeiro a indicar no tratamento de feridas infectadas era com calor, o uso de pomadas e remoção de material necrosado. Surgiu a utilização de erva medicinal, mel e leite, e o vinagre como assepsia, com recomendações de lavagens de feridas com vinho e vinagre e a manutenção do local seco. Ele observou que quando ocorria à evisceração, banhando as alças intestinais em vinho antes de recolocá-las no abdômen evitava a peritonite. (inflamação do peritônio - membrana serosa, transparente, com duas camadas parietal e visceral - que cobre as paredes abdominais e alguns órgãos.) Fig.1(HIPÓCRATES-300 a.C.) Em 24 de outubro de 1632, nasce em Delf na Holanda, ANTONI VAN LEEUWENHOK2, primeiro microbiólogo que se tem conhecimento, diz ele ter 9 inventado o microscópio, embora essa atribuição seja dada a HANS e ZACARIAS JANSEN. LEEUWENHOEK foi seguramente o primeiro a fazer observações microscópicas de materiais biológicos. Numa carta, datada de 9 de Setembro de 1676, escrevia à Royal Society of London, que incentivava pensadores de toda a Europa a contribuírem com idéias ou descobertas cientificas a serem publicadas. O teor era estranho para a época. Dizia: No ano de 1675, meados de Setembro descobri criaturas vivas na água da chuva que ficava estaguinada por alguns dias num novo barril...Isso encorajoume a investigar essa água mais atentamente, já que esses (animais) me pareciam aos olhos mais de dez mil vezes menores que o (animal) de nome pulga d´água, que se pode ver em movimento na água à vista desarmada. Comerciante Textil-Holandes, LEEUWENHOEK divertia-se, nas horas vagas, a montar lentes, tendo observado, aquilo que denominou de “animalculus”, pequenas criaturas vivas apenas identificáveis através de vidros curvos que montou num microscópio rudimentar. Viu microorganismos que moviam em gotas de chuva, infusões pútricas, saliva e vinagre. Em outra carta, narra o horror das pessoas que o visitavam para testemunhar as suas descobertas. Vieram várias damas à minha casa ver as enguias no vinagre, mas algumas tão enjoadas com o espetáculo que juravam nunca mais usar vinagre. E se alguém contasse a essas pessoas, no futuro, que há mais dessas criaturas nos resíduos dos dentes da boca de um homem, do que o total de homens em todo o reino? Especialmente naqueles que nunca limpam os dentes. Naquela época as observações de LEEUWNHOEK, homem de pouca formação cientifica, teve grande interesse na comunidade cientifica, foi ele que deu os primeiros passos no universo do microscópio permitindo assim a outros prosseguirem com seus estudos. LEEUWENHOEK viveu até aos 90 anos. 10 Fig.2 - ANTONI VAN LEEUWENHOK - 1632 LOUIS PASTEUR3 (1822-1895) em 1842 obteve o bacharelado em ciências em Bensançon, na França, sendo lhe atribuída a nota de medíocre em química. Graças as suas pesquisas sempre coroadas de êxito, PASTEUR ascendeu sistematicamente. PASTEUR, do ponto de vista teórico, contribuiu para responder as indagações sobre o ciclo da vida e da morte, na natureza, ao considerar os fenômenos da fermentação e putrefação. No ponto de vista prático, sua influência ainda é maior, ao descobrir a ação transmissora e o campo de propagação dos microorganismos. As descobertas de PASTEUR contribuirão para a evolução da medicina preventiva dos métodos cirúrgicos de higiene em geral. A partir de 1865 dedicou-se aos problemas das moléstias contagiosas. Em 1868 sofre uma paralisia do lado esquerdo, mas continua suas pesquisas. De 1887 11 em diante estuda doenças infecciosas dos animais superiores. Os últimos anos dele foram os mais importantes, descobriu a origem dos furúnculos e da osteomielite na bactéria, hoje denominada estafilococos, e o causa da infecção puerperal na bactéria, hoje denominada estreptococos. Sustentou polêmicas memoráveis com os membros da academia de medicina ao declarar taxativamente que as doenças contagiosas eram causadas por agentes exteriores, recomendando medidas profiláticas especiais. Depois de 1879 descobriu duas importantes vacinas preventivas, contra a cólera das galinhas, pela inoculação de micróbios de virulência atenuada, e contra a raiva. Esta última, doença do sistema nervoso, apresenta quando transmitida ao homem, em período de incubação, durante o qual se poda aplicar a vacina. Foi sua maior contribuição para a evolução da medicina. O instituto PASTEUR foi inaugurado em 1888 e logo teria filiais no mundo inteiro com difusão dos estudos bioquímicos. Fig.3 - Louis Pasteur - 1882–1895 12 ALEXANDRE FLEMING4 (1881-1955) médico escocês, conclui o curso em 1906 e começa a pesquisar, em seguida, substâncias com potencial bactericida, que não sejam tóxicas ao organismo humano. Durante a guerra, foi médico militar nas frentes de batalha da França e ficou impressionado pela grande mortalidade nos hospitais de campanha, causadas pelas feridas de armas de fogo que resultavam em gangrena. Finalizada a guerra, regressou ao hospital St. Mary, onde buscou intensamente, um novo anti-séptico que evitasse a dura agonia provocada pelas infecções durante a guerra. O descobrimento da lisozima (enzima com atividade de muramidase - destrói a parede celular das bactérias - e ação microbiana contra bactérias gram-positivas). Fig.4 - ALEXANDRE FLEMING - 1881–1955 JOSEPH LISTER5 (1827-1912) nascido em Upon, Essex, filho de um comerciante de vinhos de Londres, desenvolveu a cirurgia anti-séptica, poupando inúmeros pacientes da dor e da morte horrível de infecção pós-cirurgia. 13 Seu pai inventou a lente acromática que criou o microscópio moderno, e incentivou o filho o interesse do menino em microbiologia. Formou-se em medicina na University College Hospital em 1852, em Londres. Praticada e ensinada à primeira cirurgia em Edimburgo e em seguida em Glasgow, na Escócia. LISTER, como cirurgião, tornou-se cada vez mais perturbado com a taxa de infecção, muitas vezes fatal que se desenvolveu em seus pacientes após a cirurgia. O químico Thomas Anderson (1819-1874) chamou a atenção de LISTER às idéias de Louis Pasteur. LISTER imediatamente concluiu que os microorganismos descritos por Pasteur levada ao ar causavam infecção nas feridas. Ele desenvolveu um método para destruir esses organismos com ácido fênico como um anti-séptico. LISTER usou sua nova técnica em cirurgia em março de 1865. Apesar desta e muitas outras cirurgias posteriores comprovarem a eficácia do método de LISTER para prevenir as infecções, a idéias de LISTER foram vigorosamente contestadas por muitos colegas médicos, que achavam os procedimentos anti-sépticos eram ridiculamente complicado e supérfluo. Fig.5 - JOSEPH LISTER – 1827-1912 14 LISTER continuou o uso de seus métodos de anti-sepsia, com o significado tornou-se amplamente reconhecido no final dos anos de 1870 a 1880. Suas outras contribuições para a cirurgia incluem o uso de suturas absorvíveis e da introdução da drenagem de feridas. PHILIPP IGNATZ SEMMELWEISS6 (1818–1865) fazia parte do império austríaco. Graduou-se em medicina em 1844. Nesta época grande parte da medicina antiga baseava-se no chamado “consenso médico”. Todos os modelos ou a filosofia de tratamento que se tornassem aceitos pelo estabelecimento médico, eram tidos como uma espécie de evangelho e mantidos como verdades imutáveis pelos seus adeptos. Diversos tratamentos, incluindo o uso de sangrias, laxantes, catárticos e até mesmo sanguessugas, já estiveram em voga como recursos "oficiais". Apesar da evolução tecnológica e do pensamento cientifico ter se tornado mais sofisticado, a filosofia da medicina moderna é bem semelhante à antiga, pois permanece o ponto de vista segundo o qual o corpo humano é somente um mecanismo físico. A diferença é que "as engrenagens e correias" estão se tornando progressivamente menores e adquirem funções cada vez mais amplas. O tratamento das doenças baseava-se na aplicação de poções, mistura complicada, cataplasma e métodos cirúrgicos que se tornavam consagrados. Ocasionalmente, faziam-se tentativas pioneiras de experimentar coisas novas. Na maioria das vezes, esses médicos que experimentavam tratamentos diferentes, ou não ortodoxos, eram considerados charlatães pelos seus colegas. Este fato aconteceu com a descoberta do microscópio, que acabou mais tarde forçando os médicos relutantes a aceitarem as evidencias mostradas por Lister e outros pensadores pioneiros que afirmavam serem "germes invisíveis" a causa dos males. Quando as pesquisas confirmaram a veracidade dos fatos, esses cientistas, antes tidos como charlatães (Lister, Pasteur e outros) acabaram sendo elevados à condição de heróis da humanidade. Para muitos médicos, o conceito de influencias deletérias invisíveis era difícil de compreender e a incapacidade de acreditar e que 15 os germes podiam causar doenças contribuiu para a ocorrência de muitas mortes, muito sofrimento, e retardar o progresso da medicina, principalmente por dificultar a melhora das condições de higiene das salas de cirurgia. Os médicos operavam os pacientes de mãos nuas depois de terem manuseados cadáveres e outros enfermos. Não eram comuns os médicos se darem ao trabalho de lavar rigorosamente as mãos antes de uma cirurgia. A ausência de esterilização frequentemente resultava em misteriosas infecções e em outras complicações. Um caso que ilustra bem a condição obscura desse tipo de mentalidade foi o do Dr. Sommelweiss, médico de Dresden, que, bem antes de Pasteur, aventou a possibilidade de existirem causas invisíveis capazes de produzirem infecções ou males febris. Sommelweiss era um professor universitário padrão e obstetra do hospital local, muito respeitado e guia de muitas dezenas de discípulos. Na sua época (século XIX), a obstetrícia era ainda muito rudimentar, sendo que a maioria dos partos eram realizados a domicilio, por parteiras ou por irmãs de caridade; os médicos só eram procurados para os casos complicados, o que raramente não se tornavam óbitos duplos devidos à falta de assepsia. Preocupado com isso, ele começou a observar os partos realizados pelas freiras, cuja incidência letal era muitas vezes inferior à daqueles realizados por médicos no hospital. Chamou à atenção do médico a única diferença entre os dois tipos de atividades, que as religiosas lavavam suas mãos em água benta para "santificar o ato". Nessa época, a medicina vivia o início da sua "racionalidade cientifica", e que qualquer resquício de religião era radicalmente criticado. Secretamente, Sommelweiss adquiriu um pouco de água benta e passou também a lavar as mãos antes de realizar partos e cirurgias. Como o resultado fora satisfatório, ele empolgou-se e passou a exigir que seus alunos fizessem o mesmo. A partir daí a incidência de mortes por infecção pós parto diminuiu muito, mas o médico começou a ser duramente criticado pelos "doutos" (os representantes da Ciência Oficial) da época. Apesar das fortes evidências, os demais professores não podiam acreditar na necessidade de "abençoar" as mãos. Durante a sua defesa num dos inúmeros processos que Sommelweiss sofreu, ele chegou a dizer: "Eu não sei do que se trata, se é Deus ou alguma coisa, mas estou feliz por não perder mais tantas pacientes. Aconselho, pois, que todos aqui adotem a mesma prática, pois a profissão médica existe para fazer o bem e não para se lançar em discussões vazias ou manter teorias sustentadas por 16 vaidades . Além de ter sido expulso da universidade, Sommelweiss foi impedido de exercer a profissão e acabou morrendo na miséria, enquanto no hospital a incidência de mortos por infecção voltou à situação anterior. Conta-se, contudo, que diversos discípulos de Sommelweiss continuaram a lavar as mãos em água benta. Depois que o microscópio mostrou a existência dos germes e as opiniões tiveram que mudar, o trabalho de Philipp Ignatz Semmelweiss foi finalmente reconhecido. Hoje existe em Dresden uma estátua em homenagem a ele Fig.6 (PHILIPP GNATZ SEMMELWEISS - 1818–1865) 17 2. BACTÉRIAS Fig.7 - bactérias agrupadas As bactérias são seres unicelulares aclorofilados, microscópicos, que se reproduzem por divisão binária. Elas são células esféricas ou em forma de bastonetes curtos com tamanhos variados, alcançando às vezes micrômetros linearmente. Na maioria das espécies, a proteção da célula é feita por uma camada extremamente resistente, a parede celular, havendo imediatamente abaixo uma membrana citoplasmática que delimita um único compartimento contendo DNA, RNA, proteínas e pequenas moléculas. Através da microscopia eletrônica, o interior celular aparece com uma matriz de textura variada, sem, no entanto, conter estruturas internas organizadas As bactérias são pequenas e podem multiplicar-se com rapidez, simplesmente se dividindo por fusão binária. Quando o alimento é farto, "a sobrevivência dos mais capazes" em geral significa a sobrevivência daqueles que se dividem mais rapidamente. Em condições adequadas, uma simples célula procariótica pode dividir-se a cada 20 minutos, dando origem a 5 bilhões de células (número aproximadamente igual à população humana da terra) em pouco menos de 11 horas. 18 À habilidade em dividir-se de maneira rápida possibilita populações de bactérias a se adaptar às mudanças de ambiente. Sob condições de laboratório por exemplo, uma população de bactérias mantida em uma dorna evolui dentro de poucas semanas por mutações de seleção natural para utilização de novos tipos de açúcares como fonte de carbono e de energia. Na natureza, as bactérias vivem em uma enorme variedade de nichos ecológicos e mostram uma riqueza correspondente na sua composição bioquímica básica. Dois grupos de bactérias distintamente relacionados são reconhecidos: o As eubactérias, que são os tipos comuns encontrados na água, solo e organismos vivos maiores. o As arquibactérias, que são encontradas em ambientes realmente inóspitos, como os pântanos, fontes termais, fundo do oceano, salinas, vulcões, fonte ácidas, etc. Existem espécies bacterianas que utilizam virtualmente qualquer tipo de moléculas orgânicas como alimento, incluindo açúcares, aminoácidos, gorduras, hidrocarbonetos, polipeptídios e polissacarídeos. Algumas podem também obter seus átomos de carbono do gás carbônico e o seu nitrogênio do N2. Apesar de sua relativa simplicidade, as bactérias são os mais antigos seres que se têm notícias e também são os mais abundantes habitantes da terra Fig.8 - Estrutura de uma célula: A - Pili; B - Ribossomos; C - Cápsula; D - Parede celular; E - Flagelo; F - Citoplasma; G - Vacúolo; H - Plasmídeo; I - Nucleído; J - Membrana celular 19 2.1. Estruturas da célula bacteriana. As bactérias podem ser classificadas, quanto a sua fórmula, em três grupos básicos • Cocos, que são células esféricas que quando agrupadas aos pares recebem o nome de diplococos. Quando o agrupamento constitui uma cadeia de cocos estes são denominados estreptococos. Cocos em grupos irregulares, lembrando cachos de uva recebem a designação de estafilococos. • Bacilos, são células cilíndricas, em forma de bastonetes, em geral se apresentam como células isolada, porém ocasionalmente, pode-se observar bacilos aos pares (diplobacilos) ou em cadeias (streptobacilos). • Espirilos são células espiraladas e geralmente se apresentam como células isoladas. Fig.9 - Bactérias em forma de cocos, bacilos e espirilos 20 CROMOSSOMO As bactérias apresentam um cromossomo circular, que é constituído por uma única molécula de DNA bicatenário, tendo sido também chamado de corpo cromatínico. É possível às vezes, evidenciar mais de um cromossomo numa bactéria em fase de crescimento uma vez que a sua divisão precede a divisão celular. O cromossomo bacteriano contém todas as informações necessárias à sobrevivência da célula e são capazes de auto-replicação PLASMIDEOS Existem ainda no citoplasma de muitas bactérias, moléculas menores de DNA, também circulares, cujos genes não codificam características essenciais, porém muitas vezes conferem vantagens seletivas à bactéria que as possui. Estes elementos extra cromossômicos, denominados plasmídeos, são autônomos, isto é, são capazes de autoduplicação independente da replicação do cromossomo e podem existir em número variável no citoplasma bacteriano. RIBOSSOMOS Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma aparência granular ao citoplasma. Os ribossomos são constituídos por duas subunidades, 30S e 50S, que ao iniciar a síntese protéica reúnem-se formando a partícula ribossômica completa de 70S. Embora o mecanismo geral da síntese protéica das células procarióticas e eucarióticas seja o mesmo, existem diferenças consideráveis em relação à biossíntese e estrutura dos ribossomos. 21 GRANULOS DE RESERVAS As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular substâncias de reserva sob a forma de grânulos constituídos de polímeros insolúveis. São comuns polímeros de glicose (amido e glicogênio), ácido betahidroxibutírico e fosfato. Estes grânulos podem ser evidenciados pela microscopia óptica, utilizando colorações específicas. MESOSSOMOS Este termo se refere à invaginações da membrana celular, que tanto podem ser simples dobras como estruturas tubulares ou vesiculares. Diversas funções têm sido atribuídas aos mesossomos, tais como: papelna divisão celular e na respiração. PAREDE De acordo com a constituição da parede, as bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos: - Gram-negativas: se apresentam de cor avermelhada quando coradas pelo método de Gram. - Gram-positivas: se apresentam de cor roxa quando coradas pelo método de Gram. A parede das gram-positivas é praticamente formada de uma só camada, enquanto a das gram-negativas é formada de duas camadas. Entretanto, Os dois tipos de parede apresentam uma camada em comum, situada externamente à membrana citoplasmática que é denominada camada basal, mureína ou peptídeoglicano. A segunda camada, presente somente na células das gramnegativas é denominada membrana externa. Entre a membrana externa e a membrana citoplasmática encontra-se o espaço periplasmático no qual está o peptídeoglicano. 22 Técnica de Gram. É a técnica de coloração de preparações histológicas para observações ao microscópio óptico. Utilizada para corar diferencialmente microorganismos com base na composição química e integridade da sua parede celular. Tal método se deve ao médico dinamarquês Hans Christian Joachi Gram. (1853-1938). CAPSULAS Muitas bactérias apresentam externamente à parede celular, uma camada viscosa denominada cápsula. As cápsulas são geralmente de natureza polissacarídica, apesar de existirem cápsulas constituídas de proteínas. A cápsula constitui um dos antígenos de superfície das bactérias e está relacionada com a virulência da bactéria, uma vez que a cápsula confere resistência à fagocitose. FLAGELOS O flagelo apresenta-se ancorado a membrana plasmática e a parede celular por uma estrutura denominado corpo basal, composta por dois anéis, nas bactérias gram-positivas e por quatro nas gram-negativas, de onde saem uma peça intermediária em forma de gancho que se continua com o filamento. As bactérias que apresentam um único flagelo são denominadas monotríquias e bactérias com inúmeros flagelos são denominadas peritríquias. Via de regra, bacilos e espirilos podem ser flagelados, enquanto cocos, em geral, não o são. O flagelo é responsável pela mobilidade da bactéria. 23 FIMBRIAS As fímbrias ou pili são estruturas curtas e finas que muitas bactérias gramnegativas apresentam em sua superfície, não estão relacionadas com a mobilidade e sim com a capacidade de adesão. Outro tipo de fímbria é fímbria sexual, que é necessária para que bactéria possa transferir material genético no processo denominado conjugação ESPOROS Esporos é uma célula, formada no interior da célula vegetativa, altamente resistente ao calor, dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz de permanecer em estado latente por longos períodos e de germinar dando início à nova célula vegetativa. A esporulação tem início quando os nutrientes bacterianos se tornam escassos, geralmente pela falta de fontes de carbono e nitrogênio. 2.2. Tuberculose Fig.10. – Raio-X de paciente com tuberculose. A Tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Micobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista 24 alemão Robert Koch, em 1882, sua transmissão é por aerosois, ao tossir, espirrar ou escarrar, gotículas de saliva contem o agente infeccioso, maior risco na transmissão em locais fechados e pouca ventilação, algumas pessoas podem não apresentar sintomas, ou estes podem ser ignorados por serem parecidos com os de uma gripe. Tosse seca e continua com secreção e com duração de mais de quatro semanas, sudorese noturna, cansaço excessivo, palidez, falta de apetite e rouquidão são os sintomas da doença. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acumulo de pus na pleura pulmonar são característicos mais graves. O diagnóstico é feito via análise dos sintomas e radiografia do tórax. Exames laboratoriais das secreções pulmonares e escarro do individuo são procedimentos confirmatórios. A prevenção é a vacina BCG (bacilo de calmette – guérin) é feita no primeiro mês de vida fornecendo proteção em 80% dos casos. O bacilo de koch se reproduz e se desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigênio, o pulmão é o principal órgão atingido pela tuberculose. Fig10. 1. - Bacilos se instalam no Fig10. 2. - Após o período de 15 Fig.10.3 - Com o tempo e sem pulmão. dias, os bacilos passam a se tratamento e com o avanço da multiplicarem com facilidade nos doença, começam os sintomas pulmões caracterizadas por mais graves, os bacilos cavam as pequenas lesões (Nódulos). chamadas Cavernas Tuberculosas, que inflamam e sangram. 25 Fig.11 - pulmão sadio Fig.12 - Pulmão tuberculoso. 26 3. VÍRUS Fig.13 - vírus agrupados. Os vírus não são nem animais, nem vegetais e nem bactérias, mas um reino de estudado à parte. Chamados de parasitas intracelulares obrigatórios (só conseguem viver dentro das células do corpo). Somente são vistos na microscopia eletrônica (com aumento de milhares de vezes). Só conseguem se reproduzir dentro de células de um organismo vivo seja ele animal, vegetal ou bactéria. Ao se reproduzirem, utilizam-se de várias substâncias que encontram no interior da célula hospedeira. São todos parasitas. Fora de uma célula viva, os vírus não têm nenhuma atividade. São inertes e podem até cristalizar-se, como os minerais. Eles não têm organização celular. Eles se reproduzem no interior de uma célula viva e sofrem mutações. Já houve muita discussão a respeito - os vírus são seres vivos ou não? Embora a maioria dos cientistas considere os vírus como seres vivos, estes não são enquadrados em nenhum dos cinco grandes reinos. O organismo de um vírus é constituído basicamente de uma cápsula de proteínas, que contém em seu interior o material genético ou reprodutor. O vírus bacteriófago infecta bactérias. Para se reproduzir, o bacteriófago fixa27 se na superfície da bactéria hospedeira através da cauda, perfura a membrana celular e injeta todo o material genético. Em outros casos, como o que ocorre com o vírus da gripe, ele penetram inteiros no interior da célula hospedeira, onde se reproduzem. Em poucas horas, a célula hospedeira começa a liberar novos vírus, já formados. Neste caso, os vírus não arrebentam as células hospedeiras, mas muitas dessas células podem morrer devido à infecção. Na antiguidade, vírus era sinônimo de veneno e se referia a agentes de natureza desconhecida que provocavam diversas doenças. Só conseguem se reproduzir dentro de células de um organismo vivo seja ele animal, vegetal ou bactéria. Ao se reproduzirem, utilizam-se de varias substâncias que encontram no interior da célula hospedeira. São todos parasitas. A descoberta dos vírus deve-se a Dimitri Ivanowsky (em 1892), que, ao estudar a doença chamada ‘mosaico do tabaco’, detectou a possibilidade de transmissão da doença a partir de extratos de vegetais doentes para vegetais sadios, por meio de experimentos com filtros capazes de reter bactérias. Essa moléstia afeta as plantas do fumo, manchando as folhas com áreas necrosadas e levando-as à morte. Em 1935, cristais de vírus foram isolados e observados ao microscópio pela primeira vez. A sua composição parecia principalmente protéica, porém constatou-se mais tarde uma pequena quantidade de ácidos nucléicos Nos sistemas tradicionais de classificação dos seres vivos, os vírus não são incluídos por não apresentarem características morfológicas celulares. Eles possuem estrutura molecular apenas visível ao microscópio eletrônico. Sua estrutura vem sendo cada vez mais esclarecida, à medida que a tecnologia em microscopia eletrônica evolui. Eles são tão pequenos que podem penetrar na célula das menores bactérias que se conhecem. 28 3.1. HEPATITE B A hepatite B é uma doença contagiosa do fígado que varia de gravidade, de moderada durando algumas semanas, até grave para toda a vida. Essa doença é decorrente de infecção pelo vírus da hepatite B. Pode ser aguda ou crônica. Hepatite aguda é uma doença de curta duração que ocorre dentro dos primeiros seis meses depois da exposição ao vírus. A infecção aguda pode se transformar em crônica. A hepatite B crônica é uma doença de longa duração que ocorre quando o vírus permanece no organismo da pessoa. A hepatite B crônica é uma doença grave que pode resultar em problemas de longo prazo para a saúde, incluindo danos ao fígado, câncer de fígado ou até a morte. Fig.(14) vírus da hepatite b Transmissão A hepatite B é transmitida quando sangue, sêmen ou outro fluido infectado com o vírus da doença entra no organismo de uma pessoa infectada. A transmissão da hepatite B pode ocorrer durante: O nascimento, passando da mãe infectada ao bebê; relação sexual com um parceiro infectado; compartilhamento de agulhas e seringas infectadas; compartilhamento de itens como aparelho de barbear ou escova de dente com uma pessoa infectada; contato direto com sangue ou feridas abertas de uma pessoa infectada; exposição a sangue proveniente de agulhas ou outros instrumentos perfurantes. 29 Muitas pessoas com hepatite B crônica não sabem que estão infectadas por não parecerem doentes. Porém, essas pessoas ainda podem transmitir o vírus da hepatite B. Embora qualquer um possa ser infectado pelo vírus da hepatite B, algumas pessoas têm maior risco, entre elas estão aquelas que são expostos ao sangue no trabalho. Sintomas da hepatite B aguda Ao contrário dos adultos, geralmente crianças pequenas não desenvolvem sintomas da hepatite B aguda. A maior probabilidade de desenvolver sintomas é quando a pessoa infectada tem mais de 5 anos de idade. Em torno de 70% dos adultos desenvolve sintomas da infecção, que podem incluir: Febre, fadiga, náusea, vômito, dor abdominal, urina escura, fezes de cor pálida, intestino solto, dor nas articulações e icterícia (pele e olhos amarelados). Em geral os sintomas aparecem em 3 meses após a exposição. Entretanto, eles podem ocorrer a qualquer tempo entre 6 semanas e 6 meses depois da exposição. Os sintomas costumam durar algumas semanas, porém podem se estender até 6 meses. Sintomas da hepatite B crônica Algumas pessoas têm sintomas similares à hepatite B aguda, porém a maioria das pessoas com hepatite B crônica não apresentam sintomas até os 20 ou 30 anos de idade. Em torno de 15-25% das pessoas com hepatite b crônica desenvolvem sérios problemas no fígado, como cirrose ou câncer de fígado. Ainda que o fígado fique doente, algumas pessoas ainda assim não apresentarão sintomas. Diagnóstico da hepatite B Uma vez que muitas pessoas com hepatite B não apresentam sintomas, o médico faz o diagnóstico por um ou mais testes de sangue. 30 Tratamento da hepatite B aguda Não existe medicamento para tratar a hepatite B aguda. Durante a infecção de curto prazo os médicos geralmente recomendam descanso, nutrição adequada e fluidos, embora muitas pessoas necessitam ser hospitalizadas. Tratamento da hepatite B crônica Pessoas com hepatite B crônica devem procurar um médico com experiência no tratamento dessa doença. Indivíduos com hepatite B crônica devem ser monitorados regularmente para sinais da doença no fígado e avaliados para possíveis tratamentos. Prevenção da hepatite B A melhor forma de prevenção da hepatite B é a vacinação. A vacina contra hepatite B é segura, eficiente e dada em 3 ou 4 doses. Todos os bebês devem ser vacinados, começando com a primeira dose ao nascimento. Pessoas que não foram vacinadas quando bebês também devem se vacinar para prevenção contra a hepatite B. Em geral os sintomas aparem em 3 meses após a exposição. Entretanto, eles podem ocorrer a qualquer tempo entre 6 semanas e 6 meses depois da exposição. Os sintomas costumam durar algumas semanas, porém podem se entender até 6 meses. 3.2. HEPATITE C Pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem doença crônica e lenta, sendo que a maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito 31 inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser realizado através de exames para doação de sangue, exames de rotina, ou quando sintomas de doença hepática surgem, já na fase avançada de cirrose. Fig.15 - Imagem do Vírus da Hepatite C. Transmissão A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado. . O vírus da hepatite C chega a sobreviver de 16 horas a 4 dias em ambientes externos. Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise e trabalhadores da área de saúde. Diagnóstico O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo a sorologia para anti-HCV pelo método ELISA (é um teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos no plasma do sangue). 32 Prevenção A incidência de hepatite C pôde ser reduzida pelo rastreamento adequado de doadores de sangue nas últimas décadas. Hoje, apenas 5% dos novos casos são adquiridos dessa forma. Hoje, a melhor forma de prevenção reside no combate ao uso de drogas endovenosas. Protocolos de tratamento logo após infecção (contato com sangue contaminado) não apresentaram resultados favoráveis e não são recomendados. Ainda não há perspectiva a médio prazo de uma vacina eficiente. 3.3. CAXUMBA (Parotidite) Caxumba (parotidite) é uma doença imunoprevinivel, de transmissão respiratória. Causada pelo vírus da caxumba, em geral a imunidade é permanente. Fig.16 - Imagem do Vírus Parotidite (Caxumba) 33 Transmissão O ser humano é o único hospedeiro natural do vírus da caxumba. A transmissão ocorre através do contato de pessoas infectadas através de secreções (gotículas de saliva, tosse e espirro). O vírus se replica na mucosa da nasofaringe e nos gânglios linfáticos regionais. A disseminação do vírus ocorre através da corrente sanguínea (viremia). A proteção mais importante contra a caxumba é a vacinação, a tríplice viral. 3.4. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) Desde a metade dos anos 80, uma grave doença se abateu sobre a população mundial, a chamada Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Por mais que ela pareça envolver apenas aqueles que tratam dos pacientes em seus consultórios, não é possível deixar de considerar que, devido ao período de sobrevivência do HIV, que ele não poderia, ainda que conceituadamente vir a afetar os Técnicos em Prótese Dentária. (TPDs). O vírus está presente em líquidos secretados pelo organismo de pessoas contaminadas: sangue, esperma e secreções vaginais. O vírus apresente predileção por células do sistema imunológico, ele penetra na célula de defesa causando a sua morte, a imunodeficiência e suas conseqüências começam quando o numero de linfócitos começa a declinar e os órgãos linfóides não conseguem repor as células destinadas. Transmissão. A transmissão só é possível se existir penetração do liquido contaminado no organismo sadio. Devem se cumprir obrigatoriamente 2 condições: 34 a) O vírus tem que estar em quantidade suficientemente importante no liquido contaminante. b) O vírus tem que encontrar uma porta de entrada para penetrar no organismo. As portas de entrada podem ser lesões das mucosas (genital, anal, bucal) ou lesões da pele. Fig.17 - Representação do Vírus HIV 35 4. FUNGOS Através de métodos específicos, os fungos podem ser isolados de seu habitat, das vias de dispersão, dos vários materiais contaminados e de diversos hospedeiros com micoses. O micélio vegetativo se diferencia em estruturas de reprodução caracterizadas pela formação de esporos que cumprem as funções de disseminação da espécie. Os esporos podem ser hialinos, pigmentados, simples, septados, apresentando várias formas que muitas vezes definem gêneros ou espécies de fungos. São muito importantes na identificação dos fungos. Os esporos, de acordo com sua origem, podem ser assexuados ou sexuados e tanto um com outro, podem estar ou não dentro de determinadas estruturas Dermatofitoses É uma infecção cutânea, com uma variedade de aspectos clínicos, cujos agentes etiológicos atacam com predileção a queratina da pele, pelos e unhas. A infecção é geralmente restrita às camadas não vivas da superfície corpórea. A maioria destas infecções são causadas por um grupo homogêneo de fungos queratinofílicos chamados dermatófitos. A infecção é feita pela forma miceliana. Na pele, os filamentos micelianos crescem excentricamente na camada córnea da pele e se ramificam. Após espaço de uma semana há uma reação cutânea e formação de vesículas ao redor da lesão. O pêlo é penetrado secundariamente; o dermatófito vai utilizando a queratina do pêlo e penetrando em direção ao bulbo. Os cabelos parasitados tornam-se descoloridos, frágeis, e caem aparecendo uma zona de tonsura (tinhas tonsurantes). O aspecto dos elementos fúngicos dentro e no redor dos pêlos e a presença de hifas septadas, ramificadas, com artroconídeos nas escamas de pele e unhas, 36 indicam seguramente uma infecção por dermatófitos. A infecção é feita pela forma miceliana. Na pele, os filamentos micelianos crescem excentricamente na camada córnea da pele e se ramificam. Após espaço de uma semana há uma reação cutânea e formação de vesículas ao redor da lesão. O pêlo é penetrado secundariamente; o dermatófito vai utilizando a queratina do pêlo e penetrando em direção ao bulbo. Os cabelos parasitados tornam-se descoloridos, frágeis, e caem aparecendo uma zona de tonsura (tinhas tonsurantes). Fig.18 - pacientes acometidos por fungos. 4.1. HERPES SIMPLES O herpes é uma doença viral recorrente, geralmente benigna, causada pelos vírus Herpes simplex, que afeta principalmente a mucosa da boca. O herpes oral, particularmente se causado por HSV1, é uma doença primariamente da infância, transmitida pelo contato direto e pela saliva. Dentistas e outros profissionais de saúde que lidam com fluídos bucais estão em risco de contrair infecção dolorosa dos dedos devido ao seu contacto com os doentes. Após infecção da mucosa, o vírus multiplica-se produzindo os característicos externas (manchas vermelhas inflamatórias) e vesículas (bolhas) dolorosas (causadas talvez mais pela resposta destrutiva necessária do sistema imunitário à invasão). As vesículas contêm líquido muito rico em virions e a sua ruptura junto à mucosa de outro indivíduo é uma forma 37 de transmissão. A infecção por herpes simples normalmente é oral e produz gengivoestomatite (inflamação das gengivas). O vírus invade os terminais dos neurônios dos nervos sensitivos, infectando latentemente os seus corpos celulares no gânglio nervoso trigeminal (junto ao cérebro). Quando o sistema imunitário elimina o vírus das mucosas, não consegue detectar o vírus quiscente dos neurônios, que volta a ativarse em períodos de debilidade, como stress, trauma, imunossupressão ou outras infecções, migrando pelo caminho inverso para a mucosa, e dando origem a novo episódio de herpes oral com exantemas e vesículas dolorosas. Fig.19 - Paciente infectado com o vírus Herpes Simples Não há vacina nem tratamento definitivo, é possível reduzir a transmissão evitando o contacto direto com outros ou com objetos usados por outros (copos, bocais de instrumentos de sopro) quando a herpes labial está ativa. 4.2. HERPES ZOSTER O herpes zoster é a reativação do vírus Varicella zoster, que ocasiona afloração de bolhas doloridas. Herpes zoster acontece raramente em crianças e adultos, porém sua incidência é maior em idosos (acima de 60 anos), assim como em pacientes de qualquer idade com o sistema imunológico enfraquecido. 38 Sintomas do herpes zoster Geralmente o primeiro sintoma é a dor. Então se desenvolve 2-3 aflorações de lesões avermelhadas, as quais gradualmente transformam-se em pequenas bolhas preenchidas com fluidos. Freqüentemente ocorre sensação de indisposição. Enquanto estiverem com bolhas, as pessoas com herpes zoster podem transmitir o vírus para outras. Pacientes que recebem atenção médica em menos de 72 horas depois dos primeiros sintomas podem reduzir drasticamente o efeito debilitante com a utilização de medicamentos anti-virais. Causas do herpes zoster O agente causador do herpes zoster é o vírus Varicella zoster. A maioria das pessoas é infectada com esse vírus quando criança, ocasionando a catapora. O organismo elimina o vírus do sistema, porém ele permanece dormente no gânglio adjacente ao cordão espinhal ou no gânglio semilunar na base do crânio Geralmente o sistema imunológico impede a reativação do vírus. Porém, em idosos nos quais o sistema imunológico tende a deteriorar, assim como em pacientes com debilitação imunológica, esse processo falha. Tratamento do herpes zoster O tratamento geralmente utiliza medicamento anti-viral, o qual inibe a replicação do DNA viral. Outros anti-virais são: Esteróides são geralmente dados em casos severos. 39 Fig.20 - paciente acometido por herpes zoster 40 INFECÇÃO CRUZADA Chamamos de infecção cruzada à passagem de um agente etiológico da doença, de um individuo para outro susceptível. Os profissionais da área de saúde bucal, incluindo dentistas, auxiliares e técnicos de prótese dentária, estão frequentemente expostos a microorganismos com potencial para transmissão de infecções. De um modo geral, os microrganismos são capazes de sobreviver em ambientes de diversas condições físicas. Entretanto, existe uma limitação da capacidade de sobrevivência de determinado microorganismo, em um ambiente desfavorável. Este recurso foi aproveitado pelo homem para o controle dos mesmos. Através do controle da infecção, podemos evitar as infecções sérias, e até mesmo a morte. Varias fontes com potenciais de infecção estão presentes nos consultórios dentários, e laboratórios de próteses dentárias, como mãos, saliva, secreções nasais, sangue, roupas e cabelo, assim como instrumentais e equipamentos. Tais fontes necessitam, portanto, serem avaliadas para minimizar o risco da doença. Os meios pelos quais as infecções são transmitidas foram descritas séculos antes que o homem descobrisse a existência dos microrganismos. Com o advento dos antibióticos e vacinas, após a II Guerra Mundial, o homem teve a falsa impressão de segurança, imaginando que as infecções não representariam mais problemas. O conhecimento cientifico sobre Controle de Infecções (CI) avançou muito, mas muitos profissionais ainda resistem em implementá-las sob variados pretextos (ignorância, aumento de custos, irresponsabilidade, etc.) O controle de infecção é constituído por recursos materiais e protocolos que agrupam as recomendações para prevenção, vigilância, diagnóstico e tratamento de infecções, visando à segurança da equipe e dos pacientes. Deter as contaminações nos consultórios e laboratórios de prótese dentária tem sido um grande desafio. Na maior parte das vezes, os microrganismos têm vencido as medidas de segurança adotadas, colocando em risco a vida de profissionais e pacientes. 41 Durante séculos os profissionais de Odontologia e técnicos em prótese dentária realizaram seus trabalhos inconscientes dos riscos reais de contaminação inerentes á sua pratica, até que se compreendeu que as infecções poderiam ser transmitidas e adquiridas nos consultórios e nos laboratórios. O fato de sempre haver um risco deve ser um estimulo à nossa dedicação, e não o inverso, ou seja, uma justificativa às nossas falhas. A realização de controle de infecções envolve muito mais conhecimento, responsabilidade, determinação, organização e disciplina do que raciocínios complexos e técnicas de serem aprendidas ou executadas. Para compreender o mecanismo da infecção cruzada, basta que atentamos para o que se passa dentro de um consultório, vamos sugerir uma situação hipotética. O paciente sentou-se na cadeira odontológica, o instrumental esterilizado foi disposto adequadamente e o profissional lavou criteriosamente as mãos. Porém, num dado momento o refletor precisa ter um melhor posicionado, a cadeira abaixada, novo instrumento precisa ser retirado da gaveta, as seringas de ar e água são manipuladas, as peças de alta e baixa rotação são trocadas. Tudo que foi tocado pelo profissional, torna-se teoricamente contaminado. Além disso, todas as superfícies da sala ficam contaminadas por aerossóis produzidos pela peça de mão, seringas de ar e água. Existem três nichos ou reservatórios que favorecem a infecção cruzada nos consultórios e laboratórios: 1) instrumental; 2)mãos do pessoal; 3) superfícies contaminadas do equipamento ou outros itens dos consultórios e laboratórios. Formas de contaminação Direta: ocorre pelo contato direto entre o portador e o hospedeiro. Ex: doenças sexualmente transmissíveis, hepatites virais, HIV. Indireta: ocorre quando o hospedeiro entra em contato com uma superfície ou substância contaminada. Ex: hepatite B, herpes simples. À distância: através do ar, o hospedeiro entra em contato com o microrganismo. Ex: tuberculose, sarampo e varicela. 42 Conclusão As doenças infecto-contagiosas que ocorrem com a infecção cruzada é neste trabalho a maior preocupação, microorganismos se disseminam com a falta de: desinfecção, esterilização e limpeza adequada onde materiais, como moldagens, moldes contendo secreções de pacientes, sangue, saliva contaminada, e ou todo o fluxo de material repassado do CD-ACD-TPD, não havendo todos os cuidados necessários (desinfecção de moldagens, e materiais usados e o uso correto dos IPIS, a limpeza do local de trabalho) este tem como porta de entrada bactérias, vírus e fungos, acarretando imediatamente ou em poucas semanas o surgimento de varias doenças. Algumas são imunizáveis, outras quando adquiridas, com a demora para fazer exames (ou não o faz), somente anos depois é que a descobre e há somente o controle das mesmas. Estas doenças causam grandes prejuízos à saúde de pacientes, TPDs, ACDs e CDs. Valorizar a cultura de valorização do homem é valorizar a qualidade de vida. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. www.hospitaldelcar.dcah.com.br/htm-Artigos/1212093. 2. Artigo. Wikipédia.a enciclopédia livre. 3. Biografia. Wol.Educação.mht. 4. Origem: Artigo. Wikipédia.a enciclopédia livre. 5. www.solar.aid.org. 6. www.soldegaya.jex.com.br. 7. Bactérias www.enq.ufsc.br/labs/probio/.../bactérias.htm. 8. Tuberculose www.brasilescola.com/doença/tuberculose.htm. 9. Vírus http://pt Wikipédia.org/wiki/vírus. 10. Hepatite B. www.abcdasaude.com,br/artigo.php.229. 11. Hepatite C. www.hepcentro.co.br. 12. Caxumba (Parotidite). www.cives.ufrj.br/.../caxumba-iv.html. 13. Tudo que você gostaria de saber e nunca teve coragem de perguntar (HIV). www.todabiologia.com/doenças/AIDS.htm. 14. Fungos. www.todabiologia.com/microbiologia/fungos.htm. 15. Herpes Simples.PT.wikipédia.org/wiki/herpes. 16. Herpes Zoster. www.copacabanarunners:net/herpeszoster. 17. Infecção Cruzada. www.unicamp.br/microbiologia/.../regulação_a_controle.pdf. 44 Lista de figuras. Fig.1. Hipócrates - grupoezequiel.org. Fig. 2. Antoni Van Leeuwenhok - ndpteachers.org. Fig.3. Louis Pasteur - wikipedia.org. Fig.4. Alexandre Fleming - geraldofreire-wol.com.br. Fig.5. Joseph Lister – flickr.com. Fig.6. Philipp Ingnatz - mindfreey.org. Fig.7. Bactérias agrupadas - www.vivendocomsaude.com./.../bactéria. Fig.8. Estrutura da célula bacteriana - ficheiro; structure_bacterienne.png. Fig.9. Bactérias em forma de cocos, bacilos e espirilos - www.aceav.pt./imagens_ipg. Fig.10. Rx de pulmão com tuberculose - mdsaude.com. Fig,10.1.Bacilos se instalam no pulmão - www.santalucia.com.br/...tuberculose. Fig.10.2. bacilos se multiplicam - www.santalucia.com.br/...tuberculose. Fig.10.3 sintomas mais graves - www.santalucia.com.br/...tuberculose. Fig.11. Pulmão Sadio - www.guia.hen.nom.br. Fig.12. Pulmão tuberculoso - fontenecity.com.br. Fig.13. Vírus agrupados - http.//g1globo.com/noticias/ciência. Fig.14. Vírus da hepatite B - moodle.esec.braanrcamp_freire.rtc.pt/course. Fig.15. Vírus da hepatite C - www.oquintopoder.com.br. Fig.16. Vírus Parotidite - pedroarthur.com.img. Fig.17. Representação do vírus HIV - ongapolo.blogspot.com/2009/08/cientistas. Fig.18. Pacientes acometidos por fungos - www.farmashop.pt. Fig.19. Paciente infectado pelo vírus Herpes simpleswww.colegioweb.com.br/biologia. Fig.20. Paciente acometido por herpes zoster shinglessymptomsguide.vom/shingles-treatments. 45