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Prof. Airton Munhoz Vieira – material prova
II Guerra Mundial
Introdução
A Segunda Guerra Mundial, iniciada setembro de 1939, foi a maior catástrofe
provocada pelo homem em toda a sua longa história. Envolveu setenta e duas nações e
foi travada em todos os continentes (direta ou indiretamente). O número de mortos
superou os cinqüenta milhões havendo ainda uns vinte e oito milhões de mutilados.
É difícil de calcular quantos outros milhões saíram do conflito vivos, mas
completamente inutilizados devido aos traumatismos psíquicos a que foram submetidos
(bombardeios aéreos, torturas, fome e medo permanente). Outra de suas características,
talvez a mais brutal, foi a supressão da diferença entre aqueles que combatem no fronte
e a população civil na retaguarda. Essa guerra foi total. Nenhum dos envolvidos
selecionou seus objetivos militares excluindo os civis.
Atacar a retaguarda do inimigo, suas cidades, suas indústrias, suas mulheres, crianças e
velhos passou a fazer parte daquilo que os estrategistas eufemisticamente classificavam
como "guerra psicológica" ou "guerra de desgaste". Naturalmente que a evolução da
aviação e das armas autopropulsadas permitiu-lhes que a antiga separação entre linha de
frente e retaguarda fosse suprimida.
Se a Primeira Guerra Mundial provocou um custo de 208 bilhões de dólares,. esta
atingiu a impressionante cifra de 1 trilhão e 500 bilhões de dólares, quantia que, se
investida no combate da miséria humana a teria suprimido da face da terra.
Aproximadamente 110 milhões de homens e mulheres foram mobilizados, dos quais
apenas 30% não sofreram morte ou ferimento.
Como em nenhuma outra, o engenho humano foi mobilizado integralmente para criar
instrumentos cada vez mais mortíferos, sendo empregados a bomba de fósforo, a
napalm e finalmente a bomba política de genocídio em massa, construindo-se campos
especiais para tal fim. Com bem disse o historiador R.A.C. Parker: "O conceito que a
humanidade tinha de si mesmo, nunca voltará a ser o mesmo".
Causas Gerais
"... a decisão de qualquer guerra nem sempre deve ser considerada como um caso
absoluto: muitas vezes o Estado vencido vê na sua derrota um mal transitório, a que as
circunstâncias políticas ulteriores poderão fornecer um remédio." - Clausewitz
Causas diplomáticas
Quase todos os historiadores concordam que a causa diplomática mais profunda da
Segunda Guerra Mundial tem sua origem no Tratado de Versalhes, assinado entre as
potências vencedoras da Primeira Grande Guerra (Estados Unidos, Inglaterra, França) e
as Vencidas (a Alemanha e a Áustria). A Alemanha se viu despojada da Alsácia-Lorena
(que havia conquistado na guerra franco-prussiana de 1870), como teve de ceder à
Polônia uma faixa de território que lhe dava acesso ao Mar Báltimo (o chamado
"corredor polonês").
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A cidade alemã de Danzig passaria ao controle da Liga das Nações e o território do
Sarre, rico em carvão foi cedido por um período de 15 anos à França. Também foi
vedado a Alemanha possuir um exército superior a 100 mil homens exigiu-se a
desmilitarização da Renania (Região fronteiriça com a França), assim como o
desmantelamento das fortificações situadas a 50 Km do Reno. Viu-se compelida a
entregar todos os navios mercantes cuja tonelagem ultrapassasse a 1.600 toneladas e
ceder gado, carvão, locomotivas, vagões, cabos submarinos, etc.
A quantidade da sua dívida para com os aliados foi fixada na Conferência de Bologne
(21 de junho de 1920) em 269 bilhões de marcos-ouro a serem pagas em 42
anualidades. Não poderia desenvolver pesquisas bélicas, possuir submarinos ou realizar
projetos militares (aviões, canhões, etc.). O velho Império Austro-Húngaro foi
desfixada na Conferência de Bologne (21 de junho de 1920) em 269 bilhões de marcosouro a serem pagas em 42 anualidades.
Não poderia desenvolver pesquisas bélicas, possuir submarinos ou realizar projetos
militares (aviões, canhões, etc.). O velho Império Austro-Húngaro foi desmembrado
pelo tratado de Paz de St. Germain-en-Laye, onde teve que entregar o Tirol do Sul para
a Itália, reconhecer a Independência da Hungria, Techcoslováquia, Polônia e Iugoslávia,
Polônia e Iugoslávia, além de lhe ser vedada a união com a Alemanha. A Áustria foi
proibida de possuir um exército superior a 30 mil homens.
Estas sanções aplicadas pelos vencedores tornaram-se fonte de amargos rancores, que
facilmente foram explorados pela extrema direita nacionalista (nazistas e capacetes-deaço, que começam a proliferar na Alemanha em 1919). O grande erro do Tratado de
Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro
lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial.
Com seus 65 milhões de habitantes e sua tradição militar, a Alemanha fatalmente viria
reivindicar o seu lugar no rol das potências européias. Os diplomatas burgueses se
esqueceram da lição do Congresso de Viena (1815), quando os vencedores de Napoleão
procuraram não humilhar a França, a nação mais povoada da Europa Ocidental naquela
época. Esta contradição entre potencial demográfico e industrial e o não reconhecimento
diplomático de um estatuto privilegiado para a Alemanha, terminaram por fazer com
que a ascensão de Hitler fosse possível.
O novo sistema defensivo: os aliados ocidentais, principalmente a França, ao
estimularem o surgimento de novos estados-nacionais na Europa Centro-Oriental,
visavam substituir a Rússia (então em plena guerra civil) como um fator de dissuasão
para qualquer tentativa alemã de agressão. A Tchecoslováquia e a Polônia assinaram
tratados de defesa mútua com a França e com a Inglaterra, Esperava-se que estes dois
países obrigassem os alemães a lutar em duas frentes - como ocorreu durante a Primeira
Guerra Mundial - caso tentassem repetir o erro de 1914.
A França por sua vez, iniciou a construção da "Linha Maginot" um complexo sistema
defensivo que partia da fronteira suíça até a um complexo sistema defensivo que partia
da fronteira suíça até a da Bélgica. Desta forma esperava evitar um ataque de surpresa
por parte de seu poderoso vizinho. No entanto os efeitos morais e psicológicos desta
atitude, tiraram-lhe qualquer alternativa ofensiva, limitando-se a ter que agir caso os
alemães o fizessem primeiro.
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A Inglaterra, no período entre-guerras, tornou-se cada vez mais apaziguadora, segura de
ser uma ilha e de possuir a mais poderosa frota naval do mundo dando-lhe proteção
suficiente caso houvesse um novo conflito. Os Estados Unidos voltaram nos anos vinte
a adotar a política do isolacionismo, não querendo envolver-se nas querelas dos países
europeus. Estas ambigüidades e atitudes defensistas seriam habilmente exploradas por
Hitler na década dos anos trinta.
II Guerra Mundial - Causas econômicas
A crise econômica que se abate sobre o sistema capitalista mundial a partir de 1929,
vai ser o fator mais poderoso para que um novo arranjo do poder em escala mundial seja
pleiteado. A crise levou os países capitalistas a tomarem medidas protecionistas visando
salvar os mercados internos das importações estrangeiras, ocorrendo uma verdadeira
guerra tarifária. A produção mundial, reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do
ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%.
O desemprego grassou nos principais países industrializados: 11 milhões nos Estados
Unidos, 6 milhões na Alemanha, 2 milhões e meio da Inglaterra e um número um pouco
superior na França. Não está longe da verdade o fato ter provocado a aflição e o
desemprego em mais de 70 milhões de pessoas (contando-se os seus dependentes).
Como a economia já estava suficientemente internacionalizada (com exceção da URSS
que se lançava nos Planos Qüinqüenais) todos os Continentes foram atingidos,
aumentando ainda mais a miséria e o desemprego.
A América Latina por exemplo teve que reduzir em 40% suas importações e sofreu uma
queda de 17% em suas exportações. É nesse contexto caótico que a Alemanha no
Ocidente e o Japão no Oriente vão tentar explorar o debilitamento de seus rivais. Uma
nova luta por mercados e novas fontes de matérias-primas levaria o mundo à Segunda
Guerra Mundial.
Causas Políticas
A conjuntura externa caótica e a situação interna de desespero conduzem Hitler ao
poder na Alemanha em 1933. Atuando implacavelmente, em menos de um ano sufocou
todos os movimentos oposicionistas (sociais-democratas, comunistas e liberais) dando
início à "Revolução Nacional-socialista" que tinha como objetivo fazer a Alemanha
retornar ao grau de potência européia.
Naturalmente que para tal era necessário romper com o tratado de Versalhes, pois este
impedia a conquista do "espaço vital", como o rearmamento. Atenuava-se o desemprego
e atendia-se necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha.
Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler coloca-se como campeão do
anti-comunismo a nível mundial, assinando com o Japão (novembro de 1936) e com a
Itália (janeiro de 1937) o Pacto Anti-Comintern - cujo fim é ampliar o isolamento da
URSS e, quando for possível, atacá-la.
O Japão, que igualmente passa por convulsões internas graves, dá início em 1931, a
uma política externa agressiva, explorando o enfraquecimento dos Impérios Coloniais
europeus que se mostram impotentes para superar a crise econômica. Em 1937, após ter
ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, dando início ao
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longo conflito na Ásia. Seu expansionismo vai terminar por chocar-se com os interesses
norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra contra os Estados Unidos.
Os antecedentes imediatos
A
Guerra
Civil
Espanhola
Nas eleições de 1936 a Frente Popular vence as eleições na Espanha. Em 18 de julho, os
generais Mola e Francisco Franco rebelam-se contra a República, representando a
coligação de forças conservadoras (a direita monarquista, a Igreja católica, e os grupos
fascistas da Falange Espanhola) iniciando a guerra-civil que durou dois anos e nove
meses. Enquanto a França e a Inglaterra optaram pela política de não intervenção, Hitler
e Mussolini auxiliaram abertamente os nacionalistas de Franco (Legião Condor e Grupo
de Tropas Voluntárias).
Os republicanos, cada vez mais isolados, pediram apoio à URSS. Devido à distância, e
ao bloqueio naval, o auxílio soviético não consegue equilibrar a situação a favor dos
republicanos, que terminam por ser derrotados em março de 1939. Esta guerra serviu
para Hitler experimentar sua estratégia da blitzkrieg (avanço de carros de combate
conjugados com bombardeios aéreos maciços) e detectar a indecisão e fraqueza dos
aliados ocidentais. Enquanto que para Stalin, serviu de lição, não podia se envolver num
enfrentamento direto com a Alemanha.
I Guerra Mundial - A crise dos sudetos e o acordo de Munique
A ascensão de Hitler ao poder e seu nacionalismo exacerbado fizeram com que os
alemães que habitavam países vizinhos, entrassem em ebulição, desejando integraremse na Grande Alemanha. Já em março de 1938, Hitler havia anexado a Áustria
(Anschluss), tornando-a província do Reich. Com isso a integridade territorial da
Tchecoslováquia ficou ameaçada. A Sudetolândia, região fronteiriça com a Alemanha,
possuía uma população de origem germânica que perfazia 65% dos habitantes, apesar
de legalmente pertencer a Tchecoslováquia desde 1919.
É justamente nesta região que os Tchecos tinham seu sistema defensivo, nos moldes
franceses. Hitler começa a exercer pressão junto ao governo tcheco para anexá-la. O
perigo de guerra torna-se iminente. Neste exato momento, Chamberlain, primeiroministro conservador da Inglaterra e Daladier, Presidente da França, propõem encontrarse com Hitler em Munique. O Acordo de Munique terminou com uma estrondosa
vitória dos nazistas, pois receberam o acordum para poder ocupar a Sudetolândia em
troca de uma simples promessa de paz - que não seria cumprida.
Esse acontecimento convenceu Hitler ainda mais da debilidade dos aliados ocidentais,
estimulando-o a reivindicar a plena integração do "corredor polonês" ao Reich. Em
março de 1939 a Tchecoslováquia deixa de ser independente, transformando-se no
"Protetorado da Boemia e Morávia".
O pacto Germano-Soviético
Para poder invadir a Polônia, havia a necessidade da neutralização de uma das potências
vizinhas da Alemanha. A Inglaterra e a França já haviam cedido a Tchecoslováquia e
provavelmente iriam à guerra se a Polônia fosse invadida. Qual a reação da URSS?
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Hitler, veterano da Primeira Guerra Mundial sabia que a Alemanha não poderia repelila, isto é, ser obrigada a lutar simultaneamente, no Ocidente e no Oriente.
Assim pensou em fazer um acordo com Stalin, temeroso que uma invasão (os exércitos
russos haviam sido desbaratados pelos alemães entre 1914/16) pusesse abaixo as
conquistas industriais da Rússia Soviética, não hesitou. A recente demonstração de
fraqueza da Inglaterra e França, fez com que estendesse sua mão calorosamente ao
maior adversário do comunismo. Em agosto de 1939, é assinado o Pacto de não
agressão germano-soviético, cujas cláusulas secretas implicam na partilha da Polônia,
reconhecendo a hegemonia soviética sobre os Estados Bálticos (Letonia, Estonia e
Lituania). A estrava da guerra estava aberta.
A 1ª fase da ofensiva Nazi-fascista
Em setembro de 1939, as tropas alemães cruzam a fronteira polonesa e marcham em
direção a Varsóvia que será a primeira capital européia a conhecer as agruras do
bombardeio aéreo. Apesar dos esforços, os poloneses não têm condições de deter a
poderosa máquina militar germânica. Pela primeira vez é utilizada em larga escala a
estratégia da blitzkrieg - a "guerra relâmpago" - maciças operações com divisões
blindadas que atuam como pinças, encurralando o inimigo, isolando-o em bolsões, para
posteriormente levá-los ao esmagamento ou à rendição.
A Inglaterra e a França enviam ultimatos, exigindo a retirada imediata das forças alemãs
do território polonês - dando-lhes um prazo de vinte quatro horas - findo os quais
automaticamente se declarariam em guerra com a Alemanha. A 3 de setembro, chegam
a Chancelaria alemã as declarações de guerra. A Polônia resistiu por pouco mais de um
mês, terminando por render-se incondicionalmente.
Qual a razão da Inglaterra e principalmente a França, não terem aproveitado o momento
em que o grosso das forças alemãs atuavam na Polônia e iniciarem uma ofensiva pelas
desguardadas fronteiras ocidentais? De certa forma, a Primeira Guerra Mundial
condicionou os aliados ocidentais a acreditarem que a Segunda seria semelhante. Isto é,
os alemães atacavam, os franceses se defendiam e finalmente levariam o inimigo ao
esgotamento.
Nem a França nem a Inglaterra estavam preparadas para a nova dinâmica da guerra, que
ao contrário da Primeira, se caracterizava por sua extraordinária mobilidade, propiciada
pelo desenvolvimento dos blindados e da aviação de bombardeio. Durante nove meses
as tropas anglo-francesas esperaram o ataque alemão, dando um tempo precioso para
que Hitler não só liquidasse com a Polônia como ocupasse mais 500 mil Km2 antes de
voltar suas forças contra eles.
Em abril de 1940 as divisões alemãs ocupam a Dinamarca (praticamente sem
resistência) e a Noruega - onde conseguem expulsar um corpo expedicionário anglofrancês em Narvik. A ocupação do Frente Norte, deveu-se a necessidade de evitar uma
ofensiva inglesa pelo Báltico, como também preservar o abastecimento de matériasprimas estratégicas vindas da Suécia. Em maio de 1940, os Países Baixos são atacados.
A Holanda é invadida no dia 15 e a Bélgica treze dias depois.
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II Guerra Mundial - A queda da França
Até então os nazistas haviam enfrentado países pequenos e de poucos recursos
humanos e materiais, quase sem tradição militar. Esperava-se que a França fosse resistir
com mais eficiência, pois contava igualmente com a colaboração de um corpo
expedicionário britânico. Vis a vis, os exércitos franceses tinham um número
equivalente em homens, tanques e aviação, além de terem sido vitoriosos em 1914/18.
No entanto, a catástrofe francesa foi ainda maior pelo inesperado arrojo das tropas
alemãs.
Os franceses haviam concentrado suas mais eficientes tropas na fronteira com a Bélgica,
pois fora dali que os alemães iniciaram a invasão em 1914. Estavam confiantes na
segurança que a Linha Maginot lhes dava e se preocuparam com a região das Ardenas,
ocupadas por florestas e extremamente acidentada. Por via das dúvidas colocaram à
saída da floresta, um dos seus menos capazes exércitos, o 9º.
Foi exatamente nessa região que se deu o golpe de força alemão dividindo o exército
francês em dois, fazendo com que o flanco esquerdo se retirasse juntamente com o
corpo expedicionário britânico para a costa do Atlântico. O pânico estabeleceu-se na
retaguarda francesa. Milhares de refugiados entupiam as estradas e impediam o
deslocamento de tropas necessárias para tapar as brechas. A estrada para Paris abriu-se
para os alemães. Enquanto isso, mais de seiscentos mil homens estavam sitiados na
Linha Maginot, assistindo impotentes o desastre militar e político de seu país. O
exército francês pulverizou-se em menos de três semanas, surpreendendo inclusive os
alemães.
As tropas nazistas desfilam por Paris em 14 de junho e cinco dias depois alcançam a
costa atlântica. Dia 22 de junho ocorre o armistício de Compiègne, onde a França se
rende. O país é dividido em duas zonas, uma ocupada pelos alemães, outra pelo governo
colaboracionista do Marechal Petain. O espírito derrotista contaminou o país, fazendo
com que somente o Gen.
De Gaulle pregasse a necessidade da continuação da luta. As restantes tropas anglofrancesas conseguem evitar a destruição completa graças a evacuação de Dunquerque.
Apesar da catástrofe francesa a Inglaterra, agora sob a liderança de W. Churchill,
promete continuar na guerra até a vitória final ("sangue, suor e lágrimas").
A determinação da Inglaterra em continuar na luta
"Embora grande parte da Europa e antiquíssimos e famosos Estados hajam caído ou
possam ainda cair nas garras da Gestapo e de todo o odioso aparato do domínio
nazista, não haveremos de ceder nem fracassar. Iremos até o fim: lutaremos na França,
lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com crescente confiança e poderio, no ar;
defenderemos nossa Ilha custe o que custar; lutaremos nas praias, lutaremos nos
aeropódromos, lutaremos nos campos, nas ruas e nas colinas; jamais nos renderemos,
e mesmo que - o que não creio sequer por um momento - esta Ilha ou uma grande parte
dela seja subjugada e esteja passando fome, nosso Império de além-mar, armado e
guardado pela esquadra britânica, continuará a lutar até que, quando Deus quiser, o
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Novo Mundo, com toda a sua força e poderio, se ponha em marcha para socorrer e
libertar
o
Velho."
Discurso de Churchill na Câmara dos Comuns em 4 de julho de 1940, após a retirada
das forças anglo-francesas de Dunquerque e doze dias depois da rendição da França.
A expansão da Guerra pelo Mediterrâneo, África e Balcãs
Quando a sorte da França já estava praticamente selada, a Itália lhe declarou guerra (10
de junho de 1940) propiciando aos franceses suas únicas e inúteis vitórias contra as
potências do Eixo. Tropas italianas estabelecidas na Líbia penetram no Egito em
setembro de 1940 donde são rapidamente expulsas pela contra-ofensiva britânica que
lhes abocanha a Cirenaica (Líbia Oriental). A situação desesperadora das forças
italianas faz com que Hitler designe o Afrikakorps - comandado por E. Rommel - para
auxiliar Mussolini. Entre março-abril de 1941 as tropas alemães infringem vigorosas
derrotas aos ingleses obrigando-os a recuar.
No segundo semestre de 1940 a guerra atinge a região dos Balcãs. Desejoso de mostrar
sua independência de Hitler, Mussolini ordena a invasão da Grécia, partindo da Albânia.
As tropas italianas não conseguem ultrapassar a fronteira e ainda sofrem um contraataque anglo-grego que as faz recuar. A Alemanha decide enviar suas divisões para esta
região tendo por objetivo afastar definitivamente os ingleses do Mediterrâneo Oriental,
assim como reforçar seu fronte sul para a futura invasão da URSS.
Entre abril-maio de 1941 caem sob seu domínio a Iugoslávia e a Grécia, culminando
com uma surpreendente ocupação da Ilha de Creta - base aero-naval inglesa - pelos
pára-quedistas alemães. Desta forma os campos petrolíferos da Romênia, que
abasteciam as divisões blindadas alemãs, ficam a salvo dos bombardeios aéreos. Apesar
dessas sucessivas derrotas, os ingleses conseguem manter algumas posições estratégicas
importantes - a Ilha de Malta - na intersecção da Sicília com a África.
Isso lhe possibilita assediar os comboios do Estreito de Gibraltar que lhes assegura a
rota marítima com o Mediterrâneo e o Egito. A superioridade naval e aérea inglesa vai
ser uma permanente fonte de tormentos para os italianos no Mediterrâneo, como
também neutraliza a eficiência de combate do Afrikakorps derrotados em El Alamein,
em 30 de junho de 1942, por falta de reforços.
II Guerra Mundial - O isolamento da Inglaterra
A situação da Inglaterra nos anos 40/41 era de quase total isolamento. Sua poderosa
esquadra, havia dissuadido Hitler de invadi-la, levando-o a adotar a estratégia da Guerra
aérea e submarina. H. Güring, supremo comandante da Luftwaffe foi responsável pelas
operações de bombardeamento de Londres e outras cidades industriais.
Inicialmente procuraram atingir alvos estratégicos, mas a situação evoluiu para um
bombardeio indiscriminado da população civil (Conventry). As bases alemãs estavam
assentadas nos Países Baixos e na França conquistada. Um invento, do qual somente os
ingleses tinham o monopólio, - o radar - muito os auxiliou na luta contra a avaliação
alemã. Ao deixarem de bombardear os alvos estratégicos (industriais e aeródromos) os
alemães propiciaram a que a RAF se recuperasse, passando a infringir pesadas perdas
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aos seus aviões. Em 1940, a Luftwaffe perdeu 1.733 aparelhos, tendo cada vez mais
dificuldades em obter pilotos adestrados.
A situação da Inglaterra conhece verdadeiro alívio, quando Hitler resolve invadir a
União Soviética em junho de 1941, sendo obrigado a desviar o esforço de guerra para o
fronte Oriental. Mesmo assim, nestes dois anos críticos, a Inglaterra vê cair sobre suas
cidades mais de 58 mil toneladas de bombas.
Paralelamente aos ataques aéreos, a Grã-Bretanha foi submetida ao cerco pelos
submarinos. Em 1939 os ingleses haviam perdido 810 mil toneladas de barcos
afundados, que no ano seguinte aumentou para 4 milhões e meio, atingindo o máximo
de perdas em 1942, quando mais 8 milhões de toneladas foram postas à pique pelos
torpedos alemães. Hilter escolheu a guerra submarina devido a inferioridade numérica
da esquadra alemã e, tentava com ela, reeditar o Bloqueio Continental ordenado por
Napoleão. Isolando a Inglaterra de suas colônias esperava secar as fontes de
abastecimento em matérias-primas e alimentos, necessárias a seu esforço de guerra.
Desta forma usava a estratégia do ataque indireto visando a neutralização e submissão
da Inglaterra. No entanto, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, a partir de
dezembro de 1941, esta política não se concretizou. Imensos comboios passaram a
atravessar o Atlântico apoiados pela esquadra anglo-americana. A invenção do sonar e a
construção de destroiers, aperfeiçoaram a caça de submarinos. Se em 1940, apenas 22
submarinos haviam sido destruídos, seu número aumentou para 35 no ano seguinte, 85
em 1942 chegando ao auge em 1943, quando 287 submarinos foram postos fora de
combate.
Esta política da guerra submarina terminou por levar os alemães a realizarem ataques
indiscriminados a navios mercantes, mesmo àqueles países que ainda permaneciam
neutros. O Brasil tem vários barcos torpedeados, a maioria dos quais no Atlântico Sul, o
que forçará a entrada de Getúlio Vargas no conflito.
Conclusões da 1ª fase - setembro de 1939 a junho de 1941
A guerra se iniciou com o conflito germano-polonês, em setembro de 1939, tornou-se
22 meses depois num combate generalizado envolvendo todas as nações da Europa
Ocidental. Permaneceram neutros a Suécia, a Suíça e os países ibéricos. Ao término
desta fase o sucesso de Hitler era evidente; suas forças haviam submetido oito países,
perfazendo o controle de mais de um milhão e meio de km2 com uma população de
mais de cem milhões de indivíduos.
O poderio francês havia sido varrido em pouco mais de um mês e a Inglaterra achava-se
na defensiva. O controle territorial partia das margens polares da Noruega englobando
boa parte do Mediterrâneo. Contando os territórios da Alemanha, Áustria,
Tchecoslováquia mais as áreas dominadas, temos um total de 2 milhões 340 mil km2,
com uma população de mais de 250 milhões. Os alemães passaram usufruir os recursos
industriais e agrícolas da França, Bélgica e das regiões orientais da Europa (dominados:
como a Iugoslávia, ou aliados como a URSS permaneciam neutros, fazendo com que o
domínio alemão fosse incosteste.
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Suas forças armadas tornaram-se calejadas, mais de dez milhões de homens haviam sido
mobilizados dotados de modernos equipamentos baseando sua estratégia numa poderosa
e ágil força blindada. O moral dos tropas era elevadíssimo, criando-se o mito da
insensibilidade do exército alemão - a mais poderosa máquina de guerra que o mundo
havia visto. Todos estes fatores criaram um clima otimista para Hitler dar início a 2ª
fase do conflito: a invasão da URSS - que seria a sua tumba.
Países aliados da Alemanha:
1) Itália
2) Finlândia
3) Hungria
4) Bulgária
5) Romênia
A II fase da ofensiva Nazi-fascista
Vários fatores contribuíram para que Hitler se decidisse a invadir a URSS. Era-lhe
difícil precisar quanto tempo a União Soviética se manteria fora do conflito e já que
mais tarde ou mais cedo ela se envolveria, decidiu tomar a iniciativa atacando antes.
Hitler subestimou o potencial soviético e de certa forma, sua opinião sobre a capacidade
de resistência do Exército Vermelho era compartilhada pelos observadores ocidentais.
Em 1937 Stalin havia expurgado todo alto-comando das Forças Armadas, 65% dos
oficiais desapareceram nos campos de concentração ou pelos fuzilamentos.
A fragilidade do potencial soviético foi testada na guerra conta a pequena Finlândia,
onde os russos padeceram severas perdas para submeter os fineses. Inegavelmente o
peso maior devia-se ao antagonismo de ambos sistemas políticos. Hitler, afinal era o
campeão do anti-comunismo, e esperava apoio mundial para sua cruzada contra
bolchevismo. O pacto germano-soviético, fora apenas um interlúdio tático para
consolidar seu domínio no Ocidente e desta forma poder jogar todo o peso do poderio
alemão contra URSS.
Stalin recebeu vários avisos da iminência da invasão. Tanto o serviço secreto britânico
como o Departamento de Estado americano alertaram-no com suficiente antecipação. O
espião soviético, Sorge, que atuava na Embaixada Alemã em Tóquio, enviou mensagem
indicando a data exata em que os exércitos alemães atacariam. Nada disso convenceu
Stalin. Acreditava que não passavam de manobras para envolvê-los numa guerra contra
a poderosa Alemanha. Ordenou, inclusive, que os exércitos soviéticos se afastassem da
fronteira alemã para evitar qualquer tipo de provocação. Assim, não é de espantar que
fossem pegos de surpresa quando a invasão iniciou.
Os alemães dividiram suas forças em três grandes grupos de assalto. Os Exércitos do
Norte, sob comando do Gen. Von Leeb possuía 57 divisões e sua missão era ocupar os
Estados Bálticos e unir-se com os finlandeses em Leningrado. Os Exércitos do Centro,
sob comando do Gen. Von Bock, composto por 45 divisões tinha como missão dirigirse a Moscou. Os Exércitos do Sul, sob chefia de Von Rundstedt, com 38 divisões
deslocaria-se para as férteis regiões da Ucrânia e posteriormente para o Cáucaso, rico
em minérios e petróleo.
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Era a mais vasta operação de guerra até então ensejada pelos alemães, implicando numa
força de 150 divisões mais tropas auxiliares de outras nacionalidades (romenos,
húngaros, espanhóis, italianos, e pequenos grupamentos fascistas) perfazendo 3 milhões
e duzentos mil soldados. Uma força dez vezes superior a de Napoleão quando este
invadira a Rússia cento e trinta anos antes, e o maior exército invasor de todos os
tempos.
O ímpeto do ataque alemão desbaratou as forças fronteiriças e destruiu, quase toda a
força aérea soviética, que foi abatida no solo. A penetração alemã teve poucos
obstáculos. Suas divisões blindadas avançavam celeremente, envolvendo os exércitos
russos em enormes bolsões. Nos primeiros meses do conflito, mais de 650 mil
prisioneiros foram feitos. O otimismo e a certeza de uma vitória fácil inundou o AltoComando alemão.
Pelos seus cálculos, pouco restava do poderio militar soviético, visto que em apenas
cinco meses amplas regiões da Rússia caíram sob seu controle. Leningrado estava
cercada, a estrada para Moscou desguarnecida, a Ucrânia desamparada. Mas lentamente
a determinação e resistência dos soviéticos se fez sentir - uma guerra de vida e morte se
perfilava no horizonte.
A locução de Stalin, feita em 4 de julho de 1941, dez dias depois da invasão alemã:
"Camaradas, cidadãos, irmãos e irmãs, combatentes do nosso Exército e da nossa
Marinha! É a vos que me dirijo, meus amigos! Grave ameaça paira sobre o nosso país
(...) Esta guerra nos foi imposta, achando-se o nosso país empenhado agora numa luta
de vida ou morte contra o mais pérfido e maligno dos seus inimigos, o Fascismo
Alemão. Nossas tropas se batem heroicamente em situação desvantajosa, contra um
adversário fortemente armado de tanques e aviões... O grosso das tropas soviéticas,
equipado com milhares de tanques e aviões, somente agora começa a participar dos
combates... Unido ao Exército Vermelho, todo o nosso povo se levanta para defender a
Pátria. O inimigo é cruel e impiedoso. Quer nossa terra, o nosso trigo e o nosso
petróleo. Visa à restauração do Czarismo e à destruição da cultura nacional dos povos
da União Soviética... quer nos fazer escravos de príncipes e barões germânicos.
Nas nossas fileiras não haverá lugar para os fracos e os covardes, para os desertores e
causadores de pânico. Nosso povo será destemido na luta e combaterá com abnegação
na guerra patriótica de libertação contra os escravizadores fascistas.
(...) Sempre que unidades do Exército Vermelho sejam obrigadas a recuar, todo o
material rodante ferroviário há de ser também retirado. Ao inimigo não se deixará uma
única máquina, um simples tanque, uma libra de pão ou uma latinha de óleo. Os
kolkhozniki sairão com todos os seus animais, entregarão ao Estado suas reservas de
cereais para o envio a retaguarda... Tudo o que não puder ser carregado será
destruído, seja cereal ou ferro, combustível ou metais não ferrosos ou qualquer
propriedade de valor.
(...) Camaradas, nossas forças são incomensuravelmente grandes. O inimigo insolente
logo o perceberá. Unidos ao Exército Vermelho, milhares de trabalhadores, de
kolkhozniki e de intelectuais irão à guerra. Surgirão muitos milhões mais. Os
trabalhadores de Moscou e de Leningrado já começam a organizar um opolcheniye
Prof. Airton Munhoz Vieira – material prova
(corpo auxiliar de voluntários ) de milhares de militantes para auxiliar o Exército
Vermelho... O imenso poder popular será empregado para esmagar o inimigo. Avante!
À vitória!"
II Guerra Mundial - A resistência russa
O famoso teórico da guerra Clausewitz, já alertava sobre as dificuldades de se
conquistar a Rússia. Sua vastidão, as poucas estradas e a determinação de lutar de seu
povo, forçavam ao invasor a um assombroso desgaste. Num capítulo especial sobre os
efeitos das marchas prolongadas, mostra como essas diminuem o potencial combativo
de um exército. Ao penetrarem cada vez mais no solo russo, as forças alemãs
começaram a sentir os efeitos destes fatores.
Agora não se tratava de conquistar pequenos países da Europa Ocidental e sim uma
região que só em sua área européia, tinha mais de 5 milhões de quilômetros quadrados,
duas vezes e meia superior a da Europa Ocidental. As linhas invasoras, ao se
estenderem por mais de mil quilômetros, dificultavam o abastecimento e municiamento,
assim como as tornavam vulneráveis ao ataque de guerrilheiros na retaguarda. Sendo o
exército alemão essencialmente motorizado, havia necessidade constante de
combustível e reposição de peças para torná-lo eficiente.
A resistência soviética aumentava de intensidade conforme os alemães se aproximavam
de Moscou. O inverno de 1941 foi assaz precoce. O General Guderiam notou as
primeiras nevascas na primeira quinzena de outubro. As estradas ficaram enlameadas
diminuindo cada vez mais a capacidade de manobra das divisões panzer. Mesmo assim
os alemães atingiram a periferia da capital soviética em novembro de 1941. A
temperatura baixou terrivelmente, entre 20 e 25 graus abaixo de zero. Como esperavam
o término da guerra para antes do inverno, foram surpreendidos sem vestuário
apropriado.
Hitler ordenou que os exércitos aguardassem a passagem do inverno em suas posições
de assalto. A capital seria conquistada na primavera de 1942. É neste momento que,
com auxílio de tropas siberianas, o Marechal Zukov inicia o contra-ataque na região de
Moscou, surpreendendo os alemães, afastando-os em definitivo. O pânico das tropas
contaminou todo alto-comando, fazendo com que Hitler afastasse uma série de generais
e assumisse o controle direto da guerra. A ordem era resistir em suas posições. Percebeu
que uma retirada em pleno inverno, como muitos generais desejavam, poderia se
transformar numa catástrofe de enormes proporções, desmoralizando definitivamente
suas tropas. Segundo alguns, esta foi uma das poucas ordens sensatas de Hitler.
Na primavera verão de 1942, os alemães retomaram a ofensiva nas regiões do Sul da
Rússia. Toda a área do Mar Negro foi conquistada, incluindo o Cáucaso. Foi o "verão
negro" da história do Exército Soviético. No entanto, era visível que os russos
preparavam-se cada vez melhor para enfrentar os cercos dos blindados alemães. Tropas
aguerridas estavam se forjando no transcorrer das batalhas. Apesar das enormes perdas,
os soviéticos passaram a ser abastecidos com um equipamento mais farto e de melhor
qualidade, destacando-se o tanque T-34 e os morteiros-foguetes katyushas.
Até os finais de 1941 caíram sobre o controle alemão 40% da população soviética, 41%
de suas estradas de ferro, 38% do gado, 58% das siderurgias de aço, 60% do alumínio,
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84% do açúcar, 38% dos campos cerealísticos, 63% do carbono e 60% do ferro. Apesar
dessas conquistas nunca as baixas alemãs tinham sido posto fora de combate; 202.251
mortos, 725.642 feridos e 46.511 desaparecidos, perfazendo até fevereiro de 1942, 31%
do total da força invasora.
O esforço de guerra soviético
Nos últimos anos da década de trinta, conforme a negra nuvem da guerra se alastrava
pela Europa, os soviéticos passaram a construir suas fábricas de forma a serem
facilmente desmontáveis e conduzidas às regiões fora do alcance da aviação invasora.
Quando os alemães atravessaram a fronteira da URSS em junho de 1941, deu-se início a
remoção. Nos Urais foram instaladas 455 indústrias, 210 na Sibéria e 250 na Ásia
Central, num total de 1.360.
Isso no entanto não evitou que mais de 1.700 cidades fossem destruídas como também
70 mil aldeias, desabrigando mais de 25 milhões de habitantes. 31.850 fábricas foram
destruídas, 65 mil quilômetros de estradas de ferro totalmente inutilizadas, perecendo
ainda 71 milhões de cabeças de gado variado. A mobilização da população propiciou às
forças armadas de 11.556.000 soldados, dos quais 6.352.000 entraram em combate.
Catastróficas foram as perdas civis e militares. Apesar dos dados serem aproximativos
Ellenstein os calcula ao redor dos 25 milhões de mortos (provocados pelo combate
direto contra o inimigo, assim como pela fome, frio e epidemias). Das despesas totais
para o esforço de guerra, calcula-se que a partir de 1942 60% da receita estatal foi
destinada aos produtos bélicos. A produção de aviões atingiu a 3 mil unidades por mês a
partir de 1943 e a de blindados - 2 mil.
Stalin, no final do conflito, afirmou que seu país havia construído 100 mil blindados e
120 mil aviões. Considerável igualmente foi a ajuda prestada pelos Estados Unidos e
Grã-Bretanha: segundo o Gen. Deane, os aliados ocidentais enviaram para a URSS:
 mil caminhões, 13 mil veículos de guerra, 2 mil veículos para canhões e 35 mil
motocicletas;
 milhões e 670 mil toneladas de produtos de petróleo;
 milhões e 478 mil toneladas de víveres e equipamento ferroviário.
O auge do abastecimento, que se fez em sua maior parte pelo porto popular de
Murmansk, ocorreu entre os anos de 1943 e 1944, contribuindo enormemente para a
contra-ofensiva geral que levou os alemães à derrota.
A política de ocupação alemã
Como conseqüência lógica da política racista, os nazistas trataram com métodos
bárbaros e cruéis as populações do Leste Europeu. Suas vítimas principais foram os
poloneses e russos vistos como untermenschen (seres inferiores) pelos germanos
conquistadores. De acordo com os princípios ideológicos de Mein Kampf diz-nos M.
Crouzer - tratava-se de criar para algumas nações que disto fossem dignas, zonas vitais
formadas dum certo número de "grandes espaços" (grossraum), política e
economicamente autônomos, ligados por acordos bilaterais.
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O centro seria formado pela Alemanha que seria a única a ser provida de parques
industriais. Na periferia, estariam as nações camponesas - o Baurwall, ou "muro de
camponeses", colonizada por alemães (Führungsvolk) tendo como servos os eslavos.
Reduzir as populações do Leste ao estado absoluto de vasalagem foi pois a política dos
conquistadores. Foram constituídos tropas especiais de extermínio e eliminação de
marxistas, franco-maçons, democratas-burgueses, sindicalistas, comissários políticos e
principalmente judeus.
As regiões do Leste foram administradas pelos comissários do Reich (Reich-komissaer)
com autoridade de vida e morte sobre as populações subjugadas. Seus objetivos,
segundo Erich Koch eram claros: "Eu não vim aqui para espalhar a felicidade, vim para
ajudar o Führer... Não estamos aqui para trazer manhã, mas para criar as bases de
vitória. Somos uma raça de senhores que deve se lembrar sempre que o mais humilde
trabalhador alemão tem social e biologicamente mil vezes mais valor que a população
daqui".
Assim, as escolas e universidades foram suprimidas, permitindo-se apenas o nível
mínimo de escolarização. Professores e intelectuais foram fuzilados em massa. Este
imenso império de terror era controlado pelo Reichsführer SS - Himmler que
supervisionava pessoalmente a ação dos Einsatzuommandos, especializados no
genocídio. Para tanto, foram construídos campos de concentração que passaram a
eliminar pelo gás milhões de vítimas.
Em Auschwitz, tornou-se possível gasear um lote de 2 mil pessoas em meia-hora e
repetir a operação 4 vezes por dia. As mais bárbaras e atrozes experiências foram feitas
com os prisioneiros em melhores condições, tornando-se tristemente célebre o Dr.
Mengele. A rede de campos era composta por 15 de grande porte (Dachau,
Neungamme, Mathausen, Ravesbruck, Chelmo, Treblinka, Sobibor, Maidaneck, Belzec,
Belsen, Auschwitz, Theresinstadt) e 900 menores, estando em sua maior parte situados
em terras polonesas. Acredita-se que pereceram nos campos de extermínio, mais de 10
milhões de pessoas das quais 60% eram de origem judaica.
Conforme as necessidades da guerra aumentavam, as SS foram encarregadas juntamente
com a Gestapo, de obterem mão-de-obra para a indústria alemã. Inicialmente solicitouse o trabalho voluntário, mas a partir de 1942 instituiu-se o trabalho forçado adotandose o seqüestro como uma maneira usual. Mais de 3 milhões de operários de ambos os
sexos foram trabalhar no Reich, conduzidos como gado em enormes comboios
ferroviários.
Pode-se dizer que Hitler, ressuscitou a velha política colonialista praticada pelos
europeus na Ásia e na África, querendo transformar os eslavos "nos seus negros", "nos
seus amarelos". É compreensível pois entender a tenacidade com que os russo lutaram.
II Guerra Mundial - A batalha de Stalingrado
"Stalingrado foi o ápice da campanha russa. É verdade que a frente recuou aos pulos
e sobre grandes distâncias, mas de maneira irreversível." - Lidde Hart
Stalingrado, cidade situada na margem direita do rio Volga, era um importante
entroncamento fluvial e ferroviário que ligava as regiões minerais e petrolíferas do
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Cáucaso à área de Moscou. Hitler decidiu lançar o peso de sua ofensiva sobre esta
cidade não só por motivos estratégicos, mas também políticos. Acreditava que
provocaria um profundo abalo moral nas forças inimigas caso conquistasse rapidamente
a cidade. As divisões alemãs que atuavam na Rússia foram ampliadas de 184 em junho
de 1942 para 193 em agosto/setembro do mesmo ano. Assim reforçados, deram início a
ofensiva sobre essa cidade.
A 17 de julho, o VI Exército sob o comando do Gen. Von Paulus teve ordem de dar
início à mobilização que visava a ocupação de Stalingrado. Em setembro a luta se
estende para o seu interior e sua queda é eminente. Hitler, eufórico, chega a anunciar a
rendição para qualquer momento. No entanto, o avanço alemão por entre as ruínas da
cidade é cada vez mais moroso. O 62º Exército comandado por Chuikov resiste a
sombra de cada casa, de cada rua, de cada porão.
A terrível oposição das tropas russas não evita que os alemães se apropriem de quase
70% da cidade. Chuikov faz referências a extrema dificuldade em se defender um fronte
que tinha de extensão mais de 40 km e uma profundidade de apenas 3 km. Na outra
margem do rio, os russos colocam sua artilharia que através de sucessivas barragens,
evitam que o restante da cidade caia em poder dos alemães. As perdas de ambos os
lados são imensas. O inverno se aproximava e a vitória alemã não se concretiza.
Em 19 de novembro de 1942, após silencioso preparativo, os soviéticos, sob o comando
do Gen. Zukov realizam a contra-ofensiva. Três grandes corpos de exércitos (de
Vatutin, de Rokossovsky e de Yeremenko) avançam pelo frágeis flancos do VI
Exército, terminando por cercá-lo completamente a 23 de novembro de 1942. Vinte e
duas divisões de elite e mais dois exércitos romenos encontram-se aprisionados no
chamado "caldeirão" de Stalingrado.
O Gen. Von Paulus solicita ordens para executar uma retirada em quanto fosse tempo.
Hitler, teimosamente ordena que os alemães devam permanecer nas posições
conquistadas, enviando um corpo blindado (Hooth-Mainstein) para tentar romper o
bloqueio. Os russos com relativa facilidade e auxílio das baixas temperaturas
conseguem afastá-lo das cercanias da cidade. Em dezembro de 1942 os soviéticos
apelam para a rendição do VI Exército, dada a inutilidade de qualquer resistência. O
natal de 1942 é lúgubre em toda a Alemanha.
O führer, tenta criar uma situação emocional favorável ao espírito de resistência até o
último homem. Promove Von Paulus a Marechal, esperando lhe dar ânimo. Dos 330 mil
soldados existentes dentro do "caldeirão" a metade já havia perecido nos combates, pela
fome e pelo frio. As promessas de Güring, de abastecer os sitiados via aérea não se
concretizaram.
Entre os dias 10 de janeiro a 2 de fevereiro de 1943, as tropas soviéticas executam a
operação final, que culmina na rendição incondicional de quase cem mil homens. Foi a
maior derrota militar do Exército alemão em todos os tempos, marcando o fim da
supremacia estratégica e tática da Alemanha, que definitivamente perdeu a iniciativa da
guerra. Dali em diante, os soviéticos passariam a determinar os rumos do conflito. A
Batalha de Stalingrado marca a reviravolta dos destinos da guerra e o princípio do fim
da Alemanha Nazista.
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1941: a guerra se torna mundial e o O Japão desafia os EUA
Até dezembro de 1941, podemos dizer que a Guerra era um conflito entre nações
européias. Mas a partir de então vai se generalizar pelas extensas regiões da Ásia. O
Japão, aliado da Alemanha desde 1937, já estava envolvido com a China. Divididos
entre as forças do Koumitang liderados por Chiang Kai-shek e do Partido Comunista de
Mao Tse-Tung, os chineses tinham dificuldades em formar uma aliança para combater o
invasor.
Isso permitiu aos japoneses ocupar quase que um sexto do seu território, incluindo as
populosas cidades do nordeste do país, como Pequim. Quando a França foi invadida
pelos alemães em junho de 1940, aproveitaram-se da debilidade do velho Império
Colonial para apropriar-se de suas colônias. A Indochina francesa é ocupada.
A expansão japonesa é vista com temeridade pelos Estados Unidos. Roosevelt trata de
bloquear de todas as maneiras o seu crescimento militar e econômico. Seu primeiro
passo foi anular os acordos comerciais que mantinha com o império do Sol Nascente.
Inicia o embargo de petróleo e de matérias-primas minerais fundamentais para a
indústria de guerra japonesa, além de lhes congelar os créditos que o Japão possuía nos
Estados Unidos. No campo diplomático iniciam-se conversões para obter a evacuação
dos nipônicos da China e Indochina - que fracassam. O estado de guerra torna-se
latente.
Internamente, a opinião pública era favorável a manutenção do isolacionismo. Os
Estados Unidos não deviam entrar na guerra. Poderosos movimentos de direita se
organizaram a favor da política do não-envolvimento. Pode-se dizer que somente
Roosevelt e seus acessores sabiam que a participação americana no conflito era
inevitável. A coesão nacional em torno do seu governo surgiu, quando os japoneses
realizaram o surpreendente ataque à base naval de Pearl Harbour no Hawai, sede da
frota americana no Pacífico. O dia 7 de dezembro coloca os Estados Unidos diretamente
na Guerra.
Dois dias depois o Presidente Roosevelt leu sua mensagem de guerra à nação:
"O verdadeiro objetivo que buscamos situa-se muito acima e além do feio campo de
batalha. Quando recorremos à força, como o fazemos agora, estamos resolvidos a que
essa força seja dirigida para o bem último assim como contra o mal imediato. Nós,
americanos não somos destruidores - somos construtores.
Estamos agora no meio de uma guerra, não de conquistas, não de vingança, mas por
um mundo no qual esta nação, e tudo quanto esta nação representa, seja preservado
para os nossos filhos. Esperamos eliminar o perigo do Japão, mas isto de pouco nos
servirá se, conseguindo-o, verificarmos que o resto do mundo está dominado por Hitler
e Mussolini. Vamos vencer a guerra e vamos conquistar a paz que se seguirá. E nas
horas escuras deste dia - e através dos negros dias que talvez ainda venham saberemos que a vasta maioria dos membros da raça humana está do nosso lado.
Muitos deles estão lutando conosco. Todos eles estão orando por nós. Pois,
representando nossa causa, representamos também a deles - nossa esperança e sua
esperança pela liberdade sob Deus."
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A expansão japonesa: Ásia e Oceania - 1941 - 1942
O ataque a Pearl Harbour não foi uma operação isolada do Alto Comando estratégico
japonês, e sim parte de uma operação mais vasta, que compreendia ataques simultâneos
às colônias inglesas, holandesas e americanas. Os objetivos desta ofensiva relâmpago
eram sedimentar posições defensivas para, posteriormente, travar uma guerra de
desgaste com os Estados Unidos e Grã-Bretanha. Os japoneses sabiam perfeitamente do
extraordinário potencial militar que os Estados Unidos poderiam mobilizar. Destruindo
sua esquadra no Pacífico - num ataque de surpresa - esperavam ganhar tempo para fixarse numa área cujo raio fosse o maior possível.
Em janeiro de 1942, lançam a operação de conquista das Filipinas (E.U.A), e das Índias
Holandesas (Indonésia caem sob seu controle em março de 1942). Outra força-tarefa
japonesa ocupa Singapura na Malásia em fevereiro do mesmo ano. A cidade de HongKong é ocupada em dezembro, enquanto a Birmânia rende-se em abril. A ofensiva
japonesa lhes propicia o controle sobre 95% dos seringais produtores de látex, 90% do
quinino. 70% da produção de arroz e estanho, assim como o petróleo, bauxita e cromo,
todos fundamentais para sustentar a máquina de guerra. Isso dava ao Japão uma
surpreendente capacidade de resistência quando os Estados Unidos iniciam sua contraofensiva no segundo semestre de 1942.
Regiões conquistadas pelo Japão
Países
Área em Km² População
(em milhões)
Birmânia
China
Coréia
Filipinas
Indonésia
Malásia
Indochina
677.950
1.500.000
220.735
297.370
1.094.345
330.400
510.800
31
237
52
45
140
12
60
Total
5.441.600
450
II Guerra Mundial - A derrota do eixo
Poucos dias após o ataque japonês, Hitler e Mussolini declararam guerra aos Estados
Unidos. Desta maneira esperavam que os japoneses fizessem o mesmo em relação a
URSS. No entanto, o governo japonês alegou que estava excessivamente comprometido
na guerra da Ásia para poder atacar os russos pela Sibéria - seria ampliar em demasia
seu raio de ação. Enquanto isso, os Estados Unidos lançam-se freneticamente na
construção bélica para poder aparelhar suas esquadras e adestrar seus exércitos.
No conjunto, foram mobilizados para servir nas Forças Armadas um total de 15.145.115
homens e mulheres (sendo que 10.420.000 no Exército, 3.883.520 na Marinha, 599.593
como fuzileiros navais e 211.902 como guardas do litoral; a Força Aérea abrigou um
efetivo superior a 30 mil homens). A reciclagem da sua indústria foi surpreendente
Prof. Airton Munhoz Vieira – material prova
fazendo com que os gastos militares atingissem a impressionante soma de 350 bilhões
de dólares nos quatro anos de guerra.
A contra-ofensiva americana no Pacífico (1942/45)
Recuperando-se das perdas em Pearl Harbour e transferindo parte de sua esquadra do
Atlântico para o Pacífico, os americanos dão início a contra-ofensiva que tendo início
em maio de 1942, se encerrará com a rendição do Japão, trinta e oito meses depois, em
2 de setembro de 1945. A batalha do mar dos Corais põe fim a ofensiva japonesa no
Pacífico Sul. Em junho tratava-se a primeira grande batalha naval em Midway, onde os
nipônicos perdem 4 porta-aviões propiciando o desembarque americano em
Guadalcanal (agosto de 1942). O ano de 1943 dá início à maciça ofensiva americanaaustraliana sob comando do Gen. Douglas Mac Arthur, que ocupa pequenas ilhas do
pacífico sul-ocidental afastando os japoneses da região. Em 1944 iniciam a operação de
reconquista das ilhas Filipinas que terminam ocupadas em fevereiro de 1945.
Paralelamente a este processo, britânicos e americanos, após recuperarem a estrada que
liga a Birmânia à China, passam a enviar equipamentos militares para o exército de
Chiang-Kai"Shek. No entanto, os resultados esperados não se fazem sentir. Chiang,
teme muito mais seu rival Mao Tse-tung, que as forças japonesas. No biênio obrigados
a recuar em todos os frontes.
A Guerra do Pacífico, possui características próprias. Ao contrário da guerra na Europa,
baseada em operações de blindados e massas de tropas, a guerra contra o Japão,
envolveu basicamente unidades navais - onde os porta-aviões tiveram um papel dos
fuzileiros navais foi de relevante importância. Praticamente eram operações de
"desentocamento" - pois os japoneses resistiam estoicamente em suas posições. A
artilharia da marinha, os bombardeios aéreos, o lança-chamas, as operações de
desembarque, foram os denominadores comuns da guerra no Pacífico.
Em 19 de fevereiro os americanos desembarcam pela primeira vez em território
nipônico, travando a batalha pela posse da ilha de Iwojima e logo após a de Okinawa.
Estas duas batalhas sangraram profundamente o corpo de fuzileiros navais. A Marinha
Imperial, que sistematicamente vinha sendo derrotada, praticamente se desativou no
primeiro semestre de 1945. Deve-se destacar, que a superioridade técnica dos aviões
Zero pouca efetividade tiveram contra as levas de aviões americanos. Em desespero,
jovens pilotos japoneses transformaram-se em kamikazes (pilotos suicidas), que após
abarrotarem seus aviões de bombas, lançam-se diretamente contra as embarcações
inimigas. Apesar da bravura pessoal dos kamikazes, pouco efeito tiveram no resultado
geral do conflito.
Em agosto de 1945 (no dia 6) um discreto e solitário avião - o "Enola Gay" - lançou o
mais poderoso artefato de guerra de todos os tempos - a Bomba Atômica - sobre a
desprotegida cidade de Hiroshima, massacrando mais de cem mil pessoas e ferindo
outros tantos. Três dias depois é a cidade de Nagasaki que vai conhecer os horrores da
explosão nuclear. Ao Japão nada mais lhe restava senão render-se. No dia 2 de
setembro, a bordo do encouraçado Missouri, ancorado na baía de Tóquio - o governo
japonês capitula perante os Estados Unidos, encerrando a Segunda Guerra Mundial.
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A contra-ofensiva anglo-americana Norte da África e Itália (1942/43)
Enquanto os soviéticos aparavam os vigorosos ataques das tropas alemãs no Fronte
Oriental, os exércitos americanos e ingleses iniciaram uma operação de destruição do
Fronte Sul do eixo. Simultaneamente aos britânicos, que sob o comando do Gen.
Montgomery iniciavam sua contra-ofensiva partindo de El Alamein, no Egito; uma
enorme força-tarefa anglo-americana deslocava-se em direção ao Norte da África.
Inicia-se a operação Tocha, sob o comando do Gen. Eisenhower, que desembarcou no
Marrocos e Argélia. Os exércitos italianos e africakorps viram-se obrigados a lutarem
duas frentes. Dada a superioridade aérea e naval dos aliados as forças do Eixo, foram
obrigadas a baterem em retirada. Os alemães ainda enviaram um inútil auxílio para seu
enclave na Tunísia. No dia 13 de maio de 1943 ocorreu a capitulação dos "Corpos de
Exército da África" com a rendição de 252 mil soldados alemães e italianos. No espaço
de seis meses e meio, o eixo perdeu definitivamente o controle do Mediterrâneo,
abrindo as portas para a invasão da Itália.
No verão de 1943 (junho-agosto) os exércitos aliados invadem a estratégica ilha da
Sicília. Montgomery, no comando do VIII exército britânico e Patton, chefiando as
forças americanas ocupam as principais cidades da ilha (Tarento, Palermo e Messina). A
queda da Sicília provoca o desprestígio de Benito Mussolini, que é destituído pelo
Grande Conselho Fascista por solicitação do rei Vitorio Emanuel III. Depois de ter sido
preso, em 25 de julho, é constituído um novo governo na Itália dirigido pelo Gen.
Badoglio, que além de dissolver o partido fascista inicia conversações secretas com os
aliados para retirar a Itália da guerra. Em setembro proclama-se o armistício entre a
Itália e os aliados. Hitler, prevendo sua defecção, ordena (operação Eixo) a ocupação
das principais cidades peninsulares e no desarmamento e aprisionamento dos soldados
italianos. Badoglio e a família real procuram refúgio junto aos aliados. Mussolini, que
havia sido detido nos Alpes, é resgatado numa operação comando ordenada por Hitler.
Para prestigiar seu velho aliado forma a República Social Italiana (República de Saló)
no Norte da Itália e a coloca sob seu comando, mas quem de fato governa são as tropas
da SS.
A campanha da Itália que tem início em princípio de 1944 vai se tornar extremamente
morosa. A acidentalidade do terreno e a resistência dos alemães transforma o
movimento aliado numa dolorosa conquista passo de cágado. Depois da rendição alemã
em Monte Cassino (fevereiro/maio)os aliados ocupam toda a Itália Central (Roma, Pisa
e Florença), enquanto os alemães encastelam-se na "Linha gótica". Ainda resistirão por
um ano, até a rendição de 28 de abri de 1945.
Nesta mesma data Benito Mussolini é capturado e fuzilado por forças guerrilheiras
quando pretendia exilar-se na Suíça. Foi na Itália que a Força Expedicionária Brasileira
atuou como integrante das Forças Aliadas. O Brasil, que havia declarado guerra ao Eixo
em 1942, preparou uma divisão de 25 mil homens sob o comando do Gen. Mascarenhas
de Morais equipada com material bélico americano. Os brasileiros se celebrizaram pela
conquista de Monte Castelo onde tiveram o maior número de baixas na campanha de
1944.
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Regiões conquistadas pelo Japão
Países
Área em Km² População
(em milhões)
Birmânia
China
Coréia
Filipinas
Indonésia
Malásia
Indochina
677.950
1.500.000
220.735
297.370
1.094.345
330.400
510.800
31
237
52
45
140
12
60
Total
5.441.600
450
II Guerra Mundial - A contra-ofensiva anglo-americana: A Invasão da
Normandia
Desde 1942, os soviéticos insistiam na necessidade dos aliados abrirem um "Segundo
Fronte" na Europa Ocidental, pois os Exércitos russos estavam sangrando ao terem de
enfrentar 266 divisões invasoras (das quais, 193 alemãs). Americanos e ingleses
alegavam que para tal, necessitavam de um longo período de preparação e adestramento
das tropas, visto que teriam de ultrapassar a "Fortaleza do Atlântico".
Essa era um conjunto de fortificações construídas pelos alemães no litoral da Bélgica e
da França que visava tranqüilizar as tropas nazista que combatiam na Rússia. Os
alemães cometeram os mesmos equívocos dos franceses ao construírem a Linha
Maginot, por um sistema defensivo estático pouco poder fazer numa guerra
caracterizada pela intensa mobilidade das forças e pelo potencial dos bombardeiros
aéreos.
Finalmente, na metade do ano de 1944, os aliados ocidentais deram início à Operação
Overlord. Uma frota de mais de três mil barcos transportando 350 mil homens partiu,
partiu das costas do sul da Inglaterra em direção à Normandia. Os alemães esperavam
que a invasão fosse realizada no passo de Calais e foram surpreendidos. Depois das
dificuldades iniciais (principalmente na praia de Utah) as forças anglo-americanas
conseguiram formar uma sólida cabeça-de-ponte no litoral francês.
Os portos da região foram dominados e, graças à absoluta superioridade aérea e naval,
os alemães tiveram que recuar. A partir de então a dominação alemã sobre a França
estava selada. Mais de um milhão de homens e equipamentos de alta qualidade foram
desembarcados, dando início à ofensiva sobre Paris. Sentindo a inutilidade da
continuação do conflito, um grupo de altos oficiais alemães tenta assassinar Hitler em
20 de julho. Apesar de sair ferido Hitler consegue sufocar a rebelião ordenando o
julgamento sumário dos principais envolvidos (Stauffenberg e outros, são enforcados).
Em setembro de 1944, Paris é ocupada pelo conjunto das forças aliadas (americanos,
ingleses e franceses livres) e o General De Gaule faz sua entrada triunfal na cidade. Até
o fim do mesmo ano a França encontra-se liberada. Ainda assim os alemães tentam uma
operação contra-ofensiva na região de Ardenas aproveitando o mau tempo e,
conseqüentemente, a neutralização da superioridade aérea dos aliados. Apesar da
Prof. Airton Munhoz Vieira – material prova
surpresa, as forças americanas e inglesas rapidamente se recompõe e liquidam com as
divisões panzers (18 a 24 de dezembro de 1944).
A invasão da Alemanha terá início nos finais do inverno de 1944/45. As forças aliadas
dividem-se em três grandes corpos. Os ingleses de Montgomery atravessam o Reno e
dirigem-se para o Norte da Alemanha, isolando as tropas nazistas na Holanda. O
Centro, sob o comando de Omar Bradley dirige-se para o coração industrial do IIIº
Reich - a região do Ruhr, onde forçam a capitulação de 22 divisões alemãs em 14 de
abril. O Sul, é responsabilidade do IIIº e IVº exército americano, sob o comando de
Denvers, que se dirige para o Brener e fará ligação com os soviéticos no Elba. A guerra
na Europa estava em seus estertores.
Cerco e capitulação do IIIº Reich 1943/45
Depois de Stalingrado (novembro/1942-fevereiro/1943) a sensação de vitória inundou o
exército soviético. O duro ano de 1942, foi sucedido por brilhantes vitórias militares,
onde os alemães foram gradualmente sendo desprovidos de suas melhores energias
assim como obrigados a ceder amplas extensões de território ocupado. A contraofensiva russa se dá em toda a frente - das terras geladas do norte às férteis planícies da
Ucrânia.
Dotados de melhor equipamento, as tropas soviéticas sentem-se mais seguras e
autoconfiantes empurrando vigorosamente o inimigo para suas fronteiras. No Norte
liberam a zona de Nevel; no setor central conquistam Smolesk e as operações do Sul
terminam com a captura da bacia do Donez de onde avança em direção ao rio Dnieper,
fazendo com que as forças alemãs que ocupavam a Criméia terminassem por ficar
isoladas.
No verão de 1943 (julho/agosto) travou-se a maior batalha de tanques de todos os
tempos. Acredita-se de cerca de seis mil blindados e quatro mil aviões tomaram parte da
batalha de Kursk. Devido à exigüidade do território disputado, o massacre tomou
formas nunca dantes vistas. Os alemães acusaram baixas de 70 mil mortos e 2.900
tanques destruídos assim como 1392 aviões abatidos e a perda de mais de 5 mil
veículos. Nunca mais a Wehrmacht conseguiu recuperar-se de tamanho abalo.
O capítulo de Leningrado
Das grandes tragédias que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, a de
Leningrado merece atenção especial. Se milhares de pessoas haviam sucumbido em
Hiroshima e Nagasaki, em Hamburgo e Dresdem, ou pelos raides aéreos sobre Londres
e Coventry, nenhuma catástrofe se compara com a que ocorreu com a população civil de
Leningrado. Cercada desde o início da invasão alemã, foi submetida ao bombardeio e
isolada do resto do país por 900 dias.
Dos seus três milhões de habitantes existentes em 1941, um terço sucumbiu pelas
bombas e, principalmente pela fome. Como disse H. Salisbury: "Este era o maior e mais
prolongado cerco jamais suportado por uma cidade moderna..." Logo nos primeiros dias
a aviação alemã conseguiu destruir suas reservas de alimento; um terrível racionamento
foi imposto. Pessoas debilitadas pela falta de proteínas simplesmente morriam no trajeto
para o trabalho, nos bancos das praças, nos escritórios ou em suas habitações. Foi
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preciso esperar mais de seis meses para poder evacuar parte da população aproveitando
o congelamento do Lago Ladoga, única via de ligação existente com a parte russa não
ocupada pelos invasores, chamada "Estrada do Gelo".
Por ela, as autoridades soviéticas conseguiram evacuar 512 mil pessoas no inverno de
1941/42 assim como atenuar a carência de alimentos, combustível e munição. A
população restante resistiu até a liberação final da cidade, mas as perdas humanas foram
assombrosas. No julgamento de Nurenberg falou-se de 632 mil vítimas, enquanto outras
fontes indicam 900 mil mortos. Seja qual for a correta, o fato é que Leningrado possui o
maior cemitério de vítimas civis da Segunda Guerra Mundial.
II Guerra Mundial - A ofensiva final sobre Berlim
O ano de 1944 continuou auspicioso para os soviéticos. Sua ofensiva de verão liquidou
com 25 divisões alemãs na região de Minsk. Em agosto aproximam-se de Varsóvia.
Neste momento ocorreu mais um dos terríveis martírios do povo polonês. Acreditamos
que a proximidade das tropas soviéticas os socorresse, os partisans poloneses tentaram
um levante na Capital que redundou num fracasso.
As represálias nazistas foram violentas, mais de 300 mil pereceram. Em outubro de
1944, as tropas soviéticas invadem pela primeira vez o solo alemão - a Prússia Oriental
é conquistada. Durante o inverno de 1944/45 os russos preparam sua ofensiva sobre a
capital do Reich. 2 milhões e meio de soldados, 6.250 blindados e 7.500 aviões são
concentrados para o assalto final. Em 16 de abril o exército Vermelho, sob o comando
do Gen. Zucov, (tendo em seu apoio o Gen. Konev) dá a salva inicial que culminará
com a rendição de Berlim. Hitler, havia ordenado a mobilização geral da população,
convocando todos os homens aptos entre os 16 e 60 anos, organizados em milícias
populares (Deutscher Volksturn).
A indústria alemã, apesar dos constantes bombardeios aliados, continuava produzindo
em larga escala; o que lhe faltou foi combustível e homens qualificados para utilizar o
material bélico. Todos concordam que a resistência alemã foi muito mais significativa
contra os russos do que contra os aliados ocidentais. As rivalidades ideológicas e o
terrível massacre dos civis no Fronte Oriental, fizeram com que temessem represálias
por parte dos soviéticos.
Nos fins de abril, mesmo com os inauditos esforços do Gen. Henrici, os russos penetram
na periferia de Berlim. Hitler escreve seu testamento político, ao mesmo tempo que
nomeia o Almirante Doenitz Presidente do Reich e indica Goebbels como seu
Chanceler. No dia 30 de abril comete suicídio, acompanhado por sua mulher Eva Braun
e por Goebbels e família. A primeira capitulação se dá em 7 de maio em Reims, no
Quartel General de Eisenhower pelo Gen. Jodl. No dia seguinte, o Mal. Zucov aceita a
rendição alemã feita pelo Marechal-de-Campo Keitel. A guerra na Europa tinha
finalmente chegado a seu fim após mil e setecentos dias de matanças inauditas na
história da humanidade.
Notas 1943/45
 A Blitzkrieg funda-se na necessidade de uma ofensiva rápida que surpreenderá no
próprio local o adversário com forças superiores, em seu ponto mais fraco, impedindo-o
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em seguida, de estabilizar sua frente. É pela surpresa que é preciso atacá-lo, rápida e
fortemente a fim de aniquilá-lo. Convém, então aproveitar ao máximo os transportes
motorizados que, cinco vezes mais rápidos que os antigos, permitem uma grande
flexibilidade de manobra e a pronta concentração de forças sobre o centro de gravidade,
isto é, dispor de uma superioridade esmagadora sobre uma frente estreita, no ponto
decisivo, aí efetuar uma penetração, ampliá-la e investir para o interior, antes que o
adversário tenha tempo de reagir. Seu principal teórico foi Heinz Guderiam que a expôs
num artigo em 1929 cujo título era Achtung Panzer! (Vide M. Crouzet - a Época
Contemporânea in História Geral das Civilizações, vol. Nº 16, pág. 25).
 A política dos campos de concentração e da prática do genocídio foi inspirada nas
leituras feitas por Hitler sobre a política colonial inglesa e nos sistemas de "reservas"
adotado pelos americanos para guardar e exterminar pela fome e pelo combate desigual
as índios que não se submetiam ao cativeiro. (Vide John Toland - A. Hitler, vol. II, pág.
852).
 Sobre a resistência soviética: "... a nossa política obrigou os bolchevistas e os
nacionalistas russos a se unirem, numa frente comum contra nós. Os russos estão, hoje
em dia, se batendo com uma coragem e um sacrifício pessoal extraordinários por um
objetivo que não é nem mais nem menos do que o reconhecimento da dignidade
humana". (Memorando de O. Bräutigan a Hitler).
 A teoria do "espaço vital" já havia sido esboçada no século XIX, quem a popularizou
foi Arthur Moeller van der Bruck: considerado como o profeta do IIIº Reich, que deveu
sua fama justamente à obra DAS DRITTE REICH, aparecida em 1923. Voltando a
tomar temas comuns da polêmica nacionalista (a condenação de um povo de sessenta
milhões de homens constrangido num espaço insuficiente) e a criticar os socialistas,
associando-os ao judaísmo, propunha a formação de um terceiro partido entre o
progresso e a reação, "o partido de todos os alemães que desejam defender a Alemanha
por amor ao povo alemão".
Dados
Comparação Entre a Primeira
e a Segunda Guerra Mundial
1914/18
33
74
Estados em guerra
milhões
nº de mobilizados
10
nº de mortos
milhões
nº de mutilados
20
gastos militares
milhões
(diretos)
208
bilhões
(*)
de
Fonte: Deborin, pág. 399
1939/45
72
110 milhões
50 milhões
28 milhões
935
bilhões(*)
dólares
Prof. Airton Munhoz Vieira – material prova
Gastos de Guerra (*)
E.U.A.
Inglaterra
Alemanha
URSS
Japão
21%
20%
18%
13%
4%
(*) Existem várias estimativas sobre os gastos totais da
guerra: DEBORIN indica 935 bilhões de dólares
(indiretos); KINDER, H. & HILGEMANN indicam 1 trilhão
e meio; a American University, 1 trilhão e 384 bilhões
de dólares.
Efeitos da Crise 1929/30 sobre
a economia mundial
Ferro
bruto
Aço
Petróleo
Carvão
1929
1932
%
negativo
98.5
120.4
206.3
1.325.6
39.7
50.4
180.3
(*)
948.4
59,7
58,2
12,7
28,5
(*) A queda da produção petrolífera foi menor do que
outras fontes de energia devido ao fato de a economia
nesta época não depender deste produto como a de
hoje.
Fonte: KINDER, H. & HILGEMANN - Atlas Mundial
Histórico, vol. II, pág. 202.
Efeitos da recessão mundial
sobre a economia alemã
1929 1930 1931 1932 1933
Falências
(em milhões
marcos)
de
Desemprego
(milhões
trabalhadores)
de
18.2
22.7
27.9
20.3
9.5
2.850 3.218 4.887 6.042 6.014
Fonte: KINDER, H. & HILGEMANN - Atlas Mundial Histórico,
vol. II, pág. 202.
Bombardeios Aéreos
Sobre a Inglaterra
Sobre o IIIº Reich
1940
1941
1942
1940
1941
1942
36.844
21.858
3.260
10.000
30.000
40.000
Prof. Airton Munhoz Vieira – material prova
1943
1944
1945
2.298
9.151(*)
761
1943
1944
1945
120.000
650.000
500.000
Total
74.172
Total
1.350.000
(*) O aumento da tonelagem de bombas lançadas sobre
a Inglaterra em 1944 deve-se ao desenvolvimento das
bombas V-1 e V-2, autopropulsadas do litoral da França.
Baixas na Segunda Guerra Mundial
apenas na Europa
País
Militares Civis
Total
França
Inglaterra
E.U.A.
URSS
Polônia
Iugoslávia
Alemanha
Itália
350
326
300
6.500
3.500
330
600
388
300
16.500(*)
5.000
1.000
4.200
410
350
62
10.000
5.000
1.000
700
80
(*) As baixas da URSS apresentam variações:
ELLENSTEIN apresenta 25 milhões e meio, WERTH,
Alexandre calcula em 20 milhões; as autoridades
soviéticas computam geralmente apenas as baixas
militares
entre
6
e
7
milhões
de
mortos.
Fonte: PARKER, R. A. C. Europa no Século XX, pág. 404.
Vítimas do Genocídio
Morreram pelo gás, pela fome e pelos
trabalhos forçados um número aproximado
de dez a doze milhões de pessoas. Os
grupos étnicos massacrados foram: os
judeus (de 4,5 a 6 milhões), eslavos (de 2 a
3,5 milhões), ciganos (nº não avaliado) e
outros.
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