UMA ORGIA DIGNA DE BACO, EROS E PSIQUE Ante a suave embriaguez do Puligny Ela se deixa bolinar extasiada Com a lucidez perdida Que ignora totalmente o perigo da descoberta. E enquanto seu corpo é por Baco amolecido Ele implora prazer e o cérebro ordena A dança das ancas enlouquecidas Que intumescem a razão e umedecem os lábios ansiosos. Inebriados os amantes no ato intensificam a cena É quando arranhões e mordidas se repetem Num frenesi ofego e áspero da paixão crescente E num diálogo de arrulhos eloqüentes que invade o peito ressonante. A seiva dela flui desde o início inundando a flor Que ele invade e explora enquanto acarinha os seios E seu imenso desejo penetra a lótus até que o amor se faça E até que seu sêmen esguiche. O sono que adorna os corpos suados Guarda os segredos vividos Embala o desejo saciado E se esconde até que a paixão desperte. LÍGIA SAAVEDRA