A GEOGRAFIA POLÍTICA ALÉM DA TEORIA Fernando Veronezzi (Programa de Monitoria Voluntária), Márcia Cristina da Cunha (Orientadora), e-mail: [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Agrárias e Ambientais Palavras-chave: Geografia Política, poder e ensino. Resumo: As relações de poder acontecem em qualquer escala da sociedade. Para compreendê-la, propomos aqui, expor alguns conceitos da Geografia Política, e a partir do entendimento crítico, aplicá-los na realidade do município de Guarapuava por meio de um trabalho de campo. Introdução Esse texto surge a partir das experiências vividas durante a elaboração das tarefas propostas pela professora orientadora. Com base na ementa da disciplina de Geografia Política, do curso de Geografia, modalidade Licenciatura, da Universidade Estadual do Centro - Oeste, pudemos compreender e analisar diversos aspectos teóricos e práticos da ciência, propondo dessa maneira, uma reflexão que tende a unir teoria e prática. A nosso ver, as relações políticas, assim como todas as relações sociais, acontecem em função do que chamamos de “jogo de poder”. O poder deve ser visto aqui, como um elemento fundamental, e que, permeia os interesses da sociedade. Bachrach (1970:22) apud Castro (2003:97) revela que só “existe poder quando há conflitos de interesses ou valores entre duas ou mais pessoas ou grupos [...]”. E é a partir das relações de poder que vamos tecer algumas considerações. Materiais e Métodos Durante a execução das atividades do Programa de Monitoria Voluntária foram utilizados artigos científicos, leituras de livros, jornais e revistas que abordavam a referida temática. Além da reflexão teórica conceitual, a análise da realidade por meio de uma visita exploratória à Câmara dos Vereadores de Guarapuava, permitiu ao monitor esclarecer e desmistificar aspectos da realidade, que só foram possíveis por meio da relação entre fundamentação teórica, conhecimento empírico e reconhecimento de campo. Tais fatos foram essenciais e promoveram um conhecimento, que proporcionou aos acadêmicos, uma aprendizagem que vai além da teoria. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 Resultados e Discussão A Geografia Política possui uma gama de conceitos e definições. Nesse texto, trazemos algumas considerações a partir da temática trabalhada na disciplina. Sabemos que a Geografia Política, ela própria fundada de fato no ano de 18971, tem suas origens nos ideais do alemão Friedrich Ratzel, que nos propunha a existência de uma estreita ligação entre solo e Estado. Raffestin (1993) ainda nos lembra que se considerarmos alguns conceitos de Ratzel hoje, perceberemos sua complexidade, e ao mesmo tempo, sua modernidade. La Blache (1898:18) apud Haesbart (2002) nos traz uma definição sobre o que seria Geografia Política: A geografia política constitui, em sentido estrito, um desenvolvimento especial da geografia humana. [...] nas aplicações da geografia ao homem, trata-se sempre do homem por sociedades ou por grupos, de modo que se pode crer autorizado a dar ao nome de geografia política um sentido mais amplo, e estendê-lo ao conjunto da geografia humana. Novamente Raffestin (1993:29) nos revela que a Geografia Política [é] concebida como a geografia das relações de poder”. Após discutirmos esses conceitos em sala, fomos a uma visita de campo à Câmara Municipal de Guarapuava, onde pudemos observar o cotidiano dos vereadores. Estando lá, vimos diversas relações de poder entre os líderes do povo se materializando naquele espaço. Assim como afirma Maquiavel2, para a manutenção do poder, é necessário um líder buscar apoio de seu povo. A realidade encontrada em campo, proporcionou aos acadêmicos, tanto quanto pra o monitor da disciplina, apreender os conceitos debatidos em sabe, assim como percebe-los na prática. Conclusões O Programa de Monitoria Voluntária proporcionou maior conhecimento acerca da amplitude de temas da Geografia Política. A junção da realidade empírica com os estudos teóricos conceituais foram extremamente importantes para a compreensão dos fatores condicionantes que levam cada vez mais pessoas a almejarem o poder. Além de estar sempre em contato com a professora orientadora, esses estudos auxiliam diretamente na formação profissional, uma vez que, o monitor por meio das atividades do programa, tem oportunidade de estar em contato direto com a prática docente do nível superior. 1 2 Com as obras Antropogeografia e Geografia Política. Em seu livro O Príncipe de 1532. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 Referências Castro, Iná Elias de. O poder e o poder político como problemas. In: _____: Geografia e Política: território, escala de ação e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 95-137. Haesbart, Rogério. La Blache, Ratzel e a “geografia política”. GEOgrafia, Ano IV, nº 7 - janjun, 2002. Publicação on-line em dezembro de 2004 Disponível em http://www.uff.br/ geographia/rev_07/nossosclassicos7.pdf. Acessado em 3 de agosto de 2009. Maquiavel, Nicolau. O Príncipe. São Paulo, Ed. Escala, 2ª ed Revisada, 2006. Raffestin, Claude. Crítica da geografia política clássica. In: ______: Por uma geografia do poder. São Paulo, Ed. Ática, 1993, p. 11-29. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009