RELEASE - MOZIK – “MOZIK” (2011) O Pianista

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RELEASE - MOZIK – “MOZIK” (2011)
O Pianista Gilson Schachnik e o baterista Mauricio Zottarelli oferecem uma nova e energética
abordagem do Brazilian Jazz no novo CD MOZIK
O pianista Gilson Schachnik e o baterista Mauricio Zottarelli são ambos nascidos no estado de São Paulo, mas foi
somente quando chegaram em Boston – EUA que a música brasileira despertou a imaginação dos dois.
Sob influência do hard rock, heavy metal, música clássica, blues funk e jazz, eles chegaram independentemente à
Berklee College of Music com bolsas de estudo para estudar na prestigiada escola. E foi essa ida aos Estados
Unidos que repentinamente causou uma drástica mudança de perspectiva nos dois músicos, e também uma
reavaliação de seus relacionamentos com a música e arte de seu país de origem. O cativante novo lançamento de
Zottarelli e Schachnik, MOZIK, reflete uma profunda relação com os ritmos e formas da música brasileira,
misturados à admiração do early fusion de Chick Corea e Herbie Hancock. O lançamento acontece em 28 de
Outubro de 2011 no selo MOZIK Records.
“Muitos artistas estrangeiros que tocam música brasileira têm uma obsessão em serem autênticos,” diz Schachnik,
que escreveu a maioria dos arranjos do disco. “Este não é o nosso objetivo. Nós não estamos tentando recriar a
bossa nova. Nós queremos tocar o nosso som com toda a informação que colhemos durante os anos. Eu cresci
escutando Return to Forever e HeadHunters”.
Gravado em Boston com o apoio de uma concessão dada à professores da Berklee College of Music, o álbum tem
um fascinante time de artistas internacionais residentes nos EUA, incluindo o guitarrista brasileiro Gustavo AssisBrasil, a flautista russa Yulia Musayelyan, e o baixista argentino Fernando Huergo. O quinteto passeia por
complexos grooves com tamanha precisão e força, nos fazendo crer que essa é uma banda que está na estrada há
muito tempo - apesar de alguns dos músicos nunca terem tocado juntos antes desse projeto acontecer.
O disco abre com “Web’s Samba”, uma composição de Schachnik que tem sua principal influência nos ritmos
folclóricos dos estados nordestinos da Bahia e Pernambuco, o coração da cultura afro-brasileira. Zottarelli introduz
a música com uma galopante batida de ijexá, ritmo derivado de cerimônias do Candomblé. A música, tal como o
disco todo, é dedicada à memória do baixista Webster Roach, um admirado músico da região de Boston que
morreu repentinamente em Novembro de 2010.
O álbum inclui três criativos e marcantes arranjos de clássicos do compositor Tom Jobim, todos escritos por
Schachnik. “A Felicidade”, o tema imortal do filme de Marcel Camus “Orfeu Negro” de 1959 que transformou a
bossa nova num fenômeno internacional, ganha uma tratamento suingado e alegre. Ao invés de realçar o forte
sentimento melancólico da melodia, a marcante flauta de Musayelyan transforma a mesma numa celebração.
A arrebatadora balada “O Amor em Paz” é veículo para o excelente trabalho de Assis-Brasil, que toca a melodia
com tamanha tristeza e delicadeza, é como ouvirmos uma íntima conversa aos sussurros. E “Desafinado” recebe
uma estimulante infusão de post-bop, cortesia dos acordes e harmonia de Gilson. Sem hesitação, o quinteto muda
de marchas e passeia pela obra-prima modal de Herbie Hancock ”Eye of the Hurricane”, além de adicionar uma
vibração carioca na doce “Pannonica” de Thelonius Monk.
“A Yulia chegou e nos deixou de queixo caído”, diz Schachnik. “A flauta é um instrumento muito importante na
música brasileira, especialmente na bossa nova, arranjadores a utilizam muito. Mas “Eye of the Hurricane” tem o
peso e energia do fusion, e pensava na mesma como um veículo para o sax tenor. Mas a Yulia tocou exatamente o
que precisávamos.”
O disco encerra com a emocionante versão da música de Paulo Cesar Pinheiro e Mauro Duarte, “Canto das Três
Raças”, música que ficou marcada na interpretação da lenda do samba Clara Nunes. A introdução de percussão de
Zottarelli nos remete às raízes africanas do samba, enquanto Musayelyan toca a poderosa melodia com muito
sentimento. Qualquer incerteza de Schachnik e Zottarelli sobre suas prévias relações com a música brasileira são
imediatamente desconsideradas nessa celebração “roots/samba/jazz” da miscigenada cultura de seu país.
Zottarelli credita Schachnik também como responsável por seu interesse em suas raízes. Crescendo nos anos 80,
sua experiência com a música brasileira veio através da musica pop no rádio. Mas seu pai é amigo de infância do
mestre Dom Salvador, pianista incrivelmente “cool” do Brazilian jazz que gravou vários discos seminais nos anos
60. Quando algumas dessas gravações foram relançadas em CD há alguns anos, Schachnik mostrou-as a
Zottarelli, e o baterista explorou entusiasmado a música de um artista do qual ouvira falar tanto. Mais recentemente
Zottarelli gravou um disco com Salvador, que vive em NYC há vários anos.
“Eu nunca estive muito ligado à música brasileira enquanto estava no Brasil,” lembra Zottarelli. “Eu estava curtindo
rock, heavy metal, blues, e um pouco de fusion. Quando cheguei à Berklee, as pessoas assumiam que eu conhecia
os standards brasileiros, Tom Jobim, e sabia tocar samba, mas eu realmente não sabia. Quando Gilson me
mostrou alguns dos discos do pianista Dom Salvador, foi a oportunidade de conhecer melhor a música, e foi assim
que tudo começou. Eu me apaixonei pela música brasileira na Berklee.”
Nascido e criado em São Paulo, a maior cidade da América do Sul, Schachnik começou tocando órgão aos 11
anos, inspirado na sua admiração pelo Deep Purple e seu tecladista John Lord. Aos 20 anos ele já estava ativo no
cenário musical paulistano, e alguns anos depois acompanhou a cantora pop Patrícia Marx e fez turnês com Rosa
Maria. Muito requistado também nos estúdios, ele compôs jingles para comerciais e foi arranjador de um premiado
programa infantil na TV.
Em 1990, Gilson ganhou uma bolsa de estudos para cursar a Berklee, onde formou-se em composição em jazz.
Morando na região de Boston, ele já gravou e tocou com alguns dos mais importantes artistas do jazz e música
brasileira, incluindo Claudio Roditi, Bill Pierce, Romero Lubambo, Yoron Israel, Jerry Bergonzi, Luciana Souza, Mick
Goodrick, John Lockwood, Paulo Braga, Peri Ribeiro, Antonio Sanchez, Miguel Zenon, e Café. Schachnik lançou
seu primeiro CD, Raw, em 1998, o qual foi aclamado pela crítica. Gilson é professor no Departamento de Ear
Training da Berklee há vários anos, e também é o pianista do coral de jazz do Wellesley College, Body and Soul.
A conexão com a Berklee é muito forte no Mozik. Foi lá que Zottarelli conheceu o guitarrista Gustavo Assis-Brasil,
“nós começamos a tocar juntos imediatamente,” diz Zottarelli. “Temos as mesmas influências. Ambos tocávamos
em bandas de heavy metal na adolescência. Sempre que tenho um projeto com guitarras, eu penso no Gustavo e
no seu som.”
Zottarelli cresceu na cidade de Rio Claro, SP, imerso na música. Ele formou-se em Ciência da Computação em
1997, mas o amor à música o levou a uma audição na tentativa de uma bolsa de estudos para cursar a Berklee.
Quando chegou à escola em 1999, com a intenção de ficar apenas 3 meses, Mauricio conseguiu expandir sua
bolsa, e em 2002 formou-se na escola com especialização em Música para Filmes, Arranjo e Performance.
Com sua versatilidade e grande variedade rítmica Zottarelli se tornou uma dos mais requisitados bateristas em
Nova York desde que se mudou para lá em 2006. Ele já fez turnês ao redor do mundo com a pianista japonesa
Hiromi, e vem gravando e trabalhando com uma extensa lista de artistas internacionais, incluindo Eliane Elias, Marc
Johnson, Prasanna, Esperanza Spalding, Keiko Matsui, Richard Bona, Claudio Roditi, Chuck Loeb, Rosa Passos,
Jovino Santos Neto, Nilson Matta, Toninho Horta, Filó Machado, Cidinho Teixeira, Marc Rossi Group, Hendrik
Meurkens, e Oriente Lopez.
Ele co-lidera o projeto Dig Trio e recentemente lançou seu primeiro álbum chamado 7 Lives, que documenta sua
envolvente mistura de jazz, música brasileira e fusion. É uma visão que ele também divide com Schachnik em
Mozik, um disco de jazz concebido por músicos brasileiros que exploram a música de seu país de origem usando
uma nova abordagem e com o coração aberto.
“O que me deixa mais entusiasmado com esse trabalho é o fato dele representar nossa honesta opinião sobre a
música que amamos”, diz Zottarelli. “Nós não estamos tentando recriar algo ou resgatar o passado. Nós não temos
predestinações ou preconceitos. Simplesmente nos apaixonamos pela música brasileira enquanto estávamos em
Boston.”
(por Andy Gilbert)
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www.mzdrums.com/
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