LEVANTAMENTO FÍSICO E DO GRAU DE SATISFAÇÃO DE

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LEVANTAMENTO FÍSICO E DO GRAU DE SATISFAÇÃO DE USUÁRIOS DE
APARTAMENTOS CONSIDERANDO A ACESSIBILIDADE PARA IDOSOS E
A POSSIBILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE HOME CARE
Paula Fabro (IC/UEL); Ana Virgínia Carvalhaes de Faria Sampaio,
e-mail: [email protected]
Universidade Estadual de Londrina – CTU/DAU – Londrina, Pr
Arquitetura e Urbanismo / Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo
Palavras-chave: desenho universal, acessibilidade, home care.
Resumo
O objetivo desse trabalho é a análise de edificações recentemente construídas
em Londrina, para verificação dos problemas que os projetos apresentam, em
relação à acessibilidade para pessoas com a mobilidade reduzida, e assim, a
dificuldade na implantação de home care nesses espaços residenciais. Foram
desenvolvidas pesquisas teóricas para a elaboração de tabelas para o
levantamento físico de três diferentes edificações residenciais da cidade com
diferentes características e questionários, para serem respondidos por seus
usuários quanto ao grau de satisfação relativo à acessibilidade. A partir dos
resultados serão apontadas diretrizes de projeto para que em futuras
edificações esses problemas sejam sanados e a qualidade de vida de
moradores que possuam qualquer tipo de necessidade especial locomotora
não fique comprometida, mesmo as edificações de pouca metragem quadrada,
tendência atual do mercado imobiliário. O estudo encontra-se ainda em fase de
tabulação dos resultados.
Introdução e objetivos
A questão a ser discutida neste trabalho é se as edificações residenciais (no
caso apartamentos recentes na cidade) são construídas sem barreiras
arquitetônicas, se elas são pensadas levando-se em consideração o desenho
universal e finalmente se são acessíveis para todos e adequadas para
receberem o atendimento e/ou internação hospitalar domiciliar ou home care.
“Os parâmetros de observação levarão em conta o ser humano a fim de
analisar e determinar suas dificuldades e de que modo elas são reflexo dos
ambientes construídos” (CAMBIAGHI e SILVANA, 2012, p.168).
Para a análise foram formulados questionários, a partir de uma
introdução teórica e com os resultados, será possível entender quais os
principais problemas de projeto, as maiores dificuldades que os moradores
sentem, e apontar diretrizes para projetos futuros.
Procedimentos metodológicos
O estudo iniciou-se com pesquisas teóricas sobre desenho universal e
acessibilidade. Ao mesmo tempo foram feitas visitas em clínicas de home care,
onde os responsáveis comentaram que para a implantação da internação
domiciliar, normalmente a residência precisa passar por algumas reformas, em
caso de apartamentos principalmente, essas mudanças costumam ser bem
simples como a implantação de barras de proteção em banheiros e retirada dos
boxes.
A partir disso foram formulados questionários e tabelas com checklist
para serem distribuídos em edifícios de características diversas: edifício A com
68 m² de área útil, edifício B com 183 m² e edifício C com 66 m². Um tipo de
questionário com quatro opções de respostas, MUITO RUIM, RUIM, BOM e
MUITO BOM e ainda a opção NDA, para quando a pessoa não tem condições
de responder essa pergunta, foi distribuído para os moradores. Outro tipo de
questionário, uma tabela com itens listados, foi desenvolvido para ser
preenchido por quem estivesse realizando o levantamento, com as opções
SIM, NÃO e NÃO SEI. A partir dos resultados estão sendo desenvolvidos
gráficos pizza e de barras, para o primeiro tipo de questionário e radar, para o
segundo. Os gráficos apontam os resultados de forma simples para que se
compreenda melhor os problemas de projeto em relação à adequação de
normas técnicas como a ABNT NBR 9050 (acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.), e as principais dificuldades
apontadas pelos moradores.
Resultados e discussões
Os seguintes gráficos estão sendo elaborados: o Diagrama de Paretto, que
segundo Roméro e Ornstein (2003), é um gráfico de barras bastante utilizado
em APO, uma vez que permite a visualização dos resultados dos questionários.
Visualiza-se, com facilidade, através de uma nota média, os itens
problemáticos (abaixo da média), que são os que necessitam maior atenção, e
os satisfatórios (acima da média). Esse gráfico não considera as respostas
“nenhuma das anteriores” (NDA) e nem as nulas.
Outro tipo de gráfico, semelhante, representa para cada questão a
porcentagem de usuários satisfeitos, insatisfeitos, respostas NDA, em branco e
nulas.
Para visualização do perfil dos respondentes estão sendo elaborados gráficos
de pizza e finalmente, para a tabulação do levantamento físico, gráficos tipo
radar. Esses últimos estão sendo desenvolvidos com base no AVALHOSP, um
instrumento de avaliação de qualidade que foi desenvolvido, de acordo com
Sampaio (2010), para ser aplicado em ambientes hospitalares ou ligados à
área da saúde.
Dos questionários distribuídos, parte deles já estão sendo tabulados sendo que
até agora temos dezesseis questionários respondidos dos cinquenta aplicados
no edifício A e dez dos trinta aplicados no B. Com relação ao levantamento
físico, apenas o edifício B já foi tabulado e seu gráfico finalizado.
O edifício B está localizado em uma área nobre da cidade de Londrina. A área
da edificação é de 183 m2, possui 3 suítes, um home office e uma varanda
gourmet. A área comum do edifício possui uma grande área de lazer.
De acordo com a avaliação do entrevistador foi feito o checklist para o
levantamento físico do edifício. Tabulados os resultados e elaborados os
gráficos, chegou-se aos seguintes resultados.
Figura 5 Gráfico do levantamento físico do edifício B
Figura 6 Gráfico detalhado do levantamento físico do edifício B
Conforme pode-se perceber pelos gráficos das Figuras 5 e 6, os maiores
problemas detectados no levantamento dizem respeito à acessibilidade externa
do edifício. Analisando-se as tabelas preenchidas verifica-se que os problemas
apontados foram: o número de vagas para PNEs – Portadores de
Necessidades Especiais -, o número de vagas para idosos, proximidade de
vagas à entrada do edifício, local para embarque e desembarque, cobertura
para o acesso ao edifício. Com relação à acessibilidade ao edifício não foram
encontrados problemas e com relação à acessibilidade na edificação o
problema se deu nos banheiros, com relação ao espaço de transferência para
cadeirante, piso inadequado e altura da bacia ou vaso sanitário.
Conclusão
O trabalho apresentado está ainda em andamento, mas já é possível observar
que existe grande
dificuldade para a implantação do home care nas
edificações residenciais, uma vez que, a cada dia os projetos para esses
edifícios visam o maior número de unidades e espaços menores. Com isso as
plantas das habitações acabam tendo dimensões bastante reduzidas, algumas
vezes
menores que as necessárias. Os projetistas estão realizando seu
trabalho deixando de pensar na qualidade dos ambientes e no bem-estar do
morador, principalmente dos portadores de necessidades especiais que
acabam sendo os maiores prejudicados.
Uma das soluções a ser discutida é a obrigatoriedade do arquiteto,
responsável pelos projetos, passar a projetar levando em consideração o
desenho universal e as normas estabelecidas por órgãos competentes
preocupados com a qualidade para todos.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050:
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, Rio
de Janeiro, 2004.
CAMBIAGHI, Silvana. Desenho universal: métodos e técnicas para
arquitetos e urbanistas São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012.
SAMPAIO, Ana Virgínia C. F., Avaliação de conforto e qualidade de ambientes
hospitalares. Gestão e Tecnologia de Projetos, Vol. 5, no.2 (2010). Disponível
em: http://www.arquitetura.eesc.usp.br/gestaodeprojetos/
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