ficha de descrição petrográfica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
PROGRAMA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
ÁDILA FERNANDES COSTA
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E
LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES E DO
MINÉRIODE FERRO DA REGIÃO DE CURRAL NOVO,
PIAUÍ
Salvador - BA
2010
ii2
ÁDILA FERNANDES COSTA
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E
LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES E DO
MINÉRIODE FERRO DA REGIÃO DE CURRAL NOVO,
PIAUÍ
Monografia elaborada para obtenção de título de
Bacharel em Geologia, do Instituto de Geociências,
Universidade Federal da Bahia.
Orientador: Profa. MARIA DA GLÓRIA DA SILVA
Co-orientador: Prof. JOSÉ HAROLDO DA SILVA SÁ
Salvador - BA
2010
3
iii
TERMO DE APROVAÇÃO
ÁDILA FERNANDES COSTA
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E
LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES E DO
MINÉRIODE FERRO DA REGIÃO DE CURRAL NOVO,
PIAUÍ
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
BACHAREL EM GEOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, PELA
SEGUINTE BANCA EXAMINADORA:
1º Examinador - Profa. Dra. Maria da Glória da Silva - Orientadora
Doutora em Geologia pela Universidade de Freiburg, Alemanha
Profa. Associada do IGEO/UFBA e Assessora da Diretoria de Geologia e
Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil-CPRM.
2º Examinador - Prof. Dr. Aroldo Misi - UFBA
Livre-Docente em Geologia Econômica-Metalogênese pela Universidade Federal
da Bahia. Pós-doutorado na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Prof. Titular IGEO/UFBA.
3º Examinador - Dr. Adalberto de Figueiredo Ribeiro
Geólogo, Mestre em Geologia pela Universidade Federal da Bahia.
.
Salvador, 03 de dezembro de 2010
4iv
Dedico este trabalho, com muito carinho, aos
meus maravilhosos pais e irmão.
5v
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho final de graduação só foi possível graças ao apoio dos
meus familiares e de várias pessoas, as quais, expresso os meus mais sinceros
agradecimentos.
Primeiramente, agradeço a toda minha família pelo incentivo, exclusivamente aos
meus pais gloriosos, Antônio e Ana Paula, pelos esforços realizados durante todos estes anos,
além do amor, dedicação e educação, e ao meu irmão querido, Átila, pela mais sincera
amizade, apoio e alegria. Não posso esquecer-me dos meus animais de estimação, que sempre
proporcionaram alegria e alívio nos meus momentos de preocupação.
A Profa. Dra. Maria da Glória da Silva pela sua orientação, paciência e dedicação ao
meu trabalho e pelos momentos enriquecedores em que transmitiu os seus valiosos
conhecimentos e ensinamentos de vida.
À Diretoria da GME4 do Brasil Participações e Empreendimentos S. A., na figura do
dos geólogos Adalberto Ribeiro e Washington Rydz Santana, que prontamente acolheram a
proposta de realização desse trabalho e criaram todas as condições logísticas e financeiras
necessárias para execução do mesmo. Ao corpo técnico da GME4/PI4, em especial ao
geólogo Vilson Marques Dias, chefe do Projeto Ferro do Piauí, que afetuosamente nos
acolheu e colocou todo seu conhecimento sobre a área a nosso serviço.
Aos profissionais da CPRM (SUREG/SA) pela ajuda e apoio, em especial aos
geólogos Maisa Abram (e toda DIARMI), Cristina Burgos, Ritinha, Adriano, Léo Teixeira,
Nelson Custódio, Paulo Varão, Violeta, Campelo, Ioná, e aos profissionais, Madalena (cuja
admiração é imensurável), Isabel e Gisélia (biblioteca), Val, Miguel, Pedro (da lâmina) e
todos da turma do apoio (Ritinha, Eliana, Pati e os meninos).
Aos professores da UFBA: Maria José, Débora Rios, Osmário, Ângela Leal, Flávio,
João Batista, Amalvina, Telésforo, Misi, Haroldo Sá, Olívia, Carlson, Hebert, pelos
ensinamentos, apoio e críticas construtivas durante a minha qualificação como aluna. Além de
Mércia, Dera, Joel, os seguranças e do apoio. Aos amigos da UFBA: minha crocó equipe
(“Dira”, “Pri”, “Ed” e “duinha”), Tonha, Sâmia, Judiron, Thiago, Amanda, Leidiane, Danilo,
Jana, Bruno, Valter, Alita, deco, AJ, Joel, Jonatas, Michel, Decrepto, Verônica, Anderson,
Michele, Cleiton, Tassi e etc. Aos amigos: Lud, Beth, Carmel, Lys, Nanda, Scarlet (cunha),
Jack Iung (prima), Aline, Família Cersosimo (Rodrigo, especialmente), Elci, Clovis, Samira,
Sabrina, Sandra Regina (e Família), Nanda, July, Bela, Taís, Nati...
6vi
RESUMO
As mineralizações de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha, Distrito Ferrífero de
Curral Novo, localizam-se na Província da Borborema, sudeste do Estado do Piauí, a norte do
Lineamento de Pernambuco, na Subprovíncia Setentrional.
Nessa área afloram rochas metamáficas de provável idade arqueana do Complexo
Granjeiro, cujos protólitos foram caracterizados como ígneos, de natureza gabróica e
basáltica, de afinidade toleítica compatível com ambiente de subducção (arco vulcânico ou de
bacia back-arc). Essas rochas encontram-se intrudidas por granitóides cedo, sin- e pós
tectônicos, em sua maioria de idade neoproterozóica. Os metagabros e metabasaltos foram
metamorfisados na fácies anfibolito e heterogeneamente afetados pela deformação cisalhante
neoproterozóica. As rochas mais intensamente deformadas foram posteriormente modificadas
por fluidos hidrotermais de provável assinatura granítica, ricos em H2O, CO2, K, Si, Fe, Zn,
Ca, ETRL, Zr, Th, Ta, P, B, dentre outros, tendo desenvolvido uma mineralogia hidrotermal
rica em Ca-anfibólios, Fe-anfibólios, biotita, quartzo, granada, carbonato, turmalina, apatita e
allanita. Tais rochas foram caracterizadas como Hidrotermalitos.
Os estudos de campo, petrográficos e litogeoquímicos mostram a existência de dois
tipos de minério de ferro na área: (i) Tipo I, uma Formação Ferrífera Bandada (BIF) do tipo
Algoma, que ocorre intercalada no pacote de metagabros e metabasaltos, metamorfisada na
fácies anfibolito, constituída por bandas de magnetita e bandas de quartzo e anfibólio da série
grunerita-cummingtonita; e (ii) Tipo II, tectono-controlado, que ocorre disseminado,
lenticular, laminado, venular, brechóide, associado aos hidrotermalitos, ao longo de um trend
de cerca de 30 km da zona de cisalhamento dextral Itainzinho-Baixio. Esse minério, ao qual
se associam sulfetos de Cu e teores anômalos de Au, foi caracterizado como um Ironstone
Hidrotermal.
O conjunto de dados, com destaque para a associação Fe-Cu-Au do minério Tipo II,
permite que se sugira para este minério um modelo do tipo IOCG (Iron Oxide Copper Gold
Deposits).
Palavras-chave: Província da Borborema, Complexo Granjeiro, Formações Ferríferas,
Metamáficas, Hidrotermalismo.
7vii
ABSTRACT
The iron mineralizations of the Massapê-Manga Velha Target, in the Curral Novo Iron
District, are located in the Borborema Province, southeastern portion of state of Piaui. The
target lies north to the Pernambuco lineament.
In this area there are metamafic rocks of probable Archean age, wich belong to the
Granjeiro Unit. The protoliths were characterized as gabbros and basalts of tholeiitic affinity,
generated in a subduction environment (volcanic arc or back-arc basin).
These rocks were intruded by early, syn- and post-tectonic granites, mostly of
neoproterozoic age. The metagabbros and metabasalts were metamorphosed in amphibolite
facies and heterogeneously affected by Neoproterozoic shear deformation.
The most strongly deformed rocks have been subsequently modified by hydrothermal
fluids rich in H2O, CO2, K, Si, Fe, Zn, Ca, LREE, Zr, Th, Ta, P, B, among others elements, of
probable granitic signature. Consequently, they developed a hydrothermal mineralogy, rich in
Ca-amphibole, Fe-amphibole, biotite, quartz, garnet, carbonate, tourmaline, apatite and
allanite. These rocks are characterized as hydrotermalites.
The field work added to the petrographic and lithogeochemical studies point to the
existence of two types of iron ore in the area. Type I, Algoma type banded iron formation
(BIF) that occurs intercalated between metabasalts and metagabbros and is metamorphosed in
the amphibolite facies. It consists of bands of magnetite alternating with bands of quartz and
Fe-amphibole of the the grunerite-cummingtonite series. Type II, tectonic-controlled ore,
which occurs disseminated, lenticular, laminated, venular, brecciated, in association with the
hydrothermalites, along a trend of about 30 km in the Itainzinho-Baixio dextral shear zone.
This ore, which is associated with Cu sulfides and anomalous concentrations of Au, was
characterized as a Hydrothermal Ironstone.
The data set, in particular the association Fe-Cu-Au of the Type II ore, allows suggest
a genetic model similar to IOCG (Iron Oxide Copper Gold Deposits) for this type of ore.
Key Words: Borborema Province, Granjeiro Unit, Iron Formations, Metamafic rocks,
Hydrothermal ore, IOCG.
8
viii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................v
RESUMO..................................................................................................................................vi
ABSTRACT.............................................................................................................................vii
LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................xi
LISTA DE TABELAS............................................................................................................xv
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................................16
1.1.1Objetivo Geral.......................................................................................................16
1.1.2 Objetivos Específicos...........................................................................................17
1.2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................17
1.3 MÉTODOS DE TRABALHO............................................................................................17
1.3.1 Levantamento bibliográfico.................................................................................17
1.3.2 Trabalhos de campo.............................................................................................17
1.3.3 Análises petrográficas..........................................................................................18
1.3.4 Análises litogeoquímicas......................................................................................18
1.3.5 Tratamento e Interpretação dos dados litogeoquímicos.......................................19
1.3.6 Elaboração do relatório do trabalho final de curso (TFG)...................................19
1.4 LOCALIZAÇÃO E ACESSO DA ÁREA DE ESTUDO...................................................19
CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL
2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................21
2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO GEOTECTÔNICA...................................................................21
2.3 DOMÍNIO CEARENSE.....................................................................................................24
2.3.1 Terreno Granjeiro.................................................................................................24
2.3.1.1 Complexo Granjeiro..............................................................................25
2.3.1.2 Granitóides............................................................................................26
CAPÍTULO 3 - GEOLOGIA LOCAL
3.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................28
9ix
3.2 GEOLOGIA DO ALVO MASSAPÊ-MANGA VELHA...................................................29
CAPÍTULO
4
–
CARACTERIZAÇÃO
PETROGRÁFICA
DAS
ROCHAS
ENCAIXANTES IMEDIATAS DO MINÉRIO DE FERRO
4.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................34
4.2 ROCHAS METAMÁFICAS ENCAIXANTES.................................................................35
4.2.1 Rochas Metamáficas Menos Modificadas.................................................................35
4.2.2 Rochas Metamáficas Moderadamente Modificadas..................................................36
4.2.3 Rochas Metamáficas com Maior Grau de Modificação............................................38
4.3 GRANITÓIDES.................................................................................................................40
4.4 DISCUSSÕES PARCIAIS.................................................................................................44
CAPÍTULO 5 – CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA E MICROSCÓPICA DO
MINÉRIO DE FERRO
5.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................45
5.2 FORMAÇÕES FERRÍFERAS..........................................................................................45
5.2.1 Aspectos Conceituais Relativos a Formações Ferríferas.......................................45
5.2.2 Caracterização Macroscópica das Formações Ferríferas do Alvo Massapê MangaVelha.........................................................................................................................................47
5.2.3 Caracterização Microscópica das Formações Ferríferas do Alvo Massapê- Manga
Velha.........................................................................................................................................53
5.3 SULFETOS.........................................................................................................................57
5.4 DISCUSSÕES PARCIAIS.................................................................................................59
CAPÍTULO 6 - CARACTERIZAÇÃO LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS E DO
MINÉRIO
6.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................60
6.2 METODOLOGIA...............................................................................................................61
6.2.1 Preparação de Amostras.......................................................................................61
6.2.2 Técnicas Analíticas Instrumentais.......................................................................62
6.2.1.1 ICP-AES (Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectroscopy)..62
6.2.1.2 ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry)…...…….......62
6.3 RESULTADOS..................................................................................................................62
6.3.1 Rochas Encaixantes.............................................................................................62
10
x
6.3.1.1 Definição da Linhagem Petrogenética e Ambiente Geotectônico dos Metagabros e Metabasaltos............................................................................................................63
6.3.1.2 Aspectos Litogeoquímicos dos Hidrotermalitos........................................65
6.3.2 Minério de Ferro................................................................................................68
CAPÍTULO 7 - DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES
7.1 DISCUSSÕES.....................................................................................................................72
7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS..............................................................75
REFERÊNCIAS......................................................................................................................77
ANEXOS
Anexo-1 Tabela de Amostras.................................................................................................83
Anexo-2 Tabelas de Análises Químicas.................................................................................86
Anexo-3 Descrições Petrográficas - Seções Delgadas............................................................89
Anexo-4 Descrições Petrográficas - Seções Delgadas-Polidas...........................................110
11
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 Mapa de localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo com destaque para o
Alvo Massapê-Manga Velha.....................................................................................................20
Figura 2.1 Localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo na Província Borborema
(quadrado vermelho). Zonas de cisalhamento: Sobral-Pedro II (SO), Senador Pompeu (SP),
Orós-Aiuaba (OR), Porto Alegre (PO), São Vicente (SV), Piauí-João Câmara (JC), Malta
(MA), Serra do Caboclo (SC), Congo-Cruzeiro do Nordeste (CC), Serra da Jabitaca (SJ),
Jatobá-Itaíba (JI), Macururé-Riacho Seco (MR), Belo Monte-Jeremoabo (BJ), São Miguel do
Aleixo (AS) e Itaporanga (IA); Lineamentos: Patos (PA) e Pernambuco (PE); Nappes da
Faixa Riacho do Pontal................................................................................................................23
Figura 2.2 Localização e compartimentação da Província Borborema em domínios e terrenos
tectono-estratigráficos.................................................................................................................24
Figura 2.3. Proposta de subdivisão tectono-estratigráfica da porção sudoeste da província da
Borborema, de acordo com Gomes et al (2000), Folha Jaguaribe-SW (1:500.000), PLGBCPRM. LPE (Lineamento Pernambuco)...................................................................................25
Figura 2.4. Recorte da Folha Jaguaribe-SW (1:500.000) mapeada pela CPRM (Gomes et al
2000) destacando o Terreno Granjeiro, na Província Borborema. Cenozóico: Coberturas
Colúvio-Eluvionares (TQc); Cretáceo: Grupo Araripe, Fm. Exu (Ke) e Fm. Santana (Ks);
Siluriano: Grupo Serra Grande, Fm. Jaicós; Neoproterozóico: Granitóides (Ny3c, Ny2a,
Ny2b, Ny1b); Paleoproterozóico: Complexo Metaplutônico (Pgr) e Complexo São Nicolau
(Psn); Arqueano: Metaplutônicas (Ay) e Complexo Granjeiro (Ag). Os polígonos em amarelo
são os alvos ricos em ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo. A área destacada em
vermelho é o alvo Massapê-Manga Velha................................................................................27
Figura 3.1 Mapa de localização do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha, com destaque
para o Alvo Massapê-Manga Velha, a nordeste de Paulistana. Fonte: Material Técnico da
GME4/PI4, modificado.............................................................................................................30
Figura 3.2 Mapa mostrando a localização dos Alvos de pesquisa do Projeto Planalto Piauí.
Fonte: Material Técnico da GME4/PI4, modificado......................................................................31
Figura 3.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico) resultante do levantamento
geofísico terrestre realizado pela GME4, mostrando os trends mineralizados em ferro. Fonte:
Material Técnico da GME4/PI4, modificado.................................................................................31
Figura 3.4 Cartograma ternário K-Th-U, resultante do levantamento geofísico terrestre
realizado pela GME4, mostrando os corpos sienograníticos intrudidos na área de estudo.
Fonte: Material Técnico da GME4/PI4, modificado................................................................32
Figura 3.5 Fotografias: (A) Morro Massapê (Alvo Massapê-Manga Velha); (B) vista geral,
mostrando o aspecto morfológico da área. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4....................32
Figura 3.6 Cartograma do Sinal Analítico resultante do levantamento geofísico
magnetrométrico terrestre realizado na área pela GME4. Observar o posicionamento do
12
xii
Massapê-Manga Velha com os traços de localização dos furos de sondagem realizados. Fonte:
modificado do Material Técnico da GME4/PI4........................................................................33
Figura 4.1. Fotomicrografias das encaixantes menos alteradas. (A) o anfibólio e a biotita
orientados e o plagioclásio saussuritizado (LP, 10x). (B) clorita relacionada à biotita,
sugerindo processo de cloritização (NX, 10x)..........................................................................36
Figura 4.2 Aspectos macro e mesoscópicos das rochas encaixantes do minério de ferro do
Alvo Massapê-Manga Velha. (A) e (C) gabro, (B) metabasalto e (D) feições texturais do
metabasalto e gabro...................................................................................................................37
Figura 4.3 Características da rocha moderamente modificada vistas em furo de sondagem.
Notar a intensa biotitização destas rochas.................................................................................37
Figura 4.4 Fotomicrografias dos aspectos microscópicos da biotita. (A) Contato da rocha
granítica com a metamáficas, notar o tamanho dos cristais de biotita que são maiores nas
zonas de contato (LP, 2,5x). (B) Presença de minerais radioativos formando halos pleocróicos
em cristais também de anfibólio (LP, 20x)...............................................................................39
Figura 4.5 Aspectos mesoscópico e microscópico das rochas encaixantes mais alteradas. (A)
Injeção de fluido na metamáfica carregado em grandes cristais de granada. (B) Injeção de
fluido com bastante biotita. Fotomicrografias: (C) Granada (Grd) poiquiloblástica com
inclusões de minerais opacos (Op), anfibólio verde azulado (Anf) e biotita (LP, 2,5x) (D)
Granada porfiroblástica com textura helicítica imersa numa matriz com textura
granonematoblástica e granolepidoblástica (LP, 2,5x) (E) Bitotia (Bt) e anfibólio orientado e
cristais de apatita (Ap), titanita (Ttn) e granada (Grd) (LP, 10x) (F) Halos pleocróicos nos
cristais de biotita (LP, 10x)................................................................................................................41
Figura 4.6 Aspecto mesoscópico e microscópico de um dos minerais hidrotermais. (A)
Aspecto textural do fluido carregado em cristais de turmalina; (B) Aspecto textural do fluido,
com cristais maiores de turmalina; Fotomicrografias: (C) Turmalina em conjunto com
processos de epidotização e carbonatação (NX, 10x); (D) Formas basais e longitudinais das
turmalinas, de coloração azul escuro (LP, 10x); (E) Turmalina mostrando seu hábito e
zoneamento característico (LP, 2,5x); e (F) Turmalina em seção longitudinal (LP, 2,5x).......42
Figura 4.7 Fotomicrografias do aspecto microscópico da milonitização no granitóide,
mostrando textura porfiroclástica (NX, 2,5x). Notar os fenocristais de K-feldspato (Mc =
microclina)..................................................................................................................................43
Figura 4.8 Fotografias da apófise granítica de coloração avermelhada, fortemente milonitizada
na rocha metamáfica. Furo de sondagem DD 031 do Projeto Planalto Piauí da GME4/PI4....43
Figura 5.1 Diagrama esquemático mostrando a abundância relativa de BIF’s precambrianos
ao longo do tempo, tomando como base alguns dos maiores depósitos de formações ferríferas
mundiais. Observar a concentração da maior parte das formações ferríferas no intervalo entre
3.5 e 1.8 Ga......................................................................................................................................46
Figura 5.2 Aspectos de campo e de furo de sondagem do minério de ferro Tipo I (Formação
Ferrífera Bandada): (A) Foto do afloramento na encosta do Morro Massapê. (B) Foto do
afloramento no topo do Morro Massapê; (C) Foto de detalhe da Formação Ferrífera Bandada
13
xiii
vista no topo do Morro Massapé; e (D) Testemunho de sondagem da Formação Ferrífera
Bandada.....................................................................................................................................48
Figura 5.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico), mostrando a mineralização de
ferro controlada pela zona de cisalhamento principal Itaizinho-Baixio e por seus ramos
sintéticos: o trend Itaizinho-Abelão e o trend Serra Vermelha-Alto Alegre, no qual se encontra
o Alvo Massapê-Manga Velha, área desse estudo....................................................................49
Figura 5.4 Aspectos macroscópicos do minério de ferro tipo II Alvo Massapê-Manga Velha.
(A) Foto comparativa, mostrando os dois tipos de minério de ferro; (B) Testemunho de
sondagem mostrando brecha mineralizada a magnetita; (C) Foto do furo de sondagem
mostrando com mais detalhe, a relação encaixante e minério; (D) Detalhe das injeções de
magnetita nos planos de foliação do hidrotermalito; (E) Porfiroblastos de magnetita no
hidrotermalito; e (F) Veios de quartzo com magnetita maciça (e por vezes com sulfetos), que
cortam o hidrotermalito.............................................................................................................50
Figura 5.5 Relações de contato do minério Tipo II com o processo de biotitização: (A) faixas
estreitas de biotita em pacotes de magnetita maciça; (B) bandas expressivas de magnetita e
carbonato em contato com bandas de magnetitito; (C) zonas ricas em biotita em contato
reentrante com o magnetitito.............................................................................................................51
Figura 5.6 (A e B) Injeções sienograníticas, pegmatóidais, nos planos de foliação das
encaixantes metamáficas do minério de ferro do Alvo Massapé-Manga Velha; (C)
Sienogranito foliado, com fenocristais de magnetita................................................................52
Figura 5.7 Diferentes formas de ocorrência, em furos de sondagem, dos sulfetos no Alvo
Massapê-Manga Velha: (A) Disseminações de pirita anédrica nos planos de foliação dos
metabasitos; (B) Veios de quartzo com magnetita e pirita; (C) Pirrotita, com calcopirita
subordinada, “cimentando” planos de brechação; (D) Sulfetos (pirrotita e calcopirita) nos
planos de foliação da rocha anfibolítica; (E) Brecha hidrotermal com sulfetos disseminados e
em injeções finas; (F) Stockwork de calcopirita no hidrotermalito rico em magnetita; (G)
Hidrotermalito brechado e injetado por calcopirita e pirrotita..................................................52
Figura 5.8 Fotomicrografias mostrando os diferentes aspectos texturais do minério de ferro
Tipo I, do Alvo Massapê-Manga Velha. (A) BIF com contatos gradacionais (LP, 2,5x); (B)
BIF com bandas definidas, com muita magnetita disseminada nos níveis esbranquiçados,
fazendo com que o quartzo apresente um aspecto sujo (LP, 2,5x); (C) BIF com bandas
apresentando contatos bruscos e leitos esverdeados ricos em anfibólios (LP, 2,5x); (D) BIF
rico em grunerita (LP, 2,5X); (E) Detalhe dos Fe-anfibólios geminados no BIF (NX,
2,5X).........................................................................................................................................55
Figura 5.9 Fotomicrografias mostrando aspectos texturais do minério de ferro do tipo II
(tectono-controlado e associado aos hidrotermalitos) do Alvo Massapê-Manga Velha. (A)
magnetita orientada em rochas hidrotermalizadas (LP, 2,5x); (B) magnetita anédrica
acompanhada de anfibólio azul da série cummingtonita-grunerita (LP, 10x); e (C)
porfiroblastos euhédrico de magnetita no hidrotermalito rico em biotita (LP, 2,5x)................56
Figura 5.10 Fotomicrografias mostrando variadas feições do minério Tipo II: (A) magnetita
(Mt) inequigranular nos planos de foliação (LP, 2,5x); (B) magnetita levemente alongada nos
planos de foliação e inclusa no grão de granada (Grd) (LP, 2,5x); (C) magnetita acompanhada
xiv
14
por processos de biotitização (LP, 2,5x); (D) (LP, 10x), (E) (LP, 2,5x) e (F) (LP, 20x):
magnetita disseminada e sulfeto (em E, pirrotita) em rochas hidrotermalizadas com biotita
(Biot), apatita (Ap), granada, anfibólio (Anf), Titanita (Ttn), diopsídio (Di) e allanita...........57
Figura 5.11 Fotomicrografias dos minerais de minério do Alvo Massapê-Manga Velha
observados em luz refletida. (A) grãos de subhédricos de magnetita-Mt (LP, 2,5x); (B) grão
de pirita (Py) envolvendo grãos de magnetita (LP, 10x); (C) pirita injetada em plano de
foliação da rocha (LP, 2,5x); (D) mosaico de grãos de pirrotita (Po), com exsoluções de
calcopirita (Ccpy) (LP, 10x).....................................................................................................58
Figura 6.1 Diagrama TAS (Na2O+K2O x Si2O) discriminando as séries subalcalina e alcalina,
segundo Irvine & Baragar, 1971...............................................................................................63
Figura 6.2 (A) Diagrama AFM (Na2O+K2O x FeOt x MgO) mostrando os trends evolutivos
de suítes toleíticas e cálcio-alcalinas, segundo Irvine & Baragar, 1971; (B) Diagrama de TAS
(Na2O+K2O x Si2O), segundo Cox et al., 1979.............................................................................63
Figura 6.3 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (TiO2 x MnO*10 x P2O5*10) de
Mullen, 1983; (B) Metagabros e Metabasaltos no diagrama (Ti/100 x Zr x Y*3) de Pearce &
Cann, 1973. O campo B é de basaltos de arcos de ilha e Morbs...............................................64
Figura 6.4 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (Ti/1000 x V) de Shervais (1982); (B)
Metagabros e metabasaltos no diagrama (Nb*2 x Zr/4 x Y) de Meschede (1986). Os campos
C e D são de rochas de arcos vulcânicos....................................................................................64
Figura 6.5 Metagabros e metabasaltos no diagrama (Nb/Yb x Th/Yb) de Pearce (1983)........65
Figura 6.6 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas
(hidrotermalitos), normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco
afetado pelos fluidos hidrotermais)...........................................................................................66
Figura 6.7 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas
(hidrotermalitos), normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco
afetado pelos fluidos hidrotermais)...........................................................................................67
Figura 6.8 Diagramas rocha/condrito das rochas máficas mais preservadas (A) e dos
hidrotermalitos (B)....................................................................................................................67
Figura 6.9 Diagramas de ETR do minério de ferro, normalizados em relação à NASC (North
American Shale Composite). BIF’s (em azul) e Hidrotermalitos (em cinza)...........................69
Figura 6.10 Diagramas de elementos terras-raras, normalizados em relação à NASC. (A)
formações ferríferas da Kuruman Iron Formation (África do Sul); (B) formações ferríferas do
Quadrilátero Ferrífero, Brasil....................................................................................................70
Figura 6.11 Variação da razão (La/Yb)N das formações ferríferas bandadas do Alvo MassapêManga Velha.............................................................................................................................71
15
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 Características dos Alvos de pesquisa do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha
do Projeto Planalto Piauí. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4..............................................29
16
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
A caracterização das rochas encaixantes imediatas e regionais das mineralizações
fornece informações essenciais que auxiliam na compreensão de questionamentos sobre a
gênese, o controle da mineralização e na elaboração de um modelo metalogenético para o
minério. Estas informações são de suma importância para o sucesso de um programa de
exploração mineral.
Com base nessa premissa foi proposta a realização de estudos petrográficos e
litogeoquímicos das rochas encaixantes imediatas do minério de ferro do Alvo MassapêManga Velha, situado no Distrito Ferrífero de Curral Novo, porção sudoeste da Província da
Borborema, Estado Piauí. Tais estudos objetivam a caracterização dessas rochas quanto a sua
natureza original (definição dos protólitos) e quanto aos processos que as modificaram
(metamorfismo e ação de fluidos hidrotermais).
Os resultados obtidos neste trabalho de pesquisa contribuirão para o avanço do
conhecimento sobre o Distrito Ferrífero de Curral Novo, principalmente no que diz respeito à
definição da natureza e ambiência tectônica de formação das encaixantes do minério, bem
como sobre os processos de transformação sofridos por essas rochas e suas possíveis relações
com a mineralização. Vale ressaltar que se trata de um trabalho inédito, uma vez que não
17
existe até o momento, nenhuma abordagem na área dessa natureza. Os resultados obtidos
contribuirão também na definição de trabalhos futuros na área.
1.1.2 Objetivos Específicos
O trabalho teve como objetivos específicos: (1) a caracterização petrográfica das
encaixantes do minério, com ênfase para o reconhecimento das diferentes paragêneses de
alteração
hidrotermal;
(2)
estudos
litogeoquímicos
das
rochas
menos
alteradas
hidrotermalmente, visando definir a natureza dos protólitos e do ambiente geotectônico de
formação; (3) descrição da mineralogia e das texturas do minério.
1.2 JUSTIFICATIVA
As encaixantes meta-máficas do minério de ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo
apresentam-se deformadas e modificadas hidrotermalmente, dificultando o reconhecimento de
suas características texturais e composicionais originais. A caracterização destas rochas com
base em estudos petrográficos e litogeoquímicos contribuirá para a definição da natureza e do
ambiente de formação do(s) protólito(s). Por outro lado, o estudo do metamorfismo e das
alterações hidrotermais permitirá que se tenha um melhor entendimento a cerca dos processos
de transformação que atuaram sobre essas rochas e suas possíveis relações genéticas com o
minério. Tais estudos auxiliarão nas discussões a respeito do(s) processo(s) de geração do
minério e, eventualmente, na proposição de um modelo genético preliminar.
1.3 MÉTODOS DE TRABALHO
A metodologia empregada visando alcançar os objetivos traçados consistiu:
1.3.1 Levantamento bibliográfico: artigos de revistas científicas nacionais e
estrangeiras, capítulos de livros e dissertações de mestrado a respeito da geologia e evolução
geodinâmica da Província da Borborema; trabalhos publicados sobre aspectos relativos à
composição, classificação, tipologia e gênese de Formações Ferríferas;
1.3.2 Trabalho de campo: as atividades de campo no Alvo Massapê-Manga Velha
foram concentrados em 5 dias, nos quais foram realizados perfis regionais para o
reconhecimento e coletas de amostras das unidades litoestratigráficas aflorantes no entorno da
área mineralizada; ainda nessa etapa foram descritos e amostrados 12 furos de sondagem
(Furos 008, 009, 022, 024, 028, 031, 050, 057, 060, 061, 064, 065) pré-selecionados feitos no
alvo pela empresa GME4/PI4. Em cada um desses furos, com cerca de 300 a 400m de
18
profundidade cada, foi feita uma criteriosa observação macroscópica das encaixantes e do
minério, com ênfase para as relações geométricas entre o minério e as encaixantes, para as
alterações hidrotermais nas proximidades das zonas mais intensamente mineralizadas, para as
diferentes formas e controles do minério. Dessa observação resultou a seleção criteriosa de
199 amostras, tanto das encaixantes quanto do minério, que somadas a 16 amostras coletadas
em superfície perfazem um total de 215 amostras;
1.3.3 Análise petrográfica: dentre as 215 amostras coletadas, foram escolhidas
aquelas mais adequadas para o alcance dos objetivos propostos, ou seja: (a) amostras menos
deformadas e menos hidrotermalizadas para fins de estudos dos protólitos; (b) amostras com
diferentes paragêneses de alteração hidrotermal para definição da natureza e intensidade do
processo; (c) amostras com diferentes feições da mineralização para definição da natureza e
tipologia do minério e suas relações com os processos transformadores das encaixantes.
Dentre essas amostras foram selecionadas 67 para confecção de seções delgadas para fins de
estudos petrográficos. As lâminas delgadas foram confeccionadas no Laboratório de
Laminação da CPRM (SUREG - Salvador). Visando a observação microscópica do minério e
suas relações com as encaixantes foram selecionadas também 25 amostras para confecção de
seções delgadas-polidas para estudo em luz refletida. Tais seções foram confeccionadas no
Instituto de Geociências da USP. Os estudos petrográficos foram realizados tanto na CPRM
(SUREG - Salvador), quanto no Laboratório de Metalogênese do IGEO/UFBA. Em ambos os
laboratórios foram utilizados microscópios petrográficos equipados, com sistema de luz
transmitida e de luz refletida e com sistema de captura de imagens. Na CPRM utilizou-se um
equipamento da marca Olympus modelo BX-41 e no Laboratório de Metalogênese da UFBA
um equipamento da marca Nikon modelo Japan Opthiphot-Pol;
1.3.4 Análise Litoquímica: com base na descrição petrográfica das rochas, foram
selecionadas 31 amostras para realização de análises químicas de elementos maiores, traços e
terras raras. Foram selecionadas 10 amostras dos principais tipos de minério de ferro
observados para efeito de comparação. As análises foram realizadas no Laboratório Acme
Analytical Laboratories, sendo os elementos maiores analisados por ICP-AES e os elementos
traços e ETR por ICP-MS. A limpeza dos blocos de amostras enviados para o laboratório foi
feito na CPRM (SUREG - Salvador). A britagem e a pulverização foram feitas no laboratório
ACME. As amostras pulverizadas foram submetidas a fusão com metaborato de lítio e
posterior abertura com água régia;
1.3.5 Tratamento e Interpretação dos dados litogeoquímicos: os resultados foram
organizados numa planilha Excel e importados para o ambiente do software MINPET para
19
fins de confecção de diagramas litogeoquímicos. A interpretação desses diagramas foi feita à
luz da combinação dos dados de campo e petrográficos;
1.3.6 Elaboração do relatório do trabalho final de curso (TFG): nesta etapa,
foram integrados os dados geológicos, petrográficos e litogeoquímicos para elaboração do
trabalho final de graduação.
1.4 LOCALIZAÇÃO E ACESSO DA ÁREA DE ESTUDO
O Alvo Massapê-Manga Velha, pertencente ao Distrito Ferrífero de Curral Novo,
situa-se na porção sudoeste da Província da Borborema, sudeste do Estado do Piauí (Figura
1.1). O Alvo Massapê-Manga Velha é o mais importante dentre os vários alvos que fazem
parte do Projeto Planalto Piauí, pertencente à PI4 Participações e Empreendimentos S.A., uma
empresa do grupo GME4. O Projeto Planalto Piauí desenvolve na área trabalhos de
exploração, prospecção e pesquisa para depósitos de ferro.
A área de trabalho fica a nordeste da sede do município de Paulistana (PI) e engloba
parte dos municípios de Simões e de Curral Novo do Piauí. A cidade de Paulistana está a 170
km a NW de Petrolina. Saindo de Salvador, o acesso a Paulistana pode ser feito por via aérea
ou terrestre até Petrolina e, posteriormente, pela BR-407 de Petrolina a Paulistana,
percorrendo-se uma distância de 170 km. De Paulistana até o Alvo Massapê-Manga Velha
percorre-se cerca de 60 km em estradas municipais carroçáveis.
20
Figura 1.1 Mapa de localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo mostrando os vários blocos de direitos
minerários da GME4 nessa porção do Estado do Piauí, com destaque para o Alvo Massapê-Manga Velha. Fonte:
Corpo Técnico da GME4/PI4
21
CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL
2.1 INTRODUÇÃO
O Distrito Ferrífero de Curral Novo situa-se na porção sudoeste da Província
Borborema (Figura 2.1), a norte do Lineamento de Pernambuco, na Subprovíncia
Setentrional, conforme divisão tectono-estratigráfica dessa Província proposta por Santos
(1996). Neste contexto, destaca-se o Terreno Granjeiro, de provável idade neoarquena, no
qual os trabalhos de mapeamento regional realizados pela CPRM no âmbito do PLGB Programa de Levantamentos Geológicos Básicos (Gomes et al., 2000) definiram a unidade
Complexo Granjeiro, que reúne características de uma associação metavulcanossedimentar.
2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO GEOTECTÔNICA
Embora não exista um consenso a respeito da evolução crustal da Província
Borborema, definida inicialmente por Almeida (1977), muitos autores atualmente a
interpretam como uma entidade geotectônica originada pela convergência de placas no
Neoproterozóico, durante a amalgamação do Gondwana Ocidental (convergência e colisão
dos crátons São Luís-Oeste da África e São Francisco-Congo-Kasai), conforme bem
documentado por diferentes autores (Fetter, 1999; Brito Neves et al., 1999; Brito Neves et al.,
2000; Brito Neves et al., 2001; dentre outros). Dessa forma, a Província da Borborema faz
parte do grande cinturão orogenético Pan-Africano-Brasiliano.
22
A província consiste numa colagem de faixas supracrustais (metassedimentares e
metavulcanossedimentares) e blocos e microplacas gnáissico-migmatíticas-graníticas,
arqueanas a mesoproterozóicas, que durante a tectônica brasiliana foram intensamente
retrabalhadas, deformadas e intrudidas por granitóides, em decorrência dos eventos tectonotermais da orogênese (Santos & Brito Neves, 1984; Jardim de Sá, 1994).
Essa tectônica neoproterozóica foi marcada pelo desenvolvimento de uma rede de
megazonas de cisalhamento, reativada no fanerozóico (Reativação Wealdeniana da
Plataforma Sul-Americana), tendo como consequência a geração de bacias mesozóicas
costeiras e interioranas (Matos, 1992 a, b; Jardim de Sá, 1994).
Dentro desse contexto da Borborema, destacam os importantes Lineamentos de Patos
e de Pernambuco, que regem os trends estruturais em toda a província, com direções gerais
ENE-WSW e E-W (Figura 2.1).
Estas zonas compartimentam a província em três segmentos tectônicos, de acordo com
Santos (1996), com base na integração de vários modelos de compartimentação previamente
descritos (Jardim de Sá, 1994; Van Schmus et al., 1995a; Brito Neves et al., 2000; Santos et
al., 2000): Subprovíncia Setentrional, a norte do Lineamento de Patos; Subprovíncia da Zona
Transversal ou Central, entre os Lineamentos de Patos e de Pernambuco; e a Subprovíncia
Externa ou Meridional, a sul do Lineamento de Pernambuco.
Essas subprovíncias, por sua vez, encontram-se subdivididas em domínios, terrenos ou
faixas, com base no conjunto de dados litoestratigráficos, feições estruturais, dados
geocronológicos e assinaturas geofísicas.
De acordo com as compartimentações tectônicas propostas por diferentes autores para
a Província da Borborema, a área de estudo pode estar tanto na Subprovíncia Setentrional
quanto na Província Central. Se considerarmos a proposta assumida por Gomes et al (2000),
nos trabalhos de mapeamento realizados na área pela CPRM, a área dfe estudo estaria inserida
na Província Setentrional. Essa província, por sua vez, está compartimentada, de oeste para
leste, nos domínios Médio Coreaú indiviso, Cearense e Rio Grande do Norte (Figura 2.2),
conforme discutido por Santos (1996) e Delgado et al (2003).
O Terreno Granjeiro, onde se encontra área de trabalho, de acordo com os autores
supracitados, encontra-se no Domínio Rio Grande do Norte. No entanto, os autores dos
levantamentos geológicos realizados na área pela CPRM, no âmbito do PLGB (Programa de
Levantamentos Geológicos Básicos), compilados na Folha Jaguaribe SW (na escala
1.500.000), inserem o Terreno Granjeiro no Domínio Cearense (Figura 2.3). Neste trabalho
23
será adotada a compartimentação tectônica e os dados geológicos mais recentes levantados na
área pelo PLGB na Folha Jaguaribe SW (SB.24-Y).
Figura 2.1 Localização do Distrito Ferrífero de Curral Novo na Província Borborema (quadrado vermelho).
Zonas de cisalhamento: Sobral-Pedro II (SO), Senador Pompeu (SP), Orós-Aiuaba (OR), Porto Alegre (PO), São
Vicente (SV), Piauí-João Câmara (JC), Malta (MA), Serra do Caboclo (SC), Congo-Cruzeiro do Nordeste (CC),
Serra da Jabitaca (SJ), Jatobá-Itaíba (JI), Macururé-Riacho Seco (MR), Belo Monte-Jeremoabo (BJ), São Miguel
do Aleixo (AS) e Itaporanga (IA); Lineamentos: Patos (PA) e Pernambuco (PE); Nappes da Faixa Riacho do
Pontal. Fonte: Bizzi et al., 2003
24
Figura 2.2 Localização e compartimentação da Província Borborema em domínios e terrenos tectonoestratigráficos, segundo Santos (1996)
2.3 DOMÍNIO CEARENSE
2.3.1 Terreno Granjeiro
No Terreno Granjeiro, de acordo com Gomes et al., (2000), observa-se o registro de
deformações policíclicas, decorrentes de no mínimo dois grandes eventos tectônicos (um
evento Paleoproterozóico e outro Neoproterozóico-Brasiliano). Estes eventos, ainda de acordo
com os autores citados, são evidenciados pela tectônica tangencial e metamorfismo de alto
grau (possivelmente decorrentes da orogenia paleoproterozóica), e pelas estruturas geradas em
regime de cisalhamento transcorrente, acompanhadas de volumoso plutonismo granítico,
decorrentes da orogenia Brasiliana (Neoproterozóica).
No âmbito da Folha Jaguaribe SW, o terreno possui duas principais áreas aflorantes
(Figura 2.3), estando à continuidade entre as duas, recoberta por sedimentos mesozóicos da
bacia do Araripe (Gomes et al., 2000).
Do ponto de vista litoestratigráfico, este compartimento tectono-estratigráfico é
formado por unidades metavulcanossedimentares, fortemente afetadas pela orogênese
Brasiliana,
principalmente
Neoproterozóico) (Figura 2.4).
pela
volumosa
granitogênese
(marco
deste
evento
25
2.3.1.1 Complexo Granjeiro
No Domínio Cearense, o Terreno Granjeiro ocorre ao longo de uma faixa contínua e
relativamente estreita, de direção predominantemente E-W, que se inflete para SW-NE
(Figura 2.3). Gomes et al. (2000) caracterizaram neste terreno a unidade Complexo Granjeiro
(Figura 2.4), constituída de rochas metavulcanossedimentares (metamáficas anfibolitizadas,
tufos máficos e félsicos, rochas metaultramáficas, paragnaisses, rochas calcissilicáticas,
metacalcários, quartzitos, formações ferríferas bandadas e metacherts).
LPE
Figura 2.3. Proposta de subdivisão tectono-estratigráfica da porção sudoeste da província da Borborema, de
acordo com Gomes et al., (2000), Folha Jaguaribe-SW (1:500.000), PLGB-CPRM. LPE (Lineamento
Pernambuco). Retângulo vermelho: área de estudo
As supracrustais estão localmente intrudidas e assimiladas por ortognaisses tonalíticos
a granodioríticos, raramente trondhjemíticos (suíte TTG), que foram datados U-Pb SHRIMP
por Silva et al. (1997), gerando uma idade 2,54 Ga. Além desses, também intrudem as
supracrustais, granitóides paleoproterozóicos, sintectônicos, de composição granítica a
26
granodiorítica, sin a tardi-colisionais. De acordo com Gomes et al, (2000) ocorrem ainda
granitóides paleoproterozóicos, em formato batolítico e também em sheets, com xenólitos de
TTG e das supracrustais. Tais rochas foram datadas por Vasconcelos et al. (1997), pelo
método Pb/Pb por evaporação em zircão, tendo sido obtida a idade de 2.080 ± 16Ma.
Dias & Silva (2009) descrevem a associação metavulcanossedimentar do Complexo
Granjeiro como remanescente de ambiente de arco e/ou de retro-arco, fortemente afetada
pelos eventos tectonotermais do Neoproterozóico.
Gomes et al. (2000) descreve ainda próximo da área, o Grupo Cachoeirinha, uma
sequência metavulcano-sedimentar de provável idade mesoproterozóica, metamorfizada na
fácies xisto-verde. Esta unidade com o histórico de três fases de deformação é constituída de
xistos variados, alguns de origem vulcânica, incluindo lentes de quartzitos, quartzitos
ferríferos, metacherts e metamáficas.
A unidade, Complexo Granjeiro, é cortada por granitóides neoproterozóicos cedo a
sin- e tardi a pós-tectônicos (Gomes et al., 2000).
2.3.1.2 Granitóides
Gomes et al. (2000) descrevem a granitogênese da área individualizando: (a) corpos
cedo a sin-tectônicos formando batólitos ortognáissicos alongados, de composição granítica,
granodiorítica, monzonítica, tonalítica e sienítica, além de granodioritos porfiríticos a
hornblenda, com idades em torno de 650 Ma; (b) corpos tardi a pós-tectônicos formando
batólitos e stocks circulares a alongados, de composição biotita-granito, granodiorita e quartzo
sienito, com idades em torno de 570 a 620 Ma.; (c) corpos pós tectônicos formando stocks
isotrópicos, de composição biotita granito, biotita granodiorito, hornblenda monzodiorito,
monzonito, granito e sienitos vermelhos, com idades entre 520 e 550 Ma.
27
350
9100
9150
300
Figura 2.4. Recorte da Folha Jaguaribe-SW (1:500.000) mapeada pela CPRM (Gomes et al., 2000) destacando o
Terreno Granjeiro, na Província Borborema. Cenozóico: Coberturas Colúvio-Eluvionares (TQc); Cretáceo:
Grupo Araripe, Fm. Exu (Ke) e Fm. Santana (Ks); Siluriano: Grupo Serra Grande, Fm. Jaicós; Neoproterozóico:
Granitóides (Ny3c, Ny2a, Ny2b, Ny1b); Paleoproterozóico: Complexo Metaplutônico (Pgr) e Complexo São
Nicolau (Psn); Arqueano: Metaplutônicas (Ay) e Complexo Granjeiro (Ag). Os polígonos em amarelo são os
alvos ricos em ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo. A área destacada em vermelho é o alvo MassapêManga Velha
28
CAPÍTULO 3 - GEOLOGIA LOCAL
Inicialmente, é importante salientar que não foi realizado um trabalho de mapeamento,
visto que o objetivo do presente trabalho foi de definir a natureza dos protólitos das
hospedeiras imediatas das mineralizações de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha e dos
processos de transformação (metamorfismo e/ou alteração hidrotermal) aos quais essas rochas
foram submetidas.
Deste modo, a composição deste capítulo foi feita com base em dados extraídos de
trabalhos anteriores realizados na área (Dias & Silva, 2009; Gomes et al., 2000), dados
extraídos dos relatórios do Projeto Planalto Piauí (PLT), desenvolvido nos alvos
mineralizados da GME4 (Global Mining Exploration), cartogramas temáticos resultantes dos
levantamentos geofísicos feitos na área, além das observações de campo e das descrições de
rochas encaixantes e do minério, feitas em cerca de 12 furos de sondagem (com
profundidades da ordem de 300 a 400 mts cada), realizadas no âmbito deste TFG.
3.1 INTRODUÇÃO
O Projeto Planalto Piauí consiste em vários blocos de direitos minerários, distribuídos
entre os estados do Piauí e Pernambuco, de propriedade da PI4 Participações e
Empreendimentos S.A., uma empresa do GME4 (Global Mining Exploration). A empresa
vem desenvolvendo na área trabalhos de exploração, prospecção e pesquisa, visando à
descoberta de novos depósitos de ferro e a delimitação dos recursos nos depósitos já
29
conhecidos. O minério está condicionado aos ramos sintéticos da Zona de Cisalhamento
Itainzinho-Baixio-ZCIB (que por sua vez está relacionada ao sistema de falhas do Lineamento
Pernambuco). Nesse contexto, a empresa delimitou seis alvos (Tabela 3.1) com expressivas
anomalias magnéticas, sendo que quatro deles (Alto Alegre, Massapé-Manga Velha, Manga
Velha-NE e Serra Vermelha) integram o Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha (SFMV),
orientados SW/NE (Figuras 3.1 e 3.2).
Tabela 3.1 Características dos Alvos de pesquisa do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha do Projeto
Planalto Piauí. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4
3.2 GEOLOGIA DO ALVO MASSAPÊ-MANGA VELHA
Devido à presença de um espesso manto de intemperismo, os afloramentos, da unidade
Complexo Granjeiro, no contexto do Alvo Massapê-Manga Velha, são muito raros e restritos
aos leitos de algumas drenagens. As formações ferríferas, ao contrário, possuem boas
exposições no topo de morrotes alinhados. Diante desse quadro, a maior parte das descrições
de rochas e minérios da área foi feita com base nos furos de sondagem realizados pela
30
GME4/PI4. Nesse estudo, tais descrições permitiram reconhecer a presença de rochas
metamáficas (metagabros e metabasaltos) da unidade Complexo Granjeiro, com diferentes
graus de deformação, metamorfisadas na fácies anfibolito. Estas rochas estão intrudidas por
granitóides deformados e não deformados, ricos em potássio e, parcial a totalmente
transformadas em hidrotermalitos, pela ação de fluidos hidrotermais.
As mineralizações de ferro presentes na área são Formações Ferríferas Bandadas
(BIF) intercaladas nessas rochas e são também corpos tectono-controlados, que formam
lentes, veios, vênulas, brechas e bolsões ricos em magnetita, hospedados nas metamáficas
mais intensamente deformadas e hidrotermalizadas.
No Capítulo 4 e 5 encontra-se uma descrição detalhada, dos aspectos macroscópicos e
petrográficos, das encaixantes e do minério de ferro.
Levantamentos geofísicos magnetométricos e gamaespectrométricos, aéreos e
terrestres realizados, respectivamente, pelo DNPM e pela CPRM, nas décadas de 70 e 80, e
pela GME4/PI4 em 2008, permitiram identificar na região, anomalias magnéticas compatíveis
com a presença de mineralizações de ferro (Figura 3.3) e anomalias gamaespectrométricas
que mostram a associação da zona mineralizada com granitóides ricos em K, Th e U (Figura
3.4). Dentre essas, destaca-se o Alvo Massapê-Manga Velha.
31
Figura 3.1 Mapa de localização do Sistema Ferrífero Massapê-Manga Velha, com destaque para o Alvo
Massapê-Manga Velha, a nordeste de Paulistana. Fonte: Material Técnico da GME4/PI4, modificado
Figura 3.2 Mapa mostrando a localização dos Alvos de pesquisa do Projeto Planalto Piauí. Fonte: Material
Técnico da GME4/PI4, modificado
32
Figura 3.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico) resultante do levantamento geofísico terrestre
realizado pela GME4, mostrando os trends mineralizados em ferro. Fonte: Material Técnico da GME4/PI4,
modificado
Figura 3.4 Cartograma ternário K-Th-U, resultante do levantamento geofísico terrestre realizado pela GME4,
mostrando os corpos sienograníticos intrudidos na área de estudo. Fonte: Material Técnico da GME4/PI4,
modificado
A mineralização de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha é tectono-controlada (Figura
3.6) e está condicionada ao longo de 8 km de extensão, no trend Serra Vermelha-Alto Alegre,
um ramo sintético da ZCIB (PLT-2009).
33
Os corpos de minério são alinhados em decorrência do rígido controle estrutural e
destacam-se na paisagem arrasada da região pela morfologia, uma vez que formam conjuntos
de morrotes (Figura 3.5).
A
B
Figura 3.5 Fotografias: (A) Morro Massapê (Alvo Massapê-Manga Velha); (B) vista geral, mostrando o aspecto
morfológico da área. Fonte: Corpo Técnico da GME4/PI4
Figura 3.6 Cartograma do Sinal Analítico resultante do levantamento geofísico magnetrométrico terrestre
realizado na área pela GME4. Observar o posicionamento do Massapê-Manga Velha com os traços de
localização dos furos de sondagem realizados. Fonte: modificado do Material Técnico da GME4/PI4
34
CAPÍTULO 4 - CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS
ROCHAS ENCAIXANTES IMEDIATAS DO MINÉRIO DE
FERRO
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta seção, serão apresentados os estudos petrográficos realizados nas rochas
encaixantes imediatas das mineralizações de ferro do Distrito Ferrífero de Curral Novo. Tais
encaixantes são rochas metamáficas que apresentam características texturais e composicionais
variadas, com diferentes graus de alteração hidrotermal.
A caracterização petrográfica dos litotipos estudados foi complementada pelas
observações de campo e descrições macroscópicas e mesoscópicas, principalmente de furos
de sondagem. Foram coletadas 215 amostras do Alvo Massapê-Manga Velha. Destas, 16
foram amostras de mão, coletadas durante os trabalhos de campo e 199 coletadas a partir de
12 furos de sondagens selecionados (Furos 008, 009, 022, 024, 028, 031, 050, 057, 060, 061,
064, 065), os quais foram cedidos pela empresa PI4 Participações e Empreendimentos S.A. do
grupo GME4.
Dentre as amostras coletadas, foram escolhidas 67 amostras para estudos petrográficos
em seções delgadas. As seções delgadas selecionadas para o objetivo proposto foram
agrupadas de acordo com o grau de deformação e com o tipo de alteração das rochas vistas
em lâmina durante o estudo petrográfico. Esta separação permitiu o reconhecimento do
35
protólito das encaixantes do minério de ferro e identificação dos processos de alteração que
modificaram estas rochas.
4.2 ROCHAS METAMÁFICAS ENCAIXANTES
4.2.1 Rochas Metamáficas Menos Modificadas
Tendo em vista que a deformação na área é heterogênea, algumas áreas ficaram mais
preservadas, formando pods nos quais ainda é possível reconhecer feições mais próximas
daquelas exibidas pelos protólitos. Nesses pods, além do menor grau de deformação, as
rochas mostram também que sofreram muito menos interação com os fluidos hidrotermais,
tendo como consequência a isso uma preservação da mineralogia pré-alteração hidrotermal.
Dois conjuntos de rochas são observados nesses pods (Figura 4.2): (A) rochas com coloração
em tons de cinza e verde escuro e granulação média a grossa, por vezes com fantasmas de
texturas reliquiares, sugestivas de um protólito gabróico; (B) rochas com coloração verde
escura, granulação muito fina, com aspecto sugestivo de protólito basáltico.
Rochas do conjunto A são compostas principalmente por anfibólio cálcico e
plagioclásio, além de quartzo, biotita, epídoto, clorita, leucoxênio e titanita que ocorrem de
forma subordinada. Trata-se de rochas orientadas, com textura granonematoblástica (Figura
4.1-A), e também, por vezes sem orientação, com fenocristais de anfibólio, numa matriz de
textura granular composta por plagioclásio com aspecto límpido a levemente saussuritizado.
O anfibólio é do tipo hornblenda, representado por grãos subédricos e porfiroclastos
de coloração verde, por vezes, cortados por vênulas finas de quartzo e parcialmente
substituídos por biotita.
Os cristais de plagioclásio formam um arranjo granular com grãos subédricos que ora
estão saussuritizados (Figura 4.1-A), ora límpidos, e com contatos sinuosos e regulares.
Alguns grãos apresentam geminação do tipo albita. O epídoto, resultado da alteração do
plagioclásio, ocorre distribuído espaçadamente por toda a rocha, às vezes quase sem
expressão, em cristais anédricos.
O quartzo é claramente injetado na rocha e ocorre formando uma textura granular com
grãos que apresentam extinção ondulatória. Seus contatos são poligonais e regulares com os
cristais de anfibólio e plagioclásio. Encontra-se presente também em finas venulações
descontínuas que cortam a rocha.
36
A biotita ocorre em percentuais muito baixos, em forma de finas palhetas nas bordas
dos anfibólios. Por vezes, observam-se as palhetas sendo substituídas por cloritas (Figura 4.1B).
Figura 4.1. Fotomicrografias das encaixantes menos alteradas. (A) o anfibólio e a biotita orientados e o
plagioclásio saussuritizado (AF 001C-LP, 10x); e (B) clorita relacionada à biotita, sugerindo processo de
cloritização (AF 027-NX, 10x)
Os minerais opacos (magnetita e titano-magnetita) ocorrem disseminados, associados
à hornblenda, sob a forma de grãos subédricos a anédricos.
São observados nas lâminas, cristais de titanita, em grãos anédricos, muito deles
transformados em leucoxênio, formando aglomerados de cristais que bordejam o anfibólio. O
leucoxênio mostra-se, às vezes, alongado e orientado nos planos de foliação da rocha.
As rochas do conjunto B apresentam feições petrográficas muito similares, com a
diferença de que a granulometria é mais fina.
4.2.2 Rochas Metamáficas Moderadamente Modificadas
Estas rochas apresentam-se intensamente foliadas, de coloração cinza esverdeada com
granulação média a fina, com presença de injeções contínuas e descontínuas de quartzo e
carbonato. Observa-se uma alteração potássica expressiva com o desenvolvimento de biotita,
formando bandas finas e largas, crescendo nos planos de foliação (Figura 4.3), além de
processos de silicificação (injeções de quartzo), carbonatização (injeções e manchas de
carbonato de cálcio), epidotização e desenvolvimento expressivo de magnetita, tanto injetada
nos planos de foliação da rocha, como formando cristais na trama silicática.
Além da magnetita observa-se também presença de sulfetos (pirita, pirrotita e
calcopirita).
37
A
B
C
D
Figura 4.2 Aspectos macro e mesoscópicos das rochas encaixantes do minério de ferro do Alvo Massapê-Manga
Velha. (A) e (C) gabro; (B) metabasalto; e (D) feições texturais do metabasalto e gabro
Figura 4.3 Características da rocha metamáfica moderamente modificada vistas em furo de sondagem. Notar a
intensa biotitização destas rochas
Ao microscópio, observa-se o predomínio de texturas granonematoblástica e
granolepidoblástica.
38
O anfibólio é do tipo hornblenda e ocorre distribuído em toda a rocha, com orientação,
muitas vezes em grãos subédricos cominuídos ou em restos de grãos, parcialmente
substituídos por biotita.
A biotita distribui-se por toda lâmina, sob a forma de grandes palhetas orientadas
associadas às bordas de venulações de quartzo e carbonato.
O plagioclásio ocorre em grãos subédricos a anédricos, formando arranjos granulares.
Muitas vezes, os grãos apresentam aspecto turvo, sem maclas de geminação e com manchas
de saussuritização. Observam-se também grãos límpidos, com aparência típica de plagioclásio
albítico.
O epídoto, resultante da alteração do plagioclásio, ocorre em grãos anédricos e
inequigranulares, formando aglomerações que estão dispersas na rocha.
Os minerais opacos ocorrem em grãos subédricos a anédricos que variam entre
0,05mm e 0,15mm. Ocorre também, sob a forma de injeções que cortam a rocha.
Nas venulações, o quartzo e carbonato ocorrem em cristais grandes inequigranulares,
com contatos poligonais e sinuosos.
4.2.3 Rochas Metamáficas com Maior Grau de Modificação
As rochas anteriormente descritas evoluem, em decorrência provavelmente de uma
maior interação com os fluidos, para rochas com uma mineralogia de origem hidrotermal mais
expressiva e predominante. Observa-se nestas rochas o desenvolvimento de grande
quantidade de cristais finos e grosseiros de turmalina preta (schorlita), porfiroblastos de
granada, de palhetas orientadas de biotita, injeções de quartzo, injeções de quartzo com
granada, injeções de K-feldspato, injeções e grandes manchas de carbonato. Além dos
anfibólios verde-escuros descritos nas demais rochas, nestas observa-se, também, o
desenvolvimento de anfibólios com uma coloração ainda mais escura. Paralelamente, estas
rochas estão intensamente injetadas por magnetita e por vezes observa-se o desenvolvimento
de porfiroblastos euédricos de magnetita. A magnetita ocorre maciça em veios de quartzo. Na
condição de uma fase tardia, que corta silicatos e óxidos de ferro, ocorrem injeções de sulfetos
(pirita, pirrotita e calcopirita). Os sulfetos ocorrem também formando aglomerados de cristais,
em formato stockwork e cimentando brecha.
Em lâmina, essas rochas mostram texturas granolepidoblástica, granonematoblástica e
porfiroblásticas.
39
Os grãos de granada ocorrem como porfiroblastos, em geral poiquiloblásticos, com
inclusões de quartzo, de magnetita, plagioclásio e anfibólio (Figura 4.5-D), ou acompanhando
a foliação da rocha ou estão rotacionados em arranjo helicítico (Figura 4.5-C).
A biotita ocorre em palhetas fortemente orientadas amplamente distribuídas por toda a
rocha. Há uma maior concentração de biotita ao redor da granada, nos contatos com as
injeções de pegmatitos graníticos e nas bordas de injeções de quartzo e carbonato. As biotitas
são ricas em inclusões de minerais radioativos, que promovem o desenvolvimento de halos
pleocróicos, tendo sido reconhecidos petrograficamente finas inclusões de allanita e de
zirconita (Figura 4.4 e 4.5-F). É possível observar que parte das biotitas está de forma
incipiente substituídas nas bordas por clorita.
O anfibólio apresenta variações significativas de coloração. São observados anfibólios
verdes a verdes amarronzados e anfibólios verdes azulados. Por vezes, os anfibólios verdes
azulados crescem no entorno das granadas e injeções.
O plagioclásio é do tipo albita e apresenta-se em grãos anédricos a subédricos,
arranjados em um mosaico inequigranular, com contatos sinuosos e irregulares. Os grãos são
em geral límpidos e não apresentam maclas de geminação. Grãos de epídoto ocorrem em
proporções pequenas.
Figura 4.4. Fotomicrografias dos aspectos microscópicos da biotita. (A) Contato da rocha granítica com a
metamáficas, notar o tamanho dos cristais de biotita que são maiores nas zonas de contato (AF 072-LP, 2,5x); e
(B) Presença de minerais radioativos formando halos pleocróicos em cristais também de anfibólio (AF 165-LP,
20x)
As turmalinas (schorlita) ocorrem em cristais grandes, com formas colunares (Figuras
4.5-A e B), de coloração azul escuro, mostrando-se em seções basais e longitudinais (Figura
4.6-D). Os grãos são zonados e subédricos (Figura 4.6-E). Alguns grãos estão cortados por
vênulas constituídas por quartzo e carbonato.
40
O leucoxênio ocorre sob a forma de grãos anédricos, equigranulares, na maioria das
vezes em cristais individualizados, dispersos em toda a rocha. Em menor proporção, ocorre a
titanita apresentando formas anédricas e quase equigranulares (Figura 4.5-E).
O carbonato e o quartzo ocorrem contidos em vênulas irregulares que cortam a rocha,
em grãos que formam um arranjo granular e que apresentam contatos sinuosos e regulares.
Tendo em vista o elevado grau de transformação hidrotermal que essas rochas
apresentam, as mesmas estão sendo chamadas nesse trabalho de hidrotermalitos.
4.3 GRANITÓIDES
Durante as descrições de furos de sondagem foram verificados zonas com apófises de
granitóides em contato com as rochas metamáficas, incluindo os hidrotermalitos (Figura 4.8).
Trata-se de rochas milonitizadas, em geral porfiroclásticas, de coloração avermelhada devido
ao elevado percentual de fenocristais de K-feldspato (Figura 4.7 e 4.8). São rochas de
composição sienítica a quartzo-sienítica, com presença de magnetita (Figura 4.8).
Os principais componentes mineralógicos compreendem albita, K-feldspato, quartzo,
anfibólio verde azulado e biotita, tendo em menores proporções titanita e minerais opacos
(macroscopicamente magnetita).
O plagioclásio é representado pela albita em grãos anédricos, por vezes límpidos que
comumente mostram textura “tabuleiro de xadrez” caracterizando processos metassomáticos
de substituição de microclima (Figura 4.7). Os cristais de K-feldspato são representados por
pórfiros de microclina com geminações bem definidas e pertita que exibe lamelas de
exsolução de plagioclásio.
Em lâmina, o quartzo é representado por grãos subédricos a anédricos distribuídos
localmente por toda a rocha formando agregados monominerálicos marcados pela textura
granoblástica. Os cristais de anfibólio apresentam uma coloração que varia de verde a verde
azulada e ocorrem por toda a rocha, orientados, acompanhando a foliação da rocha. O mesmo
ocorre para as palhetas de biotita. A titanita manifesta-se em pequenas proporções, em
cristais individualizados e inequigranulares, dispersos pela lâmina. Os minerais opacos
ocorrem em grãos subédricos a anédricos acompanhando a foliação da rocha e estão
associados preferencialmente ao anfibólio verde azulado.
41
Figura 4.5. Aspectos mesoscópico e microscópico das rochas encaixantes mais alteradas. (A) Injeção de fluido
na metamáfica carregado em grandes cristais de granada; e (B) Injeção de fluido com bastante biotita.
Fotomicrografias: (C) Granada (Grd) poiquiloblástica com inclusões de minerais opacos (Op), anfibólio verde
azulado (Anf) e biotita (AF 176-LP, 2,5x); (D) Granada porfiroblástica com textura helicítica imersa numa
matriz com textura granonematoblástica e granolepidoblástica (AF 078-LP, 2,5x); (E) Bitotia (Bt) e anfibólio
orientado e cristais de apatita (Ap), titanita (Ttn) e granada (Grd) (AF 165-LP, 10x); e (F) Halos pleocróicos nos
cristais de biotita (AF 060B-LP, 10x)
42
Figura 4.6. Aspecto mesoscópico e microscópico de um dos minerais hidrotermais. (A) Aspecto textural do
fluido carregado em cristais de turmalina; e (B) Aspecto textural do fluido, com cristais maiores de turmalina;
Fotomicrografias: (C) Turmalina em conjunto com processos de epidotização e carbonatação (AF 025-NX, 10x);
(D) Formas basais e longitudinais das turmalinas, de coloração azul escuro (AF 025-LP, 10x); (E) Turmalina
mostrando seu hábito e zoneamento característico (AF 202-LP, 2,5x); e (F) Turmalina em seção longitudinal
(AF 202-LP, 2,5x)
43
Figura 4.7. Fotomicrografias do aspecto microscópico da milonitização no granitóide, mostrando textura
porfiroclástica (AF 090 e AF 091-NX, 2,5x). Notar os fenocristais de K-feldspato (Mc = microclina)
Figura 4.8 Fotografias da apófise granítica de coloração avermelhada, fortemente milonitizada na rocha
metamáfica. Furo de sondagem DD 031 do Projeto Planalto Piauí da GME4/PI4
44
4.4 DISCUSSÕES PARCIAIS
O estudo petrográfico realizado para a caracterização das rochas encaixantes imediatas
do minério de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha mostraram que estas rochas (observando
a assembléia mineralógica e a textura de rochas mais preservadas) revelam características
próximas de protólitos plutônico (gabro) e vulcânico (basalto), ou seja, rochas que eram
originalmente anidras formadas por piroxênio e plagioclásio cálcico.
Os dados petrográficos sugerem que estes protólitos foram submetidos a pelo menos
um evento metamórfico, que anfibolitizou estas rochas gerando o anfibólio cálcico
(hornblenda) e um evento pós-metamorfismo, pirometassomático, com aporte de fluidos
hidrotermais que deram origem a biotita, carbonato, albita, granada, turmalina e magnetita. A
presença de granadas poiquiloblásticas com textura snowball revela que esse evento
hidrotermal foi concomitante a aporte de calor e pressão. Considerando que as encaixantes da
mineralização estão intrudidas por rochas graníticas ricas em potássio, é provável que o
agente que promoveu o aporte de fluidos, calor e pressão tenha sido esses corpos graníticos
sienograníticos intrusivos.
As
alterações
hidrotermais
deram
origem
a
rochas
muito
transformadas
(hidrotermalitos) nas quais são reconhecidos processos de metassomatismo potássico com
desenvolvimento de biotita e K-feldspato injetado, metassomatismo sódico com
desenvolvimento de albita, metassomatismo cálcico com o desenvolvimento de carbonato de
cálcio e granada, Fe-metassomatismo com geração de magnetita e de ferro-anfibólio (da série
cummingtonita-grunerita), aporte de boro revelado pelo crescimento de turmalina, aporte de
elementos terras-raras leves (desenvolvimento de allanita, um mineral rico em Ce), aporte de
fósforo (desenvolvimento de apatita) e aporte de Zr (desenvolvimento de zirconita
hidrotermal). Atribui-se também a esse evento o desenvolvimento de sulfetos de Fe e Cu
(pirita, pirrotita e calcopirita) e a concentração anômala de ouro nos hidrotermalitos.
45
CAPÍTULO 5 - CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA E
MICROSCÓPICA DO MINÉRIO DE FERRO
5.1 INTRODUÇÃO
Nesta seção, serão apresentados os resultados dos estudos de campo, observações
mesoscópicas e petrográficas realizados no minério de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha,
com o objetivo de definir sua tipologia e levantar hipóteses relativas à sua gênese.
Para compor este capítulo, foram integrados, além das observações feitas em campo,
descrições de 12 furos de sondagem e de estudos petrográficos realizados em 25 amostras
selecionadas para a confecção seções delgadas-polidas.
5.2 FORMAÇÕES FERRÍFERAS
5.2.1 Aspectos Conceituais Relativos a Formações Ferríferas
Formações Ferríferas Bandadas (BIF) são rochas constituídas por finas camadas
alternadas de sílica e óxido de ferro e que constituem a maior fonte de minério de ferro do
planeta. O registro mais antigo destas rochas encontra-se no greenstone belt de Isua,
Groenlândia, datado de 3.8Ga (Moorbath et al., 1973). De uma maneira geral, BIFs estão
presentes em terrenos arqueanos e paleoproterozóicos, embora 90% de todas as formações
ferríferas do planeta tenham sido depositadas no intervalo entre 2.5 e 1.8Ga., ou seja, no
46
Paleoproterozóico (James, 1982 e 1966; Klein, 2005). Da interface entre o Paleo e o
Mesoproterozóico (1.6Ga) até o final do Neoproterozóico, são raros os registros de formações
ferríferas. O reaparecimento destas rochas ocorreu no final do Neoproterozóico (0,8 a 0,6 Ga),
geralmente associadas a sucessões sedimentares com influência glacial (Trendall & Blockley,
2004). A figura 5.1 ilustra a distribuição das formações ferríferas no tempo geológico.
Figura 5.1 Diagrama esquemático mostrando a abundância relativa de BIFs precambrianos ao longo do tempo,
tomando como base alguns dos maiores depósitos de formações ferríferas mundiais. Observar a concentração da
maior parte das formações ferríferas no intervalo entre 3.5 e 1.8 Ga. Fonte: Klein, 2005
A inexistência de ambientes modernos de formações de BIFs dificulta a formulação de
modelos genéticos, de tal forma que não há consenso sobre os mecanismos de precipitação,
gênese do bandamento, influência de processos biológicos assim como a proveniência do
ferro (Piacentini et al., 2007).
Observa-se, no entanto, diferenças significativas da forma e modo de ocorrência das
formações ferríferas ao longo do tempo geológico: (i) em terrenos precambrianos
predominam Formações Ferríferas Bandadas ou Banded Iron Formation (BIF) com
alternância de finas camadas de sílica microcristalina e de óxidos de ferro, sendo palco de
diversas discussões relacionadas à sua gênese e formação; (ii) Ironstones correspondem às
formações ferríferas, acamadadas ou não, de idade Fanerozóica (principalmente, do
Ordoviciano-Siluriano e Jurássico), com estruturas oolíticas típicas de ambiente marinho raso,
resultantes da subida do nível do mar; e (iii) Bog Iron corresponde a formações ferríferas
porosas, esponjosas, ricas em hidróxidos de ferro, formadas em situações de águas rasas
paradas (pântanos e lagos rasos), em ambientes recentes, de idade Cenozóica.
Aos diferentes tipos de formações ferríferas acima descritas, somam-se as
concentrações de óxidos de ferro de natureza hidrotermal, em geral tectono-controladas e
47
associadas a sulfetos de Cu e Au do tipo IOCG (Iron Oxide Copper Gold). Tais formações
ferríferas, de caráter claramente epigenético, tem sido denominadas na literatura de
Hydrothermal Ironstones (ironstones hidrotermais), em associações do tipo Fe-Cu-Au
(Hitzman et al., 1992; Hitzman 2000; Barton & Johnson, D.A., 2000; Porter 2000, 2002;
Sillitoe & Burrows 2002, dentre outros).
No que diz respeito às Formações Ferríferas Bandadas (BIF), estas são classificadas da
seguinte forma (Klein, 2005): (i) tipo Superior ou Lago Superior, formando depósitos de
grandes dimensões, de idade Paleoproterozóica, em bacias intracratônicas ou em ambiente de
plataforma continental (margens continentais passivas), com envolvimento de processos de
transgressão e regressão marinha. Associam-se a rochas sedimentares e não apresentam
vinculação direta com atividade vulcânica; (ii) tipo Algoma, em geral de idade arqueana,
decorrente de atividade vulcano-exalativa em ambiente marinho profundo. Associam-se a
grauvacas turbidíticas, folhelhos carbonosos e rochas vulcânicas; (iii) tipo Rapitan, de idade
Neoproterozóica, relacionadas a fenômenos de deglaciação e, portanto, associadas sedimentos
glaciogênicos tais como tilitos e dropstones.
Os depósitos do tipo Fe-Cu-Au (IOCG, Iron Oxide Copper Gold) são em geral
depósitos do tipo classe mundial, reconhecidos recentemente, e estão localizados em
ambientes cratônicos ou margens continentais sob regimes extensionais (riftes intracratônicos,
riftes intra-arcos e bacias de back-arc). Registros destes depósitos são encontrados do
Arqueano ao Fanerozóico, com uma maior concentração na interface do Paleo ao
Mesoproterozóico. Eles ocorrem em Olympic Dam (Austrália), Kiruna (Suécia), Bayan Obo
(China), Depósitos Cu-Au da Província Mineral de Carajás (Brasil), Cloncurry (Austrália),
Great Bear (Canadá), dentre outros. São depósitos tectono-controlados, associados
geneticamente a magmatismo granítico do tipo A ou I e a magmas que dão origem a suítes
alcalino-carbonatíticas.
Depósitos do tipo IOCG são formados em níveis crustais intermediários a rasos e se
caracterizam por serem polimetálicos, constituídos de óxidos de ferro (magnetita e/ou
hematita), aos quais podem estar associados sulfetos de cobre, ouro, além de minerais ricos
em urânio e ETR. As concentrações de ferro formam veios, lentes, massas irregulares,
disseminações e brechas, associados a rochas encaixantes em geral de natureza máfica e/ou
granítica, intensamente alteradas hidrotermalmente (alteração sódica, cálcica, potássica e
férrica).
48
5.2.2 Caracterização Macroscópica das Formações Ferríferas do Alvo
Massapê-Manga Velha
Os dados de campo, somados às descrições dos furos de sondagem e aos estudos
petrográficos permitiram reconhecer dois tipos de minério de ferro na área estudada: (i) um
minério que ocorre em camadas decimétricas a hectamétricas, intercaladas em rochas
anfibolíticas, com características texturais e mineralógicas similares às clássicas Formações
Ferríferas Bandadas (BIF), que vamos aqui denominar de Tipo I; e (ii) outro, que ocorre de
forma venular, disseminada, brechada, formando bolsões maciços e, também, com aspecto
laminado, preenchendo os planos de foliação das rochas anfibolíticas encaixantes, aqui
denominado de Tipo II.
De uma maneira geral, as encaixantes imediatas do minério de ferro, do Alvo
Massapê-Manga Velha, sejam do tipo I ou II, são rochas metamáficas anfibolíticas que se
apresentam fortemente orientadas e com diferentes intensidades de alteração, conforme
discutido no Capítulo 4. Mineralizações de ferro podem também serem vistas ocorrendo nos
planos de foliação dos granitóides, mas em uma proporção menor.
Nos termos bandados (Formações Ferríferas Bandadas ou Minério Tipo I), o principal
mineral de minério é a magnetita, que ocorre formando bandas (milimétricas a centimétricas)
de granulação fina a média, alternadas com bandas de quartzo de espessura e granulação
similares (Figura 5.2). Apresentam coloração em tons de cinza e, em superfície, mostram-se
avermelhadas devido à alteração intempérica (formação de hidróxidos de ferro).
O minério de ferro do Tipo II, que é o mais abundante na área, é tectono-controlado. O
controle principal desse minério é a Zona de Cisalhamento Dextral Itaizinho-Baixio e seus
ramos sintéticos, ao longo da qual o minério ocorre por cerca de 30 km (Figura 5.3). Suas
encaixantes imediatas são rochas anfibolíticas com diferentes graus e tipos de alteração
hidrotermal, as quais estão nesse trabalho sendo denominadas de Hidrotermalitos (vide
Capítulo 4).
A quantidade de magnetita nas rochas anfibolíticas depende diretamente do grau de
alteração das mesmas. Observa-se que nas rochas mais preservadas (metagabros e
metabasaltos), a magnetita ocorre em percentuais muito baixos, disseminada ou em finos
grãos dispersos nos planos de foliação da rocha. Em contrapartida, nas rochas mais alteradas,
principalmente naquelas mais intensamente biotitizadas, a presença da magnetita é expressiva,
alcançando às vezes em percentuais modais da ordem de 50%.
49
D
Figura 5.2 Aspectos de campo e de furo de sondagem do minério de ferro Tipo I (Formação Ferrífera Bandada):
(A) Foto do afloramento na encosta do Morro Massapê. (B) Foto do afloramento no topo do Morro Massapê; (C)
Foto de detalhe da Formação Ferrífera Bandada vista no topo do Morro Massapé; e (D) Testemunho de
sondagem da Formação Ferrífera Bandada
Alvo
MassapéManga Velha
Figura 5.3 Cartograma ASA (Amplitude do Sinal Analítico), mostrando a mineralização de ferro controlada
pela zona de cisalhamento principal Itaizinho-Baixio e por seus ramos sintéticos: o trend Itaizinho-Abelão e o
trend Serra Vermelha-Alto Alegre, no qual se encontra o Alvo Massapê-Manga Velha, área desse estudo. Fonte
Corpo Técnico da GME4/PI4
Como dito anteriormente, esse tipo de minério ocorre em formato venular, bolsões,
associado a veios de quartzo, injetado nos planos de foliação da rocha, dando uma falsa
50
aparência de minério bandado e por vezes formando porfiroblastos euhédricos, milimétricos a
centimétricos, nos hidrotermalitos (Figura 5.4).
A
B
C
E
D
F
Figura 5.4 Aspectos macroscópicos do minério de ferro tipo II Alvo Massapê-Manga Velha. (A) Foto
comparativa, mostrando os dois tipos de minério de ferro; (B) Testemunho de sondagem mostrando brecha
mineralizada à magnetita; (C) Foto do furo de sondagem mostrando com mais detalhe, a relação encaixante e
minério; (D) Detalhe das injeções de magnetita nos planos de foliação do hidrotermalito; (E) Porfiroblastos de
magnetita no hidrotermalito; e (F) Veios de quartzo com magnetita maciça (e por vezes com sulfetos), que
cortam o hidrotermalito
51
Dentre as transformações hidrotermais sofridas pelas metamáficas encaixantes do
minério (biotitização, k-feldspatização, carbonatização, turmalinização, epidotização,
albitização, silicificação...) a que mais se associa ao minério é a biotitização (alteração
potássica). É comum observar nesse minério Tipo II, zonas estreitas de biotita, intercaladas no
interior de intervalos de magnetita maciça, ou faixas mais expressivas intercaladas no interior
de intervalos mineralizados e ainda contatos reentrantes com zonas ricas em magnetita
(Figura 5.5).
Todas essas feições, com destaque para a natureza tectono-controlada, a associação
com os hidrotermalitos, o formato venular e injetado nos planos de foliação, o aspecto
brechóide, o crescimento porfiroblástico, nos conduzem a propor que o minério do Tipo II
seja de natureza hidrotermal.
A
B
C
Figura 5.5 Relações de contato do minério Tipo II com o processo de biotitização: (A) faixas estreitas de biotita
em pacotes de magnetita maciça; (B) bandas expressivas de magnetita e carbonato em contato com bandas de
magnetitito e (C) zonas ricas em biotita em contato reentrante com o magnetitito
Vale ressaltar que durante o trabalho de descrição de furos de sondagem, observou-se
que no pacote de hidrotermalitos mineralizados ocorrem numerosas injeções sienograníticas
pegmatoidais (Figura 5.6).
Esses pegmatitos sienograníticos mostram-se às vezes foliados e, por vezes, não
deformados, permitindo que se levante a hipótese de que essas rochas entraram tardi a pós
deformação. Trata-se, de acordo com dados da literatura geológica da área (Gomes et al.,
2000), de um magmatismo granítico neoproterozóico, relacionado à orogenia Brasiliana, com
52
A
B
C
Figura 5.6 (A e B) Injeções sienograníticas, pegmatóidais, nos planos de foliação das encaixantes metamáficas
do minério de ferro do Alvo Massapé-Manga Velha; e (C) Sienogranito foliado, com fenocristais de magnetita
B
A
C
D
F
E
G
Figura 5.7 Diferentes formas de ocorrência, em furos de sondagem, dos sulfetos no Alvo Massapê-Manga
Velha: (A) Disseminações de pirita anédrica nos planos de foliação dos metabasitos; (B) Veios de quartzo com
magnetita e pirita; (C) Pirrotita, com calcopirita subordinada, “cimentando” planos de brechação; (D) Sulfetos
(pirrotita e calcopirita) nos planos de foliação da rocha anfibolítica; (E) Brecha hidrotermal com sulfetos
disseminados e em injeções finas; (F) Stockwork de calcopirita no hidrotermalito rico em magnetita; e (G)
Hidrotermalito brechado e injetado por calcopirita e pirrotita
53
a geração de granitos oxidados (série da magnetita), ricos em potássio. Nos trabalhos de
campo foi observada a presença de pórfiros de magnetita nos granitos (Figura 5.6).
Além da magnetita, outros minerais de minério ocorrem no Alvo Massapê-Manga
Velha. Trata-se de sulfetos, representados por pirrotita, pirita e calcopirita, que ocorrem
disseminados nos planos de foliação dos hidrotermalitos, ou em vênulas finas e veios que
cortam a rocha perpendicularmente ou adentram no seu plano de foliação (Figura 5.7).
5.2.3 Caracterização Microscópica das Formações Ferríferas do Alvo
Massapê-Manga Velha
As observações vistas durante as análises petrográficas no microscópio confirmam
com as descritas a nível macroscópico. Foram utilizadas seções delgadas-polidas,
confeccionadas no Laboratório de Laminação do IGc-USP. As observações microscópicas
foram feitas em microscópios de luz transmitida e refletida (marca Nikon), do Laboratório de
Metalogênese do IGEO-UFBA e do Serviço Geológico do Brasil-CPRM (marca Olympus,
modelo BX-41). As fotomicrografias foram tiradas no microscópio Olympus, utilizando-se o
software Image-Pro Plus.
O minério de ferro Tipo I, ou seja, as Formações Ferríferas Bandadas, caracteriza-se
pela alternância em leitos escuros (níveis magnetíticos) e leitos mais claros (silicáticos) ricos
em quartzo e com maior ou menor presença de anfibólio da série cummingtonita-grunerita
(Fe-anfibólios) e carbonato. A presença de grunerita mostra que as formações ferríferas tipo
BIF foram submetidas a metamorfismo da fácies anfibolito, da mesma forma que os
metagabros e metabasaltos. A grunerita pode ter sido formada por uma reação metamórfica
progressiva entre magnetita e quartzo, numa reação do tipo:
7FeO + 8SiO2 + H2O = Fe7Si8O22(OH)2
As bandas se apresentam de forma contínua e descontínua, às vezes, deformadas, com
limites definidos por contatos bruscos e gradacionais marcados pela presença de magnetita
disseminada nos interstícios dos minerais silicáticos nos níveis esbranquiçados (Figura 5.8).
Além do quartzo e dos Fe-anfibólios, os BIFs têm também biotita e carbonato que ocorrem
como minerais acessórios nestas rochas. Por vezes ocorrem sulfetos associados.
Os cristais de magnetita são anédricos a subédricos, inequigranulares e formam uma
textura em mosaico com os grãos apresentando contatos poligonais e sinuosos com os
minerais de anfibólio e quartzo. Ocorre também hematita, anédrica e inequigranular, em
proporções muito pequenas.
54
O quartzo ocorre formando textura em mosaico, em grãos que se apresentam ora
límpidos e com extinção ondulante, ora com aspecto sujo (observando na sua superfície
pontinhos pretos).
Os grãos de anfibólio nos termos bandados aparecem alongados e cominuídos, com
formas subédricas a anédricas e inequigranulares. Em nicóis cruzado mostram a geminação
polissintética típica dessa série de anfibólios. Encontram-se distribuídos entre os cristais de
magnetita e quartzo, nos níveis escuros e claros. A biotita quando ocorre é intersticial. O
carbonato ocorre de forma dispersada ou em grãos agrupados e orientados nas bandas claras,
lembrando restos de vênulas.
O minério de ferro do Tipo II, caracterizado pela ausência de bandamento e com
feições de controle estrutural marcante, consiste essencialmente de magnetita, que ocorre
tanto
pura
(maciça),
quanto
acompanhada
de
uma
assembléia
de
minerais
metamórficos/metassomáticos, a exemplo de Ca-anfibólios, Fe-anfibólios, quartzo, biotita,
albita, K-feldspato, carbonato, granada, diopsídio, turmalina, allanita e apatita. Os sulfetos
(pirita, pirrotita, calcopirita) estão presentes nesse tipo de minério em percentuais maiores do
que no minério Tipo I (bandado).
A magnetita ocorre em cristais finos a médios, inequigranulares, com formas anédricas
a subédricas, formando mosaicos ou orientados nos planos de foliação da rocha (Figuras 5.9B e 5.10-A, 5.10-B, 5.10-C). Por vezes ocorre formando porfiroblastos (Figura 5.9-C).
Os anfibólios são do tipo hornblenda e da série cummingtonita-grunerita (Figuras 5.9A, 5.9-C, 5.9-B, 5.10-A). Ora ocorrem como cristais enormes e subédricos, ora como cristais
cominuídos, por vezes com substituição de borda para biotita. Muitas vezes estão envelopados
por injeções de magnetita. Os anfibólios do tipo cummingtonita-grunerita apresentam
geminações e forma subédrica, com uma cor forte verde-azulada.
A biotita ocorre formando grandes placas orientadas, de coloração marrom e marrom
avermelhado, subédricas, em geral com halos pleocróicos formados pela presença de finas
inclusões de zirconita e/ou allanita (Figuras 5.10-D, e 5.10-F).
O quartzo e o carbonato ocorrem nas formas de veios, vênulas e também em grãos em
arranjo granoblástico.
55
A
B
C
D
E
Figura 5.8 Fotomicrografias mostrando os diferentes aspectos texturais do minério de ferro Tipo I, do Alvo
Massapê-Manga Velha. (A) BIF com contatos gradacionais (AF 063-LP, 2,5x); (B) BIF com bandas definidas,
com muita magnetita disseminada nos níveis esbranquiçados, fazendo com que o quartzo apresente um aspecto
sujo (AF 104-LP, 2,5x); (C) BIF com bandas apresentando contatos bruscos e leitos esverdeados ricos em
anfibólios (LP, 2,5x); (D) BIF rico em grunerita (LP, 2,5X); e (E) Detalhe dos Fe-anfibólios geminados no BIF
(NX, 2,5X)
56
Figura 5.9 Fotomicrografias mostrando aspectos texturais do minério de ferro do tipo II (tectono-controlado e
associado aos hidrotermalitos) do Alvo Massapê-Manga Velha. (A) magnetita orientada em rochas
hidrotermalizadas (AF 165-LP, 2,5x); (B) magnetita anédrica acompanhada de anfibólio azul da série
cummingtonita-grunerita (AF 084-LP, 10x); e (C) porfiroblastos euhédrico de magnetita no hidrotermalito rico
em biotita (AF 065A-LP, 2,5x)
57
Figura 5.10 Fotomicrografias mostrando variadas feições do minério Tipo II: (A) magnetita (Mt) inequigranular
nos planos de foliação (AF 032-LP, 2,5x); (B) magnetita levemente alongada nos planos de foliação e inclusa no
grão de granada (Grd) (AF 078-LP, 2,5x); (C) magnetita acompanhada por processos de biotitização (AF 139LP, 2,5x); (D) (AF 165-LP, 10x), (E) (AF 165-LP, 2,5x) e (F) (AF 165-LP, 20x): magnetita disseminada e
sulfeto (em E, pirrotita) em rochas hidrotermalizadas com biotita (Biot), apatita (Ap), granada, anfibólio (Anf),
Titanita (Ttn), diopsídio (Di) e allanita
58
5.3 SULFETOS
Os sulfetos são claramente tardios em relação à magnetita uma vez que cortam e
envolvem o óxido de ferro. Pirrotita e pirita são os sulfetos mais freqüentemente observados,
com calcopirita ocorrendo de forma subordinada. Estes minerais são inequigranulares e
ocorrem tanto disseminados quanto venulares (Figura 5.3 e 5.6-C).
A pirrotita ocorre formando mosaicos de grãos inequigranulares, finos a médios. A
maior parte deles injetados nos planos de foliação da rocha e também formando bolsões. A
pirita ocorre de forma anédrica e é vista disseminada nos planos de foliação da rocha
encaixante, englobando os cristais de magnetita, e em vênulas (Figura 5.11-B e C). A
calcopirita ocorre em grãos finos e médios, associados quase sempre com a pirrotita. Línguas
de calcopirita são observadas exsolvidas dentro dos grãos de pirrotita (Figura 5.11-D).
Associados aos sulfetos são detectados valores anômalos de Ouro (GME4/PI4, com
verbal).
Figura 5.11 Fotomicrografias dos minerais de minério do Alvo Massapê-Manga Velha observados em luz
refletida. (A) grãos de subhédricos de magnetita (Mt) (AF 066-LP, 2,5x); (B) grão de pirita (Py) envolvendo
grãos de magnetita (AF 139-LP, 10x); (C) pirita injetada em plano de foliação da rocha (AF 165-LP, 2,5x); e (D)
mosaico de grãos de pirrotita (Po), com exsoluções de calcopirita (Ccpy) (AF 020-LP, 10x)
59
5.4 DISCUSSÕES PARCIAIS
A caracterização do minério tipo I, submetido ao metamorfismo, evidenciado pela
presença de anfibólios, e ao metassomatismo, devido a presença de carbonatos e biotitas,
mostra que este minério teve a sua gênese anterior ao minério tipo II e que possivelmente
sofreu uma remobilização por ação de fluido hidrotermal.
O conjunto de características do minério de ferro Tipo II, ou seja:
(i) o controle tectônico do minério;
(ii) a associação direta do minério com os hidrotermalitos ricos em potássio, que
conforme discutido no Capítulo 4 são rochas metamórficas/metassomáticas que parecem
terem sido geradas por meio da interação das metamáficas com fluidos derivados do
magmatismo sienogranítico;
(iii) a presença de sulfetos tardios, com destaque para calcopirita (sulfeto de cobre);
(iv) a presença de minerais ricos em ETRL e HSFE (allanita, zirconita, apatita);
(v) a presença de minerais ricos em halógenos (turmalina);
(vi) os valores anômalos de Zn;
(vii) os teores anômalos de ouro e dentre outros,
são sugestivos de uma gênese hidrotermal para essa mineralização, num modelo do tipo FeCu-Au (IOCG-Iron Oxide Copper Gold Deposits). Dessa forma, o minério Tipo II pode ser
caracterizado com um ironstone hidrotermal.
60
CAPÍTULO 6 - CARACTERIZAÇÃO LITOGEOQUÍMICA DAS
ROCHAS E DO MINÉRIO
Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados das análises
litogeoquímicas das rochas encaixantes imediatas e do minério de ferro do Alvo MassapêManga Velha.
6.1 INTRODUÇÃO
O estudo litogeoquímico teve como objetivo a caracterização composicional das
rochas encaixantes imediatas do minério de ferro, de forma a tornar possível o
reconhecimento do(s) protólito(s) e do ambiente geotectônico de formação dessas rochas.
Paralelamente, os resultados obtidos auxiliarão na compreensão do comportamento químico
dos elementos, em frente aos processos de metamorfismo e alteração hidrotermal aos quais as
rochas foram submetidas.
Um conjunto de 31 amostras, representativas da situação e adequadas para o objetivo
proposto, foi selecionado para análises litogeoquímicas.
A seleção destas amostras foi feita com base em estudo petrográfico prévio. Foram
selecionadas amostras mais preservadas de metagabros e metabasaltos, texturalmente mais
homogêneas, não sulfetadas, com características mineralógicas indicativas de um menor grau
de alteração hidrotermal. Além dessas, foram também analisadas algumas amostras mais
modificadas hidrotermalmente (hidrotermalitos) com o objetivo de avaliar qualitativamente o
61
comportamento de alguns elementos nestas rochas, face aos processos metamórficosmetassomáticos, as quais foram submetidas.
Algumas amostras de minério, tanto das Formações Ferríferas bandadas quanto do
minério injetado nos planos de foliação das encaixantes, foram também submetidas a análises
químicas.
As amostras selecionadas foram analisadas no laboratório ACME Analytical
Laboratories, no Canadá. Foram determinados os teores de elementos maiores, traços e
elementos terras raras (ETR), com resultados expressos em termos de % em peso (para óxidos
de elementos maiores) e em ppm (para os demais elementos traços e terras-raras).
O tratamento e a interpretação dos dados litoquímicos foram feitos com ajuda do
software MINPET e seus produtos (diagramas petrogenéticos).
6.2 METODOLOGIA
Para a preparação das amostras selecionadas, foram solicitados ao laboratório os
seguintes procedimentos: (a) britagem de todas as amostras; (b) moagem em moinho de ágata
(de baixa contaminação); (c) determinação quantitativa dos óxidos de elementos maiores por
ICP-AES, após fusão com metaborato de Li e posterior digestão ácida; (d) determinação de
LOI (perda ao fogo); e (e) determinação quantitativa dos metais base, elementos traços e
terras-raras por ICP-MS, após fusão com metaborato de Li e posterior disgestão ácida.
6.2.1 Preparação de Amostras
Inicialmente, as amostras foram submetidas aos processos de britagem e moagem, e
posteriormente pulverizadas a uma fração muito fina (200 mesh). A moagem foi realizada em
moinho de ágata, por ser menos contaminante devido a sua dureza alta (dureza do quartzo).
Posteriormente, uma fração do pó foi pesada em uma balança de precisão e misturada
com o metaborato de lítio (fundente). Essa mistura foi ao forno em alta temperatura (>
1000ºC) para que toda amostra fosse totalmente dissolvida, inclusive os resistatos, gerando
um fundido altamente homogêneo (representante da composição global da amostra). O
material vitrificado, material solidificado imediatamente ao sair do forno, foi posteriormente
dissolvido em água régia.
62
6.2.2 Técnicas Analíticas Instrumentais
6.2.1.1 ICP-AES (Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectroscopy)
A Espectrometria de Emissão Atômica é uma técnica multi-elementar utilizada para
determinação quantitativa da maior parte dos elementos da Tabela Periódica, em
concentrações maiores (percentagem) e menores (ppm) em uma única operação.
O princípio fundamental consiste na ionização dos elementos pelo plasma indutivo de
argônio. Uma vez ionizados, os átomos emitem um espectro característico a uma transição
eletrônica. As intensidades luminosas também são medidas, pois são diretamente
proporcionais à concentração do elemento.
6.2.1.2 ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry)
A Espectrometria de Massa é uma técnica quantitativa utilizada para análise de
elementos traços ou menores (ppm ou ppb) e ultratraços (ppt).
O método consiste na atomização e ionização dos elementos pelo plasma de argônio.
Neste espectrômetro, a identificação dos elementos é dada pelas suas razões massa/carga e a
quantidade é determinada pela intensidade do seu pico comparado a padrões estabelecidos.
6.3 RESULTADOS
6.3.1 Rochas Encaixantes
As amostras das rochas encaixantes foram separadas em dois grupos: (A) as rochas
encaixantes pouco alteradas hidrotermalmente (metagabros e metabasaltos); e (B) as rochas
encaixantes mais alteradas hidrotermalmente (hidrotermalitos).
Os valores geoquímicos dos dois grupos são compatíveis com os padrões geoquímicos
da literatura. Para o grupo das rochas mais preservadas os valores são similares aos padrões
geoquímicos estabelecidos para litotipos máficos (Nockolds, 1954 apud Fujimori, 1990; Jakes
& White, 1971; Luff, 1982; Foden, 1983; e Le Maitre, 1976 apud Wernick, 2003), e para o
grupo B, a nítida variação dos teores é típico de um comportamento geoquímico em sistemas
hidrotermais.
63
6.3.1.1 Definição da Linhagem Petrogenética e Ambiente Geotectônico dos
Metagabros e Metabasaltos
Para definição da filiação geoquímica e ambiente geotectônico foram utilizadas as
rochas menos alteradas representadas por círculos em verde nos diagramas.
Os dados geoquímicos dos elementos maiores, plotados em diagramas discriminantes,
apontam para protólitos de natureza subalcalina (Figura 6.1) e filiação toleítica (Figura 6.2A), com típico enriquecimento em Fe em relação aos álcalis (trend de Fenner), concentrandose no campo dos basaltos. A característica química basáltica destas rochas é confirmada pelo
diagrama discriminante de Cox et al., 1979 (Figura 6.2-B).
20
18
N a 2O +K 2O
16
14
12
10
Alkalin e
8
6
4
Su balkaline
2
0
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
Si O2
Figura 6.1 Diagrama TAS (Na2O+K2O x Si2O) discriminando as séries subalcalina e alcalina, segundo Irvine &
Baragar, 1971
Figura 6.2 (A) Diagrama AFM (Na2O+K2O x FeOt x MgO) mostrando os trends evolutivos de suítes toleíticas
e cálcio-alcalinas, segundo Irvine & Baragar, 1971. (B) Diagrama de TAS (Na2O+K2O x Si2O), segundo Cox et
al., 1979
64
Os diagramas discriminantes para ambiente geotectônico (Figuras 6.3-A e B) indicam
um cenário do tipo arco insular para estas rochas o que aponta para um ambiente de zona de
subducção.
Figura 6.3 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (TiO2 x MnO*10 x P2O5*10) de Mullen, 1983. (B)
Metagabros e Metabasaltos no diagrama (Ti/100 x Zr x Y*3) de Pearce & Cann, 1973. O campo B é de basaltos
de arcos de ilha e Morbs
Além desses, outros diagramas, construídos com base em elementos menos
vulneráveis aos processos de transformação sofridos pelas rochas, dão suporte à proposição de
um ambiente de arco (Figura 6.4-A e B). Da mesma forma, no diagrama da figura 6.5, podese observar que os metabasaltos e metagabros do Alvo Massapê-Manga Velha plotam no
campo de evolução de rochas de arcos vulcânicos.
Figura 6.4 (A) Metagabros e metabasaltos no diagrama (Ti/1000 x V) de Shervais (1982); (B) Metagabros e
metabasaltos no diagrama (Nb*2 x Zr/4 x Y) de Meschede (1986). Os campos C e D são de rochas de arcos
vulcânicos
65
10
ARCO
 OIB
Th/Yb
1
E MORB

0, 1
N MORB

DM
. 01
.1
NÃO ARCO

1
10
100
Nb/Yb
Figura 6.5 Metagabros e metabasaltos no diagrama (Nb/Yb x Th/Yb) de Pearce (1983)
6.3.1.2 Aspectos Litogeoquímicos dos Hidrotermalitos
Conforme discutido no Capítulo 4, os metagabros e metabasaltos transformam-se por
ação dos fluidos hidrotermais, em rochas ricas em biotita, K-feldspato, carbonato, sílica,
granada, turmalina, magnetita, dentre outros, as quais estão sendo denominadas de
hidrotermalitos.
Todas essas transformações mineralógicas têm impacto significativo no quimismo
dessas rochas.
Numa tentativa de avaliar qualitativamente o impacto desses fluidos sobre o quimismo
das rochas, foi construído um diagrama multi-elementar (Figuras 6.6 e 6.7) dos
hidrotermalitos, normalizado em relação a uma amostra de metagabro. A escolha da amostra
normalizante foi feita com base nas evidências petrográficas, tendo sido escolhida a amostra
AF-36, pertencente a um grupo de amostras muito pouco afetado pelos processos
hidrotermais.
66
Figura 6.6 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas (hidrotermalitos),
normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco afetado pelos fluidos hidrotermais)
Na figura 6.6 é possível observar que os hidrotermalitos, quando comparados a
amostras do grupo das rochas mais preservadas, mostram-se fortemente enriquecidos em
ferro, potássio, sílica, terras-raras leves, zircônio e zinco. Esse quimismo reflete a presença de
magnetita (ferro), biotita e K-feldspato (potássio), injeções de quartzo (sílica),
desenvolvimento de zirconita (zircônio), presença de allanita (ETRL), dentre outros.
Na figura 6.7 observa-se o comportamento de outra bateria de elementos, com
destaque para o sódio, que em algumas amostras aparece enriquecido e, em outras,
empobrecido. Isso reflete provavelmente o processo de albitização que não está presente em
todas as amostras. Observa-se ainda um discreto enriquecimento em fósforo (traduzido na
presença de trilhas de apatita), e enriquecimento em Th e Ta, certamente associados à
mineralogia acessória da rocha (zircão, allanita, etc.).
67
Figura 6.7 Diagrama multi-elementar das rochas mais intensamente hidrotermalizadas (hidrotermalitos),
normalizadas em relação à amostra AF-036 (um metagabro muito pouco afetado pelos fluidos hidrotermais)
No que diz respeito exclusivamente aos elementos terras-raras, é nítida a diferença de
concentração desses elementos em relação às rochas mais preservadas (Figuras 6.8-A e B).
Enquanto nos metagabros e metabasaltos a concentração de ETRL é da ordem de 10 a 50
vezes Condrito, nos hidrotermalitos essa concentração salta para a faixa de 20 a 200 vezes
Condrito. A concentração de ETRP sofre um discreto aumento, saído da faixa de 10 a 20
vezes Condrito nos metabagros e metabasaltos para 15 a 30 vezes Condrito nos
hidrotermalitos. Esse aumento das ETRP deve estar relacionado ao desenvolvimento de
granadas nos hidrotermalitos.
Figura 6.8 Diagramas rocha/condrito das rochas máficas mais preservadas (A) e dos hidrotermalitos (B)
68
As modificações acimas relatadas e demonstradas permitem deduzir que o fluido
hidrotermal promoveu o aporte de potássio, sílica, ferro, elementos terras-raras leves, Ta, Th,
U, Zr, Zn, dentre outros elementos, para os hidrotermalitos. Paralelamente, esse fluido foi
também responsável pela quebra parcial a total dos plagioclásios, transformando-os em albita
e liberando a molécula de cálcio. A presença marcante de carbonatos nos hidrotermalitos
sugere que o fluido, era rico em CO2, que ao se combinar com o cálcio liberado dos
plagioclásios formou calcita.
A presença de turmalina em grande parte dos hidrotermalitos mostra que o fluido era
também rico em boro.
O conjunto de elementos envolvidos nas transformações metassomáticas das rochas
(Si, K, Zr, Th, Ta, Zn, U, ETRL, B, Cu, etc.) associado ao fato de que os hidrotermalitos
encontram-se injetados por numerosas apófises de granitóides sieníticos, permite que se
proponha, preliminarmente, que os fluidos hidrotermais tenham sido oriundos do
magmatismo granítico.
Essa hipótese poderá ser posteriormente testada através de estudos de inclusões
fluidas, isotópicos e geocronológicos.
6.3.2 Minério de Ferro
As observações feitas durante as descrições dos furos de sondagem e os estudos
petrográficos apontam para a existência de dois tipos de mineralização de ferro: um minério
do tipo formação ferrífera bandada (BIF) e outro, de natureza hidrotermal, injetado nos planos
de foliação das rochas, formando lentes, bolsões e brechas, que está sendo nesse trabalho
denominado de tipo ironstone.
Seguindo uma tendência global de uso dos elementos terras rara (ETR) como
ferramenta auxiliar na caracterização do ambiente deposicional de formações ferríferas
bandadas (fácies óxido), precambrianas, os ETR dos BIF’s e dos Ironstones do Alvo
Massapé-Manga Velha foram analisados para efeitos comparativos.
Nos oceanos modernos as principais fontes de ETR são fluidos hidrotermais (alteração
hidrotermal da crosta oceânica) e materiais erosionais (carga dissolvida trazida pelos rios).
Na absoluta maioria dos trabalhos encontrados na literatura científica, o
comportamento dos ETR nas formações ferríferas bandadas tem sido feito normalizando os
resultados obtidos em relação aos padrões NASC (North American Shale Composite), ES
69
(European Shale) ou PAAS (Post-Archean Australian Shale). Estes três padrões, por sua vez,
diferem minimamente entre si.
De acordo com Derry & Jacobsen (1990) formações ferríferas da fácies óxido, sejam
elas do tipo Algoma ou do tipo Lago Superior, quando normalizadas em relação a um dos
padrões acima listados, apresentam empobrecimento em ETRL com anomalias positivas de
Eu e, eventualmente, anomalias negativas de Ce.
Com o objetivo de verificar a existência ou não de diferenças geoquímicas entre os
dois tipos de minério apontados, foram construídos diagramas de elementos terras-raras,
normalizados em relação ao padrão NASC (North American Shale Composite).
O diagrama da figura 6.9 (ETR normalizado em relação à NASC) mostra que as
formações ferríferas bandadas (BIF’s) de fácies óxido, representados na cor azul, apresentam
um acentuado empobrecimento em terras raras leves (ETRL), razões e pronunciada anomalia
positiva de Eu, em conformidade com o postulado por Derry & Jacobsen (1990). Trata-se de
um padrão muito similar ao de outras formações ferríferas bandadas precambrianas, a
exemplo do Quadrilátero Ferrífero (Figura 6.10).
Figura 6.9 Diagramas de ETR do minério de ferro, normalizados em relação à NASC (North American Shale
Composite). BIF’s (em azul) e Hidrotermalitos (em cinza)
70
Figura 6.10 Diagramas de elementos terras-raras, normalizados em relação a NASC. (A) formações ferríferas da
Kuruman Iron Formation (África do Sul); (B) formações ferríferas do Quadrilátero Ferrífero, Brasil. Fonte:
Klein, 2005
Os BIF’s do Alvo Massapé-Manga Velha apresentam também razões (La/Yb)N entre
0,3 e 0,8, típicas de formações ferríferas fácies óxido precambrianas (Figura 6.11).
A anomalia positiva de európio em formações ferríferas tem sido interpretada como
uma evidência de origem a partir de exalações hidrotermais de fundo oceânico (Michard &
Albarede, 1986; Campbell et al., 1988; Bau & Dulski, 1996). A anomalia negativa de Ce, por
sua vez é explicada à luz do estado de oxidação da água do mar. Em situações de águas
oxidadas, ocorreria a oxidação e consequente remoção do Ce (Elderfield & Greaves, 1982; De
Baar et al., 1985).
O minério de ferro do tipo ironstone, que ocorre injetado nos planos de foliação das
rochas, formando lentes e bolsões, preenchendo brechas, mostra um padrão claramente
distinto daquele exibido pelas formações ferríferas bandadas. No diagrama da figura 6.9, o
comportamento desse tipo de minério está representado na cor cinza e, muito embora
mantenha o padrão “birds wing” (asa de pássaro), apresenta um enriquecimento muito maior
em ETR e ausência da anomalia negativa de Ce.
71
Figura 6.11 Variação da razão (La/Yb)N das formações ferríferas bandadas do Alvo Massapê-Manga Velha
72
CAPÍTULO 7 - DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES
7.1 DISCUSSÕES
As descrições petrográficas das rochas encaixantes das mineralizações de ferro
mostram a existência de: (1) rochas metamáficas mais preservadas, caracterizadas por
proporções modais quase equivalentes de anfibólio + plagioclásio, com percentuais
inexpressivos de magnetita, cujos protólitos foram definidos como de caráter plutônico
(gabro) e vulcânico (basalto); (2) rochas metamáficas com diferentes graus de transformação
hidrotermal, chegando ao estágio máximo caracterizado pela obliteração total das feições
texturais e com o desenvolvimento de uma mineralogia rica em biotita, ferro-anfibólio, Kfeldspato, granada, turmalina, minerais radioativos (zirconita e/ou allanita), magnetita e
sulfetos (pirrotita, pirita e calcopirita).
Os estudos petrográficos revelam que estas rochas foram submetidas a pelo menos um
evento metamórfico (da fácies anfibolito) e, posteriormente, a um evento pirometassomático
(fluidos associados com calor e pressão) responsável pela atual configuração química,
mineralógica e textural das rochas.
As paragêneses metamórficas/metassomáticas destas
rochas (metagabros e metabasaltos) sinalizam uma interação com fluidos hidrotermais ricos
em H2O (reações de hidratação), CO2 (carbonatação), em íons potássio (desenvolvimento de
biotita e K-feldspato), sílica (silicificação), ferro (geração de magnetita e de ferro-anfibólios
da série cummingtonita/grunerita), zinco, cálcio (desenvolvimento de granada), ETRL
73
(presença de allanita), Zr (presença de zirconita hidrotermal), Th, Ta, P, dentre outros
elementos. O desenvolvimento de quantidade expressiva de turmalina revela também a
presença de ânions BO33- no fluido. Uma provável fonte destes fluidos seria a atividade
magmática granítica, rica em potássio, de idade neoproterozóica, que intrude as rochas do
Complexo Granjeiro, encaixantes das mineralizações de ferro. Esse magmatismo é
evidenciado na área mineralizada pela presença de inúmeras apófises de granitóides
pegmatoidais, de composição quartzo-sienogranítica.
Estudos litogeoquímicos de rocha total (elementos maiores e traços, incluindo terrasraras), realizados em amostras criteriosamente selecionadas no grupo dos anfibolitos menos
deformados, com textura e mineralogia mais preservadas, ou seja, sem evidências de terem
sido significativamente afetados pelos fluidos hidrotermais mostram que: (1) os metagabros e
metabasaltos são rochas subalcalinas de afinidade geoquímica toleítica; (2) o comportamento
dos elementos terras-raras é compatível com o de toleítos de ambiente de arco (IAT) ou de
basaltos de fundo oceânico (OFB); (3) o comportamento de elementos traços, em especial a
anomalia negativa de Nb, é compatível com o de toleítos de ambiente geodinâmico
relacionado à zona de subducção. Tais dados preliminares, associados aos dados da geologia
regional (associação dos metagabros e metabasaltos com sedimentos químicos do tipo cherts,
BIFs, rochas calcissilicáticas, dentre outros), permitem propor que as metamáficas do Alvo
Massapé-Manga Velha, pertencentes à unidade Complexo Granjeiro, tenham sido geradas
num ambiente de arco vulcânico ou de bacia de back-arc.
Nas mineralizações de ferro, os estudos petrográficos mostram dois tipos de minério:
tipo I (Formações Ferríferas Bandadas) e tipo II (Ironstone hidrotermal) que apresentam
aspectos texturais, mineralógicos e químicos distintos. O tipo I trata-se de um sedimento
químico,
apresentando
o
clássico
bandamento,
com
níveis
escuros
constituídos
predominantemente de magnetita, alternados com níveis claros, constituídos de quartzo. Por
estarem metamorfisados na fácies anfibolito, estas rochas contêm Fe-anfibólios da série
cummingtonita-grunerita. O minério tipo II é tectono-controlado, constituído também
predominantemente por magnetita, injetada em planos estruturais das rochas cisalhadas e
intensamente hidrotermalizadas e, mais raramente, formando brechas.
O comportamento dos elementos terras-raras evidencia claramente a existência desses
dois tipos de minérios, conforme discutido no Capítulo 6 deste trabalho. Em diagramas do
tipo ETR, normalizados em relação à NASC (North American Shale Composite), o minério de
ferro do tipo I desenvolve um padrão muito similar ao de Formações Ferríferas Bandadas
precambrianas, em geral, com um acentuado empobrecimento de ETRL, pronunciada
74
anomalia positiva de Eu, interpretada como uma evidência de origem a partir de exalações
hidrotermais de fundo oceânico (Michard & Albarede, 1986; Campbell et al., 1988; Bau &
Dulski, 1996) e anomalia negativa de Ce, interpretada como consequência de remoção desse
elemento das águas oxidadas dos oceanos da época (Elderfield & Greaves, 1982; De Baar et
al.,1985). O minério tipo II mostra um padrão ETR/NASC distinto, com maior
enriquecimento em ETRL e ETRP, discreta anomalia positiva de Eu e ausência da anomalia
negativa de Ce.
Considerando que os metagabros e metabasaltos foram caracterizados como rochas
geradas em ambiente de subducção e que o minério de ferro tipo I é um sedimento químico
intercalado nessas rochas, tendo todo pacote sido submetido ao metamorfismo regional da
fácies anfibolito, é possível concluir que esse minério (Tipo I) é uma Formação Ferrífera do
tipo Algoma.
As características descritas para o minério tipo II e tipo I, por outro lado, deixa claro
que o minério tipo II foi gerado pela interação de um fluido hidrotermal, que possivelmente
remobilizou o minério tipo I, com a rocha metamáfica, ou seja, trata-se de um minério origem
hidrotermal. A sua gênese foi concomitante ao metassomatismo das rochas encaixantes, com
desenvolvimento de: (i) uma mineralogia potássica (intensa biotitização e menor Kfeldspatização); (ii) presença de minerais com elevadas concentrações de ETRL e HSFE
(zirconita, allanita, apatita); (iii) aporte de boro (geração de turmalina); (iv) aporte de cálcio
(geração de carbonato, granada e diopsídio); (v) desenvolvimento de sulfetos de ferro e cobre
(pirrotita, pirita e calcopirita); e (vi) aporte de outros metais, a exemplo de Zn e ouro.
As análises de ouro realizadas em rocha total não detectaram anomalias (Tabela 2C,
em anexo), mas as análises químicas feitas pela GME4/PI4, utilizando técnica de préconcentração por Fure Assay, detectaram valores anômalos os quais a empresa não autorizou
a divulgação.
O conjunto de dados obtidos no minério Tipo II, com destaque para: (i) a ambiência
tectônica das encaixantes do minério (ambiente de arco); (ii) a natureza tectono-controlada do
minério, formando veios, brechas hidrotermais e zonas de substituição; (iii) a existência na
área de uma relação proximal entre esse minério e intrusões graníticas ricas em potássio; (iv)
as transformações metassomáticas sofridas pelos hidrotermalitos, com aporte de elementos de
grande afinidade com fluidos graníticos (Si, K, B, ETRL, U, Th, Zn, Mo, Au, etc.), permitem
que seja sugerido para o mesmo um modelo metalogenético do tipo Fe-Cu-Au (IOCG-Iron
Oxide Copper Gold Deposits).
75
Depósitos de ferro similares, de idade fanerozóica, são descritos em Mendoza
(Argentina), no Distrito de Vegas Peladas (Pons et al., 2009), no depósito de Fierro Acari, no
sul do Peru (Injoque, 2002), no sistema de falhas do Atacama (Chile), a exemplo dos
depósitos El Romeral e El Agarrobo (Sillitoe, 2003). Pertencem também a essa categoria os
depósitos paleoproterozóicos de ferro de Raajaärvi e de Puro, Finlândia (Niiranen et al., 2003;
2005), o depósito de Kiruna, na Suécia (Romer et al., 1994), dentre outros.
7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
A caracterização petrográfica e litogeoquímica contribuiu para a definição da natureza
e do ambiente de formação do(s) protólito(s) das rochas encaixantes do minério de ferro do
Alvo Massapê-Manga Velha e para a definição dos tipos de minério presentes na área e seus
controles (metalotectos). Entretanto, é necessário que mais trabalhos sejam realizados, de
forma a aumentar o nível de conhecimento e entendimento sobre a evolução e o potencial
metalogenético da área, contribuindo também para o estudo da evolução da Província
Borborema.
Com objetivo de dar continuidade ao trabalho apresentado, seguem listadas abaixo,
algumas sugestões de estudos metalogenéticos para serem desenvolvidos em trabalhos
futuros:
 Estudos geocronológicos (métodos U-Pb e Sm-Nd) para datar as rochas encaixantes
do minério de ferro, já que não existe na literatura nenhum dado geocronológico do
Complexo Granjeiro, somente a informação de que é de provável idade arqueana. Esta idade
é atribuída devido à intrusão granítica datada em 2.5Ga. Os estudos isotópicos Sm-Nd
contribuirão para o reconhecimento da natureza da fonte do magma que deu origem a estas
rochas (se foi de um manto depletado, ou um manto enriquecido, se houve contaminação
crustal, etc.). Nos estudos petrográficos foram identificados zircões nos metagabros, os quais
poderão ser datados pelo método U-Pb SHRIMP ou U-Pb por laser ablation;
 Estudos de Inclusões Fluidas nos veios de quartzo associados ao minério a fim de
verificar a assinatura dos fluidos hidrotermais que deram origem ao minério tipo II, além de
ter uma idéia da sua procedência (saber, por exemplo, se os fluidos possuem assinatura
granítica);
 Estudos de isótopos de S nos sulfetos para saber se os mesmos são de origem
magmática ou crustal;
76
 Estudos de química mineral para caracterizar melhor o metamorfismo (realizar
estudos geotermobarométricos, ou seja, descobrir as condições de P e T que atuaram nas
reações metamórficas). Pode-se fazer isso usando pares de minerais gerados pelo
metamorfismo, a exemplo do par granada-anfibólio; Este estudo irá permitir também a
definição da composição dos minerais hidrotermais, com destaque para as biotitas.
 Datar o evento hidrotermal. Para tanto podem ser feitas análises isotópicas K-Ar ou
Ar-Ar nos K-feldspatos que invadem os hidrotermalitos, ou nas biotitas dos hidrotermalitos.
Pode-se também fazer U-Pb SHRIMP ou laser ablation nas titanitas dos hidrotermalitos.
77
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83
ANEXO-1
TABELA DE AMOSTRAS
84
Tabela 1A. Tabela de amostras
85
Nota: SD = Seção Delgada; SDP = Seção Delgada-Polida; (BA) Anfibolito com baixa alteração hidrotermal;
(MA) Anfibolito moderadamente alterado; e (AA) Anfibolito altamente alterado
86
ANEXO-2
TABELAS DE ANÁLISES QUÍMICAS
87
Tabela 2A. Conteúdo em elementos maiores (em %) nas amostras analisadas de rocha encaixante e minério de
ferro do Alvo Massapê-Manga Velha
Tabela 2B. Conteúdo em elementos terras raras (em ppm) de rochas encaixantes e minério de ferro do Alvo
Massapê-Manga Velha
88
Tabela 2C. Conteúdo em elementos menores (em ppm) das amostras analisadas de rochas encaixantes e minério
de ferro do Alvo Massapê-Manga Velha
89
ANEXO-3
DESCRIÇÕES PETROGRÁFICAS - SEÇÕES DELGADAS
90
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 001C (amostra de mão).
Coord. UTM: 304705/9121092
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Anfibolito. Rocha orientada, de coloração esverdeada e granulação média a fina.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada, com textura granonematoblástica. Não há mineral opaco. As
alterações ocorrem sem expressividade e são registradas nas mudanças mineralógicas.
Processos de alteração: epidotização, silicificação e leucoxenização.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Minerais essenciais: anfibólio (55%) e plagioclásio (20%), epídoto (10%), quartzo
(8%), leucoxênio (5%) e titanita (2%).
DESCRIÇÃO
Anfibólio (do tipo hornblenda): possui coloração verde. Os grãos de anfibólio estão
orientados e formam uma textura nematoblástica. São subédricos e inequigranulares.
Apresentam-se um pouco cominuídos.
Plagioclásio: ocorre em grãos subédricos a anédricos formando uma textura granular.
Os grãos se apresentam ora com aspecto límpido, ora saussuritizados. Em alguns grãos
é possível ver a geminação albita.
Epídoto: é visto em toda a lâmina, principalmente nas bordas da lâmina. Os grãos
possuem uma coloração verde amarelada, em tons pálidos, em luz plana.
Quartzo: forma textura granular com grãos que apresentam contatos poligonais e
regulares com os cristais de anfibólio e plagioclásio. São anédricos.
Leucoxênio: os grãos encontram-se agregados nas bordas dos cristais de anfibólio,
acompanhado a orientação dos cristais de anfibólio. Apresenta uma cor marrom, relevo
alto e um aspecto turvo.
Titanita: ocorre em proporções pequenas. Apresenta cor marrom e relevo alto. E forma
também agregados de grãos.
ROCHA: Anfibolito menos modificado.
91
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 002 A (amostra de mão - Morro Massapê).
Coord. UTM: 307991/9122936
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração avermelhada, finamente bandada, com intercalações de bandas mais
claras (quartzo) e mais escuras (magnetita).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha bandada, com bandamento fino e definido e com textura granoblástica.
Caracteriza-se pela alternância de bandas claras (ocorre quartzo e pequenas proporções
de magnetita e grunerita) e bandas escuras (ocorre magnetita e pequenas proporções de
grunerita e quartzo).
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (45%), magnetita (35%) e anfibólio - grunerita (20%).
DESCRIÇÃO
Quartzo: os grãos formam uma textura granular, em mosaico. Apresentam aspecto
límpido e extinção ondulante. São anédricos, mas quase que equidimensionais. Os
contatos são sinuosos e poligonais com os minerais opacos e o anfibólio.
Minerais Opacos: os grãos são subédricos a euédricos. Além da concentração nas
bandas escuras, o mineral opaco pode ser visto nas bandas mais claras de quartzo, mas
menores proporções.
Anfibólio: o anfibólio é do tipo grunerita, apresenta coloração verde azulada. Encontrase geralmente nas bordas da magnetita. Apresentam tamanhos variados e são subédricos
a anédricos.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada.
92
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 003 (amostra de mão).
Coord. UTM: 307589/9122735
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Formação Ferrífera Bandada. Rocha de coloração escura com bandas grosseiras,
alternadas, de quartzo e magnetita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha bandada, com bandamento bem definido e grosseiro. Em uma porção da lâmina é
possível ver o bandamento deformado. Ocorrem anfibólios distribuídos em todas as
bandas. Também ocorre oxi-hidróxidos de ferro (amostra de superfície).
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (52%), mineral opaco (30%) e anfibólio – grunerita (18%).
DESCRIÇÃO
Quartzo: ocorre em grãos que formam textura granular e apresentam contatos
poligonais e sinuosos. Apresentam extinção ondulatória e aspecto límpido. Nas bandas
claras observa-se entre os cristais de os cristais de quartzo, oxi-hidróxidos de ferro.
Mineral Opaco: ocorre em grãos anédricos, subédricos e de forma subordinada
euédricos. Apresentam tamanhos variados. Nas bandas mais claras também é possível
ver grãos de minerais opacos, só que em menores proporções.
Anfibólio: se apresentam em grãos subédricos e inequigranulares, com uma coloração
verde mais clara. Estão alongados na direção do bandamento. É do tipo grunerita.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada.
93
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 025 A (Furo de sondagem DD-009).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de granulação grossa e cor esverdeada. Apresentam injeções de carbonato, dando
uma cor esbranquiçada à rocha, e de turmalina. Ocorre muita turmalina.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
A rocha apresenta um aspecto de injeção de fluido, com vênulas de quartzo e carbonato.
As vênulas estão deformadas e são contínuas e descontínuas. A lâmina está carregada
em turmalina. Processos de alteração: carbonatização, turmalinização, silicificação,
epidotização e leucoxenização.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibolito: anfibólio (60%); carbonato (17%), epídoto (11%), mineral opaco (5%),
quartzo (4%) leucoxênio (2%) e titanita (1%).
Injeção: carbonato (26%), turmalina (23%), anfibólio (19%), epídoto (17%), mineral
opaco (10%) e quartzo (5%).
DESCRIÇÃO
Anfibólio: concentra-se mais em uma porção da lâmina. Apresenta cor verde, e está
bastante cominuído. Não é possível ver alteração do anfibólio para biotita. Os grãos são
inequigranulares e anédricos. Encontram-se algumas vezes fraturados por vênulas
constituídas de quartzo e carbonato.
Carbonato: ocorre em toda a lâmina, entre os cristais de turmalina e anfibólio, e em
venulações. Os grãos são inequigranulares e formam um arranjo granular e contatos
sinuosos. Apresenta geminação e cor de interferência forte (tom rosado).
Turmalina apresenta-se com uma forte cor preta azulada. Encontra-se em seções basais
e longitudinais. Os cristais de turmalina são subédricos a anédricos e inequigranulares.
Algumas vezes, são vistos fraturados por venulações de quartzo e carbonato.
Epídoto: encontrado em toda a lâmina, de forma dispersiva, em grãos são anédricos.
Mineral opaco: ocorre distribuído pela lâmina. São subédricos e apresentam tamanhos
entre 0,4mm a 0,8 mm. A maior parte encontra-se na parte da injeção.
Quartzo: ocorre entre os outros cristais formando um arranjo granular e também, nas
vênulas. Os grãos possuem contatos sinuosos e apresentam extinção ondulante.
Leucoxênio: ocorre muito pouco. É reconhecido pelo seu aspecto turvo resultado da
alteração da titanita em leucoxênio. São inequigranulares.
Titanita: quase que inexiste. Os grãos ocorrem dispersados na lâmina e são anédricos.
ROCHA: Anfibolito com maior de grau de diferenciação.
94
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 027 (Furo de sondagem DD-009).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração esverdeada. Apresenta porções brancas devido à alteração em
albita. A rocha apresenta sulfetos (pirita e pirrotita).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada e grosseira com textura granonematoblástica. Rocha intensamente
deformada e fraturada, com presença de vênulas descontínuas constituídas de quartzo.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (37%), plagioclásio (17%), biotita (12%), epídoto (10%), minerais opacos
(11%), titanita (8%) e clorita (5%).
DESCRIÇÃO
Anfibólio: ocorrem em forma de porfiroclastos, de coloração verde e são orientados.
Apresentam-se anédricos com contatos irregulares. É possível ver a alteração de
anfibólio para biotita.
Plagioclásio: os grãos apresentam-se saussuritizados, mas alguns grãos apresentam
aspecto límpido. Em alguns grãos, também, é possível ver a geminação albita. Os grãos
formam textura granular e possuem contatos sinuosos. Tamanho entre 0,15mm e
0,30mm.
Biotita: apresentam cor marrom. São subédricos, inequigranulares, com contatos
regulares e apresentam extinção olho de pássaro.
Epídoto: encontra-se distribuído por toda a lâmina. São anédricos e apresentam uma
pálida coloração verde amarela, quando em luz plana. Ocorre formando agregados.
Minerais opacos: ocorrem por toda a lâmina, seguem a orientação da rocha. São
euédricos a subédricos e são aproximadamente equigranulares.
Titanita: ocorre associado aos minerais opacos. Apresentam coloração marrom e relevo
alto. E acompanham a orientação da rocha. O que se ver é titanita ao redor do mineral
opaco, algumas vezes, envolvendo ao todo.
Clorita: os cristais de clorita são reconhecidos pelo seu deep blue. É possível ver a
passagem de biotita para clorita.
ROCHA: Anfibolito menos modificado.
95
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 032 (Furo de sondagem DD-009).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de cor cinza e granulação fina, com venulações finas de albita, dando a rocha um
aspecto esbranquiçado.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada com textura granonematoblástica. Há presença de vênulas finas e
grossa que cortam toda a lâmina.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Hornblenda (49%), plagioclásio (27%), minerais opacos (15%), biotita (9%) e clorita
(4%).
DESCRIÇÃO
Anfibólio: é do tipo hornblenda. Apresentam coloração verde. São subédricos e
inequigranulares, com contatos ora regulares e ora irregulares (quando cominuídos). Os
grãos encontram-se orientados apresentando uma textura nematoblástica. Estão bastante
cominuídos, às vezes fragmentados por venulações constituídas por albita.
Plagioclásio: os grãos formam uma textura granular. Os grãos são subédricos e
apresentam contatos sinuosos e irregulares com outros cristais. Estão límpidos, sem
geminação, ocorrendo pouca saussuritização.
Minerais Opacos: ocorrem em toda a lâmina, bem dispersado. São subédricos e
inequigranulares.
Biotita: apresenta coloração marrom. Está cominuída e em contato com os cristais de
anfibólio e plagioclásio. Apresenta extinção olho de pássaro.
Clorita: ocorre muito pouco. Resultado da alteração da biotita. Sua cor é verde pálida.
ROCHA: Anfibolito menos modificado.
96
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 037 (Furo de sondagem DD-009).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração cinza esverdeada e granulação fina a média. Observam-se cristais
de anfibólio e de albita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha não muito modificada, sem presença de injeções. Apresenta textura caótica e
cristais maiores de anfibólio. Possui, também, textura granular dada pelo arranjo dos
grãos de plagioclásio. Lembra a AF 027 que está mais biotitizada.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (53%), plagioclásio (16%), epídoto (10%), mineral opaco (9%), biotita (6%) e
titanita (6%).
DESCRIÇÃO
Anfibólio: é do tipo hornblenda. São pórfiros com formas subédricas e inequigranulares.
Apresentam coloração verde. Seus contatos são regulares e irregulares com outros
grãos.
Plagioclásio: os grãos formam textura granular, com contatos sinuosos. Não apresentam
geminações, e pouco se ver processos de saussuritização. Em geral, estão límpidos.
Epídoto: ocorre muito pouco na lâmina de forma pontual. Apresenta uma cor verde
amarelada, pálida.
Mineral opaco: ocorre em menor proporção, dispersado na lâmina. São subédricos a
anédricos, e apresentam tamanho em torno de 1mm.
Biotita: apresenta cor marrom, com extinção paralela. São subédricos e estão em
contato irregular com os outros cristais.
Titanita: encontra-se associado ao mineral opaco, mas em menor proporção. Os grãos
são anédricos e inequigranulares.
ROCHA: Anfibolito menos modificado.
97
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 054 (Furo de sondagem DD-009)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha com uma granulação média a grossa, de coloração cinza-esverdeada. Observamse cristais de anfibólio e plagioclásio.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada, com textura granonematoblástica dada pelo anfibólio e plagioclásio.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (50%), plagioclásio (35%), minerais opacos (10%) e biotita (5%).
DESCRIÇÃO
Anfibólio: encontra-se orientado, formando uma textura nematoblástica. São
inequigranulares com grãos variando de 0,15mm a 1,5mm. Seus contatos são regulares
e irregulares quando as faces não estão bem definidas, devido estarem em alguns
momentos cominuídos.
Plagioclásio: forma textura granular e os grãos apresentam contatos sinuosos. Não há
geminação e nem processos de saussuritização. Os cristais apresentam tamanho em
torno de 1 mm.
Minerais opacos: ocorre em toda a lâmina, sempre em contato com anfibólio, em grãos
anédricos a subédricos, que são quase que equigranulares.
Biotita: ocorre em pequena proporção. Reconhecida pela extinção olho de pássaro. Os
grãos são subédricos e estão em contato regular com o anfibólio.
ROCHA: Anfibolito menos modificado.
98
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 060A (Furo de sondagem DD-064).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha hidrotermalizada, com presença de muito carbonato e biotita. Nas descrições do
furo, compreende de uma zona não mineralizada entre zonas mineralizadas.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada, de granulação grossa, com textura granolepidoblástica. Há venulações
constituídas de quartzo e carbonato. Estas venulações adentram pelos planos de foliação
da rocha.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Biotita (60%), Minerais Opacos (16%), Anfibólio (14%), Carbonato (6%) e quartzo
(5%).
DESCRIÇÃO
Biotita: os grãos encontram-se orientados formando uma textura lepidoblástica. Seus
contatos são regulares e irregulares com os cristais de anfibólio, minerais opacos,
carbonato e quartzo. Apresenta cor marrom e extinção paralela.
Minerais opacos: ocorrem em toda a lâmina, mas em pequena proporção. São
subédricos.
Anfibólio: ocorre em menores proporções do que a biotita. São restos de anfibólio, estão
bastante cominuídos, apresentando-se de forma anédrica.
Carbonato: apresenta-se em grãos grandes que se encontram entre os cristais de biotita
ou em venulações associados com o quartzo. Os grãos de carbonato apresentam
geminação e cor de interferência forte dada pela cor rosa.
Quartzo: ocorre tanto entre os cristais de biotita em um arranjo granoblástico, como nas
vênulas junto com carbonato. Apresentam-se límpidos.
ROCHA: Anfibolito com grau de alteração maior.
99
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 060B (Furo de sondagem DD-064)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração esverdeada, ora com porções orientadas, ora caóticas, devido ao
maior de alteração e deformação nestas rochas. Granulação que varia de fina a média.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha grosseira com grandes cristais de biotita e restos de anfibólio. Semelhante a AF
060A, só que bem mais alterada.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Biotita (72%), anfibólio (20%) e zirconita//allanita (3%).
DESCRIÇÃO
Biotita: o principal mineral da lâmina ocorrendo na forma de grandes cristais,
apresentando uma coloração marrom. Os grãos de biotita foram resultantes da alteração
do anfibólio. Apresenta extinção olho de pássaro, e os grãos são subédricos e seus
contatos são definidos. Apresentam halos pleocróicos reconhecidos pela radiação em
tons marrom (zirconita ou allanita).
Anfibólio: é do tipo hornblenda. Os grãos representam restos de anfibólio. São
anédricos, estando bastante cominuídos, mas em alguns pequenos pedaços do anfibólio
é possível ver sua forma subédrica. Apresentam uma coloração verde levemente pálida.
Zirconita e/ou allanita: na biotita desta lâmina, ocorre halos pleocróicos de minerais
muito pequenos, possivelmente zirconita ou allanita. (Observação, em outras lâminas
foi possível ver a allanita).
ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração.
100
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 072 (Furo de sondagem DD-064)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha orientada, com cristais de anfibólio e biotita orientados. Apresenta uma injeção
granítica cortando o anfibolito.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Contato da rocha metamáfica com a rocha granítica. Na porção metamáfica, a rocha
encontra-se orientada com textura granonematoblástica. Na porção granítica, a rocha é
constituída por porfiroclastos plagioclásio e K-feldspato.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Metamáfica: anfibólio (52%), plagioclásio (28%) e biotita (20%).
Granitóide: k-feldspato (47%), quartzo (32%) e carbonato (21%).
DESCRIÇÃO
Anfibólio: é do tipo hornblenda. Os grãos orientados criando uma textura
nematoblástica. São inequigranulares, subédricos, mas algumas vezes anédricos, com
contatos regulares e irregulares. O anfibólio também é encontrado na porção granítica
com a mesma cor verde, mas em menor proporção.
Plagioclásio: os grãos formam uma textura granular na porção metamáficas. Formam
agregados espalhados nesta porção. São inequigranulares e encontram-se
saussuritizados. Na porção granítica, são pórfiros subédricos e apresentam inclusões de
biotita. Está em contato com o carbonato.
Biotita: de coloração marrom, com extinção olho de pássaro. Ocorre em maiores
proporções na porção da rocha metamáfica. Na zona de contato entre estas duas porções
(anfibolítica e granítica), é possível ver bastante biotita. Os grãos são subédricos e
inequigranulares, com contatos regulares.
K-feldspato: é do tipo microclina. Ocorre na porção granítica. É possível ver a
geminação do tipo microclina. São cristais grandes entre os de plagioclásio.
Quartzo: ocorre somente na porção granítica. Apresentam um aspecto límpido e
extinção ondulante. Carbonato: ocorre na porção granítica entre os cristais de feldspato
e nas venulações. Os grãos apresentam tamanhos variados e contatos sinuosos.
ROCHA: Contato do Anfibolito e Granitóide (sienito).
101
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 078 (Furo de sondagem DD-064).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração esverdeada, com venulações claras e rosadas constituídas de
carbonato e granada. Apresentam cristais grandes de granada, mais ou menos
arredondados.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada com textura granonematoblástica e granolepidoblástica. Apresenta
grandes cristais de granada helicítica e com textura poiquiloblástica.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Granada (35%), anfibólio (25%), plagioclásio (15%), minerais opacos (12%), biotita
(8%) e quartzo (5%).
DESCRIÇÃO
Granada: são grãos porfiroblásticos, com textura poiquiloblástica. Apresentam
coloração rosada. Há inclusões de anfibólio, minerais opacos e quartzo. É possível ver
que o anfibólio está orientado. Ao redor dos cristais de granada ocorre muita biotita.
Anfibólio: encontra-se orientado, de forma subédrica a anédrica, inequigranular, com
contatos regulares e irregulares.
Plagioclásio: os grãos formam textura granular. Não apresentam geminações, e poucas
vezes encontram-se saussuritizados.
Minerais Opacos: ocorre de forma inclusa na granada. São quase equigranulares, e são
subédricos a anédricos.
Biotita: os grãos possuem coloração marrom e extinção olho de pássaro. Encontram-se
orientados e na maioria das vezes bordejando a granada.
Quartzo: ocorre muito pouco e de forma pontual. São anédricos e apresentam extinção
ondulante.
ROCHA: Anfibolito com maior grau de diferenciação
102
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 084 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Contato do granitóide milonitizado com a metamáfica e o minério. Presença de sulfetos.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com clivagem de crenulação em contato com rocha granítica com porfiroclastos
de feldspato. A rocha granítica também está em contato com o minério (minério com
feição hidrotermal).
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Porção metamáfica: anfibólio (60%), plagioclásio (20%), biotita (12%), e clorita (5%) e
titanita (3%). Porção granítica: plagioclásio (36%), k-feldspato (29%), quartzo (19%) e
anfibólio (16%). Minério: quartzo (45%), mineral opaco (35%) e anfibólio azul (20%).
DESCRIÇÃO
Metamáfica: Anfibólio: do tipo hornblenda. Apresenta-se de forma inequigranular e
orientado, formando textura nematoblástica. São subédricos e estão cominuídos.
Apresenta coloração verde. Plagioclásio: de coloração cinza, sem geminação, muitas
vezes com aspecto límpido. Algumas vezes saussuritizados. Biotita: apresenta cor
marrom e extinção olho de pássaro. Está orientada e apresenta-se cominuída. Formam
textura lepidoblástica. Clorita: ocorre em menor proporção e é reconhecida pelo seu
aspecto fibroso e o seu deep blue. Titanita: ocorre também muito pouco e apresenta uma
cor marrom, com grãos em tamanhos variados. Granitóide: Plagioclásio: são
porfiroclastos. Alguns com geminação albita. Apresentam uma forma arredondada, com
grãos formando uma textura granular, com contatos sinuosos e regulares com outros
cristais. K-feldspato: ocorre como porfiroblastos, dispersos, é do tipo microclina.
Quartzo: ocorre distribuído, forma uma textura granular, os grãos são límpidos.
Anfibólio: apresenta-se orientado. Os grãos são subédricos e cominuídos. Estão em
menor quantidade em relação a porção metamáfica. Minério: Quartzo: formam textura
granular. São inequigranulares e seus contatos são poligonais e sinuosos. Mineral
Opaco: São inequigranulares, subédricos a anédricos, com tamanhos que variam entre
0,5 a 0,25 mm. Anfibólio: de coloração verde azulado. Ocorre em pequenas proporções,
em contato com o mineral opaco.
ROCHA: Contato anfibolito com o granitóide que está em contato com o minério.
103
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 090 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Milonito de granitóide. Rocha de composição sienítica, com coloração rosada e
granulação fina a média. Há presença de magnetita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha milonitizada com porfiroclastos de K-feldspato, amoldados pela foliação da
rocha.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Microclina (45%), anfibólio azul (19%), plagioclásio (13%), quartzo (12%), biotita
(10%) e mineral opaco (2%).
DESCRIÇÃO
Microclina: os grãos de microclina são inequigranulares, e encontram-se amoldados
pela foliação da rocha. Apresenta formas alongadas e coloração rosada. Alguns grãos
apresentam geminação do tipo microclina bem definida.
Plagioclásio: ocorre em grãos menores (em comparação à microclina), apresenta
aspecto sujo, poucas vezes, límpidos. São inequigranulares e seus contatos são sinuosos
com os cristais de anfibólio, quartzo e biotita.
Quartzo: ocorre disperso na lâmina, formando uma textura granular. Apresenta contatos
sinuosos e poligonais. Apresenta tamanhos variados, às vezes os grãos são maiores que
o do plagioclásio e outras apresentam mesmo tamanho.
Anfibólio: é do tipo anfibólio azul. Os grãos de anfibólio estão orientados apresentando
textura nematoblástica. São inequigranulares, apresenta forma alongada com grãos
subédricos.
Biotita: ocorre em menor expressão e ocorre muitas vezes se amoldando nos grãos de
microclina. Os grãos estão orientados apresentando uma textura lepidoblástica.
Mineral opaco: ocorre disperso, mas é muito expressivo. Ocorre em grãos bem
pequenos e adentram nos planos de foliação da rocha. São grãos subédricos a anédricos.
ROCHA: Milonito de granitóide
104
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 091 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Milonito de granitóide. Rocha de coloração rosa a avermelhada de granulação fina a
média. Presença de grãos de magnetita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Granitóide milonitizado com porfiroclastos de K-feldspato (mas, bem menores que os
da lâmina AF 090). Apresenta textura granolepidoblástica e granonematoblástica.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Microclina (38%), biotita (21%), anfibólio (19%), plagioclásio (13%), minerais opacos
(7%) e titanita (2%).
DESCRIÇÃO
Rocha similar a AF 090, mas os porfiroclastos de K-feldspato (microclina) são menores.
A microclina apresenta grãos rosados, alongados, amoldados pela foliação da rocha. A
geminação do tipo microclina é bem definida, e é vista tanto nos grãos menores, quanto
nos porfiroclastos.
Os grãos de anfibólio (hornblenda) estão orientados e estão sendo substituídos por
biotita. Apresentam-se alongados, subédricos e às vezes cominuídos.
A biotita ocorre em maior expressão nesta lâmina (comparado com a lâmina AF 090). A
biotita apresenta cor marrom e textura lepidoblástica. São grãos subédricos. Ocorre
substituindo o anfibólio verde.
O plagioclásio ocorre formando uma textura granular com grãos inequigranulares entre
os cristais de biotita, anfibólio.
O mineral opaco ocorre muito disperso nos planos de foliação da rocha. Muitas vezes
em contato com o anfibólio ou contornando o K-feldspato.
A titanita ocorre dispersa em toda a lâmina, mas em pequena proporção.
ROCHA: Milonito de granitóide
105
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 130 (Furo de sondagem DD-008).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Granitóide cortando rocha metamáfica rica em magnetita. Há presença de alguns
pequenos grãos de sulfeto (pirita). Anfibolito de granulação média a grossa, com biotita
no contato em entre o granitóide e metamáfica.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha granítica cortando a rocha metamáfica. Rocha de granulação grossa, com grandes
cristais de anfibólio e microclina.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Metamáfica: anfibólio (38%), plagioclásio (16%), quartzo (14%), epídoto (10%), biotita
(10%), minerais opacos (9%) e titanita (3%). Milonito de Granitóide: microclina (45%),
quartzo (22%), anfibólio (16%), biotita (14%) e minerais opacos (4%).
DESCRIÇÃO
Metamáfica: Anfibólio: de coloração azul esverdeada. São cristais grandes e subédricos
com contatos regulares. É possível ver a alteração nas bordas do anfibólio para biotita.
Há uma diminuição, lateral, da granulometria do anfibólio da zona de contato para as
regiões laterais. Titanita: ocorre entre os cristais de anfibólio ou entre os cristais de
microclina. Apresentam coloração marrom e relevo alto. Epídoto: ocorre muito pouco,
disperso na lâmina e incluso nos cristais de anfibólio. Biotita: ocorre em menores
proporções, em contato com o anfibólio. É visto nas bordas do anfibólio (resultado da
alteração do anfibólio). Apresenta cor marrom pálida.
Granitóide: Microclina: Encontra-se entre os grãos de anfibólio e principalmente na
porção granítica. São inequigranulares, com contatos regulares, embora também não
muito definidos. Apresenta geminação do tipo tabuleiro de xadrez. Quartzo: ocorre na
porção granítica. Associada com os minerais opacos. Os grãos apresentam um arranjo
granular e contatos poligonais e sinuosos. Minerais Opacos: ocorre apenas na porção
granítica. São inequigranulares, com tamanho variando entre 0,15mm a 1 mm,
apresentam-se em grãos subédricos a anédricos.
ROCHA: Contato do anfibolito com o granitóide.
106
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 144 (Furo de sondagem DD-022).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha orientada de coloração cinza e granulação fina. Apresenta uma cor esbranquiçada
dada pela albita. Há magnetita e biotita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada rica em biotita, apresentando uma textura granolepidoblástica.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (31%), biotita (27%), plagioclásio (19%), feldspato (13%) e titanita (10%).
DESCRIÇÃO
Quartzo: Forma um agregado de grãos. Apresenta textura granular. Os cristais
apresentam contatos poligonais e sinuosos. Essas aglomerações estão orientadas na
mesma direção dos grãos de biotita.
Biotita: os grãos de biotita estão orientados, formando uma textura lepidoblástica.
Apresenta cor marrom e extinção olho de pássaro. Os grãos são subédricos e
apresentam contatos regulares com cristais de plagioclásio.
Plagioclásio: Os grãos formam uma textura granular e seus contatos são sinuosos com
os outros cristais. Grãos sem geminação e com aspecto límpido.
K-Feldspato: é do tipo microclina. Apresenta geminação do tipo tabuleiro de xadrez.
São anédricos e apresentam tamanhos variados.
Titanita: ocorre em toda a lâmina, são inequigranulares, com tamanho variando de
0,1mm a 0,5mm. Apresentam relevo alto e cor marrom.
ROCHA: Granitóide.
107
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 168 (Furo de sondagem DD-028).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de cor cinza esverdeada e com granulação fina. Ocorre venulações muito finas de
coloração branca (carbonato). Há muita biotita. Ocorre sulfeto (pirita) de forma
subordinada.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com arranjo caótico, com cristais de anfibólio e biotita cominuídos e, de
plagioclásio com aspecto sujo e saussuritizado.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Biotita (35%), anfibólio (25%), plagioclásio (20%), carbonato (15%) e epídoto (5%).
DESCRIÇÃO
Biotita: apresenta coloração marrom. São grãos subédricos, algumas vezes, anédricos,
inequigranulares, com contatos regulares e irregulares nas faces cominuídas. Resultado
da alteração do anfibólio em biotita.
Anfibólio: apresentam-se como resto de um anfibólio. Estão bastante cominuídos.
Observa-se a alteração do anfibólio para biotita. Apresenta cor verde e são subédricos a
anédricos.
Plagioclásio: ocorre entre os cristais maiores de biotita e anfibólio. Seus contatos não
estão bem definidos. Apresentam um aspecto sujo, com inclusões menores de anfibólio.
Estão saussuritizados. É possível ver epídoto.
Carbonato: apresenta uma cor rosada. São inequigranulares e estão em contato com o
plagioclásio e biotita.
Epídoto: ocorre em menor proporção, distribuídos por toda a lâmina. São anédricos e
apresentam uma cor amarelada pálida. Resultado da alteração do plagioclásio.
ROCHA: Anfibolito moderadamente modificado.
108
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 176 (Furo de sondagem DD-028)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha com aspecto de injeção, com grandes cristais de granada de coloração rosa. A
rocha apresenta também uma coloração esbranquiçada, dada pela alteração pela albita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
A rocha bandada. Apresenta textura granonematoblástica e granolepidoblástica. Há
porfiroblastos de granada.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Granada (47%), quartzo (18%), anfibólio (16%), biotita (11%), mineral opaco (8%), e
carbonato (2%).
DESCRIÇÃO
Granada: são porfiroblastos que apresentam coloração rosa. Estão cominuídos e são
inequigranulares. Possuem inclusão de anfibólio, biotita, mineral opaco e quartzo.
Anfibólio: apresenta uma forte cor verde. Encontra-se orientado, formando uma textura
nematoblástica. É possível ver o anfibólio alterando para a biotita. O anfibólio ocorre
entre os cristais de quartzo e incluso na granada.
Biotita: apresenta cor marrom e extinção olho de pássaro. Esta orientada e forma textura
lepidoblástica. São subedrais e inequigranulares.
Mineral Opaco: ocorre em toda a lâmina. É encontrado mais frequentemente em contato
com a biotita ou incluso na granada. São subédricos e inequigranulares, com tamanho
em torno de 0,5 mm.
Quartzo: ocorre na banda mais clara. Os grãos formam arranjo granular, com grãos
quase equidimensionais, apresentando extinção ondulante.
Carbonato: ocorre em pequena proporção, e se encontra entre os cristais de granada e
quartzo, principalmente os de quartzo dentro da banda clara.
ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração.
109
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 192 (Furo de sondagem DD-057).
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha com cor esverdeada e de granulação fina. Presença de injeções com biotita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada, com textura granonematoblástica e granolepidoblástica. Há injeções
de quartzo. Há presença também de minerais opacos e biotita.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (41%), biotita (24%), plagioclásio (21%) e mineral opaco (14%).
Injeção: quartzo.
DESCRIÇÃO
Anfibólio: apresenta uma coloração verde. Encontra-se orientado, formando uma textura
nematoblástica. São subédricos a anédricos. E está em contato com o plagioclásio, a
biotita e o mineral opaco.
Biotita: apresenta cor marrom e extinção olho de pássaro. Ocorre em toda a lâmina e
esta orientada formando textura lepidoblástica. São subédricos e inequigranulares. Nas
zonas de contato com a injeção, a biotita é encontrada em grãos bem maiores do que o
restante da lâmina.
Plagioclásio: apresenta cor acinzentada. Encontra-se entre os cristais de anfibólio e
biotita. Apresentam aspecto límpido, são inequigranulares e seus contatos são sinuosos
e regulares.
Mineral Opaco: encontrado em toda a lâmina, predominando na porção da rocha
metamáfica. São subédricos a anédricos, variando entre 0,5mm a 0,15mm. São
inequigranulares.
Quartzo: ocorre nas porções com aspecto de injeção, em bandas grosseiras. Formam
arranjo granular. Os grãos são inequigranulares e apresentam um aspecto límpido.
ROCHA: Anfibolito moderadamente modificado.
110
ANEXO-4
DESCRIÇÕES PETROGRÁFICAS - SEÇÕES DELGADAS-POLIDAS
111
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 020 (Furo de sondagem DD-009)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração cinza e granulação fina. A rocha apresenta injeções de carbonato,
quartzo, pirrotita e calcopirita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com aspecto de injeção. As injeções são constituídas por carbonato, opacos e
quartzo. Ocorre resto de rocha metamáfica em uma pequena porção da rocha que está
fortemente injetada por minerais opacos.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (40%), plagioclásio (30%), minerais opacos (25%) e biotita (5%). Minerais
opacos: pirrotita (85%), calcopirita (12%) e magnetita (3%).
DESCRIÇÃO
Em LT, ocorrem cristais de anfibólio em uma pequena porção da lâmina (restos de
anfibólio). Os cristais de anfibólio estão cominuídos e os grãos apresentam-se com
forma anédrica. É possível ver a substituição do anfibólio por biotita. A biotita ocorre
em menor proporção, na forma de palhetas que estão, na sua maior parte, cominuídas. É
reconhecida pela extinção paralela e sua cor marrom que está fracamente esverdeada.
Alguns grãos apresentam uma cor marrom avermelhada. Ocorrem minerais opacos
nesta porção da metamáfica. A metamáfica encontra-se totalmente injetada por minerais
opacos. O plagioclásio ocorre de forma anédrica e bastante saussuritizado. Em alguns
grãos (muito poucos) é possível ver a geminação do tipo albita. No contato definido da
porção metamáfica com a injeção de minerais opacos ocorre vênulas grossas
constituídas de quartzo. O quartzo apresenta aspecto límpido, textura granular, com
grãos anédricos e inequigranulares. No contato há, também, uma grossa vênula de
carbonato. O carbonato apresenta geminações. Os grãos de carbonato são grandes e
inequigranulares. O contato é marcado pela presença de muito mineral opaco. Em LR,
ocorre em maior quantidade pirrotita, seguido de calcopirita e magnetita. A pirrotita
apresenta coloração creme em tom rosado. É inequigranular, e em alguns grãos pode se
observar anisotropismo. A calcopirita apresenta uma cor amarelada, relevo alto. A
magnetita apresenta uma cor cinza. Estes minerais opacos ocorrem de forma anédrica e
inequigranular.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
112
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 042 (Furo de sondagem DD-009)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de granulação fina, com injeção de albita e sulfetos (pirita e calcopirita).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com textura granonematoblástica, com presença de opacos (magnetita e
calcopirita) anédricos injetados no plano de foliação da rocha. Ocorrem fraturas
descontínuas e deformadas cortando a rocha perpendicularmente. Também há presença de
injeções de sulfetos que cortam a rocha sem está na direção principal de orientação.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (69%), opacos (17%) e plagioclásio (14%). Minerais opacos: magnetita: (12%)
e calcopirita (5%). A pirita ocorre em vênulas.
DESCRIÇÃO
Em LT, os grãos de anfibólio apresentam coloração verde mais clara (levemente
tremolitizados) e textura granonematoblástica. Em geral, são equigranulares, mas com
ocorrem alguns grãos maiores representantes de restos de anfibólio. O plagioclásio
apresenta cor branca, sem maclas de geminação, mas saussuritizados.
Em LR, os sulfetos apresentam-se de forma inequigranular com grãos anédricos. Os
sulfetos vistos na lâmina foram: magnetita, calcopirita e pirita (em vênulas). Nas finas
injeções descontínuas que cortam a rocha é possível ver calcopirita. A magnetita ocorre é
maior quantidade e sempre nos planos de foliação da rocha, apresentando formas, muitas
vezes, arredondadas. Nos cristais de magnetita é possível ver exsolução de pirita. A
calcopirita ocorre em contato com os restos dos grandes cristais de anfibólio. A pirita é
vista nas vênulas que cortam a rocha em ângulos agudos. A pirita apresenta cor
amarelada, e alguns grãos apresentam aspecto sujo.
ROCHA: Anfibolito moderadamente alterado
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
113
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 058 A (Furo de sondagem DD-009)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração cinza e granulação fina. Apresenta granadas equigranulares de
coloração rosa bem clarinho.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha intensamente biotitizada com textura lepidoblástica e nematoblástica
(subordinadamente). Apresenta também clivagem de crenulação. Apresenta cristais
idiomórficos de granada.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Biotita (70%), granada (17%) e anfibólio (13%).
DESCRIÇÃO
A biotita encontra-se orientada, em forma de finas palhetas com coloração amarronzada
e extinção olho de pássaro. Ocorre em contato com o anfibólio e envolta dos cristais de
granada. São grãos subédricos.
A granada ocorre em tons claros (rosado) em LP. Apresenta formas aproximadamente
arredondadas. Alguns grãos apresentam inclusões menores de anfibólio. Em alguns
grãos de granada é possível a orientação das inclusões de anfibólio.
O anfibólio (hornblenda) ocorre em menor proporção, de forma anédrica (bastante
cominuídos) e inequigranular, entre os cristais de biotita. Apresenta uma coloração
verde.
ROCHA: Anfibolito moderadamente modificado
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
114
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 062 (Furo de sondagem DD-064)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Minério de ferro com bandas de quartzo e magnetita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com intercalação de bandas (finas e grossas) não muito bem definidas, de
quartzo e magnetita. Algumas bandas estão deformadas. Dentro das bandas mais claras
(quartzo) é possível ver magnetita, carbonato e anfibólio. Dentro da banda mais escura
(magnetita) também é possível observa a mesma associação mineralógica.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Magnetita (40%), quartzo (32%), anfibólio (20%) e carbonato (8%).
DESCRIÇÃO
Em LT, o quartzo ocorre de forma anédrica e inequigranular com contatos poligonais
com os grãos de carbonato, anfibólio e magnetita. Forma um arranjo granular. Os grãos
de quartzo são vistos nas bandas mais escuras constituídas essencialmente de magnetita,
o que marca um contato gradacional. A magnetita ocorre de forma subédrica a anédrica.
São inequigranulares e apresentam com contatos poligonais e sinuosos com os demais
cristais. Anfibólio: possui uma coloração verde e forma anédrica. Os grãos de anfibólio
são inequigranulares e estão sempre em contato com a magnetita. O carbonato ocorre
muito pouco, tanto nas bandas máficas e félsicas. Apresenta um tom rosado, e sem
geminações.
Em LR, a lâmina é quase totalmente composta por magnetita. Mas, observa-se a
presença de cristal de pirita dentro da magnetita.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
115
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 063B (Furo de sondagem DD-064)
Coord. UTM:
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Minério de ferro com bandas finas e grossas de quartzo e magnetita em contato com a
rocha máfica anfibolitizada. No contato é possível ver injeções de carbonato.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha bandada apresentando bandas finas e grossas de quartzo e magnetita. Algumas
bandas estão bem definidas. As bandas bem definidas são grossas.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (49%), opaco - magnetita (35%), anfibólio (14%) e carbonato (2%)
DESCRIÇÃO
Em LT, o quartzo ocorre nas bandas mais claras, mas também ocorre nas bandas mais
escuras, o que marca o contato gradacional. Os grãos são anédricos e apresentam
contatos poligonais e sinuosos com os cristais de anfibólio, magnetita e carbonato. O
mineral opaco (magnetita) ocorre também nas bandas claras e escuras, registrando e
confirmando o contato gradacional. Os grãos de magnetita são anédricos a subédricos, e
inequigranulares. Seus contatos são sinuosos e poligonais com os cristais de anfibólio e
quartzo. O anfibólio (cummingtonita/grunerita) ocorre em todas as bandas. Os grãos são
anédricos, inequigranulares, orientados e apresentam uma forte coloração verde
(tendendo ao azul). Os grãos de carbonato ocorrem muito pouco, apresentam tamanhos
variados. Não se observam geminações. Está em contato com os cristais de quartzo,
anfibólio e magnetita.
Em LR, ocorre magnetita, descrita acima.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada. (BIF)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
116
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 065A (Furo de sondagem DD-064)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha anfibolítica magnetizada. Ocorrem magnetitas maiores com formas mais ou
menos arredondadas. Há presença de injeções de quartzo com carbonato.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha bastante biotitizada com textura lepidoblástica e com presença de grãos enormes
de minerais opacos (magnetita). Há injeções de carbonato adentrando nos planos de
orientação da rocha.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Biotita (42%), opaco–magnetita (30%), quartzo (18%) e carbonato (10%).
DESCRIÇÃO
Em LT, biotita: os grãos estão orientados, apresentam coloração marrom, levemente
esverdeada, com extinção paralela e olho de pássaro. São subédricos a anédricos
(quando cominuídos). Seus contatos são definidos com os cristais de quartzo, opacos e
carbonato. Os minerais opacos ocorrem como cristais grandes, com tamanhos maiores
que 1,5 mm. Apresentam-se de forma subédrica a anédrica (quando encontrado com
forma mais arredondada). Apresenta contato com os grãos de carbonato, quartzo e
biotita. O quartzo ocorre formando uma textura granular. Os grãos são límpidos com
extinção ondulante. Ocorre entre os cristais de biotita, formando muitas vezes pequenas
aglomerações. O carbonato ocorre às vezes em grãos isolados entre os cristais de biotita
ou nas injeções que entram nos planos de foliação da rocha. Os grãos de carbonato, em
geral, estão sempre em contato com os minerais opacos.
Em LR ocorrem cristais de magnetita, descritos anteriormente. Importante chamar
atenção para o tamanho destas magnetitas com formas subédricas e arredondadas.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
117
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 066 (Furo de sondagem DD 064)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha anfibolítica magnetizada e intensamente injetada, com injeções de carbonato,
magnetita e quartzo. Apresenta cor branca (resultante do carbonato), com algumas
porções pequenas esverdeadas (o que ainda dá para ver da rocha metamáfica).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha de granulação grosseira, com cristais grandes de anfibólio, magnetita e carbonato.
Apresenta injeções grossas e contínuas de quartzo e descontínuas de carbonato.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (58%), minerais opacos (20%), quarto (11%), biotita (8%) e carbonato (3%).
Minerais opacos: magnetita (12%), pirita (5%), calcopirita (3%).
DESCRIÇÃO
Em LT, anfibólio (hornblenda): são cristais grandes, algumas vezes cominuídos.
Observam-se grãos finos apresentando uma granulometria menor. Apresentam coloração
verde e estão fracamente transformados para biotita. Em geral são subédricos e
inequigranulares. Os minerais opacos ocorrem distribuídos. São grãos subédricos a
anédricos com formas mais ou menos arredondadas. O quartzo ocorre distribuído, em
grãos individuais ou em agregados (nas injeções, formando textura granular). A biotita
substitui o anfibólio. É reconhecida pela leve extinção olho de pássaro e pela sua cor
marrom. O carbonato é representado por grãos grandes, às vezes individuais ou nas
injeções descontínuas. Apresenta um aspecto sujo e tom rosado. Alguns apresentam
geminação.
Em LR, ocorre muita magnetita. São inequigranulares, de coloração cinza e com formas
mais ou menos arredondadas. A pirita ocorre de forma anédrica e inequigranular e
apresenta exsolução de calcopirita. A calcopirita ocorre em grãos bem menores e
inequigranulares com formas subédricas a anédricas. A calcopirita está dispersa em toda
a lâmina.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
118
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 068 (furo de sondagem DD-064)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração esverdeada com injeções de magnetita e carbonato. Primeira
manifestação de minério, cheia de sulfetos, antes de entrar na zona mineralizada.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada de granulação grosseira, com grandes cristais de anfibólio. Apresenta
um aspecto de injeção. Ocorre uma porção com minerais opacos (magnetita, pirita e
calcopirita) intercalada nas bandas de quartzo, lembrando formações ferríferas bandadas.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Metamáfica: Anfibólio (50%), biotita (35%), quartzo (15%) e carbonato (1%). Na
porção do minério: quartzo (40%), minerais opacos (30%), anfibólio (20%) e carbonato
(10%). Minerais opacos: magnetita (20%), pirita (5%) e calcopirita (5%).
DESCRIÇÃO
Em LT, observa-se claramente uma porção metamáfica, bastante biotitizada (com biotita
em forma de finas palhetas), com injeções de quartzo que adentram nos planos de
foliação. Esta porção está em contato com uma porção do minério que apresenta feição
levemente bandada, com bandas definidas de quartzo. O quartzo apresenta-se límpido e
com
extinção
ondulante.
Nesta
porção
encontram-se
anfibólios
azuis
(cummingtonita/grunerita). O carbonato ocorre em proporção menor, em grãos grandes,
individuais ou formando um pequeno agrupamento de grãos.
Em LR, a maior parte é magnetita. A magnetita apresenta forma anédrica e
inequigranular. A pirita, também ocorre com formas anédricas e aspecto sujo. A
calcopirita ocorre de forma subordinada, representada por pequenos grãos anédricos e
inequigranulares.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
119
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 069 (Furo de sondagem DD-064)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha anfibolítica com injeção de magnetita e carbonato, e com presença de sulfetos
(pirita).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha mineralizada com intercalações não definidas de bandas de minerais opacos
(magnetita) e quartzo. Presença de anfibólio azul. Ocorrem injeções descontínuas de
carbonato.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (42%), minerais opacos (33%), anfibólio (22%) e carbonato (3%). Carbonato
ocorre nas injeções descontínuas. Minerais opacos: magnetita (25%), pirita (5%) e
calcopirita (3%).
DESCRIÇÃO
Em LT, o quartzo ocorre formando textura granular em grãos anédricos e
inequigranulares. Apresenta extinção ondulante e encontram-se ora límpidos ora com
pontinhos pretos. Ocorre muito mineral opaco com forma anédrica a subédrica e
tamanhos variados. Há um leve bandamento na lâmina. O anfibólio apresenta uma cor
verde azulada e apresenta contato com o mineral opaco. O carbonato ocorre em grãos
individuais anédricos ou nas injeções, onde é possível ver geminação.
Em LR, ocorre quase totalmente magnetita representada por grãos anédricos e
inequigranulares, com presença de exsolução de pirita. Em menores proporções ocorre a
pirita anédrica e inequigranular. A pirita está em contato com a magnetita. De forma
subordinada ocorre calcopirita, em grãos pequenos e anédricos. A calcopirita está
distribuída pela lâmina.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
120
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 104 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha finamente bandada, com intercalações de magnetita e quartzo.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha bandada, com bandas com espessuras variadas de quartzo e mineral opaco
(magnetita).
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (58%), minerais opacos - magnetita (30%) e anfibólio azul (12%).
DESCRIÇÃO
Em LT, o quartzo ocorre formando textura granular, com grãos anédricos e com
contatos poligonais e sinuosos. Os grãos de quartzo apresentam aspecto sujo. O mineral
opaco (magnetita) ocorre nas bandas escuras, mas há magnetita nas bandas de quartzo o
que registra um contato gradacional. São anédricos e inequigranulares. Estão em contato
com o anfibólio azul. O anfibólio azul (cummingtonita/grunerita) ocorre mais associado
à magnetita. São subédricos a anédricos, predominando a forma anédrica. São
inequigranulares.
Em LR, ocorre essencialmente magnetita, descrita já anteriormente.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
121
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 106 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Minério de ferro bandado com bandas maiores que a da amostra AF 104 (DD 031).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com bandas grossas de mineral opaco (magnetita) e quartzo. Ocorre anfibólio
azul, mas em tons mais claros.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (47%), mineral opaco (36%), anfibólio (17%).
*Difícil estimativa, pois as bandas são muito grossas, tomando quase toda a lâmina.
DESCRIÇÃO
Em LT, ocorrem bandas mais grosseiras e definidas de quartzo e mineral opaco
(magnetita). Está lâmina marca contatos definidos entre as bandas. O quartzo ocorre
formando textura granular e apresenta um aspecto sujo. São inequigranulares e
apresentam contatos poligonais e sinuosos com os próprios cristais de quartzo e com os
cristais de anfibólio e magnetita. O mineral opaco (magnetita) aparece também na
banda do quartzo (lâmina caracterizada também pelo contato gradacional). O anfibólio
(hornblenda) aparece distribuído por toda a lâmina. Em comparação com as lâminas
anteriores, aparece com granulometria menor. O anfibólio possui tons mais claros de
verde. Em LR, ocorre essencialmente magnetita representada por grãos anédricos a
subédricos, inequigranulares. Apresenta coloração cinza. Está em contato com os
cristais de anfibólio e são vistos também nas bandas mais claras constituídas
essencialmente de quartzo.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
122
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 109 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Minério maciço (magnetizado) em contato com uma porção da rocha metamáfica
anfibolitizada. Observa-se biotita e injeções de carbonato.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Minério sem bandas definidas, mas com presença de quartzo e mineral opaco
(magnetita). Em uma parte da lâmina observam-se restos de rocha metamáfica, com
presença de muita biotita.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (53%), mineral opaco (35%), biotita (12%).
DESCRIÇÃO
Em LT, ocorrem muito quartzo e mineral opaco, mas sem presença de bandas. O
quartzo ocorre formando textura granular, ora com aspecto límpido ora com aspecto
sujo. Apresenta contato poligonal com o mineral opaco. O quartzo ocorre nas bandas
deformadas e descontínuas. A feição da deformação lembra uma dobra. O mineral
opaco (magnetita) aparece também na banda do quartzo. A biotita ocorre distribuída por
toda a lâmina de forma subordinada, em palhetas finas e pequenas. Em uma porção da
rocha, a biotita aparece bem maior (aporte potássico) apresentando cor marrom,
extinção paralela e presença de grãos (zirconita e/ou allanita) inclusos radioativos,
reconhecidos pelo aspecto irradiado. Nesta lâmina, os grãos de minerais radioativos
estavam pequenos. * Em outras lâminas, é possível distinguir.
Em LR, ocorre essencialmente magnetita. Apresenta formas subédricas a anédricas,
com inequigranulares. É nítido o caráter de injeção, com grãos de magnetita entre os
cristais de quartzo.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
123
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 114 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Minério com feição de injeção.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Observam minerais opacos (magnetita) e quartzo, onde dentro desse contexto ocorrem
“bolsões” ou “agregados” de anfibólio.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (41%), mineral opaco - magnetita (27%), anfibólio - grunerita/cummingtonita
(24%) e carbonato (8%).
DESCRIÇÃO
Em LT, o quartzo ocorre em contato com o mineral opaco (magnetita), formando
arranjo granular. Os grãos de quartzo estão límpidos e apresentam extinção ondulante.
O mineral opaco (magnetita) ocorre também distribuído por toda a lâmina, com formas
subédricas a anédricas, inequigranulares. Uma feição importante desta lâmina é
presença de “bolsões” de anfibólio, que sugerem um aspecto de injeção. Estes bolsões
são contornados por injeções constituídas de quartzo e magnetita. Os anfibólios
(cummingtonita/grunerita) apresentam cores que variam de verde azulado a verde claro,
com predomínio da última cor. Nesta lâmina é nítida a presença de geminações no
anfibólio (cummingtonita).
Em LR, ocorre essencialmente magnetita. A magnetita ocorre distribuída por toda a
lâmina, e é representada por grãos inequigranulares, subédricos a anédricos. Apresenta
um aspecto límpido e coloração cinza. Forma contatos sinuosos e poligonais.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
124
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 115 (Furo de sondagem DD-031)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha anfibolítica magnetizada, com presença de biotita e magnetita arredondada.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha orientada com aspecto de injeção. Ocorrem injeções de minerais opacos.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (63%), mineral opaco (37%). Minerais opacos: magnetita (30%) e pirita
(7%).
DESCRIÇÃO
Em LT, o anfibólio ocorre em dois tipos (hornblenda e cummingtonita/grunerita).
Ocorre com coloração verde azulada, sempre associado ao mineral opaco (magnetita), e
verde claro. Os anfibólios do tipo hornblenda (verde claro) ocorrem em menor
proporção. O Anfibólio verde azulado ou simplesmente verde predomina mais e
corresponde a cummingtonita que apresenta geminação típica. O mineral opaco ocorre
nas injeções.
Em LR, ocorrem magnetita e pirita. A magnetita ocorre distribuída por toda a lâmina
em grãos individuais anédricos e nas injeções adentram na rocha metamáfica. Os grãos
de pirita ocorrem também de forma dispersa na lâmina com grãos anédricos e nas
injeções.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
125
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 125 (Furo de sondagem DD-008)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração cinza esverdeada, com presença de injeções de carbonato.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha de granulação grossa, com cristais grandes de anfibólio e presença de injeção de
carbonato e mineral opaco (pirita).
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (78%), carbonato (17%), quartzo (5%). Injeção de mineral opaco: pirita
DESCRIÇÃO
Em LT, ocorrem grandes cristais de anfibólio (hornblenda), de forte cor verde,
subédricos e inequigranulares. A massa de anfibólio é nitidamente cortada por injeções
constituídas por carbonato e mineral opaco. O carbonato além de ocorrer na injeção,
também ocorre como grãos individuais dispersos na lâmina. Apresenta geminação e
tons rosados. O quartzo ocorre em menor proporção formando agregados de cristais,
onde os grãos formam uma textura granular. Apresentam extinção ondulante.
Em LR, ocorre essencialmente a pirita. A pirita só é vista na injeção. Apresenta cor
amarela, não apresenta aspecto sujo.
ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
126
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 128 (Furo de sondagem DD-008)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Granitóide (sienito) em contato com a rocha metamáfica rica em magnetita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Basicamente a rocha foi laminada na porção da metamáfica, pois não se observa a
porção do granitóide. E sem presença de minerais opacos.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (40%), granada (32%), anfibólio (16%), biotita (11%). Minerais acessórios:
allanita (1%).
DESCRIÇÃO
Em LT, presença de enormes cristais de granada de coloração rosa. Não apresenta
inclusão, encontram-se cominuídas e são inequigranulares. Alguns grãos de granada
encontram-se arredondados. A biotita ocorre por toda a lâmina, resultado da alteração
do anfibólio. Apresenta coloração marrom e extinção olho de pássaro. Apresenta
também halos pleocróicos (dado pelos cristais de allanita). O anfibólio (hornblenda)
ocorre em toda a lâmina, apresenta cor verde, algumas vezes um verde tendendo ao
azul. Tanto a biotita, como o anfibólio são subédricos e inequigranulares. O quartzo
ocorre disperso pela lâmina. Apresenta textuta granular. Os grãos são límpidos e
apresentam extinção ondulatória. A allanita ocorre formando halos pleocróícos na
biotita. Estes halos encontram-se distribuídos por toda a lâmina, nas biotitas. Em um
único grão de biotita é possível ver mais de um cristal de allanita.
Nesta lâmina não ocorre minerais opacos.
ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração.
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
127
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 132 (Furo de sondagem DD-008)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha de coloração esverdeada, magnetizada, com presença de injeções de carbonato e
sulfeto (pirita).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com maior presença de anfibólio, com bastante mineral opaco, disperso em toda
a lâmina.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (47%), mineral opaco (32%), carbonato (14%) e quartzo (7%). Minerais
opacos: magnetita (24%) pirita (6%) e calcopirita (2%).
DESCRIÇÃO
Em LT, ocorre em maior proporção o anfibólio. O anfibólio (hornblenda) ocorre em
grãos com tamanhos variados. Os cristais maiores são subédricos e os menores não
apresentam uma forma definida. Apresenta um aspecto sujo e coloração verde, com
alguns grãos apresentando uma forte cor verde. O mineral opaco ocorre em grãos
inequigranulares, com forma subédrica a anédrica (às vezes arredondadas). O carbonato
ocorre disperso por toda a lâmina, em grãos individuais, ou em aglomerados que
representam restos de uma injeção. Apresenta tons rosados. O quartzo ocorre
distribuído por toda a lâmina, em proporções menores, entre os cristais de anfibólio.
Apresentam aspecto límpido e, também, sujo.
Em LR, a magnetita ocorre na forma anédrica, com cristais arredondados ou sem
formas definidas. A pirita apresenta aspecto sujo, é subédrica, e inequigranular.
Apresenta pequenas inclusões de calcopirita que ocorre de forma subordinada e em
geral associada à pirita.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
128
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 138 (Furo de sondagem DD-024)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Formação Ferrífera finamente bandada, com magnetita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha constituída por bandas bem definidas de quartzo e magnetita.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (46%), minerais opacos (37%) e anfibólio (18%). Minerais opacos: magnetita
(20%) e hematita (17%)
DESCRIÇÃO
Em LT, ocorrem bandas bem definidas de quartzo e mineral opaco (magnetita). O
quartzo apresenta textura granular. Os grãos apresentam aspecto sujo e extinção
ondulante. Nas bandas de quartzo, há magnetita (contato gradacional) e anfibólio azul.
O mineral opaco ocorre distribuído por toda a lâmina. São inequigranulares, subédricos
a anédricos. Nas bandas de mineral opaco é possível ver quartzo (contato gradacional) e
anfibólio azul. O anfibólio (cummingtonita/grunerita) ocorre em toda a lâmina.
Apresenta cor verde azulada, com alguns tons mais fortes de azul (anfibólio férrico).
São inequigranulares, anédricos a subédricos.
Em LR, a lâmina é constituída por magnetita (cinza) e hematita (branca e anisotrópica).
Predominando a magnetita. Ambos os minerais ocorrem formando um mosaico de
grãos, com contatos sinuosos e poligonais com os cristais de quartzo, anfibólio.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF).
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
129
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 139 (Furo de sondagem DD-024)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Minério maciço em contato com a porção metamáfica rica em sulfetos.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha metamáfica rica em magnetita. Há presença de outros minerais opacos (pirita) e
também de microclina.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Anfibólio (35%), K-feldspato – microclina (25%), minerais opacos (21%), biotita (14%)
e quartzo (5%). Minerais opacos: magnetita (11%) e pirita (9%)
DESCRIÇÃO
Em LT, feição levemente milonitizada, com presença de cristais de anfibólio
(hornblenda) orientados, de cor verde, sendo possível ver alteração para biotita. Estão
levemente alterados para biotita. O feldspato (microclínio) apresenta coloração
acinzentada. Os grãos ocorrem dispersos por toda a lâmina, na maioria das vezes,
contornados por grãos de anfibólio e biotita (feição milonítica). A microclina apresenta
forma arredondada. Os minerais opacos ocorrem dispersos em toda a lâmina,
apresentando formas definidas, muitas vezes, cúbicas. A biotita ocorre substituindo o
anfibólio. É reconhecida pela extinção olho de pássaro e mascarada pela cor verde ainda
do anfibólio. O quartzo ocorre muito pouco e está disperso na lâmina em grãos
individuais. Em LR, ocorre magnetita em tons acinzentados com faces subédricas a
anédricas. São inequigranulares. A pirita que está bem definida ocorre em faces cúbicas.
Os grãos de pirita são grandes e inequigranulares.
ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
130
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 165 (Furo de sondagem DD-060)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha bastante hidrotermalizada, com presença de carbonato, pirrotita e pirita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com textura caótica e de injeção. Apresenta o diopsídio (piroxênio que pode ser
encontrado em escarnitos). Presença de injeções de quartzo associado a carbonato e
mineral opaco.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Minerais opacos (34%), biotita (23%), anfibólio (15%), diopsídio (11%), quartzo (9%),
carbonato (6%), apatita (1%) e titanita (1%). Minerais opacos: pirrotita (27%) e pirita
(17%)
DESCRIÇÃO
Em LT, presença de minerais opacos dispersos ou nas vênulas. As injeções estão
deformadas e descontínuas. A biotita ocorre em uma porção da lâmina. Apresenta cor
marrom avermelhada e extinção paralela, e ocorre em formas de palhetas orientadas. É
possível ver halos pleocróicos de allanita na biotita. O anfibólio (hornblenda) ocorre às
vezes cominuídos ou em grãos grandes subédricos, apresenta cor verde, encontra-se por
toda a lâmina, mesmo assim em menor proporção (em relação à biotita). O diopsídio
apresenta um tom verde pálido (LP), com uma alta birrefringência. É subédrico e
apresenta forma prismática. O quartzo ocorre distribuído pela lâmina, mas em
proporção pequena ou nas injeções formando textura granular. O carbonato encontra-se
associado ao quartzo. São inequigranulares e não apresentam geminações. Um pequeno
grão de apatita foi visto. Apresenta cor branca, e está posicionado no canto da lâmina
(difícil observação).
Em LR, ocorrem venulações grossas descontínuas (pirita) e contínuas (pirrotita). A
pirita tem aspecto sujo e uma cor amarela, enquanto a pirrotita apresenta-se límpida,
com uma cor creme rosada.
ROCHA: Anfibolito com maior grau de alteração
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
131
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 141 (Furo de sondagem DD 024)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha metamáfica intensamente magnetizada com cristais de anfibólio de granulação
média.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Formação ferrífera com bandas grossas e com presença de anfibólio azul.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (45%), minerais opacos (42%) e anfibólio (13%). Minerais opacos: magnetita
(20%) e hematita (17%)
DESCRIÇÃO
Em LT, bandas grossas de quartzo e mineral opaco (magnetita e hematita). O quartzo
ocorre na forma de grãos límpidos que apresentam contatos sinuosos e poligonais com
anfibólio e mineral opaco. Apresenta textura granular. A magnetita encontra-se
formando um mosaico de grãos. Os grãos são inequigranulares. Estão em contato com o
quartzo e o anfibólio. O anfibólio (cummingtonita/grunerita) apresenta coloração verde
azulada. São anédricos e inequigranulares. Ocorrem nas bandas claras e escuras.
Em LR, ocorre tanto magnetita e hematita. Ambos apresentam-se com formas anédricas
a subédricas. Encontram-se distribuídos por toda a lâmina, concentrando-se nas bandas
de minerais opacos.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF).
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
132
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 143 (Furo de sondagem DD-024)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Minério bandado cortado por uma injeção de carbonato.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Minério finamente bandado, com bandas finas de quartzo e magnetita. O minério é
cortado por uma injeção grossa de carbonato.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (46%), minerais opacos - magnetita (34%), biotita (12%) e anfibólio (8%).
O carbonato ocorre na injeção.
DESCRIÇÃO
Em LT, ocorrem bandas finas de magnetita e quartzo, com anfibólios (hornblenda) de
coloração verde claro. As bandas são finas e definidas. O quartzo forma mosaico de
grãos límpidos e inequigranulares. Nas injeções de carbonato ocorrem minerais opacos,
mas, em menor proporção. O carbonato ocorre apenas na injeção. O minério está em
contato com a injeção de carbonato. Neste contato há finas palhetas grandes de biotita
que só é encontrada nesta situação (contato) na lâmina. A biotita apresenta coloração
marrom.
Em LR, ocorre essencialmente magnetita. Apresenta forma anédrica. Os grãos de
magnetita apresentam coloração cinza e são inequigranulares.
ROCHA: Formação Ferrífera Bandada (BIF).
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
133
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 188 (Furo de sondagem DD-057)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha anfibolitizada injetada por muita magnetita (minério hidrotermal).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com feição hidrotermal, com presença de uma porção pegmatoidal. Ao redor dos
minerais opacos há muito anfibólio de coloração esverdeada.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Quartzo (65%), minerais opacos (12%) e anfibólio (23%). Minerais opacos: magnetita
(9%) e pirita (3%)
DESCRIÇÃO
Em LT, rocha não bandada, mas que concentra uma porção de quartzo. A magnetita
aparece mais em uma porção da lâmina (porção representante da rocha metamáficarestos), com aspecto de injeção, mas também ocorre distribuída pela lâmina, em grãos
individuais e isolados. O anfibólio (hornblenda) apresenta uma cor verde. Encontra-se
por toda a lâmina, são subédricos a anédricos e estão levemente orientados. Estão
concentrados na porção (restos de metamáfica) com muita magnetita, e encontram-se de
forma inequigranular e em grãos subédricos.
Em LR, a magnetita aparece nas porções metamáficas. Os grãos são inequigranulares e
estão em contato com os cristais de anfibólio. A pirita ocorre distribuída pela lâmina e
às vezes inclusa na magnetita. Os grãos de pirita são subédricos a anédricos e
apresentam um aspecto sujo.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
134
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 207 (Furo de sondagem DD-065)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Rocha anfibolitizada toda injetada por magnetita.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Contato do minério bandado ou laminado (injetado nos planos de foliação da rocha
formando um aspecto laminado) com rocha metamáfica (bastante mobilizada). A porção
da metamáfica é constituída por plagioclásio, anfibólio e grãos enormes de magnetita
levemente arredondados. Há injeção de magnetita entre os contatos.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Metamáfica: anfibólio (37%), plagioclásio (22%), mineral opaco (17%), quartzo (10%),
K-feldspato (9%) e carbonato (5%). Minério Injetado: Quartzo (45%), mineral opaco
(27%), anfibólio (18%) e carbonato (10%). Injeção de minerais opacos (magnetita) e
quartzo.
DESCRIÇÃO
Em LT, a rocha apresenta uma feição de injeção. Ocorre injeção de magnetita e de
quartzo. As injeções são contínuas (com magnetita) e descontínuas (com quartzo).
Ambas estão deformadas. O anfibólio é de dois tipos: hornblenda (porção metamáfica) e
cummingtonita-grunerita (porção do minério). Nas duas porções, o anfibólio ocorre
disperso, são inequigranulares e apresentam forma subédrica a anédrica. O plagioclásio
apresenta geminação albita. Os grãos de plagioclásio são inequigranulares, e encontramse, muitas vezes, límpidos. O mineral opaco ocorre em toda a lâmina. Na porção
metamáfica o mineral opaco encontra-se disperso com formas levemente arredondadas.
O quartzo ocorre predominantemente na parte do minério, formando uma textura
granoblástica. O feldspato é encontrado próximo às zonas de contato. Apresentam
geminação do tipo microclina.
Em LR, a lâmina é constituída por magnetita. A magnetita forma uma textura em
mosaico com grãos inequigranulares, subédricos a anédricos. Está em contato com o
anfibólio. Chama atenção, a porção metamáfica que apresenta cristais de magnetita
individuais, inequigranulares e com formas arredondadas e subédricas.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
135
FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
Lâmina nº: AF 214 (Furo de sondagem DD-065)
Coord. UTM: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Anfibolito intensamente magnetizado, com injeções descontínuas de K-feldspato e
carbonato.
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
Rocha com aspecto de injeção, apresentado injeções de magnetita, K-feldspato e
quartzo.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
Minerais opacos (36%), K- feldspato (22%), anfibólio (18%), quartzo (15%) e biotita
(9%). Minerais opacos: magnetita
DESCRIÇÃO
Em LT, o mineral opaco (magnetita) encontra-se concentrado nas injeções formando
uma textura em mosaico. Mas também ocorrem de forma individual com grãos
subédricos a anédricos. O tamanho dos grãos individuais é maior do que o dos grãos
que formam textura em mosaico. O K-feldspato (microclina) apresenta uma coloração
rosa e um aspecto sujo, e está distribuído por toda a lâmina de forma inequigranular. O
anfibólio (hornblenda e cummingtonita/grunerita) é inequigranular e ocorre nas porções
da lâmina carregada de magnetita. O anfibólio apresenta uma coloração verde e verde
azulada. São subédricos a anédricos e encontram-se espalhados por toda lâmina. O
quartzo apresenta aspecto sujo com superfície cheia de pontinhos pretos. É visto em
toda a lâmina, principalmente nas porções com magnetita formando uma textura
granular. A biotita apresenta uma cor marrom avermelhada, está orientada. É vista em
uma pequena porção da lâmina entre os cristais de anfibólio.
Em LR, a rocha é constituída por magnetita, com feições já descritas em luz
transmitida. Apresenta cor cinza e contatos poligonais e sinuosos com os cristais de
anfibólio.
ROCHA: Formação Ferrífera (Minério Hidrotermal-Ironstone)
Nota: LT = Luz Transmitida e LR = Luz Refletida.
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