Rio de Janeiro
Bandeira
Brasão
O Rio de Janeiro é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situa-se na porção leste da região Sudeste, tendo
como limites os estados de Minas Gerais (norte e noroeste), Espírito Santo (nordeste) e São Paulo (sudoeste),
e também o Oceano Atlântico (leste e sul). Ocupa uma área de 43 780,172 km², sendo pouco maior que a Dinamarca. Apesar de ser, efetivamente, o quarto menor estado do Brasil (ficando à frente apenas dos estados
de Alagoas e Sergipe e do Distrito Federal, respectivamente, em terceiro, segundo e primeiro lugar), concentra
8,4% da população do país, figurando, consequentemente, como o Estado com maior densidade demográfica
do Brasil. Sua capital e maior cidade é a cidade homônima, a segunda cidade mais populosa do Brasil. Os naturais do estado do Rio de Janeiro são chamados de fluminenses (do latim flumen, literalmente “rio”). Carioca
é o gentílico da cidade do Rio de Janeiro. Segundo dados do Censo 2010, o Rio de Janeiro é o terceiro Estado
mais populoso do Brasil. Muitas cidades destacam-se devido à forte vocação turística, tanto pela história dos
períodos colonial e imperial quanto pelo ecoturismo de praias, montanhas e complexos lagunares. O estado é
formado por duas regiões morfologicamente distintas: a baixada e o planalto, que se estendem, como faixas
paralelas, do litoral para o interior. Paraíba do Sul, Macaé, Guandu, Piraí, Muriaé e Carangola são os principais
rios. O clima varia de tropical a subtropical.
História
À época do estabelecimento do sistema de Capitanias Hereditárias na colônia do Brasil, o território do atual
estado do Rio de Janeiro encontrava-se compreendido em trechos da Capitania de São Tomé e da São Vicente.
Não tendo sido colonizada pelos portugueses, em virtude da hostilidade dos indígenas tupinambás (tamoios) e
goitacás estabelecidos neste litoral, entre 1555 e 1567, a baía de Guanabara foi ocupada por um grupo de colonos franceses, sob o comando de Nicolas Durand de Villegagnon, que aqui pretendiam instalar uma colônia de
povoamento, a chamada “França Antártica”. Visando a evitar esta ocupação e a assegurar a posse do território
para a Coroa Portuguesa, em 20 de janeiro de 1565, foi fundada a cidade do Rio de Janeiro, por Estácio de Sá,
vindo a constituir-se, por conquista, a Capitania Real do Rio de Janeiro. Em 1763, o Rio de Janeiro tornou-se a
sede do Vice-reino do Brasil e a capital da colônia. Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, em
1808, na época da tomada da Península Ibérica por Napoleão Bonaparte, a região foi muito beneficiada com
reformas urbanas para abrigar a Corte portuguesa. Dentro das mudanças promovidas, destacam-se: a transferência de órgãos de administração pública e justiça, a criação de novas igrejas, hospitais, quartéis, fundação do
primeiro banco do país - o Banco do Brasil - e a Imprensa Régia, com a Gazeta do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes também surgiram o Jardim Botânico, a Biblioteca Real (hoje Biblioteca Nacional) e a Academia Real Militar,
antecessora da atual Academia Militar das Agulhas Negras. Assim, ocorreu um processo cultural, influenciado
não somente pelas informações trazidas pela chegada da corte e da família real, mas também pela presença de
artistas europeus que foram contratados para registrar a sociedade e natureza brasileira. Nessa mesma época,
nasceu a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Após a edição da Lei Complementar nº20 em 1974, assinada
pelo presidente Ernesto Geisel, fundiram-se os estados da Guanabara e do Rio de Janeiro em 15 de março de
1975. A capital do novo estado (que manteve o nome de Rio de Janeiro) passou a ser a cidade do Rio de Janeiro,
voltando-se a situação político-territorial anterior a 1834, ano da criação do Município Neutro. Foram mantidos
ainda os símbolos do antigo estado do Rio, enquanto os símbolos da Guanabara passaram a ser os símbolos do
município do Rio.
Geografia
Fazendo divisa com os estados de Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais, o Rio de Janeiro é um dos menores
estados do país e o menor da região Sudeste. Possui uma costa com 635 quilômetros de extensão, banhados pelo
Oceano Atlântico, sendo superada em tamanho apenas pelas costas da Bahia e Maranhão. O Rio Paraíba do Sul é
o principal rio do estado. Nasce em Taubaté e desemboca no Oceano Atlântico — como a maior parte dos rios fluminenses —, na altura de São João da Barra. O litoral fluminense é pontilhado por numerosas lagoas, antigas baías
fechadas por cordões de areia. As mais importantes são as lagoas Feia, a maior do estado, Saquarema, Maricá,
Marapendi, Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas, as três últimas no município do Rio de Janeiro. O estado ainda conta
com a maior laguna hipersalina do mundo, a Laguna Araruama, que é chamada de lagoa pelos leigos por um erro,
pois além de ser salobra tem ligação com o mar através do Canal do Itajuru. O litoral do Rio de Janeiro é extremamente recortado. Os principais acidentes são a Baía da Ilha Grande, a Ilha Grande, a Restinga da Marambaia, a baía
de Sepetiba e a baía de Guanabara, onde se destaca na paisagem a Enseada de Botafogo. Há um total de 365 ilhas
espalhadas pela costa somente no município de Angra dos Reis e 65 na baía de Paraty.
Demografia
O estado do Rio de Janeiro é formado por enorme gama de etnias e povos, principalmente pelo fato de sua capital ter sido capital do estado brasileiro. Inicialmente a população do estado do Rio de Janeiro foi marcada pela
presença de povos indígenas, assim como toda a costa brasileira. No início do século XVI, habitavam o Rio de
Janeiro quatro grandes grupos indígenas, classificados de acordo com seu grupo linguístico: tupis-guaranis: habitavam o litoral e constituíam diversas tribos como os Tupinambás ou tamoios e os Tupiniquins; puri-coroado,
maxakali e botocudo, da língua macro-jê; habitavam o interior, sobretudo a bacia hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul; os goitacases, que habitavam a foz do rio Paraíba do Sul; as tribos guaianás ou Goianás que viviam no
litoral sul, entre Angra dos Reis e Paraty, e na Ilha Grande; seu tronco linguístico não foi classificado. Com a colonização, as tribos indígenas foram extintas. Em 30 de maio de 1902, na paróquia de Santo Antônio de Pádua, no
município de mesmo nome, foi registrado o último óbito de índio natural do estado do Rio de Janeiro: Joaquina
Maria Pury.
Economia
Grande parte da economia do estado do Rio de Janeiro se baseia na prestação de serviços, tendo ainda uma
parte significativa de indústria e pouca influência no setor de agropecuária. 62,1% em representação do seu produto interno bruto se referem à prestação de serviços em áreas como telecomunicações, audiovisual, tecnologia
da informação - TI, turismo, turismo de negócios, ecoturismo, seguros e comércio. A cidade do Rio de Janeiro é
sede da maior parte das operadoras de telefonia do país, como TIM, Oi, Telemar (Oi e Telemar são do mesmo
grupo), Embratel, Vésper (a Embratel e Vésper também são do mesmo grupo) e Intelig (recentemente adquirida pelo grupo TIM). O estado também ocupa posição de destaque no setor de vendas a varejo, sendo sede de
grandes cadeias de lojas, como Lojas Americanas, Ponto Frio e Casa & Vídeo. Quanto as suas exportações, no
ano de 2012, o Rio de Janeiro foi o segundo estado que mais exportou no país, como a participação de 12,88%
, com destaque para os produtos Petróleo Cru (64,21%), Petróleo Refinado (6,07%), Produtos Semimanufaturados de Ferro (4,79%), Plataformas de Perfuração (2,33%) e Outras Ligas de Aço, em Lingotes ou Outras Formas
Primárias (2,09%) .
Cultura
A pujança cultural do estado está espelhada principalmente na capital, a cidade do Rio de Janeiro. O município de Niterói, nos últimos anos começou uma grande revolução nesse setor quando houve a inauguração do
Museu de Arte Contemporânea da Cidade (Obra de Oscar Niemeyer) e em breve a inauguração do Caminho
Niemeyer, projeto do mesmo arquiteto do Museu de Arte Contemporânea, que contará com teatro, cinemas,
museu, igrejas e um centro de memória. Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada por produtoras sediadas na capital fluminense, que possui, também, cerca de 180 salas de cinema, maior proporção
do país entre as capitais, e a maior proporção também de museus, (80 no total e 43 teatros). Entre os principais
museus do estado estão o Museu Imperial de Petrópolis, Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Histórico
Nacional, o Museu Histórico da República, o Museu da Chácara do Céu, o Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Museu da Vida da Fundação Oswaldo
Cruz, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Museu da Aviação Naval - Único do gênero no Brasil e o do
Forte de Copacabana - Museu Histórico do Exército. Também está em construção na capital fluminense, na Barra
da Tijuca, a Cidade das Artes, um complexo que abrigará a maior sala de concertos da América Latina.