Apostila de Biologia cefet-coltec 2

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Capítulo VII- Vírus
Os Vírus (vírions)
Características Gerais:




Acelulares;
Parasitos intracelulares obrigatórios;
Apresentam um único tipo de material genético (DNA ou RNA);*
Têm capacidade de cristalizar em condições adversas.

Sub-microscópico (somente visualizado em microscópio eletrônico)
* O Citomegalovírus é o único vírus conhecido que apresenta tanto DNA quanto RNA.
Estrutura Básica de um vírus
Vírus tipicamente consistem de uma cápsula de proteína chamada capsídeo, que
armazena e protege o material genético viral
Exemplos de vírus
Reprodução viral
Os vírus são incapazes de auto-reproduzir e, portanto, necessitam parasitar células para
proliferarem. Quanto ao tipo de reprodução os vírus podem apresentar dois tipos de ciclos: o
lítico e o lisogênico. Esses dois tipos de reprodução são mais bem estudados em bacteriófagos,
sendo por isso o tipo viral escolhido para nosso estudo sobre proliferação.
Ciclo lítico:
No ciclo lítico, o vírus insere o seu material genético na bactéria, onde as funções
normais desta são interrompidas pela presença de ácido nucléico do vírus (DNA ou RNA).
Esse, ao mesmo tempo em que é replicado, comanda a síntese das proteínas que comporão o
capsídeo. Os capsídeos organizam-se e envolvem as moléculas de ácido nucléico ocorrendo a
formação de novos vírus. O grande número de vírus promove a lise, ou seja, a célula infectada
rompe-se e os novos bacteriófagos são liberados. Sintomas causados por um vírus que se
reproduz através desta maneira, em um organismo multicelular aparecem imediatamente.
Ciclo lisogênico
No ciclo lisogênico, o vírus insere seu material genético na bactéria ou na célula
hospedeira,onde o DNA viral incorpora-se ao DNA da célula infectada. Isto é, o DNA viral
torna-se parte do DNA da célula infectada. Uma vez infectada, a célula continua suas
operações normais, como reprodução e ciclo celular. Durante o processo de divisão celular, o
material genético da célula, juntamente com o material genético do vírus que foi incorporado,
sofrem duplicação e em seguida são divididos equitativamente entre as células-filhas. Assim,
uma vez infectada, uma célula começará a transmitir o vírus sempre que passar por mitose e
todas as células estarão infectadas também. Sintomas causados por um vírus que se reproduz
dessa forma, em um organismo multicelular podem demorar a aparecer. Doenças causadas
por vírus lisogênico tendem a ser incuráveis. Alguns exemplos incluem a AIDS e herpes.Vale
lembrar que a doença incorporada na celula pode se "despertar" por algum motivo como
Radiação,quimioterapia, estresse, etc.
Retrovírus
Alguns vírus possuem uma enzima especial chamada transcriptase reversa. Essa
enzima é responsável pelo processo de transcrição reversa (formação de DNA a partir do RNA
viral). Esse processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o
que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem
DNA fazem o processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só
depois a tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus. Como exemplo de
retrovírus podem ser citados o HIV e o vírus causador da gripe suína.
Gripe suína
A gripe suína é causada pelo vírus influenza A H1N1. Os sinais e sintomas da gripe suína
são semelhantes aos da gripe comum, tais como febre, tosse, dor de cabeça, dores
musculares, dor na garganta e fraqueza. A contaminação ocorre de maneira semelhante a
gripe comum: por via aérea, contato direto com o infectado, ou indireto (através das mãos) com
objetos contaminados. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos.
Desde que as mortes em decorrência da gripe suína foram identificadas, alguns grupos de
risco foram observados. São eles: Idosos (maiores de 65 anos) - neste grupo existe uma
situação especial pois os idosos tem sistema imunológico baixo; Crianças (menores de 2
anos); doentes crônicos; asmáticos e imunossuprimidos.
AIDS
A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA, normalmente em Portugal, ou
AIDS, mais comum no Brasil) é o conjunto de sintomas e infecções em seres humanos
resultantes da queda imunológica ocasionada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH, ou
HIV segundo a terminologia anglo-saxónica). Esses vírus destroem células de defesa
chamadas linfócitos T CD4+, fundamentais para a coordenação das defesas do organismo. A
queda do número destes linfócitos abre caminho para doenças oportunistas e tumores que
podem matar o doente. Existem tratamentos para a SIDA/AIDS e o HIV que diminuem a
progressão viral, mas não há nenhuma cura conhecida. Fármacos usados no tratamento da
infecção por HIV interferem com funções da biologia do vírus que são suficientemente
diferentes de funções de células humanas. Um desses fármacos atua inibindo a enzima
transcriptase reversa que o vírus usa para se reproduzir e que não existem nas células
humanas.
Ciclo do HIV
Doenças Virais
DOENÇA
CONTÁGIO
CARACTERÍSTICAS
AIDS
Sangue, relação sexual,
drogas injetáveis, placenta.
Causa destruição do sistema imunológico
Catapora
(varicela)
Contato direto, saliva e
objetos contaminados.
Sintomas: febre, anorexia (falta de apetite), náusea, exantema
(pintinhas vermelhas).
Caxumba
(parotidite)
Contato direto, saliva e
objetos contaminados.
Sintomas: cefaléia (dor de cabeça), calafrios, anorexia, mal-estar,
febre, intumescimento das glândulas parótidas.
Dengue
Picada de mosquitos do
gênero Aedes.
Sintomas: febre, moleza, dores musculares, cefaléia,
náusea, vômito, diarréia.
Febre
Amarela
Picada do mosquito do
gênero Aedes
Sintomas: febre, infecções, cefaléia, vômitos,
hemorragia.
Gripe
Gotículas de secreção
expelidas pelas vias
respiratórias.
Sintomas: problemas respiratórios, febre, dores no
corpo, cefaléia, anorexia, náusea, vômito.
Hepatite A
Gotículas de muco, saliva e
Sintomas: mal-estar, fraqueza, anorexia, náusea,
contaminação fecal de
água e objetos.
dores abdominais, urina escura, pele amarelada.
Herpes
Tipo 1 por contato direto e
tipo 2 por contato sexual.
Causa infecções e lesões na pele e infecções internas.
Poliomielite
transmissão fecaloral,objetos contaminados
por fezes.
Provoca paralisia muscular nos casos mais graves.
Raiva
(hidrofobia)
Saliva de animais
infectados.
Ataca primeiro o sistema nervoso periférico e progride
ata atingir o sistema nervoso central; não há cura.
Rubéola
Contato direto e saliva
Sintomas: exantema, febre, mal-estar, conjuntivite.
Sarampo
Contato direto e objetos
contaminados.
Sintomas: febre tosse seca, conjuntivite, fotofobia,
exantema.
Varíola
Contato direto e objetos
contaminados.
Sintomas: exantema, febre alta e pápulas com pus
Dengue
Picada pelo mosquito
Aedes aegypti
Virose que provoca febres, dores musculares e
hemorragias generalizas podendo ser fatal
Hepatite B e
C
Sangue e relação sexual
Inflamação do fígado, icterícia, febre e fadiga.
Diarréia
Causada pela ingestão de
água e alimentos
contaminados com o
Rotavírus
Diarréia e desidratação
Capítulo VIII- Reino Monera, Protista e Fungi
Reino Monera
Características Gerais








Unicelulares;
Procariontes;
Visíveis ao microscópio óptico;
Isoladas ou coloniais;
Heterótrofas ou autótrofas;
Aeróbicas e anaeróbicas;
Parasitas e de vida livre.
Não apresentam organelas membranosas (apenas ribossomos).
Divisão do Reino Monera
Esse reino é dividido atualmente em três grandes grupos:



Arqueobactérias: São bactérias primitivas encontradas em ambientes extremos (alta
acidez, alta temperatura, salinidade elevada).
Eubactérias: São consideradas as bactérias verdadeiras. Apresentam diversas
funções.
Cianobactérias: antigamente chamadas erroneamente de algas azuis ou cianofíceas.
São fotossintetizantes, porém, sua clorofila encontra-se espalhada no citoplasma (não
apresenta cloroplasto).
Estrutura básica
Apesar de sua menor complexidade em relação aos eucariotos, uma variedade de
estruturas bacterianas podem ser caracterizadas. Lembrando que nem todas as bactérias
possuem todos esses componentes.
Plasmídios
Estes são compostos por DNA extra-cromossômico, usualmente presentes em múltiplas
cópias e freqüentemente codificam fatores de virulência e fatores de resistência a antibióticos.
Algumas formas estão envolvidas na replicação bacteriana.
Flagelos
Algumas espécies bacterianas são móveis e possuem organelas de locomoção flagelos. Os flagelos consistem de várias proteínas, dentre elas a flagelina. Eles movem a
célula por meio de um movimento rotatório semelhante ao de uma hélice.
Pili (sinônimo: fímbrias)
Os tipos de pili (caso sejam produzidos) variam entre as espécies e dentro de uma
mesma espécie. Os pili são filamentos de proteína que se projetam da célula. Alguns tipos
estão envolvidos na conjugação bacteriana e outros tipos permitem a adesão às superfícies de
células epiteliais do hospedeiro durante uma infecção.
Parede celular
Constituída de peptidioglicano (mistura de proteína e carboidrato). É utilizada para
classificar as bactérias em Gram-positiva (na presença do corante gram coram-se de violeta)
ou em Gram-negativa (coram-se de rosa avermelhado). Geralmente, as bactérias gramnegativas são mais resistentes a antibióticos.
Mesossomo
É uma invaginação da membrana plasmática envolvida com a respiração e divisão
celular.
Nucleóide
É a região do citoplasma onde localiza-se o único DNA circular.
Morfologia bacteriana
Respiração
As bactérias podem ser divididas em:



Aeróbicas: vivem apenas na presença de oxigênio.
Aeróbicas facultativas: vivem na presença ou ausência do oxigênio.
Anaeróbicas: vivem na ausência de oxigênio. Podem ser encontradas na forma
de esporos resistentes em ambientes oxigenados. Ex.: Clostridium tetani.
Diversidade Metabólica
As bactérias podem ser tanto autótrofas (produzem seu próprio alimento) ou heterótrofas
(retiram seus alimentos do meio).

◦
Autótrofas:
Fotossintetizantes: produzem seu alimento a partir da energia luminosa.
Apresentam como pigmento a “bacterioclorofila”
◦
Quimiossintetizantes: produzem seu alimento a partir da energia liberada de
reações químicas inorgânicas.
 Heterótrofas:
◦ Saprófitas: Alimentam de matéria orgânica em decomposição
◦ Simbiontes: relação mutuamente vantajosa entre a bactéria e outros
organismos vivos.
◦
bactérias se beneficiam dos restos da outra espécie
anfitriã no entanto sem prejudicar este seu anfitrião.
Comensais: algumas
Reprodução bacteriana
A reprodução bacteriana pode ser de maneira sexuada (ocorre troca de material
genético) ou assexuada (não ocorre troca de material genético).
Assexuada:
É o principal tipo de reprodução das bactérias. Destaca-se a reprodução por divisão
binária ou bipartição ou cissiparidade, na qual uma célula-mãe origina duas células-filhas
idênticas. Baseando-se na Escherichia coli o tempo dessa reprodução é aproximadamente 20
minutos.
OBS.: As bactérias podem reproduzir por esporogonia formando, assim, esporos
resistentes capazes de suportar condições adversas.
Sexuada:

Conjugação: Ocorre troca de material genético por meio de uma ponte
citoplasmática (pili sexual).

Transformação: Quando uma bactéria incorpora material genético presente no
meio. Pode ser de forma natural ou artificial (técnicas de DNA recombinante).

Transdução: Quando um vírus infecta uma bactéria, durante sua reprodução ele
pode “embalar” erroneamente o material genético da bactéria parasitada
(doadora). Esse vírus pode, então, transferir esse material genético para outra
bactéria (receptora).
Importância das bactérias
Industrial
Existem várias espécies de bactérias usadas na preparação de comidas ou bebidas
fermentadas, incluindo as láticas para queijos, iogurte, vinho, salsicha, frios, molho de soja,
leite fermentado e as acéticas utilizadas para produzir vinagres.
Na ecologia
No solo existem muitos microorganismos que trabalham na transformação dos
compostos de nitrogénio em formas que possam ser utilizadas pelas plantas e muitos são
bactérias que vivem na rizosfera (a zona que inclui a superfície da raiz e o solo que a ela
adere). Algumas destas bactérias – as nitrobactérias - podem usar o nitrogénio do ar e
convertê-lo em compostos úteis para as plantas, um processo denominado fixação do
nitrogénio. A capacidade das bactérias para degradar uma grande variedade de compostos
orgânicos é muito importante e existem grupos especializados de microorganismos que
trabalham na mineralização de classes específicas de compostos como, por exemplo, a
decomposição da celulose, que é um dos mais abundantes constituintes das plantas. Nas
plantas, as bactérias podem também causar doenças. As bactérias decompositoras atuam na
decomposição do lixo, sendo essenciais para tal tarefa.
Na indústria farmacêutica: produção de hormônio
A insulina foi a primeira proteína humana produzida por engenharia genética em células
de bactérias e aprovada para uso em pessoas. Até então, a fonte desse hormônio para
tratamento de diabéticos eram os pâncreas de bois e porcos, obtidos em matadouros. Apesar
de a insulina desses animais ser muito semelhante à humana, ela causa problemas alérgicos
em algumas pessoas diabéticas que utilizavam o medicamento. A insulina produzida em
bactérias transformadas, por outro lado, é idêntica à do pâncreas humano e não causa alergia.
O hormônio do crescimento, a somatotrofina, foi produzido pela primeira vez em
bactérias em 1979, mas a versão comercial só foi liberada em 1985, após ter sido submetida a
inúmeros testes que mostraram sua eficiência. O hormônio de crescimento é produzido pela
hipófise, na sua ausência ou em quantidades muito baixa, a criança não se desenvolve
adequadamente. Até pouco tempo atrás, a única opção para crianças que nasciam com
deficiência hipofisária somatotrofina era tratamento com hormônio extraído de cadáveres.
Agora esse hormônio é produzido por técnicas de engenharia genética.
Mecanismo de ação dos antibióticos
O termo antibiótico tem sido utilizado de modo mais restrito para indicar
substâncias que atingem bactérias, ou seja, bactericidas. Essas substâncias podem agir de
diferentes maneiras no metabolismo bacteriano. Exemplo:



Inibindo da formação da parede celular;
Alterando a permeabilidade da membrana plasmática;
Inibindo a síntese protéica (ribossomos).
Algumas doenças causadas por bactérias
Tuberculose
Característica: afeta pulmões, rins, intestino e ossos.
Transmissão: por tosse, fala, expectoração e leite de vaca contaminado.
Tratamento: cura total com antibiótico.
Prevenção: vacina BCG.
Hanseníase (lepra)
Características: afeta a pele (provocando lesões variáveis e alterações na
sensibilidade) e órgãos viscerais.
Transmissão: pode ser direta (contato com lesões, com muco nasal) e indireta (objetos
contaminados).
Tratamento: cura total com vários medicamentos.
Prevenção: educação sanitária.
Cólera
Características: provoca graves infecções intestinais.
Transmissão: por água, alimentos, moscas, contato com pessoas infectadas.
Prevenção: saneamento básico.
Meningite
Características: afeta as meninges e provoca septicemia (infecção generalizada),
manchas na pele, hemorragias digestivas e lesões encefálicas, com seqüelas graves.
Transmissão: direta.
Tratamento: antibióticos.
Prevenção: vacinação.
Leptospirose
Características: afeta fígado, rins e provoca icterícia (amarelamento da pele);
Transmissão: contato com a urina de rato contaminado.
Tratamento: antibióticos e cuidados gerais.
Prevenção: saneamento básico.
Gonorréia (blenorragia)
Características: causa infecção purulenta nas membranas mucosas em especial.
Transmissão: contato sexual.
Tratamento: antibióticos.
Prevenção: preservativo; no caso de recém-nascidos, pingar nitrato de prata nos olhos
da criança, logo após o nascimento.
Sífilis
Características: primeiramente, surge uma ferida – um cancro duro – nos genitais;
depois lesões na pele, no sistema nervoso e no circulatório.
Transmissão: contato sexual.
Tratamento: antibióticos.
Prevenção: preservativo, escolha do parceiro.
Botulismo
Características: afeta o sistema nervoso e a musculatura estriada, provocando
relaxamento muscular.
Transmissão: adquirida com por ingestão de alimento contaminado com toxina
botulínica.
Tratamento: soro antibotulínico.
Prevenção: evitar consumir alimentos contidos em latas de conserva com odores
suspeitos.
OBS.: a toxina botulínica – o botox – é utilizada hoje para a correção das chamadas
rugas de expressão.
Tétano
Características: afeta a musculatura estriada, produzindo contrações violentas e
generalizadas, devido a toxina liberada pela bactéria, que é anaeróbica.
Transmissão: contato da bactéria com ferimentos profundos.
Tratamento: soro antitetânico.
Prevenção: vacinação antitetânica.
Cianobactérias
Também fazem parte do reino monera. Caracteriza-se por apresentar uma rede de
menbranas dispersas no citoplama onde encontram-se impregnados pigmentos acessórios.
Cianobactéria Filamentosa
Características Gerais:




Autótrofas fotossintetizantes;
Aeróbicas;
Encontradas em ambiente terrestre e aquático;
Armazenam amido.
Estrutura básica
As cianobactérias são procariontes que apresentam várias lamelas membranosas
espalhadas por seu citoplasma. Nestas lamelas encontramos aderidos alguns pigmentos
acessórios. O material genético encontra-se espalhado na região mais central da célula.
Reprodução
O único tipo de reprodução conhecido das cianobactérias é a assexuada. Essa
reprodução pode ser de dois tipos:
◦ Formação de esporos: formas resistentes que suportam condições adversas.
◦ Hormogonia: pequenos fragmentos que se separam e formam um novo
filamento.
Importância das cianobactérias
As cianobactérias são as principais produtoras primárias dos oceanos. Além disso,
algumas espécies de cianobactérias filamentosas (Nostoc sp. e Anabaena sp.) são as
principais provedoras de nitrogênio para as cadeias tróficas dos mares, sendo ainda de
utilidade para a alimentação humana.
Reino Protista (proctista)
Nesse reino encontramos dois grandes grupos de seres: algas e protozoários
Características gerais do Reino Protista



São eucariontes;
Uni- ou pluricelulares;
Autótrofos ou heterótrofos.
Algas
As algas são organismos eucariotas (possuem núcleo organizado), autótrofas
fotossintetizantes (clorofila organizada em cloroplastos), apresentam parede celular de celulose
e podem ser uni- ou pluricelulares.
Classificação das algas
Alga
Estrutura
Pigmento
acessório
Parede
celular
Reserva
Importância
Diatomáceas (algas
douradas/crisófitas)
Unicelular
Fucoxantina
Sílica
clisolaminarina
Usadas na
produção de
abrasivos, filtros,
tijolos.
Clorófitas (algas
verdes)
Uni- e
pluricelular
Clorofila
Celulose
Amido
Ancestral comum
das plantas
Laminarina
Gelatinas, filmes
fotográficos,
moldes dentários
Amido
Rico em Vit. C,
produção de
meio Agar
Feófitas (algas
pardas)
Rodófitas (algas
vermelhas)
Euglenófita
Pluricelular
Pluricelular
Unicelular
Fucoxantina
Ficoeritrina
Clorofila
Algina
Pectina
-
Paramilo
Nutrição
mixotrófica
(nutrição
autotrófica e
heterotrófica)
Pirrófitas (algas
bioluminescentes ou
dinoflageladas)
Unicelular
flagelada
Ilustrações das algas
Xantofila
Celulose
Amido
“Responsável
pelo fenômeno
da marévermelha”
Rofofíceas
Euglenofíceas
Pirrofíceas
Reprodução das algas
As algas podem se reproduzir assexuadamente por divisão binária, fragmentação de
partes do corpo ou zoosporia (células liberadas que fixadas ao substrato originam novos
indivíduos). Já na reprodução sexuada pode ocorrer formação de gametas (pluricelulares), que
realizam fecundação externa, originando um zigoto externo. Podem também reproduzir por
conjugação de filamentos em algas pluricelulares ou por fusão em unicelulares.
Observação:
Maré-vermelha: É um fenômeno ocasionado pela superpopulação nos mares das algas
pirrofíceas que produzem no seu metabolismo substânicas tóxicas que lançadas na àgua
envenenam os peixes e outros animais marinhos provocando verdadeiras mortandades
temporárias nos mares.
Protozoários
Características Gerais




Eucariontes;
Unicelulares;
Heterótrofos;
Vida livre ou parasitas.
Classificação
Protozoários são microorganismos cuja classificação é feita com base nas estruturas de
locomoção que eles apresentam. Eles são classificados em:

Filo Sarcodina: locomoção caracterizada pela emissão de pseudópodes (Entamoeba
histolytica);

Filo Mastigophora ou flagelados: deslocamento por propulsão flagelar (Trypanosoma
cruzi, Leishamania sp., Trichomonas vaginalis, Giardia lamblia);

Filo Ciliophora: movimentação mantida por curtas e numerosas estruturas ciliares
(Paramecium caldatum);

Filo Sporozoa → não possui apêndices locomotores, são parasitas (Plasmodium sp.,
causador da malária).
Doenças causadas por protozoários
Doença de Chagas


Agente Etiológico
◦ Trypanosoma cruzi
Vetores (barbeiros)
◦ Triatoma
◦ Rhodnius
◦ Panstrongylus
Transmissão




Fezes do barbeiro contaminado;
Transfusão de sangue;
Congênita;
Alimentação
Principais Sintomas
 Fase aguda:
Taquicardia, febre e sinal de Romanã
 Fase crônica:
Crescimento do coração (cardiomegalia) e/ou outros órgãos do sistema digestório.
Profilaxia




Controle biológico do vetor;
Uso de telas e mosquiteiros;
Casas de alvenaria;
Tapar frestas nas paredes.
Leishmaniose Tegumentar (Úlcera de Bauru)
Agente Etiológico:
 Leishmania braziliensis
Vetor:
 Flebótomo do gênero Lutzomya (mosquito palha ou birigui).
Transmissão:

Picada da fêmea contaminada do flebotomíneo.
Reservatórios
 Cão e raposa
Sintomas


Úlcera no local da picada (lesão inicial);
Lesões na região nasobucofaringeana.
Leishmaniose visceral ou Calazar
Agente etiológico
 Leishmania donovani
Vetor:
 Mosquito flebótomo do gênero Lutzomyia
Transmissão:
 Pela picada da fêmea do mosquito palha.
Sintomas





Febre;
Ascite (barriga d`’agua);
Hepatomegalia;
Magreza intensa;
Complicações circulatórias e respiratórias.
Profilaxia




Uso de inseticidas nos domicílios e peridomicílios;
Uso de telas;
Uso de repelentes;
Tratamento dos indivíduos doentes.
Tricomoníase
Agente etiológico:

Trichomonas vaginalis
Transmissão:
 Relação sexual;
 Uso de sanitários e banheiras sem condições de higiene;
 Uso de toalhas úmidas contaminadas
Sintomas
 Homem:
◦ Mal cheiro, Uretrite e ardor ao urinar.
 Mulher:
◦ Vaginite, uretrite, leucorréia (corrimento vaginal, espumante, malcheiroso, branco
amarelado).
Profilaxia




Uso de preservativo durante o ato sexual;
Esterilização de aparelhos ginecológicos;
Cuidados em banheiros públicos;
Tratamento dos indivíduos portadores.
Malária
Agentes etiológicos:
 Plasmodium vivax (terça benigna);
 Plasmodium falciparum (terça maligna);
 Plasmodium malariae (quartã).




Contaminação:
Picada de fêmeas do mosquito Anopheles (mosquito prego);
Via placentária;
Transfusão sanguínea;
Seringas não esterilizadas.






Sintomas
Febre;
Calafrio;
Sudorese;
Anemia;
Aumento do volume de baço e fígado;
Diminuição na capacidade de resposta imune.
Profilaxia




Combate ao inseto vetor;
Introdução de peixes que alimentam de larvas nos açudes;
Uso de repelentes;
Instalação de telas em portas e janelas.
Toxoplasmose
Agente etiológico:

Toxoplasma gondii
Hospedeiro definitivo (onde ocorre a reprodução sexuada):

Gato e outros felídeos
Hospedeiro intermediário (ocorre apenas reprodução assexuada)
 Homem e outros mamíferos.
Contaminação





Ingestão de cistos do parasito presente nas fezes de animais contaminados;
Ingestão de carne crua ou mal cozida de animais infectados (de porco e carneiro,
principalmente);
Transfusão de sangue;
Relação sexual;
Congênita.
Profilaxia





Não ingerir carne crua ou mal passada;
Alimentação de gatos com ração;
Uso de areia sintética ou incineração das fezes de gato;
Uso de preservativos;
Seleção de doadores de sangue.
Amebíase (disenteria amebiana)
Agente etiológico:

Entamoeba hystolitica
Transmissão:

Ingestão de água e alimentos contaminados com cisto do parasita.
Sintomas:


Diarréia sanguinolenta;
Dores abdominais.
Profilaxia



Saneamento básico;
Higienização;
Tratamento da água (filtração e fervura).
Balantidiose
Agente Etiológico

Balantidium coli
Transmissão:

Ingestão de água e alimentos contaminados com cisto do parasita.
Sintomas:


Diarréia sanguinolenta;
Dores abdominais.
Profilaxia



Saneamento básico;
Higienização;
Tratamento da água (filtração e fervura).
Giardíase
Agente Etiológico

Giardia lamblia
Transmissão:

Ingestão de água e alimentos contaminados.
Sintomas:


Diarréia sanguinolenta;
Dores abdominais.
Profilaxia



Saneamento básico;
Higienização;
Tratamento da água (filtração e fervura).
Reino Fungi
Características Gerais

Uni- ou Multicelulares;

Todos heterótrofos por absorção;

Digestão extracelular;

Apresentam parede celular de quitina (maioria);

Glicogênio como reserva energética;

São encontrados em ambientes úmidos e sombrios ricos em matéria orgânica.
Estrutura corporal dos fungos pluricelulares (cogumelo)
Os fungos apresentam estruturas filamentosas chamadas de hifas. Essas hifas enrolamse umas as outras formando o corpo vegetativo do fungo (porção exterior ao substrato). O
conjunto de hifas é chamado de micélio.
Tipos de hifas:
As hifas são divididas em:

Asseptadas ou cenocíticas (sem septos)

Septadas (com septos)
◦
Unicarióticas (haplóide);
◦
Dicarióticas (diplóide).
Classificação
Filo Zygomycota
Com 765 espécies conhecidas, são fungos terrestres, a maioria saprófita ou parasita.
Apresentam parede celular com quitina e hifas cenocíticas. A reprodução sexuada origina
zigosporos no interior de um zigosporângio (que dá o nome ao táxon e pode permanecer
dormente longos períodos). Pertence a este filo o bolor negro do pão ou da fruta, uma séria
ameaça a qualquer material armazenado úmido e rico em carboidratos.
Filo Ascomycota
Com mais de 30000 espécies, este filo inclui numerosos fungos familiares e com
importância econômica, como as trufas, numerosos bolores verdes, amarelos e vermelhos.
Apresentam hifas septadas dicarióticas ou parcialmente septadas. Parede celular com quitina.
A designação do filo deriva da estrutura produtora dos esporos sexuados, o ascocarpo, em
forma de saco. Pertencem a este filo as leveduras, os únicos fungos deste grupo não
filamentosos.
Filo Basidiomycota
São incluídos neste filo mais de 16000 espécies, a maioria bem conhecida, como todos
os cogumelos, as ferrugens e os carvões, importantes fitoparasitas. Muito importantes na
decomposição de substratos vegetais, atingem 2/3 da biomassa não animal dos solos. São
fungos filamentosos, com hifas septadas perfuradas e dicarióticas e com parede quitinosa. A
estrutura produtora de esporos sexuados, o basidiocarpo, é vulgarmente conhecido por
cogumelo. Este resulta da fusão de dois micélios diferentes e irá produzir basídios, células em
forma de clava e separadas do restante micélio por septos. Deles, formam-se os basidiósporos,
grupos de 4 e presos por pequenos pedúnculos.
Filo Deuteromycota
Este filo inclui todos os fungos em que não seja conhecida a reprodução sexuada. Por
este motivo este filo também é designado por fungos imperfeitos. Inclui mais de 17000
espécies. Ex.: Candida albicans, causadora da candidíase.
Importância dos fungos:

Decomposição: Juntamente com as bactérias promovem a ciclagem dos nutrientes em
nosso ecossistema.

Patogenias
o
Micoses;
o
Frieiras;
o
Candidíase;

Micorrizas: alguns fungos associam-se a raízes de plantas promovendo uma maior
retenção de água e nutrientes. Em troca a planta libera açúcares em torno da raiz que
são utilizados na alimentação do fungo.

Produção de antibióticos: Muitos fungos são utilizados para produzir antibióticos. Ex.:
penicilina.

Fermentação: Alguns fungos que realizam fermentação alcoólica são utilizados para a
produção de bebidas alcoólicas e álcool combustível.
Líquens
É uma associação entre algas (ou cianobactérias) e fungos. São importantes
bioindicadores de poluição. Além disso, os liquens são espécies pioneiras na sucessão
ecológica e muito usados para a produção de corantes.
Fungo
Alga
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