Métodos contraceptivos Método comportamental Método Rítmico ou Ogino-Knaus (do calendário ou tabelinha): procura calcular o início e o fim do período fértil (figura) e somente é adequado para mulheres com ciclo menstrual regular. A mulher deve ser orientada, inicialmente, a marcar no calendário os últimos 6 a 12 ciclos menstruais com data do primeiro dia e duração, calculando então o seu período fértil e abstendo-se de relações sexuais com contato genital neste período. É pouco eficaz se não for combinado com outros métodos, como preservativos ou espermicidas, pois depende da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher, onde a libido (desejo sexual) se encontra em alta. Ciclos irregulares Como é comum em algumas mulheres uma pequena variação no tamanho do ciclo menstrual, o cálculo para o período fértil deverá compreender o ciclo mais curto e o mais longo. Neste caso, primeiramente a mulher deverá anotar o 1° dia da menstruação durante vários meses e calcular a duração de seus ciclos (cada um deles contado do primeiro dia da menstruação). A partir daí, deverá proceder da seguinte forma para calcular o período fértil: 1. subtrair 14 dias do ciclo mais curto (dia da ovulação) 2. subtrair 14 dias do ciclo mais longo (dia da ovulação) 3. subtrair pelo menos 3 dias do dia da ovulação do ciclo mais curto e somar 3 dias ao dia da ovulação do ciclo mais longo. Temperatura basal: método oriundo na observação das alterações fisiológicas da temperatura corporal ao longo do ciclo menstrual. Após a ovulação, a temperatura basal aumenta entre 0,3 e 0,8o C (ação da progesterona). A paciente deve medir a temperatura oral, durante 5 minutos, pela manhã (após repouso de no mínimo 5 horas) antes de comer ou fazer qualquer esforço, e anotar os resultados durante dois ou mais ciclos menstruais. Esse procedimento deve ser realizado desde o primeiro dia da menstruação até o dia em que a temperatura se elevar por 3 dias consecutivos. Depois de estabelecer qual é a sua variação normal, e o padrão de aumento, poderá usar a informação, evitando relações sexuais no período fértil. Uma grande desvantagem do método da temperatura é que se a mulher tiver alguma doença, como um simples resfriado ou virose, todo o esquema se altera, tornando impossível retomar a linha basal, ou saber se o aumento de temperatura é devido à ovulação ou a febre. Método do Muco Cervical (Billing): baseia-se na identificação do período fértil pelas modificações cíclicas do muco cervical, observado no auto-exame e pela sensação por ele provocada na vagina e vulva. A observação da ausência ou presença do fluxo mucoso deve ser diária. O muco cervical aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação, e inicialmente é pouco consistente e espesso. Logo antes da ovulação, ele atinge o chamado "ápice", em que fica bem grudento. Testa-se colocando o muco entre o indicador e o polegar e tentando-se separar os dedos. É necessária a interrupção da atividade sexual nesta fase, permanecendo em abstinência por no mínimo 4 dias a partir do pico de produção, período em que se inicia o período infértil novamente. Esse método também exige observação sistemática e responsabilidade por parte da mulher durante vários meses, até conhecer bem o seu ciclo e o muco. No entanto, qualquer alteração provocada por doença, ou quando a mulher tem pouco ou muito muco, o método se torna pouco confiável. Coito interrompido: baseia-se na capacidade do homem em pressentir a iminência da ejaculação e neste momento retirar o pênis da vagina. Tem baixa efetividade, levando à disfunção sexual do casal, e deve ser desencorajado. Métodos de barreira Preservativo masculino e feminino Vantagens: Facilidade Sem efeitos colaterais Não envolve riscos à saúde Proteção às DST’s Retorno a fertilidade imediato Não necessita prescrição médica Desvantagens: Maiores índices de gestação que outros métodos Necessidade de inserção antes do ato sexual Necessidade de maior motivação do casal p/ uso Diafragma: pode ser associado a espermicida Espermicida: destroem e imobilizam os espermatozóides (nonoxinol-9, octocinol-9 e menfegol) Anticoncepcional hormonal Oral (ACHO) Sintéticos de estrógeno: etinil estradiol (EE): forma de estrógeno que não é inativada VO mestranol: pré-droga em doses > 0,35mg/dia: maior risco de TVP Progestogênio: forma sintética da progesterona. Tipos: derivados da 17-alfa-hidroxiprogesterona (pregnanos): mais fisiológicos e mais antiandrogênicos (derivado da progesterona), ef col freq é a queda da libido. Ex.: acetato de medroxi-progesterona, megestrol (mais freq - injetaveis) e acetato de ciproterona, clormadidona (VO) derivados da 19-nortestosterona: mais androgênico (derivado da testosterona). Ex.: Norestisterona, Noretindrel, Norgesterona (estranos) e Norgestrel, Levonorgestrel, Desogestrel , Gestodeno (gonanos) Tipos: . Isolado: Só P: Levonorgestrel 0,03mg (Nortrel), Noretisterona 0, 35mg (Micronor, Norestin), desogestrel 0,075mg (Cerazette – melhor eficácia) Mec Ação: espessamento do muco e atrofia do endométrio. Pode levar a ciclos anovulatório, mas isso é secundário e pode não ocorrer. Indicação: amamentação a partir de 6 semanas do parto; mulheres acima de 35 ou 40 anos, em que a fertilidade seria menor, até porque tais mulheres teriam maior risco cardiovascular com o combinado; HAS, coagulopatia, cardiopatias valvares, tabagista > 35 anos. Contra-ind: mesmas do combinado Risco de gravidez ectópica Ef col: amenorréia (50%), cefaléia, acne, sensibilidade mamaria, náusea, vaginite, dismenorreia. . Combinado: EE + P. São 21 cps – inicia a cartela no 1º dia do ciclo, qdo terminar, aguarda 7d para iniciar a próxima cartela. Sangramento no 3º dia após o ultimo cp. Mec de ação: suprimir FSH (pelo E) e LH (pela P), não inibem a produção de esteróides – não há amadurecimento ovular, nem ovulação. Outras ações: Atuam no muco cervical deixando-o espesso e hostil – protege contra DIP Diminuem a oferta de glicogênio endometrial Alteram a contratilidade tubária - Monofásico: mesma qtidade de medicamento em todos os comprimidos EE 0,05mg + Norgestrel 0,5mg (Primovlar) EE 0,035mg + acetato de ciproterona 2mg (Diane 35) EE 0,05mg + levonorgestrel 0,25mg (Neovlar) EE 0,03mg + levonorgestrel 0,15mg ( Microvlar, Levordiol, Ciclo 21) EE 0,02mg + desogestrel 0,15mg (Primera 20, Femina) EE 0,03mg + desogestrel 0,15mg (Primera 30) - Bifásico e Trifásico: a cada 6-7 dias a composição dos cp se alteram Ef colaterais: Geral o E: cefaléia, náuseas, tontura, caimbra, irritabilidade, nervosismo, ingurgitação venosa, mastalgia, cloasma, mucorréia o P: fadiga, depressão, queda da libido, acne, hirsutismo, seborréia, mastalgia, queda de pêlo, spoting, ganho de peso. Ovário: diminui cistos funcionais, leve fibrose estromal Útero: o miométrio: leve atrofia o endométrio: estado hipotrófico – spotting o colo: hiperplasia polipóide Vagina: vaginite por cândida por alt do muco e da flora Vulva: estado hipertrófico Mama: sensibilidade, reduz lactação Riscos: - neoplasias: mama, colo, fígado, adenoma hipofisário(?). Proteção contra câncer de endométrio e ovário. -trombose: E aumenta a produção de fatores de coagulação Indicações: - anticoncepção para adolescentes – boa eficácia - regularização menstrual, alivio de TPM, dismenorreia, -manifestação de androgenização: acne, hirsutismo e seborréia - melhora as doenças benignas da mama - melhora densidade óssea -reduz cistos de ovário funcionais - reduz risco para: Ca de ovário e endométrio Contra-indicação: - neo hormônio dependente, Ca de mama - TVP ou antecedentes, DCV, AVC - sangramento uterino anormal não investigado - gestação ou amamentação em menos de 6 meses após o parto - HAS, DM II - fumante ou DM > 35 anos - idade > 50 anos - hepatopatias (risco de litíase), LES, DLP, anemia falciforme - enxaqueca: sem aura >35 anos ou com aura em qq idade RELATIVA: - fator de risco para TVP, fumante - dça biliar, passado com icterícia gravídica - cefaléia hemicraniana, epilepsia, psicose - HAS leve ou moderada, DM II moderada, insuf renal ou cardíaca Interação medicamentosa: barbitúricos, carbamazepina, oxcarbazepina, fenitoína, primidona, topiramato ou rifampicina antirretrovirais: ritonavir, lopinavir, nevirapina diminuem a ação do ACHO: metildopa, hipoglicemiantes, guanetidina Comprimido vaginal: levonorgestrel 0,25 mg; etinilestradiol 0,05 mg (Lovelle) Primeiro ciclo: deve iniciar-se no 5º dia do ciclo menstrual. Assim, diariamente, durante 21 dias seguidos, sem interrupção, deve-se colocar 1 comprimido de no interior da vagina. faz-se um intervalo de 7 dias sem uso da medicação, quando então deverá ocorrer o fluxo menstrual Mesmos risco de ACHO Implante hormonal (IMPLANON): microbastão contendo etonorgestrel (progesterona), que é implantado no antebraço (com anestesia local) e inibe a ovulação. Dura três anos. Mec ação: inibe a ovulação (inibe pico LH), altera o muco e atrofia endométrio. Amenorreia (40%), melhora TPM e dismenorreia Contra-ind: mulher > 70kg (menor eficácia) Injetável Isolado ou combinado (=ACHO), adm IM mensal ou trimestral Tipos: - mensal: combinado . 150 mg de acetofenido de algesterona e 10 mg de enantato de estradiol (Perlutan) . 50 mg de enantato de noretisterona e 5 mg de valerato de estradiol (Mesigyna); . 25 mg de acetato de medroxiprogesterona e 5mg de cipionato de estradiol (Cyclofemina); todos: amenorréia só em 1% das pctes. Ef col: ganho ponderal, cefaléia, alt humor. Retorno a fertilidade em até 4 meses. Contra-ind: = ACHO. - trimestral: isolado . 150 mg acetato de medroxiprogesterona (Depo-provera): suprime a ovulação por 14 semanas (inibe pico de estradiol), espessa o muco e atrofia o endométrio. 1ª adm: 5º dia do ciclo ef col: mesmo do ACHO isolado pode levar 9 meses para voltar a fertilidade Ef col mais pronunciados: náuseas, ganho de peso, spotting Possível alteração de massa óssea co uso prolongado de injetáveis só de P Anticoncepcional emergencial ou pós-coital Age em até 72h após o coito em qq época do ciclo. Falha < 1% Tipo: . 200µg de etinilestradiol + 1000µg de levonorgestrel VO em duas doses de 12/12h (Acomplia) . 750µg de levonorgestrel VO em duas doses de 12/12h . 1,5mg de levonorgestrel VO dose única (Pozato) Método Yuzpe: combinado Método do levonorgestrel: mais efetivo, menos efeitos colaterais. Ind: antiretrovirais (pós abuso sexual) Alta dose de estrogênio: Inibe a ovulação, altera a função do corpo lúteo, interfere com a resposta endometrial e na dinâmica do espermatozóide Ef col: mal estar intenso, enjôo, hemorragia, vômitos (se 2h após a ingestão, repetir a dose) Contra-ind absoluta: só gestação Anel vaginal (Nuvaring®): . anel flexível, transparente, com um diâmetro externo de 54mm e espessura de 4mm. . 11,7 mg de etonogestrel e 2,7 mg de etinilestradiol, liberação diária respectivamente de 120 mcg e 15 mcg, por um período de 3 semanas. . Colocar no fundo de saco posteior e retirar após 21 dias, intervalo de 7d . ef col: = ACHO + desconforto vaginal, expulsão do anel, desconforto durante a relação sexual Adesivo hormonal (Evra®): 6,0 mg de norelgestromina 9um progestógeno (pouco androgênico) e 0,60 mg de etinilestradiol, liberando 150 mcg de norelgestromina e 20 mcg de etinilestradiol na circulação sanguínea a cada 24 horas. área de superfície de contato de 20 cm² O primeiro adesivo deve ser aplicado no primeiro dia do ciclo menstrual. Cada adesivo deve ser aplicado no mesmo dia da semana do primeiro. Um novo adesivo deve ser aplicado a cada semana por 3 semanas consecutivas, deixando a quarta semana livre. Menor eficácia em mulhers > 90kg Vantagem: não sofre ef de 1ª passagem hepática (menos ef sistêmicos) Dispositivo intra-uterino (DIU) Ação de corpo estranho, com infiltração celular e alterações bioquímicas locais, impedindo a implantação. Mec Ação: Espermicida aumento da viscosidade do muco inverte a movimentação ciliar da tuba (> risco de gestação ectópica) Efeito do íon cobre ↓ a vitalidade e motilidade espermática e também a vitalidade do óvulo Muito eficaz na prevenção da gravidez. Rápido retorno a fertilidade. Tempo de adaptação: 6m, podendo apresentar cólica forte e sangramento durante a menstruação Tipos: Cobre T380 ou medicado ( levonorgestrel (Mirena) – indicado para adenomiose e endometriose. Ação: provoca atrofia do endométrio e inibição da passagem do espermatozóide através da cavidade uterina). Ambos têm duração de 10 anos. Indicação: Parceiro único Parto anterior Contra-indicação de outros métodos (ACHO) Contracepção de emergência – até 5 dias após o coito Contra-indicação: Gestação Infecção pós-parto ou pós-aborto DIP Cervicite peurulenta Sangramento vaginal sem diagnóstico CA colo, endométrio ou ovário, mama Alt. Anatômicas uterinas, mioma Em caso de DIPA não precisa retira-lo se há melhora clinica com ATB Não faz ATB profilático, exceto se suspeita de endocardite. Pode implantar após 4 semanas do parto. Gravidez: há risco de abortamento (50%) e de infecção. Retirar até 12ª semana. Metodo definitivo – cirúrgico Laqueadura Legislação: não permite laqueadura na cesariana ou logo depois do parto pode fazer: >25 ou com pelo menos 2 filhos prazo de no min 60 dias do desejo de operar e a cirurgia em si em caso de risco de vida ou saúde da mulher ou do futuro concepto – assinado por 2 medicos . Aberta Minilaparotomia pós parto vaginal: incisão infra ou transumbilical ( técnica de Sauter), facilidade de encontras as tubas Minilaparotomia no intervalo: incisão suprapubica Tecnica de Pomeroy Técnica de Pomeroy modificada (Parkland): salpingectomia parcial Técnica de Madlener: 1. 2. 3. 4. 5. Apreensão da tuba na altura do istmo a 2,5 cm do utero. Eleva-se a trompa neste ponto formando-se uma angulação acentuada. Uma ligadura é feita deixando-se uma alça de aproximadamente 1 cm. A ligadura com fio absorvível promove um estrangulamento da alça formada e conseqüente isquemia. A isquemia permite uma posterior reabsorção da alça estrangulada com a consequente liberação das extremidades proximal e distal. Técnica de Uchida 1. Infiltração de soro fisiológico ou solução anestésica entre as folhas do mesosalpinge, procurando-se hidrodissecar a tuba do peritoneo visceral. 2. Abre-se este peritônio na altura do bordo superior da tuba seguindo-se a dissecção da mesma evitando comprometer ou lesionar os vasos justo-tubárias. 3. Uma vez dissecada a tuba secciona-se em dois pontos distintos, removendo 1 cm da mesma e ligando-se as extremidades sem reaproximá-las. 4. O coto proximal é invaginado colocando-o entre os folhetos do mesosalpinge. A extremidade distal, ligada, não é invaginada. 5. Pontos separados são realizados no mesosalpinge, aproximando-se os folhetos anterior e posterior e mantendo o coto proximal invaginado e o distal não, separando-os com a finalidade de evitar uma possível fistulização./ . Laparoscópia: Coagulação elétirca Anel de Yoon (silastic) Clipe de Hulka Falhas: Nas mulheres acima de 34 ou mais anos de idade, a taxa de eficácia é bastante elevada –falha de 0,7% em um período de 10 anos. Entre 18 e 30 anos o risco de gravidez é 3 vezes maior atingindo 2,6 % em um período de 10 anos. Vasectomia