01/05/2009 Sexta-feira SAÚDE Leia a íntegra do Boletim epidemiológico Período de incubação varia entre um a sete dias com transmissibilidade de dois dias antes até cinco dias após o início dos sintomas DECA – CIEVS - PR Boletim Epidemiológico nº 01 Informe do dia 01/05/2009, às 18h30 EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL Gripe A (H1N1) 1. Informações gerais sobre a doença É uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. O quadro clássico tem inicio abrupto com febre, mialgia (dores musculares e articulações) e tosse seca. É um vírus RNA e subdivide-se em três tipos: A, B e C de acordo com sua diversidade antigênica. Os dois primeiros, principalmente os vírus influenza A, são altamente transmissíveis e mutáveis. Os vírus influenza tipo “A” são encontrados em várias espécies animais, sendo as aves aquáticas silvestres seu principal reservatório. O tipo “A” é o responsável pelas pandemias periódicas de influenza com início na forma zoonótica, a partir de aves e suínos, e posterior adaptação para transmissão interhumana, como as pandemias ocorridas nos anos de 1918, 1957 e 1968 no século XX. O principal modo de transmissão é o contágio mediato por aerossóis primários. A transmissão também pode ocorrer por contato com secreções nasofaríngeanas, daí a importância da lavagem adequada de mãos para o controle da doença. Eventualmente também pode ocorrer transmissão pelo ar, pela inalação de pequenas partículas residuais dessecadas, que podem ser levadas a distâncias maiores. A influenza tem altas taxas de ataque, disseminando-se rapidamente na comunidade e em ambientes fechados. O período de incubação varia entre um a sete dias com um período de transmissibilidade de dois dias antes até cinco dias após o início dos sintomas. Veja os quadros de Níveis de alerta e a posição do governo no anexo. Quadro 1- Níveis de alerta para influenza pandêmica segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Período Fases Interpandêmico 1-3 Alerta pandêmico 4 Alerta pandêmico 5 Pandêmico 6 Pós – pandêmica 7 Nível de alerta A fase 3 significa transmissão predominantemente zoonótica com poucos casos humanos. Transmissão interhumana sustentada indicando adaptação do vírus para transmissão pessoa a pessoa. Ampla dispersão da infecção em pelo menos dois paises. Na fase 5 há um forte indicativo de pandemia iminente. A fase 6 corresponde a fase pandêmica propriamente dita. Possíveis eventos recorrentes, surtos epidêmicos. Caso suspeito Caso suspeito é considerado quando o paciente apresentar febre alta de maneira repentina (>38º C) com tosse, podendo estar acompanhado de algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares, nas articulações e dificuldades respiratórias, além de se encaixar em pelo menos uma das duas situações descritas abaixo: Ter apresentado sintomas até 10 dias após sair de área afetada pela influenza suína. Ter tido contato próximo, nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo subtipo de influenza suína. Observação: é entendido como contato próximo o indivíduo que cuida, convive ou teve contato direto com secreções respiratórias ou fluídos corporais do caso suspeito. Definições 1. Caso em monitoramento: São considerados casos em monitoramento aqueles: A) procedentes de país (es) afetado (s), com febre não medida e tosse, podendo ou não estar acompanhada dos demais sintomas referidos na definição de caso suspeito ou B) viajantes procedentes de vôos internacionais, nos últimos 10 dias, de país (es) não afetado (s) e apresentando sintomas de acordo com a definição de caso suspeito. E/ou aqueles casos que não preenchem na íntegra o critério do Ministério da Saúde, mas o Estado entende como importante para inserção no monitoramento. Casos suspeitos: Todos os casos que preenchem os critérios da definição de caso suspeito do Ministério da Saúde já citado acima. Estes não estão incluídos dentre os casos em monitoramento. Outro critério importante é que eles tenham voltado de um local de risco há cerca de 10 dias. 2. Casos confirmados em laboratório: Todos os casos suspeitos confirmados laboratorialmente. 3. Casos descartados: Todos os casos descartados por critérios clínicos e epidemiológicos e/ou laboratoriais. Situação epidemiológica no Paraná conforme dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde. Quadro 2 - Situação epidemiológica no Paraná. Número 1 2 Regional de Saúde 2ª (Curitiba) 10ª (Cascavel) Monitoramento Suspeito Confirmados laboratorialmente Descartado 02 03 04 - 01 - 02 04 Total Fonte: CIEVS/DECA/SESA-PR 04 Observações: 1.dados consolidados em 30/04/09 às 9h 2. Eventuais divergências em relação aos dados do MS poderão ocorrer devido a maior velocidade de obtenção de informações pela Secretaria de Saúde do Paraná (SESA). O período entre a consolidação dos dados da Secretaria e do Ministério da Saúde pode variar entre algumas horas e até mesmo, dias. Todavia, todas as informações descritas acima já foram notificadas ao Ministério. Para a situação epidemiológica no Brasil e no mundo acompanhar também o boletim produzido pelo Ministério da Saúde, enviado juntamente com este informativo ou pelo endereço: www.saude.gov.br/svs Medicamento O Ministério da Saúde divulgou que, com muito critério, será utilizado para o tratamento dos pacientes graves com a influenza A o medicamento “Tamiflu”. O controle do estoque é feito pelo próprio Ministério da Saúde, que enviará doses para estes tratamentos de maneira paulatina para as Secretarias Estaduais de Saúde conforme demanda apresentada. Contudo, o uso medicamentoso será tratado com extremo rigor, não apenas pela possibilidade de efeitos colaterais do uso indiscriminado do referido remédio, mas principalmente pela capacidade de adaptação do vírus, o que pode gerar resistência do vírus para com o medicamento, perdendo a sua eficácia. Ações do Governo do Estado Desde que houve o primeiro comunicado da existência da Influenza A, a Secretaria da Saúde se pôs em estado de alerta, se reunindo constantemente. DATA Domingo 26 abril HORÁRIO 17 horas Segunda 27 abril 11 horas Segunda 27 abril 16 horas Terça 28 abril 08 horas Terça 28 abril 14 horas Terça 28 abril 16 horas ATIVIDADES Reunião técnica da Secretaria da Saúde (SESA) com a Superintendência de Vigilância em Saúde, CIEVS, LACEN e CEMEPAR. Reunião da área técnica com o Secretário da Saúde, Gilberto Martin. Reunião intersetorial na SESA com Defesa Civil, ABIN, Exército, SEAB, ANVISA, COSEMS, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e INFRAERO. Primeira reunião com a Comissão Permanente de Enfrentamento a Influenza A Entrevista Coletiva com o Secretário da Saúde, para exposição da situação a população paranaense, por meio dos veículos de comunicação. Contato com todas as Regionais de Saúde para orientações quanto a Terça 28 abril 17 horas Quarta 29 abril 08 horas Quarta 29 abril 10h às 19h Quinta 30 abril 08 horas Quinta 30 abril 08 horas Quinta Quinta 30 abril 30 abril 09 horas 11 horas Quinta 30 abril 14 horas Quinta 30 abril 17 horas Quinta 30 abril 18 horas Quinta 30 abril 19 horas Quinta 30 abril 17 horas Quinta Sexta Sexta 30 abril 01 maio 01 maio 21 horas 8h às 11h 11h às 16h Sexta 01 maio 16h até o demanda de informações. Apresentação do panorama da Influenza A para os servidores da Secretaria da Saúde em Curitiba. Realizada a segunda reunião com a Comissão Permanente de Enfrentamento a Influenza A 1) Atualização do Plano de Contingência 2) Elaboração da Minuta da Resolução para constituição formal da Comissão Permanente; 3) Estabelecimento do fluxo de atendimento e notificação de casos. Realizada a terceira reunião com a Comissão Permanente de Enfrentamento a Influenza A Conclusão de: 1) Atualização do Plano de Contingência; 2) Elaboração da Minuta da Resolução para constituição formal da Comissão Permanente; 3) Estabelecimento do fluxo de atendimento e notificação de casos. Reunião na Associação Brasileira de Inteligência (ABIN) Informação para o Congresso realizado pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa. Reunião com os Conselhos de Classes e Organizações da área de Saúde: CRM, Associação Médica, COREN, ABEN, CRF, FEHOSPAR, FEMIPA, Federação da UNIMEDS, Ministério Público, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, APARCIH, HC, HTE, HU/Londrina. Disponibilização na internet, por meio do site www.saude.pr.gov.br, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DE UMA PANDEMIA DE INFLUENZA Envio do memorando as 22 Regionais de Saúde, convocando para treinamento: diretores das Regionais, técnicos dos setores de epidemiologia das regionais e municípios sedes das regionais e técnicos dos hospitais de referência (+/- 30), prevista para os dias 05 e 06 de maio em Curitiba. Composta escala de Motoristas de Sobreaviso, em cada uma das 22 Regionais de Saúde, para eventual transporte de pacientes, coletas etc. Recebimento de vinte (20) tratamentos de Tamiflu, enviados pelo Ministério da Saúde. Reunião com DG, SVS, CIEVS e Comunicação Social da SESA. Produção de documentos informativos para entidades. Reunião do grupo técnico com o Secretário da Saúde para análise do panorama no estado. Monitoramento da situação epidemiológica mundial, nacional e momento estadual. Serviços de referência O Paraná conta com quatro hospitais de referência para atendimento de pacientes que necessitem de internação: Hospital do trabalhador, Hospital de Clínicas, Costa Cavalcanti de Foz do Iguaçu e Hospital Universitário de Londrina, que juntos somam 28 leitos. O Estado também está organizando uma rede de retaguarda que estabelece no mínimo um hospital de referência (que atende pelo SUS) para cada uma das 22 Regionais de Saúde do Estado. Isolamento dos pacientes Os pacientes com suspeita de gripe A (H1N1) devem ser isolados para evitar uma possível transmissão para outros indivíduos. Contudo, não há a necessidade, conforme normas técnicas, de que seja feita apenas em hospitais de referência. O isolamento, galgado em normas técnicas, pode ser feito em qualquer um dos hospitais. Qualquer afirmação contrária a esta situação, contraria procedimentos técnicos baseados em critérios científicos. ____________________________________________________ Perguntas frequentes: A gripe A (H1N1), conhecida popularmente como “gripe suína”, mata? Assim como qualquer outra gripe, pode matar. A letalidade média da influenza sazonal é de 0,5%, enquanto outras, mais virulentas, como a gripe aviária tem a letalidade de 50%. Contudo, ainda não há uma estatística precisa sobre a letalidade deste novo tipo de gripe. O motivo é que os óbitos, por enquanto, ocorreram apenas no México e as estatísticas não são seguras o suficiente para se afirmar que outros casos, menos sintomáticos, também estejam sendo registrados no País, o que diminuiria o atual índice de 6% de letalidade, que ainda não é confiável. Qual o motivo da doença estar sendo repassada e preocupar tanto? A gripe está sendo causada por uma variação do vírus A H1N1. Por este motivo, não há carga imunológica de proteção, como ocorre na maioria das doenças. Portanto, ela tem maior transmissibilidade já que o organismo não reconhece prontamente o vírus o que impede o sistema de defesas do corpo de agir contra a gripe. Há vacina para gripe A (H1N1)? Por ser um vírus novo, ainda não há uma vacina disponível para a doença. Também não há comprovação que a imunização contra a influenza tradicional seja eficaz para diminuir os problemas ocasionados pelo novo tipo de gripe. Comer carne de porco transmite a doença? Não, o vírus não consegue sobreviver a uma temperatura superior a 70 graus. Então a carne suína bem cozida, frita ou assada não traz nenhum risco de contaminação. ____________________________________________________ A Secretaria de Estado da Saúde solicita, encarecidamente, que os veículos de comunicação nos apóiem no sentido de divulgar a melhor e mais correta informação possível, dentro de critérios que procurem esclarecer e não apavorar a população. Sobretudo porque não há motivo para pânico. Relatos chegaram até a Secretaria dando conta que veículos de comunicação estão utilizando o nome da Secretaria indevidamente para pescar informações com outras instituições. Além de não resolver o problema, este tipo de situação pode criar crises institucionais que em nada colaboram para a resolução do problema. Muito pelo contrário. Apenas vão prejudicar o andamento dos trabalhos e a unidade, tão necessária, em situações como esta.