Indutância de uma bobina Objetivo Aprender a medir experimentalmente a auto-indutância de uma bobina. Introdução Dentro das espiras de uma bobina percorrida por uma corrente elétrica surge um fluxo magnético. Se a corrente for variável, este fluxo também será variável, e como a variação de um fluxo magnético gera uma força eletromotriz, podemos concluir que em qualquer bobina em que a corrente não é constante, aparece uma força eletromotriz induzida. Matematicamente podemos escrever: (Lei de Faraday) N d B dt (13.1) O fluxo depende do campo magnético, e pode ser determinado por: B B.ds (13.2) O campo magnético depende da corrente: B B.dl 0i (13.3) Desta forma podemos dizer que o fluxo magnético é função da corrente. Assim, podemos escrever : N Li (13.4) Chamamos L de indutância da bobina. Desta forma, temos: L di dt (13.5) A indutância L é dada, no SI, em Henry (plural henries), onde 1 Henry = 1 weber / ampère. Este é um circuito RL em corrente alternada. A tensão de alimentação deste circuito é do tipo: max sen t (13.6) Onde é a freqüência angular do gerador, que vale: 2fL , onde f é a freqüência em Hz. No Brasil é muito utilizada a freqüência de 60 Hz, para fins comerciais. Para o circuito acima podemos escrever, em termos de tensões: Ri L di dt (13.7) Na resolução desta equação diferencial surge uma grandeza igual a indutiva do circuito, medida em ohms. Assim: XL L 2fL L, chamada XL ou reatância (13.8) Podemos demonstrar que a reatância indutiva cria uma oposição à variação da corrente, fazendo com que a mesma “se atrase”, de 90º, ou seja, de ¼ de ciclo. Uma forma interessante de se trabalhar com grandeza, que provoca defasamento, é tratá-la como vetor. Este tipo de tratamento denomina as grandezas que tem a propriedade de defasarem de fasores. Alguns livros de circuitos elétricos dizem: “Um fasor é um pseudo-vetor”. Como esta grandeza apresenta a mesma dimensão de resistência, definimos a impedância, Z, como sendo uma resultante entre a ação conjunta da resistência e reatância. XL Z R Do diagrama acima temos: R2 + X2L = Z2 Usando as relações anteriores temos: XL Z 2 R 2 2fL Z 2 R 2 E, finalmente: L Procedimento: a) Material utilizado: 01 fonte Universal 01 reostato 01 miliamperímetro CA 01 miliamperímetro CC 01 voltímetro CA 01 voltímetro CC 01 bobina 1 2f Z 2 R2 (13.9) 07 cabos de ligação b) Montagem dos circuitos e descrição dos experimentos 1.0 Circuito em corrente contínua 1.1 Monte o circuito em CC conforme esquema abaixo. (Use a saída CC da fonte) 1.2 Variando a tensão na fonte, meça a corrente 1.3 Construa o gráfico V x I e determine sua inclinação, que é igual a R, resistência do circuito. 2.0 Circuito em corrente alternada 2.1 Aproveite o mesmo circuito feito para corrente contínua, trocando o voltímetro e o amperímetro CC para CA. Agora você usará a fonte universal em saída para CA e, como ela é fixa, adicione ao circuito o reostato conforme figura abaixo. 2.2 Varie o reostato para obter valores diferentes de tensão e faça as medidas de corrente. 2.3 Faça o gráfico V x I e calcule sua inclinação. A inclinação, neste caso, será Z, a impedância do circuito. Naturalmente você verá que o valor de Z é maior que o de R, a medida feita no cálculo em CC, já que a impedância engloba a resistência. 3.0 Cálculo da indutância: 3.1 Calcule L, usando a expressão (13.9). Lembre-se que f = 60Hz. Questões: 1) Qual a função do reostato no circuito CA? 2) Por que razão em corrente continua calculamos a resistência e em corrente alternada calculamos impedância? 3) Qual a condição para que exista indutância?