controle de endemias

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ENSINO NACIONAL
ENSINONACIONAL.COM.BR
CURSO DE CONTROLE DE ENDEMIAS
CONTROLE DE ENDEMIAS
Nhaiara Pereira Silva Emerick
Trabalho de Conclusão apresentado ao
Instituto Ensino Nacional, como parte dos
requisitos para obtenção da Certificação ao
Curso: Controle de Endemias.
Caratinga, 09 de Abril, 2013
i
Sumário
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1
PRINCIPAIS ENDEMIAS E EPIDEMIAS NO BRASIL.....................................................2
O CONTROLE DAS ENDEMIAS NO BRASIL E SUA HISTÓRIA..................................4
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA......................................................................................6
PRINCIPAIS TIPOS DE EPIDEMIAS..................................................................................8
CLIMA E ENDEMIAS TROPICAIS....................................................................................10
AÇÕES DE CONTROLE DE ENDEMIAS.........................................................................13
CONTROLE DE ENDEMIAS: RESPONSABILIDADE MUNICIPAL E REGIONAL.19
CONTROLE DA DENGUE...................................................................................................20
GRIPES E ENDEMIAS DO SÉCULO XXI.........................................................................21
VETORES E DOENÇAS.......................................................................................................22
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CONTROLE DE ENDEMIAS..........................................23
CONTROLE DE ENDEMIAS – MANUAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE...................24
CONCLUSÕES.......................................................................................................................25
ii
INTRODUÇÃO
Muitos são os relatos históricos que apresentam ocorrências de doenças específicas em
grupos isolados da população mundial. No Brasil, por exemplo, relatam-se doenças como
malária, febre amarela, esquistossomose, dentre outras. O controle de tais ocorrências são
uma preocupação mundial, pois sua proliferação pode provocar até mesmo a extinção de uma
dada população. Ao atingir um grupo de população, tais ocorrências de doenças são nomeadas
endemias, ou epidemias, ou pandemias.
Uma endemia é determinada pela ocorrência constante de doenças infecciosas em um
determinado local. Para seu controle, torna-se necessário conhecer características mais
específicas de algumas doenças, além de procedimentos e medidas cabíveis para impedir sua
disseminação.
As doenças endêmicas também podem ser consideradas epidêmicas, relacionando
então à doenças que se desenvolvem rapidamente fazendo vítimas em curto intervalo de
tempo.
Quando uma endemia ou uma epidemia não podem ser controladas, podem-se tornar
uma pandemia, ou seja, podem atingir um a grande área, alastrando-se em uma vasta região
geográfica causando vários óbitos.
Este trabalho apresenta a diferença entre endemia, epidemia e pandemia, citando
também as principais que atingem o Brasil e as que foram registradas com a evolução da
humanidade, citando como foram caracterizados seus agentes epidemiológicos. Também são
apresentados os principais meios de tratamento, a vigilância efetuada e o apoio fornecido pelo
governo.
1
PRINCIPAIS ENDEMIAS E EPIDEMIAS NO BRASIL
Endemia é uma doença infecciosa que frequentemente atinge uma dada população. Dentre as
endemias que ocorreram no Brasil, podem ser citadas: a febre a amarela, a dengue, a malária,
a AIDS e a tuberculose. Quando há necessidade de contato com a área endêmica recomendase a vacinação e o uso de medicamentos referentes a tal doença que atinge esta localização.
Já a epidemia ocorre quando há manifestação da doença de forma rápida, atingindo um
grande número de pessoas. Para caracterizar um agente epidêmico deve-se observar a
sensibilidade da população quando em contato com o agente, a reincidência do caso, a
intensidade do agende transmissor, o tempo, a localidade e como o agente se manifesta.
Dentre as epidemias que atingiram o Brasil, destacam-se:
•
a Varíola, causada por um vírus, que infecta os seres humanos causando a
Febre Amarela e podendo ser transmitida através do contato com a pele de um
ser humano já infectado ou pelo ar quando em locais fechados;
•
a Malária, uma doença que tem sua transmissão feita pela picada do mosquito
que se prolifera em águas paradas, tendo seu ciclo de contaminação continuado
quando o mosquito pica uma pessoa contaminada e leva o protozoário para
demais pessoas que ao serem picadas também se contaminam. Algumas
manifestações são perceptíveis, como febre, calafrio, sudorese, dores de cabeça
e também musculares;
•
a Tuberculose, transmitida pelo ar, causada por uma bactéria que atinge os
pulmões provocando dores no peito, fraqueza emagrecimento e tosses com
presença de sangue;
•
o Tifo Epidêmico, uma doença provocada por um microbio presente em
piolhos causando na pessoa contaminada dor de cabeça, náuseas, febre e falta
de apetite, este caso pode evoluir e atingir a circulação sanguínea, sendo
necessário para o controle da doença a vacinação;
•
a Poliomielite, uma doença que ataca o sistema nervoso, causando dor de
cabeça, rigidez nos membros acompanhada de dor, vômito e náuseas, tendo
como transmissor o Poliovírus. O controle desta doença é feito através de
vacinação, pois ainda não existe a cura;
2
•
a Febre Amarela, transmitida por picada de mosquitos contaminados, sendo os
mesmos sintomas apresentados pela pessoa contaminada que tenha sido
contaminado pela malaria, sua prevenção é feita através de vacinação; e
•
a AIDS, doença causada pelo vírus do HIV, que pode transmitido através de
sangue, esperma, secreção vaginal ou transfusão sanguínea. A infecção ocorre
quando há o ataque do sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos e
assim diminuindo a capacidade do organismo de se defender ocasionando
assim até mesmo a morte, quando não controlado pelo uso de medicamento.
Para obter o controle e evitar os surtos epidêmicos é necessário boas condições
sanitárias e prevenção, pois algumas endemias podem se tornar epidemias se não houver o
controle de tal doença. Tais ações são descritas no próximo capítulo.
3
O CONTROLE DAS ENDEMIAS NO BRASIL E SUA
HISTÓRIA
Algumas doenças no Brasil foram designadas como endemias, grandes endemias, ou
endemias rurais, sendo elas: malária, febre amarela, a esquistossomose, as leishmanioses, as
filarioses, a peste, a doença de Chagas e outras como do tracoma, da bouba, do bócio
endêmico e também de algumas helmintíases intestinais, sendo a helmintíase principal a
ancilostomíase. Grande parte destas doenças são de origem parasitarias ou transmitidas por
um vetor, proporcionando a saúde publica grandes preocupações.
Uma considerada doença infecciosa caracteriza-se como toda doença que seja causada
por um agente transmissor. Para diminuir a ocorrência dessas doenças, a saúde pública investe
em intervenções ambientais que ajudem a minimizar os problemas.
Para diminuir a incidência destas doenças iniciaram-se estudos sobre as causas que
levaram suas ocorrências para que então fosse organizada uma forma de controle além dos
saneamento básico. O maior impacto destas endemias foram nas cidades, como por exemplo a
malária, que causou diversos atrasos por sua incidência interferia na agilização dos projetos
programados para serem realizados no Brasil.
Após a inserção do Brasil nos planos de Fundação Rockefeller, tornou-se possível
treinar sanitaristas, visto que essa fundação se interessava na ancilostomose e era responsável
pelo treinamento de sanitaristas. Este período foi marcado por intensa atividade e enormes
avanços. Essas epidemias serviram de grande alerta para que autoridades criassem planos de
controle de endemias organizados e permanentes para que não houvesse a reincidência de
casos. Para melhorar ainda mais os órgãos de saúde, foram realizadas ações globais e até
mesmo regionais, buscando o controle e erradicação de doenças. Para conscientização e
conhecimento foram realizadas duas campanhas: contra a malária, obtendo um sucesso
parcial; e contra a dengue, obtendo sucesso total mesmo de pequena duração. Porém, a
dengue tem apresentado diversas mutações de seu vírus nos dias atuais, necessitando de um
controle ainda mais rigoroso e eficiente da população e do governo.
Houve também uma outra campanha conhecida como a erradicação da Bouba que é
pouco citada, mas que obteve um grande sucesso, grande duração e que entrou para a história
da saúde pública.
Com o tempo houve o desinteresse no controle e erradicação, tornando cada vez mais
secundários os cuidados e se preocupando só com projetos de desenvolvimento industriais.
4
Sendo que as preocupações estavam então voltadas para a atenção médico hospitalar de forma
crescente para os centros urbanos, ocorrendo assim o desinteresse pelo controle de endemias,
ocasionando a reincidência de casos por não haver mais a erradicação.
Após a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) foi estabelecido pela
Constituição Federal de 1988 que é direito de todos e dever do estado o acesso a assistência
médico-hospitalar. Uma exceção foi o estado de São Paulo, pois não pôde ser analisado
juntamente com os demais devido a sua economia privilegiada. Ficou então essa
responsabilidade a nível estadual, passando por grandes desafios devido a Febre Amarela, a
Peste e a Cólera. Mas também existiram casos de sucesso, como a Malária e a doença de
Chagas, que foram doenças controladas de forma organizada e por campanhas antes mesmo
que se alastrassem.
Com o passar dos anos, diversas endemias foram controladas, algumas por causa dos
programas de controle e outras por melhorias das condições de vida e saneamento, mesmo
ainda havendo situações de pobreza. Uma endemia atual é a Dengue que está em circulação
até hoje e possui quatro tipos diferentes de vírus, se manifestando e havendo sempre a
necessidade de campanhas e conscientização da sociedade. Há também doenças que possuem
intervenções eficazes e de custo acessível, como a doença de Chagas e a Esquistossomose,
sendo esta uma doença que deixou de determinar morbidades.
Com o desenvolvimento dos estados, pessoas migravam de um lugar para o outro,
aumentando assim a incidência de malária, pois o plano de controle não sofria adaptações.
Para que ela então fosse extinguida, novas estratégias foram colocadas em prática nas
campanhas. A malária exemplifica bem a situação atual do plano de controle de endemias, por
apresentar casos de sucesso e de fracasso dependentes de cada plano adotado.
Para o controle mais eficaz, torna-se necessário a vigilância epidemiológica,
explicitada no capítulo seguinte.
5
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
A vigilância epidemiológica tem como finalidade adotar, estabelecer e monitorar medidas de
prevenção e controle de doenças ou agravos. Além de reunir as informações, é preciso
conhecer o papel e a responsabilidade dos vários níveis do sistema de vigilância
epidemiológica, realizando então a notificação, a identificação e a investigação da gravidade
das doenças, verificando se há ocorrência de algum caso suspeito e os fatores relativo ao
processo saúde-doença. A vigilância requer o monitoramento frequente das doenças ou agravo
a qual a população esta susceptível.
A vigilância epidemiológica tem como função: a coleta; o processamento; a analise e
interpretação dos dados coletados; a recomendação; a promoção de medidas e ações indicadas
para seu controle; a realização da avaliação para comprovar a efetividade e eficácia das
medidas adotadas pela vigilância; e a divulgação das informações coletadas.
A notificação somente é realizada quando há incidência de uma determinada doença
ou agravo a saúde feita por alguma pessoa ou profissional de saúde para que sejam então
adotadas medidas cabíveis a tal situação. No momento em que é feito a coleta de dados de
uma notificação compulsória, o principal instrumento utilizado é o Sistema Nacional de
Agravos Notificáveis. Sendo necessário citar a simples suspeita de doença, realizando a
notificação de forma sigilosa e quando na ausência de casos é preciso fazer uma notificação
negativa.
A Portaria nº 1943, 18/10/01 faz citações de Doenças de Notificação Compulsória
Nacional, enquanto a Resolução nº 580 (SES/MG) de 24/01/01 acrescenta a Minas Gerais
alguns agravos, entre eles a notificação para Caxumba, Varicela, Febre Maculosa, surtos de
Hepatite A e Leishmaniose Tegumentar Americana, sendo que estas três ultimas são
notificadas e investigadas. Há alguns tipos de vigilância: a ativa, quando a agência de saúde
faz a solicitação de forma ativa com notificações; a passiva, quando a agência de saúde
aguarda o envio das notificações pelos notificadores; e o evento sentinela, que ocorre somente
em hospitais e clínicas, efetuando o atendimento ao paciente com determinados diagnósticos.
A epidemia é a ocorrência em grande número de doenças que se manifestam em uma
determinada localidade. A origem da epidemia vem de fontes comuns, onde o indivíduo que
está mais susceptível fica exposto rapidamente a infecção por contagio, ocorrendo a
transmissão de pessoa por pessoa e o número de infectados aumenta lentamente. A endemia já
é a ocorrência de casos de forma normal ou já esperada por uma população. Os fatores que
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relacionam a endemia de epidemia são: o agente infeccioso, que pode ser mais virulento; ou a
descoberta de um novo agente. A transmissão de forma direta e indireta pode ter maior
eficácia quando o hospedeiro está mais sensibilizado ou quando ocorre o aumento da
exposição ao ambiente. Para que haja o término de uma epidemia é necessário que a fonte
contaminante esteja modificada ou exterminada, que a transmissão seja interrompida, que os
esgotados ou susceptíveis diminuam e que o cofator passe por alterações. Para melhor
conceituação, os principais tipos de epidemias são descritos no próximo capítulo.
7
PRINCIPAIS TIPOS DE EPIDEMIAS
A epidemia é a ocorrência de uma doença acometendo vários localidades em um curto
intervalo de tempo. Podendo ser citado o estado do Rio Grande do Sul, que sofreu de doenças
como: a leishmaniose, a febre amarela e também a gripe suína. Para ter um controle dos casos,
os agentes de saúde fazem estudos de campo, das pessoas afetadas e verificam os locais
denunciados pelo cidadãos. Também trabalham fazendo a conscientização das pessoas para os
cuidados que devem ser tomados, explicando como é a incidência do mosquito no local e
quais os agravos que ele pode trazer.
A leishmaniose é uma doença causada por protozoários, sua transmissão ocorre devido
a picada do mosquito flebotomíneo, ou mosquito palha como também é conhecido, que
deposita seus parasitas no momento da picada. A leishmaniose divide-se em dois tipos
diferentes:
•
Leishmaniose Tegumentar, também conhecida como a Úlcera de Bauru, que
provoca lesões na pessoa afetada, manifestando-se principalmente na boca,
garganta e nariz. Inicialmente, provoca uma vermelhidão, uma crosta e em alguns
casos secreções; e
•
Leishmaniose Visceral, conhecida também como Calazar ou Febre Negra, atinge
principalmente o figado e o baço. É perceptível quando se faz o exame apoupando
estes órgãos e percebendo então seus aumentos. Além disso, esse tipo também
atinge a medula óssea. Os sintomas que caracterizam este tipo de Leishmaniose
são: febre, palidez, cansaço, perda de peso e inchaço abdominal.
Já a Febre Amarela é uma doença de curta duração, infecciosa, que se manifesta de
forma aguda, onde a transmissão é feita pelo mosquito contaminado, chamado Flavivírus. Os
sintomas da Febre Amarela são: febre, dor de cabeça, calafrio, náuseas, cansaço e diarreia.
Recomenda-se para prevenção desta doença a vacinação de pessoas que já vivem ou que vão
entrar em território onde há sua incidência, ou até mesmo quando em regiões próximas. A
vacinação é uma das formas de prevenção utilizada, porém não pode ser feita em casos como:
gravidez, imunodeprimidos e pessoas alérgicas a gema de ovo.
Para diminuir a incidência da Febre Amarela, um trabalho de conscientização e
vacinação deve ser realizado de forma ampliada, permitindo que territórios vizinhos não se
tornem áreas infectadas, diminuindo a área de risco desta doença. Isto é importante, pois a
incidência de casos por febre amarela, mesmo que pequena, é preocupante pois pode ser fatal.
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Torna-se ainda mais grave se apresentarem sintomas como: ictericia, perda urinária, febre,
dores abdominais e hemorragia, sendo essencial o acompanhamento médico.
Outra doença a ser destacada é a Gripe Suína. Também conhecida como Gripe
Mexicana ou Norte Americana, é uma doença causada pelo vírus Influenza H1N1, encontrado
na carne de porco. É interessante ressalvar que as vacinas para a gripe comum ou para a Febre
Amarela não fazem efeito contra essa doença. Para criação de vacinas para gripe geralmente
são necessários de 3 a 4 meses, mas a intenção é diminuir o tempo de criação, com novos
estudos para agilizar o processo. Em uma cidade onde não há esta doença e por acaso apareça
e atinja somente uma pessoa, este caso já é considerado como um surto nesta localidade. Este
vírus quando presente na carne de porco é morto quando a carne é aquecida para consumo não
provocando então a doença.
Esta doença no México foi considerada epidemia, sendo ela uma preocupação da
saúde publica até mesmo internacional. Seu contágio é feito pelo ar e seus sintomas são
parecidos com de uma gripe, como: dor de cabeça, febre e dor na garganta. A assistência
médica, ou seja, o atendimento é primordial para excluir a possibilidade de casos suspeitos,
para que outros não sejam também acometidos pela doença.
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CLIMA E ENDEMIAS TROPICAIS
Nos trópicos, as pessoas acreditavam que havia um paraíso, pois possuíam beleza em sua
fauna e flora, além de possuir habitantes com muita energia e força. Pensavam então que não
haveria a necessidade de poupar ou resguardar as coisas para os próximos dias devido as
riquezas presentes na natureza, deixando de pensar que futuramente a natureza poderia ser
devastada e seus recursos de sobrevivência poderiam ser diminuídos pela falta de cuidados e
conscientização. A falta de cuidados e a pouca prevenção causou um desfalque na saúde
pública, sendo interessante encorajar as pessoas a adquirir o conhecimento e a promover
campanhas para que não haja endemias ou para que estas sejam controladas. Os cuidados a
serem tomados podem ser pequenos, mas de grande valia, como a higienização das mãos e até
mesmo a utilização de calçados. Para o melhor entendimento das doenças, estas começaram a
ser citadas também pela literatura, apresentando como se manifestavam e como faziam
vitimas.
A população indígena era considerada uma população com muita saúde e conhecia
muitos dos poderes de cura das plantas para as doenças comuns. Os brancos trouxeram
consigo doenças que acometiam os índios, como a febre, a cólera, a varíola e outras. Sendo
estas facilmente alastradas devido ao clima dos trópicos e a umidade, favorecendo assim as
condições para que houvesse maiores incidências das doenças.
O desmazelo e a falta de cuidados provocou o estímulo de doenças consideradas
epidêmicas, que estão relacionadas com a parte ambiental e socioeconômica. Um exemplo
claro disso foi quando os índios entraram em contato com os brancos e as transformações
ocorridas no meio ambiente vindas dos brancos debilitou os índios, causando infecções que
não tinham nenhum contato antes, manifestando novos sintomas.
Com o avanço desgovernado e com a criação de tecnologias, a parte de saneamento
sofreu bruscas mudanças, além do prejuízo ecológico e também humano, surgindo um surto
de malária. Os nômades quando não tinham trabalho viajavam para outros locais na busca de
trabalho e assim disseminavam a doença para outros.
Com tudo isso, o Hospital da Candelária, com seu interesse em estudar a cura e
combater as doenças que se alastravam, começou a dirigir seus ideais pra o combate dos
males vindo dos trópicos. Algumas doenças começaram a impedir os trabalhadores de
executarem seus serviços, sendo as principais a acometer estes trabalhadores: pneumonia,
sarampo, ancilostomíase, beribéri, disenteria, hemoglobinuria, febre amarela e a mais temida
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da época, a malária, também conhecida como impaludismo. A quantidade de enfermos era
cada vez maior, tudo isso ocorrendo porque com a chegada destas pessoas, vieram a pobreza,
doenças e muitas mortes. Devido as mudanças, as expectativas de vida eram cada vez
menores, devido a dificuldade de adaptação com tantos desastres.
Com a tecnologia veio juntamente a ambição econômica que levou a destruição de
alguns recursos. Os índios se viam sem expectativa de vida no campo e começaram a partir
para os grandes centros a procura de trabalho, sendo manipulados pela vontade de
enriquecimento. Isto os levavam novamente para o convívio com os desastres, agora urbanos
envolvendo a violência, doenças e prostituição.
Com todos estes desastres ambientais causados pelo homem, veio também as
mudanças no clima, aumentando assim a incidência de doenças transmitidas por mosquitos
ou vetores, e também doenças advindas da água devido a erosões que podem mudar o
percurso das águas e ocasionar alagamentos, além da contaminação de pessoas com a água
contaminada.
A Tuberculose e a Hanseníase são doenças que acometem regiões empobrecidas da
Amazonas, sendo perceptível que estas doenças ocorriam devido a convivência do homem
com o meio ambiente. Quanto mais destruição, mais acentuada será as doenças, abatendo os
tralhadores fisicamente e também psicologicamente.
Mas com os estudos feitos sobre estas doenças que se agravavam devido a mudança de
clima que atinge a sociedade, a Fiocruz fez grandes avanços nos diagnósticos sobre o Índice
de Vulnerabilidade Geral. Três informações básicas foram utilizadas, sendo elas: a ocorrência
da doença dentro do Índice de Vulnerabilidade Epidemiológica; as condições de vida dentro
do Índice de Vulnerabilidade Socioeconômica; e a mudanças climáticas pelo Índice de
Vulnerabilidade Climatológica. Com isso é possível ver os riscos, identificar qual região esta
susceptível e qual a doença esta se manifestando. Outra pesquisa foi a da Rede Genoma
Brasileiro, onde realizou-se o mapeamento do gene transmissor da doença, como foi feito com
a malária, gerando uma mudança genética no mosquito, desta forma não haveria mais a
transmissão de doenças pela picada dos insetos.
O maior desafio para a diminuição dos desastres e das doenças relacionadas é começar
a criar regras que devem ser obedecidas e penalizadas com seu descumprimento. Outra forma
é valorizar a economia e apostar em desenvolvimento sustentável e nos recursos naturais. Para
obter melhoras é necessário investir em: sustentabilidade; transversalidade da parte ambiental
nas politicas públicas; controle social e fortalecimento do Sistema Nacional do Meio
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Ambiente. Um futuro promissor depende da adaptação adequada do homem ao meio
ambiente.
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AÇÕES DE CONTROLE DE ENDEMIAS
Uma das ações de controle de endemias do Ministério da Saúde é no Sistema Integrado de
Controle a Malária, realizado juntamente com as Unidades Básicas de Saúde e as Unidades de
Saúde da Família de forma integral. Procurando saber através de agentes os problemas ao qual
a população está exposta e as endemias que podem aparecer. A região amazônica por exemplo
é uma região desafiadora pois o fator ambiental dificulta o trabalho de prevenção.
A malária é uma doença encontrada principalmente nos trópicos e sua manifestação já
foi constatada em cerca de 90 países. Em países em desenvolvimento, é considerada de
responsabilidade da saúde publica. Sabe-se que nos países da África e em regiões das
Américas ocorre vários casos de malária. O Brasil é o pais das Américas que mais há a
incidência desta doença, considerada endêmica, sendo a região amazônica o local onde há
maior ocorrência de pessoas contaminadas.
As campanhas voltadas contra a Malária buscavam a erradicação do agente
transmissor. Com a Conferencia de Amsterdã, a preocupação era voltada para o homem e não
para o agente transmissor. Após esta conferência, o Brasil resolveu adotar as medidas relativas
ao controle integrado da Malária, onde o governo trabalharia juntamente com a população
afim de eliminar ou reduzir os caso de pessoas infectadas e os óbitos por esta doença,
fortalecendo assim o sistema de saúde local. Para melhorar o conhecimento o Ministério da
Saúde publicou Portaria nº 1.339/MS de dezembro de 1992 onde o PACS e o PSF ajudaria na
vigilância, prevenção e controle de endemias e também publicou a Portaria nº 44/GM onde
seria citadas as tarefas correspondente aos agentes comunitários de saúde.
Para que houvesse o controle da Malária foram convocados vários profissionais
qualificados na identificação de pessoas contaminadas e na realização de diagnóstico precoce,
na criação do tratamento imediado e adequado aos sintomas e a possível repercussão que o
caso poderia tomar, além de fazer a conscientização da população para que melhorias
pudessem ocorrer. A atenção à saúde foi também uma prática utilizada, disponibilizando
através do profissionais informações de como era feita a prevenção dos casos, o tratamento e
reabilitação da pessoa infectada e a informação sobre uma sociedade que pode sofrer com os
agravos.
De acordo com a constituição, no artigo 196 todos tem direito a saúde e é dever do
estado zelar para o atendimento igualitário de todos promovendo promoção, prevenção e
recuperação. A Unidade Básica de Saúde tem o dever de prestar um atendimento humanizado
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de forma integral na comunidade, em domicilio e em unidades de saúde, além de convidar a
sociedade par adquirir o conhecimento saúde-doença e da busca de parcerias entre as unidades
de saúde com os setores públicos e privados para reduzir gastos com os recursos que tenham o
mesmo objetivo.
No controle da Malária houve a participação do Departamento Nacional de Endemias
Rurais (DNERU), Companhia de Erradicação da Malária (CEM), Superintendência de
Campanhas de Saúde Publica (SUCAM) e a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Sendo
que as ações de controle foram realizadas por profissionais destas instituições, não obtendo o
sucesso esperado nos estados e nos municípios participaram, para que a meta de controle
desta doença fosse então alcançado. Já que a erradicação não conseguiu ser feita, o trabalho
foi feito sobre o diagnóstico e o tratamento precoce, imediato e preciso. A população de
acordo com a constituição federal esta amparada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem a
oportunidade de aprender sobre os assuntos relacionados a saúde e pensar quais são os
problemas que são impactantes em sua vida e sua comunidade.
A busca pela promoção de saúde pode ser intensificada se houver o apoio e
conscientização da sociedade e mudanças em seus hábitos que possam melhorar a condição
em que vive. É importante que a população saiba qual as causas, a forma de transmissão, o
vetor, a forma como podem prevenir e ajudar no controle desta doença, mesmo que de forma
individual. As informações sobre os possíveis tratamentos eram disponibilizados. Com a
convivência dos profissionais da saúde com a sociedade, criou-se um halo de confiança.
A malária é uma doença que acomete nos países tropicais e se manifesta de forma
aguda, provocando no indivíduo calafrio, febre alta, dor de cabeça e sudorese. Esta doença é
provocada pela picada somente do mosquito fêmea do anofelino, também conhecido como
mosquito prego, pernilongo, muriçoca, carapanã ou suvela, que deposita com sua picada o
plasmódio, infectando assim o indivíduo. São quatro deferentes tipos de plasmódio, sendo
eles: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e o Plasmodium
ovale, que é o único não encontrado no Brasil. A Amazônia possui 2 tipos de mosquitos que
transmitem esta doença: Anopheles darlingi, que põe seus ovos em águas paradas limpas e
que tenha pouca movimentação; e o Anopheles aquasalis, que faz a transmissão das doenças
na parte litorânea da Amazônia, fazendo o depósito de seus ovos em águas salobras. Os
mosquitos durante o dia permanecem em locais úmidos e com pouca luminosidade, sendo
assim as fêmeas picam as pessoas durante a noite, na procura de sangue para amadurecer seus
ovos. A reprodução ocorre quando a fêmea põe os ovos na água e estes dão origem as larvas
que se transformam em pupas, que se desenvolvem e se tornam o mosquitos e começam a
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abandonar a água em busca de alimentação. A água onde se encontra os mosquitos é
conhecida como o criadouro.
Com os desastres ecológicos feitos pelo homem surgiram novos criadouros e estes
dificultaram o extermínio dos mosquitos. Com isso, é cada vez mais importante a atenção ao
homem para que possa ser diagnosticado e tratado para evitar a disseminação da doença.
Qualquer local que haja o depósito de água pode se tornar um criadouro para estes mosquitos.
As pessoas mais afetadas por estas doenças estão na idade produtiva, ou seja, ainda trabalham.
A transmissão da doença depende do parasita, do vetor e do hospedeiro, neste caso, o ser
humano. Há varias maneiras de contaminação, sendo elas: a picada do mosquito, a transfusão
de sangue, a perfuração acidental com algum instrumento que possua o sangue contaminado
ou a contaminação do filho pelo sangue da mãe no momento do parto. A forma mais habitual
de contaminação é através da picada do mosquito, inicialmente em uma pessoa contaminada e
após a disseminação em outros indivíduos sadios. Para interromper este ciclo é necessário o
diagnóstico e tratamento precoce. Cada tipo de plasmódio tem seu período de incubação,
sendo que o Plasmodium vivax é cerca de 14 dias, o Plasmodium falciparum é cerca de 12
dias e o Plasmodium malariae é cerca de 30 dias.
Os casos de Malária no Brasil ocorrem em elevada porcentagem
na região da
Amazônia, e nas demais regiões sua incidência é de 0,3%. Tendo apresentado então áreas de
incidências altas, médias e baixas e uma grande parte do Brasil sem a ocorrência da
transmissão. Para o conhecimento desta situação é necessário campanhas de conscientização e
visualização das áreas que são consideradas de risco e o apoio da população no caso de
reconhecimento dos sintomas em algum indivíduo ou da identificação dos criadouros.
Para realizar a prevenção é necessário conhecer as alterações ambientais, os locais
onde as pessoas vivem e onde os mosquitos estão presentes e conhecer os momentos mais
propícios da picada de mosquito para que seja possível a prevenção por parte dos
trabalhadores, como por exemplo, dos garimpeiros.
Para que haja a proteção individual são utilizado repelentes, roupas e acessórios de
proteção, o não comparecimento em locais propícios a contaminação, como lagos ao
anoitecer, pois as fêmeas saem a procura de alimentos, usar cortinas, morar em casa com
paredes completas e longe de possíveis criadouros. No combate ao mosquito é necessário
investir em ações sanitárias para combater as larvas e borrifação de inseticidas para eliminar o
agente transmissor de forma intradomiciliar, feita só quando recomendada pela entomologia e
aceita pala população, onde o inseticida é jogado no chão, nas paredes interna completas e no
teto. Já a extradomiciliar é quando se faz a aplicação do inseticida na parte externa da casa
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através de termonebulização ou com a aplicação de Ultra Baixo Volume (UBV). Como o
principio do controle está voltado para o individuo é necessário a identificação precoce da
doença e o exame de sangue para identificar o tipo de plasmódio, facilitando assim o
tratamento.
Para realização deste trabalho de controle é importante ter habilidade, paciência, ética,
responsabilidade, compromisso e persistência. Sendo necessário um olhar crítico para que seja
feita a identificação de pessoas com a doença, mas também de possíveis casos que podem
ocorrer, instruindo a pessoa contaminada com relação ao direito de se resguardar do serviço
enquanto estiver com os sintomas. A pessoa com malária é descoberta através dos dados do
diagnóstico clínico, epidemiológico e laboratorial.
O indivíduo que está infectado com o Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax
tem febre em dias alternados e o indivíduo com Plasmodium malariae tem febre um dia e
passa dois dias sem a manifestação. Se não houver o tratamento e a pessoa infectada contrair a
doença novamente, ela ficará fraca devido a anemia, pois o plasmódio ataca principalmente
as hemácias levando a um quadro de anemia. Uma outra situação que pode ocorrer se não
tratada é da pessoa achar que está curada da doença e ainda estar com a infecção, quando esta
pessoa for picada pelo mosquito anofelino, este será infectado com o plasmódio presente no
sangue e este mosquito passará a doença adiante.
O exame de sangue pode ser feito pela técnica de Gota Espessa que fornecerá o
diagnóstico especifico da doença, esta técnica é a mais utilizada. Para realização deste método
é necessário a utilização de lâminas, identificação e notificação, da higienização e preparação
do local e do material de coleta, da coleta e do esfregaço sanguíneo. Depois, deve-se instruir o
indivíduo aos cuidados a serem tomados, encaminhar a lâmina juntamente com a notificação
para o laboratório, tomando todos cuidados necessários para que não haja nenhum contato da
pessoa encarregada das lâminas com o sangue e que não haja contaminação das demais
lâminas e demais indivíduos. Para realizar os exames é importante tomar alguns cuidados
como higienizar as mãos, usar vestimentas de proteção, utilizar corretamente o material
coletado e também o utilizado para a realização das análises, além de providenciar o descarte
correto dos instrumentos de análises que possam ser infectantes. O teste imunológico é mais
rápido de ser realizado e é utilizado principalmente em regiões afastadas, sendo que neste
teste só é feito o reconhecimento do Plasmodium falcíparum. Já no teste QBC, que é de
fluorescência, é feito no microscópio de forma ágil, este apresenta sensibilidade e comprova
até mesmo baixa presença dos parasitas.
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A malária têm cura mas se diagnosticada rapidamente e seu tratamento for adequado.
O tratamento requer que o indivíduo não ingira o medicamento em jejum, mas que se
alimente bem, tome os remédios no horário correto e não faça a ingestão de bebidas
alcoólicas. Se não tomar todos os cuidados, o indivíduo pode voltar a ter malária, pois o
parasita pode ter se tornado resistente ao medicamento, ou o indivíduo pode não ter ingerido o
medicamento da forma que foi recomendado, ou pode acontecer novamente a picada do
mosquito contaminado. Podendo seu reaparecimento surgir devido a uma Recaída, que pode
surgir até a longo prazo, ocorrendo devido a presença do plasmódio nas hemácias, sendo
nestas infecções comum ocorrer Plasmodium vivax e o Plasmodium ovale. Ou a
Recrudescência, que pode surgir a curto prazo, pois houve a sobrevivência do plasmódio no
sangue sendo que esta infecção pode ser causada pelos quatro tipos de plasmódio.
A identificação de um caso grave de Malária é feita baseada nos sintomas e sinais de
perigo apresentados pelo indivíduo. A comprovação do caso é feita com uma coleta de
sangue, realização de exame, iniciação do tratamento e encaminhamento do indivíduo para
uma unidade de saúde. No caso de gestante, encaminha-se para a unidade de saúde, pois há
risco para a mãe e o feto. Em crianças menores de 5 anos segue os mesmos procedimentos das
gestantes e inicia-se uma busca para saber se ocorreu transmissão intradomiciliar.
Na ocorrência de um caso de Malária é necessário fazer a notificação, onde uma via
fica com a unidade de saúde e a outra com indivíduo que realizou a notificação, para que
então seja processada com todas as informações necessárias para que possa surgir então
medidas de controle de forma ativa, melhorando assim os cuidados com os doentes. As ações
de controle da Malária estão sendo baseadas nas informações, na comunicação, no controle do
agente transmissor, no diagnóstico e tratamento laboratorial e no tratamento hospitalar.
O controle da doença depende muito dos recursos que a localidade tem disponível para
oferecer. Na área urbana é feita a identificação do indivíduo com a suspeita da doença, o
encaminhamento para uma unidade de saúde, a realização de exame de sangue para
identificação do plasmódio, para que seja feito o tratamento com o medicamento especifico
para esse plasmódio. Este tratamento deve ter inicio logo após o diagnóstico, a pessoa é então
liberada para ficar em sua residência seguindo as instruções de tratamento. Para que o
resultado seja alcançado, um agente supervisiona o tratamento na unidade de saúde, ou até
mesmo onde o indivíduo reside. Além disso, é realizada a recomendação de cuidados a
sociedade para que o controle e os indivíduos contaminados sejam tratados a tempo antes que
a situação possua maiores agravos. Já nas áreas rurais, onde o acesso a saúde e precário, é
feita a identificação da área e dos indivíduos que estão doentes, então a coleta e lâminas são
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feitas para que haja o encaminhamento para a unidade de saúde mais próxima, onde é
realizado o diagnóstico para que o tratamento utilizado seja específico para o plasmódio. O
tratamento do indivíduo tem início imediato com os medicamentos fornecidos e com o
acompanhamento de uma equipe de saúde. Ao término do tratamento é feita uma nova coleta
para realização de uma Lâmina de Verificação de Cura, se esta apresentar resultado positivo, o
tratamento deve ser repetido e a pessoa deve ser orientada para que os cuidados necessários
sejam tomados.
O controle da malária é feito através da integração da atenção básica à saúde com as
demais ações prestadas pelos órgãos de saúde. As unidades de saúde tem como competência:
educar e mobilizar a sociedade para o controle da malária e citar a área de incidência de casos,
promover a integração das unidades de saúde e requerer ao órgão competente as informações
de incidência e dos casos acontecidos. O atendimento, diagnóstico e tratamento procede com
o atendimento, identificação dos sinais e sintomas com tratamento específico indicado no
Manual Terapêutica da Malária feito pela FUNASA, sendo necessário orientação, solicitação
de Lâmina de Verificação de Cura. Após a realização do tratamento, os casos graves são
encaminhados para uma unidade de referência se necessário, e juntamente com o paciente é
feita uma notificação que também é encaminhada. Para deixar a sociedade informada há a
realização de reuniões para expor os resultados alcançados e a situação da região frente aos
casos de malária.
A equipe é responsável pela promoção, planejamento e mobilização da sociedade,
discussão e definição de metas a serem alcançadas para que haja o controle, sendo importante
registar
todas
as
informações,
analises
feitas,
preenchimento
de
notificação
e
encaminhamento aos órgãos competentes.
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CONTROLE DE ENDEMIAS: RESPONSABILIDADE
MUNICIPAL E REGIONAL
No Brasil é notável o descuido da população e dos órgãos de saúde quanto ao controle de
doenças. Algumas doenças estão acometendo o pais, como a malária, a cólera, a dengue, a
leishmaniose e tracoma. Estas são consideradas exemplos de doenças endêmico-epidêmicas e
podem causar morbi-mortalidade, ocasionada pela falta de recursos e pela situação precária
em que a população vive.
Para a obtenção do controle destas doenças há campanhas e trabalhos de
conscientização feitos pelos órgãos de saúde juntamente com a população na intenção de
alcançar a Reforma Sanitária no país. A Constituição de 1988 diz que o estado possui deveres
na área da saúde, propondo mais recursos e medidas de controle. Para que isso ocorra é
necessário a municipalização, para que assim a vigilância epidemiológica e o controle de
endemias tenham recursos confirmados, permitindo que as medidas adotadas de
descentralização sejam tomadas com cuidado.
Os Escritórios Regionais de Saúde (ERSA) e a Superintendência de Controle de
Endemias (SUCEN) buscam estratégias de controle dos agentes transmissores, tendo
atribuições feitas em documentos oficiais. Para que então seja feito o controle, equipes locais
são treinadas e discussões técnicas e diagnósticos daquela região são providenciados. Para que
as medidas de vigilância sejam tomadas é necessário a parceria com Laboratórios de Saúde
Pública, como o Adolfo Luts em São Paulo, que efetua o diagnóstico do caso. Para que o
controle seja alcançado é necessário a união das comunidades locais, reginais e até mesmo em
esfera federal para que os trabalhos sejam direcionados e discutidos.
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CONTROLE DA DENGUE
A dengue é uma doença transmitida através da picada da fêmea do Aedes aegypti, responsável
também pela dengue hemorrágica, esta doença é incidente em mais de 100 países do mundo,
envolvendo o Sudeste Asiático, a África e as Américas. A América latina foi quase toda
atingida, com exceção do Chile. A dengue foi considerada endemia no Brasil no momento em
que o crescimento das cidades foi irregular, diminuindo as preocupações sadias de
sobrevivência, como: o tratamento de água, a coleta e o descarte adequado do lixo.
Facilitando assim a criação de criadouros de mosquito devido a estes descuidos. Uma forma
que facilita a contaminação é a movimentação de pessoas de cidades vizinhas, de estados
deferentes dentro do país, facilitando a circulação do agente transmissor e a incidência de
casos cada vez maiores. O ciclo do mosquito possui quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. O
mosquito têm as seguintes características: escuro, rajado de branco nas patas e no corpo.
A transmissão têm inicio quando a fêmea do mosquito Aedes aegypti pica o indivíduo
contaminado, e o mosquito passa a reproduzir
no organismo de 8 a 12 dias o vírus
contaminante. Este mosquito, ao picar um indivíduo sadio, o contamina e os sintomas da
doença se manifestam entre o terceiro ao décimo quinto dia e assim o ciclo da doença vai se
repetindo desde a picada do indivíduo sadio até os sintomas. O vírus causador da dengue tem
algumas variações, sendo elas: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. No indivíduo que
adquire esta doença por um dos seus variantes e volta a adquiri-la, há grande chance de ter
dengue hemorrágica ou de ter complicações se apresentar outro tipo de variante do mosquito.
O Aedes aegypti quando adulto vive de 30 a 35 dias sendo que a fêmea põe ovos de 4 a
6 vezes em sua vida sendo, cada vez, mais de 100 ovos. O local onde a fêmea coloca seus
ovos são em águas limpas e paradas, o mosquito fêmea é o que contamina o ser humano pois
necessita de albumina, uma substancia que é encontrada no sangue para amadurecer seus
ovos, que podem sobreviver por 1 ano e 2 meses sem água. Mas ao receberem água, tornamse ativos e ocorre então a continuação do ciclo de transformação do ovo para o mosquito. A
verificação das
plantas que possuem pratinhos nos quintais das pessoas ajudam na
erradicação do mosquito. Havendo a conscientização e se esta pessoa fizer a organização de
seu quintal, colocando areia nos pratinhos de suas plantas para que elas não facilitem o
deposito de ovos do mosquito, a erradicação da doença torna-se mais eficaz.
O primeiro sintoma a acometer o indivíduo é a febre alta. Esta doença quando do tipo
clássica dura de 5 à 7 dias, com a possibilidade de manifestação de sintomas como: dor de
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cabeça, dor no fundo dos olhos, dores nas juntas, fraqueza, náuseas, vômitos e manchas
vermelhas na pele. Já a dengue do tipo hemorrágica apresenta os mesmos sintomas da
clássica, mas pode apresentar outros, como: sangramento nas gengivas e narinas, fezes
escuras, podendo ser indicativo da presença de sangue, aparecimento de manchas vermelhas
ou roxas na pele, dor no abdômen de forma intensa ou contínua, vômitos, tonteiras,
diminuição da urina e dificuldade ao respirar. No caso de um indivíduo apresentar mais de um
sintoma deve-se avisar o órgão de saúde ou equipe de profissional que auxilia a comunidade
onde reside o indivíduo para que seja realizada a busca ativa de saúde.
No atendimento é necessário realizar uma anamnese do indivíduo na busca de
respostas, como o local onde reside ou visitou, onde havia a incidência de caso ou se já teve a
doença e quantas vezes, para que então sejam observados os sintomas que o indivíduo
apresenta. Quando ocorrem epidemias, os exames são voltados para plaquetas e hematócrito
para adiantar os cuidados a serem tomados.
O indivíduo que está com dengue deve ficar de repouso e ingerir muita água, pois
ainda não há medicamento especifico. Devido a isso, receita-se analgésico e antitérmico,
sendo estes ingeridos e recomendados por médicos. Toda pessoa que apresente os sintomas de
forma intensa deve ser encaminhada à unidade de saúde, não podendo ingerir medicamentos a
base de ácido acetil salicílico, pois provoca hemorragia.
Para prevenir a dengue é necessário o trabalho em conjunto das equipes de saúde com
gestores e a comunidade para que estes busquem melhorias nos recursos e conscientização de
todos, permitindo que o trabalho de prevenção seja contínuo e que os cuidados que a
população deve tomar sejam repassados e tomados para diminuir os criadouros.
Para que haja a prevenção é importante fazer o Levantamento do Índices de Infestação
do Aedes aegypti, sendo este levantamento feito de forma amostral. Os resultados são
divididos em: inferior a 1%, condições satisfatórias; de 1 a 3,9%, situação de alerta; e
superior a 4%, risco de surto. Com o resultado deste levantamento são feitas palestras de
combate a dengue, conscientização e direcionamento do trabalho dos profissionais de saúde,
sendo que as amostras para análise deste levantamento são feitas por equipes de Agentes de
Controle de Endemias.
Algumas ações devem ser tomadas para que haja prevenção, como o cuidado fora de
casa, a limpeza de calhas, o monitoramento da água de piscinas, além de manter recipientes
em que armazenam água devidamente tampados, colocar garrafas vazias de boca para baixo,
evitar o acúmulo de água em plantas, entregar pneus a equipe de limpeza pública ou guardar
em locais fechados, não deixar nenhum recipiente ou objeto que acumule água em terrenos
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baldios e fazer a monitoração dos terrenos vazios e casas abandonadas, verificando se há
criadouros. Já dentro de casa deve-se evitar o uso de pratos nos vasos de plantas ou para a
utilização, deve-se adotar o preenchimento do prato com areia ou fazer a limpeza dele
semanalmente com sabão e escova para não haver a presença de ovos do mosquito, lavar os
bebedouros dos animais, trocar a água semanalmente e não deixar nenhum recipiente ou local
que tenha água aberto, pois a fêmea do mosquito pode depositar os ovos e iniciar então o
ciclo. Com relação ao lixo, não jogar em terrenos baldios, fazer a separação para que este
tenha o destino correto, estes cuidados evitam que animais apareçam e diminuam também a
incidência e possíveis depósitos de água que proporcionem criadouros para os mosquitos e
que também estes não escoem para bueiros e provoquem seus entupimentos. Para que todos
estes cuidados sejam tomados são feitas campanhas para educar e promover o conhecimento e
a conscientização da sociedade. Para ajudar a sociedade e o meio ambiente também existem
planos de reciclagem e aproveitamento do lixo, que além de promover a limpeza ajuda
também no combate a dengue.
No verão, por fazer mais calor e ter mais chuva, a incidência de casos de dengue é
maior, pois o acúmulo de água parada, possibilita mais criadouros. Nos casos da existência de
ovos nos locais onde acumule água, estes ovos se ativam e fazem sua evolução, o calor
acelera o ciclo. Sendo assim, a fêmea infectada tem muito mais chance de transmitir a doença,
pois a reprodução do mosquito é feita durante todo o tempo. Para que ocorra a diminuição do
casos de dengue é importante interromper a transmissão, sendo necessário acabar com os
criadouros do mosquito.
As medidas de prevenção são feitas pelas equipes das unidades de saúde na busca de
estabelecer protocolos e medidas de como agir e a indicação de quais as medidas corretas a
serem tomadas. O profissional conhecido como Agente de Controle de Endemias (ACE),
busca e elimina os possíveis criadouros que são encontrados mesmo que de difícil acesso,
como a caixa de água e inseticidas. Esses agentes, juntamente com o Agentes Comunitários de
Saúde (ACS), são responsáveis de forma integrada pelo controle.
Os ACE acompanham os indivíduos acometidos pela doença até uma unidade de
saúde, com responsabilidades sobre aquela localidade, fazem visitas domiciliares para instruir
os moradores a respeito da doença, ensinam a verificar se há existência de larvas e criadouros,
alertam e vistoriam imóveis não residenciais em busca de quais os locais propícios para
incidência, ajudam o responsável a remover o mosquito, a larva e os ovos, e organizar seu
imóvel para que não haja locais propícios para haver criadouro. Os ACE também tratam com
larvicida e vistoriam pontos estratégicos, fazendo o tratamento de locais cadastrados e
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identificados pelos ACS. Nos locais onde não houver ACS, fazem vistorias de rotina,
elaboram e executam encaminhamentos onde as pessoas não aceitam o serviço dos agentes,
orientam a população sobre os riscos e os locais onde pode ter criadouros, reúnem a
comunidade para conscientizá-la e pedem ajuda na prevenção, fazendo notificação de casos às
unidades de saúde e encaminhando aos órgãos de saúde competentes as notificações da
doença e quais suas estratégias.
Os ACS encaminham os indivíduos acometidos à Unidade Básica de Saúde (UBS),
seguindo orientações da Secretaria de Saúde, fazendo visitas domiciliares informando as
pessoas de como elas devem agir e quais medidas a serem tomadas, indicando a importância
da descoberta da larvas, mosquitos e dos criadouros e os possíveis locais que podem virar
criadouros, orientando os moradores de como devem ser a eliminação ou os cuidados a serem
tomados com esses locais e com os objetos que ela possui. Se necessário, o agente remove
mecanicamente os ovos e as larvas sempre que encontrar um criadouro que seja difícil acesso
ou que necessite de larvicida.
Os agentes comunitários também realizam reuniões para mobilizar e conscientizar a
comunidade de como prevenir a dengue, sempre informando sobre os criadouros para que a
vigilância sanitária ou o poder público possa tomar a decisão correta de como eliminar, avisar
sobre imóveis abandonados ou de recusa para os supervisores dos agentes. Os agentes então
serão capazes de fazer notificações dos caso em ficha específica para UBS, realizar reuniões
para que os ACE planejem medidas, trocas de informações, os índices de evolução dos casos
e os criadouros preferenciais pelo mosquito, informar sobre a hidratação oral e sua
importância desde o inicio dos sintomas, além de acompanhar os indivíduos após o
atendimento em visitas domiciliares de forma a orientar a população e familiares.
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