VARIAÇÕES DOS TEORES DE FLUORETOS DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO NO SETOR CENTRAL DA 17ª REGIONAL DE SAÚDE – LONDRINA (PR). Andre Po Sheng Yu (Bolsista Fundação Araucária), Pedro Henrique Lima Lacerda, João Carlos Alves, José Paulo Peccinini Pinese, e-mail: [email protected] Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Geociências/CCE. Área e sub-área do conhecimento: Geociências/Geografia Física Palavras-chave: Fluoretos, Hidrogeoquimica, Abastecimento Público Resumo Assinalaram-se anomalias hidrogeoquímicas nos municípios pertencentes à parte central da 17a Região de Saúde de Londrina, composta por Assaí, Cambé, Ibiporã, Jataizinho, Rolândia e Pitangueiras, devido à exploração e utilização de recursos subterrâneos como conseqüência do aumento populacional. O objetivo desse trabalho é demonstrar como se distribui o elemento flúor, e suas conseqüências quando ingerido em alta quantidade, além de comparar as variações do íon fluoreto na porção central da 17ª regional. Introdução De acordo com Pires (2008), o flúor é essencial para a saúde humana quando consumido em quantidades certas, porém quando consumido em quantidades elevadas pode provocar doenças como a fluorose dentária, que provoca manchas e torna os dentes frágeis, e a óssea/esquelética, que pode causar desde dores no pescoço até deformações nos ossos. Na área de estudo, municípios constituintes da porção central da 17a Região de Saúde de Londrina, apresentaram anomalias hidrogeoquímicas, por conta do uso de recursos naturais ou subterrâneos, além da água provinda das estações de tratamento. Procedimentos metodológicos Os procedimentos metodológicos utilizados no trabalho seguem o seguinte cronograma: revisão bibliográfica em relação entre os teores de flúor em recursos hídricos e suas implicações à saúde coletiva, coleta sistemática de amostras de recursos hídricos ‘in natura’, tratada, neste último a coleta foi feita em rede pública/cavalete/hidrômetro e posteriormente analisadas em laboratórios do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina, aplicando a técnica de potenciometria para o eletrodo seletivo à íons de fluoreto. Após todas essas etapas anteriormente citadas, foi feito relação de dados geológicos e hidrogeoquímicos com o objetivo de avaliar o comportamento dos íons fluoretos. Resultados e discussão A variação da quantidade de flúor está intimamente relacionada à saúde humana, uma vez que o processo de adição de flúor na água foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde em 1969 (OMS, 1988), mostrando que previne o indivíduo contrair cárie dentária. A partir de então, vários países adotaram a fluoretação das águas de abastecimento público como obrigatória, pelas estações de tratamento de água. No Brasil isso aconteceu durante a Ditadura Militar, em 1975, no governo do ex-presidente Ernesto Geisel (BRASIL, 1975). Segundo Pinese (2001) a alta concentração de fluoreto natural na água ou nos alimentos devem causar doenças na população, como a fluorose dentária e a óssea. Um dos principais efeitos da fluorose dentária é a corrosão do esmalte dos dentes e enquanto a fluorose óssea provoca em casos extremos a calcificação dos ligamentos e a hiper-densidade óssea. No trabalho é adotado o parâmetro 0,8 mg/L como a concentração máxima permitida nas amostras – valor limite determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1988). A Figura 1 mostra a área de estudo, com a variação da concentração do flúor coletados nesses municípios (Tabela 1), focando nas áreas onde ocorrem anomalias hidrogeoquímicas. Figura 1- Mapa dos municípios constituintes da porção central da 17a Região de Saúde-Londrina com a distribuição do Flúor. Tabela 1- Variação dos teores máximos e mínimos encontrados nos municípios da porção central da 17a Regional de Saúde-Londrina. Municípios Teores min. Teores max. Variação Assaí 0.05 0.856 0.851 Cambé 0.05 1.18 1.13 Ibiporã 0.014 1.035 1.021 Jataizinho 0.01 1.718 1.708 Pitangueiras 0.03 0.1 0.07 Rolândia 0.018 0.995 0.977 Conclusão É de extrema necessidade alertar a comunidade civil de que o elemento flúor apesar de ser fundamental para a manutenção da saúde bucal, ao ser ingerido em excesso, pode trazer uma série de problemas nos indivíduos. Com a técnica fluoretação aplicada pelas estações de tratamento, adicionada com a ingestão de comida, água superficial e subterrânea, a comunidade da porção central da 17a Região de Saúde está mais propícia a ter doenças relacionadas à flúor (Scarpelli, 2003), em particular nos municípios de Ibiporã e Rolândia, quando confrontadas a outras regiões do estado do PR. Desse modo, é importante apresentar as variações coletadas e tabeladas, para servir como um alerta à população. Referências BRASIL - Ministério da Saúde. Portaria nº 635, de 26 de dezembro de 1975. Aprova normas e padrões sobre fluoretação da água dos sistemas públicos de abastecimento,destinada ao consumo humano. Diário Oficial [da] União, Brasília, Poder Executivo, DF, 26 dez. 1975. O.M.S.(Organização Mundial de Saúde) Enquêtes sur la Santé Bucco’dentairemethodes fondamentales. Genève, OMS,3e., 1988, 60p. PINESE, J.P.P.; ALVES, J.C .; LICHT, O.A.B. Anomalias Hidrogeoquímicas NO Município de Itambaracá (PR): Resultados Preliminares. Congresso Brasileiro de Geoquímica, 8; Boletim de Resumos, Curitiba. P. 88 2001 PIRES, E. O. Geografia da saúde e geologia médica como instrumentos de planejamento e gestão em saúde ambiental : o caso das anomalias de flúor e da fluorose dentária em Itambaracá-Pr. 2008. Dissertação (Mestrado em Geografia)- Centro de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina. SCARPELI, W. Introdução à geologia médica. São Paulo: I FENAG. IG/USP, 2003.