texto 1 texto 2 resolução

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UFU – AGOSTO/2012
Texto 1
Depois que o Estado ficou em estado
de orfandade política devido à ausência
e prisão de Fernando VII, os povos reassumiram o poder soberano. Ainda que
seja verdade que a nação havia transmitido esse poder aos reis, sempre foi
com um caráter reversível, não somente
no caso de uma deficiência total, mas
também no de uma deficiência momentânea e parcial.
Fragmento do Regulamento da Divisão de Poderes, Buenos
Aires, 1811. Apud PAMPLONA, Marco A. e MADER, Maria
Elisa (orgs.). Revoluções de independências e nacionalismos
nas Américas. Região do Prata e do Chile. São Paulo: Paz
e Terra, 2007, p. 251.
Texto 2
Para sustentar a escravidão dos povos, não têm outro recurso que transformar em mérito o orgulho de seus
sequazes e cobri-los de distinções que
criam uma distância imensa entre o infeliz escravo e seu pretendido senhor.
Essa é a origem dos títulos de condes,
marqueses, barões, etc., que a corte da
Espanha prodigalizava para duplicar o
peso de seu cetro de ferro que gravitava
sobre a inocente América. Longe de nós
tão execráveis e odiosas preeminências;
um povo livre não pode ver brilhar o vício
diante da virtude. Estas considerações
estimularam a Assembleia a expedir a
seguinte LEI:
A Assembleia Geral ordena a extinção de todos os títulos de condes,
marqueses e barões no território das
Províncias Unidas do Rio da Prata.
O redator da Assembleia, n. 9. 29 de maio de 1813. In.
PAMPLONA, Marco Antônio e MÄDER, Maria Elisa (orgs.)
Revoluções de independências e nacionalismos nas Américas;
regiões do Rio da Prata e Chile. São Paulo: Paz e Terra,
2007, p.11 0. (Adaptado )
Os textos apontam para ânimos distintos relativos ao processo de independência na América
espanhola.
A) Explique o contexto histórico europeu relacionado ao início do processo revolucionário na América espanhola.
B) Identifique as mudanças no processo de
independência do Rio da Prata a partir dos
documentos acima apresentados.
Resolução:
A) O conjunto das emancipações políticas das
colônias sob o domínio da Espanha irrompeu logo no início do século XIX, resultou
de um processo de mobilizações envolvendo populares e fração da elite colonial
(criollos) contra o domínio metropolitano.
A emancipação política das 13 Colônias
inglesas no final do século XVIII, as crescentes mobilizações anti-absolutistas na
Europa Ocidental, com destaque para a
França, e a mecanização do processo de
beneficiamento de bens primários, iniciada na Inglaterra, compuseram um cenário
de afirmação do projeto liberal nos planos
econômicos e político. O “Bloqueio Continental” contra a Inglaterra, decretado por
Napoleão Bonaparte, não contou com as
adesões dos governos português e espanhol e, em represália, Napoleão determinou a ocupação sobre a Península Ibérica e
a usurpação dos tronos ibéricos. Em razão
do “vazio de poder” observado na Espanha, os movimentos de libertação colonial,
influenciados pelo iluminismo, ganharam
novo impulso.
B) Os documentos sinalizam a pretensão das
lideranças de romper com os elementos do
“Antigo Regime” europeu e suas repercussões nas colônias americanas (sociedade
de ordens, servidão, vassalagem, etc.).
Sob inspiração das idéias liberais, os lideres da emancipação política do Vice Reino
do Rio da Prata (atuais Estados Nacionais
do Uruguai, do Paraguai e da Argentina),
excetuando o Uruguai que se encontrava
desde 1816 sob domínio do Reino Unido
de Portugal e Algarves, trataram de instituir uma ordem político-institucional tendo
como referência os Estados Unidos, isto
é, adotaram um regime republicano e presidencialista tanto no Estado Argentino
quanto no Estado Paraguaio. O Uruguai, ao
se desvencilhar do Império Brasileiro em
1828, adotou um modelo semelhante.
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