Protocolo de Biossegurança Manual do aluno Sete Lagoas, MG 2016 Comissão de Biossegurança: Ivan Fernando Martins Andrade Juliana Rocha Gonçalves Valéria Fátima de Alencar Elaborado por: Valéria Fátima de Alencar Verificado por: Ivan Fernando Martins Andrade Autorizado por: Dóris Camargo Martins Andrade Sumário 1. Introdução ...................................................................................................................... 4 2. Normas gerais para utilização das clínicas: ................................................................... 5 3. Higienização das mãos ................................................................................................... 7 4. Higiene pessoal .............................................................................................................. 9 5. Atendimento clínico ..................................................................................................... 10 6. Procedimentos antes de iniciar a consulta: .................................................................. 10 7. Ao término da sessão ................................................................................................... 10 8. Central de materiais e esterilização (CME) ................................................................. 11 9. Processamento de materiais ......................................................................................... 11 10. Identificação ................................................................................................................. 15 11. Entrega dos materiais na central de esterilização ......................................................... 16 12. Cuidados no laboratório de prótese .............................................................................. 16 13. Barreiras de proteção ................................................................................................... 16 14. Higienização das linhas de água .................................................................................. 17 15. Procedimentos para radiografar na clínica ................................................................... 17 16. Procedimentos recomendados em casos de exposição ocupacional ............................ 18 17. Fluxo de atendimento aos trabalhadores acidentados com material biológico ............ 20 18. Cuidados com os resíduos ............................................................................................ 21 19. Manejo de biópsias....................................................................................................... 21 20. Dentes extraídos ........................................................................................................... 21 21. Acolhimento ao paciente .............................................................................................. 22 22. Roteiro para atendimento clínico ................................................................................. 22 23. Limpeza dos óculos de proteção após atendimento ..................................................... 23 24. Orientações gerais ........................................................................................................ 23 25. Referências bibliográficas ............................................................................................ 26 1. Introdução De acordo com a Anvisa, a preocupação com a qualidade do cuidado e a segurança do paciente em serviços de saúde tem sido uma questão de alta prioridade na agenda da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em outubro de 2004, a OMS lançou formalmente a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, através de Resolução, na 57ª Assembleia Mundial de Saúde e tem como objetivo despertar a consciência e o compromisso para melhorar a segurança na assistência. Compreende-se, entre as áreas de ações do Programa de Segurança do Paciente Educação para cuidado seguro (Área de ação 11). da OMS, Neste contexto, a Faculdade Sete Lagoas (Facsete) institui como proposta a criação de guias e protocolos que visam aperfeiçoar permanentemente a educação com foco na qualidade da assistência e a missão de levar conhecimento para as pessoas, por meio da educação superior de excelência. Nesse sentido, estabelece no âmbito da faculdade de Odontologia, implantar procedimentos que asseguram boas práticas com o fim de atender aos anseios de diretores, professores, funcionários e alunos. Objetiva também padronizar condutas, vez que o controle das infecções cruzadas na assistência odontológica se faz necessário tendo em vista a presença de inúmeros microrganismos presentes na cavidade bucal e a complexidade de seus procedimentos. Assim, procurou-se, na elaboração do presente manual construir, de forma clara e objetiva, orientações a serem seguidas na evolução dos trabalhos desenvolvidos nas clínicas da faculdade. Não espera esgotar o assunto nesta primeira edição, já que, deverá ser revisado e complementado permanentemente, mas almeja, sobretudo, minimizar riscos aos profissionais, alunos e pacientes além da proteção ao meio ambiente. 2. Normas gerais para utilização das clínicas: Prezados colegas/alunos, no intuito de seguir regras estabelecidas pela Vigilância Sanitária e melhorar o aprendizado e atendimento clínico precisamos seguir as seguintes normas: 1. Todos profissionais deverão permanecer na clínica devidamente paramentados. Durante os atendimentos clínicos é necessário e obrigatório o uso do pijama completo; (máscara, gorro, óculos de proteção, luvas de procedimento, etc.) Durante as cirurgias, o cirurgião e seu auxiliar deverão obrigatoriamente usar paramentação estéril, gorro, máscara e óculos. 2. Material de uso individual de cada profissional deverá estar acondicionado em caixas plásticas ou malas. Fica proibido o uso de caixas de papelão dentro da clínica. 3. O atendimento inicial do paciente (ficha clínica, anamnese, fotos, moldagem de estudo) e posteriores atendimentos; somente poderão ocorrer após a liberação do setor financeiro da escola. 4. A evolução da ficha clínica e do caderno preto de cirurgia deverá ser realizada após cada atendimento e deverão estar assinados pelo paciente, aluno e professor. 5. O ambiente da clínica exige atenção constante em todos os procedimentos, portanto todos devem agir com serenidade e cautela evitando gestos bruscos que possam ocasionar acidentes. Da mesma forma, deve-se evitar falar em voz alta. 6. Após cada atendimento, a coleta do lixo deverá ser realizada separando lixo comum, lixo contaminado e perfuro-cortantes, portanto deve-se ter atenção ao descartar o lixo nas lixeiras corretas ficando atento à identificação de cada lixeira. 7. A mesa central da clínica deverá apresentar-se organizada. Existem gavetas que estão identificadas e servem para guardar toda papelaria necessária. 8. O coletor de osso deverá ser utilizado em todas as cirurgias para instalação de implantes e Enxertia óssea. 9. Em cada cirurgia deverá ser utilizado um sugador para sangue e outro para saliva. Para isso, cada profissional deverá providenciar mangueira de silicone e um T. 10. Não chegar próximo ao campo cirúrgico sem gorro, máscara e óculos de proteção. 11. Gentileza não deixar jalecos ou pijama pendurados nas divisórias de vidro. 12. Gentileza revisar as brocas do Kit cirúrgico e substituir as que forem necessárias. 13. Manter bancadas próximas aos equipos organizadas. Não deixar material espalhado. 14. Quando o agendamento for realizado colocar nome completo e telefone do paciente. Isso facilitará a separação das pastas dos mesmos previamente pela escola. 15. Gentileza não deixar material contaminado espalhado pela clínica (bancada, chão, equipos, etc); 16. Os trabalhos protéticos deverão ser enviados para o laboratório observando os seguintes critérios: Nome completo do paciente; Nome completo e turma do aluno; Tipo de componente a ser utilizado; → UCLA: Rotacional ou antirrotacional, com base metálica ou totalmente calcinável. → Tipo de intermediários: pilar, mini-pilar, etc; reto ou angulado (determinar a angulação) → Quantidade de componentes protéticos; → Tipo de trabalho: unitário/múltiplos – separados/ferulizados – parafuso/cimentados →Quando o trabalho protético for uma prótese removível imediatamente determinar o tipo de prótese (total ou parcial); qual a cor do dente a ser usada. O laboratório de prótese da escola é de uso comum. Gentileza mantê-lo limpo e organizado. 3. Higienização das mãos Técnica para higienização das mãos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Retirar anéis, pulseiras, relógio das mãos e antebraço; Ficar em posição confortável, sem dobrar a coluna; Não tocar na pia com o corpo; Abrir a torneira acionando o comando de pé ou cotovelo; Umedecer as mãos em água corrente; Colocar 3 ml de sabão comum líquido na palma da mão e espalhar pelas duas mãos e antebraços; 7. Friccionar as palmas das mãos uma contra a outra e o dorso das mãos; 8. Abrir os dedos e friccionar as regiões interdigitais, primeiro de uma e após a outra; 9. Friccionar as pontas dos dedos e as unhas na palma da mão oposta; 10. Dobrar os dedos e friccionar a região articular contra a palma da mão oposta; 11. Friccionar a região lateral da mão contra a mão oposta; 12. Finalmente friccionar o polegar e sua região interdigital; 13. Enxaguar as mãos em água corrente, e repetir o procedimento; 14. Enxugar as mãos com papel toalha descartável ou compressa estéril; 15. Fechar a torneira. Técnica para a lavagem e antissepsia das mãos para procedimentos cirúrgicos: 1. Prender os cabelos, colocar o gorro ou touca e posicionar corretamente a máscara e óculos de proteção; 2. Retirar anéis, alianças, pulseiras, relógio, fitas de punho, e outros adornos das mãos, punhos e antebraços; 3. Molhar as mãos, os punhos e os antebraços em água corrente, e, após, fechar a torneira; 4. Ensaboar as mãos, os punhos e os antebraços até o cotovelo com solução antisséptica degermante, a base de iodo (PVPI 10%) ou de gluconato de clorexidina 2%, utilizando a face esponjosa da escova; 5. Escovar (com a face das cerdas), sequencialmente, as unhas, as pontas dos dedos, a palma e o dorso da mão, os espaços entre os dedos, sempre da porção distal para a proximal, ou seja, da ponta dos dedos para o punho; 6. Esse passo anterior pode ser realizado primeiramente em uma das mãos; 7. Após esta fase, escovar os punhos e antebraços, também da parte distal para a proximal, isto é, do punho em direção ao cotovelo; 8. Enxaguar bem as mãos, os punhos e os antebraços com água corrente, deixando escorrer também da ponta dos dedos para os cotovelos; 9. Secar as mãos e antebraços com compressa estéril, sempre da mão para o antebraço, cuidar para trocas as compressas de uma mão para outra; 10. Vestir o avental estéril, com fechamento nas costas, gola alta e mangas compridas; 11. Calçar luvas estéreis, conforme a técnica, abertas pelo auxiliar, sobrepondo os punhos do avental. 4. Higiene pessoal Os alunos deverão observar aspectos básicos de higiene pessoal Cabelos devem ser mantidos presos, acima do ombro e protegidos pelo gorro; Barbas e bigodes devem ser aparados e cobertos pela máscara; Joias, bijuterias e relógios devem ser removidos; Unhas devem estar limpas e curtas; Esmalte deve ser evitado. Paramentação mínima exigida do aluno: Para atendimento clínico, será exigido que o aluno se paramente com: Avental; Luvas; Óculos de Proteção; Máscara; Gorro. Motivo: Precauções Universais durante o atendimento odontológico, contato com sangue e saliva de qualquer paciente deve ser considerado como possivelmente contaminado. Aerossóis são frequentemente produzidos (seringa tríplice, alta rotação etc.) tornando essencial a proteção de mucosas do profissional. Do paciente: Campo descartável (pequeno para procedimentos clínicos, grande para cirurgia); Gorro; Óculos de proteção. 5. Atendimento clínico Os alunos deverão seguir as seguintes etapas durante o tratamento de qualquer paciente: Lavar as mãos antes e após realizar os procedimentos; Fazer desinfecção com álcool a 70% em cadeira, mesas, bancadas a cada atendimento. 6. Procedimentos antes de iniciar a consulta: Correr água durante 5 minutos em todo o encanamento do equipamento para eliminar microrganismos que tenham se multiplicado durante a noite. Entre pacientes, repetir a operação por 30 segundos. Cobrir seringa tríplice, refletor, peça de mão, caneta, luz com plástico protetor, substituir a cada paciente; Cobrir o encosto da cabeça e os apoios de braço da cadeira também com plástico protetor substituir a cada paciente. Colocar Sugador descartável; Colocar lixeira individual (Resíduo infectante e resíduo comum); Preparar a mesa de trabalho seguindo o plano de tratamento; Forrar a mesa clínica (bandeja) com campo descartável, ajustar a cadeira; Ligar o refletor e ajustá-lo; Colocar o avental, máscara, gorro e óculos; Lavar as mãos e calçar as luvas; Fazer a assepsia extra oral (povidine) e intra oral (clorexidina 0,12%), se necessário; Realizar o plano de tratamento. 7. Ao término da sessão Realizar a limpeza prévia do instrumental se necessário; Colocar o instrumental contaminado em solução de detergente enzimático conforme orientação do fornecedor em recipiente de plástico ou na lavadora automática; Agulhas, lâminas de bisturi, e demais materiais pontiagudos deverão ser descartados nas caixas destinadas aos perfu-cortantes. O lixo contaminado deverá ser desprezado nas lixeiras identificadas com o símbolo de resíduo infectante e separado do lixo comum; Lavar as mãos e remover máscara, proteção ocular e gorro; Preencher a ficha clínica: tratamento realizado e ficha de avaliação do Professor; Lavar os instrumentais com luvas de borracha (grossa), secar, empacotar, identificá-los e protocolar para esterilização; As brocas, após sua limpeza, deverão ser guardadas em pacotes unitários e levados para esterilização. 8. Central de materiais e esterilização (CME) Área física da Central de Esterilização A CME dispõe das seguintes áreas: Área de limpeza de material Área de secagem e empacotamento de material Área de esterilização e armazenamento de material 9. Processamento de materias Artigos a serem esterilizados Deverão ser esterilizados todos os instrumentais utilizados no atendimento do paciente. Os materiais serão entregues embalados em papel grau cirúrgico devidamente identificado constando: nome do aluno, período e curso, data da esterilização e data da validade de esterilização (7 dias). Ao entregar o material para esterilização, os alunos deverão preencher e assinar o protocolo para controle de materiais a serem esterilizados. Necessário observar os horários de entrega de materiais. Os materiais utilizados em procedimentos durante os cursos deverão obrigatoriamente serem esterilizados na Facsete, sob pena de suspensão das atividades clínicas do aluno que não estiver dando entrada na Central de esterilização. Processo de limpeza Pré–limpeza: Remover a sujidade visível presente nos produtos utilizando no mínimo água e ação mecânica manual. Ao fim de cada atendimento os instrumentais deverão ser imersos em detergente enzimático durante 5 a 10 minutos em cubas ultrassônicas. A diluição e o tempo de imersão deverão seguir orientação do fabricante. Após imersão, os instrumentais deverão passar pelo processo de escovação específica para a lavagem, conforme o instrumental, enxaguar em água corrente. Observações importantes: Obrigatório o uso do EPI (gorro, máscara, avental, óculos de proteção, luvas de borracha) Instrumentais com articulações (serrilhas, cremalheiras) e conecções devem ser desarticulados e/ou desconectados antes da descontaminação prévia. Turbinas, micromotores, contra ângulos e peças retas deverão receber tratamentos diferenciados (cada usuário deverá seguir as orientações do fabricante quanto a limpeza, lubrificação e esterilização dos mesmos). Canulados menores que 5mm não deverão ser esterilizados. Ex: equipo do motor de implante. Devem ser descartáveis. Todas as canetas de alta e baixa rotação devem ser autoclavadas entre um paciente e outro. Este processo, segundo o fabricante, não causa danos. a) Ativar o sistema de desinfecção interna durante 30 segundos, para desinfecção interna com ácido peracético, em seguida acionar a água para remover o agente desinfetante. b) Limpar a superfície externa com água e detergente enzimático, retirar o excesso e secar bem. c) Lubrificar com óleo indicado pelo fabricante. d) Remover o excesso de óleo, empacotar e autoclavar. No decorrer do curso, os alunos deverão ter disponível para atendimento dos pacientes, no mínimo duas canetas de alta-rotação e dois contra -ângulos de baixa-rotação. Espelhos para fotografias intra-bucais e afastadores DEVEM ser autoclavados previamente ao uso PARA CADA PACIENTE. Secagem dos Materiais Secar os instrumentais cuidadosamente com toalhas absorventes cuidando para secar as articulações a fim de evitar corrosão e enrijecimento. Realizar conferência do material limpo com lupa. Retornar o material para nova limpeza sempre que necessário. A secagem poderá ser também utilizando a pistola de pressão. Empacotamento Envolver os instrumentais, após secagem, em papel grau cirúrgico e filme plástico ou não tecido, selar cuidadosamente. Instrumentais com travas devem ficar entreabertos. As caixas metálicas ou acrílicas devem ser perfuradas e envolvidas em papel grau cirúrgico ou não tecido para a esterilização. É proibida a reutilização de embalagens descartáveis. Técnica de empacotamento universalmente aceita: Posicionar o material diagonalmente no centro da embalagem. Colocar o indicador ou integrador químico no centro do pacote. Dobrar a ponta voltada para o funcionário, levando-a até o centro do pacote, cobrindo o material e realizando uma dobra na ponta. Trazer uma das laterais até o centro do pacote, deixando uma dobra na ponta. Realizar o mesmo procedimento na outra lateral, de modo que as duas cubram o artigo. Completar o pacote, levando a quarta e última ponta até o centro do pacote. Fechar com fita indicadora de processo de acordo com o agente esterilizante que será usado, envolvendo todo o pacote, ou selar o pacote com duas fitas adesivas para alta temperatura (adesivo acrílico); coloque mais ou menos 5 centímetros de fita indicadora de processo sobre uma das fitas adesivas usadas. Retirado de: Recomendações práticas para processos de esterilização em estabelecimentos de saúde; 2000. Identificar o pacote com os seguintes itens: Descrição do conteúdo do pacote; Data da validade do processo de esterilização; Número de controle do lote; Nome do funcionário responsável; Método de esterilização utilizado. 10.Identificação Todo pacote deve apresentar identificação do conteúdo, data de preparo, lote, validade, nome do aluno e curso. OBS: A identificação, se manuscrita, deve ser colocada na parte inferior da embalagem, na área externa de selagem (no caso do papel grau cirúrgico) a fim de evitar micro furos no papel. Todo artigo deve receber individualmente uma fita indicadora de processo caso a embalagem não possua seu próprio indicador de processo. Retirado de: Recomendações práticas para processos de esterilização em estabelecimentos de saúde; 2000. 11.Entrega dos materiais na central de esterilização A entrega dos materiais deve ser feita pelo menos um dia antes da clínica, respeitando os horários pré-estabelecidos, podendo não ser aceito pela central caso não atenda as orientações descritas prejudicando a validação do processo e a qualidade da esterilização. Retirada dos materiais O material deverá ser retirado antecedendo a clínica após conferência e assinatura em protocolo específico. 12.Cuidados no laboratório de prótese Realizar a limpeza e desinfecção dos moldes, modelos, aparelhos, próteses em geral antes da realização de trabalhos. O envio e recebimento de peças protéticas exigem medidas de biossegurança para evitar a contaminação cruzada. Lavar em água corrente logo após moldagem. Borrifar ou imergir durante 30min em hipoclorito de sódio a 1% ou ácido peracético. 13.Barreiras de proteção Todas as superfícies que são passíveis de contaminação devem ser protegidas com plástico protetor: Alças e interruptor do refletor; Cabeça, alça e disparador do RX; Botoneira, encosto, comando da cadeira; Mangueiras, seringa tríplice; Haste da mesa auxiliar e do equipo; Ponta do fotopolimerizador; Etc. 14.Higienização das linhas de água Cuidados que devem ser observados: Preencher o reservatório com solução de ácido peracético a 0,05%. Injetar a solução ao fim das atividades e se necessário entre o atendimento de pacientes. Antes de utilizar as pontas no paciente seguinte, lembrar de acionar o pedal por pelo menos 20 seg para correr a água. 15.Procedimentos para radiografar na clínica Antes de executar as radiografias intra-orais ou extra-orais, o paciente deve ser posicionado na cadeira e protegido com o avental de chumbo. Para radiografar e processar individualmente: 1. O cabeçote e o comando do aparelho devem ser envolvidos com filme plástico tipo PVC, após a limpeza e desinfecção destas superfícies. O operador deve estar paramentado com máscara, gorro, avental, luvas descartáveis de procedimento. 2. Se o posicionador de filmes for usado, o conjunto posicionador/filme deve ser envolvido em saco plástico. Caso seja necessário radiografar mais de uma vez, o filme plástico é removido do posicionador, o operador calça sobre- luvas, remove o filme usado e coloca-o em local livre de contaminação, posiciona novo filme no posicionador radiográfico, remove as sobreluvas, recoloca o filme plástico e executa a técnica. 3. Repetir todas as vezes que houver necessidade de trocar o filme para o mesmo paciente. 4. Se o posicionador não for utilizado, o filme(s) radiográfico(s) deve(m) ser embalado(s) em saco(s) plástico(s) e lacrado(s). Após a exposição o operador deve remover o filme e colocálo em local livre de contaminação. 5. Após realização da radiografia, o operador, antes de sair, calça sobre-luvas, remove o plástico do cabeçote e do comando do aparelho descartando-os em lixo infectante. Retira as luvas e sobre-luvas, descarta em lixo infectante e lava as mãos. Retira o avental de chumbo do paciente, pegar os filmes e executar o processamento. Radiografar e processar em dupla 1. Se o posicionador de filmes for utilizado, o conjunto posicionador/filme deve ser envolvido em saco plástico, posicionado por quem está radiografando. O auxiliar posiciona o cabeçote e o timer, sem tocar no conjunto filme/posicionador e efetua o disparo. Quem está radiografando remove o filme/posicionador da boca do paciente, retira o plástico de proteção. O auxiliar remove o filme e coloca outro novo, se necessário. Quem está radiografando recoloca o plástico no conjunto filme/posicionador sem tocar o filme e realiza quantas radiografias forem necessárias repetindo este procedimento. Ao final, quem está radiografando retira o plástico do conjunto e tira as luvas descartando-as no resíduo infectante. Em seguida lava-se as mãos antes de sair da sala de RX. 2. Se o posicionador de filmes não for utilizado, o filme(s) radiográfico(s) deve(m) ser embalado(s) em saco(s) plástico(s) e lacrado(s), quem está radiografando posiciona o filme sobre- embalado na boca do paciente que deverá durante a exposição. Em seguida a exposição, quem está radiografando retira o filme sobre- embalado da boca do paciente rasga a sobreembalagem sem tocar no filme e oferece ao auxiliar que retira o filme sem tocar na sobreembalagem (pode ser com auxílio de pinça). Quem está radiografando, repete este procedimento de acordo com o número de radiografias necessárias. O auxiliar remove o avental de chumbo do paciente e se encarrega do processamento. OBS: Os posicionadores deverão ser lavados e encaminhados para desinfecção e/ou esterilização. 16.Procedimentos recomendados em casos de exposição ocupacional Acidente com material biológico Cuidados locais: Realizar descontaminação imediata do local de exposição: 1. Se houver respingo de sangue ou outros fluidos orgânicos, realizar a descontaminação conforme a área atingida: Nos olhos: lavar com bastante soro fisiológico ou água bidestilada por 05 minutos Na boca: lavar com bastante água (gargarejar, bochechar e desprezar). Em pele íntegra: lavar abundantemente com água e sabão comum, enxugar com toalha descartável e aplicar álcool 70%, friccionando e deixando secar espontaneamente. 2. Se houver acidente com perfuro cortante que determine contanto com sangue e/ou outros líquidos orgânicos, realizar a descontaminação da área atingida: Perfuração: comprimir sem traumatizar, lavar bem e aplicar álcool 70%. Corte: fazer a limpeza adequada com água, sabão, irrigar com soro fisiológico e suturar, se necessário. OBS: Comunicar o professor e preencher ficha clínica; Verificar fluxo de acidente com material biológico. Fluxo de atendimento aos trabalhadores acidentados com material biológico Acidentado Procurar setor de Recursos Humanos de 09:00 as 19:30 Funcionário NÃO (Aluno/Professor) SIM ( Preencher a notificação que encontra na recepção do prédio 50 se Preencher a notificação que se encontra na recepção do prédio 50 OBS: Encaminhar ao RH para preencher CAT. Identificar o paciente-fonte; Preencher a autorização do paciente fonte. SIM NÃO Coleta de amostra do paciente fonte Encaminhar o trabalhador com ou sem amostra do paciente-fonte para o Hospital Municipal de Sete Lagoas. OBS: Se o acidente acontecer após o horário de funcionamento do setor de Recursos Humanos, o trabalhador deverá ser encaminhado ao Hospital Municipal de Sete Lagoas e comunicar o RH no dia seguinte para preencher a CAT. A cópia do protocolo do Hospital Municipal se encontra na Recepção do Prédio 50 O Fazer controle semestralmente conforme protocolo do Hospital Municipal de Sete Lagoas 17.Cuidados com os resíduos Os resíduos gerados na clínica odontológica são classificados e devem ser descartados conforme a sua geração, seu manejo compreende atenção. Resíduos comuns não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, devem ser desprezados em lixeiras identificadas como Resíduo comum. Resíduos químicos contêm substâncias que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente (os resíduos contendo mercúrio devem ser acondicionados em recipientes sob selo d'água e encaminhados para recuperação). Líquidos reveladores e fixadores de RX são desprezados em recipientes identificados para este fim. Resíduos infectantes são aqueles com possível presença de agentes biológicos, que, por suas características, podem apresentar risco de infecção, são provenientes da assistência aos pacientes em geral, devem ser desprezados em lixeiras identificadas como Resíduo infectante. Resíduos perfuro cortantes devem ser desprezados e acondicionados em recipientes próprios como os descarpack. 18.Manejo de biópsias Colocar o material coletado em frasco rígido contendo formal a 10% com tampa segura, identificar adequadamente e encaminhar ao laboratório. Observar o procedimento cirúrgico para não contaminar o frasco. Realizar a limpeza e desinfecção do frasco, se contaminado, antes de colocar o plástico. 19.Dentes extraídos O dente extraído deve ser colocado em recipiente para resíduos biológicos, a não ser que seja entregue ao paciente; Não colocar dente extraído que contém restauração de amálgama em recipiente para resíduos que serão incinerados; Dentes extraídos devem ser considerados infectantes e devem ser manipulados com EPI; Dentes extraídos e doados para ensino devem passar por desinfecção com hipoclorito de sódio a 1%, devendo ser removidos tecidos aderentes através de escovação com detergente e água; Após limpeza prévia, os dentes serão autoclavados e armazenados para estudo; Procedimentos poderão ser reavaliados para não intervir na metodologia a ser empregada no estudo; Dentes com restauração de amálgama não podem ser autoclavados devido a liberação de mercúrio com o aquecimento, deverão passar por desinfecção química ou a retirada do amálgama para posterior autoclavação. O amálgama retirado deverá ser desprezado em recipiente próprio identificado. 20.Acolhimento ao paciente Triagem: Recepcionista: Encaminhar o paciente para triagem pelo aluno; Aluno: Identificar o tratamento bucal necessário ao paciente; Realizar o exame inicial dos pacientes de urgência; Orientar os pacientes sobre a higiene bucal; Fornecer as orientações gerais sobre o curso. Somente poderão ser atendidos pacientes que passarem pelo acolhimento 21.Roteiro para atendimento clínico Professor da disciplina: Requisitar o paciente que já passou pela triagem para o atendimento; Determinar as condutas de atendimento na primeira consulta; Vincular o paciente ao aluno. Aluno: Solicitar o prontuário do paciente na recepção; Dirigir- se a sala de espera e chamar o paciente; Desenvolver o plano de tratamento para o paciente juntamente ao professor; Descrever o plano no prontuário; Submeter o plano de tratamento à aprovação pelo paciente; Solicitar a assinatura de consentimento na ficha clínica antes de iniciar o tratamento. Do atendimento pelo aluno: Apresentar ao professor da disciplina o procedimento que planejou antes de executá-lo e solicitar sua aprovação; Explicar ao paciente o procedimento que será realizado; Conferir junto com o professor todas as etapas dos procedimentos a serem realizados; Ocorrendo alguma dúvida, deverá ser discutido com o professor; Ao final do procedimento, solicitar ao professor para verificar o atendimento realizado; Dispensar o paciente somente após a autorização do professor; Registrar o atendimento realizado na ficha clínica, Solicitar a assinatura do paciente ou de seu responsável e a do professor; Acompanhar o paciente à recepção para agendamento de sua próxima consulta; Entregar o prontuário na recepção; Retornar à clínica, realizar a limpeza e desinfecção do equipo; Proceder a limpeza e preparo de seus instrumentais e materiais conforme manual; Encaminhar à esterilização protocolando-os; Observações: Caso o agendamento não tenha sido realizado, o paciente não poderá ser atendido, pois a recepção não poderá liberar o prontuário; Não é permitido aos alunos o atendimento fora do dia e horário determinado para cada disciplina, e sem a orientação de um professor. 22.Limpeza dos óculos de proteção após atendimento Colocar os óculos dentro de um recipiente plástico contendo solução de água e detergente neutro ou enzimático; Lavar com uma bola de algodão; Enxaguar em água corrente; Secar com uma compressa; Friccionar com algodão embebido em álcool a 70% e deixar secar; Colocar os óculos em recipiente apropriado para sua guarda (saco ou caixa plástica). 23.Orientações gerais Permanecer nas clínicas somente pessoas que estejam envolvidas com as atividades clínicas daquele momento e estejam paramentadas, com EPI e roupa branca obrigatória, sapatos fechados brancos e meias brancas. Retirar a paramentação antes de deixar a clínica e deverá ser utilizada tanto nas atividades clínicas quanto nas laboratoriais. Utilizar o jaleco somente nas dependências da clínica. Evitar o uso do jaleco, nas cantinas, nos toaletes, na biblioteca ou quaisquer outras dependências da Facsete. Os itens gorro e máscara são descartáveis. A máscara deve ser trocada a cada paciente ou caso esteja molhada, ou seja, atingida por secreções. O gorro deve ser trocado toda vez que estiver molhado ou for atingido por secreções ou ao término do turno (manhã, tarde ou noite). É proibido fumar e ingerir alimentos ou bebidas no interior da clínica. Sendo proibido também guardar alimento na mesma geladeira de conservação de material odontológico. É proibido o uso de telefone celular no horário de atendimento. É proibido retirar qualquer equipamento e/ou acessório da clínica; A entrega de material odontológico será efetuada ao aluno em quantidades suficientes para o uso em procedimento pré-determinado. Somente serão fornecidos pelo almoxarifado clínico para alunos com sobreluvas, ou sem luvas de procedimento. No caso de empréstimo (devidamente protocolado) do fotopolimerizador, o funcionário deverá verificar a sua integridade, e na ocorrência de algum dano, o professor responsável será comunicado. Não receber o fotopolimerizador ainda com barreiras. Após o recebimento, o funcionário deverá promover a limpeza e desinfecção, friccionando álcool 70%, acondicionar a ponta em sacos plásticos individuais. Somente maletas e caixas de fibra ou plástico, que permitam a desinfecção, poderão ser usadas nas clínicas. É proibido o uso de malas revestidas de tecido e sacolas plásticas. O transporte de instrumentos contaminados ou envelopes esterilizados pelas dependências da instituição, somente será permitido quando os materiais estiverem protegidos por embalagens plásticas, preferencialmente caixas, evitando o risco de acidentes. Os setores da clínica não serão responsáveis em guardar materiais de alunos, exceto as caixas de instrumentais no setor de esterilização; Todos que atuarem no ambiente clínico devem estar imunizados com as vacinas BCG (tuberculose), hepatite B, tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) e dupla bacteriana (difteria e tétano). O estudante deverá assinar um termo de responsabilidade, rubricado pelo Professor Coordenador/Responsável pela referida Disciplina, onde estarão previstas a correta utilização e preservação do equipamento a ele oferecido para sua atividade prática. Situações de perda ou dano material serão cabíveis de medidas administrativas previstas. É proibida a liberação de pacientes sem autorização do professor e do setor de triagem. As anotações, em fichas clínicas e/ou nas fichas de alunos, devem ser realizadas sem luva ou com sobre-luvas. É dever do docente, observar as condições em que se encontram os instrumentais utilizados pelos alunos. É dever do docente, observar as condições de higiene do próprio vestuário utilizado e também por outro docente, pelo aluno e por funcionários administrativos. Compete ao docente informar as não- conformidades, como: o não cumprimento às normas da instituição, o ato falho em reservado, e nos casos de reincidência, proceder da forma que cada módulo/ disciplina determinar. Ao utilizar aparelhos a Laser proteger com óculos especiais, o operador, auxiliar e paciente; Evitar o atendimento nos casos de doenças infecto -contagiosas, em presença de lesões e dermatites comunicando aos responsáveis; A responsabilidade sobre o cumprimento das normas de biossegurança na clínica é de todos os professores e supervisores de prática em Clínica. Sempre os cuidados com biossegurança devem constar da nota prática do aluno. Os alunos devem adquirir todos os itens necessários. É de responsabilidade de todos inclusive dos alunos manterem as portas das clínicas fechadas, devido ao ar condicionado. 24.Referências bibliográficas 1. Dourado Rosana. Esterilização de instrumentais e desinfecção de artigos odontológicos com ácido peracético- Revisão de literatura. Journal of Biodentistry and Biomaterials; São Paulo; n.2, p.31-45, set./fev. 2011. 2. Magro-Filho O et al. Controle da infecção cruzada no consultório odontológico- Estudo Comportamental. BCI 2007; n.26:18-27. 3. Resolução SES Nº 1559 de 13 de agosto de 2008. Regulamento técnico que estabelece condições para instalação e funcionamento dos Estabelecimentos de Assistência Odontológica no Estado de Minas Gerais. 4. Ministério do trabalho e Emprego. NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE - Portaria GM n.º 1.748, de 30 de agosto de 2011. [online]. Disponível em: http://www.bioselo.org.br/docs/NR%2032.pdf. 5. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 156 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) 6. CONSELHO NACIONAL DE TÉCNICOS EM RADIOLOGIA. Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-x diagnósticos em todo território nacional e dá outras providências. Portaria SVS/MS n° 453, de 1 de junho de 1998. Disponível em: http://www.conter.gov.br/uploads/legislativo/portaria_453.pdf>. Acessado em: 12 de julho de 2016. 7. MORIYA, Giovana Abrahão de Araújo and GRAZIANO, Kazuko Uchikawa. Avaliação da manutenção da esterilidade de materiais úmidos/molhados após a esterilização por vapor e armazenamento por 30 dias. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2010, vol.18, n.4, pp.786-791. ISSN 1518 8345. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S010411692010000400018>. 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