PLANTAS TÓXICAS EM AMBIENTES ESCOLARES: uma reflexão

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PLANTAS TÓXICAS EM AMBIENTES ESCOLARES: uma reflexão
necessária
Eurico Cabreira dos Santos, Nelson Antunes de Moura, Andressa Alves Cabreira dos
Santos, Juciley Benedita da Silva
Escola Estadual Esperidião Marques – [email protected]; Universidade do Estado de Mato
Grosso [email protected]; Universidade do Estado de Mato Grosso –
[email protected]; Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação
Básica – [email protected]
Eixo 7 - Diversidade, multiculturalismo no Ensino de Ciências
Resumo: As plantas sempre despertaram o interesse e a curiosidade do ser humano, seja pela
sua qualidade na produção de alimento, no tratamento das enfermidades, pela rica
biodiversidade, na sua capacidade de adaptação nos diversos tipos de ambientes, e/ou pela sua
toxicidade. Nesse sentido o objetivo deste estudo foi conhecer a incidência de plantas tóxicas e a
diversidade de espécies que estão presentes dentro do ambiente escolar. A pesquisa de cunho
qualitativa e quantitativa foi realizada no período de março a dezembro de 2011 no Polo de
Cáceres – MT, envolvendo os municípios de Cáceres, Glória D´Oeste e Porto Esperidião e as
escolas das redes de ensino estadual e municipal. Os dados foram coletados em 13 escolas
durante os encontros formativos do Projeto Sala de Educador, sendo que durante a participação
nesse projeto era registrado o nome das plantas tóxicas, a localização destas no ambiente escolar
e retirada fotografias para, posteriormente, serem identificadas nas literaturas especializadas.
Neste estudo foram identificadas 11 famílias botânicas, 21 gêneros e 24 espécies de plantas. As
famílias com maior número de representantes encontradas nas escolas foram Araceae (7),
Euphorbiaceae (5) e Apocynaceae (4) espécies, respectivamente. As espécies presentes em
maior número de escolas foram Dieffenbachia seguine e Ficus benjamina (6), Nerium oleander
e Sansevieria trifasciata (4), seguida de Monstera deliciosa (2). Consideramos que o estudo foi
relevante, pois revelou um problema que na maioria das escolas passava despercebido e não
recebia um cuidado adequado na perspectiva de evitar e prevenir acidentes com plantas tóxicas.
Palavras-Chave: Plantas tóxicas; Ensino de Ciências; Prevenção; Diálogo.
Introdução
Segundo Schvartsman (1992), as plantas tóxicas são aquelas que podem causar
problemas ao organismo dos seres vivos pelo contato ou ingestão. Já para Barg (2004),
as plantas tóxicas são “temidas por muitos e mal utilizadas por outros, costumam ser
belas, com suas flores coloridas e atrativas, trazendo um grande risco às pessoas que as
desconhecem”.
De acordo com a FIOCRUZ (200-?), (FIOCRUZ, 200-? apud MATOS, 2012,
p.3), no Brasil, a cada dez casos de intoxicação, seis ocorrem com crianças menores de
nove anos e
que 80% deles
são acidentais. Essas espécies vegetais podem ser
encontradas em diversos ambientes como praças, parques, logradouros públicos,
quintais residenciais, vasos e nas escolas (grifo nosso).
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Entre os pesquisadores, os princípios ativos presentes nas plantas tóxicas são:
os alcalóides, os glicosídeos cardioativos ou cardiotônicos, os glicosídeos cardiotóxicos,
cianogênicos ou cianogenéticos, os taninos, as saponinas, o oxalato de cálcio, as
toxialbuminas e os diterpenos, todos provocando sintomas semelhantes em animais ou
em humanos. (BARG, 2004, p. 4-22), (MATOS, 2012, p. 3-13), Teixeira & Lima (s/d),
Vinicius (s/d), Schvartsman (1992), http://plantastoxicasvenenosas.blogspot.com.br
(s/d).
Além dos princípios ativos citados anteriormente, Marono (2011) apud Matos
(2012), revelam que:
Existem plantas que possuem toxinas naturais, são substâncias químicas que
podem atuar como toxinas. Se forem ingeridas em quantidades excessivas,
durante um tempo prolongado, armazenamento ou processamento. As plantas
que podem gerar um risco por serem perigosas são as que contêm ácido
oxálico, glicosinolatos, lectinas, nitratos, saponinas e solaninas (p.11).
Considerando que a escola é um ambiente onde as crianças passam boa parte
do seu tempo vivenciando uma série de experiências no que tange ao processo ensino
aprendizagem, estas estão sujeitas aos acidentes. Neste sentido, acredita-se ser
importante a abordagem do tema, pois além de possibilitar as crianças realizarem
pesquisas e construir conhecimentos, poderá receber orientações corretas sobre os
perigos que algumas espécies de plantas ornamentais podem oferecer. Além disso, na
escola existe uma circulação de pessoas muita grande que podem ser informadas sobre
os riscos causados pelas plantas e evitar acidentes em sua casa e/ou na comunidade.
Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi verificar a incidência de plantas
tóxicas e a diversidade de espécies que estão presentes dentro do ambiente escolar.
Metodologia
Este estudo é de cunho qualitativo e quantitativo (SAMPIER, CALLADO &
LUCIO, 2013, p. 547-603), que, segundo esses autores, “a meta da pesquisa mista não é
substituir a pesquisa quantitativa nem a pesquisa qualitativa, mas utilizar os pontos
fortes de ambos os tipos combinando-os e tentando minimizar seus potencias pontos
fracos”.
A coleta de dados da pesquisa foi realizada na mesorregião Oeste de Mato
Grosso, segundo a classificação de Ferreira (2001), em três municípios do Polo de
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Cáceres-MT (Cáceres, Glória D´Oeste e Porto Esperidião), nas escolas das redes
municipal e Estadual de ensino. Os referidos municípios e respectivas escolas foram
escolhidos por fazerem parte da rota de trabalho dos pesquisadores como professores
Formadores do Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação
Básica/CEFAPRO.
Durante o acompanhamento e orientação das escolas no Projeto Sala de
Educador – PSE (formação continua) foram realizadas coletas de dados sobre as plantas
tóxicas presentes no ambiente escolar, no período de março a dezembro/2011. Assim,
durante os encontros formativos eram feitas as observações e registros in loco das
plantas consideradas venenosas, sendo anotado o nome vulgar, local onde as plantas
estavam localizadas e fotografadas, para posteriormente serem identificadas.
A identificação das plantas foi realizada por analogia em literatura e sites
especializados, a exemplo de Lorenzi (2001), Paiva (2001), Schvartsman (1992), Barg
(2004), (https://www.saude.pr.gov.br/), (https://www.greenme.com.br/morar/horta-ejardim/).
Foram feitas observações e registros em treze escolas, sendo 8 em Cáceres:
Escola Estadual Onze de Março (O. Março), Escola Estadual Natalino Ferreira Mendes
(N. F. Mendes), Escola Estadual São Luiz (S. Luiz), Escola Estadual Ana Maria Souza
Noronha (A. M. S. Noronha), Escola Municipal Dom Máximo Bienes (D. M. Bienes),
Escola Estadual Sen. Mario Mota (M. Mota), Escola Estadual Dr. José Rodrigues
Fontes (R. Fontes), Escola Estadual Esperidião Marques (E. Marques), três escolas no
município de Porto Esperidião: Escola Estadual São Geraldo (S. Geraldo), Escola
Estadual Pedro Neca (P. Neca), Escola Estadual 13 de Maio (13 Maio), e duas escolas
em Glória D´Oeste: Escola Estadual José Bejo (J. Bejo) e Escola Estadual Rui Barbosa
(R. Barbosa).
Resultados e Discussão
Neste estudo foram identificadas 11 famílias botânicas, 21 gêneros e 24
espécies de plantas. As famílias com maior número de representantes encontradas nas
escolas foram Araceae (7), Euphorbiaceae (5) e Apocynaceae (4) espécies. As espécies
presentes em maior número de escolas foram Dieffenbachia seguine e Ficus benjamina
(6), Nerium oleander e Sansevieria trifasciata (4), seguida de Monstera deliciosa (2).
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Na tentativa de revelar os dados completos da pesquisa, apresentamos na
sequência um quadro completo (Quadro 1) com informações sobre as famílias
botânicas, nome vulgar, espécies encontradas, partes tóxicas, princípios ativos e
sintomas provocados pelas plantas em caso de intoxicação. A organização e análise dos
dados poderão ajudar as pessoas que não conheçam os perigos dessas espécies, a
reconhecer possíveis sintomas de intoxicações e buscar ajuda de especialistas que
possam orientar um tratamento correto em caso de acidentes dessa natureza.
A partir desses resultados apontados na pesquisa e, com o acompanhamento do
PSE, foi possível apresentar esses dados junto aos professores e funcionários das
escolas, informando-os sobre as espécies encontradas e os perigos que estas apresentam
as pessoas, em especial aos alunos que na maioria das vezes se encontram na faixa
etária menor de nove anos e que, conforme a, Fiocruz, 200-? apud Matos, 2012, estas
estão mais propensas aos acidentes.
Considera-se importante destacar a localização das espécies que, na maioria
das escolas, estavam em locais de livre acesso (vasos nos corredores entre os blocos de
sala de aula, nos canteiros nas áreas abertas das escolas, frente às escolas, entre outros)
aos alunos, sem nenhuma informação sobre os perigos e os cuidados que deveriam ser
tomados pelas pessoas. Esse fácil acesso pode ser perigoso aos alunos e as pessoas que
circulam nesse local, já que algumas plantas podem causar danos à saúde, pois algumas,
somente com o toque elas podem provocar um processo de dermatites alérgicas,
irritação química, fotossensibilização, distúrbios nas mucosas e alergias respiratórias
(SCHVARTSMAN, 1992).
Neste sentido, algumas escolas visando à implantação do paisagismo e/ou
jardinagem nos ambientes escolares na fase de planejamento, buscaram observar com
cuidado as escolhas das espécies ornamentais ou sombreiras a serem cultivadas, visando
à segurança das pessoas, mas, ao mesmo tempo, garantindo a beleza cênica e o conforto
ambiental.
Outras unidades de ensino, a partir desse estudo, iniciaram um trabalho de
sensibilização junto aos diferentes segmentos das escolas com um trabalho de educação
ambiental. A proposta visava orientar sobre os perigos e os cuidados a serem adotados
pelas pessoas na tentativa de evitar acidentes com plantas tóxicas não somente na
escola, mas também nas residências e comunidade, assim como, despertar para algumas
iniciativas de pesquisas nas escolas para conhecer melhor essas espécies.
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Quadro 1: Caracterização das espécies tóxicas encontradas nos ambientes das escolas
estudadas.
FAMÍLIA/NOME
VULGAR/ESPÉCIE
ARACEAE
PARTES
TÓXICAS
PRINCÍPIO
ATIVO
Tinhorão / Caladium bicolor
(Schott) (Vent) L.
Planta toda
Ráfides de oxalato
de cálcio e
saponinas
Taioba brava /
Colocasia antiquorum
Schott.
Planta toda
Ráfides de oxalato
de cálcio
Costela de adão / Monstera
deliciosa Liebm.
Caule, folhas,
látex
Ráfides de oxalato
de cálcio e, talvez,
saponinas
Copo – de - leite /
Zantedeschia aethiopica (L.)
Spreng.
Planta toda
Ráfides de oxalato
de cálcio e
saponinas
Comigo – ninguém – pode /
Dieffenbachia
seguine
(Jacq.) Schott.
Planta toda.
Ráfides de oxalato
de cálcio e
saponinas
.
Anturio /Anthurium sp
Oxalato de Cálcio
Planta toda
SINTOMAS
A seiva provoca inflamação da
garganta e da boca; a planta causa
irritação das mucosas, edema de
lábios, língua e palato; sialorréia,
cólicas
abdominais,
salivação
abundante, dificuldade de engolir,
náuseas e vômitos; nos olhos, gera
edema, fotofobia, lacrimejamento,
irritação e lesão da córnea.
A ingestão e o contato podem causar
edema de lábios, boca e língua;
náuseas, vômito, diarréia, salivação,
dificuldade de engolir e asfixia; o
contato com os olhos pode provocar
irritação e lesão da córnea.
Irritação das mucosas, edema de
lábios, língua e palato; cólicas
abdominais, náuseas e vômitos.
A seiva provoca inflamações na
garganta e boca; a planta causa
irritação das mucosas, edema de
lábio, língua e palato; cólicas
abdominais, náuseas e vômitos; o
contato com os olhos gera edema,
fotofobia, lacrimejamento.
A planta provoca irritação das
mucosas; edema de lábios, língua e
palato; cólicas abdominais, náuseas e
vômitos,
diarréia,
salivação
abundante, dificuldade de engolir e
asfixia; o contato com os olhos gera
edema, fotofobia, lacrimejamento,
irritação e lesão da córnea.
Queimação de mucosas, inchaço da
boca, lábios e garganta, edema de
glote, asfixia, náuseas, salivação,
vômitos e diarréia; contato com os
olhos pode provocar irritação e lesão
da córnea.
SOLONACEAE
Saia branca / Datura
suaveolens (Humboldt &
Bonpland ) Bercht & Presl.
Planta toda.
Alcalóides
tropânicos
(escopolamina,
atropina
hiosciamina)
A ingestão pode provocar boca e pele
seca, náusea, vômito, edema cutâneo,
secura de mucosa – ocular e bucal –
taquicardia,
confusão
mental,
alucinações, hipertemia, vertigens,
convulsões, dilatação das pupilas
(midríase); nos casos mais grave pode
levar a morte.
EUPHORBIACEAE
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Pinhão roxo / Jatropha
curcas L.
Sementes e
látex
folhas e frutos.
Toxialbumina
jatrofina (curcina)
Semente,
folhas, látex e
raízes
Alcalóide crotina
Coroa – de – cristo /
Euphorbia milli (Des
Moulins) L.
Planta toda
Látex irritante,
diterpenos
(miliaminas)
Bico – de – papagaio /
Euphorbia pulcherrima
(Willd. Ex Klotzsch)
Planta toda
Toxialbuminas
látex irritante.
Avelós / Euphorbia tirucalli
L.
Planta toda
Toxialbuminas
látex irritante
Crotón / Codiaeum
variegatum (A.Juss.)
Irritação das mucosas de estômago e
intestino,
cólicas
abdominais,
causando
náuseas;
queimaduras
internas, diarréia com sangue,
escurecimento da visão, cambaleio,
midríase, dispnéia, arritmia e parada
cardíaca, podendo levar ao coma.
Inflamação violenta da mucosa
intestinal, seguido de vômitos,
debilidade e morte. 5 sementes são
suficientes para matar um homem de
80 kg.
Se ingerido, o látex provoca náuseas,
vômito e diarréia; se mastigada, a
planta provoca irritação nas mucosas,
queima a boca, língua e esôfago; a
seiva leitosa em contato com a pele,
causa irritação, coceira, formação de
bolhas de água.
a seiva leitosa causa irritações na pele
e mucosas, seguidas de dor; a
ingestão da planta causa lesões
irritativas da mucosa bucal, edema de
lábios e língua, dor e queimação; a
ingestão pode lesar as mucosas
faríngea, esofágica e gástrica,
provocando náuseas e vômitos; o
contato com os olhos provoca
irritação, lacrimejamento, edema das
pálpebras e dificuldade de visão.
Se ingerido, o látex provoca náuseas e
vômito; se mastigada, a planta
provoca irritação das mucosas,
queima a boca língua, esôfago; em
contato com a pele, causa lesão,
irritação, coceira, formação de bolhas
de água; o contato com olhos provoca
irritação, lacrimejamento, edema das
pálpebras e dificuldade de visão;
PORTULUCACEAE
Onze-horas / Portulaca
grandiflora Hook.
Folhas e flores
Oxalato de cálcio
Estes cristais têm a forma de agulhas
microscópicas que ferem o tubo
digestivo do animal que os ingere,
causam inflamação da língua,
queimação e vômitos. Pode matar por
asfixia
APOCYNACEAE
Jasmim-manga /
Plumeria rubra L.
Espirradeira / Nerium
oleander L.
Látex
Planta toda
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Alcalóide
agoniadina,
plumerina e ácido
plumeritânico
Glicosídeos
cardiotóxicos e
cianogênicos
(oleandrina),
alcalóides
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Náuseas,
midríase,
alucinações,
redução dos reflexos, diarréia,
hipotensão.
A ingestão ou o contato com o látex
podem causar dor em queimação na
boca, salivação, náuseas, vômitos,
cólicas, diarréia com muco e sangue;
taquicardia, bradicardia; fraqueza,
depressão,
cianose,
angústia
respiratória,
tontura,
midríase,
sonolência, torpor, coma, podendo
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(estrofantina)
levar a morte.
O látex produz queimação na boca,
salivação, náuseas, vômitos, cólicas,
diarréia, tonturas e distúrbios
cardíacos que podem levar a morte;
na pele, produz irritação; nos olhos,
lacrimejamento e fotofobia.
Chapéu-de-napoleão
/
Thevetia peruviana Schum
Planta toda
Glicosídeos
cardiotóxicos e
cardioativos
(tevetina,
tevetoxina,
neriifolina)
Alamanda / Allamanda
cathartica L.
SAXIFRAGACEAE
Planta toda
Toxialbuminas,
presentes no látex
Náuseas, vômitos, cólicas, diarréia,
desidratação.
Glicosídeo
cianogênico –
hridrangina
Cianose, distúrbios gastrointestinais:
Náuseas,
vômitos,
cólicas
abdominais, diarréia, convulsões, dor
abdominais,
flacidez
muscular,
letargia, vômitos e coma.
Planta toda
Hortênsia / Hydrangea
macrophylla (Thunb.) Ser.
MORACEAE
Em contato com o látex podem
ocorrer leve irritação urticária na pele
e da mucosa oral, sem a liberação de
histamina; erupções,
eritema
hiperpigmentação, e formação de
vesículas.
Hera miúda / Ficus pumila
L.
Látex
Oxalato de cálcio.
*Figueirinha
benjamina L.
Látex
Substância
fotossensibilizante
(cumarinas)
-
Flores
Alcalóides
-
Planta toda
Saponinas e ácidos
orgânicos
Entre os males que pode causar aos
animais de estimação está a
dificuldade de movimentação e de
respiração devido à irritação da
mucosa e salivação intensa.
Triterpenos
hepatotóxicos
(lantanina,
lantadene A,
lantadene B)
As estruturas da planta mencionada
podem causar náuseas, vômitos,
diarréia, fraqueza, letargia, cianose,
fotossensibilização.
/
Ficus
BIGNONIACEAE
*Espatódea / Spathodea
campanulata P.Beauv.
ASPARAGACEAE
Espada-de-são-jorge /
Sansevieria trifasciata Prain.
VERBENACEAE
Cambarazinho /
Lantana camara L.
Frutos verdes,
folhas
AMARYLLIDACEAE
Quando ingeridas causam severa
desordem gastrintestinal, convulsões,
calafrios,
hipotensão,
dermatite,
tremores musculares e arritmias
cardíacas, podendo até causar a
morte.
Fontes: (BARG, 2004), (FIOCRUZ, [200-?]), (MATOS, 2012), (MOURA & AGRA, 1989), (TEIXEIRA
& LIMA, s/d), (AWAD, 2007), ( BRANCO, 2015), (RAPPA, 2016), (PAULSEN et al. 1998 apud
OLIVEIRA, 2008 ), (SCHVARTSMAN, 1992), (GERHARDT, s/d), (RIBEIRO, 2010), (LORENZI,
2001), (TOKARNIA, DÖPEREINER & SILVA, 1979), (DUARTE, 2010), (SINITOX
s/d),
https://www.portaleducacao.com.br (2008)
*Plantas que nas literaturas pesquisadas não foram encontradas informações sobre os sintomas
apresentados em caso de intoxicações.
Açucena / Hippeastrum
reginae (L.) Herb.
Flor e Bulbo
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Alcalóides
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Ainda considerando os resultados da pesquisa, a figura 1 apresenta uma síntese
com a relação das plantas tóxicas e a presença destas no ambiente escolar. Nesta análise,
as espécies encontradas com maior frequência nas escolas amostradas foram: Ficus
benjamina (69%) e Dieffenbachia seguine (53%), Sansevieria trifasciata (38%),
Nerium oleander (31%), Antúrio sp, Mostera deliciosa (23%), Lantana camara, e
Codiaeum variegatum (15%).
Com relação ao numero de espécies tóxicas presentes nos ambientes escolares,
destacaram as escolas Estaduais: Onze de Março (12), Mário Mota e Rodrigues Fontes
(6), Ana Maria Souza Noronha (5), São Luiz (4), José Bejo e Esperidião Marques (3) e
Escola Municipal Dom Máximo Bienes (2), Sendo que as demais escolas tiveram pelo
menos uma (1) espécie. Pode-se perceber que todas as escolas têm a presença dessas
espécies tóxicas, sinalizando a necessidade de cuidados e trabalho de orientação dos
alunos e pessoas que circulam nesses ambientes para prevenção de acidentes.
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Figura 1 – Plantas tóxicas encontradas nas escolas
Considerando a análise dos resultados, organizamos os dados na Figura 2, onde
o leitor pode ter uma visão geral sobre as plantas presentes nos ambientes escolares e
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suas respectivas partes tóxicas. Essas informações interessantes podem auxiliar as
pessoas a visualizarem rapidamente as espécies de plantas e verificar as partes que
merecem cuidados, já que nem todas as plantas são perigosas por inteira, mas, somente
algumas estruturas oferecem maiores riscos à saúde dos seres humanos e alguns animais
domésticos, como observado por Barg (2004), Schvartsman (1992).
Neste sentido algumas espécies como Thevetia peruviana, Allamanda
cathartica, Dieffenbachia seguine as plantas são tóxicas por inteira, outras podem
apresentar toxidade apenas em algumas estruturas como as espécies Lantana camara, e
Jatrophas curcas
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Figura 2 - Partes tóxicas das plantas – Fontes: Barg (2004), Schvartsman (1992), Paiva (2001), Branco
(2015)
Considerações finais
Considera-se ser importante a presença de plantas nos ambientes escolares no
sentido de melhorar a beleza cênica, o conforto e a qualidade ambiental, bem como,
para serem utilizadas nas práticas pedagógicas como fonte de pesquisa. Entretanto, os
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estudos sugerem que é preciso cuidado na escolha das espécies vegetais a fim de evitar
acidentes.
A escola é um lócus privilegiado para orientar as pessoas no sentido do
cuidado e prevenção de acidentes, considerando que é um espaço de formação e
preparação do sujeito para a vida. Além disso, nas escolas se concentram uma
quantidade expressiva de crianças, numa faixa etária em que estão propensas aos
acidentes. Assim, o conhecimento sobre as plantas no ambiente escolar é fundamental,
pois estas contribuem para se ter um ambiente agradável sem a presença de plantas
tóxicas ou com uma diversidade de espécies que possibilite a formação dos educadores
e educandos.
A comunidade também pode ser beneficiada com esse trabalho que a escola
realiza com seus alunos, funcionários, professores e pais à medida que todos podem
aprender e ensinar, trocar experiências, podendo ajudar a aproximação da comunidade
junto às atividades pedagógicas da escola e contribuir na melhoria dos ambientes,
escolar e comunitário.
A pesquisa revelou fragilidade no conhecimento das escolas sobre as plantas
tóxicas de modo geral, e/ou aquelas presentes em seu ambiente. Assim como,
demonstravam poucas informações sobre as estruturas vegetais que ofereciam perigos
às pessoas e os cuidados a serem tomados em caso de acidentes.
Referências
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Contatos: [email protected]
[email protected]
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CECIFOP/2017
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RAPPA, Marina. Conheça 15 plantas ornamentais que são tóxicas para cães e gatos.
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RIBEIRO, George Duarte. Algumas Espécies de Plantas Reunidas por Famílias e
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SAMPIER, Roberto Hernández; CALLADO, Carlos Fernández; LUCIO, Maria Del
Pilar Baptista. Metodologia de Pesquisa: os processos mistos de pesquisa. 5ª Edição.
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SCHUARTSMAN, Samuel. Plantas Venenosas e Animais Peçonhentos . Sarvier. São
Paulo. 1992
Contatos: [email protected]
[email protected]
Trabalho Completo
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CECIFOP/2017
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Contatos: [email protected]
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Brasil.
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