Licenciatura em Ciências da Arte e do Património Química e Física dos Materiais II Obtenção do óleo de linhaça Introdução O linho é uma planta herbácea que chega a atingir um metro de altura e pertence à família das lináceas. Abrange um certo número de subespécies, com o nome botânico Linum usitatissimum L.. Compõe-se basicamente de uma substância fibrosa, da qual se extraem as fibras longas para a fabricação de tecidos e de uma substância lenhosa. Produz sementes oleaginosas e a sua farinha é utilizada na preparação cataplasmas, as papas de linhaça, usadas para fins medicinais. A linhaça é a semente do linho muito utilizada em culinária, onde é consumida com casca. Dela se extrai o óleo de linhaça que é rico em ácidos gordos ómega-3, ómega-6 e ómega-9. Além disso o óleo da linhaça é usado na indústria cosmética e em farmácia de oficina. Em pintura um dos óleos mais utilizados é o óleo de linhaça. A composição do óleo de linhaça varia consoante a zona de produção da planta. Os diferentes valores da % dos ácidos gordos insaturados afectam as características mais apreciadas para a sua utilização em pintura. O extractor de Soxhlet é uma peça de material de vidro de laboratório inventada em 1879 por Franz Von Soxhlet. Foi criado especialmente para a extracção de lípidos a partir de um material sólido, ou quaisquer outros compostos orgânicos difíceis de extrair a partir de um material sólido. Esta técnica inicia-se colocando a amostra num papel de filtro, de forma cilíndrica, dentro do Soxhlet. O solvente é aquecido num balão de fundo redondo, originando vapor. O vapor proveniente do solvente aquecido passa para o condensador onde é arrefecido, volta ao estado líquido e pinga para dentro do extractor, enchendo-o até ao nível do tubo lateral. O solvente ao atingir a altura do tubo lateral do sifão retorna para dentro do balão e um novo ciclo começa. Ao longo do tempo, o solvente vai arrastando os compostos solúveis presentes na amostra os quais se vão acumulando no balão e após vários ciclos obtém-se o extracto final. Saída de água Condensador Entrada de água Extractor de Soxhlet Cartucho de papel de filtro Balão de fundo redondo com solvente Placa de aquecimento Método de extracção por Soxhlet A cromatografia em camada delgada A cromatografia em camada delgada (CCD), ou “TLC”, do inglês thin-layer chromatography, é uma técnica de adsorção que utiliza um líquido, o eluente, e um sólido, o adsorvente ou fase estacionária, espalhada numa fina camada sobre um suporte inerte. O eluente é um solvente orgânico ou uma mistura de solventes. Na cromatografia em camada delgada ocorre a retenção das substâncias devido à adsorção sofrida na superfície da fase estacionária. O eluente ao migrar na placa “arrasta” as substâncias a analisar. A migração dessas substâncias não se dá com a mesma velocidade para todas elas o que provoca a sua separação. Utiliza-se uma placa de vidro ou metal como suporte e geralmente sílica-gel, alumina, terra diatomácea ou celulose como fase estacionária. Execução de uma cromatografia em camada delgada: Nas tinas, que são recipientes com espaço para conter as placas, e com tampa removível, coloca-se o eluente até cerca de meio centímetro de altura, e mantém-se a tampa fechada para que ocorra a saturação do ambiente da tina pelos vapores do eluente. A saturação é indispensável para uma boa migração das substâncias. Em tinas grandes é usual colocar uma folha de papel de filtro a forrar as paredes internas para que a saturação seja mais eficiente. Antes de aplicar a amostra, faz-se um risco com lápis a cerca de 2 cm acima do início da placa, sem danificar a camada adsorvente. Esta linha será a linha de base, onde serão marcados os pontos de aplicação para cada amostra. Utilizam-se capilares, ou a ponta de uma pipeta de Pasteur nova para a colocação das amostras em pontos, que não devem exceder a 2 mm de largura. No caso de a amostra a aplicar estar muito diluída repete-se a aplicação sobre o mesmo ponto, tendo o cuidado de confirmar que a aplicação anterior secou totalmente. Antes do desenvolvimento da cromatografia o ponto onde foram aplicadas as amostras deve estar completamente seco. Em seguida a placa é colocada na tina com o auxílio de uma pinça, com cuidado, para evitar que ocorra ascensão irregular do líquido. Aguarda-se que o eluente chegue próximo da extremidade superior e retira-se a placa. Quando se retira a placa deve-se marcar com um lápis a altura a que subiu o eluente. Espera-se que a placa seque (ou seca-se esta com um secador de cabelo) e observa-se a placa à luz ultra-violeta ou utiliza-se algum processo de revelação. Diversas fases da Cromatografia em Camada Delgada Procedimento experimental Reagentes Sementes de linho Hexano Acetato de etilo Material de laboratório Almofariz e pilão Goblet de 150 ml Balão de fundo redondo me 250 ml Extractor de Soxhlet de 60 ml com condensador de bolas Tudos de ensaio Pipetas de Pasteur Proveta de 250 ml Funil Tinha de cromatografia para microplacas Diversos Manta de aquecimento para balão de 250 ml Cartuchos de papel de filtro Espátula Suporte para tubos de ensaio Tetinas Mangueiras de borracha Suporte universal, pinças e nozes Placas de cromatografia de sílica gel 60 F254 em folha de alumínio Tesoura Régua Extracção do óleo das sementes do linho Pese cerca de 40g de sementes de linho num goblet. Tome nota da massa das sementes. Triture-as no almofariz o melhor possível. Com a ajuda da espátula transfira a pasta formada para um cartucho de papel de filtro. Feche-o bem e se for necessário agrafe os bordos para que o conteúdo não possa sair. Pese o balão de fundo redondo de 250 ml e tome nota da respectiva massa. Monte o extractor de Soxhlet e coloque o cartucho dentro do extractor. Não se esqueça dos reguladores de ebulição no balão. Adicione ao balão de fundo redondo (pode fazê-lo pelo topo do condensador, com muito cuidado, se já tiver a montagem completa) 150 ml de hexano e inicie o aquecimento. Mantenha-o durante cerca de uma hora. Interrompa o aquecimento e deixe arrefecer o material sem desfazer a montagem. Quando este estiver à temperatura ambiente retire o extractor e evapore o solvente num evaporador rotativo. Volte a pesar o balão e por diferença dos valores da massa inicial (balão vazio) e da massa final (balão contendo o óleo extraído das sementes) calcule o rendimento da extracção. Análise do óleo extraído Num tubo de ensaio dissolva com hexano uma gota do óleo obtido. Tape o tubo com uma rolha. Faça o mesmo com uma amostra de óleo de linhaça fornecida. Com um capilar aplique uma gota de cada uma das soluções numa placa de cromatografia. Faça 5 ml de uma mistura de hexano e acetato de etilo 8:2. Coloque essa mistura numa câmara de cromatografia e introduza nela a placa onde acabou de aplicar as suas amostras. Deixe a placa eluir até meio centímetro do topo. Retire-a e deixe o solvente evaporar. Coloque-a numa câmara de iodo. Registe o que observar.