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Revisão morfossintática
Introdução
Existem dez classes de palavras no Português. A mais importante delas, o
verbo, nós estudamos na aula passada. Agora veremos mais cinco:
a) Substantivo: nomeia os seres;
b) Artigo: determina o substantivo;
c) Adjetivo: qualifica o substantivo;
d) Preposição: liga as palavras;
e) Advérbio: modifica o sentido de adjetivos, verbos ou advérbios.
Antes de fazer os exercícios, tenha em mente que a FCC não cobra essas
classificações nas provas. Precisamos conhecê-las, no entanto, para resolver
questões referentes às funções que esses termos exercem.
Em outras palavras, a FCC preocupa-se menos com morfologia e mais com
sintaxe. Mas você só conseguirá fazer análise sintática se souber as classes
gramaticais.
Substantivo
1. FGV/TCE-SE/2015
Normose, um distúrbio da vida moderna
A sociedade moderna, com o corre-corre, a falta de tempo para o cuidado
espiritual e o imediatismo fez com que as pessoas desenvolvessem com mais
facilidade algumas doenças psicossomáticas. O pânico e a depressão são duas
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delas, assim como a normose. A última é uma “prima” menos conhecida e,
por isso mesmo, menos identificada, segundo especialistas. “Ela (normose)
surge quando o sistema no qual nós existimos encontra-se dominantemente
doente, desequilibrado, corrompido, e quando predomina a violência, a
competição e o egocentrismo. Uma pessoa adaptada a esse sistema está
doente”, explica o eminente psicólogo e antropólogo Roberto Crema, um dos
especialistas do assunto no Brasil.
O par de palavras que apresenta uma disposição de classes de palavras
diferente das demais é:
(A) pessoa adaptada;
(B) sociedade moderna;
(C) cuidado espiritual;
(D) doenças psicossomáticas;
(E) eminente psicólogo.
Comentário: o examinador quer saber se você consegue diferenciar o substantivo
dos outros termos. É simples!
Substantivo é a classe gramatical que dá nome às coisas, quaisquer que
sejam elas. Seres, objetos, lugares, sentimentos, ações, enfim, tudo o que
imaginarmos, real ou fictício. Se a palavra for um nome, será substantivo.
Quando ele se refere a algo com existência própria, chama-se substantivo
concreto. Quando designa conceitos, chama-se substantivo abstrato. Assim, os
substantivos árvore, bicicleta, casa, duende, sereia são concretos, porque todos são
seres autônomos, independentemente de os considerarmos reais ou não. Enquanto
beleza, carinho, estudo, felicidade, vida são abstratos, já que definem noções e
estados.
De modo geral, pense no substantivo concreto como aquilo que você
consegue visualizar. Embora isso seja uma simplificação — pois não conseguimos
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ver o ar e a eletricidade, por exemplo —, é um método que funciona na maioria das
vezes.
A questão apresentou cinco pares de palavras para avaliarmos, e quatro deles
são iniciados por substantivos. Precisamos, então, encontrar o único que não segue
essa ordem.
(A) pessoa adaptada: nome + qualidade.
(B) sociedade moderna: nome + qualidade.
(C) cuidado espiritual: nome + qualidade.
(D) doenças psicossomáticas: nome + qualidade.
(E) eminente psicólogo: qualidade + nome. É a resposta!
Resposta: E
2. IBFC/EMDEC/2016, com adaptações
Considerando o contexto em que se encontra, assinale a única opção em que
o vocábulo sublinhado NÃO corresponde a um exemplo de substantivo.
(A) “Nosso olhar está impregnado de preconceitos”
(B) “Uma das miopias que carregamos é considerar criança ignorante”
(C) “Nascemos com 86 bilhões de neurônios em nosso cérebro”
(D) “Hoje são adultos que falam diversos idiomas”
(E) “Isso foi testado na minha família e deu certo”
Comentário: se você marcou a letra A, porque viu ali uma forma nominal do verbo,
no infinitivo impessoal, terminado em -ar, pertencente à primeira conjugação, e
sabe que verbos são outra classe de palavras, seu raciocínio foi ótimo, mas está
faltando um detalhe para aperfeiçoá-lo.
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A classe das palavras pode mudar de acordo com o contexto. O caso mais
comum é a substantivação, que transforma qualquer palavra em substantivo.
Atenção! A classe gramatical altera-se conforme o contexto.
A substantivação ocorre quando usamos determinantes para nos referir a
outras classes de palavras. Determinantes são artigos, pronomes e numerais. Eles
acompanham os nomes, especificando-os.
Assim, nos exemplos “O não foi compreensível”, “Seu não foi compreensível”
e “Dois nãos foram compreensíveis”, um artigo, um pronome e um numeral,
respectivamente, substantivaram o “não”.
Observe, porém, que a mera colocação de um determinante antes de uma
classe gramatical
não a transforma em substantivo. É necessário que o
determinante se refira a ela. Na frase “Ele ouviu uma bela canção”, não houve
substantivação, porque o artigo (uma) se relaciona ao substantivo (canção), não ao
adjetivo (bela). Os determinantes só substantivam o termo a que fazem
referência.
Além disso, é importante destacar que, como as palavras substantivadas
se tornam substantivos, passam a funcionar como eles: nomeiam seres e
variam de singular para plural. Classes normalmente invariáveis, como a dos
advérbios, alteram seu comportamento quando são determinadas, a exemplo de
“os sins e os nãos”.
Na letra A, portanto, o vocábulo sublinhado corresponde a um substantivo,
pois está determinado pelo pronome “Nosso”. Vejamos os itens isoladamente.
(A) Nosso olhar: nome de ação (verbo substantivado é substantivo).
(B) criança ignorante: a palavra sublinhada atribuiu característica à criança,
logo, não é nome. Aqui está a opção diferente!
(C) bilhões de neurônios: nome de células.
(D) diversos idiomas: nome de sistemas de comunicação.
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(E) minha família: nome de grupo de pessoas.
Resposta: B
Artigo
O artigo indica o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou
plural) do substantivo. Na frase “A alface é verde”, o artigo mostra que o nome é
feminino. Existem dois tipos de artigos:
a) Definido: o, a;
b) Indefinido: um, uma.
A diferença entre eles é que o primeiro determina o substantivo de forma
precisa, e o segundo atribui a ele uma ideia vaga. Nesse sentido, se afirmamos “A
alface é verde”, estamos nos referindo a uma planta específica, conhecida. Se
dizemos “Uma alface é verde”, não temos a intenção de identificá-la, mas de
transmitir a informação de modo genérico.
Como os artigos sempre vêm antes de substantivos, eles sempre atuam
como determinantes, e todo termo a que eles fizerem referência será um
substantivo.
Não confunda o artigo indefinido com os numerais “um” e “uma”.
Estes expressam quantidade e não variam para o plural. No exemplo “Comi um
chocolate”, o numeral destacado mostra quantos chocolates foram comidos e pode
ser substituído por outros numerais (dois, três, quatro).
Adjetivo
3. FGV/PGE-RO/2015
A frase do texto em que ocorre a presença de um adjetivo substantivado é:
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(A) “Há sutis melhoras à frente”;
(B) “possibilidades vagas”;
(C) “nascem muitas vezes do agudo da crise”;
(D) “Mas é bom falar nelas”;
(E) “A inflação será forte este ano”.
Comentário: basta achar um adjetivo antecedido por determinante.
Adjetivo é a classe gramatical que qualifica os substantivos. Isso
significa que ele indica os atributos dos seres e evidencia suas características.
É importante notar que o adjetivo particulariza os substantivos e varia em
gênero e número para concordar com eles — assim como ocorre com os artigos.
Atenção! O adjetivo refere-se a substantivos ou a termos que atuam como
substantivos.
Essa informação é essencial para reconhecer as funções das palavras nos
períodos. Isto é, para fazer análise sintática, devemos saber a qual termo
cada classe gramatical se refere.
Assim, quando você estiver em dúvida sobre a classificação de uma palavra,
verifique se ela se refere a um substantivo, se ela concorda com ele e se ela indica
qualidade ou defeito. Caso esses requisitos sejam preenchidos, você estará diante
de um adjetivo.
Na questão, precisamos identificar um termo que normalmente atua como
adjetivo, mas no contexto é um substantivo, porque foi substantivado. Avaliemos
as alternativas.
(A) sutis melhoras: conferiu característica ao nome (melhora).
(B) possibilidades vagas: conferiu característica ao nome (possibilidade).
(C) do agudo da crise: a palavra “agudo” geralmente indica um momento de
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grande intensidade, ou seja, atribui qualidade a uma situação. No contexto, porém,
foi antecedida por um determinante (do), tornando-se substantivo. Ela não
caracterizou um ser, em vez disso, deu nome a uma circunstância. Portanto, esta é
a resposta!
(D) é bom falar: conferiu característica a uma palavra que atua como
substantivo (lembre-se de que o infinitivo é a forma nominal do verbo que
equivale a um substantivo).
(E) A inflação será forte: conferiu característica ao nome (inflação).
Se você não reconheceu o artigo no item C, é porque ele apareceu combinado
com o “de”. Explicarei esse caso assim que estudarmos as preposições.
Resposta: C
Preposição
4. BIO-RIO/Prefeitura de São Gonçalo/2016
ÉDIPO-REI
Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus
da entrada. Cada um tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas,
está o sacerdote de Zeus. (Edipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013)
O texto mostra cinco ocorrências da preposição DE; o valor dessa preposição
que está corretamente indicado é:
(A) de Édipo / lugar.
(B) de crianças / especificação.
(C) de oliveira / instrumento.
(D) de pé / qualificação.
(E) de Zeus / finalidade.
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Comentário: o sentido das preposições depende do contexto em que se inserem,
de modo que o mesmo vocábulo pode ter significados bastante distintos.
Preposição é a classe gramatical que liga os termos da frase. Ela não
varia e não exerce nenhuma função sintática — a única coisa que a preposição faz
é conectar. Todavia, ao fazer isso, ela influencia no significado do período.
As preposições existentes no Português são: a, ante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Mas você não
precisa decorar todas, basta conhecer as seis mais usadas.
Atenção! As principais preposições são: a, com, de, em, para, por.
Lembre-se, porém, de que a classificação gramatical de uma palavra depende
do contexto. Se um termo estiver apenas conectando outro e for invariável, será
preposição. Na frase “Ele tem que brincar”, a palavra grifada preencheu ambos os
requisitos, passando a ser preposição (substituível por de).
Veja exemplos de relações semânticas que as preposições podem indicar.
Sentido
Exemplo
Assunto
Ele conversa sobre esportes.
Causa
Ele estuda por obrigação.
Companhia
Ele anda com ela.
Finalidade
Ele come para crescer.
Instrumento
Ele corta com a tesoura.
Lugar
Ele mora em Aracaju.
Matéria
Ele é feito de papel.
Meio
Ele passeia a cavalo.
Modo
Ele fala com pressa.
Tempo
Ele dorme durante o filme.
Como o valor das preposições não pode ser avaliado isoladamente, é preciso
considerá-lo no texto para resolver a questão.
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“Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus
da entrada. Cada um tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está
o sacerdote de Zeus.”
(A) de Édipo: valor de posse.
(B) de crianças: valor de especificação, conforme sugerido pelo item!
(C) de oliveira: valor de especificação.
(D) de pé: valor de modo.
(E) de Zeus: valor de posse.
Resposta: B
As preposições a, de, em, por podem unir-se aos artigos definidos:
a) a + a = à
b) a + o = ao
c) de + a = da
d) de + o = do
e) em + a = na
f) em + o = no
g) por + a =pela
h) por + o =pelo
Note que o resultado dessas combinações, apesar de apresentar forma nova,
é composto tanto de preposição quanto de artigo, conforme demonstrado acima.
Assim, ao sofrer variação de número (do, dos), é o artigo que se modifica, não
a preposição.
Não confunda o artigo definido “a” com a preposição “a”. Esta conecta
palavras e não varia entre singular e plural. Aquele se refere a substantivos e pode
variar.
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No período “Ele deu um presente a ela”, percebe-se a presença de preposição,
o que não se repete na frase “Ele chutou a bola”, na qual o artigo precede um
substantivo (bola) e apresenta variação (as bolas).
Advérbio
5. FCC/SEDU-ES/2016
Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice
Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:
I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente,
tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.
III. — E agora que é que eu faço? — perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver.
IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Atende ao enunciado APENAS o que consta de
(A) I, II e IV.
(B) II e IV.
(C) II e III.
(D) I e III.
(E) I, III e IV.
Comentário: assim como as preposições, os advérbios atribuem sentidos aos
períodos.
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Advérbio é a classe gramatical que modifica adjetivos, verbos ou
advérbios. Além disso, ele é invariável. Novamente, essas informações são
essenciais para fazer análise sintática.
Quando estiver em dúvida sobre a classificação de uma palavra, verifique se
ela se refere a uma dessas classes e se é invariável. Caso esses requisitos sejam
preenchidos, você estará diante de um advérbio.
Atenção! O advérbio refere-se a adjetivos, verbos ou advérbios.
Os advérbios são classificados de acordo com o tipo de circunstância que
indicam. Para compreender melhor, observe a lista seguinte.
Classificação
Advérbio
Afirmação
sim, decerto, certamente, realmente
Dúvida
talvez, acaso, possivelmente, provavelmente
Intensidade
muito, demais, mais, menos
Lugar
aqui, ali, lá, aí, acima, atrás, embaixo, dentro
Modo
bem, mal, depressa, devagar, calmamente
Negação
não, nem, tampouco
Tempo
hoje, amanhã, ontem, antes, agora, depois, já,
imediatamente, sempre, nunca
Na frase “Talvez ele já esteja aqui”, os advérbios sublinhados indicam
circunstância de dúvida, tempo e lugar, respectivamente. As palavras que
recebem o sufixo “-mente”, como “rapidamente” (rápido + mente), passam a
ser advérbios.
Procuremos, então, os advérbios de tempo nos trechos de Clarice Lispector.
I. Jamais esquecerei: equivale a nunca, tem valor temporal!
II. E eis-me: indica a pessoa, tem valor de designação.
III. E agora: equivale a neste instante, tem valor temporal!
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IV. sem parar: é preposição, tem valor de modo.
Resposta: D
Locuções
Na gramática, quando falamos em locução, queremos nos referir ao conjunto
de duas ou mais palavras que funcionam como uma só. Vimos um exemplo
disso na aula demonstrativa, eram as locuções verbais. Agora estudaremos os casos
de locução adjetiva, prepositiva e adverbial.
Como o nome sugere, na locução adjetiva existem duas palavras
atuando como um adjetivo. Ela é composta de preposição + substantivo ou
advérbio, sendo que a estrutura mais comum é DE + SUBSTANTIVO.
Atenção! A locução adjetiva é quase sempre formada pela seguinte
estrutura: DE + SUBSTANTIVO.
Além disso, é quase sempre possível transformá-la em um adjetivo
equivalente. Alguns exemplos devem elucidar a explicação.
Locução adjetiva
Adjetivo
de águia
aquilino
de ano
anual
de boi
bovino
de chuva
pluvial
de lago
lacustre
de mãe
materno
de noite
noturno
de ouro
áureo
de rei
real
de rio
fluvial
de vida
vital
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A locução prepositiva, por sua vez, ocorre quando duas ou mais palavras
atuam como uma preposição. Repare que ela geralmente começa e termina com
preposições, a exemplo de: abaixo de, acima de, à moda de, apesar de, à procura
de, a respeito de, de acordo com, em frente a, graças a, junto a, por causa de, por
cima de, por trás de.
6. FUNCAB/EMSERH/2016, com adaptações
Assinale a opção em que a classe gramatical da palavra ou locução destacada
foi corretamente indicada entre parênteses.
(A) “O BEM prevaleceu” (advérbio de modo)
(B) “ÀS VEZES avanço” (locução adverbial de tempo)
(C) “HOJE andam incrivelmente rápidas” (substantivo)
(D) “correndo o perigo de um RIDÍCULO” (adjetivo)
(E) “MUITAS vezes por mães alienadas” (advérbio de intensidade)
Comentário: entre as alternativas propostas, ainda não estudamos a locução
adverbial.
A locução adverbial é a reunião de palavras que atuam como um advérbio.
Assim como a classe gramatical que representa, também é classificada de acordo
com a circunstância indicada. Veja alguns exemplos, seguidos das circunstâncias
correspondentes: à esquerda (lugar), à noite (tempo), às pressas (modo), às vezes
(tempo), à toa (modo), à vista (modo), à vontade (modo), de longe (lugar), em
breve (tempo).
Vamos aos itens.
(A) O BEM: não é advérbio, pois está determinado. É substantivo.
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(B) ÀS VEZES: refere-se ao verbo, é invariável e tem valor temporal. É locução
adverbial de tempo, conforme sugerido pelo item!
(C) HOJE: refere-se ao verbo, é invariável e tem valor temporal. É advérbio
de tempo.
(D) um RIDÍCULO: não é adjetivo, pois está determinado. É substantivo.
(E) MUITAS vezes: não é advérbio, pois varia e refere-se a substantivo. É
pronome, conteúdo da próxima aula.
Resposta: B
Pronto! Em relação à morfologia, isso é tudo que você precisa saber sobre
essas classes gramaticais. Vejamos agora as funções sintáticas que cada uma delas
pode exercer — e que são cobradas pela FCC.
Sujeito
Seguindo a ordem de apresentação das classes gramaticais, começaremos
pela principal função sintática do substantivo.
7. FCC/TCE-SP/2015
Proliferaram, na última década, programas voltados para a terceira idade,
O segmento grifado exerce na frase acima a mesma função sintática que o
segmento também grifado em:
(A) É, portanto, ilusório pensar que essas mudanças...
(B) ...quando foi criada na França a primeira universidade voltada...
(C) A gerontologia (...) é a ciência que estuda a velhice.
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(D) ...isso ofereceria aos mais velhos a oportunidade de dispor de saúde...
(E) As perdas próprias do envelhecimento passam, então, a ser vistas como...
Comentário: típica questão da FCC. Na aula demonstrativa, resolvemos algumas
parecidas, em que ela pedia o mesmo tipo de complemento do verbo, o que equivale
a pedir a função sintática.
Sujeito é o termo a respeito de quem se fala. Ele indica a pessoa a quem
o verbo faz referência. No período “A pequena ilha do litoral salvou os náufragos”,
conta-se algo sobre uma região, e é ela quem exerce a ação de salvar. Logo, todo
o trecho destacado exerce a função de sujeito.
Uma das características que distinguem o substantivo das outras classes
gramaticais é o fato de ele sempre atuar como núcleo. O núcleo é a palavra mais
importante dentro de um termo.
No exemplo citado, é a palavra “ilha”, pois ela é indispensável à compreensão
do enunciado. Repare que os demais termos do sujeito podem ser omitidos, e a
mensagem continuará clara. No entanto, se retirarmos o substantivo, o sentido será
prejudicado.
Quando o sujeito tiver mais de um núcleo, será chamado sujeito composto.
No exemplo “João e Maria estão na floresta”, há dois termos atuando como
substantivo, logo, há dois núcleos dentro do sujeito.
É diferente do que ocorre em “Os jovens irmãos estão na floresta”, pois neste
caso há somente um núcleo substantivo (irmãos). As demais palavras do sujeito
referem-se ao núcleo e são artigo (Os) e adjetivo (jovens). Trata-se de sujeito
simples.
Existem ainda duas características essenciais do sujeito. A primeira é que o
verbo deve concordar com ele. Desse modo, quando você estiver com dificuldade
de encontrá-lo, basta identificar o termo que está no mesmo número (singular ou
plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira) que o verbo. A forma mais fácil de
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fazer isso é por meio de uma pergunta: QUEM realizou a ação? No exemplo da ilha,
para saber quem é o sujeito, é só perguntar “quem salvou?”, e a resposta será o
sujeito (A pequena ilha do litoral).
A segunda peculiaridade é que o sujeito não pode ser preposicionado.
Isso significa que ele não pode depender de preposição, ou seja, não pode ser
introduzido como exigência de outro termo.
Voltando à questão, precisamos encontrar o segmento grifado que exerce a
mesma função sintática do termo sublinhado na frase sugerida. Para saber que
função é essa, pergunte: QUEM proliferaram? A resposta é “programas voltados
para a terceira idade”, que atua como sujeito.
Repare que a posição do sujeito não altera sua função. Dizer “Eles
andam” e “Andam eles” é exatamente igual. Em ambos os casos, o verbo está no
plural e na terceira pessoa, de modo que só pode se referir ao sujeito “eles”.
Para facilitar a identificação, você pode alterar a ordem das frases que deseja
analisar. Fazendo isso no trecho da questão, obtemos “Programas voltados para a
terceira idade proliferaram na última década” e encontramos facilmente o sujeito.
Em Português, a sequência “sujeito, verbo, complemento” é chamada ordem
direta ou estrutura sintática SVC (Sujeito + Verbo + Complemento). Organizar
os termos da frase nessa ordem auxilia a compreensão semântica e sintática.
Atenção! Ordem direta é a sequência Sujeito + Verbo + Complemento.
Analisemos os itens.
(A) É, portanto, ilusório: na aula passada, aprendemos que os verbos de
ligação expressam qualidade, isto é, ligam o sujeito a um atributo. O nome do seu
complemento é predicativo do sujeito, que é a função da palavra grifada.
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(B) foi criada na França: a expressão sublinhada refere-se a um verbo, é
invariável e indica lugar, logo, tem valor adverbial e exerce a função típica dos
advérbios, que veremos ao final da aula (adjunto adverbial).
(C) estuda a velhice: se quem estuda estuda algo, o termo só pode ser o
objeto direto do verbo, que é transitivo direto.
(D) ofereceria aos mais velhos a oportunidade de dispor de saúde: se quem
oferece oferece algo a alguém, temos um caso de verbo transitivo direto e indireto.
Como a oportunidade foi oferecida aos mais velhos, ela exerce a função de objeto
direto, e o termo “aos mais velhos”, de objeto indireto, porque foi introduzido por
preposição (a).
(E) As perdas próprias do envelhecimento passam: QUEM passam? Como a
resposta é o termo grifado, o item E contém o sujeito que estávamos procurando!
Resposta: E
8. FCC/DPE-RR/2015
Suspensa a sessão, começaram as homenagens...
O segmento grifado exerce na frase acima a mesma função sintática que o
segmento também grifado em:
(A) As comunicações se arrastavam a passo de cágado.
(B) O brigue chegou a Marselha com um morto a bordo.
(C) Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia...
(D) Terá sido devorado pelos tubarões.
(E) ... dois meses depois chegou o desmentido...
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Comentário: QUEM começaram? Não achou, coloque na ordem direta (As
homenagens começaram). Temos que achar o sujeito nas alternativas propostas.
(A) As comunicações se arrastavam a passo de cágado: quem se arrastavam?
As comunicações. COMO elas se arrastavam? A passo de cágado! Isto é,
lentamente. Sempre que encontrarmos um termo usando a pergunta “como?”,
obteremos o modo por meio do qual a ação acontecce. Repare que a expressão
grifada se refere a um verbo, é invariável e indica modo. Portanto, tem valor
adverbial.
(B) O brigue chegou: QUEM chegou? O brigue. Eis o sujeito!
(C) Ao ler o seu necrológio: quem lê lê algo. O que foi lido? O seu necrológio.
É caso de objeto direto.
(D) Terá sido devorado pelos tubarões: QUEM devorou? Os tubarões. Mas
temos um problema aqui. O termo está preposicionado (por + o = pelo). Ele não
pode ser o sujeito. Pela flexão do verbo (singular, terceira pessoa), sabemos que o
sujeito é “ele”, mas é sujeito paciente, porque sofre a ação. Lembremo-nos da aula
passada: quem exerce a ação na voz passiva é o agente da passiva. A dica para
identificá-lo é saber que ele exerce a ação e sempre é preposicionado — na
maioria das vezes, com a preposição por.
Lembrete: Agente da passiva é o termo preposicionado que pratica a ação
na voz passiva.
(E) ... dois meses depois chegou o desmentido: QUEM chegou? O desmentido.
QUANDO chegou? Dois meses depois. Sempre que encontrarmos um termo usando
a pergunta “quando?”, obteremos o momento no qual a ação acontece. Repare
que a expressão grifada se refere a um verbo, é invariável e indica tempo. Portanto,
tem valor adverbial.
Resposta: B
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9. FCC/TRE-AP/2015
Três vezes voltou Saint-Hilaire ao interior do Brasil...
O elemento em destaque na frase acima exerce a mesma função sintática que
o segmento grifado em:
(A) “Os livros de Auguste Saint-Hilaire (...) leem-se aos quinze anos como...”
(B) Nenhum estrangeiro deixou entre nós lembrança mais simpática.
(C) Pelo desconforto dos nossos dias, apesar das estradas de ferro e do
automóvel, podemos avaliar as dificuldades e fadigas...
(D) A fama de Auguste Saint-Hilaire não teve a projeção da de seu irmão
Geoffroy, o continuador de Lamarck...
(E) “...exposta com tanta clareza e simplicidade que a profundeza do
julgamento parece apenas bom senso”.
Comentário: QUEM voltou? Não achou de novo, coloque na ordem direta (SaintHilaire voltou ao interior do Brasil três vezes). Mais uma vez, o termo destacado é
o sujeito.
(A) leem-se aos quinze anos: Quando são lidos? Aos quinze anos. Tem valor
adverbial.
(B) deixou entre nós lembrança mais simpática: se o verbo é transitivo direto,
o que foi deixado, seu complemento, atua como objeto direto.
(C) Pelo desconforto dos nossos dias, podemos avaliar: toda a expressão
refere-se a um verbo, é invariável e indica circunstância. Portanto, tem valor
adverbial.
(D) seu irmão Geoffroy, o continuador de Lamarck: este é um caso de aposto.
Ele serve para complementar um substantivo e equivale ao próprio termo a que se
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refere, podendo até substituí-lo. Por ser raramente cobrado pela FCC, incluí uma
explicação breve no tópico “Aprofundamento”, ao final da aula.
(E) a profundeza do julgamento parece apenas bom senso: QUEM parece? A
profundeza do julgamento. Identificamos o sujeito!
Resposta: E
10. FCC/TRE-AP/2015
Mas Júlio II... antes de fazer o túmulo, resolveu reconstruir a Catedral de São
Pedro.
O elemento que possui a mesma função sintática do sublinhado acima se
encontra também sublinhado em:
(A) Recém-chegado a Roma em 1505...
(B) ... havia uma forte insegurança.
(C) O corpo humano foi o campo de batalha artística de Michelangelo.
(D) Como definiu o pintor futurista Umberto Boccioni...
(E) Mas Júlio II mudou de ideia...
Comentário: QUEM resolveu reconstruir? Júlio II. Desta vez, o elemento sublinhado
não é sujeito. Procuremos no complemento: quem foi reconstruída? A Catedral de
São Pedro. Achamos! Basta saber que tipo de complemento é esse. Se quem
reconstrói reconstrói algo, o verbo é transitivo direto, e a expressão grifada só pode
ser objeto direto.
(A) Recém-chegado a Roma: termo de valor adverbial, indicando lugar.
(B) havia uma forte insegurança: já aprendemos que o verbo “haver” tem
transitividade direta. Seu complemento é um objeto direto. Aqui está a resposta!
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(C) O corpo humano foi o campo de batalha artística de Michelangelo: se o
verbo não indicou ação, mas qualidade, todo o seu complemento é um predicativo.
(D) Como definiu o pintor futurista: QUEM definiu? O pintor futurista. É sujeito.
(E) Mas Júlio II mudou de ideia: QUEM mudou de ideia? Júlio II. É sujeito.
Resposta: B
11. FCC/MPE-PB/2015
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha
aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela
minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
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(Alberto Caeiro)
E o Tejo entra no mar em Portugal
O elemento que exerce a mesma função sintática que o sublinhado acima
encontra-se em
(A) a fortuna. (4a estrofe)
(B) A memória das naus. (2a estrofe)
(C) grandes navios. (2a estrofe)
(D) menos gente. (3a estrofe)
(E) a América. (4a estrofe)
Comentário: QUEM entra no mar? O Tejo. É sujeito. Repare, no entanto, que as
alternativas não apresentam os períodos completos. Precisamos voltar ao texto e
identificar os verbos aos quais as palavras propostas se referem.
Você já deve conhecer a frase No princípio era o Verbo, mas talvez não
saiba que ela se aplica muito bem à análise sintática. Ao analisar a função dos
elementos gramaticais, o verbo é o primeiro termo que deve ser encontrado.
É ele quem nos dá as informações iniciais e guia o restante da análise. Só depois
passamos ao sujeito.
Atenção! O verbo é a base da análise sintática.
Avaliemos as alternativas dentro do seu contexto.
(A) a fortuna: verbo “haver” (há a América e a fortuna). Já conhecemos sua
transitividade. O termo solicitado atua como objeto direto.
(B) A memória das naus: verbo “navegar” (E navega nele ainda). QUEM
navega? A memória das naus. Esta é a resposta!
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(C) grandes navios: verbo “ter” (O Tejo tem grandes navios). QUEM tem
grandes navios? O Tejo. O que ele tem? Grandes navios. É complemento. Vejamos
de que tipo. Quem tem tem algo. Como não há preposição entre o verbo e o
complemento, é objeto direto.
(D) menos gente: verbo “pertencer” (pertence a menos gente). Quem
pertence pertence a algo. Se há preposição entre o verbo e o complemento, o verbo
é transitivo indireto, e seu complemento é objeto indireto.
(E) a América: verbo “haver” (há a América). É o mesmo caso da alternativa
A. Objeto direto.
Resposta: B
12. FCC/TRT-MG/2015
A frase em que ambos os elementos sublinhados exercem a função de núcleo
do sujeito é:
(A) Os bens dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio de quem os
tomou.
(B) Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres.
(C) Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna.
(D) Muitos acham que não é justo apagar os vestígios do passado.
(E) Dessa escolha da Assembleia Nacional nasceram os museus.
Comentário: núcleo é a palavra mais importante de um termo. No caso do sujeito,
o núcleo sempre terá a função substantiva.
(A) Os bens dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio de quem os
tomou.
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Ambos os elementos destacados são núcleo do sujeito. Ué, mas o núcleo do
sujeito não deve ser um substantivo? É quase isso. O núcleo do sujeito tem
valor de substantivo. Assim, não é necessariamente um nome, mas é o
termo a quem o verbo se refere.
No contexto, a locução verbal “deviam ser considerados” relaciona-se ao
sujeito “Os bens dos aristocratas”, e o verbo “tomou” remete a “quem”, com
o sentido de “quem tomou algo”. Esta é a resposta!
(B) Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres.
O segundo termo está preposicionado (de + o), não pode ser sujeito. É um
adjunto adnominal, que estudaremos adiante.
(C) Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna.
O segundo termo é a qualidade atribuída aos museus, não pode ser sujeito. É
predicativo do sujeito.
(D) Muitos acham que não é justo apagar os vestígios do passado.
O primeiro termo é a qualidade atribuída ao sujeito “apagar os vestígios do
passado”, o segundo é parte do mesmo sujeito, mas não é o núcleo.
Você lembra que o infinitivo equivale a um substantivo? Logo, ele pode atuar
como núcleo do sujeito. Ao colocar a frase na ordem direta, obtemos “Apagar
os vestígios do passado não é justo”, na qual todo o termo sublinhado é o
sujeito. Os casos de sujeito com núcleo verbal são chamados “sujeito
oracional”. Sobre o motivo dessa designação, há uma explicação a seguir.
(E) Dessa escolha da Assembleia Nacional nasceram os museus.
O primeiro termo está preposicionado (de + essa), não pode ser sujeito. No
contexto, é objeto indireto (os museus nasceram de algo).
Resposta: A
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Sujeito oracional
Na gramática, todo termo que contém verbo é chamado “oração”. Se
não existir verbo, não haverá oração. Em sentido contrário, se houver um verbo na
frase, teremos uma oração. Se houver dois, teremos duas orações. E assim por
diante.
Em regra, existirão tantas orações quantos forem os verbos. A exceção são
as locuções verbais, porque nesses casos os verbos atuam como se fossem um só.
Assim, a locução verbal equivale a uma oração apenas.
O sujeito oracional recebe esse nome, portanto, porque é constituído de
verbo. Foi o que ocorreu no item D da questão 12.
Atenção! Sujeito oracional é o sujeito representado por uma oração.
Sujeito indeterminado
É o sujeito que não conseguimos identificar. Ocorre em duas situações:
a) Verbo na 3a pessoa do plural (eles), sem referente;
Exemplo: Falaram bem de você.
b) VI, VTI, VL na 3a pessoa do singular + SE.
Exemplos: Vive-se bem aqui.
Trata-se de boas notícias.
Era-se feliz.
Note que, nos exemplos dados, não é possível dizer quem exerceu as ações
expressas pelos verbos. Nos verbos do segundo caso, o “se” recebe o nome de
índice de indeterminação do sujeito.
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Sujeito inexistente
Não existe sujeito na oração. É diferente do sujeito indeterminado, pois,
embora não saibamos quem seja, ele existe. Ocorre com verbos impessoais, isto
é, que não têm sujeito. Os casos principais são:
a) Verbo haver com sentido de existir, acontecer ou tempo decorrido;
Exemplos: Havia milhares de pessoas no arraial.
Houve bons acontecimentos há poucos dias.
b) Verbos que indicam tempo ou fenômeno da natureza.
Exemplos: Fazia anos que não viajava.
São oito horas e está frio.
Ventou e trovejou durante a semana.
Adjunto adnominal
O adjunto adnominal é um termo de valor adjetivo. Como tal, sempre se
refere a um substantivo, para qualificá-lo ou especificá-lo.
Atenção! Adjunto adnominal é um termo de valor adjetivo que se refere a
um substantivo.
Além disso, ele não tem independência sintática, isto é, sempre faz farte
de outro termo. As classes gramaticais que podem atuar como adjunto adnominal
são: artigo, pronome, numeral e adjetivo. Note que, ao exercer tal função, todas
passam a ter valor de adjetivo, pois especificam o substantivo. Essas características
ficarão mais claras com um exemplo.
Na frase “Os seus dois belos olhos de águia não descansam”, temos cinco
elementos atuando como adjunto adnominal: artigo (Os), pronome (seus), numeral
(dois), adjetivo (belos) e locução adjetiva (de águia). Todos se relacionam a um
substantivo (olhos). E todos fazem parte do mesmo termo (sujeito).
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Repare que o artigo sempre exerce a função de adjunto adnominal. O
adjetivo, por sua vez, pode ter duas funções sintáticas, a de adjunto
adnominal e a de predicativo. A diferença principal entre elas é que o predicativo
se liga ao verbo, apesar de qualificar o sujeito ou o objeto.
Complemento nominal
Na FCC, esse conteúdo costuma aparecer em conjunto com o adjunto
adnominal.
13. FCC/TRT-RS/2015
... ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno.
A relação estabelecida entre os termos constantes do segmento sublinhado
acima está reproduzida no segmento, também sublinhado, em:
(A) Nas cidades do Sul ...
(B) ... e a exposição de um certo verniz social ...
(C) ... implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe.
(D) Nas imagens dos jornais das cidades do Sul ...
(E) Os altos preços do café no mercado externo ...
Comentário: atenção ao comando da questão. Devemos analisar a relação
estabelecida somente entre as palavras grifadas. Para tanto, temos que recuperar
algumas lições do início da aula.
A palavra “alimentos” liga-se ao substantivo “fornecedora”. Contudo, há dois
aspectos importantes nessa relação: ela é feita por meio de uma preposição (de), e
o substantivo é abstrato.
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Sempre que isso ocorrer, existirá a chance de estarmos diante de um
complemento nominal. Este termo refere-se tanto a adjetivos e advérbios quanto
a substantivos. O que o diferencia do adjunto adnominal é que ele sempre vem
preposicionado e só se relaciona com substantivos abstratos.
Atenção! O complemento nominal liga-se a adjetivo, advérbio ou
substantivo abstrato e sempre aparece preposicionado.
Assim, quando um elemento introduzido por preposição se ligar a um
substantivo concreto, será obrigatoriamente adjunto adnominal. Caso ele se ligue a
adjetivo ou advérbio, será necessariamente complemento nominal.
Além disso, há uma importante diferença semântica: o adjunto adnominal
expressa valor ativo ou de posse, enquanto o complemento nominal indica
valor passivo ou de termo possuído.
Em “fornecedora de alimentos”, os alimentos são fornecidos, isto é, são alvo
da ação de fornecer. Como a relação é passiva, o termo “de alimentos” atua como
complemento nominal. Vejamos qual alternativa estabelece a mesma relação.
(A) cidades do Sul: refere-se a um substantivo concreto, faz parte de outro
termo sintático e tem valor adjetivo. É adjunto adnominal.
(B) exposição de um certo verniz social: refere-se a um substantivo abstrato,
é introduzido por preposição, tem valor passivo (o verniz é exposto). É complemento
nominal!
(C) mulheres de uma determinada classe: refere-se a um substantivo
concreto, faz parte de outro termo sintático e tem valor adjetivo. É adjunto
adnominal.
(D) imagens dos jornais: refere-se a um substantivo concreto, faz parte de
outro termo sintático e tem valor adjetivo. É adjunto adnominal.
(E) preços do café: refere-se a um substantivo, faz parte de outro termo
sintático e expressa valor de posse (os preços são do café). É adjunto adnominal.
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Resposta: B
14. CESPE/TRE-RS/2015, com adaptações
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Considerando os aspectos gramaticais do texto Voto eletrônico, assinale a
opção correta.
(A) Os termos “de convocação” (l.22) e “de grande número de eleitores” (l.
22 e 23) desempenham a mesma função sintática.
(B) Os termos “do eleitor” (l.3) e “da desatenção” (l.5) desempenham a
mesma função sintática.
(C) As palavras “recebida” (l.10) e “afastados” (l.24) desempenham, nos
períodos em que ocorrem, a mesma função sintática.
(D) As palavras “muito” (l.12) e “grande” (l.22) desempenham a função de
adjuntos adverbiais nas orações em que ocorrem.
(E) Os termos “pela quantidade de pessoas” (l. 17 e 18) e “pelos
representantes dos partidos políticos” (l.20) funcionam como agentes da
passiva das orações em que ocorrem.
Comentário: como as alternativas não mostram as palavras inseridas na oração, é
necessário voltar ao texto para julgá-las.
Antes disso, quero dar a última orientação sobre complementos nominais. Os
substantivos abstratos a que eles se referem são quase sempre derivados
de verbos. Em “distribuição de alimentos” e “limpeza de vidros”, os substantivos
abstratos vêm de “distribuir” e “limpar”.
(A) “necessidade de convocação” e “convocação de grande número de
eleitores”.
Ambos os termos grifados são introduzidos por preposição e ligam-se a
substantivos abstratos derivados de verbo (necessitar, convocar). É a resposta!
(B) “vontade do eleitor” e “valendo-se da desatenção”.
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O primeiro elemento é introduzido por preposição (de + o), liga-se a
substantivo abstrato, faz parte de outro termo sintático e indica posse (o eleitor tem
vontade). É adjunto adnominal.
O segundo é introduzido por preposição (de + a), liga-se a verbo e completa
seu sentido (quem se vale se vale de algo). É objeto indireto.
(C) “portando a cédula em branco recebida do mesário” e “Os escrutinadores
podem passar dias afastados”.
O primeiro termo caracteriza substantivo concreto (cédula), não é introduzido
por preposição e é variável (cédulas recebidas). É adjetivo, com função de adjunto
adnominal.
O segundo qualifica o sujeito (Os escrutinadores ficam afastados), não é
introduzido por preposição e é variável (está no plural). É adjetivo, mas não faz
parte do termo sintático a que se refere (sujeito) e liga-se a verbo (passam
afastados). É predicativo do sujeito.
(D) “Outra fraude muito comum” e “convocação de grande número”.
O primeiro termo liga-se a adjetivo (comum), tem valor de intensidade e é
invariável (fraudes muito comuns). É advérbio, com função de adjunto adverbial.
O segundo liga-se a substantivo (número), atribui a ele uma qualidade e é
variável (convocação de grandes números). É adjetivo, com função de adjunto
adnominal.
(E) “A fraude é favorecida pela quantidade de pessoas” e “dificulta a
fiscalização das atividades pelos representantes dos partidos políticos”.
O primeiro termo é introduzido por preposição (por + a) e pratica a ação de
uma frase na voz passiva (ser + particípio). Veja que é possível colocar o período
na voz ativa, e o elemento destacado passa a ser o sujeito (A quantidade de pessoas
favorece a fraude). É agente da passiva.
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O segundo é introduzido por preposição (por + a), liga-se a substantivo
abstrato (fiscalização) e tem sentido ativo (os representantes fiscalizam). É adjunto
adnominal.
Resposta: A
Você viu como é importante identificar as classes gramaticais e os referentes
de cada palavra para conseguir fazer análise sintática? Sem os fundamentos
apresentados na aula demonstrativa e no início desta aula, seria impossível
responder a uma questão como essa.
Adjunto adverbial
Esse tema é bastante cobrado pelas bancas, mas de forma menos explícita.
Geralmente, ele aparece entre os itens de uma questão, mas não é o foco do
comando.
Para identificar adjuntos adverbiais, basta encontrarmos os advérbios ou as
locuções adverbiais, pois ambos exercem a função de adjunto adverbial.
Atenção! Advérbios e locuções adverbiais exercem a função sintática de
adjunto adverbial.
Assim, ao localizar os advérbios nos exercícios que já resolvemos, estaremos
identificando os adjuntos adverbiais cobrados pela banca. Foi o que ocorreu nas
questões 7 (B), 8 (A, E), 9 (A, C), 10 (A) e 14 (D), além das questões 5 e 6 (C),
referentes à morfologia.
O adjunto adverbial pode expressar diversas circunstâncias, mas é não
necessário decorar todas. O reconhecimento das circunstâncias expressas pelos
advérbios já é suficiente.
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O que você precisa saber é isto: a posição natural dos adjuntos adverbiais
nas orações é depois da estrutura SVC. Assim, sempre que um adjunto
adverbial aparecer antes do sujeito, entre o sujeito e verbo ou entre o verbo e o
complemento verbal, será considerado deslocado de sua posição natural. Nesses
casos, você poderá separá-lo por vírgula, mas isso é assunto para outra aula.
Por fim, é importante retomar um tema da aula demonstrativa. Quando
estudamos os verbos intransitivos, vimos que eles não exigem complemento, isto
é, têm sentido completo. É comum, no entanto, aparecerem especificados por
algumas circunstâncias (lugar, modo, tempo).
Isso ocorre sobretudo com verbos que indicam movimento de ir ou vir, pois
o sentido da frase pareceria incompleto sem um adjunto adverbial de lugar. No
exemplo “O menino foi ao circo”, o elemento destacado é informação acessória, que
mostra o lugar aonde o menino foi. É, portanto adjunto adverbial de lugar.
Em síntese, quando um termo se referir a verbo intransitivo, indicando a
circunstância da ação expressa pelo verbo, será adjunto adverbial. Na aula passada,
quase todas as questões que apresentavam verbos intransitivos continham adjuntos
adverbiais.
Vejamos a última questão.
15. FGV/CODEBA/2016
“Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de perfil bem
específico”.
No caso desse segmento do texto, a preposição a é de uso gramatical, pois é
exigida pela regência do verbo dirigir.
Assinale a opção que indica a frase em que a preposição “a” introduz um
adjunto e não um complemento.
(A) O Brasil dá Deus a quem não tem nozes, dentes etc.
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(B) É preciso passar o Brasil a limpo.
(C) Um memorando serve não para informar a quem o lê, mas para proteger
quem o escreve.
(D) Quem é burro pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue.
(E) O desenvolvimento é uma receita dos economistas para promover os
miseráveis a pobres – e, às vezes, vice-versa.
Comentário: o comando é bastante amplo. Entre as alternativas, pode haver
adjuntos adnominais ou adverbiais e complementos verbais ou nominais.
Talvez uma tabela o ajude a visualizar as principais diferenças entre eles.
Diferenças
OI
AA
CN
adjetivo,
Liga-se a
VTI, VTDI
substantivo
advérbio,
substantivo
abstrato
AAdv
adjetivo,
advérbio,
verbo
Valor de
-
agente
paciente
circunstância
Preposição
obrigatória
opcional
obrigatória
opcional
Exigido por
verbo
-
nome
-
OI = objeto indireto; AA = adjunto adnominal; CN = complemento nominal; AAdv = adjunto
adverbial; VTI = verbo transitivo indireto; VTDI = verbo transitivo direto e indireto.
Repare que os complementos são sempre exigidos por algum termo,
que necessita deles para ter o sentido completo. Os adjuntos, por sua vez, são
elementos acessórios, podendo ser retirados das frases sem grande prejuízo
semântico.
(A) O Brasil dá Deus a quem não tem.
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Quem dá dá algo a alguém. O verbo é transitivo direto e indireto, e a
preposição é exigida por ele, para introduzir termo que completa seu sentido. Logo,
ela inicia um objeto indireto.
(B) passar o Brasil a limpo.
Quem passa passa algo. O verbo é transitivo direto, e o objeto direto está
expresso na frase (o Brasil). O termo destacado liga-se a um verbo (passar a limpo)
por meio de uma preposição, mas não foi exigido pelo verbo, e expressa
circunstância. É adjunto adverbial. Se é adjunto, é a resposta!
(C) serve não para informar a quem o lê.
Quem informa informa algo a alguém. O verbo é transitivo direto e indireto, e
a preposição é exigida por ele, para introduzir termo que completa seu sentido.
Logo, ela inicia um objeto indireto.
(D) pede a Deus que o mate.
Quem pede pede algo a alguém. O verbo é transitivo direto e indireto, e a
preposição é exigida por ele, para introduzir termo que completa seu sentido. Logo,
ela inicia um objeto indireto.
(E) promover os miseráveis a pobres.
Quem promove promove algo a alguma coisa. O verbo é transitivo direto e
indireto, e a preposição é exigida por ele, para introduzir termo que completa seu
sentido. Logo, ela inicia um objeto indireto.
Resposta: B
Aprofundamento
Como você sabe, esta parte da aula serve apenas para elencar situações que
não costumam ser cobradas pela FCC, mas podem ser importantes na hora de
escrever ou de resolver questões de outras bancas.
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Classes gramaticais
Existem dez classes de palavras: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção,
interjeição, numeral, preposição, pronome, substantivo e verbo.
Quatro delas são invariáveis: conjunção, preposição, interjeição, advérbio.
Três não exercem função sintática: conjunção, preposição, interjeição.
Adjetivo
A mudança de posição do adjetivo pode alterar tanto o seu sentido quanto
a sua classe gramatical. Veja os exemplos:
a) O autor defunto narrou a história;
b) O defunto autor narrou a história.
No primeiro caso, trata-se de um autor que morreu. Nesse sentido, “autor” é
substantivo. No segundo, fala-se de um defunto que escreveu. Logo, “autor” é
adjetivo.
Os adjetivos de relação apresentam as seguintes características:
a) derivam de substantivo;
b) aparecem depois do substantivo;
c) não podem ser intensificados.
Todos esses requisitos são preenchidos no exemplo “Casa paterna”. Note que
o adjetivo “paterna” deriva do substantivo “pai”, não pode ser colocado antes de
“Casa” e não faz sentido que seja intensificado (Casa muito paterna).
Palavras denotativas
São palavras ou expressões que atuam de forma parecida à dos advérbios,
mas não necessariamente se relacionam aos mesmos termos que eles (adjetivos,
verbos ou advérbios).
São invariáveis, não têm função sintática e não fazem parte das classes
gramaticais. Classificam-se à parte, de acordo com o sentido que expressam. Veja
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alguns exemplos, seguidos dos respectivos sentidos: ainda bem (afetividade), além
disso (adição), eis (designação), é que (realce), isto é (retificação), por exemplo
(explanação), salvo (exclusão).
Aposto
Liga-se a termo de valor substantivo, para explicar ou fazes apreciação. Note
que o próprio aposto tem valor substantivo e geralmente pode substituir o termo a
que se refere.
No exemplo “Ele, o compositor, revolucionou a música”, a expressão
sublinhada é aposto, pois refere-se a um pronome substantivo e designa o mesmo
ser a que se refere (tanto se pode dizer “Ele revolucionou” quanto “O compositor
revolucionou”).
A principal diferença entre o aposto e o adjunto adnominal é que aquele
equivale a substantivo e este a adjetivo. Veja os exemplos:
a) Ele faz aniversário no mês de junho;
b) Ele foi às festas de junho.
No primeiro caso, o elemento grifado é aposto, já que pode assumir a função
do termo a que se refere. É possível afirmar “Ele faz aniversário no mês de junho”
e “Ele faz aniversário em junho”, sem prejuízo ao sentido.
Na segunda frase, o termo é adjunto adnominal, pois atribui uma
característica às festas e tem valor adjetivo, já que, no contexto, “de junho” é
locução adjetiva e equivale a “juninas”. Em consequência, o elemento destacado
não pode substituir o termo a que se refere.
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Resumo
Classe gramatical: depende do contexto.
Substantivo
É o nome das coisas. Pode ser concreto (existência própria) ou abstrato
(conceito). Sempre atua como núcleo dos termos.
Substantivação: ocorre com determinantes (artigos, pronomes,
numerais).
Transforma qualquer palavra em substantivo.
Artigo
Existem os definidos (o, a) e os indefinidos (um, uma). Sempre atuam como
determinantes. Consequentemente, sempre acompanham substantivos.
Adjetivo
Liga-se aos nomes. Modifica-os, ao atribuir qualidade ou defeito.
Preposição
Conecta os termos. É invariável. As principais são a, com, de, em, para, por.
Advérbio
Refere-se a adjetivos, verbos ou advérbios. É invariável. Classifica-se de
acordo com a circunstância que expressa (afirmação, dúvida, intensidade, lugar,
modo, negação, tempo).
Locuções
São duas ou mais palavras que funcionam como uma.
Locução adjetiva: DE + Substantivo.
Locução prepositiva: geralmente começa e termina com preposição (abaixo
de, apesar de, a respeito de, de acordo com, em frente a, por causa de).
Locução adverbial: expressa circunstância, a exemplo de à noite (tempo), às
vezes (tempo), à vista (modo), à vontade (modo), de longe (lugar).
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Funções sintáticas
Substantivas: sujeito, complemento verbal, complemento nominal, agente da
passiva, aposto.
Adjetivas: adjunto adnominal, predicativo.
Adverbiais: adjunto adverbial.
Sujeito
É a respeito de quem se declara algo. Pode ser composto (mais de um núcleo)
ou simples (um núcleo). Identificado pelo método da pergunta (QUEM?).
a) Sujeito oracional: sujeito representado por oração (contém verbo).
b) Sujeito indeterminado: existe, mas não sabemos quem é. Ocorre com:
i.
verbo na 3a p. do plural, sem referente;
ii. VI, VTI, VL na 3a p. do singular + SE (índice de indeterminação).
c) Sujeito inexistente: com verbos impessoais. Ocorre com:
i.
verbo “haver” com sentido de existir;
ii. verbos que indicam fenômenos da natureza.
Não pode ser preposicionado.
Ordem direta
É a sequência Sujeito + Verbo + Complemento (estrutura SVC).
Agente da passiva
Exerce a ação na voz passiva. Sempre preposicionado (por). Na voz ativa,
transforma-se em sujeito.
Adjunto adnominal
Liga-se ao substantivo. Não tem independência sintática. Indica valor de
agente ou posse.
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Complemento nominal
Completa o sentido de adjetivos, advérbios e substantivos abstratos
(geralmente derivados de verbo). Sempre preposicionado. Exprime valor paciente.
Adjunto adverbial
É a função exercida pelos termos de valor adverbial. Expressa várias
circunstâncias. Pode aparecer deslocado de sua posição natural — após estrutura
SVC. Costuma acompanhar verbos intransitivos.
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Lista das Questões Comentadas
1.
FGV/TCE-SE/2015
Normose, um distúrbio da vida moderna
A sociedade moderna, com o corre-corre, a falta de tempo para o cuidado espiritual
e o imediatismo fez com que as pessoas desenvolvessem com mais facilidade
algumas doenças psicossomáticas. O pânico e a depressão são duas delas, assim
como a normose. A última é uma “prima” menos conhecida e, por isso mesmo,
menos identificada, segundo especialistas. “Ela (normose) surge quando o sistema
no qual nós existimos encontra-se dominantemente doente, desequilibrado,
corrompido, e quando predomina a violência, a competição e o egocentrismo. Uma
pessoa adaptada a esse sistema está doente”, explica o eminente psicólogo e
antropólogo Roberto Crema, um dos especialistas do assunto no Brasil.
O par de palavras que apresenta uma disposição de classes de palavras diferente
das demais é:
(A) pessoa adaptada;
(B) sociedade moderna;
(C) cuidado espiritual;
(D) doenças psicossomáticas;
(E) eminente psicólogo.
2.
IBFC/EMDEC/2016, com adaptações
Considerando o contexto em que se encontra, assinale a única opção em que o
vocábulo sublinhado NÃO corresponde a um exemplo de substantivo.
(A) “Nosso olhar está impregnado de preconceitos”
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(B) “Uma das miopias que carregamos é considerar criança ignorante”
(C) “Nascemos com 86 bilhões de neurônios em nosso cérebro”
(D) “Hoje são adultos que falam diversos idiomas”
(E) “Isso foi testado na minha família e deu certo”
3.
FGV/PGE-RO/2015
A frase do texto em que ocorre a presença de um adjetivo substantivado é:
(A) “Há sutis melhoras à frente”;
(B) “possibilidades vagas”;
(C) “nascem muitas vezes do agudo da crise”;
(D) “Mas é bom falar nelas”;
(E) “A inflação será forte este ano”.
4.
BIO-RIO/Prefeitura de São Gonçalo/2016
ÉDIPO-REI
Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da
entrada. Cada um tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o
sacerdote de Zeus. (Edipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013)
O texto mostra cinco ocorrências da preposição DE; o valor dessa preposição que
está corretamente indicado é:
(A) de Édipo / lugar.
(B) de crianças / especificação.
(C) de oliveira / instrumento.
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(D) de pé / qualificação.
(E) de Zeus / finalidade.
5.
FCC/SEDU-ES/2016
Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice Lispector é
o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:
I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando
possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.
III. — E agora que é que eu faço? — perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver.
IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Atende ao enunciado APENAS o que consta de
(A) I, II e IV.
(B) II e IV.
(C) II e III.
(D) I e III.
(E) I, III e IV.
6.
FUNCAB/EMSERH/2016, com adaptações
Assinale a opção em que a classe gramatical da palavra ou locução destacada foi
corretamente indicada entre parênteses.
(A) “O BEM prevaleceu” (advérbio de modo)
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(B) “ÀS VEZES avanço” (locução adverbial de tempo)
(C) “HOJE andam incrivelmente rápidas” (substantivo)
(D) “correndo o perigo de um RIDÍCULO” (adjetivo)
(E) “MUITAS vezes por mães alienadas” (advérbio de intensidade)
7.
FCC/TCE-SP/2015
Proliferaram, na última década, programas voltados para a terceira idade,
O segmento grifado exerce na frase acima a mesma função sintática que o segmento
também grifado em:
(A) É, portanto, ilusório pensar que essas mudanças...
(B) ...quando foi criada na França a primeira universidade voltada...
(C) A gerontologia (...) é a ciência que estuda a velhice.
(D) ...isso ofereceria aos mais velhos a oportunidade de dispor de saúde...
(E) As perdas próprias do envelhecimento passam, então, a ser vistas como...
8.
FCC/DPE-RR/2015
Suspensa a sessão, começaram as homenagens...
O segmento grifado exerce na frase acima a mesma função sintática que o segmento
também grifado em:
(A) As comunicações se arrastavam a passo de cágado.
(B) O brigue chegou a Marselha com um morto a bordo.
(C) Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia...
(D) Terá sido devorado pelos tubarões.
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(E) ... dois meses depois chegou o desmentido...
9.
FCC/TRE-AP/2015
Três vezes voltou Saint-Hilaire ao interior do Brasil...
O elemento em destaque na frase acima exerce a mesma função sintática que o
segmento grifado em:
(A) “Os livros de Auguste Saint-Hilaire (...) leem-se aos quinze anos como...”
(B) Nenhum estrangeiro deixou entre nós lembrança mais simpática.
(C) Pelo desconforto dos nossos dias, apesar das estradas de ferro e do automóvel,
podemos avaliar as dificuldades e fadigas...
(D) A fama de Auguste Saint-Hilaire não teve a projeção da de seu irmão Geoffroy,
o continuador de Lamarck...
(E) “...exposta com tanta clareza e simplicidade que a profundeza do julgamento
parece apenas bom senso”.
10.
FCC/TRE-AP/2015
Mas Júlio II... antes de fazer o túmulo, resolveu reconstruir a Catedral de São Pedro.
O elemento que possui a mesma função sintática do sublinhado acima se encontra
também sublinhado em:
(A) Recém-chegado a Roma em 1505...
(B) ... havia uma forte insegurança.
(C) O corpo humano foi o campo de batalha artística de Michelangelo.
(D) Como definiu o pintor futurista Umberto Boccioni...
(E) Mas Júlio II mudou de ideia...
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11.
FCC/MPE-PB/2015
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha
aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela
minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(Alberto Caeiro)
E o Tejo entra no mar em Portugal
O elemento que exerce a mesma função sintática que o sublinhado acima encontrase em
(A) a fortuna. (4a estrofe)
(B) A memória das naus. (2a estrofe)
(C) grandes navios. (2a estrofe)
(D) menos gente. (3a estrofe)
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(E) a América. (4a estrofe)
12.
FCC/TRT-MG/2015
A frase em que ambos os elementos sublinhados exercem a função de núcleo do
sujeito é:
(A) Os bens dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio de quem os
tomou.
(B) Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres.
(C) Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna.
(D) Muitos acham que não é justo apagar os vestígios do passado.
(E) Dessa escolha da Assembleia Nacional nasceram os museus.
13.
FCC/TRT-RS/2015
... ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno.
A relação estabelecida entre os termos constantes do segmento sublinhado acima
está reproduzida no segmento, também sublinhado, em:
(A) Nas cidades do Sul ...
(B) ... e a exposição de um certo verniz social ...
(C) ... implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe.
(D) Nas imagens dos jornais das cidades do Sul ...
(E) Os altos preços do café no mercado externo ...
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48
14.
CESPE/TRE-RS/2015, com adaptações
Considerando os aspectos gramaticais do texto Voto eletrônico, assinale a opção
correta.
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(A) Os termos “de convocação” (l.22) e “de grande número de eleitores” (l. 22 e 23)
desempenham a mesma função sintática.
(B) Os termos “do eleitor” (l.3) e “da desatenção” (l.5) desempenham a mesma
função sintática.
(C) As palavras “recebida” (l.10) e “afastados” (l.24) desempenham, nos períodos
em que ocorrem, a mesma função sintática.
(D) As palavras “muito” (l.12) e “grande” (l.22) desempenham a função de adjuntos
adverbiais nas orações em que ocorrem.
(E) Os termos “pela quantidade de pessoas” (l. 17 e 18) e “pelos representantes
dos partidos políticos” (l.20) funcionam como agentes da passiva das orações em
que ocorrem.
15.
FGV/CODEBA/2016
“Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de perfil bem específico”.
No caso desse segmento do texto, a preposição a é de uso gramatical, pois é exigida
pela regência do verbo dirigir.
Assinale a opção que indica a frase em que a preposição “a” introduz um adjunto e
não um complemento.
(A) O Brasil dá Deus a quem não tem nozes, dentes etc.
(B) É preciso passar o Brasil a limpo.
(C) Um memorando serve não para informar a quem o lê, mas para proteger quem
o escreve.
(D) Quem é burro pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue.
(E) O desenvolvimento é uma receita dos economistas para promover os miseráveis
a pobres – e, às vezes, vice-versa.
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Português para o TRE-SP (Teoria e Exercícios)
Aula 01 – Revisão morfossintática
Prof. Arthur Scandelari
Gabarito
1.
E
2.
B
3.
C
4.
B
5.
D
6.
B
7.
E
8.
B
9.
E
10.
B
11.
B
12.
A
13.
B
14.
A
15.
B
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