Informativo de Divulgação Dabi Atlante. Nº 4 - Abril/2005 A OBTENÇÃO DE RADIOGRAFIAS DENTÁRIAS DE QUALIDADE NA ODONTOLOGIA. O uso dos raios X para o diagnóstico odontológico é cada vez mais intenso e as exposições radiológicas na área de saúde constituem a principal fonte de exposição da população às fontes de radiações ionizantes. O exame radiográfico executado com critério melhora o padrão do diagnóstico, do planejamento e do tratamento odontológico, aumentando consideravelmente a segurança do Cirurgião-Dentista no atendimento de seu paciente Além disso, o exame radiográfico e as fichas clínicas são importantes para evitar possíveis problemas jurídicos com pacientes, por auxiliar nas perícias odontológicas. As radiografias devem ser arquivadas junto ao prontuário clínico do paciente em ótimas condições de armazenagem, durante um período mínimo de 20 anos, como preconizado pela Odontologia Legal. Para o exercício de uma radiologia odontológica de qualidade, o equipamento de raios X deve ter todos os requisitos condizentes com uma boa prática clínica, os filmes e as soluções de processamento devem ser de boa qualidade e os profissionais treinados para produzir radiografias que promovam o diagnóstico radiográfico adequado. Orivaldo Tavano Especialista em Radiologia Odontológica Professor Titular de Radiologia da FOB/USP (aposentado) Professor do programa de Pós-Graduação em Odontologia, sub-área de Radiologia, da CPO São Leopoldo Mandic.Campinas- SP CRITÉRIOS PARA PRESCRIÇÃO DO EXAME RADIOGRÁFICO ODONTOLÓGICO A definição de se usar ou não o exame radiográfico na clínica odontológica depende de critérios baseados nas necessidades clínicas do paciente, ao verificarmos os seus sinais e sintomas. A Portaria 453 do Ministério da Saúde, de 1º de Junho de 1998, alerta que está proibida toda exposição aos raios X que não pode ser clinicamente justificada. Uma vez decidido pela sua realização, o exame radiográfico deve seguir o princípio da ALARA (doses de exposição aos raios X tão baixos quanto exeqüíveis), usando a menor quantidade possível de tomadas radiográficas. Salientamos que escolher os filmes e técnicas radiográficas que abranjam a maior área por exame, sem distorção radiográfica acentuada, é muito importante. A seguir apresentaremos alguns critérios de seleção para o exame radiográfico de nossos pacientes: a) Cáries profundas, restaurações extensas ou de baixa qualidade. b) Terapia periodontal, cirúrgica ou endodôntica. c) Diastemas, mobilidade ou migração de dentes. d) Dentes mal posicionados e higiene bucal deficiente. e) Fraturas dentárias, sangramento ou dor inexplicável nos dentes. f) Atrasos na irrupção dentária ou ausência de dentes sem explicação conhecida. g) Morfologia dentária incomum, calcificação ou coloração fora do padrão normal. SAIBA SE O SEU EQUIPAMENTO ESTÁ DE ACORDO COM AS NORMAS Todo equipamento de raios X para uso odontológico deve atender uma série de requisitos da Portaria 453, de 1º de Junho de 1998, do Ministério da Saúde. Citamos abaixo alguns itens que poderão ser verificados pelo profissional para sua auto avaliação: a) Como responsável técnico e legal pelo uso dos raios X no consultório odontológico, você avalia a cada dois anos os parâmetros físicos de funcionamento dos mesmos, os acessórios de proteção e o ambiente de trabalho? Sim Não b) Existe sinalização adequada em sua clínica? Sim Não c) O seu avental de borracha plumbífera é equivalente a 0,5 mm de Chumbo? Sim Não d) O cabo do disparador de seu equipamento mede no mínimo 2 metros? Sim Não e) O sistema de retardo do seu equipamento está desativado? Sim Não f) No momento da emissão dos raios X pelo seu equipamento ele emite um sinal sonoro e um luminoso? Sim Não g) Na obtenção de suas radiografias você usa posicionador, suporte porta filmes e direcionador dos raios X? Sim Não Veja a lista completa de exigências da norma 453 acessando o site: www.dabi.com.br/br/revistaonline.asp h) Sua câmara de processamento portátil é totalmente opaca á luz clara? Sim Não i) Você utiliza no processamento de seu filme radiográfico termômetro de imersão, cronômetro e tabelas temperatura/tempo? Sim Não j) Os líquidos do processamento são trocados regularmente? Sim Não Salientamos que todas as respopstas deverão ser afirmativas para que a sua clínica esteja enquadrada na Portaria 453. ERROS RADIOGRAFICOS MAIS COMUNS E SUAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES. Erro no posicionamento do paciente, filme ou do aparelho de raios x. Erro/Causa: - Imagens com dimensões incorretas (encurtadas ou alongadas), superposição das superfícies proximais e imagens pouco nítidas ou parciais, são os principais defeitos produzidos nas imagens radiográficas por erro no posicionamento ou do direcionamento do feixe de raios X. Prevenção/Solução: - Utilizar aparelhos de raios X calibrados, com ajuste automático de exposição, bem como o uso de posicionador e porta filme, com dispositivo de alinhamento do feixe de raios X, minimizam estes erros. Imagens Claras Erro/Causa: - Este tipo de defeito pode ser causado por erros no tempo de exposição, escolha incorreta do filme, aumento da distância foco/filme sem compensação de exposição, processamento incorreto, soluções deterioradas ou vencidas. Prevenção/Solução: - Podemos prevenir esta imagem radiográfica inadequada usando um equipamento de raios X com controle de disparo eletrônico, que ajusta automaticamente o tipo de filme, a distância foco/película, e a técnica utilizada. O processamento radiográfico deve ser padronizado, de preferência automático, usar soluções novas, trocar as soluções nos períodos recomendados pelo fabricante e usar tabelas de processamento temperatura/tempo, termômetro e cronômetro. Radiografias Escuras Erro/Causa: - As imagens radiográficas escuras tem pequena nitidez nas estruturas finas e pouca definição, as imagens ficam muito densas e com contraste inadequado para o diagnóstico. Apresentam ainda dificuldade de interpretação radiográfica de estruturas com densidade e contraste muito próximos, como esmalte e dentina por exemplo. Prevenção/Solução: - Este tipo de defeito pode ser eliminado pelo uso de aparelho de raios X com ajustes eletrônicos de exposição, que selecionam o tipo de filme e técnica automaticamente. O processamento radiográfico deve ser executado em local apropriado, vedado à luz, revelação pelo método temperatura/tempo, soluções novas e com trocas regulares. Radiografias manchadas e com imperfeições diversas Erro/Causa: - As radiografias com este defeito podem se apresentar amareladas, com manchas escuras (de revelador) e claras (de fixador), laceração da emulsão, imagem parcial e dupla exposição no mesmo filme. O velamento de parte das radiografias pode ser causado por entrada de luz branca no local do processamento. Prevenção/Solução: - O processamento radiográfico correto, deve ser executado de acordo com as tabelas de temperatura/tempo; manter o local e os acessórios de processamento limpos; gerenciar as trocas das soluções e o arquivo, são atitudes e procedimentos que diminuem estes erros na prática diária. PROCEDIMENTOS PARA A OBTENÇÃO DE BOAS RADIOGRAFIAS. Procedimentos para reduzir a dose de exposição do paciente: a) A tomada da radiografia deve ser realizada após o exame clínico do paciente, pesquisando a existência de radiografias anteriores, que tornem desnecessários um novo exame; b) O tempo de exposição deve ser o menor possível, evitando a repetição dos exames por meio do uso da técnica correta de exposição. Salientamos que o aparelho de raios X da Dabi Atlante, modelo Seletronic ajusta automaticamente o tempo de exposição em função da sensibilidade do filme, do tipo de radiografia, da posição dos dentes e do tipo de paciente. c) As radiografias devem ser executadas, s preferencialmente com a técnica do paralelismo, usando posicionadores com suportes para as películas e dispositivos de direcionamento do feixe central de raios X; d) O profissional deve manter um eficiente controle de infecção em sua clínica, visando proteger os pacientes e sua equipe. Procedimentos para um bom o processamento radiográfico: a) As soluções devem ser preparadas e trocadas de acordo com o tempo de uso e as recomendações de seu fabricante; b) O processamento dos filmes deve ser feito em local apropriado usando termômetro de imersão, cronômetro e tabela de revelação temperatura/tempo; mantendo a limpeza adequada dos recipientes e acessórios utilizados; c) Não deve ser realizada qualquer inspeção visual durante o processamento; d) A proteção e a preservação do meio ambiente é responsabilidade do Cirurgião Dentista, portanto deve-se ter um protocolo de descarte e tratamento dos resíduos e efluentes produzidos pelo processamento do filme radiográfico. TABELA DE TEMPOS DE PROCESSAMENTO As recomendações abaixo são para o processamento manual dos filmes radiográficos intra-bucais em câmaras escuras convencional ou portátil. Tempos válidos para soluções novas, trocadas nas freqüências determinadas anteriormente. SEQUÊNCIA/ SOLUÇÕES/ RECIPIENTES SOLUÇÕES E TEMPOS PARA PROCESSAMENTO MANUAL TEMPERATURA SILLIB, HEXAHOENTEX KODAK / AGFA DENTUS Reveleção 1º (Revelador) Vidro ou Aço Inox 16ºC 20ºC 25ºC 30ºC 4 a 5 min 2 a 3 min 1 a 2 min 0,5 a 1 min 6 a 8 min 3 a 5 min 2 a 3 min 1 a 2 min Enxague 2º (água limpa) Plástico ou Vidro 20ºC 0,5 min 0,5 min Fixagem 3º (Fixador) Vidro ou Aço Inox 20ºC 25ºC 5 a 8 min 3 a 5 min 3 a 5 min 2 a 3 min Banho Final 4º (água limpa) Plástico ou Vidro 20ºC 25ºC 10 min 5 min 10 min 5 min Importante: está proibida a inspeção visual do filme durante o processamento radiográfico.