Família LAMPYRIDAE

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146
INSETOS DO BRASIL
A família compreende cêrca de 2.800 espécies, das quais
pouco mais de 700 são da Região Neotrópica.
72.
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Famíllia
LAMPYRIDIDAE1
(Lampyridae Leach, 1817; Lampyridini Duval, 1860; Lampyrides
Sharp, 1909).
73. Caracteres, etc.
conhecidos em todo o
- Os "vagalumes" são insetos bem
mundo, não sòmente pelo aspecto
1 De
(lampyris, idos), vagalume.
O nome da família deve ser Lampyrididae e não Lampyridae, pois o radical da palavra grega, como se vê pelo genitivo, é lampyrid e não lampyr.
COLEOPTERA
147
característico que apresentam, mas principalmente pela luminescência branca esverdeada de que são dotados geralmente
os machos e as fêmeas, aladas ou apteras, a qual se exterioriza através das áreas claras e translúcidas do tegumento
do ante-penúltimo (5.º), do penúltimo e as vêzes do último
urosternito (Amydetes) (fig. 116).
O protorax, discoidal como nas baratas, quase sempre
cobre inteiramente a cabeça (a cabeça é imperfeitamente
encoberta pelo protorax em Megalophthalminae, Amydetínae
e Photurinae).
Fig.
114
Cratomorphus
giganteus
(Drury,
1782)
(Lampyrididae,
Photininae)
(Lacerda
fot.).
Fig.
115
distinctus
E.
(Lampyrid.
(Lacerda
Cratomorphus
Oliv.,
1895
Photininae)
fot.).
Antenas geralmente aproximadas na base, de 11 segmentos; as vêzes, porém, com muito maior número (até 49
em espécies de Amydetes Hoffmannsegg, da nossa Região),
aliás longamente uniflabeladas a partir do 3. º segmento
(fig. 115); quanto ao aspecto, podem ser filiformes, denteadas, uni ou bipectinadas ou flabeladas.
Nas espécies de Psilocladus Blanchard cada segmento é
provido de 2 longos ramos eriçados de pêlos; nas de Calyptocephalus Gray elas são também biflabeladas, com os ramos
muito longos, que se enrolam sôbre si mesmo como em Phengodidae.
148
INSETOS DO BRASIL
Metepisternos retos, não sinuados internamente, caráter
que também distingue êstes insetos dos Cantarídeos, nos
quais êsse esclerito, internamente e para trás, é distintamente sinuado.
Epipleuras, via de regra, alargadas na base.
Como em outros Cantaróides as fêmeas podem conservar
o aspecto larviforme (neotenia).
Fig. 116 - Amydetes sp. (visto pela face ventral)
(Lampyr.,
Amydetinae)
(Lacerda
fot.).
O Brasil, como os demais países da América do Sul, é
particularmente rico em Lampiridídeos. Das 1.800 espécies
existentes no mundo, mais da metade vive na Região Neotrópica.
Uma espécie das mais conspícuas entre nós é Cratomorphus giganteus (Drury, 1732) (fig. 114).
COLEOPTERA
149
As larvas dêstes insetos são predadoras e alimentam-se
de caramujos (Gastropoda) e de larvas de outros insetos.
Fig.
117
-
Antenas
(Lacerda
de
Amydetes
fot.).
sp.
Providas de robustas mandíbulas, longitudinalmente escavadas em canal como nas larvas de Ditiscídeos, Girinídeos
e outros Coleopteros (canal mandibular), injetam no caramujo uma neurotoxina paralisante e uma protease, que fluidifica os tecidos da vítima, transformando-os em alimento
que passa da bôca para o tubo digestivo.
Parece-me interessante a seguinte observação de HENNEGUY (1904, Les Insectes) relativa às larvas de Lampyris:
"Dans la larve du Lampyris, les deuxième et troisième
pièces
chitineuses
dorsales,
en
arrière
du
prothorax,
re-
150
INSETOS DO BRASIL
couvrent
chacune
deux
pièces
chitineuses
ventrales,
comme
chez
le
Scolopendrella
(Myriapode).
La
première
de
ces
pièces (segment complémentaire) porte une paire de stigmates; la seconde, une paire de pattes (fig. 120). Les 8 premiers segments abdominaux que ne possèdent aussi qu'une
plaque dorsale, présentent également un rudiment de segment
complémentaire. Cette disposition est intéressante & un double point de vue, parce qu'elle établit la parenté des Insectes avec les Myriapodes, et parce qu'elle explique la situation
intersegmentaire
des
stigmates
chez
la
plupart
des
Insectes (voir page 98)."
Via
também
de regra, as larvas das espécies
d o t a d a s d o p o d e r de e m i t i r l u z .
Fig. 118 - Lamprocera latreillei
1818)
(Lampyr.,
Lamprocerinae)
cerda
fot.).
luminescentes
são
(Kirby,
(La-
Relativamente a luminescência dêstes insetos e respectiva
bibliografia, ver o 7.° Tomo desta obra (pág. 85); recomendo
sobretudo a obra magistral de HARVEY (1952).
COLEOPTERA
151
Fig. 120 - Larva
de
Lampyris,
vista
lateralmente;
W,
segmentos
anteriores
primordiais do meso e do
metatorax
(figura 426 de Henneguy
Les
Insectes,
segundo
Kolbe).
Fig.
119
Lamprocera
flavofasciata
Blanchard,
1837
(Lamp.,
Lamprocerinae)
(Lacerda
fot.).
74.
Bibliografia.
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W.
North
American
(Os
trabalhos
dêste
autor
compreendem
contribuições
às
várias
famílias
do
antigo
grupo
Malacodermata
(Superfamílias
Cantharoidea,
Cleroidea e Lymexyloidea).
- 3 me Contribution à la connaissanee des Malacodermes
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COLEOPTERA
153
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Família
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1869; Telephoridae Gorham, 1881; Cantharidae, Cantharini Heyden,
Reitter & Weise, 1883; Telephorides Sharp, 1909; Cantharididae Lameere, 1900; Cantharidae Leng, 1920; Cantharididae Moure & Travassos Filho, 1947; Jeannel & Paulian, 1949 (no índice).
75. Caracteres, etc. - Os insetos desta família, aliás
muito parecidos com os Lampiridídeos, dêles se distinguem
pelo aspecto dos metepisternos, mais ou menos sinuados internamente, isto é, com a margem interna dirigida para trás
e para fora, formando no têrço posterior curva pronunciada
de concavidade voltada para a linha mediana, de modo que
essa parte do metepisterno, comparada com a anterior, apresenta-se
notàvelmente
estreitada,
aspecto
êste
diferente
do
que se vê nos Lampiridídeos, nos quais, em geral, a borda
interna do metepisterno, embora também dirigida para fora,
pouco se afasta do eixo longitudinal do corpo, sem formar
curva no seu trajeto.
1
De
2. De
(tele), de longe;
(phoros), que traz, trazido.
(thele), bico de peito, mamilo.
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