Em carta, entidades pedem o não

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Em carta, entidades pedem o não
contingenciamento
SBPC
Em carta, enviada nesta terça-feira, 23 de agosto, as entidades argumentam que os recursos
do governo federal para atividades de CT&I estão sendo reduzidos acentuadamente
A SBPC, juntamente com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de
Medicina (ANM), Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas
Inovadoras (Anpei), Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) e
Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti), enviaram uma
carta, nesta terça-feira, 23 de agosto, aos senadores e deputados do Congresso Nacional
solicitando o não contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FNDCT).
Na carta, as entidades argumentam que as atividades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I)
estão sendo severamente prejudicadas no País. "De 2015 para cá, os recursos do governo
federal para essas atividades – realizadas sob coordenação do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) – estão sendo reduzidos acentuadamente,
fazendo com que projetos de pesquisa sejam paralisados em nossas universidades, bolsas de
estudo sejam cortadas, laboratórios e seus valiosos equipamentos deixem de receber
manutenção, empresas tenham que abandonar planos para desenvolver produtos, processos e
serviços inovadores".
As entidades concluem o documento afirmando que a carta não é para solicitar novos aportes
de recursos para ciência, tecnologia e inovação, mas, sim, "que os recursos oriundos dos
Fundos Setoriais e do FNDCT não sejam negados a seus legais e legítimos fins: projetos de
pesquisa do interesse do País, manutenção e aperfeiçoamento da infraestrutura de pesquisa,
concessão de bolsas de pesquisa, financiamento às atividades de inovação de empresas
brasileiras".
Veja aqui a carta na íntegra.
Jornal da Ciência
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Estudante gaúcha conquista 1º lugar em
feira de ciências na China
Publicado em agosto 24, 2016 por Luiz Müller
https://luizmuller.com/2016/08/24/estudante-gaucha-conquista-1o-lugar-em-feira-deciencias-na-china/
Da SUL 21
A jovem pesquisadora Vitória Müller Gerst, única representante brasileira na feira de
ciências, conquistou o 1º lugar na categoria Projetos Internacionais no China
Adolescents Science & Technology Innovation Contest (Castic 2016). A cerimônia de
premiação ocorreu na última quarta-feira (17), em Xangai.
Estudante do curso técnico de Química da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano
Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, Vitória tem 18 anos e participou do evento graças
ao Prêmio Killing de Tecnologia, recebido na Mostra Internacional de Ciência e
Tecnologia (Mostratec) do ano passado.
O projeto apresentado em Xangai foi ‘Análise das propriedades de solução detergente
ACABI para descelurização de tecidos e órgão II’, uma pesquisa que busca desenvolver
um novo composto para ser utilizado na descelularização de tecidos e órgãos. O
processo é baseado na remoção completa dos constituintes celulares do órgão doado,
com posterior repovoação por células embrionárias do receptor, reduzindo as chances de
rejeição pós-transplante. A orientação do projeto é da professora Schana Andreia da
Silva.
Durante a feira, ela já havia recebido um prêmio especial oferecido pela Indonesian
Invention and Innovation Promotion Association (INNOPA), uma organização da
Indonésia. No total, 15 países compareceram à Castic: China, Brasil, Alemanha, Coréia
do Sul, Dinamarca, França, Índia, Indonésia, Japão, Luxemburgo, México, Rússia,
Suécia, Tailândia e Turquia.
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Pesquisadora da UFSC é premiada por descoberta
que pode auxiliar pacientes da doença de Alzheimer
24/08/2016 15:44
“O grande avanço do estudo foi mostrar que esta proteína possui um papel importante
tanto no início quanto em fases tardias da doença”, avalia Maíra Bicca, responsável pelo
estudo. (Foto: Divulgação)
Mais de 36 milhões de pessoas são afetadas pela doença de Alzheimer no mundo, e
estima-se que, até 2030, outros 66 milhões serão atingidos, de acordo com dados
da Federação Internacional da Doença de Alzheimer e Demências Relacionadas.
Caracterizada como uma patologia neurodegenerativa, a enfermidade acomete
principalmente pacientes idosos. A doença tem como principal diagnóstico a avaliação
clínica de um médico, associada ao histórico do paciente e descarte de outros
males possíveis.
Mas um novo começo para um possível diagnóstico precoce e um tratamento do
Alzheimer pode estar a caminho. É o que indica o projeto ganhador do 20º Prêmio
Jovem Talento em Ciências da Vida. Apresentado por Maíra Assunção Bicca, PhD em
Farmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o estudo é
considerado um novo entendimento da iniciação e da progressão da doença.
— Por meio do meu estudo tive a oportunidade de confirmar a presença de uma
proteína conhecida nos meios científicos como receptor TRPA1. Além de observamos a
expressão desta proteína em modelos animais, também verificamos que ela está presente
no encéfalo de pacientes que já desenvolveram a doença e, pode ser um dos grandes
responsáveis pela propagação do problema — afirma Maíra.
Estudada frequentemente em processos inflamatórios e dolorosos, a presença dessa
proteína já havia sido apresentada na medula espinhal, mas não na parte cerebral. A
descoberta do elemento receptor nessa região do cérebro significou também o
seu envolvimento nos processos inflamatórios no encéfalo, que são determinantes para
o avanço da doença de Alzheimer e contribuem para morte dos neurônios.
— O grande avanço do estudo foi mostrar que esta proteína possui um papel importante
tanto no início quanto em fases tardias da doença — destaca a pesquisadora.
O prêmio
O Prêmio Jovem Talento em Ciências da Vida, patrocinado pela GE Healthcare e
produzido pela Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq), tem
como objetivo premiar jovens cientistas que estão contribuindo com pesquisas de
assuntos de alta relevância para a sociedade.
— Essa premiação é uma oportunidade para os jovens multiplicarem suas experiências e
melhorarem seus projetos, contribuindo para suas carreiras. Além disso, esse tipo de
Prêmio ajuda a fomentar a pesquisa no País e abre portas para converter esse tipo de
aprendizado em impactos diretos para a sociedade — destaca Gyvair Molinari, Diretor
da GE Life Sciences.
Fonte: Diário Catarinense, 24/08/2016
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Foca Lisboa / UFMG
Silvia Alencar em seu gabinete no Departamento de Física:
observação de estrelas jovens
Professora do Icex participa de
descoberta de planeta gigante recémnascido
UFMG, 24 de agosto de 2016, às 8h26
A descoberta de um planeta recém-nascido, do tipo Júpiter quente, em torno de uma
estrela jovem é objeto de artigo publicado em junho na revista Nature. Coautora do
estudo, realizado com pesquisadores europeus, norte-americanos e asiáticos, a
professora Silvia Alencar, do Departamento de Física da UFMG, afirma que o achado
"representa passo importante para a compreensão de como se formam e evoluem
sistemas planetários". O trabalho é também a primeira comprovação observacional da
teoria segundo a qual os planetas podem se aproximar de seu sol migrando pela nuvem
de gás e poeira que circunda as estrelas em sua origem.
"Mostramos que esse tipo de migração através do disco, de fato, acontece, e em escala
de tempo de dois milhões de anos, o que é muito cedo na vida de uma estrela do tipo
solar, pois elas evoluem em bilhões de anos", explica. Segundo ela, o grande desafio
enfrentado pela equipe foi localizar planetas em torno de estrelas muito ativas, cujas
manchas na superfície, provocadas por movimento de fluidos e campos magnéticos,
atrapalha a detecção de objetos em sua órbita.
O planeta descoberto pela equipe tem idade estelar equivalente à de um bebê humano de
uma semana e foi batizado de V830 Tau b, por orbitar a estrela V830 Tauri, que está na
região de formação estelar do Touro, a 430 anos-luz da Terra. O trabalho foi
desenvolvido no Telescópio Canada-France-Hawaii (CFHT), instalado no Maunakea,
vulcão adormecido na Ilha Grande do Havaí. A observação utilizou o equipamento
espectropolarímetro ESPaDOnS, que possibilita mapear a distribuição de brilho e o
campo magnético na superfície da estrela.
Monitoramento regular de V830 Tau por mais de um mês possibilitou filtrar as
variações em sua velocidade devidas à rotação da estrela e mapeadas através da
presença de manchas quentes e frias em sua superfície, o que levou a equipe a inferir a
existência do planeta. Silvia Alencar explica que, conhecendo a inclinação da órbita do
planeta, ao medir a amplitude da perturbação na órbita da estrela, é possível calcular a
massa do corpo que provocou a alteração.
"Quanto maior a massa do planeta e quanto mais próximo estiver da estrela, maior é a
perturbação que causa na órbita da estrela e mais fácil de ser identificado", observa. A
equipe utilizou a técnica de velocidade radial, primeira usada nas pesquisas de
identificação de planetas extrassolares.
Campo magnético
Procurar planetas em torno de estrelas jovens não era o único objetivo da equipe,
coordenada pelo astrônomo Jean-François Donati, do Centre National de la Recherche
Scientifique (CNRS), da França. O projeto, de longo prazo, é estudar a evolução do
campo magnético e da rotação de estrelas jovens. Silvia Alencar explica que uma em
cada cem estrelas maduras tem um Júpiter quente em sua órbita.
"Estrelas antigas já foram muito observadas, mas não se sabe qual a estatística para as
jovens. Como tínhamos tempo limitado de uso do telescópio, selecionamos apenas 30
estrelas e corremos o risco de não observar nenhum planeta, embora tivéssemos
capacidade técnica para obter sucesso", relata a professora da UFMG.
Para reduzir as chances de erro, a equipe optou por observar apenas estrelas jovens que
perderam o disco de gás e poeira muito cedo, situação identificada pela ausência de
excesso na emissão de luz infravermelha. Elas representam um conjunto relativamente
pequeno, pois 80% das estrelas da faixa de dois milhões de anos ainda têm esse disco.
Com cinco milhões de anos, quase nenhuma tem. Comparativamente, o Sol do nosso
sistema tem 4,5 bilhões de anos. A identificação dos corpos celestes, feita por meio de
grandes levantamentos em regiões de formação estelar, está disponível publicamente e é
utilizada por pesquisadores de todo o mundo.
Migração
Em nuvens gigantes de gás e poeira, regiões em áreas mais densas colapsam e dão
origem a estrelas cercadas por discos, nos quais vão se formar os planetas. "Acredita-se
que eles surgem em uma região mais fria e gasosa do disco, além da chamada linha da
neve, longe da estrela, onde partículas de gelo, gás e poeira grudam facilmente umas nas
outras e formam um protoplaneta", explica a pesquisadora.
Depois que atingem certa massa, começam a agregar todo o gás à sua volta, formando
corpos gigantes, com núcleo rochoso e atmosfera gasosa. Alguns planetas, entretanto,
migram para a parte interna do disco, tornando-se júpiteres quentes.
Uma das teorias sobre o modo como ocorre essa migração acaba de ser comprovada
pela equipe coordenada por Jean-François Donati. Como todos os júpiteres quentes
conhecidos eram mais velhos, não se sabia como eles se aproximaram da estrela – se
haviam sido arrastados através do disco durante a sua formação ou se chegavam ao local
muito mais tarde, por ter sua órbita perturbada pela interação com outros planetas.
Ao observar um sol muito jovem, os pesquisadores mostraram que existem planetas
próximos a estrelas de apenas dois milhões de anos. A órbita circular do planeta
estudada pela equipe revela que ele não foi levado violentamente, mas arrastado durante
sua formação. Também ficou evidente que essa viagem é rápida. "Assim,
demonstramos, pela primeira vez, esse tipo de evolução por migração através do disco",
ressalta Silvia Alencar.
Região do infravermelho
A mesma equipe de pesquisadores está construindo outro espectropolarímetro, que será
batizado de SPIRou, clássico personagem francês de histórias em quadrinho. O
equipamento também será instalado no CFHT, no Havaí, para observações "além do
domínio do ótico, no infravermelho", como explica a professora do ICEx. Ao observar a
região do infravermelho, a intenção é estudar estrelas de baixa massa (pelo menos duas
vezes menores que o nosso Sol).
Em contrapartida, as instituições que compõem o consórcio de produção do SPIRou –
que inclui universidades estrangeiras e brasileiras – terá a garantia de uso de horas no
telescópio. "Quando esse equipamento for para o telescópio, no final de 2017, teremos
cerca de 120 noites garantidas ao longo de cinco anos para nossas pesquisas", informa.
No monitoramento da V830 Tau, a equipe dispunha de 55 noites para observar 30
estrelas.
Observatórios como o CFHT trabalham com uma média de três vezes mais pedidos do
que horas disponíveis. Os projetos submetidos são ranqueados por uma equipe de
cientistas, e os mais bem avaliados ganham tempo de uso de telescópio.
JF Donati
Estrelas jovens são extremamente ativas e apresentam, em suas superfícies, manchas e
campos magnéticos de ordens de magnitude maiores e mais fortes do que os do Sol.
Essa atividade gera na luz observada das estrelas jovens perturbações muito maiores do
que o movimento induzido por planetas em órbita, o que torna muito difícil a detecção
desses planetas, mesmo em caso de planetas gigantes com órbitas próximas à estrela.
Para recuperar o sinal do planeta, astrônomos necessitam modelar com precisão a
distribuição de manchas e os campos magnéticos em larga escala de estrelas jovens
usando técnicas tomográficas inspiradas no imageamento médico. A distribuição de
manchas (à esquerda) e o campo magnético em larga escala (à direita) de V830 Tau
foram reconstruídos com base em conjunto de dados levantados pelo grupo do qual a
professora Silvia Alencar é integrante.
(Ana Rita Araújo / Boletim 1953)
Artigo: A hot Jupiter orbiting a 2-Myr-old solar-mass TTauri star
Autores: Jean-François Donati, IRAP / OMP, França (1º autor); Claire Moutou, CFHT,
Hawaii (2ª autora); Silvia Alencar, UFMG, Brasil; Clément Baruteau, IRAP / OMP,
França; Louise Yu, IRAP / OMP, França; Jérome Bouvier, IPAG / OSUG, França;
Pascal Petit, IRAP / OMP, França; Michihiro Takami, Asiaa, Taiwan; Andrew Collier
Cameron, Univ of St Andrews, UK.
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INPE promove 1º Workshop de
Inovação
Quarta-feira, 24 de Agosto de 2016
Nos dias 25 e 26 de agosto, o 1º Workshop de Inovação irá identificar e divulgar projetos
com potencial inovador em desenvolvimento nas diversas áreas de atuação do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O workshop permitirá ainda avaliar a oferta e
demanda de tecnologia através da interação com universidades, empresas e sociedade.
O evento acontece no Auditório Fernando de Mendonça do Laboratório de Integração e
Testes (LIT), na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).
Promovido pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do INPE, o workshop também
disseminará conceitos e cultura de inovação, propriedade intelectual e transferência de
tecnologia, buscando promover parcerias e convênios para o desenvolvimento de projetos
de
interesse
institucional.
O NIT é o setor responsável por formular e gerir a Política Institucional de Inovação do
INPE de acordo com a legislação vigente. Dentre as suas atribuições, o NIT gerencia
todas as questões referentes à propriedade intelectual (patentes, programas de computador
etc.), além de parcerias e convênios nacionais.
Mais informações: www.inpe.br/win
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Ministro destaca a importância do Concea para o
avanço científico do país
Gilberto Kassab participou da abertura da 33ª Reunião do Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal, em Brasília. Segundo ele, as decisões do órgão devem ser não apenas
acolhidas, mas respeitadas.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 24/08/2016 | 16:31
Última modificação: 24/08/2016 | 16:34
Ministro participou da abertura da 33a Reunião do Concea, em Brasília.
Crédito: Ascom/MCTIC
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab,
destacou nesta quarta-feira (24) a importância do trabalho desenvolvido pelo Conselho
Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) para as pesquisas científicas
envolvendo o uso de animais de forma responsável. Na abertura da 33ª Reunião
Ordinária do Concea, Kassab ressaltou que as decisões do órgão, que é vinculado ao
MCTIC, devem ser respeitadas.
"Tenho uma profunda convicção, em especial nos dias de hoje, que esse conselho tem
um papel muito importante para desempenhar no país. A representação aqui por cada
um de vocês pesquisadores tem uma responsabilidade muito grande de trazer a voz e as
posições, seja dos órgãos públicos ou das entidades, para fazer com que esse conselho
possa, efetivamente, ter as suas decisões não apenas acolhidas, mas respeitadas",
afirmou.
O ministro lembrou a recente criação da Secretaria do Conselho Nacional de Ciência e
Tecnologia (CCT) no MCTIC para promover a interlocução entre os conselhos, como
Concea e a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), e a pasta, e para
contribuir para a gestão e a administração destes órgãos.
"A criação da Secretaria do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia tem o objetivo
de dar, cada vez mais, melhores condições administrativas para o trabalho de vocês,
para que esses conselhos sejam mais eficientes e possam produzir mais para o Brasil
avançar", disse.
Métodos alternativos
Foi publicada nesta quarta-feira uma resolução normativa do Concea que reconhece o
uso de métodos alternativos validados, como, por exemplo, testes in vitro de curta
duração para danos oculares e de triagem para toxicidade reprodutiva, que tenham por
finalidade a redução, substituição ou o refinamento do uso de animais em atividades de
pesquisa.
Os métodos alternativos descritos na resolução encontram-se formalmente validados por
centros internacionais, seguindo a orientação da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OECD, na sigla em inglês), e possuem aceitação
regulatória internacional.
"A nossa motivação é fazer o Concea ser um bom espelho para o ministério. É o que a
gente precisa para o avanço científico no país lembrando-se do bem estar animal",
afirmou a coordenadora do Concea, Monica Levy Andersen.
O secretário-executivo do MCTIC, Elton Zacarias, e o coordenador-geral da Secretaria
do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), Cláudio Trinchão, também
participaram da reunião, que foi realizada em Brasília.
Fonte: MCTIC
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Outra Terra, logo ali
Confirmada a existência de um planeta na órbita da estrela mais próxima do Sistema
Solar. Primeiros dados mostram que ele é rochoso e está localizado na zona habitável,
podendo conter água em estado líquido
» Humberto Rezende – Correio Braziliense
Publicação: 25/08/2016 04:00
Em 1995, um estudo publicado na revista Nature mostrava que outras estrelas do
Universo podiam abrigar planetas, como o Sol. A pesquisa anunciava a existência de
um objeto circulando a estrela 51 Pegasi, na Constelação de Pegasus, a 50 anos-luz de
distância. Desde então, por meio de diferentes técnicas, astrônomos localizaram quase
3,5 mil mundos nos cantos mais distantes dos Cosmos, dezenas deles com temperatura
ideal para abrigar água líquida e organismos biológicos, fazendo a humanidade sonhar
com o dia em que a existência de vida alienígena seria confirmada.
O que poucos imaginavam, naquela época, é que um desses exoplanetas habitáveis
estaria muito, muito perto. Mais precisamente, na órbita da estrela mais próxima do
Sistema Solar. Ontem, por meio de três estudos publicados na mesma Nature e de uma
entrevista coletiva, astrônomos ligados ao Observatório Europeu do Sul (ESO)
descreveram o Proxima b, mundo rochoso com massa apenas 1,3 maior que a da Terra e
localizado a pouco mais de 4 anos-luz de distância.
A cada 11,2 dias, o novo objeto dá uma volta completa ao redor de Proxima Centauri, a
mais modesta das três estrelas que compõem a Constelação de Alfa Centauro. Suas
vizinhas — Alfa Centauri A e B — brilham intensamente no céu próximo ao Cruzeiro
do Sul, mas Proxima é uma anã vermelha, muito mais fria e de luz bem menos intensa,
sendo visível apenas com a ajuda de telescópios. Com a descoberta anunciada ontem,
contudo, ela passa a ser o membro mais interessante do conjunto, por poder abrigar uma
segunda Terra.
“Finalmente, conseguimos mostrar que um planeta com pouca massa, provavelmente
rochoso, está orbitando a estrela mais próxima do nosso Sistema Solar”, celebrou na
entrevista coletiva, transmitida pela internet, Julien Morin, astrofísico da Universidade
de Montpellier, França, e coautor do estudo. “Proxima b será, provavelmente, o
primeiro exoplaneta visitado por uma sonda feita por seres humanos”, confirmou mais
tarde à agência de notícias France-Presse (AFP).
Sondas
Por ser a constelação mais próxima do Sistema Solar e pelos indícios da existência de
Proxima b terem surgido há alguns anos, já existem projetos de exploração de Alfa
Centauro em andamento. O mais ambicioso é o Breakthrough Starshot, lançado em abril
passado pelo milionário russo Yuri Milner e pelo físico inglês Stephen Hawking. A
ideia é construir milhares de sondas do tamanho de um smartphone e impulsioná-las
com laser para que viajem até o conjunto estelar a 20% da velocidade da luz
(60.000km/segundo). Ao longo da viagem de 20 anos, muitas se perderão ou quebrarão,
mas várias outras chegarão ao destino e poderão mandar dados para a Terra.
Projetos assim, além de novos telescópios, ajudarão os astrônomos a responder uma
série de perguntas que permanecem sem resposta a respeito de Proxima b. Com as
análises feitas até agora, sabe-se que ele é muito provavelmente rochoso e está
localizado a 7 milhões de quilômetros de sua estrela. A distância é menor que a
existente entre o Sol e Mercúrio, mas como Proxima Centauri é muito mais fria que o
Astro Rei, a posição é ideal para o surgimento de água líquida — nem muito perto para
que o calor a evapore, nem muito longe para que a congele.
É necessário, contudo, descobrir se o objeto tem uma atmosfera ou um campo
magnético que o protejam da radiação emitida pela anã vermelha que o abriga, outro
ponto necessário para torná-lo habitável. Segundo Ansgar Reiners, especialista do
Instituto de Astrofísica da Universidade de Gottingen, se o planeta tiver atmosfera, sua
temperatura pode variar de -30ºC a 30ºC. “Você pode cogitar cenários de formação que
terminam com uma atmosfera semelhante à da Terra ou nenhuma atmosfera”, disse.
Entretanto, em um terreno de estudo tão novo, há poucas certezas. Alguns especialistas
ressaltam que as condições consideradas para afirmar se um planeta é habitável leva em
conta a vida como ela existe na Terra. É possível, portanto, que algum tipo de
organismo consiga se adaptar à intensa radiação que chega a Proxima b mesmo que não
exista ali uma atmosfera. “Precisamos ser extremamente abertos sobre o que chamamos
de vida”, disse à AFP Jean Schneider, astrofísico do Centro Nacional de Pesquisa
Científica da França (CNRS, na sigla em francês).
"Um planeta com pouca massa, provavelmente rochoso, está orbitando a estrela mais
próxima do Sistema Solar”
Julien Morin, astrofísico da Universidade de Montpellier e coautor do estudo
O que já se sabe sobre o planeta
Distância
Está a apenas 4 anos-luz da Terra, na órbita da estrela Proxima Centauri, a mais
próxima que existe do Sol, integrante da constelação de Centaurus
Condições de vida
Não é possível afirmar se Proxima b tem condições de abrigar vida, mas ele cumpre o
principal requisito: recebe a quantidade de calor certa para que haja água líquida e
organismos possam proliferar
Tamanho e estrutura
Trata-se de um planeta rochoso (outra condição para haver vida) com uma massa
próxima à da Terra, provavelmente apenas 1,3 vez maior
Ano curtíssimo
Para dar uma volta completa ao redor de sua estrela, a anã vermelha Proxima Centauri,
o planeta precisa de apenas 11 dias
Descoberta de um exército
Os primeiros sinais de que Proxima Centauri tinha um planeta em sua órbita surgiram
em 2013. O astro parecia oscilar, indicando que algum objeto próximo agia sobre ele.
Os astrônomos que buscam por exoplanetas ficam atentos a esse tipo de informação
porque as estrelas, mesmo sendo muito mais pesadas, sofrem com o efeito gravitacional
gerado pelos corpos que as orbitam.
O problema era que o astro em questão, como toda anã vermelha, é ativo, e as
variações de seu brilho natural imitam a presença de um planeta. Para sanar a dúvida,
astrônomos de todo o mundo se uniram para colher dados. Em janeiro deste ano, foi
iniciada a Campanha do Pálido Ponto Vermelho, na qual cientistas e amadores
voltaram seus telescópios para Proxima b por 30 noites seguidas.
Enquanto o líder do estudo, Guillem Anglada-Escudé, da Queen Mary University, em
Londres, usava o espectrógrafo HARPS, instalado no telescópio de 3,6m do ESO, em
La Silla, no Chile, dezenas de outros observadores o ajudavam com dados extras. “Eu
fiquei checando a consistência do sinal todo dia durante as 60 noites da campanha. As
primeiras 10 foram promissoras, as primeiras 20 foram consistentes com as
expectativas, e, ao fim de 30 dias, o resultado era bastante definitivo”, contou AngladaEscudé.
O que o especialista notou é que Proxima Centauri se aproxima da Terra a uma
velocidade de 5km/h e depois se afasta na mesma velocidade, em um padrão muito
regular que se repete a cada 11,2 dias, o tempo de órbita de Proxima b. Estava
confirmada a presença de um planeta na constelação.
“Muitos exoplanetas foram achados e muitos outros serão, mas procurar pelo mais
próximo mundo potencialmente análogo à Terra e ser bem-sucedido nisso foi uma
experiência de vida para todos nós. A história e o esforço de muitas pessoas
convergiram para essa descoberta. O resultado é um tributo a todas elas. Agora,
começa a busca por vida em Proxima b”, afirmou o especialista.
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Conjunção planetária pode ser
observada na UFRGS
Alinhamento de planetas ocorre até o fim do mês
24/08/2016 14:57
Fenômeno pode ser conferido no Observatório Astronômico - Foto: Ramon Moser
Neste mês de agosto, ocorre um fenômeno astronômico que pode ser observado logo no
início da noite: uma conjunção planetária. Também conhecido como alinhamento de
planetas, o fenômeno perdura até o final do mês.
Logo após o pôr do Sol, os planetas Júpiter, Mercúrio e Vênus estarão muito próximos
em uma distância angular relativamente pequena. Também estarão visíveis os planetas
Marte e Saturno próximos a Antares, formando outra triangulação na constelação do
Escorpião.
O Observatório Astronômico da UFRGS atende regularmente o público para
observação do céu nas terças e quintas-feiras a partir das 19h. Excepcionalmente, nos
dias 25 e 30 de agosto, o atendimento será a partir das 18h30 para observação do
fenômeno.
A conjunção planetária também pode ser observada a olho nu ou com binóculo – basta
olhar para a direção do pôr-do-sol (Oeste), onde aparecerão os três planetas: Vênus,
bem brilhante, Júpiter e, com aparência de uma estrelinha vermelha, Mercúrio. No dia
29, Vênus e Júpiter estarão com uma separação angular de 0,07 graus, ou seja,
praticamente colados.
Os locais para melhor visualização não devem ter obstáculos visuais como edifícios ou
excesso de luminárias públicas. Também devem apresentar horizonte amplo. Um bom
lugar em Porto Alegre é a orla do Guaíba, assim como edifícios altos em que se consiga
visualizar bem o horizonte oeste.
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A imagem ilustra o escape das células dendríticas, em verde, para o tecido adiposo
mesentérico pela parede do vaso linfático, em vermelho (divulgação)
Infecção intestinal pode predispor a
doenças metabólicas
25 de agosto de 2016
Karina Toledo | Agência FAPESP – Poderia um único episódio de infecção intestinal
tornar uma pessoa propensa a desenvolver distúrbios cardiovasculares, obesidade,
diabetes ou alergias alimentares e doença inflamatória intestinal?
Essa hipótese inquietante está sendo investigada com apoio da FAPESP no Instituto de
Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). A coordenadora da
pesquisa é Denise Morais da Fonseca, uma das sete vencedoras da 11ª edição do Para
Mulheres na Ciência – prêmio oferecido anualmente pela L’Oréal Brasil em parceria
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
“Experimentos com camundongos sugerem que a infecção pode deixar como sequela
uma espécie de cicatriz imunológica, ou seja, uma alteração permanente nas vias de
comunicação entre o intestino e o sistema imune. Agora estamos investigando como
isso se relaciona com o desenvolvimento de doenças metabólicas”, contou Fonseca.
A linha de pesquisa começou durante o pós-doutorado de Fonseca, quando realizou um
estágio nos National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos, com bolsa da
FAPESP.
Na época, o grupo supervisionado por Yasmine Belkaid (NIH) infectou camundongos
com a bactéria Yersinia pseudotuberculosis – que tanto em roedores como em humanos
costuma causar um quadro de diarreia aguda e febre.
“Esse tipo de infecção gastrointestinal é comum e, na maioria dos casos, benigno e
autolimitado. Por essa razão, as pessoas acometidas não costumam buscar um
acompanhamento médico de longo prazo. Não se sabia se haveria alguma sequela para o
organismo”, disse Fonseca.
Após acompanhar a recuperação dos camundongos por dois anos (o animal vive, em
média, três anos), os pesquisadores concluíram que sim, pode haver consequências
permanentes. Os dados foram descritos em artigo publicado na revista Cell. O trabalho
rendeu comentários nas revistas Nature, Nature Reviews Immunology e Science, entre
outras.
Duas semanas após serem infectados, todos os camundongos já haviam conseguido
eliminar as bactérias de seu organismo. Porém, quase 80% dos roedores passaram por
um processo de remodelamento do mesentério, a camada de tecido conjuntivo que
prende as alças intestinais à parede interna da cavidade abdominal.
“No interior do mesentério, há uma série de estruturas do sistema imune, como
linfonodos e vasos linfáticos, que funcionam como vias de tráfego para as células
responsáveis por fazer a vigilância do intestino e identificar alterações teciduais. Essas
estruturas ficam danificadas após a infecção e não voltam ao normal sem algum tipo de
intervenção”, contou.
Segundo a pesquisadora, o dano aos vasos linfáticos que passam pelo mesentério induz
aumento de permeabilidade, permitindo o escape tanto dos lipídeos oriundos da dieta
como das células do sistema imune, que acabam não chegando ao local aonde deveriam.
Fonseca descobriu isso ao perceber que nos linfonodos dos camundongos estava
faltando uma população específica de células dendríticas – um tipo de célula de defesa
responsável por apresentar antígenos ao sistema imune para que sejam reconhecidos e,
se for o caso, tenha início a ativação dos linfócitos (resposta imune adaptativa).
“Estava faltando apenas uma única população e, justamente, aquela que deveria migrar
do intestino para os linfonodos para induzir uma resposta imune adaptativa. Procuramos
por todo o corpo e as encontramos no tecido adiposo mesentérico, por onde passam os
vasos linfáticos. Ou seja, elas estavam escapando dos vasos para o tecido”, contou.
Testes subsequentes mostraram que, em consequência desse “vazamento”, o sistema
imunológico parecia perder a capacidade de distinguir entre antígenos benignos, como
os oriundos de alimentos, e ameaças reais, como bactérias patogênicas. As reações
inflamatórias no intestino se tornavam mais exacerbadas. Além disso, o tecido adiposo
mesentérico dos animais passou a apresentar um quadro de inflamação crônica.
“Evidências da literatura científica relacionam inflamação crônica no tecido adiposo
mesentérico ao desenvolvimento de diabetes, resistência à insulina e obesidade. E os
camundongos, de fato, tornaram-se obesos e resistentes à insulina”, relatou Fonseca.
Na hipótese aventada pela pesquisadora, o remodelamento induzido pela infecção teria
alterado a permeabilidade da parede intestinal, favorecendo o escape de bactérias da
microbiota intestinal para o organismo. Essas bactérias, que dentro do intestino são
benéficas, fora de seu habitat usual ajudariam a sustentar a inflamação no tecido
adiposo mesentérico – mesmo após o término da infecção que deu origem ao
remodelamento. Por sua vez, essa inflamação no tecido adiposo mesentérico seria a
responsável por manter as alterações no mesentério. Seria, portanto, um processo
retroalimentado.
No intuito de comprovar a teoria, os pesquisadores administraram a parte dos
camundongos antibióticos capazes de eliminar toda a microbiota intestinal. Como
esperado, esse grupo não desenvolveu a inflamação no tecido adiposo mesentérico após
a infecção inicial com a Y. pseudotuberculosis.
“Essa abordagem não representa uma proposta terapêutica para humanos. Foi apenas
uma prova de conceito”, explicou Fonseca.
Atualmente, o grupo investiga a hipótese de que o vazamento dos lipídeos oriundos da
dieta para a cavidade peritoneal – em função do aumento de permeabilidade dos vasos
linfáticos – seja um dos fatores principais por trás dos transtornos metabólicos
observados nesses casos.
“Normalmente, esses lipídeos são transportados por esses vasos até a veia cava, onde
entram na circulação, vão para o fígado e são metabolizados. Quando ocorre o
vazamento para a cavidade peritoneal, a circulação, a distribuição e o metabolismo
dessas moléculas acabam sendo totalmente alterados”, comentou.
Os resultados preliminares da pesquisa indicam que ocorre deposição de lipídeos em
regiões não usuais, como pâncreas e fígado – algo semelhante ao observado em
pacientes com Aids, que desenvolvem lipodistrofia e têm risco aumentado de doenças
cardiovasculares.
Perspectivas
Em outra série de experimentos, um grupo de camundongos foi infectado com
Toxoplasma gondii, o protozoário causador de toxoplasmose, e outro com bactérias do
gênero Citrobacter, causadoras, por exemplo, de infecção intestinal.
No primeiro caso, foi observado o mesmo tipo de cicatriz imunológica induzida pela
infecção por Y. pseudotuberculosis. Já no segundo grupo a infecção parece não ter
deixado sequelas.
Também foi observada a ocorrência do remodelamento no mesentério em um outro
modelo animal de colite – uma inflamação no intestino induzida por substâncias
químicas irritantes.
“Aparentemente, não são todos os patógenos que induzem esse tipo de remodelamento.
E também esse processo não ocorre em todos os indivíduos acometidos por infecção
gastrointestinal. Ainda não entendemos quais são os fatores determinantes e é algo que
pretendemos investigar”, disse Fonseca.
Além disso, o grupo também pretende encontrar biomarcadores que permitam detectar
precocemente o surgimento da cicatriz imunológica. “Pode ser algum tipo de lipídeo
sanguíneo, algum componente bacteriano ou mesmo um método de imagem que
possibilite avaliar a integridade dos vasos linfáticos”, afirmou.
Segundo Fonseca, o diagnóstico e a intervenção precoce permitiriam evitar o
agravamento do quadro e o surgimento das doenças metabólicas. Umas das
possibilidades seria testar drogas capazes de bloquear a ação de mediadores do sistema
imune relacionados ao dano nos vasos linfáticos, como a interleucina-1 (IL-1).
“Podemos testar, por exemplo, os anticorpos capazes de bloquear a citocina TNF-α
[fator de necrose tumoral alfa] ou a IL-1. Eles já existem no mercado e são usados no
tratamento de colite”, avaliou.
Premiação
Além de Fonseca, também foi escolhida para receber o prêmio Para Mulheres na
Ciência a pesquisadora Claudia Kimie Suemoto, da Faculdade de Medicina da USP,
cuja pesquisa busca compreender os fatores de risco de demência, como a doença de
Alzheimer e a demência vascular.
As outras vencedoras são Ana Chies Santos e Adriana Neumann de Oliveira, ambas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Gabriela Trevisan, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSC), Fernanda de Pinho Werneck, do Instituto
Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), e Elisama Vieira Santos, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Cada uma receberá uma bolsa no valor de R$ 50 mil para dar seguimento às suas
pesquisas. A cerimônia de premiação será no dia 20 de outubro, no Museu do Amanhã,
no Rio de Janeiro.
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Mais oito cânceres são ligados à obesidade
Vesícula, fígado e pâncreas estão entre os órgãos que podem ser acometidos por
tumores devido ao excesso de peso, indica estudo americano. Cientistas reforçam a
importância da prevenção por meios de hábitos de vida saudáveis
Correio Braziliense 25/08/2016 04:00
O excesso de hormônios provocado pela obesidade pode desencadear inflamações que
favorecem os cânceres
Inflamações, produção exagerada de hormônios, sedentarismo e ocultação dos agentes
que combatem a proliferação desordenada de células são exemplos de complicações
causadas pela obesidade que podem estar relacionados ao surgimento de cânceres.
Cientistas têm se dedicado a entender essas associações, que têm ganhado cada vez mais
amplitude. Após uma revisão de cerca de mil estudos, investigadores da Universidade
de Washington, nos Estados Unidos, chegaram a uma lista com oito tipos adicionais de
tumores ligados ao excesso de peso: vesícula, estômago, fígado, pâncreas, ovário,
meningioma (um tipo de carcinoma cerebral), tireoide e mieloma múltiplo (no sangue).
“A incidência dos cânceres devido ao excesso de peso ou à obesidade é mais extensa do
que o que foi assumido anteriormente. Muitos dos cancros recentemente identificados
não haviam sido vistos como um componente de peso nessa enfermidade”, justificou,
em comunicado, Graham Colditz, especialista em prevenção do câncer na Escola de
Medicina da universidade e um dos autores do trabalho, divulgado na última edição do
The New England Journal of Medicine.
O trabalho teve como base artigos científicos analisados pela Agência Internacional da
Organização Mundial da Saúde para o cancro da Investigação (IARC), com sede na
França. A equipe mostrou diversas razões para o vínculo entre o ganho de peso e o
surgimento de cânceres, como o excesso de estrogênio, testosterona e insulina, que
promovem a inflamação, potencializando o crescimento de tumores. Também notou-se
uma relação maior entre o índice de massa corporal (IMC) e o risco da doença. A
condição foi a mesma para mulheres e homens, e semelhante também em regiões
distintas, como Europa, Ásia, América do Norte, Oriente Médio e Ásia.
Para a maioria dos cancros da nova lista, os investigadores notaram uma relação
dose/resposta positiva: quanto maior o IMC, maior o risco do câncer. Em um estudo
anterior, em 2002, a mesma equipe encontrou provas que ligam o excesso de peso a
riscos elevados de câncer de cólon, rim, esôfago mama e útero. O novo trabalho
também reforça a importância de limitar o ganho de peso, tanto por meio de iniciativas
individuais quanto por políticas públicas, para conter o avanço dos casos da doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles devem aumentar 70% nas
próximas duas décadas, chegando a 22 milhões por ano em 2030.
“Os fatores de estilo de vida, como seguir uma dieta saudável, manter o peso e praticar
exercícios, além de não fumar, podem ter um impacto significativo na redução do risco
de câncer. Os esforços de saúde pública para combater a doença devem se concentrar
nessas coisas sobre as quais as pessoas têm algum controle”, defendeu Colditz,
ressaltando, em seguida, que não se trata de um desafio simples: “Perder peso é difícil
para muitos. Em vez de ficarem desanimados e desistirem, aqueles que lutam para
eliminá-lo poderiam se concentrar em evitar ganhar mais peso”.
Em todo o mundo, estima-se que 110 milhões de crianças e 640 milhões de adultos são
obesos. No Brasil, os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que, em
2014, o excesso de peso atingia 52,5% da população adulta. Nove anos antes, a taxa era
de 43%. Hábitos das novas gerações indicam que a tendência é de que o problema se
agrave: pesquisa divulgada em abril deste ano pelo órgão mostra que 28,5% da
população de 18 a 24 anos possui alimentação com excesso de açúcar. A média geral
dos brasileiros é de 20%. “Um número significativo (…) da população mundial está
acima do peso. Esta é mais uma chamada para acordarmos. É hora de levarmos a nossa
saúde e a nossa dieta a sério”, ressaltou Colditz, referindo-se ao estudo que divulgou
nesta semana.
“Perder peso é difícil para muitos. Em vez de ficarem desanimados e desistirem,
aqueles que lutam para eliminá-lo poderiam se concentrar em evitar ganhar mais
peso”
Graham Colditz, especialista em prevenção do câncer da Universidade de
Washington e autor do estudo
Letal
Em geral, o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para cânceres de esôfago,
cólon, reto, rim, vesícula biliar, mama na pós-menopausa e endométrio, segundo a
Agência Internacional da Organização Mundial da Saúde para o cancro da
Investigação (IARC). A entidade estima que, em 2012, o fato de não estar com o peso
saudável foi responsável por 3,6% dos novos casos de carcinoma no mundo, cerca
de 481 mil.
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Inscrições abertas para workshop do
Sebrae em busca de projetos de inovação
Jornal do Brasil
O Sebrae está em busca de projetos de inovação que possam ser apoiados através do
Edital. Para os empresários que tenham projetos de inovação e necessitam de apoio
financeiro para realizá-los o Sebrae está oferecendo um workshop didático gratuito para
orientá-los em todo o processo de inscrição no "Edital Sebrae de Inovação".
O objetivo é oferecer impulso para que boas ideias possam ser colocadas em prática. No
Workshop que será ministrado pelo consultor do Sebrae e economista Sergio Dias, os
empresários aprenderão o passo a passo para incluir seu projeto no Edital e concorrer à
subvenção de até R$120 mil do Sebrae.
São duas modalidades de participação: Desenvolvimento Tecnológico e Encadeamento
Tecnológico.
O workshop será realizado no dia 25/8 (quinta-feira), às 10h, no Sebrae RJ, localizado
na Rua Santa Luzia- 685 - 9º andar - Centro(RJ). Ao todo, são 100 vagas.
Os interessados no Workshop podem fazer a inscrição pelo
email: [email protected] ou pelo telefone: 0800 570 0800.
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Simpósio de Nematologia da Região Sul nesta quinta
e sexta no Campus Curitibanos
UFSC - 24/08/2016 16:04
O Simpósio de Nematologia da Região
Sul, organizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a empresa júnior
Coneva Jr., será realizado nos dias 25 e 26 de agosto de 2016 no Centro de Ciências
Rurais, Campus Curitibanos. O simpósio tem como objetivos capacitar acadêmicos e
profissionais da área de Ciências Agrárias e agricultores no estudo e manejo de
fitonematoides, buscando assim a transferência de tecnologias entre os produtores
rurais, técnicos, alunos e pesquisadores.
Mais informações na página da UFSC Curitibanos.
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USP recebe maratona de edição sobre
verbetes relacionados a Neurociência e
Matemática
A “editatona” acontece no Laboratório de Computação do NeuroMat, no prédio do
Numec do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP
USP
O Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil e o Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão
em Neuromatemática (NeuroMat) da USP organizam uma Maratona de Edição na
Wikipédia sobre Neurociência e Matemática. A maratona acontece no dia 29 de agosto,
a partir das 11 horas, e conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo (Fapesp).
A maratona de edição, também conhecida como editatona, pretende reunir usuários
experientes e novatos para editar na versão em português da Wikipédia. Membros do
Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil vão apresentar projetos e oferecer treinamento.
O NeuroMat colocou na Wikipédia mais de meio milhão de verbetes relacionados à
neurociência, desde o mês de abril deste ano, e o evento tem como objetivo aprimorar
alguns verbetes e criar novos sobre neurociência e matemática.
Neste ano, o NeuroMat e o Museu de Anatomia Veterinária (MAV) da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP fizeram uma parceria com o intuito
de relicenciar e publicar no Wikimedia Commons o repositório de imagens que alimenta
a Wikipédia, um conteúdo produzido a partir do acervo do museu.
São centenas de fotos de modelos anatômicos, esqueletos e animais taxidermizados, que
têm grande valor pedagógico e artístico, especialmente para projetos como a Wikipédia,
um dos dez sites mais acessados do mundo. Como um piloto, foram carregadas no
Wikimedia Commons quatro imagens fornecidas pelo MAV. Os resultados iniciais já
ilustram artigos de anatomia de animais em diversas línguas, como o inglês e o francês,
por exemplo, atingindo um universo de dezenas de milhares de visitantes por dia.
A “editatona” acontece no Laboratório de Computação do NeuroMat, no prédio do
Numec do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP. Será emitido certificado
de participação pelo NeuroMat. A entrada é gratuita, sem necessidade de inscrição.
Mais informações no site oficial do evento.
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A alternativa biocêntrica é discutida
por especialistas do Brasil e exterior
Unicamp - 24/08/2016 - 15:27
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Texto
Luiz Sugimoto
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Imagens
Antoninho Perri
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Edição de Imagens
Luís Paulo Silva
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Primeira mesa sobre a alternativa biocêntrica
Mauro Almeida, da Antropologia da Unicamp
Pesquisadores do Brasil, Áustria, França e Inglaterra apresentaram nesta quarta-feira
seus estudos sobre “Alternativa Biocêntrica”, dentro da série Perspectivas Unicamp 50
Anos, no auditório da Adunicamp. Os especialistas em antropologia social, ciências
sociais, estudos de gênero, produção cultural e meio ambiente foram reunidos em duas
mesas-redondas: “Crises Ambientais e Decrescimento”, discutindo os debates vigentes
nas ciências humanas quanto à alternativa biocêntrica face ao colapso ambiental, com
ênfase para o decrescimento e a simetria política entre as espécies; e “Cidadania
Ampliada”, analisando um novo pacto entre as espécies sob o enfoque da alternativa
biocêntrica.
A mesa da manhã foi coordenada pelo professor Mauro William Barbosa de Almeida,
do Departamento de Antropologia da Unicamp, que atua em pesquisas sobre a
Amazônia, reservas extrativistas, diversidade social e teoria antropológica. “Vamos
discutir o conceito de decrescimento como alternativa para a crise ambiental”, adiantou.
É uma ideia que tomou corpo por volta dos anos 1970, quando começaram a aparecer
trabalhos de biólogos e economistas principalmente, e de outros estudiosos, apontando
para o esgotamento próximo dos recursos naturais associado ao crescimento industrial e
da população – e com isso uma perda da qualidade de vida na Terra.”
Mauro Almeida explica que a alternativa biocêntrica se baseia em conceitos vindos de
ciências como ecologia, agronomia, física e economia, gerando um debate sobre o que
fazer diante desta percepção de uma crise de recursos naturais e perda das espécies de
vida. “Uma das alternativas vem dos que dizem que a tecnologia vai resolver tudo,
incluindo problemas como de suprimento de energia, com abundância e progresso
técnico. É o pensamento otimista de que o mundo deve continuar na mesma rota. A
outra corrente aponta para a necessidade de uma contenção da expansão, sendo menos
difundida no Brasil, por ser um país que ainda está nessa rota, querendo crescer.”
Segundo o professor do IFCH, a corrente pela contenção é mais forte na Europa, onde
certos países estão em fase de estabilidade e até de declínio da população. “Há uma
preocupação de reorientar as atividades humanas para a qualidade de vida, com uma
estabilidade e não com uma expansão infinita. Esta corrente não é forte em nosso país,
mas está presente, por exemplo, na construção de megausinas como a de Belo Monte:
temos aqueles que acham que há alternativas menos impactantes e de pequena escala
para abastecimento energético futuro, e outra visão antecipando uma demanda muito
ampliada de energia para fins industriais, mineração, etc. A alternativa biocêntrica é um
movimento que vai crescer neste século em escala mundial.”
O convidado internacional da primeira mesa foi o professor Marc Brightman, diretor do
Centro de Antropologia e Sustentabilidade da University College London (UCL), que
tem várias publicações sobre governança global da floresta, conservação e
cosmopolíticas. “Vou falar, dentre várias coisas, da pesquisa que faço com os estudantes
sobre o tema da sustentabilidade e, a partir dela, sobre o que podemos entender como
alternativa biocêntrica, a começar por alguns aspectos da crise ecológica mundial. Uma
pergunta é se as medidas adotadas por organizações internacionais para proteger
populações tradicionais e os lugares onde moram, são elas mesmas sustentáveis,
preservando não só a natureza, mas também a convivência com outras espécies.”
A coordenação da mesa da tarde coube à professora Nádia Farage, do Departamento de
História da Unicamp e autora de diversos artigos sobre naturismo, animalidade e
biopolítica no Brasil moderno. “Vamos tratar, basicamente, sobre a contribuição das
ciências humanas e da filosofia, bem como da crítica literária, para repensar a condição
animal. É um tema que se articula com o da manhã, pois não há como pensar o
crescimento sem repensar a carnificina sobre a qual a produção capitalista se baseia. Se
é para haver uma mudança de fato em nossa maneira de estar na vida, ela começa na
maneira como nos relacionamos com as outras espécies.”
A mesa da manhã também contou com a presença do professor Luiz Cesar Marques
Filho, do Departamento de História da Unicamp e autor de “Capitalismo e Colapso
Ambiental”. Do debate da tarde também participaram: Claudia Leitner, da Universität
Wien (Áustria), cujas áreas de interesse são literatura, estudos da mídia, de gênero,
pesquisa histórica sobre as mulheres, literatura, bioética e ciências da vida, bem como
estudos em animais; Fahim Amir, da Kunstuniversitaet (Áustria), autor de artigos sobre
produção industrial de animais, trabalho animal e zoopolíticas; e Hicham-Stéphane
Afeissa, da Université de Franche-Comté (França), que depois de vários anos estudando
a fenomenologia de Husserl e a filosofia Kantiana, voltou seu interesse para a filosofia
ambiental.
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Parque Nacional Serra da Capivara:um
patrimônio da humanidade cravado no
Nordeste brasileiro pede socorro
SBPC
Artigo de Vanderlan da S. Bolzani, vice-presidente da SBPC, professora titular do IQAr e
diretora da AUIN-UNESP, para o Jornal da Ciência
Em abril deste ano tive o privilégio de visitar o Parque Nacional Serra da Capivara, um lugar
incrivelmente belo, formado por 1200 sítios arqueológicos localizados na pequena cidade de
São Raimundo Nonato, Piauí. A cidade abrigou a Reunião Regional da SBPC, ocorrida no
período de 20 a 23 de abril de 2016, cuja temática tratou do “Homem e o Meio Ambiente: da
Pré-história aos Dias Atuais”.
Ao tomar conhecimento das notícias veiculadas pela mídia na última semana, de que a
pesquisadora e arqueóloga Niède Guidon comunicou à Unesco sua saída da direção da
Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), no Parque Nacional Serra da Capivara, a
primeira coisa que me veio à cabeça para expressar um grito contido, foi pensar na música de
Renato Russo, Que país é esse?
Assistimos, preocupados e constrangidos, a mais um episódio da tradicional dificuldade
brasileira em lidar com as riquezas naturais do País. Algo que coloca novamente em relevo a
urgente necessidade de políticas consistentes, apoiadas em fontes de financiamento
permanentes, para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação, sempre afetadas
pelas crises econômicas e políticas.
Premiada pela absoluta falta de recursos que se arrasta há anos, a arqueóloga Niède Guidon,
coordenadora da Fumdham, e responsável pela administração do Parque Nacional Serra da
Capivara, no Piauí, anunciou sua decisão de abandonar essa missão já que o órgão não
consegue dar conta de seus custos e compromissos trabalhistas.
O anúncio do Ministério do Meio Ambiente, feito na última quarta-feira (17), de um repasse
emergencial para sanar as atuais dificuldades do Parque ilustra, de forma eloquente, o estilo
local de resolver problemas criados pela própria “desatenção” dos nossos governantes. Uma
visão guiada pelo equivoco de que educação e CT&I são custos e não investimentos para o País
que almeja um futuro sustentável.
Acervo único no continente americano, com mais 1200 sítios arqueológicos, que abrigam
inúmeras pinturas rupestres e o registro de um crânio de Zuzu, descoberto pela equipe de
Niède (1997) no magnífico complexo pré-histórico do Parque Nacional Serra da Capivara.
Datado de 12 mil anos, é considerado o mais antigo registro humano no Brasil. Outro achado
que salta aos nossos olhos no Parque são os restos de carvão oriundos de fogueiras, ocorridas
possivelmente entre 20 mil e 50 mil anos atrás. Tais dados não deixam dúvidas sobre as
descobertas arqueológicas de que o homem americano já existia naquela região, contrapondose à teoria de que o homem das Américas teria vindo da Ásia, cruzando o estreito de Bering
rumo ao Alasca, há 12 mil anos. Este Parque é uma fonte de pesquisa e conhecimento sobre a
vida no Planeta, cuja importância levou a Unesco a inscrevê-lo como Patrimônio Mundial.
A manutenção e preservação desse espaço significam não apenas o desenvolvimento de
pesquisas de grande impacto científico, como a que revela as origens do homem americano no
continente, mas, também, a sobrevivência de espécies ameaçadas de extinção numa área de
Cerrado fantástica.
Essa importância, no entanto, não tem sido suficiente para despertar a atenção de
governantes, empresários e terceiro setor sobre esse tesouro maravilhoso que está abrigado
no semiárido nordestino e é desconhecido pela maioria da população.
No momento em que o mantra da inovação é repetido a cada hora como uma palavra mágica,
a desatenta mentalidade nativa ignora o potencial de riquezas e visibilidade mundial que
poderia explorar no Parque, devidamente cuidado e preservado. Alguém tem dúvida que se o
Parque Nacional Serra da Capivara estivesse nos Estados Unidos ou em um país europeu já
teria se tornado um grande sucesso no roteiro turístico mundial? Com direito a selfies tendo
como fundo as pinturas feitas há dez mil anos ou as flores belas e exóticas do semiárido? O
sítio arqueológico de Tulum, no México, por exemplo, também de grande importância
histórica recebe anualmente cerca de 1,2 milhões de visitantes, enquanto que o nosso,
registrou 18 mil visitantes em 2015, dados colhidos do Ministério do Turismo, Fundação
Getúlio Vargas e Sebrae.
O episódio registrado nas últimas semanas, em que uma respeitada pesquisadora é levada ao
extremo de exaustão e desânimo, a abandonar o trabalho a que se dedicou durante a maior
parte de sua vida por falta de recursos, deveria servir como um alerta agitado em letras
garrafais. Talvez seja a hora de se preocupar também com a inovação da mentalidade que é
incapaz de valorizar a riqueza de nosso patrimônio natural que é da humanidade!
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Institutos do MCTIC vão receber R$ 190 milhões
para modernizar laboratórios
Recursos serão investidos em equipamentos e contratação de pessoal no prazo de cinco anos.
Os projetos foram selecionados por meio de edital, e os recursos, não reembolsáveis, são do
Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 24/08/2016 | 15:46
Última modificação: 24/08/2016 | 15:55
Com recursos do FNDCT, laboratórios multiusuários serão modernizados.
Crédito: CNPEM
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vai destinar mais de R$ 190 milhões para
21 institutos de pesquisa vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC) investirem em equipamentos, na modernização dos
laboratórios multiusuários e na contratação de pessoal qualificado. Os projetos foram
selecionados por meio de um edital que teve o resultado final divulgado nesta terça-feira
(23). Os recursos, não reembolsáveis, são do Fundo Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (FNDCT) e devem ser liberados no prazo de cinco anos.
Entre os institutos de pesquisa do MCTIC, o Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa) vai receber o maior montante: R$ 16,5 milhões. Os recursos serão
aplicados nos laboratórios multiusuários e na criação do laboratório de nanotecnologia.
Já o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), contemplado com R$ 7,5
milhões, vai investir no desenvolvimento e na manutenção dos sistemas computacionais
(softwares científicos) de apoio às pesquisas, além de atender aos projetos que utilizam
o parque computacional do Centro de Processamento de Alto Desempenho no Rio de
Janeiro (Cenapad- RJ) e o supercomputador Santos Dumont.
Segundo o diretor do LNCC, Augusto Gadelha, esses serviços são desenvolvidos por
pessoal especializado, que será contratado com os recursos repassados pela Finep. A
equipe vai atuar na melhoria, aplicação e disseminação de novos métodos, tecnologias e
softwares na área de modelagem e simulação computacionais.
Tecnologia nuclear
Também incluído no edital da Finep, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia
Nuclear (CDTN), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), vai
receber R$ 15,7 milhões. Os recursos serão aplicados na modernização de vários
laboratórios multiusuários voltados para pesquisa nas áreas de saúde, meio ambiente,
nanotecnologia, radiações e proteção radiológica. Além disso, 12 pesquisadores serão
contratados.
"O projeto vem em boa hora. Uma ótima notícia nesse cenário de restrições
orçamentárias", avalia o diretor do CDTN, Waldemar Macedo.
Ele reforça que, para alguns laboratórios, os recursos são vitais. "O Laboratório de
Radiação Gama tem uma fonte de cobalto-60 que precisa ser renovada a cada cinco
anos e custa R$ 3,5 milhões. Não tínhamos a menor possibilidade de fazer isso. Esse
projeto vai dar uma sobrevida a esse laboratório, que vai ter sua capacidade produtiva
restaurada."
O laboratório é utilizado em várias aplicações, como no tratamento de sangue e
hemoderivados.
Pesquisas físicas
A Finep vai repassar R$ 12,8 milhões para o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
(CBPF) modernizar as técnicas de produção e caracterização de superfícies de
monocristais e de materiais avançados, cristalografia, magnetometria, ressonância
magnética nuclear, ressonância paramagnética eletrônica, altas energias e detectores de
partículas.
Segundo o diretor do CBPF, Ronald Shellard, a aprovação do projeto apresentado à
Finep é essencial para que a instituição não só mantenha, mas também expanda sua
atuação com foco nas atividades multiusuárias, em particular no desenvolvimento de
instrumentação científica, cuja fragilidade no país é ainda um dos ‘calcanhares de
Aquiles' da ciência brasileira.
Clique aqui para acessar o resultado do edital.
Fonte: MCTIC
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Organizações globais de ciência pedem
que se continue a investir na ciência de
longo prazo
Em documento apresentado ao comissário da Comunidade Europeia de Pesquisa,
Ciência e Inovação, Carlos Moedas, as seis principais organizações científicas de
todo o mundo apontam três princípios para a continuidade e otimização do
investimento público em ciência e engenharia
As seis principais organizações científicas de todo o mundo, Associação Americana
para o Avanço da Ciência (AAAS), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), Associação Chinesa de Ciência e Tecnologia (CAST), Associação Europeia
para a Promoção da Ciência e da Tecnologia (EuroScience), Agência Japonesa de
Ciência e Tecnologia (JST) e Fundação Coreana para o Avanço da Ciência e da
Criatividade (KOFAC), divulgaram um documento no qual apontam três princípios
importantes para a continuidade e otimização do investimento público em ciência e
engenharia. O documento foi apresentado ao comissário da Comunidade Europeia de
Pesquisa, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, na reunião conjunta dessas organizações,
realizada durante o Fórum da EuroScience 2016, na última semana de julho, em
Manchester, no Reino Unido.
Segundo eles, estes princípios tratam de desafios sociais complexos e do
desenvolvimento global econômico de longo prazo. São eles: “Quando a ciência é
inequívoca, os tomadores de decisão devem agir de forma responsável para o bem
público”; “Os investimentos públicos em P&D devem abranger a pesquisa básica e de
fronteira”; e “Os governos devem apoiar a inovação também, mas, antes de tudo, a base
científica”.
O documento original em inglês pode ser lido aqui. A versão em português, traduzida
pela SBPC, está disponível aqui.
Jornal da Ciência
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Inpa abre as portas para alunos das escolas
públicas de Manaus com o Circuito da Ciência
Com o projeto, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia compartilha conhecimento
científico sobre a região. Em 17 anos, mais de 60 mil pessoas já participaram das atividades
desenvolvidas no Bosque da Ciência, que reúne atrações, como o tanque de peixe-boi, os
viveiros das ariranhas e jacarés e o lago das tartarugas.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 24/08/2016 | 16:42
Última modificação: 24/08/2016 | 16:45
Cerca de 300 alunos de escolas de Manaus são esperados no Bosque da Ciência do Inpa.
Crédito: Inpa
Cerca de 300 alunos de quatro escolas públicas devem participar nesta sexta-feira (26)
da 6ª edição do projeto Circuito da Ciência, promovido pelo Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa) com o objetivo de compartilhar o conhecimento
científico sobre a região. Os estudantes serão recebidos por pesquisadores e
especialistas do Inpa no Bosque da Ciência, espaço que reúne uma série de atrações,
como o tanque de peixe-boi, os viveiros das ariranhas e jacarés, o lago das tartarugas e a
Ilha da Tanimbuca, uma árvore de 600 anos.
Segundo o coordenador do projeto, Jorge Lobato, em 17 anos, o Circuito da Ciência já
contou com a participação de mais de 60 mil pessoas. "O projeto tem desenvolvido um
excelente trabalho de socialização do conhecimento gerado nos laboratórios e nos
trabalhos de campo dos pesquisadores com as escolas e faz com que o Inpa se consolide
cada vez mais como um importante disseminador do conhecimento científico", afirmou.
Além de conhecer espécies da flora e da fauna da região amazônica, o Circuito da
Ciência oferece aos estudantes informações sobre doenças, como malária, dengue e
leishmaniose. Várias instituições são parcerias do Inpa, como as universidades Federal
do Amazonas (Ufam) e do Estado do Amazonas (UEA), a Fametro, a Uninorte, o
Serviço Social do Comércio (Sesc), a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e
Sustentabilidade e a Manaus Ambiental. O governo do estado e a prefeitura da cidade
patrocinam o evento.
Fonte: Inpa
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Últimos dias para submissão de propostas em
Chamada do Centro Brasileiro-Argentino de
Biotecnologia (CBAB)
CNPq
Termina no próximo dia 31 de agosto o prazo para submissão de propostas para a
Chamada Pública de apoio financeiro a projetos científicos de cooperação em
biotecnologia realizada no âmbito do Centro Brasileiro-Argentino de Biotecnologia
(CBAB).
A Chamada prioriza projetos nas áreas de Bioprospecção aplicada a enzimas industriais
e biofármacos; Agrobiotecnologia para a produtividade, sustentabilidade e qualidade da
produção agropecuária; Bioenergia, com ênfase na produção de biomassa e bioprocessos;
Saúde humana, com ênfase em biofármacos; Sanidade e produção animal e Biotecnologia
ambiental.
Os projetos de pesquisa serão apenas em cooperação bilateral Brasil-Argentina, pois,
excepcionalmente neste, o Uruguai não lançará Chamada Pública para financiamento de
projetos no âmbito do CBAB.
As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global estimado de R$
700 mil, exclusivamente em custeio. Será aceita uma única proposta por proponente, cujo
valor máximo de financiamento deverá ser de R$ 150 mil.
Veja todos os detalhes da Chamada Pública MCTIC/CNPq/CBAB N°10/2016
Apoio a cursos
Outra ação de coopera
ção atual é a Chamada Pública MCTIC/CNPq/CBAB N°13/2016, que tem prazo de
submissão de propostas até 03/10/2016 e prevê apoio a Cursos em biotecnologia, em nível
de pós-graduação, nos seguintes temas:
1.
2.
3.
4.
5.
Biotecnologia aplicada à saúde animal e humana, incluindo testes toxicológicos;
Biotecnologia agropecuária e aquicultura;
Biotecnologia ambiental;
Biotecnologia industrial;
Temas específicos: biologia sintética, empreendedorismo e gestão da inovação,
biossegurança e avaliação de riscos, incluindo biotérios, nanobiotecnologia,
bioinformática, ciências ômicas e edição genômica com ferramenta de CRISPR.
O CBAB
O CNPq apóia, desde 1986, ações do Centro Brasileiro-Argentino de Biotecnologia
(CBAB), órgão vinculado ao MCTIC e que visa à cooperação entre as instituições de
pesquisa e desenvolvimento do Brasil, Argentina e Uruguai, no qual amplia as
possibilidades de geração de produtos, processos e serviços, bem como a formação de
recursos humanos em biotecnologia.
Nesse sentido, o CNPq tem lançado há 30 anos Chamadas Públicas para apoio de proposta
de projetos de P,D&I e também de cursos de curta duração em nível de pós-graduação
em temas avançados de biotecnologia.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Prêmio UnB de Dissertação e Tese contempla 61
trabalhos
Em sua primeira edição, iniciativa valoriza produção acadêmica de distinta relevância
na Universidade
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Vanessa Vieira - UnB
23/08/2016
Autores das dissertações recebem certificação. Foto: Júlio Minasi / Secom UnB
Originalidade, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural,
social, de inovação, e valor agregado ao sistema educacional. Esses foram os critérios
que levaram 61 trabalhos a serem contemplados pelo Prêmio UnB de Dissertação e
Tese. Os ganhadores – autor, orientador, coorientador e programa de cada dissertação
ou tese agraciada – receberam certificado em sessão solene realizada, na última sextafeira (19), no auditório da Reitoria da Universidade de Brasília.
Nesta primeira edição do prêmio, foram escolhidas 31 dissertações e 30 teses. A relação
completa dos trabalhos vencedores pode ser acessada na página do Decanato de
Pesquisa e Pós-Graduação. Entre as teses contempladas, três foram escolhidas para
ganhar o Grande Prêmio UnB de Tese.
Ilustração: Marcelo Jatobá/Secom UnB
João Batista Ferreira Júnior, ganhador do Grande Prêmio de Tese na área de Ciências
da Saúde, conta que, durante os dois anos iniciais do doutorado, residia em Paracatu
(MG), onde atuava como professor em um instituto federal. Para desenvolver a
pesquisa, era preciso vir a Brasília duas vezes por semana e, nesse contexto, conciliar
trabalho e estudos exigiu muita dedicação e esforço. “Quando soube que fui escolhido,
achei que fosse brincadeira do orientador. Fiquei muito surpreso e perguntei várias
vezes se era verdade. Sinto extrema satisfação em receber esse prêmio”.
O decano de Pesquisa e Pós-Graduação, Jaime Santana, afirma que a iniciativa visa
celebrar a pesquisa científica feita na Universidade. “O grande objetivo dessa premiação
é divulgar e dar esse reconhecimento a pelo menos uma parte das pessoas que fazem
pesquisa. O outro objetivo é que essas teses também sejam enviadas e concorram ao
Prêmio Capes de Tese, ou seja, é uma forma de incentivar a participação dos programas
de pós-graduação nessa disputa”, afirma.
Decano e professores eméritos celebram junto aos agraciados com o Grande Prêmio UnB de
Tese. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB
O PRÊMIO – As inscrições foram realizadas entre setembro e outubro do ano passado,
e puderam concorrer trabalhos defendidos em 2014. A homenagem é constituída por
duas categorias: o Prêmio UnB de Dissertação e Tese e o Grande Prêmio UnB de Tese.
São congratuladas com o primeiro uma dissertação e uma tese de cada programa de pósgraduação nas áreas de conhecimento reconhecidas pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes): Ciências Biológicas; Ciências
da Saúde; Ciências Agrárias e Florestais; Engenharias; Ciências Exatas e da Terra;
Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Linguística, Letras e Artes; e
Multidisciplinar.
Cada programa de mestrado e doutorado institui sua própria comissão de avaliação, que
faz a seleção da tese e da dissertação a serem agraciadas. Vale ressaltar que há
possibilidade de mais de uma dissertação ou tese serem contempladas em cada área do
conhecimento, já que a escolha é feita por programa de pós-graduação e uma mesma
área pode ter vários programas inscritos.
As teses ganhadoras na primeira categoria também concorrem ao Grande Prêmio UnB
de Tese, composto por três certificações que levam os nomes de professores eméritos. O
Grande Prêmio UnB de Tese Lauro Morhy é voltado para trabalhos de Ciências
Biológicas, Ciências da Saúde e Ciências Agrárias e Florestais; o Grande Prêmio UnB
de Tese Reinhardt Adolfo Fuck vai para Engenharias, Ciências Exatas e da Terra; e o
Grande Prêmio UnB de Tese Roque de Barros Laraia é destinado a trabalhos de
Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e
Multidisciplinar.
A escolha do ganhador do Grande Prêmio é feita por uma comissão de premiação
formada por, no mínimo, três membros, aprovados pela Câmara de Pesquisa e PósGraduação da Universidade, sendo vedada a participação de docentes orientadores e
coorientadores dos concorrentes. Nesta edição, o grupo foi integrado por docentes de
outras universidades: André Luis Souza dos Santos, doutor em Ciências pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro; Elizabeth Balbachevsky, doutora em Ciências
Política pela Universidade de São Paulo; Fernando Rizzo, doutor em Ciência dos
Materiais pela University of Florida e professor da Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro.
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Rio sedia final de competição mundial
entre projetos de startups de esportes
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24/08/2016 23h02
Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
A Fundação Getulio Vargas (FGV), em Botafogo, na zona sul do Rio, sediou hoje (24)
a final do Global Tech Innovation for Sports Competition, em que ocorre a disputa entre
projetos de startups (ideia inicial de negócio que pode vir a gerar lucro) de esportes com
o objetivo de criar a primeira plataforma em grande escala para inovação nos esportes.
Entre os projetos desenvolvidos tinham propostas de acessórios portáteis, de tecnologia
de radiodifusão, de aplicativos para atletas, para treinadores e para fãs.
O diretor internacional da FGV, Bionor Cavalcanti, disse que os projetos fazem uma
conexão de inovação e produtividadeCristina Indio do Brasil/Agência Brasil
Nos últimos dois meses, houve competições regionais nos Estados Unidos, no Reino
Unido, no Oriente Médio e na África. Na América Latina, o encontro ocorreu na
semana passada em São Paulo. Depois das seleções nestas etapas, com a participação de
centenas de candidatos, as melhores startups de esportes foram escolhidas como
finalistas projetos da Itália, de Israel, da Grécia, do Quênia, do Reino Unido, dois dos
Estados Unidos e um do Brasil.
O projeto brasileiro foi desenvolvido em Santa Catarina. O engenheiro Salvador
Francisco Tirloni é um dos criadores do projeto Opifex, um sistema telemétrico para
medir as forças que ocorrem embaixo de uma prancha de surf. “A nossa ideia é no final
de novembro, dezembro, termos dez equipamentos dentro d’água para fazer testes com
surfistas profissionais e amadores, com jornalistas do segmento e começar a criar esta
parte de user experience [nível de satisfação geral dos usuários enquanto usam o
produto ou sistema]”, disse.
Tirloni diz que todas as análises feitas, atualmente, em uma competição de surf são
qualitativas, feitas pelos juízes que analisam os movimentos, sem a ocorrência de
métrica quantitativa. Com o equipamento, é possível aferir até 29 tipos de velocidade
dependendo do cenário utilizado. “Com esses dados pode ser usado, inclusive, para um
prático [ profissional que conduz os navios mercantes durante a sua navegação em
águas restritas nas entradas e saídas dos portos] atracar um navio de grande porte. Em
uma competição de vela ele vai me dar a medida que vai fazer diferença na competição.
A gente pensou no surfe, mas tem várias aplicações”, disse.
Cada projeto foi apresentado nesta noite para um juri que, em seguida, se reuniu em sala
separada para escolher o vencedor do prêmio de 100 mil euros, que foi o projeto de
Denver (EUA), que criou uma roupa para medir a energia de um corredor em ação e
usar os dados para melhorar os treinos e o desempenho nas competições.
O diretor internacional da FGV, Bianor Scelza Cavalcanti, que participou do juri, disse
que os projetos fazem uma conexão de inovação e produtividade, que atualmente são
fundamentais para a economia dos países.
“Quem vai perdendo capacidade de inovar vai perdendo muito por mais desenvolvido
que seja o país. A taxa de inovação é importante e este concurso lida com projetos
concretos de inovações na base de startups. É uma iniciativa muito oportuna, porque a
área de esportes é muito rica de possibilidades com tecnologias novas em produtos
vinculados às diferentes modalidades”, disse, acrescentando que este perfil do concurso
foi o que atraiu a FGV a participar como um dos apoiadores. “A fundação só se justifica
inovando. É inovação de produtos, de processos de gestão das iniciativas”.
De acordo com a FGV, os selecionados serão patrocinados por grandes empresas como
Google, Adidas, Ernst & Young, Nike, Accenture e Black Lab Sports.
Edição: Fábio Massalli
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Cientistas aproveitaram Rio 2016 para
pesquisa com micro-organismos no
metrô
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24/08/2016 22h32
Rio de Janeiro
Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Enquanto mais de um milhão de visitantes de todo o mundo estavam no Rio de Janeiro
para assistir aos Jogos Olímpicos, cientistas coletavam amostras em estações de metrô
da cidade para analisar a migração de micro-organismos e a transformação do
microbioma carioca.
Chamado de Olimpioma, o mapeamento da diversidade de micro-organismos nos
espaços públicos começou em Nova York e está sendo feito em 56 cidades de 33 países
dos seis continentes por pesquisadores do Consórcio Internacional Metagenômica e
Metadesenho do Metrô e Biomas Urbanos (MetaSUB). No Brasil, a pesquisa também
ocorre em São Paulo e Ribeirão Preto.
Pela primeira vez, está sendo analisado o impacto da circulação de pessoas em eventos
mundiais, o que voltará a ocorrer na Olimpíada de Tóquio 2020. As amostras do Rio
começaram a ser coletadas uma semana antes dos jogos em nove estações do metrô e
vão continuar até 2018, para verificar como esses micro-organismos perduram na
cidade.
Coleta de micro-organismos no metrô do Rio começou durante a Olimpíada e vai até
2018Maíra Menezes (IOC/Fiocruz)
No Rio de Janeiro, o projeto é coordenado pelo pesquisador Milton Ozório Moraes,
chefe do Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Segundo
ele, o objetivo do trabalho é entender como ocorre a circulação de micro-organismos no
mundo, o que pode ser útil para a elaboração de políticas de vigilância em saúde.
“A gente não sabe, por exemplo, se o microbioma de uma pessoa que vive na Europa ou
na Ásia, chegando aqui, pode de fato colonizar trechos do metrô. Isso não tem nenhum
aspecto de saúde relevante, mas tem uma ideia desse microbioma. É claro que, no
futuro, o que a gente pensa é usar essas estratégias como vigilância em saúde, ou seja,
poder antecipar a circulação de um novo vírus, um novo fungo uma nova bactéria que
tenha efeitos patogênicos, para que a gente possa tomar medidas cabíveis quando
necessário”, explicou.
Moraes lembrou o caso do vírus Zika, que chegou ao Brasil a partir de 2013, vindo do
Taiti, como exemplo de possível caso de identificação anterior a um caso de emergência
em saúde. Mas nem todos os micro-organismos são nocivos e o pesquisador ressalta que
qualquer indivíduo saudável tem em seu corpo cerca de trilhões deles, que têm funções
importantes para a saúde.
“A gente tem dez vezes mais micro-organismos no nosso corpo do que temos de células
humanas. A diversidade de diferentes micro-organismos que habitam o nosso corpo é
muito grande cada vez que nós sentamos em algum lugar e tocamos no corrimão, nós
deixamos células do nosso corpo e também esses micro-organismos.”
Procedência
Pelo DNA dos micro-organismos é possível identificar o local de origem deles e
marcadores de resistência a medicamentos. Outra possibilidade da pesquisa, segundo
Moraes, é mapear a ancestralidade da população que circula por determinados locais,
além de identificar micro-organismos ainda não conhecidos.
“Como nas amostras também são encontradas células humanas, nós conseguimos
identificar a diversidade genética da população. Em Nova York, as análises genéticas
comprovaram os dados do censo populacional quanto à ancestralidade mais presente em
cada região da cidade. Outro dado interessante que vem de Nova York é que cerca de
metade dos micro-organismos encontrados nas amostras ainda não eram cadastrados, ou
sejam, eram desconhecidos”, destacou.
No Rio, o material está sendo coletado dentro de composições de metrô e em superfícies
como bancos, corrimão e terminais de autoatendimento das estações Vicente de
Carvalho, Del Castilho, Maracanã, Central, Carioca, Saens Peña, Botafogo, Cardeal
Arcoverde e General Osório. A análise vai indicar quais micro-organismos foram
trazidos para o Brasil durante a Rio 2016 e se eles colonizaram as estações de metrô,
permanecendo no local, ou se desaparecem depois de um tempo.
Os primeiros dados da pesquisa devem ser divulgados em março. Como a coleta de
amostras continua até 2018, também será possível mapear os micro-organismos que
circulam em outras épocas de grande movimentação de turistas na cidade, como
réveillon e carnaval, bem como os mais comuns em cada estação do ano.
Edição: Luana Lourenço
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Lucas Braga / UFMG
Impactos do Marco Legal da Inovação
serão discutidos em seminário na
próxima segunda-feira
UFMG 25 de agosto de 2016, às 7h06
O conjunto de mudanças legislativas que inseriram a inovação como objetivo
permanente das instituições de ensino e pesquisa brasileiras será objeto de discussão
nesta segunda-feira, 29, em seminário na Faculdade de Direito. Conhecida como Marco
Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, a lei nº 13.243/16 foi publicada em janeiro
deste ano.
Aberto ao público, com inscrição no local condicionada ao número de lugares
disponíveis, o seminário Marco legal da inovação e seu impacto nas universidades
federais reunirá o procurador geral da Universidade de Brasília, professor Davi
Monteiro Diniz, e a professora Rubia Carneiro Neves, do Departamento de Direito e
Processo Civil e Comercial da Faculdade de Direito da UFMG.
O evento será realizado no Salão Nobre da Faculdade, das 16h às 18h50, e abordará os
temas Inovação como categoria jurídica constitucional e legal: a interação entre
direito público e direito privado; Inovação e atividade acadêmica: possibilidades para
docentes, servidores e discentes; Universidade federal e atividade empreendedora:
empreendedorismo tecnológico e empreendedorismo social.
De acordo com a professora Rubia Neves, “além de autorizar a União e os estados a
fomentarem a inovação, a mudança ampliou as possibilidades de interação das
universidades federais com a sociedade, tanto no setor público como no setor privado”.
A apresentação Universidade e inovação, de Davi Diniz, discutirá as novas
possibilidades de interação das universidades federais com parceiros públicos e
privados, em torno da inovação.
Com o tema Universidade e empreendedorismo, a apresentação de Rúbia Neves vai se
concentrar nas oportunidades que o Marco Legal trouxe para estimular as relações entre
universidades e empreendimentos inovadores, nos campos tecnológico e social,
especialmente a partir da incubação de empresas. A professora coordena o Projeto
Prática Jurídica – CTIT/Inova da UFMG.
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Descoberto primeiro registro ósseo de
dinossauro da região de Sousa (PB)
Por Douglas Fernandes - UFPE
“A descoberta desse osso amplia as possibilidades de pesquisas na região, que antes
eram basicamente restritas às pegadas”, afirma a professora Aline Ghilardi,
do Núcleo de Biologia
do Centro Acadêmico de Vitória (CAV) da UFPE, ao tratar do impacto do achado do
fóssil do “Sousatitan”, em Sousa, no sertão da Paraíba. A paleontóloga ressalta a
possibilidade de novas descobertas no local de fósseis de dinossauros aliadas à
ampliação do conhecimento científico sobre o período do Cretáceo, no Brasil. “Período
em que a diversidade dos dinossauros atingiu o seu auge”, observa a professora.
A equipe liderada pela pesquisadora – da qual faz parte, também, o graduando em
Geologia pela UFPE Tito Aureliano – recuperou em 2014, na região do Estado da
Paraíba, uma fíbula (osso da perna) pertencente a um titanossauro, animal herbívoro
que fazia parte de um grupo conhecido, popularmente, como “pescoçudos”
(saurópodes). “Registro ósseo mais antigo de um titanossauro da porção central do
grande paleocontinente Gondwana”, ressalta a professora. Nesse grupo, segundo Aline,
estavam alguns dos maiores dinossauros que já habitaram a Terra, como o
Brachiosaurus e o Argentinosaurus.
Contudo, o osso do dinossauro encontrado, que teria vivido há 136 milhões de
anos, aproximadamente, era de uma espécime de apenas 1,60 metro de altura até o
quadril, não devendo ter mais do que 5,70 metros de comprimento. “Uma análise
histológica detalhada, entretanto, revelou que o fóssil encontrado pertencia a um
dinossauro juvenil e isso quer dizer que, quando o animal morreu, ele ainda não tinha
atingido a sua maturidade e nem seu tamanho completo, portanto, deveria crescer
muito mais ainda ao longo de sua vida”, explica a paleontóloga Aline Ghilardi. O
material é o “único osso de dinossauro encontrado em Sousa até hoje”, região
conhecida pelas muitas pegadas dos velhos habitantes do nosso planeta.
PLANÍCIE | No relatório da pesquisa, consta que, no início do período Cretáceo, a
atual região de Sousa era uma grande planície cortada por rios temporários e várias
lagoas. Às margens desses corpos d’água, vários dinossauros deixaram suas
abundantes pegadas. E a vegetação era composta, principalmente, por coníferas,
pinheiros e araucárias, além de samambaias. Quanto ao clima, esse era regido por um
período de seca, alternado por um período chuvoso. “Os dinossauros herbívoros, como
'Sousatitan', provavelmente se alimentavam da vegetação abundante nos períodos
chuvosos e deveriam migrar durante os períodos mais secos”, explica Aline.
A abundância de pegadas é explicada pelas condições ambientais de Sousa na época,
“especificamente o tipo de ambiente e de sedimento”, que favoreceram a preservação
desses registros. Entretanto, esse mesmo ambiente “parece não ter sido muito favorável
para preservação de ossos e dentes”. Essa descoberta do “Titã de Sousa” sugere,
todavia, que em algumas camadas de rocha esses materiais possam ser encontrados.
“Temos que seguir essas camadas para encontrar mais fósseis”, aponta a professora.
O material fossilizado do “pescoçudo” foi encontrado em um sítio paleontológico do
entorno do município de Sousa. Esse sítio, como explica a pesquisadora, já era
conhecido e catalogado, “mas somente haviam sido encontradas pegadas até então”. “É
possível que novas descobertas sejam feitas em toda a região de Sousa e alguns
municípios vizinhos”, ressalta.
O osso do "Sousatitan" foi analisado, histologicamente, na Universidade da Cidade do
Cabo, na África do Sul. Isso porque, segundo a pesquisadora, uma das maiores e mais
renomadas especialistas no estudo de células fossilizadas do grupo dos ‘pescoçudos’ é
dessa instituição. A especialista a qual se refere a paleontóloga é a professora Anusuya
Chinsamy. Com ela foi acertada uma parceria capaz de potencializar o impacto da
descoberta do dinossauro.
A repercussão do achado está sendo muito maior do que a paleontóloga Aline Ghilardi
previa. A importância do trabalho já era calculada, mas o alcance da descoberta foi
mundial. “O fato de ser um dos materiais mais antigos de titanossauro do mundo
chamou muito a atenção. A análise paleohistológica (das células fossilizadas), possível
graças a excepcional preservação do osso, também foi um grande diferencial.
'Sousatitan' foi noticiado em vários países e muitos paleontólogos brasileiros têm
demonstrado interesse em voltar e recomeçar a estudar a região”, comemora a Aline.
O próximo passo do trabalho é a descrição formal do “Sousatitan”, condicionada à
descoberta de mais materiais. Já que a descrição se torna “mais segura” e “robusta”.
“Antes da descrição formal, pretendemos fazer mais buscas na região por mais
materiais dessa espécie. Por enquanto, mantém-se apenas o apelido 'Sousatitan', prática
que tem se tornado comum entre paleontólogos, enquanto esperam pelas descrições
formais das espécies”, explica. O material está sob responsabilidade dos
administradores do Parque “Vale dos Dinossauros”, em Sousa, na Paraíba, para ser
exposto ao público.
CONTRIBUIÇÃO |O osso do “Titã de Sousa” foi encontrado pelo morador de Sousa
Luiz Carlos Gomes, que descobriu o material em 2014. Com a publicação da foto do
material na internet, foi possível que a equipe de paleontólogos, liderada pela
professora Aline Ghilardi, entrasse em contato com o morador. Seu Luiz levou os
pesquisadores ao local, que não havia sido modificado e de grande importância para o
estudo do dinossauro e, então, a equipe resgatou o osso que foi levado à UFPE. “Ele
colaborou em todo processo. Ele nos recebeu, mostrou a localidade, ajudou a contatar a
dona da fazenda onde o material jazia e acompanhou cada parte da retirada. Ficou
muito feliz com sua descoberta e fazemos questão de ressaltar essa importante
colaboração”, afirma a professora.
Ele fez o correto: ao encontrar o material, deixou-o exatamente onde estava – “muito
importante porque, graças a isso, pudemos recuperar muitas informações fundamentais
para a pesquisa” – e procurou ajuda, neste caso, postando a foto na internet. "O ideal é
contatar um especialista (um paleontólogo) e comunicar a descoberta”, enfatiza a
pesquisadora.
Mais informações
Centro Acadêmico de Vitória (CAV)
(81) 3114.4101
[email protected]
Aline Ghilardi
(16) 98137.7774 (para uso exclusivo da imprensa)
[email protected]
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