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Projetos Verdes
Engenharia e Arquitetura com foco na
sustentabilidade requer integração de equipes e
coordenação de um profissional especializado
The Beddington Zero Energy Development
(BedZED), Reino Unido
O projeto de Bill Dunster e Jimena Ugarte
implanta-se num terreno de 1,4 ha, no bairro de
Sutton, sul de Londres. Essa ecovila, inaugurada
em 2002, reúne 82 unidades habitacionais,
escritórios, clube desportivo, campo de futebol e
centro de saúde e de alimentação. As
construções de três pavimentos, erguidas com materiais e mão-de-obra locais, madeira
certificada pelo FSC e aço reciclado, foram desenhadas para não emitir qualquer
percentual de dióxido de carbono. Os sistemas elétrico e de calefação das residências
exploram fontes renováveis de energia. Todas as unidades têm o terraço voltado para o
Sul, otimizando o aproveitamento da luz do sol. As coberturas verdes dos edifícios estão
associadas a extensas superfícies de painéis fotovoltaicos que, além de sombrear as
construções, geram energia capaz de abastecer 40 automóveis elétricos, reduzindo mais
ainda o uso de combustíveis fósseis. Além de armazenar e utilizar água de chuva para a
descarga de vasos sanitários, a vila possui uma estação de tratamento de esgoto negro.
BedZED foi desenvolvida pela Peabody Trust, em parceria com a Arup, Ellis and
Moore, e Gardiner and Theobald.
Torre Hearst
Do escritório Foster & Partners e Gensler, inaugurada
em 2006, depois de três anos de obras, a Torre Hearst,
de 182 m de altura, é o primeiro arranha-céu novaiorquino a obter o Gold LEED (Leadership in Energy
and Environmental Design).
A estrutura em aço inoxidável - formada por diagonais
que configuram volumes triangulares nas fachadas maximizou a entrada de luz nos escritórios e, além
disso, permitiu a economia de cerca de 2 mil t de aço
estrutural. Aliás, cerca de 85% do material utilizado na
estrutura é reciclado. A torre foi erguida sobre um
antigo edifício de seis andares (construído em 1928)
que, após a reforma, foi convertido num imenso átrio,
uma zona de uso comum conhecida como "Praça
Urbana". A água da chuva, coletada na cobertura do prédio, é usada para irrigar jardins,
abastecer fontes e o sistema de refrigeração. A refrigeração e calefação dos espaços são
feitas através de um sistema de circulação de água localizado nos pisos. O arranha-céu
consome cerca de 25% a menos de energia se comparado aos similares. Além de
sensores de presença, os escritórios dispõem de recursos que controlam a quantidade de
luz artificial em função da natural.
The Solaire
Edifício residencial ecológico projetado
por Pelli Clarke Pelli Architects,
localizado na zona de Battery Park, em
Nova York, o "The Solaire" consome
35% a menos de energia e 50% a menos
de água potável, se comparado a outros
de mesma tipologia. Inaugurada em 2003,
a construção, de 27 pavimentos, reúne
sistemas de controle inteligentes e painéis fotovoltaicos que geram 5% de toda a energia
gasta nos apartamentos nos horários de pico. Sensores de presença e de luz natural
reduzem o consumo de energia e o projeto de arquitetura privilegia o aproveitamento da
luz natural ao máximo nas unidades habitacionais. O edifício possui um sistema de
captação de água de chuva, utilizada na irrigação do jardim da cobertura, e uma estação
de tratamento do esgoto negro, cuja água é aproveitada na descarga das bacias sanitárias
e na torre de resfriamento.
Rochaverá Corporate Towers, São
Paulo
O complexo de escritório de alto padrão
projetado por Aflalo & Gaperini, formado
por quatro torres de escritório, ainda está
em processo de obtenção do certificado
LEED (Leadership in Energy and
Environmental Design), emitido pela
ONG norte-americana USGBC (United
States Green Building Council) somente
para empreendimentos já concluídos. Além de prever áreas verdes e praças para
convívio e bem-estar dos usuários e transeuntes, o projeto de arquitetura privilegia a
flexibilidade dos escritórios, que dispõe de área livre (vão variável de 11, 5 m a 20 m
nas torres A e B, onde a fachada é inclinada) entre as janelas e o núcleo da construção,
sem colunas. Dispositivos economizadores como válvulas de descarga com
acionamentos independentes para líquidos e sólidos, torneiras temporizadas e sensor de
presença nos mictórios permitirão uma redução de 30% no consumo de água. A fachada
é composta por vidros laminados refletivos especiais, de 10 mm, com alta transmitância
luminosa e baixa transmissão térmica. Além de servir como isolamento térmico, a
cobertura verde evita a impermeabilização de uma superfície grande. A distribuição de
ar será feita com sistema de volume de ar variável (VAV) automatizado, que garante
máxima eficiência e menor consumo de energia elétrica.
Colégio Cruzeiro, Rio de Janeiro
Ao privilegiar o conforto ambiental e incorporar conceitos da arquitetura bioclimática como iluminação e ventilação naturais - o projeto de ampliação do Campus do Colégio
Cruzeiro, de Michael Laar e DDG Arquitetura, conseguiu reduzir de forma extrema o
consumo de energia da edificação. A idéia é que, no futuro, os telhados verdes do
conjunto abriguem coletores solares e outras tecnologias que tornem a escola autosuficiente energeticamente. O grande jardim central, situado entre os dois blocos de
salas de aula, exerce um papel relevante na composição do conjunto, reunindo os alunos
nas horas livres e atuando como um regulador térmico do clima local. Além desses
conceitos, o projeto adota outros, como iluminação artificial eficiente, automação
predial, materiais de baixa condutibilidade e capacidade térmica, brises, pilotis e
terraços-jardins. O projeto rendeu aos seus autores o prêmio Destaque na Bienal de
Arquitetura de São Paulo, a segunda colocação no prêmio Holcim para Arquitetura
Sustentável 2005, na categoria "América Latina", o Prêmio IAB/RJ e Prêmio de
Eficiência Energética do Procel/Eletrobrás 2004.
Simulações computacionais feitas por programas como o Energy Plus (distribuído gratuitamente pelo departamento de energia dos Estados
Unidos) ajudam a avaliar como o projeto de arquitetura interfere no consumo energético de uma construção
No Colégio Cruzeiro, a implantação, a vedação e a presença do jardim entre os blocos de salas de aula favorecem a ventilação cruzada
Fórum Chriesbach EawagEmpa, em Dübendorf, Suíça
Localizado no Eawag (Instituto
Federal de Ciências Aquáticas
e Technologia), o Fórum
Chriesbach, de Bob Gysin +
Partner, BGP, foi inaugurado
em junho de 2006. Possui seis
pavimentos que funcionam sem
calefação ou ar-condicionado e
consome quatro vezes menos
energia do que um prédio
convencional. As fachadas são
cobertas por brises de vidro
azul de posição ajustável, de acordo com a estação do ano. No inverno, o ar frio é préaquecido em canalizações subterrâneas (80 tubos com 20 m) para, posteriormente, ter
sua temperatura elevada por meio de trocadores de calor que é aquecido com o ar
proveniente da sala do servidor. A água é aquecida pelos coletores solares da cobertura
e pelo calor proveniente das unidades de refrigeração da cozinha. Uma superfície de 460
m² de painéis fotovoltaicos fornece 1/3 da eletricidade utilizada no edifício. A água da
chuva, coletada na cobertura, é utilizada para a descarga dos vasos sanitários.
O edifício dispõe ainda de um sistema que coleta e armazena a urina para a realização
de pesquisas. A idéia é utilizar o líquido excrementício para o preparo de fertilizantes.
O ar externo é sugado por ondulação e percorre três estações: registro térmico, sala do servidor e monobloco
A altura do átrio permite a saída de ar quente por efeito chaminé e as janelas superiores que, por sua vez, favorecem a ventilação cruzada
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