vi-016 - climatologia na região de guaratinguetá são paulo

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental
VI-016 - CLIMATOLOGIA NA REGIÃO DE GUARATINGUETÁ
SÃO PAULO - BRASIL
João Ubiratan de Lima e Silva(1)
Engenheiro Civil. Professor da Unesp – Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá - SP.
Doutor em Geociências e Meio Ambiente.
Enos Arneiro Nogueira da Silva
Arquiteto. Professor da Unesp – Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – SP. Especialista
em Gestão do Território Municipal. Doutor em Estruturas Ambientais Urbanas.
Endereço(1): Rua Avenida Ariberto Pereira da Cunha, 333 - Guaratinguetá - SP - CEP 12500000 - Brasil – Tel.: (12) 525-2800 R. 328 e-mail [email protected]
RESUMO
Que o clima de uma cidade diferencia-se, mais ou menos, da paisagem que a circunda é um fato já há muito
constatado. Pode-se falar de um clima urbano que, embora regido pelas condições mesoclimáticas, é
diferenciado micro-climaticamente em função da cobertura do solo e do balanço térmico urbano. Por isso
obteve-se dados e processou-os afim de se tomar conhecimento das variações climáticas que vem ocorrendo
na região em estudo. Baseado numa análise rítmica em função dos “anos-padrão” chuvoso, seco e médio,
obteve-se dados de comportamento da temperatura, pressão, umidade relativa e precipitação, bem como da
evolução dos sistemas frontais da região.
PALAVRAS-CHAVE: Climatologia, Guaratinguetá, Clima Urbano.
INTRODUÇÃO
A falta de dados relativos a climatologia, aliado ao processo de industrialização ocorrido no Brasil a partir de
1930, causou profundas modificações na vida social, econômica e cultural do país, podendo destacar entre
elas o êxodo rural e consequentemente o crescimento desorganizado e caótico dos principais centros urbanos
brasileiro. O sudeste brasileiro, especificamente a região oriental paulista é o local onde também ocorre
intensamente o processo de industrialização e desenvolvimento urbano. O município de Guaratinguetá
integrada nesta região, também sofre as anomalias deste desenvolvimento desenfreado, o qual está causando
modificações no meio ambiente, como: o desmatamento, a abertura e pavimentação de novas ruas e avenidas
de loteamentos muitas vezes irregulares, e com isso causando interferência no albedo da região em estudo.
Portanto faz-se necessário o conhecimento das variações climatológicas, para que sirva de parâmetro e
controle, procurando evitar anomalias no meio ambiente.
REGIÃO EM QUESTÃO
Situada no sudeste do Brasil, especificamente na região “oriental” do Estado de São Paulo, encontra-se
entre os alinhamentos orográficos mais significativos do nosso território ou sejam, as serras do Mar e da
Mantiqueira, que se dispõem paralelamente à linha de costa. Conta também, confinado entre elas, com o
Vale do Rio Paraíba do Sul e seus formadores, os rios Paraibuna e Paraitinga. A região "oriental" paulista
constitui o eixo de um dos domínios morfoclimáticos brasileiros. Embora apresente grande diversidade de
aspectos, a região revela certa unidade de conjunto, evidenciada sobretudo no paralelismo do alinhamento do
relevo e da rede hidrográfica regional dispostas no mesmo sentido do litoral.
As amplitudes altimétricas da região, bem como sua proximidade do litoral, expondo-a a ação umidificadora
do oceano proporcionam à mesma, uma somatória de condições que, sem dúvida, convém a uma pesquisa do
índice pluviométrico, envolvendo a circulação atmosférica.
A região fica próxima do Trópico de Capricórnio e situa-se exatamente no confronto entre dois domínios
climáticos zonais: o que é controlado por massas equatoriais e tropicais e o outro por massas tropicais e
polares. Está situada entre os paralelos de 22 e 24 graus de latitude sul e os meridianos de 44 e 47 graus de
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longitude oeste. A sede do município de Guaratinguetá tem as seguintes coordenadas geográficas: 22° 48´
49” latitude sul e 45° 11` 40” longitude oeste, distando 237 Km da cidade do Rio de Janeiro e 163 Km da
cidade de São Paulo, com altitudes variando de 500m a 1800m.
A região “oriental” paulista é dividida distintamente, conforme a morfologia, em três sub-regiões: Serra da
Mantiqueira, Vale do Paraíba e Litoral, como mostra a figura 1.
Fig. 1 - SUB-REGIÕES CONFORME A MORFOLOGIA
DA REGIÃO “ORIENTAL” PAULISTA
GRUPO
I
II
III
SUB-REGIÕES
Vale do Paraíba
Serra da Mantiqueira
Litoral
Base Cartográfica:
Atlas Geográfico Melhoramentos
Escala: 1:5 000 000
JUSTIFICATIVA
O estudo da climatologia no município de Guaratinguetá, fornecerá subsídios e/ou parâmetros a serem
utilizados como ferramentas essenciais ao planejamento urbano e aperfeiçoamento das leis do uso do solo,
bem como no gerenciamento na área de recursos hídricos.
OBJETIVO
Mostrar e comparar as variações climáticas que vem ocorrendo na região em estudo.
Evidenciar a relação entre desenvolvimento urbano e alterações dos dados climáticos.
METODOLOGIA
a)
b)
c)
d)
Inicialmente foram coletados os dados pluviométricos, fornecidos pelo DAEE (Departamento de Água e
Energia Elétrica) e Estação Meteorológica do Ministério da Aeronáutica (Guaratinguetá);
A região em questão é possuidora de 30 anos de dados (1962 a 1991), para a qual foram calculados os
parâmetros estatísticos anuais, sazonais e mensais: média, desvio-padrão e coeficiente de variação
(CV). As tabelas 1 e 2 mostram os dados meteorológicos médios mensais e sazonais, respectivamente;
Utilizou-se “anos-padrão”, isto é, chuvoso, seco e médio, que representam os 30 anos em questão (19621991). A tabela 3 mostra os dados meteorológicos sazonais dos “anos-padrão” escolhidos;
Os dados utilizados foram da estação meteorológica de Guaratinguetá (Ministério da Aeronáutica), uma
vez que esses dados são os mais completos e a está localizada em um ponto estratégico da região
“oriental” paulista. Levou-se em consideração os seguintes dados meteorológicos diários da estação de
Guaratinguetá, relativos aos “anos-padrão”: temperaturas (máximas, médias e mínimas), umidades
relativas (máximas, médias e mínimas), pressões atmosféricas (máximas, médias e mínimas) e índices
pluviométricos. Também foram verificados diariamente (observados às 9h00) a participação dos
sistemas atmosféricos, relativo aos “anos-padrão”, obtendo-se os seguintes dados: cobertura do céu (em
oitavos), vento (direção e velocidade) e o tipo de sistema atmosférico atuante. Os tipos de sistemas
atmosféricos levados em consideração foram: frente polar atlântica (FPA), tropical atlântica (TA),
massa polar (PA) e massa polar velha (PV). A tropical continental (TC) atuou na região em estudo com
números insignificantes, razão pela qual ora foi desprezada.
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RESULTADOS
Preliminarmente, seguem as seguintes constatações referentes a região em questão:
a) registraram-se basicamente os anos de pluviosidade reduzida (1963, 1968, 1984 e 1990) e os anos de
pluviosidade elevada (1966, 1975, 1976, 1983 e 1991);
Tabela 1 - DADOS METEOROLÓGICOS MÉDIOS MENSAIS (1962-1991)
Guaratinguetá – Região “oriental” paulista
Altitude=1600m (Serra da Mantiqueira)
Altitude=540m (periferia do Município)
Meses
Temperatura
°C
Umidade
%
Pressão
mb
Precipitação
mm
Temperatura
°C
Umidade
%
Pressão
mb
Precipitação
mm
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
21,5
15,6
15,1
14,2
11,4
9,2
8,2
10,1
11,6
13,4
14,8
15,4
87
84
83
85
88
84
77
76
76
81
86
87
844,0
844,6
945,1
845,1
846,7
847,8
848,3
847,5
846,3
845,0
843,7
843,6
312,6
237,9
176,1
106,3
74,0
49,9
37,6
75,7
79,2
150,8
194,5
279,5
25,7
26,3
25,0
22,8
20,6
18,6
18,6
20,0
21,3
23,2
24,6
24,8
69
63
69
68
70
68
66
63
64
65
68
71
950,5
951,4
951,9
953,8
955,1
957,0
957,9
956,5
955,2
952,6
951,5
950,3
197,7
152,1
214,2
81,7
60,6
35,2
24,4
22,8
65,8
91,4
144,9
212,9
Média
13,4
83
845,6
148,6
22,6
67
953,6
108,6
Tabela 2 - DADOS METEOROLÓGICOS MÉDIOS SAZONAIS (1962-1991)
Guaratinguetá – Região “oriental” paulista
Altitude=1600m (Serra da Mantiqueira)
Altitude=540m (periferia do Município)
Estações
Temperatura
°C
Umidade
%
Pressão
mb
Precipitação
mm
Temperatura
°C
Umidade
%
Pressão
mb
Precipitação
mm
Verão
Outono
Inverno
Primavera
17,4
11,6
10,0
14,5
85
86
76
85
844,6
846,5
847,4
844,1
245,2
76,7
64,2
208,3
25,7
20,7
20,0
24,2
67,2
68,7
64,2
68,2
951,3
955,3
956,5
951,5
188,0
59,2
37,7
149,7
Tabela 3 - DADOS METEOROLÓGICOS SAZONAIS DOS “ANOS-PADRÃO” (1962-1991)
Guaratinguetá – Região “oriental” paulista
Ano chuvoso (1983)
Ano seco (1984)
Ano médio (1985)
V
O
I
P
V
O
I
P
V
O
I
P
Temperatura 25,4 21,4 19,7 24,2 27,2 20,7 19,4 24,7 25,8 19,5 20,2 23,9
Média °C
Umidade
69,5 69,2 65,2 68,7 62,2 66,5 61,7 62,0 69,5 64,5 60,8 61,2
média %
Pressão
950,9 953,4 956,0 952,2 950,4 954,4 955,2 950,7 949,7 955,7 957,0 950,8
Média mb
Precipitação 784,8 247,8 481,6 567,4 235,3 162,2 79,6 320,0 855,0 109,6 121,1 465,1
Total mm
V=verão O=outono I=inverno P=primavera
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b)
c)
d)
e)
os anos de pluviosidade reduzida são, geralmente, aqueles cujo outono-inverno (habitualmente mais
seco) vem precedido do verão com índices pluviométricos fracos ou, quando muito, em torno dos
esperados;
a pluviosidade elevada de certos anos deve-se, freqüentemente, a acréscimos pluviométricos registrados
em outono-inverno de ritmo excepcional, algumas vezes precedido por verão chuvoso e noutras ocasiões
sucedido de primavera chuvosa;
em anos de pluviosidade média (ritmo habitual), os índices sazonais nem sempre estão totalmente
dentro do esperado, podendo ocorrer compensação entre eles, tais como: verão chuvoso sucedido de
outono seco, primavera com índices ligeiramente menores aos habituais precedida por inverno chuvoso,
etc;
anos de pluviosidade elevada ou reduzida não apresentam obrigatoriamente sincronismo rítmico
sazonário por todo o Estado de São Paulo. Enquanto algumas áreas apresentam até três períodos
seguidos de ritmo excepcional, outras partes do território registram a ocorrência de ritmo excepcional
apenas numa estação ou, quando muito, em duas, permeadas por outras de ritmo habitual.
De posse dessas informações, partiu-se então para a escolha dos anos que pudessem representar o
padrão pluviosidade elevada e pluviosidade reduzida (com ritmos excepcionais), bem como o padrão
pluviosidade média, revelador do ritmo habitual.
O ano de 1984 teve expressivo índice de incidência com precipitação reduzida (ano seco) na região em
estudo, o mesmo acontecendo com o ano de 1983 como de precipitação elevada (ano chuvoso) e o ano
de 1985 com precipitação habitual (ano médio) teve um valor próximo da média pluviométrica anual.
Variações rítmicas dos “anos-padrão” escolhidos
Segundo MONTEIRO,1971 a primeira aproximação válida para o conceito de ritmo seria aquela das
variações anuais percebidas através das variações mensais dos elementos climáticos. Uma repetição das
variações mensais em vários e sucessivos anos é o fundamento da noção de regime. A necessidade de
caracterizar o ritmo climático exige decomposição cronológica já que os estados atmosféricos, em contínuo
sucessão, se produzem em unidades bem menores. Apenas a partir da escala diária é possível associar à
variação dos elementos de clima os tipos de tempo que se sucedem segundo os mecanismos da circulação
regional.
Por isso foram confeccionados gráficos rítmicos dos “anos-padrão” escolhidos. Comparou-se as variações
rítmicas, principalmente dos anos extremos chuvoso e seco. Essas relações são conseqüências da distribuição
quantitativa das chuvas, e essas dos índices de participação dos sistemas atmosféricos e suas respectivas
gêneses pluviais, a saber:
a)
b)
c)
com relação a temperatura tem-se um verão/1983 com valores máximos menores que o verão/1984; um
outono/1984 com valores mínimos menores que o outono/1983; um inverno/1984 com valores mínimos
menores que o inverno/1983, invertendo-se para o mês de agosto; e uma primavera/1983 com valores
máximos menores que a primavera/1984;
com relação a umidade relativa tem-se um verão/1983 com valores mínimos de 35% e um verão/1984
com 18%; um outono/1983 com valores mínimos de 40% e um outono/1984 com 25%; um
inverno/1983 e um inverno/1984 com valores mínimos de 20%; e uma primavera/1983 com valores
mínimos de 30% e uma primavera/1984 com 23%;
com relação a pressão tem-se um verão/1983 com valores maiores que o verão/1984; um outono/1983
com valores menores que o outono/1984; um inverno/1983 com valores maiores que o inverno/1984; e
uma primavera/1983 com valores maiores que a primavera/1984.
Dos índices de participação dos sistemas atmosféricos nos “anos-padrão”:
Através da verificação dos índices de participação dos sistemas atmosféricos nos “anos-padrão” escolhidos
nessa pesquisa , constatou-se os dados, a saber:
- Índices anuais:
a)
ano chuvoso (1983): predomínio da PA seguido pela TA;
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b) ano seco (1984): predomínio da TA , aumentando em relação ao ano chuvoso, seguido pela PA, com
valores mais reduzidos em relação ao ano chuvoso;
c) ano habitual (1985): praticamente um equilíbrio entre a TA e a PA.
- Índices sazonais :
a) ano chuvoso (1983): no verão predomina a TA, reduzindo-se no outono e se anulando no inverno,
retornando significativamente na primavera . Em segundo plano tem-se a PA, quase nula no verão,
aparecendo no outono e ainda mais no inverno, para posteriormente diminuir significativamente na
primavera;
b) ano seco (1984): no verão predomina a TA, deduzindo-se no outono e se anulando no inverno,
retornando significativamente na primavera. Em segundo plano tem-se a PA bem reduzida no verão,
aumentando-se significativamente no outono e ainda mais no inverno, e posteriormente se anulando na
primavera;
c) ano habitual (1985): no verão predomina a TA, reduzindo-se significativamente no outono e se anulando
no inverno, retornando significativamente na primavera. Em segundo plano tem-se a PA nula no verão,
aumentando-se significativamente no outono e ainda mais no inverno, reduzindo-se significativamente
na primavera.
Podemos deduzir que a participação dos sistemas atmosféricos na região em questão comportam-se da
seguinte maneira:
a) ano de precipitação elevada: TA < PA
verão – TA absoluta
outono – PA significativa
inverno – PA absoluta
primavera – FPA significativa
b) ano de precipitação reduzida: TA > PA
verão – TA absoluta
outono – PA significativa
inverno – PA absoluta
primavera – TA absoluta
c) ano de precipitação habitual: TA = PA
verão – TA absoluta
outono – PA significativa
inverno – PA absoluta
primavera – FPA significativa
Também, a distinção dos “anos-padrão” se faz pela atuação da relação PA e FPA. No ano de precipitação
elevada a atuação da FPA no outono é mais significativa, influindo na sua gênese pluvial (maior quantidade
de chuva) do que no ano de precipitação reduzida, onde a FPA atua com maiores índices no inverno, tendo
porém, a sua gênese pluvial menor.
Tendências dos índices de participação dos sistemas atmosféricos dos “anos-padrão”
As equações de tendências mostram no decorrer dos anos, o comportamento linear dos índices de
participação dos sistemas atmosféricos. Os valores dessas equações servem de parâmetros para a análise da
distinção de “anos-padrão”, podendo com isso estabelecer uma expectativa do comportamento dos índices de
sistemas atmosféricos em relação à um determinado ano .
Verificando as equações das tendências dos índices de participação dos sistemas atmosféricos dos “anospadrão” escolhidos da região em estudo, observou-se :
a)
a tendência crescente anual de maior expressão é a da FPA no ano de precipitação elevada, mostrando
uma situação crescente através do ano , diminuindo na primavera;
b) a tendência decrescente anual de maior expressão é a da TA no ano de precipitação habitual, mostrando
um valor absoluto no verão e um decréscimo abrupto no outono e inverno, aumentando
significativamente na primavera;
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c)
basicamente, constata-se que:
ano chuvoso:
ano seco :
ano habitual :
FPA crescente; PA significativamente crescente; TA significativamente decrescente
FPA significativamente crescente; PA decrescente; TA decrescente
FPA crescente; PA crescente; TA significativamente decrescente
d) verifica-se ainda que os índices de participação dos sistemas atmosféricos possuem o comportamento
mostrado no Quadro 1.
Sistemas Atmosféricos
Tropical Atlântica
(TA)
Frente Polar Atlântica
Ano Chuvoso (1983)
(PA)
Ano Habitual (1985)
Significativo: jan/fev
Significativo: jan/fev
Significativo: jan/mar
Decrescente: mar/jun
Decrescente: fev/jun
Decrescente: mar/mai
Nulo: jun/out
Nulo: jun/set
Nulo: mai/set
Crescente: out/dez
Crescente: set/dez
Crescente: set/dez
Crescente: jan/mai
Crescente: jan/mar
Decrescente: jan/jul
Decrescente: mai/ago
Decrescente: mar/mai
Crescente: jul/dez
Crescente: ago/dez
Crescente: mai/set
(FPA)
Polar Atlântica
Ano seco (1984)
Decrescente: set/dez
Nulo: jan/fev
Decrescente: jan/fev
Nulo: jan/mar
Crescente: fev/jul
Crescente: fev/jul
Crescente: mar/jul
Decrescente: jul/set
Decrescente: jul/out
Decrescente: jul/nov
Crescente: set/out
Nulo: out/dez
Nulo: nov/dez
Decrescente: out/dez
Quadro 1 – Comportamento dos índices de participação dos sistemas atmosféricos nos “anos-padrão”
Região de Guaratinguetá - SP
Variação dos dados climáticos do centro urbano
Levando-se em consideração que os parâmetros meteorológicos sofrem alteração devido a ocupação urbana,
pode-se citar alguns efeitos ecológicos diretos sobre a biota urbana, a saber:
a)
Ilha de calor: tal fenômeno deve-se menos ao efeito estufa e muito mais a fatores urbanos específicos,
como a transferência de energia nas condições urbanas ( estruturas verticais, albedo e tipo de material
constituinte; a evaporação reduzida e consequentemente falta do efeito refrescante a ele associado
(pouco revestimento vegetal e rápido esgotamento das águas pluviais); e a produção de energia
antropogênica pelos processos realizados nas indústrias, trânsito e residências. As alterações ambientais
climáticas verificadas no centro urbano tiveram o comportamento de acordo com o Quadro 2;
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Temperatura
Umidade Relativa
Vento
Nuvens
Precipitações
Poluição
Gastos financeiros
Média anual + alta em 0,8° C
Mínima do inverno + alta em 1,0° C
No inverno é 2% menor
No verão é 8% menor
Média de 20% menor
Vento calmo de 10% maior
Tendência do aumento da cobertura
Tendência do aumento das médias
Tendência do aumento de gases e partículas sólidas
Calefação menor; refrigeração maior
Quadro 2 - Alterações ambientais climáticas no centro urbano em comparação com o entorno não-urbanizado
Região de Guaratinguetá - SP
b) Poluição do ar: os problemas ambientais gerados por esta nas cidades da região em questão têm como
fontes as indústrias e os veículos. As proximidades dos municípios de Guaratinguetá, Aparecida, Potim e
Lorena, praticamente conurbados, faz com que a atmosfera receba de forma gradativa, a emissão do
monóxido de carbono. Levando-se em conta os ventos predominantes da região, verifica-se que os setores
industriais de cada município não estão interligados, isto é, o setor industrial de um município libera seus
efeitos poluentes no outro e em parte do próprio. Com o descontrole do aumento da concentração de CO2
e de outros gases no ar, desequilibra a harmonia da atmosfera regional e provoca a elevação das
temperaturas, dando possibilidades de condições do estabelecimento do efeito estufa. Como conseqüência
também há possibilidades para contribuição da formação de chuva ácida. Quando o sistema frontal
denominado “Frente Fria Polar” (FPA) aproxima-se e chega na região, o vento predominante é de
sudoeste, adentrando de forma canalizada na região, uma vez que o Vale do Paraíba possui a disposição
de suas serras , Mantiqueira e do Mar, praticamente no mesmo sentido de penetração deste sistema
frontal. Com isso há a facilidade de um município receber os efeitos poluentes do outro, inclusive da
grande São Paulo e municípios mais industrializados como São José dos Campos, Caçapava e Taubaté;
c) Inversão Térmica: Em condições normais, existe um gradiente de diminuição de temperatura do ar com o
aumento da altitude. Devido ao relevo em forma de vale, em algumas ocasiões e locais ocorre uma
inversão, isto é, uma camada de ar frio se interpõe entre duas camadas de ar quente, evitando que as
correntes de convecção se formem. Desta forma, principalmente no inverno, o ar junto ao solo fica
estagnado e não sofre renovação, tendo como conseqüência acúmulo de poluentes no ar. Estas inversões
térmicas foram constadas através de sondagens da atmosfera efetuadas e analisadas no Departamento de
Meteorologia do Ministério da Aeronáutica, situado em Guaratinguetá.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
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3.
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8.
9.
AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os Trópicos. São Paulo: Editora Bertrand Brasil S.A.,
1996. 332p
BLAIR e FITE, THOMAS e ROBERT. Meteorologia. Rio de Janeiro: Centro de Publicações Técnicas
da Aliança, 1964. 406p.
CONTI, José Bueno. Circulação Secundária e Efeito Orográfico na Gênese das Chuvas na Região
Lesnordeste Paulista. São Paulo: IGEOG/USP, 1975. 82p.
INPE. Climanálise Especial. Cachoeira Paulista, SP: CPTEC, 1996. 235p.
LANDIM, P.M.B., Análise Estatística de Variáveis Regionalizadas. Rio Claro, SP: Unesp, 1993.
116p.
LINSLEY, R.K. e FRANZINI, J.B. Engenharia de Recursos Hídricos. São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil, 1978. 356p.
MONTEIRO, C.A.F. Climatologia, São Paulo: IGEOG/USP, 1971, 21p.
MONTEIRO, C.A.F. A Dinâmica Climática e as Chuvas no Estado de São Paulo. São Paulo:
IGEOG/USP, 1973.
SILVA, J.U.L. A dinâmica atmosférica e a distribuição das chuvas na região “oriental paulista” , Rio
Claro,SP: Unesp, 1999.212p.
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