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A Humanidade enfrenta novos e significativos desafios científicos e de engenharia no
início do século XXI, incluindo alterações climáticas e rápidas mudanças ecológicas, a
degradação dos recursos de água doce (incluindo as águas subterrâneas), o esgotamento de
recursos minerais, a globalização da doença, ameaças biológicas e químicas e a questão mais
complexa de segurança ambiental a longo prazo.
A pegada ecológica da actividade humana continua a expandir-se até um ponto em que
representa um impacto significativo em quase todos os sistemas ambientais da Terra. Nos
últimos anos, as Geociências concretizaram grandes avanços na compreensão dos sistemas
Terrestres assim como das interações complexas entre os vários elementos: atmosfera,
oceano, superfície terrestre e biosfera. Estes avanços representam novos desafios e novas
oportunidades para as Geociências que, em contexto multidisciplinar e de abordagem holística,
fornecerá serviços importantes através da análise e prospectiva de eventos potencialmente
nocivos ou benéficos. Novos geomateriais, mais diversificados e ecológico-eficientes, estão
também em desenvolvimento. A crescente procura de abastecimento de água irá exigir uma
atenção muito especial sobre as águas subterrâneas. Esta abordagem interdisciplinar irá servir
a sociedade e melhorar a qualidade de vida, fornecendo uma base científica para a tomada de
decisões a nível local, regional, nacional e global.
Sendo os materiais geológicos indispensáveis a quase todos os sectores da actividade
humana, mesmo quando tal passa despercebido ao cidadão comum, tem de se considerar
como uma questão fundamental, em qualquer nação civilizada, a de preparar quadros
qualificados para a caracterização, prospecção e exploração dos georecursos. Além desta
preocupação básica, reconhecida desde o advento da geologia e da engenharia de minas,
deve-se também atender às modificações nas necessidades de matérias-primas em função do
desenvolvimento económico, nomeadamente com a crescente importância relativa dos
minerais não metálicos e dos metais escassos, em detrimento dos metais abundantes, bem
como à necessidade de as actividades de exploração causarem o mínimo possível de danos
ambientais.
O Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro (DG-UA) tem, desde a sua
criação, dado particular importância ao estudo de recursos hídricos e minerais não-metálicos, e
à utilização de métodos geofísicos, geoquímicos e geoestatísticos, seja na prospecção e
avaliação dos vários tipos de depósitos, seja no controlo do impacto ambiental.
Quando, em meados da década de 70, se constituiu a Universidade de Aveiro foram
seleccionadas áreas prioritárias a desenvolver, entre as quais se contavam as Ciências da
Natureza e do Ambiente. O Grupo Interdisciplinar de Estudos de Ambiente (Física, Química,
Biologia e Geologia) lançou o ensino nestas áreas e criou o núcleo de Economia Mineral e
Recursos Minerais, tendo como objectivo prioritário, então, a investigação da Bacia do Vouga.
Foram seleccionados como domínios merecedores de particular atenção a Geoeconomia (que
abarcaria Geoquímica, Geofísica e Recursos Minerais), a Geologia Marinha e a Sedimentologia
de depósitos recentes. O desenvolvimento da área de Geologia (ensino e investigação) veio
nos finais da década de 70 a traduzir-se, de acordo com o modelo organizativo da
Universidade, na criação do Departamento de Geociências, o primeiro em Portugal com um
contexto integrador das várias áreas ligadas às Ciências da Terra, incluindo as Ciências de
Engenharia e as Ciências Geofísicas.
No campo das actividades de formação os primeiros marcos significativos correspondem
ao início do funcionamento das licenciaturas em Ensino de Biologia e Geologia e em
Engenharia Geológica, em 1978/79 e 1980/81, respectivamente. O Mestrado em Geoquímica,
criado em 1981, constituiu o arranque dos cursos de pós-graduação, cuja expansão se deu na
década de 90, com a criação do mestrado em Minerais e Rochas Industriais (1994) e a
participação nos mestrados em Ciências das Zonas Costeiras e do Mar (criado em 1989) e em
Ensino de Biologia e Geologia (criado em 1996).
A Universidade de Aveiro dispõem, assim, no campo das Ciências da Terra, e em
particular nas suas áreas vocacionadas para a aplicação às actividades económicas e sociais,
de uma vasta experiência quer em ensino graduado e pós-graduado quer em actividades de
investigação, sendo responsável pela formação de várias gerações de geólogos e engenheiros
geólogos que, com a sua integração no mercado de trabalho em organizações empresariais e
oficiais, têm contribuído para o desenvolvimento económico e científico do país.
O Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro encontra-se sediado em
edifico próprio, e integra 18 laboratórios: Laboratório de Absorção Atómica; Laboratório de
Cartografia, Topografia e Fotogeologia; Laboratório de Fotometria de Chama; Laboratório de
Geofísica I; Laboratório de Geofísica II; Laboratório de Geofísica Marinha; Laboratório de
Geoquímica de Terras Raras; Laboratório de Geotecnia; Laboratório de Hidrogeologia;
Laboratório de Hidrogeoquímica; Laboratório de Microscopia e Inclusões Fluidas (de apoio à
investigação), Laboratório de Materiais; Laboratório de Metalografia; Laboratório de Petrologia
(de apoio a aulas); Laboratório de Química; Laboratório de Raios-X; Laboratório de
Sedimentologia; Laboratório de Solos. Para além de 5 salas de aulas de uso comum e um
auditório, o departamento dispõe ainda de duas salas de informática.
Com a implementação do Processo de Bolonha decorreram transformações significativas
nos cursos leccionados na UA. Assim, a partir de 2006/2007, a formação em Engenharia
Geológica passou a constar de dois ciclos, correspondendo o primeiro a uma licenciatura de
três anos e o segundo a um mestrado de dois anos. Por seu turno, o antigo curso em Ensino
de Biologia e Geologia foi substituído por uma nova licenciatura (com três anos de duração) em
Biologia e Geologia, a qual tanto pode permitir o acesso a um segundo ciclo destinado a
formação de professores, como proporcionar saídas para carreiras técnicas e de investigação
ou o acesso a mestrados de cariz científico. Para além disto, foi criado um menor em Geologia
na licenciatura em Biologia e surgiram dois novos cursos - Ciências do Mar e Meteorologia
Oceanografia e Geofísica - com componentes significativas de Geociências.
Ao nível dos mestrados também ocorreram modificações importantes. Para além da já
referida criação do mestrado em Engenharia Geológica, o DG-UA lançou, em conjunto com o
Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, um mestrado
em Geomateriais e Recursos Geológicos, cuja actividade se iniciou em 2007/2008. O
Departamento de Geociências interveio também na transformação do antigo mestrado em
Ciências das Zonas Costeiras e do Mar no novo mestrado em Ciências do Mar e das Zonas
Costeiras (já em actividade).
Merece especial destaque a recente criação do IMACS (International Master in Advanced
Clay Science), um programa integrado de mestrado aprovado pelo programa europeu
ERASMUS-MUNDUS que envolve cinco universidades: Poitiers (França), Technical University
de Creta (Chania - Grécia), Aveiro (Portugal), Ottawa (Canadá) e Federal do Rio Grande do Sul
(Porto Alegre – Brasil), sendo o primeiro programa europeu multidisciplinar nesta área.
A formação ao nível de doutoramento também tem sido uma preocupação constante do
Departamento, tendo sido responsável pelo Doutoramento em Geociências, no âmbito do qual
cerca de três dezenas de alunos preparam as suas dissertações. Em 2007/2008, entrou em
funcionamento o Programa Doutoral em Geociências promovido conjuntamente pelas
universidades de Aveiro e do Porto. Além disso, está a iniciar-se, em 2010/2011, o Programa
Doutoral em Geotecnologias promovido conjuntamente pelas universidades de Aveiro e de
Coimbra. Ambos os Programas Doutorais estão já adequados ao modelo de Bolonha, incluindo
um 1º ano curricular, o de Geociências mais direccionado para graduados com um 2º ciclo em
Geologia ou em Ciências Clássicas afins, enquanto que o de Geotecnologias está mais
direccionado para graduados com um 2º ciclo em Engenharia Geológica e áreas afins (minas,
civil, materiais, conservação e restauro, …).
O DG-UA participa também no Doutoramento em Ciências do Mar e do Ambiente,
proposto conjuntamente pelas universidades do Porto e de Aveiro.
Para além das formações em que as Ciências da Terra têm um peso importante, o DGUA tem colaborado ainda na leccionação de vários outros cursos da UA.
Foram também aprovados, pelo Conselho Científico da UA, alguns cursos de formação
avançada (CFA) em que o DG-UA desempenhará um papel importante: (1) Estratégias de
Protecção de Solos; (2) Estratégias de Avaliação de Contaminação; (3) Reabilitação de Solos;
(4) Hidrogeofísica. Os três primeiros estão fortemente articulados entre si e envolvem quatro
departamentos da UA (Geociências, Ambiente e Ordenamento, Biologia e Química). Quanto ao
CFA em Hidrogeofísica, deverá ser assegurado fundamentalmente pelo Departamento de
Geociências, mas corresponde a uma área de estudo destinada a um público com uma gama
vasta de formações em áreas científicas e tecnológicas. Os CFA não conferem graus
académicos, mas a aprovação neste tipo de formação pode ser creditada noutros cursos de
pós-graduação, incluindo os de doutoramento.
As actividades de pesquisa científica do DG-UA têm sido realizadas, desde os anos 90,
no âmbito de unidades de investigação reconhecidas e financiadas pela Fundação para a
Ciência e a Tecnologia (FCT). Inicialmente, formaram-se três unidades sediadas no
Departamento, mas, após um processo de fusão ocorrido em 1998, passaram, desde então, a
existir somente duas: ELMAS (Evolução Litosférica e do Meio Ambiental de Superfície) e MIA
(Minerais Industriais e Argilas), havendo também membros do Departamento integrados num
laboratório associado, o CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar).
Em 2007 foi submetida à FCT candidatura de nova unidade de investigação, integrando a
totalidade dos membros das pré-existentes ELMAS e MIA, a extinguir com o sucesso da
candidatura, o que se concretizou com a aprovação da UI GEOBIOTEC (GeoBiociências,
Geotecnologias e Geoengenharias) com classificação de Muito Bom. Esta Unidade de I&D
integra presentemente 70 investigadores doutorados além de 50 colaboradores de 12
instituições nacionais: Universidades de Aveiro, Açores, Beira Interior, Évora e Trás-os-Montes
e Alto Douro, Instituto Superior de Engenharia do Porto; Institutos Politécnicos de Tomar, Beja
e Coimbra, Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia e o Instituto Tecnológico e Nuclear.
Tem servido como uma plataforma de pós-graduação de mais de 50 investigadores através de
Programas de Mestrado e Doutoramento apoiados em fortes colaborações nacionais e
internacionais. A maioria destes novos investigadores são actualmente membros da Unidade
de Investigação e desenvolvem conjuntamente com seus antigos supervisores e outros
pesquisadores da Unidade, novos projectos, novas linhas de pesquisa, colaboram nos
Programas de Mestrado e de Doutoramento. Desta forma, o número de investigadores da
Unidade de Investigação aumentou quase 100% nos últimos 3 anos. Através de uma
combinação das diferentes competências científicas, a Unidade de Investigação desenvolve
estudos interdisciplinares, científicos e tecnológicos, nas áreas de geofísica, geoquímica,
biologia, pedologia, petrologia, mineralogia, minerais industriais, geomateriais, geotecnia,
geologia isotópica, hidrogeologia, geologia estrutural, geologia marinha e costeira, vulcanologia
e detecção remota.
O DG-UA dispõe dos recursos materiais básicos necessários às suas actividades. Prevêse que no período em apreço se enfrentarão situações de obsolescência de equipamentos,
incluindo alguns de grande porte.
Quanto aos recursos humanos, o DG-UA sofreu nos últimos anos uma enorme redução
do número de docentes, essencialmente por aposentação, encontrando-se actualmente com
cerca de 50 % dos efectivos que já possuiu, criando deficiências em algumas áreas. Também
se prevê aposentação próxima, e/ou no decurso do período em apreço, de funcionários não
docentes, situação a acautelar devidamente.
Concluída a transição curricular referente ao Processo de Bolonha, importa desenvolver o
processo de consolidação da oferta formativa anteriormente referida e implementar novas
ofertas curriculares que permitam ao DG-UA alcançar públicos para os quais a actual oferta é
desadequada.
Como objectivos estratégicos, elegem-se:
•
Reforçar a oferta de formação de 2º Ciclo em Geociências direccionada para públicos
não alcançáveis pela actual oferta de Engenharia Geológica (nomeadamente para
profissionais de ensino não superior, geólogos e/ou de formações de base afins);
•
Repensar a oferta em Engenharia Geológica (1º e 2º Ciclo), com eventual evolução
para Mestrado Integrado;
•
Avançar para oferta de formação por vias não tradicionais (ensino à distância, por via
da internet e serviços web, horário pós-laborar);
•
Desenvolver a cooperação internacional, nomeadamente com países lusófonos (a título
de exemplo, refere-se a iniciativa que está já a decorrer com a Universidade Agostinho
Neto, Luanda, para a criação de um Mestrado);
Considera-se vital prosseguir e consolidar a política de incremento do número de
estudantes de Doutoramento, não apenas no plano quantitativo mas também qualitativo.
Assim, como objectivos estratégicos, elegem-se:
•
Consolidar a oferta actual de Programas Doutorais e de Cursos de Formação
Avançada (CFA);
•
Aumentar e diversificar essa oferta com novos programas interdepartamentais de
CFAs, em áreas de saber nas quais a oferta nacional é escassa ou mesmo nula, como,
por
exemplo:
Arqueogeofísica,
Geologia
dos
Petróleos,
Geologia
Marinha,
Arqueometria, Materiais de Construção, Aproveitamento de Resíduos da Indústria
Extractiva e Transformadora, Recursos Hídricos Subterrâneos, Geologia Isotópica,
Geologia e Ordenamento do Território, Geotecnia Ambiental, etc.;
•
Desenvolver a cooperação internacional, tirando proveito da experiência e projecção
resultantes do sucesso alcançado com o Mestrado ERASMUS-MUNDUS, tendo como
objectivos a preparação de um ou mais programas doutorais internacionais a
candidatar a programas similares.
Também importará desenvolver acções de extensão universitária, tendo como objectivos:
•
Intensificar a oferta de Acções de Formação Contínua de Professores;
•
Criar uma “bolsa” de acções de muito curta duração, tais como ciclos de conferências
de um/dois dias, workshops e similares, a realizar junto dos públicos alvos (por
exemplo, nas Escolas); essa “bolsa” de acções deverá estar constituída e ser divulgada
junto das Escolas da região no início de cada ano lectivo;
•
Formar uma “task-force” para divulgação científica (por exemplo, textos/roteiros
geológico-turísticos, com enfâse em aspectos de Património Geológico-Mineiro),
editada em diversos suportes.
No que se refere à Investigação, pretende-se que as actividades de investigação e
desenvolvimento se insiram em redes científicas nacionais e internacionais, privilegiando-se o
desenvolvimento de parcerias e projectos com as organizações que constituem a comunidade
envolvente à Instituição.
Os objectivos do DG-UA neste domínio devem ser corporizados em estreita colaboração
com as Unidades de I&D de modo a:
•
Promover a cooperação e intercâmbio com centros de investigação, nacionais e
estrangeiros, tendo em vista a internacionalização da investigação e o desenvolvimento
de projectos de I&D transversais (multi, inter e transdisciplinares);
•
Incrementar o número de candidaturas de projectos de I&D e de bolsas de
Doutoramento e Pós-Doutoramento;
•
Reforçar a massa crítica de recursos humanos com formação ao nível de
doutoramento e pós-doutoramento;
•
Promover a realização e organização de eventos científicos de âmbito nacional e
internacional;
•
Aprofundar o estudo e o desenvolvimento da integração de recursos mediatizados em
vários contextos de investigação/formação;
•
Elaborar estudos e trabalhos orientados para as necessidades da sociedade, de modo
a desenvolver a competitividade do tecido empresarial através da difusão de
conhecimentos, inovação e transferência de tecnologia;
•
Fomentar a articulação entre os sistemas de ensino e o de investigação, numa
perspectiva de renovação do ensino, especialmente o pós-graduado.
Como referido anteriormente, o DG-UA sofreu nos últimos anos uma enorme redução
do número de docentes, essencialmente por aposentação, encontrando-se actualmente
com cerca de 50 % dos efectivos que já possuiu, o que criou deficiências em algumas
áreas. Essa redução é significativamente agravada pela concentração quase total dos
docentes numa faixa etária estreita e já considerável como de “maturidade” (48/54 anos),
estando a ocorrer, curiosamente, num momento em que a procura de formação em
Geociências está a aumentar e a concorrência próxima a diminuir. Importa pois
rejuvenescer este quadro como condição de sobrevivência do Departamento e de modo
a não perder as oportunidades abertas pelas alterações atrás sublinhadas.
Considera-se absolutamente necessário implementar algumas medidas tendentes
por um lado ao ultrapassar dessas deficiências e por outro lado a proporcionar ganhos
significativos de competitividade e de capacidades próprias do DG-UA, particularmente
em áreas de saber nas quais estamos em vantagem face à concorrência, e onde o DG-UA
tem uma marca claramente diferenciadora:
•
Aumentar as sinergias entre UIs e Departamento, através não só de um maior
envolvimento dos Investigadores Auxiliares e dos Bolseiros de Pós-Doutoramento nas
actividades de Pós-Graduação, mas também tirando maior proveito dos demais
investigadores doutorados integrados;
•
Desenvolver um programa plurianual de recrutamento de docentes em áreas
prioritárias a definir em sede de contrato-programa.
Importa também manter elevados níveis de mobilização e motivação dos recursos
humanos, o que implica facultar perspectivas de progressão na carreira, em particular aos
Professores Auxiliares.
Iguais políticas devem ser implementadas, a escala eventualmente mais modesta, para os
funcionários não docentes.
A nível dos recursos materiais, importará implementar uma política sustentada de
substituição de equipamentos e de reforço de meios laboratoriais, assim como reorganizar os
espaços próprios do DG-UA.
A Direcção do DG-UA desenvolverá esforços no sentido de criação de instrumentos de
gestão pedagógica e científica que suportem as acções projectadas, tendo sido, para tal,
reforçada com um Adjunto. A informação e o conhecimento são, hoje, instrumentos
fundamentais para a gestão e desenvolvimento das organizações. Os Sistemas de Informação
estão no epicentro de qualquer processo de mudança organizacional, sendo um instrumento
imprescindível às boas práticas de gestão de qualquer organização, estando o sucesso da sua
utilização dependente, fundamentalmente, de correctamente delinear e implementar soluções
criativas, alicerçadas em modelos de gestão bem estruturados e inovadores. A trilogia sistemas
de informação, gestão e inovação é um poderoso indutor de desenvolvimento, pese embora,
ser, também, indutor de níveis de complexidade crescente. Assim, os sistemas de informação
têm de responder de foma integrada a necessidades tão diversas como: relacções com
fornecedores e com clientes, parceiros, competidores, vendas, compras, gestão de recursos
humanos, materiais e equipamentos, comunicações, oportunidades de negócio, entre outras.
Importa aprofundar o conhecimento da nossa envolvente externa, nas suas várias
dimensões e identificar os factores críticos de sucesso. É absolutamente indispensável possuir
construções lógicas e suportes instrumentais que permitam compreender o “todo”. Nesta
perspectiva, os sistemas de informação, pela sua natureza holística, têm importância reforçada,
pois ao descreverem as interacções entre as partes, permitem compreender o todo, o que, por
sua vez, permite criar uma visão global e integrada da organização.
O desenvolvimento deste Programa assentará numa Gestão Departamental que tirará o
máximo proveito daquilo que, à partida, era uma debilidade: o número reduzido de membros do
Departamento. Essa dimensão permitirá uma boa articulação entre os órgãos estatutários,
com reuniões regulares e previamente calendarizadas (seguindo a boa prática do Conselho
Científico da UA). Permitirá também uma crescente articulação com as direcções das UIs
de modo a que, como já referido, se tire proveito da sua maior dimensão (e recursos).
Essa cooperação é muito relevante tanto para a já referida sinergia de recursos humanos
como, talvez ainda mais, para a substituição de equipamentos e de reforço de meios
laboratoriais (assim como para a reorganização de espaços); como exemplo em curso, referese a candidatura apresentada ao QREN “Modernização do Laboratório de Geoquímica
Aplicada (LGA) e Aquisição de um ICP-MS (Espectrómetro de Massa acoplado a Plasma
Inductivo)”, já aprovada e a aguardar contratualização.
Como principal desiderato, pretende-se atrair cada vez mais estudantes qualificados e
motivados (de primeira opção), proporcionando-lhes um ambiente formativo que os qualifique
para o sucesso, possibilitando uma boa inserção no mercado de trabalho, consubstanciada
através da obtenção de um emprego compatível com as suas qualificações.
Essa capacidade de atracção será função da percepção externa da nossa qualidade
global, incluindo o impacto e visibilidade obtidos através da investigação e da cooperação com
a sociedade, a qualidade das infra-estruturas e, logicamente, de todo o projecto formativo.
A nossa investigação tem níveis de qualidade acima da média nacional, tal como se
pode constatar quer pela avaliação da UI, quer pelo financiamento externo que consegue
captar, quer ainda pelos índices de publicação já conseguidos.
As actividades de investigação e de ensino estão e estarão cada vez mais interligadas,
pois o processo formativo universitário deve apoiar-se na investigação e, em retorno, a
pós-graduação fornece recursos humanos para a investigação.
A manutenção da competitividade demonstrada e o seu projectado incremento requer a
actualização e modernização de equipamentos de investigação e uma boa gestão dos recursos
humanos.
Aveiro, 26 de Novembro de 2010
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