VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG COMPARAÇÃO ENTRE A PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA MENSAL E ANUAL ENTRE OS MUNICÍPIOS DE JARI E SANTA MARIA/RS Santhiély Laksmi Silva Gomes1 Cássio Arthur Wollmann2 Resumo Este trabalho objetiva comparar a precipitação pluviométrica mensal e anual entre os municípios de Jari e Santa Maria/RS, entre os anos de 2010 e 2015. A metodologia constituiuse de levantamento do referencial teórico e dos dados históricos de precipitação, divulgados pela Cooperativa Agrícola Tupanciretã (AGROPAN) e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em escala diária de coleta. Os dados foram somados em escala mensal e anual. Subsequentemente coletou-se a Normal Climática – NC (INMET), para comparação e análise dos dados obtidos e postoriormente foi realizada construção de gráficos. Realizou-se então a análise dos dados. Verificou-se que nos dados anuais Jari concentra maior índice de chuva que Santa Maria, porém na análise de média mensal Santa Maria apresenta maior concentração pluviométrica. Palavras-chave: Comparação; Jari; Santa Maria; Precipitação. Abstract This study aims to compare the monthly and annual rainfall between the municipalities of Jari and Santa Maria/RS, between the years 2010 and 2015. The methodology consisted of raising the theoretical and historical precipitation data, released by the Agricultural Cooperative Tupanciretã (AGROPAN) and the National Institute of Meteorology (INMET) in daily scale collection. Data were added in monthly and annual scale. Subsequently collected to Climate Normal - NC (INMET), for comparison and analysis of data and postoriormente was held graphing. then performed to analyze the data . It was found that the annual data Jari focuses highest rainfall index that Santa Maria, but the average monthly analysis Santa Maria is more rainfall concentration. Key-words: Comparison; Jari ; Santa Maria ; Precipitation 1 – Introdução Os estudos do clima são de extrema importância para a compreensão do espaço geográfico de maneira integrada, tendo em vista que a climatologia está ligada à particularização, exame e assimilação da média dos elementos atmosféricos, sendo esses fundamentais tanto para a análise da dinâmica natural do planeta, como no entendimento das ações antrópicas sobre os diferentes locais da superfície terrestre. A análise dos impactos da pluviometria em um determinado local torna-se um importante recurso para entender a dinâmica do clima específico, e para o planejamento territorial e 1 Acadêmica do curso de Geografia (Bacharelado) pela Universidade Federal de Santa Maria e acadêmica do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGGeo), da Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] 2 Professor Adjunto do Departamento de Geociências, Curso de Geografia (Bacharelado e Licenciatura Plena) e Programa de Pós-Graduação em Geografia e Geociências, da Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] 2693 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG ambiental do mesmo. Caracterizar a espacialização e a distribuição pluviométrica é fundamental para a compreensão das relações entre superfície e atmosfera, que atingem a interdependência entre seres vivos e meio ambiente e as atividades econômicas, através do ciclo hidrológico, onde a água encontra-se em todos os estágios e fases. Ou seja, avaliar os impactos das chuvas de um local, auxilia no planejamento das atividades humanas, no desenvolvimento vegetal e no bem-estar animal do mesmo. Assim, o estudo da pluviometria de um local enriquece os conhecimentos acerca de sua dinâmica espaço-temporal, uma vez que o conhecimento de sua distribuição e regularidade são essenciais no gerenciamento dos recursos hídricos, bem como na preservação desses, que estão sendo destruídos pelas atividades antrópicas, podendo empobrecer a diversidade biológica do local. Nesse sentido, objetivou-se comparar a precipitação pluviométrica mensal e anual entre os municípios de Jari e Santa Maria/RS. 1.1 – Caracterização geográfica das áreas de estudo O munícipio de Jari, localiza-se entre as coordenadas geográficas 29° 17' 9'' de latitide Sul e 54° 13' 29'' de longitude Oeste, situado na região Centro Ocidental Rio-grandense. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016), integra a mesorregião Centro-Oeste do Estado e a microrregião de Santiago. Apresenta como limites as seguintes confrontações: ao Norte com o município de Tupanciretã, ao Sul com Toropi e Mata, ao Leste com Quevedos e ao Oeste com os municípios de Jaguari e Santiago. A aproximadamente 90 km de Jari, está localizado o município de Santa Maria (figura 01), entre as coordenadas geográficas de 29°39’ a 29° 43’ de latitude Sul, e 53° 50’ a 53° 45’ de longitude Oeste na região central do Estado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), integra a mesorregião Centro-Oeste do Estado e a microrregião de Santa Maria, na Depressão Periférica sul-rio-grandense. Possui como municípios limítrofes: ao Norte São Martinho da Serra, Itaara, Júlio de Castilhos e Silveira Martins, ao Sul Formigueiro, São Sepé e São Gabriel, ao Leste Silveira Martins e Restinga Seca e ao Oeste São Pedro do Sul e Dilermando de Aguiar. 2694 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Figura 01 – Localização dos municípios de Jari e Santa Maria (SM) no contexto hipsométrico e das Províncias Geomorfológicas do estado do Rio Grande do Sul. Fonte: EMBRAPA - Adapt.: GOMES; WOLLMANN (2016). O principal acesso ao município de Jari dá-se pela rodovia BR 158. O município abrange uma extensão territorial total de 856,457 km², sua população bruta é de aproximadamente 3.575 habitantes (Censo IBGE, 2010), sendo 613 habitantes da área urbana (17,15% do total), e 2962 habitantes da área rural (82,85% do total). Sua geomorfologia está situada na zona de transição compreendida pelo Planalto Dissecado do Rio Uruguai e Escarpa da Serra Geral. O município localiza-se na Região Hidrográfica da Bacia do Rio Uruguai, na sub-bacia hidrográfica do Ibicuí, os principais cursos d'água são os Rios Jaguari, Capivari e Toropi Mirim. Os Arroios Santana, Lagoão e Portão, são de menores proporções, porém com grande importância para o abastecimento e o cultivo das plantações. A vegetação predominante nesta área é constituída por campos nativos, para Vieira e Rangel (1984), a vegetação campestre é nitidamente herbácea, atapetando amplas extensões de solo. As gramíneas e as ciperáceas predominam na composição florística dos campos, embora os capões, as matas e as capoeiras emoldurem a paisagem campestre. Porém, com a exploração antrópica da área, principalmente pelos cultivos agrícolas de soja, trigo e fumo, e com o cultivo de gramíneas para pastagens, a vegetação original encontra-se enfraquecida e modificada. Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, o clima de Jari é classificado no tipo Cfa, clima subtropical úmido com precipitação anual regularmente distribuída e média do total acima de 1.500 mm/ano com altas temperaturas durante o verão e baixas durante do 2695 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG inverno. Para o IBGE (2016), a área de estudo enquadra-se no clima mesotérmico brando, com médias térmicas anuais entre 10°C e 15°C, sem estação seca e super úmido. Do ponto de vista socioeconômico, segundo dados da Fundação de Economia e Estatística – FEE (2016), o município de Jari concentra maior parte de seu Produto Interno Bruto (PIB) nas atividades agropecuárias. As atividades turísticas ainda são pouco exploradas. Conforme o IBGE (2016), o município de Santa Maria fica a 290 quilômetros de distância da capital. Abrange uma extensão territorial total de 1.781,757 km², sua população bruta é de aproximadamente 261.031 habitantes (Censo IBGE, 2010), sendo 248.347 habitantes da área urbana (95,1% do total), e 12.684 habitantes da área rural (4,9% do total). A compartimentação geomorfológica do Rio Grande do Sul apresenta quatro grandes compartimentos geomorfológicos: Planalto, Depressão Periférica, Escudo Sul-Rio-grandense e Planície Costeira. Neste contexto, Castillero (1984), destaca que o município de Santa Maria ocupa áreas de Planalto e da Depressão Central. Assim, especificamente o sítio urbano desenvolvido sobre colinas suaves assenta sobre terrenos argilo-arenosos do triássico superior (Formação Santa Maria). Conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA (2015), ao Norte da cidade inicia o rebordo do Planalto Meridional do Brasil constituído de terrenos basálticos com algumas intercalações de arenito cozido, o conjunto repousando sobre arenitos eólicos da formação Botucatu. O distrito da Sede encontra-se em altitude que varia entre 120 e 159 metros. O acidentado topográfico do rebordo, com diversos relevos residuais e vales justificam a denominação local de “Serra” dada á região platina. De acordo com dados da Prefeitura Municipal (2016), Santa Maria esta situada exatamente sobre um divisor d’água de dois sistemas hídricos importantes do Rio Grande do Sul: para Leste escoam as drenagens que configuram a Bacia Hidrográfica do Jacuí/Guaíba e, em direção Oeste, os rios que contribuem na formação da Bacia Hidrográfica do Uruguai (Bacia Platina), os principais cursos d'água na Bacia do rio Uruguai, o Rio Ibicuí-Mirim, e na Bacia do Jacuí os Rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim. A vegetação predominante nesta área é constituída, segundo Bortoluzzi (1971), o pelos campos limpos e pela floresta Sub-caducifólia sub-tropical. Os campos limpos constituem a pastagem natural, predominando em quase toda a depressão periférica do município. Ocorrem também na porção do Planalto. Em meio aos campos, é comum a presença de capões isolados de mata de pequeno e grande porte. Assim como Jari, segundo a classificação climática de Köppen-Geiger o clima de Santa Maria é classificado no tipo Cfa, clima subtropical úmido com precipitação anual regularmente distribuída e média do total acima de 1.500 mm/ano com altas temperaturas durante o verão e baixas durante do inverno. Para o IBGE (2015), a área de estudo enquadra-se no clima 2696 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG mesotérmico brando, com médias térmicas anuais entre 10°C e 15°C, sem estação seca e super-úmido. Segundo dados da FEE (2016) do ponto de vista socioeconômico o município de Santa Maria concentra maior parte de seu Produto Interno Bruto (PIB) no setor de serviços (75,69%). 1.2 – A precipitação pluviométrica A caracterização climática de determinada área pode ser realizada em um primeiro momento através da análise da precipitação pluviométrica, podendo representar as condições de circulação atmosférica regional, tanto sazonal quanto anual, ficando consequentemente os demais atributos climáticos ligados às respostas pluviométricas observadas em determinado período sobre dada região. Nesse sentido, Nimer (1979) pontua que a altura média da precipitação anual no sul do Brasil varia entre 1.250 e 2.000 mm, não havendo nenhum local com acumulo de precipitação carente ou excessiva. Sob uma perspectiva empírica, Araújo (1930), ao abordar as chuvas no Rio Grande do Sul, enfatiza que a região em que mais chove no Estado trata-se da parte mais alta da Serra do Nordeste, ultrapassando, ali, a altura da chuva anual 2000 mm, e que, as chuvas no Rio Grande do Sul não possuem uma época típica onde os totais são maiores ou menores, mas pontua um pequeno aumento entre as diferentes estações do ano e os diferentes municípios do Estado, onde existem dois tipos de chuva, sendo o primeiro o de oeste, que inicia-se em março e termina em junho, podendo ser denominado tipo de chuvas de Outono; Já o segundo, constitui-se da parte leste, inicia-se em junho e finaliza em setembro, acentuando-se em agosto e setembro na parte nordeste do Estado, podendo ser chamado do tipo de chuvas de inverno. Na mesma linha, Moreno (1961) expõem a regularidade anual das chuvas no Rio Grande do Sul, não havendo, portanto, chuvas periódicas ou sazonais, especialmente porque para que um clima possa se classificar como de chuvas de inverno existe a necessidade de apresentar chuva periódica, e no mês mais chuvoso, de inverno, as precipitações devem ser o triplo de vezes, ou mais, de maior altura que no mês mais seco. Para uma melhor compreensão geral da variação da precipitação Ruoso (2007) aponta o trabalho de Sartori (1993), verificando as alterações nos volumes e distribuição espacial e temporal das chuvas no Rio Grande do Sul para 72 anos divididos em três períodos (19121960, 1949-1984 e 1912-1984), que possibilitou detectar a tendência na distribuição espacial através da definição das regiões climáticas no Rio Grande do Sul, onde foi constatado que os meses mais chuvosos na maior parte do Estado são setembro e/ou outubro (primavera), exceto no litoral Sul, Serra do Sudeste e Depressão Central, que tem em Junho médias pluviométricas mais altas, e o Baixo Vale do Uruguai, que registra nos meses de março e abril (outono), os maiores índices. 2697 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Sobre caracterizar e compreender a circulação atmosférica na escala regional Sartori (2003) explana que “é fundamental na individualização do clima de qualquer lugar e, portanto, indispensável na definição dos tipos de tempo, em sua sucessão habitual ou nos seus distúrbios de comportamento. As variações do tempo nada mais são que os tipos de tempo ou ambiente atmosférico que acontecem continuamente em determinados lugares ao longo da semana, das horas, dos dias etc. Resultam da circulação atmosférica nas escalas zonal, regional e local, com influência, em maior ou menor grau, dos fatores geográficos do clima. A sequência de tipos de tempo, de forma cíclica mais ou menos prevista, constitui o que Sorre (1951) definiu como sucessão habitual dos tipos de tempo e que é própria de determinado lugar.” (SARTORI, 2003, p. 29) 2 – Materiais e métodos Com relação aos procedimentos metodológicos, inicialmente, foi realizado um levantamento do referencial teórico a respeito das áreas de estudo de maneira a conhecer o espaço em questão. Para a classificação dos totais pluviométricos foram utilizados dados históricos de precipitação, divulgados pela Cooperativa Agrícola Tupanciretã – AGROPAN, para o município de Jari e dados de precipitação publicados pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, para o município de Santa Maria, ambos referente a um período de 6 anos (2010 a 2015), em escala diária de coleta. Após, os dados pluviométricos diários foram somados em escala mensal, para definirmos os valores totais mensais do período em análise. Em seguida os valores mensais foram somados para determinarmos os valores totais anuais. Subsequentemente coletou-se a Normal Climática – NC (INMET), para comparação e análise dos dados obtidos. Posteriormente, foram elaborados dois gráficos, o primeiro demonstrando a distribuição pluviométrica anual dos municípios estudados, e o segundo a precipitação média mensal dos municípios estudados utilizando o software Microsoft Office Excel® 2010 para melhor visualização e interpretação dos dados. 3 – Resultados O INMET define a Normal Climatológica (NC) anual em 1780,8 mm, considerando a média de ocorrência pluviométrica no município de Santa Maria, a análise dos gráficos que seguem refere-se ao indicador de precipitação constituído na comparação de frequência e total para cada um dos municípios focalizados. Quando comparados os valores de precipitação entre os dois municípios pesquisados, percebe-se que o registro de chuvas entre os anos estudados é maior em Jari, em relação à Santa Maria (gráfico 01). 2698 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Precipitação Anual 2250 2100 1950 1800 1650 1500 1350 1200 1050 900 750 600 450 300 150 0 2010 2011 2012 Santa Maria 2013 Jari 2014 2015 NC Gráfico 01 – Precipitação anual dos municípios de Jari e Santa Maria, Rio Grande do Sul entre os anos de 2010 e 2015. Fonte dos dados: INMET; AGROPAN – Acessados em janeiro de 2016 Organização: GOMES; WOLLMANN (2016) Segundo os dados analisados, a variabilidade anual da precipitação foi semelhante entre os municípios, sendo que os anos de 2014 e 2015 apresentaram os maiores acúmulos pluviométricos, com valores de 2.288 mm, 2.241 mm e 2.249 mm, 2.213 mm respectivamente. O ano de 2010 apresentou-se muito semelhante a NC esperada para o local de estudo. Durante 2012 e 2013, ambos os municípios precipitaram um pouco abaixo da NC, embora Jari tenha acumulado mais chuva que Santa Maria. Contudo, o ano de 2011 apresentou os menores valores pluviométricos em ambos os municípios, 1.537 mm em Jari e 1.269 mm em Santa Maria, bem como o ano com maior diferença percentual entre ambos de 39.89 %. No gráfico 02, são mostradas as médias totais mensais de precipitação pluviométrica no período estudado (2010 a 2015). 2699 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Precipitação Média Mensal 240 210 180 150 120 90 60 30 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Santa Maria Jari NC Gráfico 01 – Precipitação Média Mensal dos municípios de Jari e Santa Maria, Rio Grande do Sul entre os anos de 2010 e 2015. Fonte dos dados: INMET; AGROPAN – Acessados em janeiro de 2016 Organização: GOMES; WOLLMANN (2016) A variabilidade mensal da precipitação durante o tempo estudado foi semelhante entre os municípios, a discrepância ocorreu no mês que fevereiro, onde em Jari precipitou mais de 70 mm a mais em relação a Santa Maria. Provavelmente a discrepância deu-se em função de chuvas convectivas locais em Jari, mas somente a partir de uma análise minuciosa e específica dos dados podemos seguramente afirmar. Em Jari os meses mais próximos a NC mensal durante o período analisado foram julho, janeiro, um pouco acima da média e novembro, um pouco abaixo da média. E em Santa Maria foram os meses de setembro, julho e janeiro, todos um pouco acima da média esperada. Os três meses com maior intensidade de chuva em Jari são dezembro, setembro e outubro. Em Santa Maria são outubro, dezembro e setembro. Confirmando as constatações de Sartori (1993) que os meses mais chuvosos são setembro e/ou outubro (primavera) na maior parte do Estado, a exemplo dos municípios em estudo. Os três meses com menor intensidade de chuva em Jari são agosto, março e novembro. Em Santa Maria são agosto, fevereiro e maio. Sartori (2003) aponta novembro como o mês menos chuvoso no Estado, exceto Missões e Vale do Uruguai, onde destaca-se julho e agosto com as menores médias, além de dezembro para o Litoral, Serra do Sudeste e Campanha, e abril para o Planalto. Mas, no período analisado em Jari o mês menos chuvoso foi agosto (embora não seja pertencente as Missões e/ou ao Vale do Uruguai), no período analisado em Santa Maria o mês de agosto foi o menos chuvoso. 2700 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG 4 – Considerações Analisando os totais pluviométricos dos municípios estudados, percebe-se a variabilidade anual da precipitação semelhante entre os municípios. Porém, o município de Jari apresentou maior acumulo pluviométrico anual total, provavelmente em efeito da altitude, corroborando os dados climáticos já descritos para os locais analisados. Entretanto, 2014 foi um ano atípico para ambas as cidades, com pluviosidade acima do normal. Assim verifica-se que nos dados anuais Jari concentra maior índice de chuva que Santa Maria, porém na análise de média mensal Santa Maria apresenta maior concentração pluviométrica nos meses de março, abril, julho, agosto, outubro, e dezembro. A discrepância encontra-se em fevereiro, provavelmente em função de chuvas convectivas locais em Jari, mas somente a partir de uma análise minuciosa e específica dos dados podemos seguramente afirmar em trabalhos posteriores. 5 – Referências ARAÚJO, L. C. Memória sobre o clima do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Serviço de Informação do Ministério da Agricultura, 1930. Bortoluzzi, C. A. Contribuição à geologia da região de Santa Maria. Porto Alegre. P. 7-86 1971. CASTILLERO, A. C. Uso da terra por fotografias aéreas no município de Santa Maria, RS. 1984. 47f. Monografia (Especialização em Imagens Orbitais) – Universidade Federal de Santa Maria. 1984. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). 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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA – PMDI – Projeto Santa Maria 2020. Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria. VOLUME Nº. 1 (Capítulos 3.2 e 3.3) 2701 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG da Série. Disponível em: <http://www.santamaria.rs.gov.br/docs/psa/psa_volume_I.pdf>. Acesso em: abril de 2016 RUOSO, D. O clima de Santa Cruz do Sul – RS e a percepção climática da população urbana. 2007. 172f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2007. Disponível em: < http://w3.ufsm.br/ppggeo/files/dissertacoes_06-11/Diomar%20Ruosso.pdf >. Acesso em: abril de 2016. SARTORI, M. da G. A dinâmica do clima do Rio Grande do Sul: indução empírica e conhecimento científico. Mudanças Climáticas Globais e Locais, São Paulo, vol. 1, n. 2, p. 0 p. 28- 49, jan/jul. 2003. 2702