MODELAGEM O G DOS OS IMPACTOS C OS A LONGO O GO PRAZO O DA EXTRAÇÃO Ç O SELETIVA DE MADEIRA NA DIVERSIDADE GENÉTICA E NA ESTRUTURA DEMOGRÁFICA DE QUATRO ESPÉCIES ARBÓREAS TROPICAIS NA FLORESTA AMAZÔNICA Modelling the long-term impacts of selective logging on genetic diversity and demographic structure of four tropical tree species in the Amazon forest Sebbenn et al., 2008 Disciplina: p Fundamentos de Ecologia g e Modelagem g Ambiental Professores: Dalton M. Valerian, Silvana Amaral, Eduardo Arraut Juliana Paiva Nunes Kury INTRODUÇÃO Últimas 3 décadas a floresta tropical tem sofrido altas taxas de desmatamento • • exploração seletiva de madeira e conversão de floresta em culturas agrícolas ou pastagem Exploração seletiva • • atividade econômica - árvores de valor comercial cortadas com base em planos l d manejo de j que possibilitem ibilit a recuperação, ã a longo l prazo, da d biomassa florestal, • afeta a densidade p populacional, p , distribuição ç de diâmetro,, p produtividade do povoamento e a estabilidade do ecossistema, • altera a estrutura genética da população residual. Diversidade genética fornece o potencial evolutivo para manter a floresta em condições de mudanças ambientais Æ conservação da estrutura populacional e da diversidade genética das espécies é fundamental para a proteção dos ecossistemas florestais INTRODUÇÃO Corte seletivo de madeira pode ter dois efeitos sobre a população: • • • Redução do n nº total de indivíduos reprodutivos Isolamento espacial dos indivíduos remanescente - perda de alelos - aumento na taxa de autofecundação - cruzamentos t auto t correlacionados l i d - redução no tamanho efetivo da população restante - alteração na polinização em área de vizinhança • • Efeitos tendem a ser cumulativos, potencialmente gerador de mudança progressiva p g com exploração p ç contínua Inferir impactos a longo prazo, da exploração - modelos de simulação INTRODUÇÃO Artigo: estudou os potenciais efeitos da exploração florestal a longo prazo, na diversidade genética e na recuperação demográfica de 4 espécies arbóreas tropicais, com múltiplos eventos de exploração Bagassa guianensis Aubl. (Moraceae) - tatajuba; 2. Hymenaea H courbaril b il L. L (Leguminoseae) (L i ) - jatobá; j t bá 3. Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. (Sapotaceae) - maçaranduba; 4. Symphonia globulifera L.f. (Clusiaceae) - anani. 1. Tatajuba Jatobá Maçaranduba Anani MATERIAL E MÉTODOS Área de Estudo Dados das espécies utilizadas para as simulações: • coletados pelo projeto Dendrogene (Embrapa / DFID), • em um parcela experimental de 500 ha na Floresta Nacional do Tapajós / Pará. • Fl Floresta t Nacional N i l do d Tapajós T jó • • floresta tropical de terra firme, • clima tropical p úmido,, • precipitação anual de 1900-2110 mm • • estação chuvosa de dezembro a maio, temperaturas médias édi mensais i entre 24 e 26ºC ano todo d MATERIAL E MÉTODOS Espécies Comerciais na Amazônia brasileira - diferem em densidade (nº de árvores/ha) • (NV) DENSIDADE (na éra de estudo) maçaranduba anani jatobá tatajuba 3,35 árv./ha 0 83 árv./ha 0,83 árv /ha 0,54 árv./ha 0,20 árv./ha ESPÉCIE (NC) Manilkara huberi (+) Symphonia globulifera Hymenaea courbaril Bagassa guianensis * (-) DAP > 10 cm * dióica - reduz a sua densidade efetiva,, a p partir da p perspectiva p da p polinização ç outras – potencial de autofecundação Tamanho da população p p ç Indivíduos DAP ≥ 20 cm - mapeados em parcelas experimentais de 500 ha (medir o DAP, altura e genótipos) • • Subparcela (100 ha) maçaranduba e anani - mapeados indivíduos (DAP≥10 cm) • Dados analisados para estimar: • frequência de alelos, índice de fixação, estrutura genética espacial MATERIAL E MÉTODOS Simulação do Modelo Modelo M d l Ego-Gene E G (d (desenvolvido l id para estudar d efeitos f i d exploração da l ã a curto e longo prazo, na diversidade genética e demografia de espécies arbóreas) Combina elementos da g genética p populacional, p , dinâmica demográfica, g , crescimento de árvores e manejo florestal • Dados empíricos de genótipos, árvores individuais, sua posição espacial e seus diâmetros são usados como parâmetros de entrada do modelo • Cada ano simulado inclui etapas em que ocorre • • crescimento das árvores, • locais com ou sem exploração, • floração e polinização de indivíduos adultos, • genótipos de sementes gerados, gerados • dispersão de semente, e • mortalidade de indivíduos MATERIAL E MÉTODOS Conjunto de Dados Usados para as simulações foram gerados por dois processos • - objetivo de criar uma população inicial para cada espécie, refletindo com precisão as características genéticas e demográficas da área de estudo • • inventário inicial de campo previa densidade e distribuição de classe de tamanho ((árvores DAP>10cm), especificando p os indivíduos espacialmente iinformação f ã genética g éti (frequência (f ê i de d alelo, l l índice í di de d fixação fi ã e auto t correlação espacial) - população do Floresta Nacional do Tapajós MATERIAL E MÉTODOS Crescimento das árvores • Cada espécie foi atribuída a uma função de crescimento específico da espécie (medidas de amostras experimentais em áreas não exploradas na área de estudo ao longo de 16 anos) Reprodução • Inclui parâmetros de controle da fenologia da floração e dispersão de pólen e sementes Mortalidade • Probabilidade: calculada a partir da proporção da densidade real (ao final de cada evento de reprodução e dispersão) e da densidade “alvo” CENÁRIOS Cenários de exploração madeireira Analisados dois componentes de práticas de exploração • • • Diâmetro de corte mínimo Ciclo de corte Representar combinações de práticas de exploração madeireira • • • mais intensiva - Amazônia brasileira (45 cm DAP / 30 anos), e menos e o intensiva i te i a - Guiana G ia a Francesa F a ce a (60 cm c DAP / 65 anos) a o ) * Hymeneae - utilizou 55 cm DAP - dados de campo indicam que a espécie começa a florescer somente quando alcança um DAP de 49 cm • Simulações tentam prever possíveis resultados de práticas intensivas de corte na composição demográfica e genética das espécies, utilizando características ecológicas da espécie CENÁRIOS Cenários de exploração madeireira Para cada espécies foi simulado os efeitos em cenários de exploração pré-definido, ao longo de 6 ciclos de corte sequencial • • populações exploradas em intervalos específicos (30 ou 65 anos) • em cada ciclo de corte foi simulado o diâmetro de corte 45/55 cm e 60 cm Após 6º episódio de exploração permitiu o crescimento e recuperação da população, e os parâmetros genéticos e demográficos foram medidos nessa população l ã final fi l • • populações iniciais crescem e reproduzem por 2 anos antes da 1º exploração • parâmetros â t fi i foram finais f medidos did após ó 182 anos (30 a.)) e 392 anos (65 a.)) CENÁRIOS Cenários de exploração madeireira • • Resultados desses cenários foram comparados com o cenário controle (sem exploração) correspondente - executado com a mesma duração e taxa de crescimento Cada C d cenário á i foi f i executados t d a fim fi de d estimar ti os valorem l médios édi e o desvio padrão dos parâmetros de saída • Nº total de indivíduos • Área basal total (m²) • Nº médio de alelos Resultados: Parâmetros demográficos Ciclos curtos maiores efeitos proporcionais (fortes pressão de exploração) Maior redução no tamanho da pop. sob b todos t d os regimes de corte de corte Perda redução da tamanho da população área b basal l Recuperou p tamanho da população (ciclo longo) SG - única capaz de recuperar AB (ciclo 65 anos) Bg – Bagassa / Hc – Hymeneae / Mh – Manilkara / Sg - Symphonia RESULTADOS Parâmetros demográficos • • • • População controle (sem exploração) manteve o tamanho da população estável em relação a população inicial durante todo o período simulado Para cada diâmetro de corte (45/55cm ou 60cm) quanto menor o ciclo, menor o tamanho da população, após 6 ciclos cumulativos de corte Nos diferentes ciclos de corte (30 ou 65 anos) um maior diâmetro de corte ((60 cm)) p permite uma recuperação p ç da p população p ç Em quase todos os casos a exploração teve um impacto mais forte na área basal do que no tamanho da população Resultados: Parâmetros demográficos controle Perde em área basal a cada regime de corte adicional DAP 60 cm DAP 45 cm Alcança a sustentabilidade nos cenários ciclo i l 65 anos (quase o dobro AM) 30 anos 60 anos 30 anos Resultados: Parâmetros genéticos Pequenas alterações Distância genética - variável que mais diferenciou entre os cenários (controle e exploração) Æ maioria apresentou aumento considerável Redução proporcional i l no nº de genótipos Bg – Bagassa / Hc – Hymeneae / Mh – Manilkara / Sg - Symphonia RESULTADOS Parâmetros genéticos • Perdas de alelos maiores em simulações de 392 anos do que em 182 anos Æ implica que a deriva genética* foi eliminando alelos ao longo dos anos • Em geral parâmetros mais rigorosos de exploração (30 a. DAP 45/55 cm) gera maiores perdas de alelo *DG: mudança na frequência de alelos de uma geração para outra DISCUSSÃO Tamanho da população e área basal Em geral, populações exploradas diminuíram em tamanho e área basal após cada episódio de exploração. • Mesmo sob crescimento relativamente rápido, uma população explorada não será capaz de recuperar maiores classes de diâmetro/crescimento entre t intervalos i t l de d exploração, l ã mesmo sob b ciclo i l de d corte t longo. l • Apesar de semelhanças, as espécies se comportam de forma diferente nas simulações. i l õ • • variáveis ecológicos e demográficas afetam o modo de como as espécies vão responder a pressões da exploração. DISCUSSÃO Variáveis genéticas Exploração florestal pode afetar o sistema reprodutivo das espécies pelo aumento da distância entre indivíduos da mesma espécie e reduzir d i a densidade d id d de d indivíduos i di íd reprodutivos d ti na população l ã • • • comportamento t t de d polinizadores li i d e sua capacidade id d de d se mover em grandes g d distâncias - fator determinante nos padrões de reprodução redução do n nº de árvores adultas disponíveis para a reprodução pode ser um fator na redução do nº de combinações genéticas na floresta (pós-exploração) DISCUSSÃO Incremento da área basal das espécies após único episódio de exploração (crescimento sp. de acordo com parâmetros da simulação) Cresc. + lento, 121 anos para restituir AB v Menor área basal e taxas de cresc. rápido Recupera p sua área basal em 40 anos DISCUSSÃO Implicações da extração de madeira em florestas tropicais Resultados - exploração planejada em condições atuais (DAP anos, 90% dos indivíduos retirados) é insustentável para as 4 espécies • Modificações M difi õ no ciclo, i l diâmetro diâ t e intensidade i t id d da d colheita lh it representam t interação de elementos da prática exploração que devem ser acertadas p/ permitir recuperação populacional pós-exploração • Precisa repensar a forma de como os parâmetros de exploração são aplicados na AM • • • 45 cm, 30 Cada espécies respondeu de forma diferente, tanto demograficamente e geneticamente, nos cenários de exploração Novos modelos N d l d devem i t integrar mais i de d uma espécie é i (simulando ( i l d a complexidade ecológica da floresta) e focar em grandes escalas espaciais para estimar os potenciais efeitos de exploração OBRIGADA !!