Casa de vegetação para cultivo de alface

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Revista Educação Agrícola Superior
Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.28, n.2, p.126-131, 2013.
ISSN - 0101-756X - DOI: http://dx.doi.org/10.12722/0101-756X.v28n02a08
CASA DE VEGETAÇÃO PARA CULTIVO DE ALFACE1
Natã Morais de Oliveira2, Danielle Amancio3, Renilson Targino Dantas3 & Dermeval Araujo Furtado4
RESUMO
A pesquisa teve como objetivo o desenvolvimento, implantação e análise de dois modelos de casas de vegetação tipo túnel baixo,
de baixo custo e propícias ao cultivo de alface, realizada na cidade de Campina Grande, PB. A cultura analisada foi a Alface
(Lactuca sativa L.), tipo Elba. A análise foi realizada através de delineamento estatístico em blocos casualizados com repetições.
Foram avaliadas variáveis ambientais das estruturas e variáveis agronômicas das alfaces. Os resultados mostraram que as casas
de vegetação responderam satisfatoriamente às condições ambientais, com faixas de temperaturas e umidade relativas do ar
adequadas ao cultivo de alface e as variáveis agronômicas e apresentaram resultados superiores nas casas de vegetação avaliadas,
comparadas com a testemunha.
PALAVRAS-CHAVE: cultivo em ambiente protegido, ambiência, casa de vegetação tipo túnel baixo
GREENHOUSE FOR GROWING LETTUCE
ABSTRACT
Aimed at the Development research, implementation, and analysis of two models of tunnel type greenhouses low, low cost
and Suitable for growing lettuce, held in the city of Campina Grande, PB. The culture was analyzed Lettuce (Lactuca sativa
L.), like Elba. The analysis was performed using statistical design of randomized blocks with repeats. Environmental variables
were evaluated and agronomic traits of structures lettuce. The results showed that the greenhouses satisfactorily respond to
environmental conditions, with ranges of temperature and relative humidity of air adequate for growing lettuce and agronomic
variables and showed superior results in the greenhouses evaluated, compared with the control.
KEY WORDS: cultivation in greenhouse, ambience, low greenhouse tunnel type
Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor. Professor Adjunto da UADI/UFCG. E-mail: [email protected]
Zootecnista, Mestre em Engenharia Agrícola – Campina Grande, PB. E-mail: [email protected]
Professor Adjunto da UACA/UFCG – Campina Grande – PB. E-mail: [email protected]
4
Professor Adjunto do DEAG/UFCG – Campina Grande – PB. E-mail: [email protected]
1
2
3
Casa de vegetação para cultivo de alface
INTRODUÇÃO
As casas de vegetação surgiram na Europa, com finalidade
de cultivo de hortaliças durante o inverno e, no Brasil trabalhos
de pesquisas iniciaram-se no final da década de 90, nas regiões
dos Campos Gerais, Paraná, sendo utilizada largamente
atualmente por produtores de hortaliças (Oliveira et al.,
2006). Uma das vantagens do agrotextil em cultivo protegido
é a probabilidade de montagem e desmontagem em qualquer
fase de desenvolvimento da cultura, constituindo-se em um
instrumento de proteção ambiental para produção de hortaliças
e flores, cobertas com materiais transparentes, que permitam
a passagem da luz para crescimento e desenvolvimento
das plantas (Reis, 2005). As casas de vegetação podem ser
fechadas ou semifechadas (Oliveira, 2005), onde é possível
criar e manter um micro clima ideal para o cultivo de plantas.
Quanto a estrutura podem ser do tipo capela de duas
águas, convectivo, em arco, túnel e túnel baixo (Zonier, 2004),
construídas em madeira, aço, concreto (Reis, 2005) sendo
o materiais de cobertura mais empregado o polietileno por
apresentar ótimas propriedades físicas, alta transmissividade
à radiação solar, facilidade de aquisição e baixo custo inicial
(Neto et al., 2008).
Normalmente na cobertura das casas de vegetação são
empregados plásticos transparentes com aditivos e filtros
diversos para proteção das plantas. Para climas mais quentes,
são empregados plásticos agrotextil coloridos para que
absorvam a radiação de infravermelho e de comprimentos de
ondas longas (Goto, 2004). As lonas nas cores azul (77,7% de
absortividade) e amarela (59,7% de absortividade) oferecem
melhores sombreamentos em ambientes como alta incidência
de luz com é o caso da região do semiarido do Brasil (Baêta
et al., 2011).
Baêta et al. (2011) avaliaram quatro modelos de casas de
vegetação com coberturas de lonas coloridas em cultivo de
alface, obtendo temperaturas entre 24,5 e 34 ºC, com valores
médios de 450 W m-2 de radiação do espectro visível sob
condições de céu descoberto e 120 W m-2 de radiação sob
condições de céu coberto, com captação de de espectro visível
entre 380 e 780 nm, que é a faixa em que os vegetais realizam
os processos de fotossíntese com maior intensidade e, portanto,
eficientes no atendimento da exigência da alface. Granjeiro
et al. (2006) avaliaram o desempenho de cultivares de alface
com proteção de agrotextil na cidade de Mossoró, RN, em
três formas de proteção, concluindo que, independente do
cultivar, a forma de túnel baixa registrou melhor rendimento de
massa fresca e melhor produtividade, devido às modificações
microclimáticas (radiação, temperatura e umidade do ar),
favorecendo o desenvolvimento da alface.
Tibiriçá et al. (2004) realizaram estudo avaliando quatro
casas de vegetação, com 7 m de comprimento e 8 m de largura,
no verão, distanciadas 3 metros uma das outras para cultivo
de alface, avaliando a massa e diâmetro da planta, número
e massa das folhas, número de brotações, comprimento e
massa do caule e teor de umidade das folhas. Como resultados
alcançados as alfaces das casas de vegetação sombreadas
apresentaram coloração mais clara, espessuras mais finas
das folhas e caules mais curtos e menos pesados que as das
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alfaces não sombreadas sendo, portanto, classificadas como de
qualidade superior para o consumo e a comercialização.
Resultados satisfatórios de acúmulo de massa seca da parte
aérea de alfaces cultivadas em casas de vegetação tipo túnel
baixas em Mossoró RN, foram obtidos por Barros Júnior et
al. (2004), com resultados superiores aos alfaces cultivados e
ambientes sem proteção.
Oliveira et al. (2006) avaliaram o desempenho de cultivares
das alfaces Babá de Verão, Tainá e Verônica, e três formas de
proteção (sem proteção, agrotextil diretamente na planta e
túnel com, aproximadamente, 50 cm de altura), avaliando o
número de folhas por planta, massa fresca e seca da parte aérea
e produtividade, concluindo que o tratamento com agrotextil
na forma de túnel registrou maior massa fresca da parte aérea
e produtividade. Verificou-se que as melhores respostas deveuse, provavelmente, a redução das temperaturas e luminosidades
elevadas ao longo do ciclo, favorecendo ao maior desempenho
das alfaces.
A presente pesquisa teve como objetivo desenvolver,
implantar e testar dois modelos de casas de vegetação tipo túnel
baixa, sendo uma casa de vegetação com cobertura tipo capela
(CVC) e uma casa com cobertura em arco (CVA), ambas de
baixo custo e propícias ao cultivo de alface, comparadas a um
ambiente não protegido.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida na área de experimentos do
Laboratório de Construções Rurais e Ambiência - LACRA,
da Unidade Acadêmica de Engenharia da UFCG, Campus de
Campina Grande, localizada a 7º13’11’’ de latitude Sul e a
35º52’31’’ de longitude Oeste, com altitude aproximadamente
550 m acima do nível médio do mar. Conforme Jácome et
al. (2009) o clima é do tipo AWi caracterizado como clima
tropical (megatérmico), com precipitação em torno de 802,7
mm, classificação de Köeppen. A temperatura do ar anual
oscila em torno de 23,3 ºC, com máxima de 30,9 ºC, mínima
de 18,4 ºC e umidade relativa do ar variando entre 75 e 83%
(Medeiros et al., 2011).
Para realização da pesquisa foram desenvolvidas e
implantadas duas casas de vegetação tipo túnel baixo, sendo
uma casa de vegetação com cobertura tipo capela (CVC) e casa
de vegetação com cobertura em arco (CVA), implantadas no
sentido leste-oeste, as quais foram comparadas a um canteiro
não protegido (TEST), que serviu para comparar as condições
das casas de vegetação.
O experimento foi realizado no período de 10 de março a
21 de junho e o material utilizado na construção das estruturas
experimentais foi o PVC, tendo em vista resistir à ação de
fungos, bactérias, insetos, roedores e a maioria dos reagentes
químicos, além de ser bom isolante térmico, impermeável
a gases e líquidos, além de resistir satisfatoriamente às
intempéries.
Para a cobertura das casas de vegetação foi utilizada lona
amarela agrotextil de 150 μm, de 6 m de largura, da marca
Poliagro, fixada por abraçadeiras de nylon de 180 x 3,5 mm, em
furos feitos no local da instalação. A lona agrotextil oferece boa
resistência mecânica, além de sua cor obter transmissividade de
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Mês efetivo de circulação deste número: Outubro/2014.
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Natã M. de Oliveira et al.
42,1%, conforme estudos realizados por Baêta et al. (2011). A
mesma lona foi utilizada para o fechamento das extremidades
das casas de vegetação para impedir pancadas de ventos e o sol
na face leste pela manhã e sol na face oeste no período da tarde.
A Casa de Vegetação tipo Capela (CVA) (Figura 1A),
consistiu em um ambiente protegido tipo túnel baixo, com
aberturas laterais sem proteção, com estrutura em tubos e
conexões em PVC, para instalação hidráulica de solda, com
diâmetro de 25 mm.
Sua estrutura é constituída por pórticos em duas águas,
com inclinação do pórtico de 135º em relação a coluna lateral,
com dimensões de 1,05 m de largura e 4,00 m de comprimento,
dividido no sentido longitudinal por 4 pórticos, espaçados
igualmente, com altura de 1,20 m, conforme Goto (2004) que
recomenda uma altura de 0,50 a 1,00 m, superior à cultura que
será conduzida no interior da estrutura.
A Casa de Vegetação em Arco (CVA) (Figura 1 B) consistiu
em um ambiente protegido tipo túnel baixo, com as mesmas
dimensões, estrutura e equipamentos da CVA, ancorada ao
terreno por grampos de aço redondo de 3/8″ e as amarrações
em corda de nylon para estabilizar a estrutura.
Para realização do experimento foram instalados três
canteiros com tratamentos diferentes, sendo um com CVC,
CVA e na TEST, espaçadas uma das outras 1,50 m, conforme
recomendações de Baêta et al. (2011) e Zolnier (2004), para
permitir a circulação entre elas e para que uma estrutura não
servisse de barramento de vento para as demais. Para coleta das
condições ambientais foram instalados datalogger posicionado
na metade da altura da estrutura, de modo a evitar influencia de
temperatura da cobertura ou do solo.
O experimento foi instalado em terreno com barramento
de vento natural, nas extremidades sul e leste, com vegetação
Figura 1. Casa de vegetação com barramento (CVCB)
Figura 2. Casa de vegetação sem barramento (CVSB)
na altura acima das estruturas projetadas. Em torno dos
canteiros foram abertas valetas em forma de V, com 15 cm de
profundidade, de modo a coletar água da irrigação e contribuir
com a unidade do solo na parte mais profunda do calado.
Os canteiros foram preparados com 50 cm de profundidade,
elevado 15 cm do nível do solo, com um substrato de terra
vegetal, areia e adubo animal curtido. Os canteiros foram
irrigados com água tratada pela manhã e a tarde até a pegação
das plantas, passando a ser irrigados apenas no período da
manhã após duas semanas. A água foi classificada como classe
C2, que representa salinidade moderada (Vasconcelos, 2009)
sendo recomendada para irrigação de hortaliças e plantas
frutíferas.
Para condução do experimento, foram utilizadas sementes
da Isla, de alface (lactuca sativa L.) Elba, largamente cultivada
na região por meios tradicionais. O transplantio ocorreu
quando as plantas atingiram entre 4 e 6 folhas permanentes,
no período da tarde, para que as mesmas passassem por um
processo de adaptação em clima ameno.
As plantas foram transplantadas nos três canteiros de 4,00 x
1,00 m de largura disposto em um delineamento experimental
em blocos casualizados, com repetição, com três tratamentos
em seis blocos e quatro repetições. A coleta das plantas para
análise foi definida conforme Benincasa (2003) que recomenda
retirada de amostras entre 12 e 20 plantas. Cada tratamento foi
representado por um canteiro com quatro parcelas, contendo
20 plantas organizadas em fileiras 5x4. Foram coletadas para
análise as plantas na área central de cada parcela, sendo as
plantas das extremidades servindo de bordadura.
As variáveis ambientais de temperatura e umidade relativa
do ar no interior das casas de vegetação foram registradas,
através de datalogger, e os dados de temperatura e umidade
relativa do ar, velocidade do vento e insolação do ambiente
externo, fornecidos pela Estação Meteorológica da EMBRAPA/
ALGODÃO de Campina Grande,PB.
Durante o desenvolvimento da cultura, foram coletadas
semanalmente quatro plantas em cada tratamento, totalizando
doze amostras. As variáveis agronômicas coletadas foram:
altura da planta (AP), largura do dossel (LD), número de folhas
(NF), área foliar (AF), massa fresca (MF) e massa seca (MS).
Os dados agronômicos foram analisados por meio de análise
de variância, e as médias, comparadas pelo teste de Tukey, a
5% de probabilidade, utilizando-se o software Assistat (SILVA
& AZEVEDO, 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O distanciamento entre os canteiros (1,50m) no interior das
casas de vegetação mostrou-se eficiente, contribuindo para que
as estruturas se mantivessem em bom estado de conservação
e resistência, amenizado os efeitos causados pelas rajadas de
ventos, além de permitir a circulação para manejo nos canteiros.
Os resultados são compatíveis com os obtidos por Tibiriça et
al. (2004) a partir de experimentos realizados em condições
semelhantes. Quanto ao fator luz, a cobertura mostrou-se
eficiente, o que confirma a eficiência do sombreamento com
a lona plástica de cor amarela de 150 µm, recomendada por
Oliveira (2005) e Baêta et al. (2011).
Revista Educação Agrícola Superior - v.28, n.2, p.126-131, 2013.
Mês efetivo de circulação deste número: Outubro/2014.
Casa de vegetação para cultivo de alface
As duas estruturas das casas de vegetação (CVC) e (CVA)
responderam mecanicamente bem às condições dos agentes
ambientais como sol, chuva e ventos, muito comuns nos
primeiros meses na região, não sendo observados danos na
estrutura de PVC e nas coberturas e fechamento de lona nas
faces leste, que receberam os maiores impactos dos ventos.
A fixação da casa de vegetação CVC, feita diretamente
no solo, através de extensão inferior da estrutura, mostrou-se
eficiente na ancoragem no solo e o aspecto negativo observado
na ancoragem, reside na necessidade de aberturas de valas para
aterramento da estrutura o que pode danificar o canteiro em
casos de desmontagem para reparos.
A fixação da Casa de Vegetação CVA por grampos no solo
e por um sistema de dois cabos tensionados se mostraram
eficientes e fáceis de montar, embora nas extremidades Leste e
Oeste tenham dificultado o acesso à área de manejo. As agarras
de nylon para fixar os cabos, apesar de ser uma solução simples,
atendeu satisfatoriamente na fixação dos cabos tensionados
nos arcos.
As variáveis ambientais externas apresentaram velocidade
do vento variando entre 1,5 a 4.9 m/s, entre brisa leve e
brisa suave e, segundo a escala de Beaufort, não influencia
negativamente no desenvolvimento das plantas, na ancoragem
e nas estruturas das casas de vegetação. A precipitação
apresentou pouca intensidade no mês de maio, registrando a
máxima de 8,9 mm, e o mês de junho houve precipitação na
maioria dos dias, com chuvas mais intensas nos dias 5 (52.2
mm), 17 (28.7 mm), 18 (77.6 mm) e 19 (23.6). Essa frequência
de precipitações no mês de junho contribuiu para maior
irrigação da testemunha, mas pode interferir no crescimento e
desenvolvimentos das plantas. A insolação apresentou intervalo
máximo de 0 às 9 horas, sendo que no mês de maio houve
insolação em todos os dias do mês. A incidência de sol nos
canteiros indica que as estruturas e as plantas da testemunha
receberam carga de radiação solar, praticamente, todos os dias.
A temperatura média do ar nas casas de vegetação CVC e
CVA foram semelhantes (P > 0,05) entre si, porem diferiram
da testemunha (P < 0,05), que foi mais baixa (Tabela 1), e
em todos os tratamentos as temperaturas estiveram dentro do
limite da faixa ótima para a cultura da alface, que deve estar
entre 24 e 30 ºC, sendo compatíveis com estudos realizados
por Santana et al. (2009) em ambientes sombreados na região
do submédio São Francisco-BA.
A umidade relativa do ar foi semelhante entre as duas
casas de vegetação, mas apresentaram valores diferentes (P <
0,05) da testemunha, que foi mais elevada. Nas duas casas de
vegetação os valores ficaram dentro do exigido pela alface, que
pode oscilar entre 60 e 70%, demonstrando a importância da
produção da alface em ambientes protegidos, sendo a media
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Tabela 1. Médias de temperatura e umidade do ar nos três
tratamentos
Tratamentos
Casa de Vegetação CVC
Casa de Vegetação CVA
Testemunha TEST
Temperatura Umidade relativa
do ar (ºC)
do ar (%)
29,76 a
61,06 b
29,27 a
61,14 b
24,06 b
80,75 a
DMS = 2,11
DMS = 11,93
MG = 27,70
MG = 67,65
CV% = 6,06
CV% = 16,96
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey
ao nível de 5% de probabilidade.
da UR para a testemunha acima da ideal. Valores de TA e UR
dentro da faixa ideal podem ser mais adequadas ao crescimento
e desenvolvimento das plantas.
As variáveis agronômicas de altura da planta (AP), largura
do dossel (LD) e área foliar (AF) foram semelhantes na CVC
e CVA (P 0,05), diferindo da testemunha (P < 0,05), que
apresentou valores mais baixos. O número de folhas (NF),
massa fresca (MF) e massa seca (MS) não apresentaram
diferenças significativas (P > 0,05) entre as casas de vegetação
e a testemunha. Não foi observado entre os tratamentos,
anomalias morfológicas ou variação na interação entre as
variáveis de crescimento.
Os dados relativos à altura da planta (AP) mostraram que o
desenvolvimento foi semelhante nas duas casas de vegetação
CVC e CVA (Figura 5 A), com processo de crescimento inicial
de forma semelhante, diferenciando-se a partir do dia 30 de
junho, quando comparado com a testemunha, onde as plantas
passaram a ter um desenvolvimento significativamente menor.
Os resultados são compatíveis com os dados de experimentos
realizados por Barros Júnior et al. (2004) e Oliveira et al. (2006),
a partir de cobertura de agrotextil na cidade de Mossoró, RN.
A temperatura ideal para desenvolvimento da alface situase entre 15 e 24 ºC conforme (Feltrim, 2005), no entanto, os
dados meteorológicos de temperatura externa média de 23 ºC
no mês de junho apresentou a menor temperatura de 18.6 ºC,
ou seja, o ambiente externo apresentou temperatura abaixo
do tolerado pela alface, o que pode ter provocado estresse
fisiológico (Bezerra Neto, 2005) contribuindo assim, para o
retardo do crescimento das plantas no tratamento não protegido
(TEST). Os resultados são superiores aos obtidos por Barros
Júnior et al. (2004) e Oliveira et al. (2006) em experimente em
casa de vegetação em túnel baixo de 50 cm, o que confirma
que a proteção em forma de túnel com agrotextil apresentam
melhores resultados para a altura das plantas.
A largura do dossel (LD) também mostram que o
desenvolvimento foi idêntico para os dois tratamentos
protegidos CVC e CVA, superiores em relação ao ambiente
Tabela 2. Resumo das médias de altura da planta (AP), largura do dossel (LD), número de folhas (NF), área foliar (AF), e
Massa Seca (MS), para os três tratamentos
Tratamento
Casa de vegetação CVC
Casa de vegetação CVA
Testemunha TEST
CV%
AP
LD
(cm)
34.71 a
37.00 a
24.63 b
26.53
42.83 a
42.42 a
33.29 b
9.82
AF
(cm²)
4142.61 a
4163.39 a
2605.60 b
33.49
NF
(un)
28.13 a
29.42 a
26.02 a
27.36
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
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Mês efetivo de circulação deste número: Outubro/2014.
MF
MS
(g)
202.99 a
201.73 a
171.28 a
39.87
11.01 a
11.44 a
8.973 a
38.71
130
Natã M. de Oliveira et al.
Figura 3. Médias de altura da planta ao longo do tempo (A) e
médias da largura do dossel ao longo do tempo (B)
não protegido (Figura 5 B), onde as plantas tiveram o seu
desenvolvimento significativamente inferior, acentuando-se a
partir do dia 30 de maio.
As médias de área foliar nas casas de vegetação CVC e
CVA tiveram crescimento ao longo do ciclo (Figura 6 B),
sendo que a testemunha apresentou bom desenvolvimento ate
o dia 30 de maio, quanto praticamente não aumentou mais sua
média, por influencia dos fatores climáticos.
As médias do número de folhas ao longo do ciclo foram
semelhantes em todos os tratamentos (Figura 6), semelhantes
aos resultados obtidos por Barros Júnior et al. (2004) e Santana
et al. (2009) em experimentos com alface. Radin et al. (2009)
cita que a temperatura é responsável pelo aparecimento de
folhas, sendo os resultados melhores em ganho de folhas em
ambientes protegidos.
As médias de massa fresca não tiveram comportamento
semelhante (Figura 7 A) e estes resultados confirmam os
divergem dos descritos por Oliveira et al. (2005) na cidade
de Mossoró, em que, independente da cultivar, a casa de
vegetação em tipo túnel registra maior quantidade de massa
fresca da parte aérea.
A produção de matéria seca seguiu a mesma tendência de
crescimento da área foliar e o ganho da matéria fresca, que
foram semelhantes (Figura 6), e observam-se desempenhos
semelhantes nas três primeiras coletas das plantas, com melhor
desempenho nos ambientes protegidos a partir da quarta coleta
(Figura 7 B).
Figura 4. Médias do número de folhas ao longo do tempo (A)
e média área foliar ao longo do tempo (B)
Figura 5. Médias de massa fresca ao longo do tempo (A) e
médias de massa seca ao longo do tempo (B)
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Mês efetivo de circulação deste número: Outubro/2014.
Casa de vegetação para cultivo de alface
Comparando-se os três tratamentos quanto ao
desenvolvimento e crescimento das plantas, deduz-se que as
duas casas de vegetação avaliadas se mostraram eficientes e
oferecem condições satisfatórias para o cultivo da alface, sendo
que a casa de vegetação CVA, apresentou maior regularidade
ao longo do ciclo de desenvolvimento das alfaces.
CONCLUSÕES
1. As casas de vegetação avaliadas podem ser utilizadas
na cultura da alface, apresentando bons índices bioclimáticos,
permitindo a penetração de luz e circulação de ventos e foram mais
eficientes no cultivo das alfaces que no ambiente sem proteção
2. O distanciamento de 1,5 m da altura da estrutura se mostrou
adequado na circulação de ventos e no manuseio das instalações.
3. Os materiais utilizados nas estruturas mostraram-se
eficientes na montagem e instalação, dispensando mão-de-obra
especializada, além de baixo custo de aquisição e as estruturas
foram ideais, sendo a estrutura em arco mais eficiente..
LITERATURA CITADA
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Mês efetivo de circulação deste número: Outubro/2014.
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