SOFA e APACHE

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A presente aula visa conhecer e compreender os índices prognósticos utilizados em Medicina
Interna, quais sejam: SOFA e APACHE II.
O SOFA escore foi desenvolvido pela Sociedade Européia de Terapia Intensiva como um método
para descrever individualmente a disfunção/falência orgânica. Posteriormente, observou-se que este
escore não era restrito aos pacientes sépticos e o método passou então a ser designado “Sequential Organ
Failure Assesssment”.
Este índice tem como finalidade registrar as variações do processo de disfunção/falência orgânica ao
longo do tempo e objetivamente quantificar o grau desta disfunção em cada um dos órgãos analisados,
diariamente, auxiliando a compreensão da fisiopatologia de situações clinicamente relevantes. Dessa
maneira, Constitui um importante indicador prognóstico a ser utilizado para quantificar o impacto de
intervenções terapêuticas sobre a morbidade, bem como para identificar grupos de maior risco e que
merecerão maior monitorização.
A avaliação por meio do SOFA se dá pela análise de seis sistemas orgânicos, que são: Respiratório,
Hematológico, Hepático, Renal, Cardiovascular e Neurológico. Cada sistema é avaliado a partir de
variáveis simples, objetivas, disponíveis por rotina em todas as Utis, especifícas para o órgão em questão.
Exemplificando-as, respectivamente: PaO2/FiO2, Plaquetas, Bilirrubina sérica, Creatinina Sérica, PAM e
uso de drogas vasoativas (Nora, Adrenalina, Dopa, Dobutamina) e Escala de Glasgow.
O valor dessas variáveis é quantificado de 0-4, quanto maior pontuação atribuída a determinado sistema,
maior seu grau de comprometimento.
O APACHE II criado em 1985 é um índice que pode ser calculado após admissão imediata do
paciente no hospital, principalmente em unidade de terapia intensiva (UTI), e que leva em consideração
12 variáveis fisiológicas, idade e doença crônica. É recomendado pelo Ministério da Saúde devido ao seu
uso consagrado em pacientes adultos que precisam de cuidados intensivos.
Esse índice tem como finalidade estratificar pacientes de acordo com a gravidade da doença e o
prognóstico, acompanhar a evolução e resposta à terapêutica, avaliar o desempenho da UTI e compará-lo
com o de outras unidades, comparar a mortalidade hospitalar observada com a esperada, avaliar
indiretamente o custo/benefício de determinados procedimentos. Para o cálculo do APACHE, é
necessário realizar a soma de 12 variáveis clínicas, fisiológicas e laboratoriais, determinando assim uma
pontuação, ou seja, é um cálculo que depende da condição fisiológica e patológica do paciente. Utiliza-se
um software que calcula automaticamente o escore fisiológico, o APACHE e o risco de óbito.
As variáveis fisiológicas utilizadas são: temperatura retal, PAM (pressão arterial media), FC, FR,
oxigenação, pH arterial, sódio sérico, potássio sérico, creatinina sérica, hematócrito, leucometria e escala
de Glasgow. Essas variáveis são também quantificadas numa escala de 0-4, na qual as maiores
pontuações são atribuídas aos piores valores das variáveis fisiológicas.
Raquel Menezes.
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