Agência de Notícias Brasil-Árabe - SP 12/08/2008 - 07:00 Egito intensifica abertura da economia O país fez uma série de reformas para atrair indústrias estrangeiras. As medidas adotadas foram tema de um seminário realizado ontem em São Paulo, com a presença de empresários brasileiros e egípcios. Isaura Daniel São Paulo – O Egito, país árabe da África, vem intensificando o seu processo de abertura econômica com o objetivo de atrair indústrias estrangeiras. As medidas adotadas pelo governo local para tornar a nação mais visada pelos investidores internacionais foi um dos grandes temas ontem (11) do seminário entre empresários do Brasil e do país árabe, que ocorreu na sede da Federação do Comércio (Fecomercio), em São Paulo, e teve a presença do ministro da Indústria e Comércio do Egito, Rachid Mohamed Rachid. Sérgio Tomisaki/Agência Meios Rachid apresentou oportunidades do Egito Rachid começou no último final de semana uma visita ao Brasil, que seguirá até a próxima quinta-feira e que inclui encontros com representantes do governo, entidades e iniciativa privada. De acordo com discurso feito pelo ministro aos empresários brasileiros, nos últimos anos o país delegou um papel muito maior ao setor privado, abriu o país para a concorrência externa, reduziu taxas alfandegárias, simplificou os investimentos. “Estamos abrindo cada vez mais nossa economia”, afirmou o líder egípcio. Boa parte do desempenho econômico do Egito é atribuída a estas medidas. No ano passado, o país teve, por exemplo, crescimento de 7,1% no Produto Interno Bruto, exportações nãopetrolíferas de US$ 12 bilhões e investimentos estrangeiros diretos de US$ 11 bilhões. O setor turístico atrai atualmente 11 milhões de pessoas. “Convidamos as empresas brasileiras a se beneficiarem disso também”, disse o presidente da Federação das Câmaras de Comércio do Egito, Mohamed El Masry, que foi um dos palestrantes do seminário. Sérgio Tomisaki/Agência Meios Em uma coletiva de imprensa, o ministro Rachid reforçou a importância de o Brasil olhar mais para o Egito. “O Seminário reuniu brasileiros e egípcios Brasil está se tornando, cada vez mais, um país que cria companhias multinacionais. Há companhias brasileiras se internacionalizando e elas não podem ser bem-sucedidas no mundo se ignorarem o papel do Egito. No início elas irão para os Estados Unidos, Europa, China, mas em seguida terão de pensar o que fazer em relação ao Mediterrâneo, Ásia, África e Oriente Médio. E no Oriente Médio elas vão buscar parcerias estratégicas com o Egito”, disse Rachid. O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr., que fez a abertura do seminário, disse estar certo do futuro promissor que as relações econômicas e sociais de Egito e Brasil têm. “Egito e Brasil darão grande impulso em suas relações”, afirmou, referindo-se também aos efeitos da visita do ministro egípcio. O ministro lembrou que em função da economia diversificada que tem, o Egito oferece muitas oportunidades de negócios para os estrangeiros. Isso porque, apesar de ter 14% da renda atrelada ao agronegócio, o país também tem outras áreas econômicas desenvolvidas, como o comércio, a indústria, o turismo, o setor de petróleo e gás. “O Egito é um país singular no Oriente Médio”, disse Rachid. Outro atrativo para indústrias estrangeiras que se instalam no país árabe é o volume de acordos que o Egito mantém com países da região. Os egípcios têm acordos comerciais com países europeus, africanos e árabes, o que facilita a entrada de produtos fabricados na nação nestes mercados. De acordo com El Masry, somando estes países, o Egito, que tem população de 80 milhões de habitantes, tem um mercado estendido de um bilhão de consumidores. O ministro citou como áreas promissoras para investimentos, no país, a de autopeças, montagem de veículos e têxtil. Mais comércio A necessidade do aumento do comércio entre os dois países também foi tema do seminário. “Temos que comprar mais do Brasil e vender mais para o Brasil”, disse Rachid. Atualmente, a balança comercial entre as duas nações é deficitária para o Egito. Enquanto o Brasil exportou US$ 694,9 milhões para os egípcios entre janeiro e julho, os egípcios venderam apenas US$ 96 milhões ao Brasil. “Não estamos preocupados com o déficit, acho melhor comprarmos do Brasil do que dos Estados Unidos, Europa ou qualquer outro país porque o produto do Brasil é barato e de qualidade melhor”, afirmou o ministro. Além de participar do seminário, ontem em São Paulo Rachid também visitou a sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, onde trocou presentes com o presidente da entidade. Rachid foi recebido por Sarkis e outros líderes da entidade como o vice-presidente de Marketing Rubens Hannun, o vice-presidente de Relações Internacionais Helmi Nasr e o secretário-geral Michel Alaby. Ele também teve encontros privados com representantes de grandes companhias brasileiras e participou de um encontro no Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores Sérgio Tomisaki/Agência Meios Ministro egípcio (dir.) esteve com (Sindipeças). http://www.anba.com.br/ Ministro egípcio (dir.) esteve com lideranças da Câmara Árabe www.inovsi.com.br