A depressão em pessoas vivendo com HIV/aids

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Saber Viver
P R O F I SS I O N A L D E SA Ú D E
nº 8 • Janeiro 2007
A depressão em pessoas
vivendo com HIV/aids
O diagnóstico e o tratamento dos transtornos
depressivos são fundamentais para a melhoria
da qualidade de vida desse grupo
A importância de
identificar e tratar a
depressão
Saber Viver Profissional de Saúde
8ª Edição – Janeiro 2007
Correspondências à redação:
C. Postal 15.088 – Rio de Janeiro (RJ)
Cep 20.031-971
Coordenação, edição e reportagem:
Adriana Gomez e Silvia Chalub
Secretária de redação:
Ana Lúcia da Silva
Consultora lingüística:
Leonor Werneck
Foto:
Alex Ferro, agência Pedra Viva
Colaborou nesta edição:
Gabriela Waghabi, infectologista do Centro de
Referência e Treinamento em DST/Aids do Estado
de São Paulo; Gisela Cardoso, psicóloga do
Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho/UFRJ; Ivana Drummond Cordeiro,
consultora do Programa Nacional de DST/Aids do
Ministério da Saúde; Lahire Dutra de Carvalho
Neto, psicólogo clínico; Lizete Pontes Macário
Costa, médica psiquiatra do Hospital Universitário
Pedro Ernesto/UERJ; Maurício Tostes, médico
psiquiatra do Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho/UFRJ; Soraia Teijeiro Fraga, médica
psiquiátrica do Centro de Referência e
Treinamento em DST/Aids do
Estado de São Paulo.
Projeto Gráfico e Arte Final:
A 4Mãos Com. e Design
Impressão:
Gráfica MCE
Apoio:
risteza, medo da morte e raiva são alguns dos
sentimentos mais comuns que assolam as pessoas que
se descobrem infectadas pelo HIV. Muitas vezes, esses
sentimentos podem estar associados a transtornos
psiquiátricos. Identificá-los e tratá-los talvez seja um dos
grandes desafios da equipe de saúde que atende pessoas
vivendo com HIV/aids. Trabalhar pela saúde mental do
paciente, em alguns casos, é tão ou mais importante do que
oferecer a melhor opção de terapia anti-retroviral. Para uma
boa adesão ao tratamento, o indivíduo deve estar, sobretudo,
consciente da importância de sua adesão à vida. Algumas
pesquisas dão conta de que a depressão é o transtorno
psiquiátrico mais comum entre esse grupo. O diagnóstico e o
tratamento adequados de depressão podem transformar (para
melhor) a vida de uma pessoa. Esta edição da Saber Viver
Profissional de Saúde aborda alguns aspectos da depressão
em pessoas com HIV/aids, como a importância da
identificação de um quadro depressivo e o tratamento
adequado em associação com os anti-retrovirais. Como em
todas as publicações, a Saber Viver Profissional de Saúde não
tem a pretensão de esgotar o assunto. Pelo contrário, faz um
alerta para a importância do tratamento de transtornos
psiquiátricos em pessoas que vivem com HIV/aids e espera
contribuir para que a equipe de saúde, em conjunto, possa
desenvolver estratégias que minimizem os efeitos da
depressão na vida de seus pacientes.
T
Boa leitura
Tá na Hora!
Uma cartilha gratuita que ajuda a preparar o paciente
para iniciar o tratamento com os anti-retrovirais
A edição é gratuita e limitada. Garanta os seus exemplares: escreva para
[email protected], informando os dados do serviço de saúde e o número de
cartilhas que gostaria de receber.
3
Depressão e HIV:
identificação de sintomas
e diagnóstico
identificação de sintomas e o
diagnóstio da depressão são
uma importante etapa do
tratamento de uma pessoa vivendo
com HIV/aids. Devido à multiplicidade dos sintomas, esse diagnóstico exige muita precisão. Os
portadores de HIV, além do transtorno emocional que qualquer doença grave provoca, em muitos casos,
têm que conviver com preconceitos,
estigma e se adaptar a uma nova
realidade de vida. Para o psicólogo
clínico Lahire Dutra de Carvalho Neto,
que trabalhou durante 10 anos com
pacientes soropositivos no Hospital
Universitário Gaffrée & Guinle, no Rio
de Janeiro, os sintomas que
identificam uma depressão são
• falta ou pouco interesse em
atividades cotidianas;
• cansaço, perda de apetite ou total
ausência deste, descartada
qualquer doença clínica;
• falta de concentração em geral;
• pensamentos mórbidos freqüentes e pensamentos suicidas com
ou sem tentativas;
A
•
•
sensação de falta de esperança;
dificuldades de dormir, perda
total do sono ou aumento deste;
• culpa excessiva;
• julgamentos rígidos e depreciativos sobre si mesmo.
Segundo Lahire, que tem formação
em psicoterapia breve e focal de
base analítica, sexologia e terapia
cognitiva comportamental, os
sintomas da depressão são difíceis
de serem avaliados e muitas vezes
a queda imunológica decorrente do
HIV traz sintomas parecidos com os
da doença. Para a médica psiquiatra
Lizete Pontes Macário Costa, do
Hospital Universitário Pedro Ernesto,
no Rio de Janeiro, e pesquisadora
LEPPA - DST/AIDS – do Hospital
Escola da Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ), os
soropositivos devem reconstituir a
sua identidade a partir da nova
condição de serem portadores de
uma patologia definitiva. Para isso, a
médica afirma que é fundamental
uma série de fatores: estrutura de
personalidade prévia, grau de suporte
familiar, o significado que a doença
tem para o meio do indivíduo, as
suas formas de manifestação e a
resposta ao tratamento. Segundo ela,
“alguns quadros mentais são comuns
e esperados, como as reações de
ajustamento e de adaptação ao
diagnóstico”.
TIPOS E DIAGNÓSTICO
Existem dois tipos de depressão: a
endógena - de formação interna,
genética e transmitida entre familiares
- e a exógena - causada por fatos
externos com situações que independem da vontade do indivíduo, como
doenças, perda de um familiar, de
emprego e/ou prejuízos financeiros.
Por essas razões, os especialistas
atuam com extrema atenção ao lidar
com os pacientes, especialmente os
portadores de HIV. Para Lizete
Macário, fazer um diagnóstico de
depressão para esses pacientes deve
considerar os seguintes aspectos:
• a realização prévia de uma anamnese extensa buscando ouvir as
•
•
•
•
•
•
queixas, entender os sintomas e
confirmar o quadro clínico;
a presença de profissional médico
psiquiatra com experiência clínica
assistencial;
o diagnóstico de depressão do
paciente HIV/aids considera os
mesmos critérios para o
diagnóstico de depressão do
paciente em outra situação clínica;
a necessidade de realizar diagnóstico diferencial entre depressão e as diversas manifestações
reativas referentes à clínica da aids;
o diagnóstico de doenças como
anemia, desnutrição, distúrbio
metabólico ou endócrino e efeitos
colaterais dos medicamentos;
o maior risco aponta para
indivíduos com transtornos de
personalidade, história de
depressão, perdas recentes, baixo
apoio familiar, passividade frente à
doença e ao tratamento;
a avaliação de risco de suicídio.
SENTIMENTO DE CULPA
O psicólogo clínico Lahire acredita
que alguns pacientes soropositivos
podem sofrer de depressão motivada
pela sensação de limite da vida, da
real possibilidade de morte até então
distante de si mesmo e das perdas
sofridas durante toda a sua vida. A
aceitação do diagnóstico positivo para
o HIV pode ser dificultada pela experiência pessoal: vergonha e sensação
de culpa por ter se arriscado e se
contaminado quando já sabia como
se prevenir. Então, o paciente sente
medo de sofrer com um julgamento
rígido de seus familiares, grupo de
amigos, no relacionamento afetivo e
na vida profissional. Por isso, o
psicólogo afirma que a depressão
precisa ser diagnosticada e tratada
para que não se agrave o quadro
clínico do paciente com HIV: “a
"A depressão traz um
efeito negativo na
qualidade de vida do
paciente e
acaba prejudicando todo
o tratamento clínico.
Sabe-se também que a
depressão crônica não
tratada
aumenta a mortalidade
do paciente
soropositivo"
Lahire Dutra,
psicólogo clínico
depressão traz um efeito negativo na
qualidade de vida do paciente e,
quando não diagnosticada e não
tratada adequadamente, acaba
prejudicando todo o tratamento
clínico. Sabe-se também que a
depressão crônica não tratada
aumenta a mortalidade do paciente
soropositivo e, em alguns casos, a
presença do vírus no organismo pode
acarretar a depressão”. A combinação
de psicoterapia de apoio, focal e
cognitiva combinada com medicação
antidepressiva é aconselhável para um
tratamento eficaz no combate à
doença. “A psicoterapia é fundamental
para ajudar a resgatar sua identidade,
auto-estima, independência e ajuda
na superação da discriminação, além
de oferecer suporte à família para
enfrentar esse momento tão delicado”,
diz o psicólogo.
RELAÇÃO PACIENTE - MÉDICO É
FUNDAMENTAL PARA
TRATAMENTO
O suporte da família e amigos é
fundamental para que o portador de
HIV em estado depressivo apresente
melhoras. Para Lizete Macário, “o tratamento integra a participação familiar,
a relação paciente/médico/equipe de
saúde, psicoterapia adequada ao paciente, suporte de grupo de apoio, uso
criterioso de medicação antidepressiva. É recomendável cautela e monitoramento devido à interação medicamentosa. O uso de medicação
ansiolítica é indicado em situações específicas, nos quadros de ansiedade,
por exemplo, buscando a retomada
de funções orgânicas”. Ela esclarece
também que, no caso de pacientes
com histórico de depressão, é indicada a retomada do tratamento
psiquiátrico com o objetivo inclusive de
favorecer a adesão ao tratamento da
aids. Em se tratando de diagnóstico
de depressão reativa ao quadro clínico, o tratamento da causa clínica subjacente (doença infecciosa) tende a
gerar mudanças no quadro de depressão diagnosticado. A médica destaca a importância da relação médico-paciente: “o paciente com HIV/aids,
como qualquer outro paciente, busca
ajuda do médico porque se sente
ameaçado por algo desconhecido em
seu corpo que mobiliza seus temores ligados às possibilidades de adoecer e de morrer. As questões da vida
do paciente passam a dizer respeito
também ao médico e à relação que se
estabelecerá entre ambos. A expectativa em relação à cura está contida no
tratamento, na possibilidade de aderir
ao uso da medicação. Então, é da
maior importância que o médico incentive uma boa relação com o seu
paciente para sua estabilidade física e
psicológica”. n
5
O tratamento
da depressão
em pessoas
vivendo com
HIV/aids
egundo especialistas, os transtornos
depressivos são a maioria dos
distúrbios psíquicos entre pessoas
com HIV/aids. Embora seja difícil precisar a
proporção exata, estudos indicam que a
porcentagem de depressão em soropositivos pode variar de 4% a 40%.
Sintomas de depressão assim como de
ansiedade podem ser reações comuns em
pessoas que sofrem de alguma doença,
inclusive a aids. Fatores como o sentimento
de discriminação, a perda da auto-estima, a
falta de apoio familiar e social, o medo da
morte e mesmo os efeitos colaterais dos
medicamentos podem desencadear um
processo depressivo muito intenso em
alguns pacientes. O diagnóstico precoce da
depressão é de extrema importância para
manter a adesão ao tratamento ARV e,
conseqüentemente, para um prognóstico
melhor da infecção pelo HIV e para a
melhora da qualidade de vida do
soropositivo.
S
6
“A depressão é uma manifestação psíquica que requer muita
atenção do profissional porque, de alguma maneira, o sintoma
depressivo vai aparecer. O que varia é o grau de intensidade, a forma
e a continuidade da manifestação em cada pessoa", diz Gisela
Cardoso, psicóloga do Programa de Aids do Serviço de Doenças
Infecciosas do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
(HUCFF/UFRJ), no Rio de Janeiro. Segundo ela, é necessário que os
profissionais de saúde tenham mais sensibilidade para diagnosticar a
depressão: “o atendimento, muitas vezes, fica focado no tratamento
com os ARV. Saber se tomou o remédio, como tomou e o que sentiu
é absolutamente fundamental. Entretanto, a depressão pode ser um
fator que dificulta a adesão do paciente ao tratamento. Logo, ela
precisa ser identificada o quanto antes", diz a psicóloga.
Para isso, o HUCFF – que possui um Programa de Aids há 20
anos – conta com uma equipe de saúde mental integrada à rotina
clínica e assistencial. Ao longo desses anos, a atuação em saúde
mental foi se adaptando às diferentes fases da epidemia. “Antes do
surgimento dos anti-retrovirais (ARV), não tínhamos opção de
tratamento. Era muito angustiante”, conta a psicóloga. Com o
descobrimento dos ARV, a aids passou a ser considerada uma doença crônica, com o aumento da sobrevida das pessoas. Porém, para se
beneficiar desse tratamento, os soropositivos precisam aceitar a
doença e o tratamento. “Este é o grande desafio. Muitos pacientes não
conseguem aceitar que estão infectados e que precisam de tratamento porque possuem questões de ordem psicológica e social”,
explica a psicóloga do HUCFF. “Não adianta você ter o melhor
tratamento, o melhor serviço de saúde, assistência psicológica, se
você mesmo não se vê como sujeito que quer ou que pode se
beneficiar daquilo", completa Gisela. Geralmente, segundo a psicóloga,
as pessoas que têm mais dificuldade de aceitar a doença reagem ao
tratamento com sentimento de tristeza, desânimo, desinteresse, culpa
e desvalorização: “Uma postura negativa diante da vida pode sinalizar
que este paciente precisa de um acompanhamento psicológico”.
CASOS DE DEPRESSÃO EM PESSOAS VIVENDO COM
HIV/AIDS
"A descoberta do HIV implica uma reavaliação de vida. O
tratamento é rigoroso. A adesão e a disciplina para tomar a medicação
têm a ver com o desejo de viver”, diz a médica infectologista Gabriela
Waghabi, do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT)
da Secretária Estadual de Saúde de São Paulo.
A infectologista afirma que a incidência de depressão é muito
grande entre os pacientes soropositivos. Durante a consulta clínica, a
médica faz questão de avaliar a existência de distúrbios de humor
prévios e aspectos psicossociais na história dos pacientes. A
infectologista lembra ainda que, uma vez iniciado o tratamento ARV,
é preciso também estar atento ao efeito de alguns medicamentos na
saúde mental do paciente. O efavirenz (Stocrin), por exemplo, traz
“A depressão é uma
manifestação psíquica que
requer muita atenção do
profissional porque, de
alguma maneira, o sintoma
depressivo vai aparecer.
O que varia é o grau de
intensidade, a forma
e a continuidade da
manifestação em
cada pessoa"
Gisela Cardoso,
psicóloga do
HUCFF/UFRJ
7
Os benzodiazepínicos,
por exemplo, têm
aumentada sua
meia-vida no organismo
quando tomados com
inibidores de protease,
podendo trazer sedação
excessiva de pacientes.
Alguns inibidores de
protease podem também
potencializar o efeito dos
antidepressivos
tricíclicos e da fluoxetina"
Soraia Teijeiro Fraga,
psiquiatra do CRT/SP
efeitos colaterais no Sistema Nervoso Central, "um gatilho que desencadeia
insônia, sonolência, tontura, sonhos, pesadelos vívidos e alucinações. São
reações que se assemelham aos sintomas depressivos, mas podem ser
evitadas. Nestes casos, a troca de medicamento não está no Consenso do
Ministério da Saúde, mas é uma questão que deve ser avaliada com bom
senso", opina a médica.
CRITÉRIO PARA A PSIQUIATRIA DO CRT
Casos de depressão no CRT são encaminhados para consulta psiquiátrica. Geralmente, são pacientes que apresentam, por pelo menos duas
semanas seguidas, um quadro de transtornos mentais, como anedonia
(falta de prazer), abulia (falta de vontade), angústia, tristeza, acompanhados ou não de alterações de sono e fome, podendo haver ideação
de morte e tendências suicidas. A psiquiatra do Serviço Ambulatorial do
CRT, Soraia Teijeiro Fraga, diz que, de um modo geral, "acredita-se haver
uma predisposição genética na população em geral para transtornos
depressivos. Contudo, nos pacientes soropositivos somam-se fatores
psicossociais como o medo da morte, de doenças oportunistas e de
efeitos colaterais das medicações, o preconceito, a rejeição e problemas
relacionados à sexualidade".
OS BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO COM ANTIDEPRESSIVOS E A
PSICOTERAPIA
Quando a psicoterapia não é suficiente para melhorar o estado
depressivo, soma-se ao tratamento a farmacoterapia, com medicação
psicotrópica. “Os antidepressivos agem regulando a função de neurotransmissores na fenda sináptica. Ou seja, os medicamentos atuam na
regulação da função no cérebro de substâncias como a serotonina
(relacionada a prazer e interesse), a noradrenalina (concentração e
"A descoberta do HIV implica
uma reavaliação de vida. O
tratamento é rigoroso. A
adesão e a disciplina para
tomar a medicação têm a ver
com o desejo de viver”
Gabriela Waghabi,
infectologista do CRT/SP
motivação) e a dopamina (motivação e prazer)”, explica a psiquiatra do CRT.
Também são usados por alguns terapeutas medicamentos como os
estabilizadores de humor e benzodiazepínicos. Entretanto, deve-se ter
muito cuidado com a prescrição desses medicamentos por causa da
interação medicamentosa com os ARV. “Os benzodiazepínicos devem ser
usados por um período curto, para sintomas ansiosos ou insônia, como
coadjuvante do antidepressivo. Esses medicamentos, por exemplo, têm
aumentada sua meia-vida no organismo quando tomados com inibidores
de protease, podendo trazer sedação excessiva de pacientes. Alguns
inibidores de protease podem também potencializar o efeito dos
antidepressivos tricíclicos e da fluoxetina”, alerta Soraia Teijeiro Fraga.
Segundo a médica, “deve-se buscar o medicamento que atue diretamente
nos sintomas do paciente, com bom efeito terapêutico e menos efeitos
colaterais”.
Segundo a médica psiquiatra, iniciada a farmacoterapia, espera-se
uma melhora, ora discreta, em duas ou três semanas. O
acompanhamento será imprescindível para avaliar o quadro do
paciente. “A própria pessoa descreve que se sente mais disposta,
acorda com menos dificuldade, já tem vontade de fazer as coisas e de
se alimentar melhor”, descreve a
médica. Segundo ela, há casos em
que a dosagem pode ser diminuída
aos poucos, até a suspensão do
medicamento. Porém, dependendo do histórico e da resposta
do paciente, em alguns casos, os
antidepressivos precisam ser
tomados pelo resto da vida. A
psiquiatra explica que, para evitar
um risco de recaída com a retirada
do medicamento, é necessário
estabelecer um período de
manutenção, no qual o paciente
permanece com a medicação e
com o apoio de uma equipe
multidisciplinar por um período que
pode variar dependendo do caso.
A IMPORTÂNCIA DO
ATENDIMENTO
MULTIDISCIPLINAR
No caso da depressão e de outras
alterações de ordem psíquica em
pacientes com HIV/aids, fica claro que
a atuação de uma equipe
multidisciplinar, formada por várias
especialidades, pode beneficiar
sobremaneira o tratamento. O perfil
diferenciado do profissional de saúde
também é um fator importante. Ter
"certa sensibilidade para perceber
outras questões na vida do paciente",
como definiu a psicóloga do
Programa de Aids do HUCFF, Gisela
Cardoso, valorizando aspectos
subjetivos e sociais, pode trazer
ganhos importantes para o tratamento. "Fazer um gancho da pessoa
com a vida, estimulando-a a continuar
com a sua rotina e mostrando os
vários caminhos que ela tem pela
frente, é o grande desafio de todos os
profissionais de saúde que trabalham
com pessoas vivendo com HIV/aids”,
conclui Gisela. n
10
"Fazer um gancho da pessoa com a vida,
estimulando-a a continuar com a sua
rotina e mostrando os vários caminhos
que ela tem pela frente, é o grande
desafio de todos os profissionais de saúde
que trabalham com pessoas vivendo com
HIV/aids”, Gisela Cardoso, psicóloga do
HUCFF/UFRJ
Recomendações do
Programa Nacional
de DST/Aids
para o tratamento da
depressão*
guia de recomendações do
Programa Nacional de DST/
Aids (PNDST/Aids) para Terapia
Anti-Retroviral (TARV) em Adultos e
Adolescentes Infectados pelo HIV estabelece recomendações técnicas consensuais para utilização de medicamentos anti-retrovirais (ARV), mas não faz
indicações terapêuticas para transtornos psíquicos.
Entretanto, o documento alerta para o
uso racional de ARV que possam ocasionar efeitos adversos neuropsiquiátricos, como o efavirenz, por exemplo,
além de indicar quais antidepressivos
devem ser evitados em uso concomitante com ARV, uma vez que podem
causar interações prejudiciais, levando a
oscilação dos níveis séricos dos fármacos.
O PNDST/Aids tem atenção especial
com a saúde mental das pessoas que
vivem com HIV/aids e considera o diagnóstico e o tratamento dos transtornos
depressivos fundamentais para melhorar a qualidade de vida desses
pacientes. No entanto, a maioria dos
casos de depressão não é diagnosticada e muitas vezes os sintomas são
pouco valorizados. Para o órgão do
Ministério da Saúde, a depressão deve
ser tratada por uma equipe multidisci-
O
plinar e as equipes dos Serviços de
Assistência Especializada (SAE) em
HIV/aids podem tratar os distúrbios
psíquicos leves ou moderados, já que
contam com enfermeiros, médicos,
assistentes sociais e psicólogos. O
atendimento psicoterapêutico e o
manejo farmacológico da depressão
podem, em alguns casos, ser realizados
no próprio SAE.
No caso de transtornos mais graves,
é recomendado o encaminhamento
para uma equipe de saúde mental,
principalmente dos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS). O PNDST/Aids
tem investido no treinamento das
equipes dos CAPS para a construção de
uma rede de referência e contra-referência com os serviços de HIV/aids dos
estados e municípios. Além disso,
investe também na realização de ações
de prevenção e assistência às DST/aids,
tais como o oferecimento do teste antiHIV, aconselhamento específico para
essa população, monitoramento da
adesão ao tratamento anti-retroviral,
acompanhamento às consultas nos
SAE ou serviços de referência, tratamento psiquiátrico para pacientes com
HIV/aids que desenvolvem transtornos
mentais.
O PNDST/Aids tem priorizado também a atenção às pessoas que vivem
com HIV/aids que usam álcool e outras
drogas, incorporando a estratégia de
Redução de Danos pelos SAE e buscando a formação de redes com os
138 Centros de Atendimento Psicossocial aos Dependentes de Álcool e
Drogas (CAPS/AD) existentes atualmente no Brasil. O programa entende
que promover a integração entre os
diferentes serviços de atendimento nas
áreas de clínica médica, infectologia,
neurologia e de atenção à saúde mental facilita os encaminhamentos e, conseqüentemente, a qualidade e a agilidade do atendimento oferecido às pessoas que vivem com HIV e aids.
As recomendações do PNDST/Aids
para a terapia anti-retroviral em adultos
e adolescentes estão disponíveis no
site www.aids.gov.br
(*) Informações fornecidas pela
psicóloga Ivana Drummond Cordeiro, consultora técnica da Unidade de Assistência e Tratamento
do Programa Nacional de
DST/Aids do Ministério da Saúde.
11
Saúde mental no
Programa do HUCFF
Um serviço de referência
em saúde mental e HIV/aids
O Programa de DST/Aids do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ, no Rio de Janeiro, existe há
20 anos. Atualmente, cerca de 1.500 pacientes são atendidos em
ambulatórios, enfermaria e hospital-dia. O programa conta ainda com o
importante Laboratório de Pesquisas que tem à frente o infectologista
Mauro Schechter. O atendimento, sob a chefia da médica Cláudia
Espanha, é realizado por uma equipe composta por dezenas de profissionais, entre os quais médicos, residentes, enfermeiros, nutricionistas,
assistentes sociais, além do apoio das equipes de outros serviços do
HUCFF. Uma das características do atendimento multiprofissional que
faz do Programa de Aids do HUCFF uma referência é a atenção em
saúde mental. Neste depoimento, o psiquiatra Maurício Tostes (foto)
descreve e reflete sobre alguns aspectos do trabalho que faz com as
psicólogas Gisela Cardoso e Marlene Zornitta.
o final da década de 80, a aids era uma doença nova, que
atingia particularmente jovens na fase produtiva e
provocava um enorme estigma devido à sua associação
com a sexualidade, com a morte, e a transmissibilidade por via sexual
e sangüínea, além de gerar muitas dúvidas e um grande impacto
psicossocial. Os aspectos psiquiátricos e psicológicos da epidemia
receberam uma particular atenção, desde o início (há 20 anos), no
Programa de Aids do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
(HUCFF/UFRJ). Psicólogos, psiquiatras e psicanalistas sempre fizeram
parte da equipe e participavam da rotina dos atendimentos a pacientes
internados ou ambulatoriais. Durante o primeiro ano do serviço,
realizamos reuniões semanais com os profissionais de saúde,
coordenadas por psicanalistas, para discutir a relação com os pacientes.
Esse recurso se revelou um suporte muito importante para a equipe,
“N
que era muito jovem e tinha pouca
experiência. O trabalho multidiscilplinar com uma ativa participação de
profissionais da área de saúde
mental é uma marca do nosso
serviço até hoje.
CRITÉRIOS NO ATENDIMENTO
Quando o paciente é encaminhado ao nosso serviço, fazemos
uma avaliação ampla buscando levantar as necessidades daquela pessoa seja em relação à psicoterapia,
a intervenções junto à família ou à
abordagem de algum transtorno
mental com psicofármacos. Raramente atendemos casos de alterações graves de comportamento que
podem ser encaminhados à internação em serviços psiquiátricos. Um
paciente pode chegar a receber vários atendimentos em uma semana
o que é de grande valia na abordagem de casos mais graves.
Os soropositivos podem apresentar, como qualquer pessoa, todos
os tipos de quadros psicológicos e
psiquiátricos – quadros depressivos,
síndrome de pânico, esquizofrenia,
transtorno bipolar, fobias. Mais
comumente tratam-se de quadros
depressivos de variável intensidade
e muitas das vezes reativos a algum
evento em suas vidas. Por outro lado,
como são relativamente freqüentes
nas fases mais avançadas da doença,
as manifestações do HIV no Sistema
“A aids continua tendo
muito impacto
emocional e psicológico:
temos um novo contexto,
com novos problemas,
como o desafio de
manter a adesão do
paciente ao tratamento.”
Nervoso Central dos pacientes podem apresentar alterações do comportamento secundárias a esses
quadros. Muitas vezes esses quadros
são observados em pessoas com má
adesão ao tratamento ou que não
respondem adequadamente aos
anti-retrovirais. No passado, eram
mais observados quadros de demência associados ao HIV, o que hoje,
graças aos avanços na terapêutica,
muito raramente ocorre.
A DEPRESSÃO E A REALIDADE
DA INFECÇÃO PELO HIV
Estar infectado pelo HIV hoje é
uma realidade muito diferente do
que há 20 ou 10 anos: há mais
informação e recursos e o tratamento
avançou. A partir de 1996/97, com
as novas rotinas para o tratamento
anti-retroviral, houve uma diminuição
da morbidade e mortalidade, ampliaram-se as possibilidades de se
conviver com a doença e o estigma
diminuiu. Porém, ainda existem problemas, como os vários efeitos colaterais causados pelo tratamento.
Além disso, a aids continua tendo
muito impacto emocional e psicológico: temos um novo contexto,
com novos problemas, como o
desafio de manter a adesão do
paciente ao tratamento. Nesse
sentido a participação da equipe
multidisciplinar mostra-se novamente
um recurso indispensável, na medida
em que o médico, isoladamente,
tem menos eficácia em obter uma
melhor adesão dos pacientes. A
depressão continua sendo um dos
principais motivos de encaminhamento de pacientes para atendimento por psicólogos ou psiquiatras e tem repercussões importantes
na adesão aos ARV se não for
adequadamente abordada.
Para mim, atualmente, um de
nossos grandes desafios é tratar os
indivíduos mais vulneráveis, que têm
pouco apoio social, poucos vínculos
familiares e uma estrutura emocional
mais comprometida. Essas pessoas
requerem cuidados adicionais. Este
é um dos subgrupos em que
costuma falhar o tratamento, porque
não há estrutura interna e/ou externa
para enfrentar um tratamento tão
Equipe do HUCFF/UFRJ
trabalhoso, difícil e prolongado.
Seriam necessários cuidados especiais os quais nem sempre estão disponíveis: visitas domiciliares, postos
de saúde perto da residência que
pudessem monitorar o tratamento,
eventualmente um cuidador que
pudesse supervisionar diariamente a
medicação, uma cesta básica e até
incentivos adicionais para fazer o
tratamento, além de cuidados na
área de saúde mental. Nesses
pacientes, o abuso de álcool e drogas
costuma ser um problema freqüente
e requer atenção especial.
SOBRE O TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO
A depressão, como já destaquei, é
um dos problemas mais encontrados
entre os pacientes com a infecção
pelo HIV e deve ser alvo da atenção
de todos os membros da equipe. Ela
pode variar desde quadros mais
brandos (reações normais a alguma
perda ou situação estressante) até
quadros mais graves, com risco de
suicídio. Em se tratando de indivíduos
com uma doença como a aids, por
vezes sintomas depressivos podem
estar associados a alguma intercorrência clínica. Ou seja, é sempre
importante fazer um cuidadoso
diagnóstico diferencial dos quadros
depressivos em nossos pacientes. Os
14
casos mais brandos podem responder a intervenções psicoterápicas ou
ao aconselhamento. Quadros moderados e graves requerem uso combinado de psicoterapia e antidepressivos apresentando uma boa resposta
muito freqüentemente. Atenção
particular deve ser dispensada às interações dos psicofármacos com os
anti-retrovirais, o que pode ser
pesquisado nas recomendações para
o tratamento da infecção pelo
HIV/Aids do Ministério da Saúde
(www.aids.gov.br).
A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR E
A SAÚDE MENTAL
A equipe do HUCFF que atende
no ambulatório ou enfermaria
sempre está atenta aos aspectos
emocionais, procurando saber como
a pessoa está reagindo ao tratamento, como está enfrentando a
infecção pelo HIV, como se relacionam no ambiente familiar e no
trabalho. Ou seja, além dos aspectos
clínicos e exames laboratoriais, o
Programa de Aids do hospital busca
observar o paciente de modo integral. Estamos cotidianamente disponíveis para esse atendimento, mas
nem todas as demandas na área
psicológica e psiquiátrica têm que ser
atendidas por profissionais de saúde
mental. O clínico, o infectologista, o
enfermeiro e o assistente social têm
que abordar essas questões e, entre
elas, a depressão deve receber um
destaque especial pela sua freqüência e implicações para o tratamento. Claro que em casos mais difíceis, como depressões mais graves,
indivíduos com história de muitas
internações psiquiátricas ou que
estejam enfrentando graves crises
deverão ser imediatamente encaminhados para psiquiatras e psicólogos
do serviço.
Estamos tentando implantar uma
triagem entre os pacientes com
infecção pelo HIV no início de seu
tratamento no nosso hospital, incluindo
psicólogos e assistentes sociais na
consulta inicial. Na enfermaria, a
agilidade do atendimento é muito
maior, mas sem dúvida o principal
braço assistencial é no ambulatório,
por isso estamos buscando uma
reorientação de nossa atuação.
É importante que o psicólogo e o
psiquiatra trabalhem em conjunto
com infectologistas, clínicos, neurologistas e demais membros da equipe de saúde, trocando informações e
se atualizando, porque freqüentemente surgem novos medicamentos e não se pode deixar de acompanhar esse processo. Em nosso
serviço, temos um programa de
treinamento para psicólogos e psiquiatras de todo o Brasil em parceria
com Ministério da Saúde e as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde.
O trabalho em equipe é um recurso
indispensável para a nossa equipe e
uma marca do nosso serviço. Os
pacientes são os nossos principais parceiros no enfrentamento da aids. Com
eles, aprendemos como abordar essa
doença de forma eficaz. O profissional
de saúde é um parceiro do indivíduo
no combate ao HIV ou a qualquer
outro problema de saúde”. n
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Área útil
EVENTOS:
IV Fórum Latino Americano e do
Caribe em HIV/Aids 2007
Buenos Aires – Argentina
De 17 a 20 de abril
Tema: Latino América e Caribe: Unidos na
Diversidade para o acesso universal
Mais detalhes:
www.forovihsida2007.gov.ar
7º Simpósio Internacional de Aids
Pediátrico
Data: 17, 18 e 19 de outubro de 2007
Local: Centro de Convenções Rebouças São Paulo (SP)
Promoção: Associação de Auxílio à
Criança Portadora de HIV
Informações: www.aacphiv.org.br
Inscrições abertas para II Mostra
Nacional de Saúde e Prevenção
nas Escolas
Escolas com experiências bem-sucedidas em educação preventiva e em integração com os serviços de saúde
poderão se inscrever na II Mostra
Nacional Saúde e Prevenção nas Escolas.
A Mostra será realizada em Brasília, na
Universidade de Brasília, de 1º a 3 de
junho.
As inscrições são gratuitas, limitadas a
400 vagas, e podem ser feitas no site
www.aids.gov.br/mostraspe2007 até dia
9 de abril. Os trabalhos selecionados
serão divulgados no dia 4 de maio neste
mesmo site.
ORGANIZAÇÕES
NÃO-GOVERNAMENTAIS:
ABIA de novo endereço
Avenida Presidente Vargas, 446/13º
andar - Centro - Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2223-1040 e Fax: 21 22538495
SITES:
Programa Nacional de DST/Aids
do Ministério da Saúde
Disponibiliza os consensos para tratamento
de adulto, criança e gestante vivendo com
HIV/Aids e outros documentos.
www.aids.gov.br
16
Fórum Científico m HIV/Aids
Este site, vinculado à Sociedade Viva
Cazuza, oferece diversos textos científicos e promove um intercâmbio entre
profissionais de saúde que trabalham na
área.
www.hiv.org.br
Programa das Nações Unidas para o
Combate à Aids/ Unaids (inglês)
Oferece dados da epidemia no mundo e
outras informações importantes.
www.unaids.org
Fundação Kaiser (em inglês)
Um portal que divulga diversas pesquisas
na área de HIV/aids.
www.kaisernetwork.org
Medscape (em inglês)
Site de atualização científica para profissionais de saúde.
www.medscape.com
SERVIÇOS DE APOIO PSICOLÓGICO
RIO DE JANEIRO
Banco de Horas
www.bancodehoras.com.br
O Banco de Horas, dedicado à relação
entre saúde mental e aids, oferece PSICOTERAPIA GRATUITA, de tempo indeterminado, para pessoas vivendo com
HIV/aids, familiares e companheiros,
através de um voluntariado de profissionais de saúde mental que faz o
atendimento nos seus consultórios privados.
PARANÁ
CRAVI - Casa de recuperação
Água da Vida
Curso de Especialização em DST
R Jose Serrado, 55 – Santa Candida
Curitiba (PR)
Tel.: (41) 3356-6100 / 3026-6110
www.cravi.com.br
Instituição filantrópica que oferece tratamento psicológico. Não é uma casa de
apoio. O tratamento oferecido pode durar
seis meses: um mês de reclusão e cinco de
socialização; programa terapêutico de
conscientização. Centro de triagem, seleção
por uma psicóloga, que avalia a gravidade
do paciente (se vai precisar de remédio ou
não). Uma taxa de contribuição em torno de
um salário é estipulada de acordo com o
nível sócio-econômico da pessoa. Também
há vagas sociais para população de rua e
pessoas indicadas por assistentes sociais.
SANTA CATARINA
Serviço de Atendimento às
Necessidades Psicossociais (SANPS)
Univ. Federal de Santa Catarina (UFSC)
Tel.: (48) 3378-3000
TELEFONES ÚTEIS:
Viva Voz
Orientação e informações sobre a prevenção ao uso indevido de drogas
0800 5100015 - De segunda à sexta, das
8 às 20 horas. Ligação gratuita.
TeleAids
Centro Corsisni - 0800-11213
Ligação gratuita
NOVIDADES:
Plano de Enfrentamento da Feminização da Aids
Na semana do Dia Internacional da Mulher, o Governo Federal lançou o Plano
de Enfrentamento da Feminização da Aids. Além disso, foi criada a Campanha
de Prevenção das DST/Aids nos Jogos Pan-americanos Rio 2007. No início dos
jogos, os atletas vão receber um kit com preservativos, camisetas e informações sobre prevenção.
A Campanha terá o slogan "Vista-se nos jogos".
Mais informações no site do Programa Nacional de DST/Aids
www.aids.gov.br
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