CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA
SOUZA - ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE
CONTABILIDADE GERENCIAL:
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA AS
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
ANA BEATRIZ MOREIRA GIROLDO
ANA CAROLINA TURCARELLI
JANAÍNA APARECIDA FERREIRA MONTEIRO
JULIANA INÁCIO TORRES
MAYARA RODRIGUES NEGRETI
NILCELENE PINEDA MOLINA
RITA DE CASSIA BRANCO DA SILVA
PALMITAL
2013
ANA BEATRIZ MOREIRA GIROLDO
ANA CAROLINA TURCARELI
JANAÍNA APARECIDA FERREIRA MONTEIRO
JULIANA INÁCIO TORRES
MAYARA RODRIGUES NEGRETI
NILCELENE PINEDA MOLINA
RITA DE CASSIA BRANCO DA SILVA
CONTABILIDADE GERENCIAL:
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA AS
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Trabalho
de
conclusão
de
curso
apresentado à ETEC prof. Mário Antônio
Verza,
como
parte
dos
requisitos
necessários para a obtenção do título de
Técnico em Contabilidade.
Orientador: Prof. Cleison Faria Coutinho
PALMITAL
2013
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
ANA BEATRIZ MOREIRA GIROLDO
ANA CAROLINA TURCARELI
JANAÍNA APARECIDA FERREIRA MONTEIRO
JULIANA INÁCIO TORRES
MAYARA RODRIGUES NEGRETI
NILCELENE PINEDA MOLINA
RITA DE CASSIA BRANCO DA SILVA
CONTABILIDADE GERENCIAL:
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA AS
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________________________
CLEISON FARIA COUTINHO – ORIENTADOR
______________________________________________________
JOSÉ MARCELINO CALEGARI – EXAMINADOR
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho à Deus pelo
esplendor da vida, presente em todas as
atividades;
Aos amigos pelo incentivo.
Às nossas famílias, filhos e maridos pelo
apoio, compreensão, carinho e paciência
durante todo este curso, principalmente
nos momentos de dificuldades.
A nossos professores pelo conhecimento
e ajuda para a realização desse trabalho.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de
nossas vidas, e não somente neste meio ano, mas que em todos os momentos é o
maior mestre que uma pessoa pode conhecer.
Nosso muito obrigado também ao nosso orientador, o Professor Cleison Faria
Coutinho pelo auxílio seguro e oportuno durante todo o processo de orientação
deste trabalho, pois aliado à sua experiência profissional e intelectual, todas as dicas
e instruções foram imprescindíveis para o desenvolvimento e conclusão deste
trabalho.
Também agradecemos aos nossos familiares por nos terem apoiado e
entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o
processo de desenvolvimento deste trabalho.
Enfim, à todos, o nosso grande muito obrigado!
EPÍGRAFE
“O insucesso é apenas uma oportunidade
para recomeçar de novo com mais
inteligência.”
Henry Ford
RESUMO
A Contabilidade é uma ferramenta de suma importância para a administração de
uma empresa como fator organizacional e que vem ganhando espaço cada vez
maior no processo de tomada de decisão segura. O presente trabalho enfatiza o uso
das ferramentas gerenciais para a administração das Micro e Pequenas Empresas,
que atualmente representam muito dentro da economia brasileira, mas que sofrem
com a carga tributaria muito alta, falta de mais espaços nas linhas de créditos e
principalmente a falta de gerenciamento com base em dados concretos e seguros.
Com o referido estudo pode se constatar que esse fato é o mais agravante e que
mais contribui para o insucesso das Micro e Pequenas Empresas. Para que não haja
tanto infortúnio nos pequenos empreendimentos, é necessário o auxilio de um
profissional contábil apto a desenvolver dentro da empresa o papel de Controller.
Palavras-chave: Contabilidade Gerencial; Micro e Pequena Empresa; Controller.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Definição de Micro e Pequena Empresa………………..………………........18
QUADRO 2 – Definição de Micro e Pequena Empresa de acordo com a arrecadação.....18
QUADRO 3 – Modelo Dedutivo de Fluxo de Caixa Prospectivo.………………...........27
QUADRO 4 – Índices de Liquidez ……………..……………….........................................28
QUADRO 5 – Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas
constituídas em 2006, por regiões e setores ………………………………………........32
QUADRO 6 – Principais causas da mortalidade das empresas..………………..........33
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
MPE – Micro Pequena Empresa
PIB – Produto Interno Bruto
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................13
2. Gestão................................................................................................14
2.1. O que é a gestão nos dias de hoje?................................................14
3. Planejamento......................................................................................16
4. Conceito de Micro e Pequena Empresa.............................................17
4.1. A Utilização da Contabilidade Gerencial na Micro e Pequena
Empresa..................................................................................................20
5. Conceito de Contabilidade Gerencial.................................................22
5.1.
A
Contabilidade
Gerencial
como
Instrumento
de
Administração.........................................................................................24
6. Ferramentas da Contabilidade Gerencial...........................................27
7. Por que as empresas fecham?...........................................................30
7.1. Motivos que levam nossos Empreendedores ao fracasso..............35
8. A Importância do Contador Gerencial.................................................37
8.1. Atitudes e Características do Contador Gerencial...........................39
CONCLUSÃO.........................................................................................42
REFERÊNCIA.........................................................................................43
11
OBJETIVO
O trabalho elaborado discorre sobre a importância da Contabilidade
Gerencial para a tomada de decisões e a administração das micro e pequenas
empresas, mostrando a necessidade da informação contábil para um bom
planejamento dentro das empresas, com um gestor mais consciente das
possibilidades e limitações que esta possui.
Por consequência, como a empresa cresce consideravelmente quando se
deixa fazer uso de todas as informações que a contabilidade oferece para sua
administração, fugindo assim, do terrível índice de mortalidade que as MPE
apresentam em nosso país. Afinal, são essas empresas que são à base de nossa
economia, portanto possuem um papel fundamental no cenário econômico e
trabalhista do Brasil, sendo assim, de suma importância que conheçam e façam
uso da contabilidade gerencial em seus negócios, aumentando a taxa de
permanência de MPE’s no mercado empresarial brasileiro.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar a definição de micro e pequenas empresas, em seus aspectos
contábeis e fiscais;
Descrever a contabilidade gerencial e sua utilidade nas empresas em geral;
Identificar os benefícios na utilização da contabilidade gerencial em micro e
pequenas empresas;
Demonstrar as ferramentas gerenciais mais eficientes e eficazes para
gestão de uma micro e pequena empresa.
A importância do profissional contábil no auxilio da administração da
empresa.
12
PROBLEMAS
Falta da utilização da contabilidade gerencial no processo administrativo da
entidade;
A necessidade de capacitação e conhecimento dos profissionais tanto
administrativos quanto contábeis;
Uso de informação sobre a contabilidade para o administrador da empresa.
HIPÓTESE
Analisando os problemas, acredita-se que uma possível solução seria,
primeiramente, uma iniciativa do administrador em buscar conhecimentos e
informações a cerca da contabilidade, para que esta possa ser vista, não apenas
como uma forma fiscal, mas como uma ferramenta de auxílio para a
administração. E então, após essa conscientização, seria viável a implantação de
um sistema contábil para suprir as deficiências dos processos gerenciais,
utilizando a contabilidade gerencial para interromper a constante falência das
micro e pequenas empresas.
13
1. INTRODUÇÃO
A constituição de micro e pequenas empresas vêm contribuindo com a
economia brasileira como sendo a maior geradora de empregos no país,
ajudando na distribuição de riquezas no Brasil. Essas empresas vêm
representando um papel relevante para a economia e são vistas como a solução
para o desenvolvimento do país. Mas por falta de um gerenciamento eficiente,
grande parte dessas empresas perde o seu controle e acabam morrendo
precocemente devido à falta de informações que precisam ser tomadas no seu
dia-a-dia.
A contabilidade gerencial tem a função de fornecer informações seguras e
eficácia, ligadas a qualquer área da empresa, visando a sua permanência no
mercado e que resultem em lucratividade e crescimento das empresas. A
contabilidade é uma grande ferramenta de apoio para as micro e pequenas
empresas que quando usada de maneira correta tendem a receber resultados
positivos.
Segundo a Associação Nacional dos Contadores dos Estados Unidos,
através de seu relatório número 1A:
“Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, mensuração,
acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de
informações financeiras utilizadas pela administração para planejamento,
avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar e
contabilizar o uso apropriado de seus recursos”.
O objetivo principal desse trabalho é mostrar a importância e a falta que faz
a contabilidade gerencial dentro de uma empresa. A contabilidade visa orientar os
empresários nas suas tomadas de decisões que na maioria das vezes são
tomadas em base de sentimento, improvisação e com isso vem a causar a
falência da empresa.
14
2.
GESTÃO
A Gestão é a administração de uma entidade, empresa ou instituição,
sempre buscando o crescimento através de métodos organizados e com objetivos
específicos para o seu sucesso.
A Gestão surgiu para solucionar problemas que os profissionais passaram
a ter logo após a Revolução Industrial. Para isso passaram a utilizar métodos de
varias ciências que futuramente deu origem as ciência da Administração.
A Globalização esta fazendo com que muitos conceitos passados tendem a
mudar, e como não poderia ser diferente é o caso da Gestão dentro das
empresas. A partir da década de 1990, o ambiente empresarial vem sofrendo uma
reestruturação, através da implantação de novas tecnologias e dos novos meios
de comunicação, podendo até deixar definitivamente no passado métodos
tradicionais de gestão.
2.1. O QUE É A GESTÃO NOS DIAS ATUAIS?
A principal meta de uma empresa é gerar lucros e obter sucesso em seu
empreendimento, mas isso se torna um caminho árduo sem uma boa gestão.
Então afinal, o que é Gestão?
Gestão é o gerenciamento, é ter controle sobre os processos da empresa,
da instituição ou entidade social, com o objetivo de crescimento com esforços
humanos organizado com objetivos específicos.
A gestão administrativa é a técnica que se utiliza de ramos como o direito,
a contabilidade, a economia, entre outros para organizar os procedimentos e
caminhar para uma tomada de decisão mais segura e correta.
Segundo o site www.explicatudo.com:
O gestor é o profissional que está diretamente ligado a liderança de um
grupo em uma determinada empresa – ele está comprometido com a
definição de metas e estratégias para se alcançar um determinado
objetivo de vendas; em outras palavras, o gestor é peça chave para o
bom funcionamento de uma organização ou empresa.
O gestor de uma empresa hoje necessita do mais variado e amplo
conhecimento para agir nas diferentes áreas e nos diversos setores,
conhecimento dos profissionais da empresa, precisa ter a complexidade de
15
avaliar as variáveis que são cada vez maiores, ser ágil, pois os prazos para as
ações e reações estão a cada dia mais curtos; saber lidar com as variações
culturais através de fornecedores, clientes e parceiros que possam vir de outras
regiões ou nacionalidades;
Nesse cenário, a inovação é fundamental, pois saber lidar com as
oportunidades e as ameaças que possam surgir com uso da modernidade
tecnológica. A competitividade que aumenta muito, pois o mercado está cada dia
mais competitivo, e todos os dias alguém pode surgir com ideias inovadoras, e o
gestor tem que estar atento a isso e com possíveis soluções para não perder para
os concorrentes, onde um planejamento bem elaborado pode eliminar ameaças
no mercado na qual esta inserido.
16
3. PLANEJAMENTO
Planejamento é a busca de informações prevendo possíveis ocorrências no
futuro, sabendo como agir em determinadas situações e não ter surpresas
desagradáveis que possam implicar no desempenho da empresa.
Para OLIVEIRA (2002, p. 36):
O propósito do planejamento pode ser definido como o
desenvolvimento
de
processos,
técnicas
e
atitudes
administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de
avaliar as implicações futuras de decisões presente em função dos
objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no
futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz.
Conforme, o próprio autor acima, planejamento oferece um suporte para
que se consiga um melhor entendimento de ações feitas no presente, pra obter
com isso, uma maior segurança na tomada de decisões futuras. É, portanto, a
melhor forma de atingir objetivos, de forma a definir ações e meios que devem ser
utilizados para o sucesso da empresa.
Planejamento é traçar objetivos e metas que a empresa quer atingir,
identificando as oportunidades e estar atento a ameaças. Deve-se também
identificar os pontos fortes e os pontos fracos da empresa, melhorando no que for
preciso.
O planejamento deve ser comum para todas as empresas, especialmente
para as micro e pequenas empresas, o empresário deve agir de forma correta no
presente para que seus objetivos e metas possam ser alcançadas no futuro. É
importante que esse planejamento seja executado, controlado, acompanhado e
corrigido quando necessário para resultar em resultados diferentes e positivos na
empresa.
17
4. CONCEITO DE MICRO E PEQUENA EMPRESA
É definida por lei complementar 139 de 10 de novembro de 2011, em seu
artigo 3°, que é considerada uma Micro Empresa aquela que tenha receita bruta
igual ou inferior, no ano calendário de $360.000,00 (trezentos e sessenta mil
reais).
Como se diferencia Micro Empresa de Pequena Empresa:
“Empresa é a unidade econômica organizada que combinando capital e
trabalho, produz ou faz circular bens ou presta serviços com finalidade
de lucro. Adquire personalidade jurídica pela inscrição de seus atos
constitutivos nos órgãos de registro próprio, adquirindo dessa forma
capacidade jurídica para assumir direitos e obrigações. A empresa deve
ter sede, ou seja, deve ter um domicílio, local onde exercera seus
direitos e respondera por essas obrigações.” (FRABETTI, 2003, p. 36)
E Empresa de Pequeno Porte a que possua receita bruta no ano calendário
superior a $360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a
$3.600.000,00(três milhões e seiscentos mil reais).
O BNDES considera micro empresa as que tiverem a recita bruta anual de
R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e pequena empresa as que
tiverem sua receita bruta superior a R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil
reais) e inferior a R$10.500.000,00 (dez milhões e quinhentos mil reais).
Segundo CHÉR (1991, p.17), “existem muitos parâmetros para definir as
Pequenas e Médias Empresas, muitas vezes dentro de um mesmo país, como no
Brasil”. Isso mostra que nenhuma definição que se possa ter a respeito de micro
e pequenas empresas será algo absoluto, mas apenas limitado a determinados
pontos de vista, ou órgãos aos quais essas definições estão vinculadas.
Ainda, segundo CHÉR (1991, p.17), “[...], para se conceituar as pequenas e
médias empresas, algumas variáveis são tradicionalmente utilizadas, tais como
mão-de-obra empregada, capital registrado, faturamento, quantidade produzida,
etc.”.
Já o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), leva em consideração o quadro de funcionários. Empresas que
empregam até nove pessoas no caso de comercio e prestação de serviço são
Micro Empresas. As Pequenas Empresas são as que empregam de dez a
quarenta e nove pessoas. (SEBRAE, 2012)
18
Quadro 1- Definição de Micro e Pequena Empresa
Classificação de acordo com o numero de funcionários nas empresas
MICROEMPRESA
PEQUENA EMPRESA
Indústria e construção
Até 19
De 20 a 99
Comércio e Serviços
Até 09
De 10 a 49
Fonte: Adaptado de SEBRAE (2008).
Quadro 2- Definição de Micro e Pequena Empresa
De acordo com a arrecadação
PORTE
SIMPLES NACIONAL
MICROEMPRESA
PEQUENA EMPRESA
Até R$ 360 mil
Acima de R$ 360 mil até
R$ 3,6 milhões
Fonte: Adaptado SEBRAE-SP
No Brasil, a MPE possui um grau muito alto de importância, pois é o setor
da economia que mais cresce no país nos últimos anos, sendo responsáveis por
uma
grande
margem
de
pessoas
empregadas,
dentro
da
população
economicamente ativa.
Segundo o SEBRAE, foi apurado que em 1997 havia 527.430 micro e
pequenas empresas. Já em 1999 totalizavam 562.929 empresas e em 2012,
houve um salto aproximado para o montante de 4.998.000 de MPE no Brasil.
Isso se deve a uma mudança no conceito do povo brasileiro, que antes
estudava para ser “empregado” e hoje estuda para ser o “patrão”. Fala-se muito
hoje em ser em Empreendedor, assim, montar seu próprio negócio, dando inicio
assim a muitas MPE.
19
No modo geral, é negócio de fácil manuseamento, por possuir somente um
dono, poucos empregados, sendo assim independentes e com poucas
burocracias onde o processo de ações se torna mais rápidas.
Segundo BARRETO, presidente do SEBRAE:
Outra grande característica positiva das MPE é a ótima geração de
empregos. Em março de 2011, foram responsáveis por 50,4% do total de
empregos gerados, e comparando a março de 2012, este índice sobe
para 78,7%. (SEBRAE, 2012).
Este ponto é muito positivo para a MPE em relação ao governo, já que em
relação ao PIB não possuem uma alta contribuição, mas já são consideradas
pilares de sustentação de nossa economia.
Estamos constatando a cada mês a relevância dos pequenos negócios
para a oferta de novos postos de trabalho no Brasil. Em especial no setor
de serviços, que criou 52 mil vagas nas micro e pequenas empresas em
março, sendo quase 40 mil delas nas empresas com até quatro
funcionários. (SOUZA, 2012)
Se levar em conta o grau de importância que vem se dando as Micro e
Pequenas Empresas, mas também a alta taxa de mortalidade que abrange uma
boa parte desses empreendimentos, estão sendo feitos muitos estudos para
relacionar e identificar os fatores que ocasionam sucessos e insucessos das
mesmas, nos quais foram destacados o aspecto gerencial, denunciando o
problema da discutível capacidade gerencial dessas pequenas empresas
(PINHEIRO, 1996) e a fragilidade administrativa e organizacional (CAVALCANTI
apud PINHEIRO, 1996).
Analisando o resultado desses estudos, conclui – se que há um grande
crescimento das MPES, mas também juntamente com o crescimento, há
crescente numero de fechamentos, e possivelmente a falta de gerenciamento
pode ser um dos fatores que ocasionam o encerramento precoce de muitas Micro
e Pequenas Empresas, onde a Contabilidade Gerencial, poderia em parte
solucionar a falta de informação necessária para o Gestor.
20
4.1. A UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL NA MICRO E
PEQUENA EMPRESA
Segundo SILVA (2002, p. 23) “Uma empresa sem contabilidade é uma
empresa sem memoria, sem identidade e sem as mínimas condições de
sobreviver ou de planejar seu crescimento.”
Devido às mudanças ocorridas no mundo moderno e a globalização dos
negócios, é indispensável uma boa administração, com pleno conhecimento do
andamento dos meios que regem a empresa.
Para OLIVEIRA (2005, p.36): “A contabilidade gerencial fornece as
informações claras, precisas e objetivas para a tomada de decisão”.
As Micros e Pequenas Empresas não recebem as devidas informações
contábeis para melhor desenvolver suas administrações porque ainda circula o
conceito de que a contabilidade e o profissional contábil devem exercer o trabalho
burocrático e o cumprimento e obrigações fiscais, trabalhando assim somente na
parte do fisco para as empresas.
Segundo CHÉR (1991, p.36) “a contabilidade tem sida encarada como um
instrumento tão somente para se atender a uma série de exigências legais e
burocráticas, e não encarada como um instrumento de apoio à administração”.
Os pequenos empresários visualizam o profissional contábil como a pessoa
o responsável por cuidar do excesso burocrático e das obrigações que a empresa
tem que cumprir, e não como o profissional que com a utilização da contabilidade
gerencial serve como um instrumento de apoio à administração.
[...] os administradores precisam ter informações precisas, significativas
e oportunas, se quiserem tomar boas decisões. Isso é particularmente
verdadeiro quando se refere à necessidade de informações financeiras
sobre as operações da empresa. A experiência sugere que a falta de
aptidão em sistemas contábeis é o fator básico de insucesso entre
pequenas empresas. (LONGENECK,1997, p.515)
Os micro e pequenos empresários precisam começar a enxergar a
Contabilidade Gerencial como uma ferramenta de auxilio a administração de seus
negócios, pois é através dela que podemos extrair as informações econômicas
21
relevantes para a partir dessas tomar decisões com segurança e baseada em
fatores confiáveis.
Um agravante da não utilização da contabilidade gerencial pelas micro e
pequenas empresas é a alta taxa de mortalidade dessas nos seus primeiros anos
de vida.
Portanto, para evitar o insucesso e a taxa de mortalidade das MPE, e tentar
aumentar o índice de sobrevivência das mesmas, seria ideal que os
administradores utilizassem todas as informações contábeis que possui disponível
em sua entidade. E a melhor forma de conseguir essas informações é fazer uso
da Contabilidade Gerencial, por meio do Contabilista Gerencial.
22
5. CONCEITO DE CONTABILIDADE GERENCIAL
A Contabilidade apresenta-se como uma ferramenta eficaz de auxilio na
tomada de decisões referente a recursos, investimentos e a lucros. É neste ponto
que entra a Contabilidade Gerencial como fonte de informações com a função de
assessoria, passando aos empresários para que com essa base se tome as
devidas decisões em relação ao planejamento, execução e controle.
Uma ferramenta muito importante para a gestão é o conjunto de
informações contábeis da empresa que auxilia na formação do planejamento
estratégico. Com base nessas informações, o micro empresário moderno deve se
estruturar, capacitar seus gestores com os objetivos da organização e com o uso
eficiente de seus recursos com as modificações necessárias que essas
informações puderam trazer, para obter um modelo decisório.
Segundo MARION (1998, p.24)
“a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações
úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito
antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões.
Com o passar do tempo o governo começa a utilizar-se dela para
arrecadar impostos e torna obrigatório para a maioria das empresas”.
A contabilidade gerencial é um conjunto de processos feitos dentro da
empresa para coletar o máximo de informações possíveis para se traçar planos e
executar ideias com a sabedoria de que essas não trarão prejuízos, e sim lucros a
mesma. A contabilidade gerencial exerce um papel muito importante na vida da
MPE moderna, pois as encaixa no novo modelo de mercado que exige
capacidade de inovação, rapidez, qualidade, flexibilidade, produtividade entre
outras, que exigem um administrador preparado para enfrentar e atingir metas,
sempre com pensamento estratégico a frente desse mercado.
Com o passar dos tempos e com as mudanças ocorridas no mercado, a
contabilidade gerencial foi passando por momentos de mudanças, de acordo com
a necessidade vivida em cada época, onde segundo PADOVEZE (2010), pode-se
identificar essas mudanças em quatro etapas.
A primeira etapa se inicia antes dos anos de 1950, onde se focava no uso
do orçamento dos custos e do controle financeiro. A segunda etapa se inicia em
meados de 1965, época onde se mudou o foco para a coleta de informações e
23
planejamentos para assim possuir analises detalhadas para a tomada de decisão.
Na terceira etapa, iniciada por volta de 1985, se deu mais importância para a
redução dos desperdícios. Na quarta e ultima etapa, iniciada por volta de 1995, a
atenção voltou-se para uma valorização ao cliente e o uso forte das tecnologias,
criando inovação organizacional.
Segundo MARION e RIBEIRO (2011, p. 03):
“... a contabilidade gerencial, desobrigada do comprimento de
determinações legais e regras fixadas por órgãos reguladores como a
Comissão de Valores Mobiliários, o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis etc., pode ser conceituada como o sistema de informação que
tem por objetivo suprir a entidade com informações não só de natureza
econômica, financeira, patrimonial, física e de produtividade, como
também com outras informações de natureza operacional, para que
possa auxiliar os administradores nas suas tomadas de decisões”.
ANTHONY (1979 p. 17) conceitua da seguinte forma: "A contabilidade
gerencial, preocupa-se com a informação contábil útil à administração".
De acordo com PADOVEZE (2010, p.33):
Entendemos que a Contabilidade Gerencial existe ou existirá se houver
uma ação que faça com que ela exista. Uma entidade tem Contabilidade
Gerencial se houver dentro dela pessoas que consigam traduzir os
conceitos contábeis em atuação prática. Contabilidade Gerencial
significa gerenciamento da informação contábil. Ora, gerenciamento é
uma ação, não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da
contabilidade como instrumento da administração.
Assim, a Contabilidade Gerencial tem como objetivo orientar e auxiliar as
empresas em suas tomadas de decisões, estudando e analisando o cotidiano
dessa empresa, evidenciando o que é importante e destacando as informações
que virão fazer a diferença dessas decisões.
Conhecendo a finalidade da Contabilidade Gerencial, fica fácil entender
por que as informações geradas por ela auxiliam os administradores nas
suas tomadas de decisões. (OSNI, MARION, 2011, p.05)
Segundo IUDICIBUS (1997, p 15) a contabilidade gerencial pode ser
definida da seguinte forma:
24
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente como
um enfoque especial conferido a varias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na
contabilidade de custos, na analise financeira, se balanços etc.
colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais
analítico ou de uma forma de apresentação e classificação diferenciada
de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo
decisório.
A contabilidade gerencial é uma técnica que analisa o sistema interno da
empresa, coletando dados e analisando os fatos gerando informações, como a
contabilidade de custo, que antes era vista somente como um modo de controle
de apuração de estoques e que hoje já desempenha a função de auxiliar nas
tomadas de decisões.
Com a grande mudança ocorrida em nossa economia, exemplificada pela
queda da inflação e a abertura econômica para atividades estrangeiras, a
contabilidade de custo entra forte na função auxiliadora da administração.
A Micro e Pequenas Empresas exercem um papel de muita importância
econômica muito grande no Brasil atual, por isso há uma grande necessidade de
se haver uma continuidade dessas empresas, e para isso ocorrer é necessário
que haja dentro dessas empresas uma gestão forte e eficiente o que implica ter
um bom desenvolvimento de seu planejamento e uso de uma boa gestão, que só
é conseguida através de um estudo especifico gerencial dentro da empresa.
O empresário que fizer o máximo de uso da contabilidade gerencial, dentro
de suas diversas especialidades, extraindo as informações, coletando dados e
analisando de forma coerente, conseguirá estruturar todas as suas operações,
juntamente com seu planejamento, estará em grandes vantagens em relação a
seus concorrentes.
5.1. A CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE
ADMINISTRAÇÃO
As empresas são criadas para atingirem um objetivo concreto. As que
buscam lucros econômicos têm que possuir um ótimo relacionamento com seus
clientes, oferecendo-lhes bons produtos ou serviços prestados. Esse conjunto cria
a relação fornecedor/cliente, onde o primeiro visa reduzir seus custos e melhorar
25
seus produtos para a assim obter vantagens em relação aos seus concorrentes, e
o cliente que procura sempre os melhores preços juntamente com boa qualidade.
Para manter essa relação sólida e não perder mercado nesse mundo
globalizado e concorrido, as empresas trabalham para aprimorar seus processos,
sejam os de industrialização, comercialização ou de prestação de serviços e para
auxiliar essa organização é que se deve ter uma forte contabilidade gerencial.
Quando uma empresa faz uso da contabilidade gerencial essa percebe o
quanto é importante obter os dados para que seus produtos ou serviços tenham
boa qualidade, com preços melhorados para assim agradarem e atraírem o maior
numero possível de clientes.
A contabilidade gerencial tem a função de orientar os responsáveis pela
gestão da empresa para melhor se organizarem nas tomadas de decisões e
dependendo da área de atuação desses responsáveis e a natureza dessas
decisões, essas orientações ficam mais fáceis de serem tomadas.
Pode se dividir a contabilidade gerencial em três funções importantes:
Função Operacional: É a orientação diretamente dada a linha de frente de
uma fabrica, área comercial ou prestando serviços onde as tomadas de decisões
precisam ser a curto prazo, pois soluções têm que ser tomadas de imediato
quando ocorrem os problemas para não danificarem o desempenho da empresa.
Leva-se em consideração soluções a serem tomadas em relação a quantidade de
materiais utilizados, a mão de obra e tempo que é gasto na produção ou
prestação do serviço; o volume que o grupo de empregados utiliza para a
execução de suas tarefas; defeitos que aparecem no decorrer do processo
produtivo ou problemas na execução do serviço prestado.
Função Gerencial: Função destinada a quem esta gerenciando partes,
apenas um setor ou apenas grupos de trabalhadores, onde se é necessário tomar
decisões a curto e médio prazo, decisões essas que podem não ser para toda a
empresa, mas que a envolve toda. Cabe às esses gestores aproveitar o máximo
possível dos recursos da empresa, analisar toda a linha de produção, procurar
soluções que sanem problemas com desperdícios de matéria prima, reduzir
tempo ocioso de funcionários, melhorar a capacidade tecnológica com a
26
modernização dos equipamentos, reduzindo com todas essas medidas, os custos
da produção.
Função Estratégica: É a função onde os diretores, presidentes e
proprietários entram na parte gerencial da empresa, com tomadas de decisão a
longo prazo, visando sempre a rentabilidade dos produtos ou serviços prestados,
como sua empresa ou seu serviços estão sendo vistos pelos seus clientes, como
esta sua empresa em relação a suas concorrências. Esses diretores trabalham
com relatórios contábeis que trazem as demonstrações financeiras oficiais, com
relatórios extraoficiais como os relatórios de custos, sistemas de custeios não
obrigatórios e analises de balanços e outros documentos.
27
6. FERRAMENTAS DA CONTABILIDADE GERENCIAL
O Fluxo de Caixa é a circulação do dinheiro, através de analise dos
recebimentos e pagamentos feitos. É a ferramenta que ajuda a controlar a
movimentação financeira em um determinado período.
Através do Fluxo de Caixa, a gestão da empresa saberá exatamente o que
possui monetariamente, como poderá liquidar suas obrigações assumidas, o que
possui para receber e qual saldo terão naquele momento. O saldo é a diferença
entre os pagamentos e os recebimentos. Se esse saldo for negativo, a empresa
esta tendo gasto a mais e cabe ao gestor analisar e encontrar e reduzir esses
gastos, mas caso saldo for positivo, indica que a empresa esta conseguindo gerar
rendimentos e assim cumprir suas obrigações.
Um modelo proposto por KASSAI (1997, p 72), O Fluxo de Caixa
Prospectivo, enfoca o futuro, onde demonstra os montantes de entrada de caixa,
que são diminuídos pelos montantes de saída, apurando-se o resultado final,
conforme será exposto no quadro abaixo:
KASSAI, J. R. Fluxo de caixa prospectivo. IOB, São Paulo, n. 26, p. 203210, ago. 1994. Caderno Temático Contábil e Balanços.
Quadro 3 – Modelo Dedutivo de Fluxo de Caixa Prospectivo
MODELO DEDUTIVO DE FLUXO DE CAIXA PROSPECTIVO
1 – Dados Operacionais Relevantes
Obs.
2 – ENTRADAS
3 – SAÍDAS
4 – VARIAÇÃO
(2–3)
5 – Retiradas
6 – Novos Investimentos
7 – Depreciação
8 – Custo ou Remuneração do Dinheiro
9 – SALDO ACUMULADO
(4-5-6-7-8)
10–Empréstimos/Aplicações de Recursos
11 – SALDO FINAL
Fonte: KASSAI (1997, p.72)
(9+/-10)
“n” PERÍODOS
28
O Fluxo de Caixa é uma ferramenta de suma importância na gestão, pois
através dos resultados obtidos por ele é que pode se concluir que os
procedimentos da empresa estão corretos ou necessitam de ajustes.
O Orçamento é o processo pelo qual os gestores vão se apoiar se para os
procedimentos do planejamento e tomadas de decisões, sendo um norteador
ajudando a serem traçados objetivos.
Segundo BRAGA (1995,p. 230), no processo orçamentário deve-se
apresentar o desenvolvimento e os resultados que a empresa espera alcançar,
demonstrando dados sobre a estrutura da empresa e dos sistemas contábeis
gerais e de custos.
“Orçar não é apenas controle, não é apenas previsão. É uma análise
exigente e rigorosa do controle, não é apenas previsão. passado e um
cálculo cuidadoso das prováveis e desejadas operações futuras.”
(BRAGA , 1995, pg. 230).
É através dos Índices de Liquidez que se verifica como esta a base
financeira de uma empresa. Confrontando os ativos circulantes com as dividas
descobre se a capacidade de uma empresa de saldar seus compromissos.
Quadro 4 – Índices de Liquidez
Índices de Liquidez
Liquidez Corrente =
Ativo Circulante
Passivo Circulante
Liquidez Seca =
Ativo Circulante - Estoque
Passivo Circulante
Liquidez Geral =
Ativo Circulante + R.L.P.
Passivo Circulante + E.L.P.
Fonte: MATARAZZO (1998, p.170-179). Adaptado pelas autoras.
Para se elucidar de forma mais clara, abaixo serão descritos as principais
ferramentas utilizadas para o cálculo e verificação da liquidez de uma empresa.
29
Análise Vertical e Análise Horizontal: A Análise Horizontal indica a
variação dos itens das demonstrações contábeis, através dos períodos,
identificando e caracterizando tendências para períodos futuros. A Análise
Horizontal também é conhecida como análise de tendência, ou análise de
evolução. A Análise Vertical é importante para discernir a estrutura de
composição dos itens das Demonstrações, bem como sua evolução ao longo do
tempo. Sua técnica consiste em dividir todos os elementos do ativo pelo valor total
desse mesmo ativo; o mesmo ocorre com o passivo. Assim, obtém-se o
percentual que cada elemento representa do todo. Nas Demonstrações de
Resultado, é a Receita Líquida que será o elemento divisor dos demais. A Análise
Vertical é também chamada de análise estrutural.
Análise de Demonstrações Contábeis: A análise de demonstrações
financeiras, amplamente aceita no meio empresarial, consiste em duas categorias
diferentes: Análise Financeira, a qual torna possível a interpretação da situação
financeira da entidade, bem como seu grau de liquidez e capacidade de
solvência; Análise Econômica, que permite a interpretação das variações
patrimoniais e da riqueza gerada por sua movimentação.
Controle de Estoque: É um procedimento muito importante de uma
empresa, seja ela grande ou pequena. Através desse controle é que a empresa
irá ter o conhecimento do que possui e o que precisará repor qual o fornecedor a
se contatar e além de conseguir informações sobre as vendas já que muitas
vezes os relatórios do setor de vendas não são muito claros e não condizem com
a realidade. Com a finalidade de melhorar os investimentos da empresa, o
controle de estoque torna mais eficiente os meios internos o que retorna em forma
reforço de corte de custos.
Planejamento Estratégico: Consiste em analisar todas as oportunidades
por meio da análise do ambiente de uma organização e descobrir as
oportunidades e ameaças para tanto aproveitar e se prevenir, descobrir os pontos
fracos e melhorar com estudos e analises e explorar os pontos fortes. O
planejamento estratégico é considerado o ponto norteador para que a empresa
aproveite bem as oportunidades e evite riscos obtendo assim uma administração
eficiente.
30
7. PORQUE AS EMPRESAS FECHAM?
De acordo com um estudo, analisando pesquisas e dados do BNDES, o
índice de criação e fechamento das Micro Empresas no período de 1996 a 2000
foi de 48%, sendo que o percentual das que fecharam logo no primeiro ano foi de
18,3%, e no segundo ano após o inicio de suas atividades subiu para 36% e no
terceiro ano pode chegar até a 48,1%.
Já com as Empresas de Pequeno porte, o índice de mortalidade até o
terceiro ano do inicio de suas atividades pode chegar até a 32%.
“As empresas encerram suas atividades não apenas devido a uma única
causa, mas sim, devido a uma sucessão de falhas ou problemas que,
por não serem resolvidos no tempo apropriado, levam à paralisação de
suas atividades” (SEBRAE, 2008, p. 57).
Na opinião do consultor do SEBRAE Rosival Fagundes, que através de
pesquisas e trabalhos, verificou que dois fatores são essenciais para essa alta
taxa de mortalidade das Micro e Pequenas Empresas: Planejamento e Gestão.
“Os proprietários de micro e pequenas empresas brasileiras quase
nunca conseguem planejar, não definem nenhuma estratégia, e nem
sempre estão ocupados em “apagar o fogo”. Daí é fácil protelar o
planejamento e isso ajuda esses empreendedores a ignora-lo, enquanto
se concentram nas questões mais urgentes de produção e vendas”.
(FAGUNDES, Rosival; consultor do SEBRAE)
Segundo Prof. José Dornelas, com base em pesquisas feitas pelo IBGE:
“Ainda considero a falta de preparo e a carência de conhecimentos
gerenciais – onde se inclui a capacidade de planejar – como os pontos
cruciais que impedem o empreendedor fazer com que seu negócio
cresça e se desenvolva”. (Prof. José Dornelas, 12 de outubro de 2006)
Através de pesquisas foram apontados sete erros comuns cometidos pelos
micro e pequenos empresários, que fazem parte direta com o insucesso de suas
empresas:
1- Ausência de inovação;
2- Aluguel caro;
3- Atitudes antipáticas;
4- Dependência de um único cliente;
5- Guerra de preços;
31
6- A escolha errada dos sócios, empregados e contador;
7- Endividamento elevado.
Sempre monitorando os passos das Micro e Pequenas Empresas, o
SEBRAE aponta mais erros comuns que possam vir a ocasionar a “morte” de uma
empresa, como:
Misturar as contas particulares com as contas da empresa;
A ausência de planos de negocio, de planejamento estratégico e
falta de uma analise do mercado onde pretende atuar;
Colocar para trabalhar na empresa parentes ou amigos que não
possuam qualificação para a função;
Não trabalhar com datas pré-estabelecidas, não cobrando de cada
sócio ou funcionário prazos;
Tomar decisões precipitadas ou sem total conhecimento do real
andamento da empresa ou do mercado naquele momento;
Ficar preso a somente um fornecedor, sem utilizar a concorrência
para analisar melhores propostas;
A renovação dos produtos ou serviços prestados é algo muito importante
dentro da empresa para que esta se diferencie de suas concorrentes, o que
muitas vezes não ocorre, gerando assim um fator causador de sua falência. Esse
aspecto pode ser caracterizado como sendo Ausência de Inovação.
Embora a inovação seja um ponto importante para o fortalecimento da
empresa, esse processo de mudança e evolução esbarra em muitas dificuldades
para se colocar ideias e projetos em pratica, e segundo CARON (2004, p. 25) se
destacam essas dificuldades em ordem de importância:
Falta de recursos;
Falta de acesso a financiamentos;
Falta de informações tecnológicas;
Falta de capacitação do pessoal;
Falta de conhecimento sobre o mercado;
32
A ausência de um controle de fluxo de caixa é um problema característico
da falta de gestão que traz sérios danos à sobrevivência da empresa causando as
seguintes consequências graves:
Não saber o quanto a empresa recebe e para onde vai esse
dinheiro;
A empresa não terá como se prevenir contra mudanças do mercado;
Não se tem precisão de quando e em quanto tempo a empresa terá
dinheiro disponível em caixa;
Pode-se ter um planejamento confiável.
Quadro 5 - Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas
constituídas em 2006, por regiões e setores:
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Brasil
73,9%
Centrooeste
68,7%
Indústria
66,7%
71,8%
79,6%
Comercio
69,4%
72,6%
77,0%
72,2%
69,4%
74,1%
75,1%
Fonte: Adaptada do SEBRAE-NA pelas autoras.
Nota: As empresas constituídas em 2006 foram verificadas nas bases de 2006,
2007,2008 e 2009.
Com base em pesquisas realizadas pelo SEBRAE no estado de São Paulo,
houve uma melhora no quadro de sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas
entre os anos de 1998 a 2007, com índices mais baixos de mortalidade.
Em relação ao primeiro ano de suas atividades, os índices caíram de 35%
para 27%; no segundo era de 46% e caiu para 38% e no terceiro ano passou de
56% para 46%.
“Parte desses resultados podem ser creditados às estratégias que o
SEBRAE-SP adotou frente a este desafio gigante. [...] Mas a
comemoração não nos tira a plena convicção que esses índices ainda
são altos, incompatíveis com uma nação que pretende figurar entre as
mais desenvolvidas e sustentáveis do mundo”.(Biblioteca SEBRAE,2008.
P. 6.)
33
Pode ser observado que no Brasil estão surgindo cada dia mais pessoas
com espirito empreendedor, mas a longevidade e a qualidade desses
empreendimentos não estão suportando os desafios a serem enfrentados para
manter as portas abertas e que os motivos de falências mais frequentes estão
ligados à falta de planejamento, tanto no início como ao longo de suas atividades.
Uma empresa, seja ela Micro, Pequena ou de grande porte, necessita
começar suas atividades com um bom plano de negócios, destacando pesquisas,
estudos e avaliações de viabilidade do negocio que se inicia como investimentos
não como custos, para evitar que em um futuro próximo não chegue à conclusão
de que realmente gastou até mais do que deveria em um negocio sem
planejamento.
O quadro 6 a seguir faz um apanhado dos fatores contribuintes da
mortalidade das empresas, demonstrando a situação de sua evolução recente e
apontando ainda, segundo o SEBRAE, as principais recomendações para os
empreendedores.
Quadro 6 - Principais causas da mortalidade das empresas:
Fatores contribuintes da
mortalidade de empresa
1-Ausencia do
comportamento
empreendedor
2- Ausências do
planejamento prévio
3- Deficiências na gestão
empresarial
Evolução
Recente
Positiva
Positiva
Não Melhorou
Principais
Recomendações
As
características
empreendedoras
(conhecimentos,
habilidades
e
atitudes)
apresentam
ligeiras
melhora, mas precisam ser
aprimoradas. Participação
em
cursos
sobre
empreendedorismo
pode
ajudar.
O planejamento antes da
abertura
pode
ser
melhorado
(ainda
é
deficiente
para
muitos
empreendedores).
Participação em cursos de
planejamento e um preparo
mais apurado antes da
abertura (maior tempo e
maior
profundidade
no
planejamento)
podem
ajudar.
As deficiências na gestão
do
negocio,
após
a
abertura,
continuam
presentes e precisam ser
solucionadas
(ex:
34
4- Insuficiências de politicas
de apoio
Positiva
5- Problemas de conjuntura
econômica
Positiva
6- Problemas “pessoais”
Não Melhorou
aperfeiçoamento
de
produtos, fluxo de caixa,
propaganda e divulgação,
gestão de custos e busca
de apoio/auxilio). Cursos de
gestão
empresarial,
participação em palestras e
ações
conjuntas
com
empresas do mesmo ramo
podem ajudar.
As politicas de apoio têm
evoluído
positivamente,
mas
podem
ser
aperfeiçoadas
(por
ex:
reduzindo o peso dos
impostos e da burocracia
ampliando o credito para a
produção e maior acesso
às
compras
governamentais).
A conjuntura melhorou, mas
é preciso ter continuidade
no
crescimento
da
economia, na estabilidade
de preços e na recuperação
da renda dos trabalhadores.
As empresas continuam
sendo muito afetadas por
problemas pessoais de
seus sócios proprietários,
tais como: problemas de
saúde,
problemas
particulares,
problemas
com
sócios,
sucessão
empresarial e vitimas de
criminalidade.
Maior
profissionalismo,
melhor
divisão de tarefas, maior
delegação
de
responsabilidades
e
separação da vida pessoal
dos
negócios
podem
reduzir esses impactos.
Fonte: Observatório das MPEs do SEBRAE-SP 2008, p. 61.
O micro e pequeno empreendedor esta evoluindo em relação a novidades,
mas ainda necessita de mais aberturas e inovações para colocar em pratica a boa
gestão e o bom planejamento, principalmente antes de iniciar seus negócios e
35
ainda esperar melhorias por parte do governo em relação a carga tributaria que é
muito pesada ou ainda, facilidade em relação as linhas de créditos.
Mesmo com todas as melhorias, ainda há muita deficiência de gestão
empresarial. Destaca-se a falta de aperfeiçoamento de produtos ou serviços
prestados, falta de forte linha de propaganda e divulgação que hoje é muito
necessária por conta do mercado competitivo e falta de integração entre
empresários do mesmo ramo e um fato muito marcante que caracteriza uma má
administração é a mistura da vida pessoal com a vida profissional.
O fato de o empreendedor trazer problemas particulares para o trabalho
ocasiona um baixo rendimento das tarefas, o que vai impactar diretamente nas
tomadas de decisões. Também vale salientar que as finanças pessoais devem ser
totalmente separadas das finanças da empresa. Esse também é um ponto fraco
do micro e pequeno empresário.
7.1. MOTIVOS QUE LEVAM NOSSOS EMPREENDEDORES AO
FRACASSO
Infelizmente, a grande maioria dos micro e pequenos empresários não
relevam a importância da contabilidade e do contador gerencial, e acabam
fracassando, e caindo no terrível índice de mortalidade das Micro e Pequenas
Empresas.
De acordo com SANTOS e PEREIRA (1995, p. 316), os motivos que levam
nossos empreendedores ao fracasso:
Aspecto técnico do empreendedor: falta de experiência empresarial e
falta de competência gerencial;
Área mercadológica: desconhecimento do mercado e do produto
oferecido;
Área técnica operacional: falta de qualidade dos produtos, localização
errada do ponto comercial, problemas com fornecedores desatualizados;
Área financeira: muito capital empatado em bens parados na empresa,
abertura excessiva de linha de créditos para seus clientes, falta de controle de
36
custos, prazos muito limitados para seus pagamentos aos seus fornecedores e
muito longo para recebimento de seus clientes;
Área Jurídica: falta da distribuição correta entre os setores da empresa e
falta de inovações gerenciais.
De acordo com o Art.25. do Decreto-Lei n° 9.295/46, de 27 de maio de
1946, estão definidas as atribuições ao profissional contábil:
a) organização e execução de serviços de contabilidade em geral;
b) escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de
todos os necessários no conjunto da organização contábil e
levantamento dos respectivos balanços e demonstrações;
c) perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em
geral, verificação de haveres revisão permanente ou periódica de
escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou
comuns, assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e
quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos
profissionais de contabilidade.
Analisando a alínea “a” do artigo acima chega-se a ideia de que o
profissional contábil fica responsável por praticamente tudo no auxilio à
administração, agindo como um assessor de planejamento, como conselheiro,
como despachante e até mesmo como
psicólogo e destacando um ponto
fundamental de que quando a empresa necessita de uma aval profissional
perante bancos, fornecedores a até do Governo, o contador é que esta a frente,
auxiliando na tomada da decisão.
Como pode ser observado, em praticamente todos os aspectos, se os
empreendedores fizerem uso da contabilidade gerencial, a maioria dessas
deficiências poderia ser suprida pelo trabalho do contador gerencial. E talvez, com
um pouco de investimento nesse profissional dentro da empresa, o administrador
poderia evitar a falência de seu negócio.
37
8. A IMPORTÂNCIA DO CONTADOR GERENCIAL
Grandes organizações já reconhecem que nos dias de hoje é muito
importante se ter uma contabilidade muito bem estruturada para assim trazer
dados cada vez mais eficazes para se obter uma ótima administração. Mas ainda
se tem um conceito, principalmente na maioria das micro e pequenas empresas
de que a contabilidade é só mais um serviço com a finalidade de apresentar as
informações da empresa junto ao governo.
Ao contabilista gerencial vem à missão de mudar esse conceito, introduzir
a contabilidade gerencial dentro das empresas, passando ao micro e pequeno
empresário a necessidade de se fazer uso desse serviço para extrair o máximo as
informações de dentro de sua empresa e utilizar esses dados para o
fortalecimento de sua administração não perdendo terreno para a sua
concorrência.
Neste sentido, mister se faz ressaltar a contribuição de IUDÍCIBUS (1987,
p. 23):
Saber tratar, refinar e apresentar de maneira clara, resumida e
operacional dados esparsos, contidos nos registros da contabilidade
financeira, de custos etc., bem como juntar tais uniformes com outros
conhecidos não especificamente ligados á área contábil, para suprir a
administração em seu processo decisório. Deve estar ciente de certos
conceitos de microeconomia e observar as reações dos administradores
quanto á forma e conteúdo dos relatórios. Deve ser elemento com
formação bastante ampla, inclusive de conhecimento, senão das
técnicas, pelo menos dos objetivos ou resultados que podem ser
alcançados com métodos quantitativos.
Seguindo essa linha de raciocínio, o profissional contábil de nossa
atualidade tem que estar sempre atento às novidades e principalmente seguir as
normas internacionais de contabilidade, deixando nosso país cada vez mais
próximo de um padrão internacional de contabilidade.
Desta forma, MARION (2009, p.47), argumenta que:
“Com a chegada da Lei n° 11.638/07 observamos a ênfase num
modelo internacional de lei societária. As perspectivas para a profissão
contábil, no contexto dessa lei, num mundo globalizado, levam a um
reposicionamento das praticas e comportamentos tradicionais dos
profissionais de contabilidade”.
38
Juntamente com a necessidade de adequação a nova lei, as empresas
precisam aprender a planejar, a controlar e a melhorar seus produtos e serviços.
O profissional contábil entra ai para ser o agente que pode qualificar, quantificar e
interpretar esses planejamentos, adequando essa controladoria e encontrando
com base nos dados extraídos desse trabalho as soluções para os problemas da
empresa.
Ainda neste sentido, CREPALDI (2008, p.7), estatui que:
“O contador gerencial deve se esforçar para assegurar que a
administração tome as melhores decisões estratégicas para o longo
prazo. O desafio é proporcionar informações uteis e relevantes que
facilitarão encontrar as respostas certas para que as questões
fundamentais, em toda a empresa, com o enfoque constante sobre o que
deve ser feito de imediato e mais tarde. É necessário que os contadores
gerenciais ultrapassem a informação contábil para serem proativos no
fornecimento, para suas equipes de administração ,de dados pertinentes
e oportunos sobre essas questões empresariais mais amplas”.
A IFAC- Internation Federation of Accouting (Federação Internacional de
Contabilidade) define o contador gerencial como:
“..identifica, mede, acumula, analisa, interpreta e relata informações
(tanto financeiras quanto operacionais) para uso da administração de
uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de
suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade
abrangente de seus recursos”.
O contador gerencial é de suma importância na administração das
empresas nos dias atuais, por isso é designado a ele algumas funções
especificas, nas quais destacamos algumas:
Garantir que as pessoas certas recebam as informações certas no tempo
certo;
Fazer a junção, análise e síntese das informações:
Realizar o planejamento perfeito para alcançar um controle eficaz da empresa;
Elaborar relatórios padrões para facilitar sua interpretação;
Assessorar o gerente e o presidente da empresa;
Trabalhar sempre com relatórios padrões para assim ter facilidade nas
interpretações;
39
Comparar o desempenho planejado com o que realmente esta ocorrendo;
Planejar a tributação da empresa;
Elaborar a parte fiscal da empresa;
Fazer a avaliação econômica para as tomadas de decisão;
Propor medidas para a correção do andamento da empresa, para que essa
possa ter mais ganhos e menos perdas.
É esperado do contador gerencial a precisão e a defesa dos interesses da
empresa, pois em seus relatórios com dados e números precisos são usados
como base para as tomadas de decisões.
8.1. ATITUDES E CARACTERISTICAS DO CONTADOR GERENCIAL
As organizações que fazem o uso dos relatórios contábeis, como forma de
avaliação de seu desempenho conseguem maiores e mais confiáveis resultados
para que decisões mais corretas e mais lucrativas sejam tomadas. Já com
empresas que fazem o uso da contabilidade somente com o intuito de coletar
dados para o Governo, não conseguem obter esses mesmos desempenhos.
A diferença entre esses dois modelos de organizações esta na utilização
de serviços de um profissional contábil com características gerenciais, que vai
relatar e apresentar tudo o que for necessário para a tomada de decisão confiável
e com dados concretos.
O que diferencia um contador gerencial de outro profissional contábil é o
conhecimento que este possui de todos os setores da empresa, sabendo refinar e
apresentar de maneira fácil, clara e resumida os dados contidos nos registros da
contabilidade financeira, da parte de custos e de outras partes da contabilidade
geral, unindo todas essas informações com outras não ligadas diretamente a área
contábil, para auxiliar o setor administrativo em suas decisões.
40
De acordo com IUDÍCIBUS, (2010, p. 23):
Um contador gerencial, pelo visto, deve ser elemento com formação
bastante ampla, inclusive com conhecimento, senão das técnicas, pelo
menos dos objetivos ou resultados que podem ser alcançados com
métodos quantitativos. Deve estar cônscio de certos conceitos de
microempresa e, acima de tudo, deve saber observar como os
administradores reagem à forma e ao conteúdo dos relatórios contábeis.
Um exemplo que se pode citar para salientar a importância desse
profissional e destacar a diferença entre o que possui o conhecimento geral da
empresa e de um profissional que trabalha focado em um único setor, como um
que só atua e se prende ao setor de custos, que não consegue diferenciar nas
demonstrações reais o que foi orçado do que realmente esta acontecendo,
limitando seus resultados sobre as variações e não conseguindo incluir nas
demonstrações de resultado.
Já o contador “com mentalidade gerencial” consegue usar variações bem
mais detalhadas e consegue chegar a conclusões mais precisas de áreas que
precisem melhorar seus desempenhos.
Nesta linha de raciocínio, MATARAZZO (2008, p.39), argumenta que:
A análise das demonstrações financeiras exige conhecimento do que
representa cada conta que nelas figura. Há uma infinidade de contas
decorrentes de inumeráveis operações realizadas por empresas das
mais diferentes atividades. Mesmo o exame das operações de uma
simples empresa comercial revela enorme profusão de contas, e sem
uma noção do que estas representam, a interpretação das
demonstrações financeiras fica prejudicada. A análise de balanços visa
extrair informações para a tomada de decisão. O perfeito conhecimento
do significado de cada conta facilita a busca de informações precisas.
Apesar de toda essa caracterização para esse tipo de profissional, ainda
não há um titulo que exista como cargo ou função. O que difere um contador
gerencial de um contador comum são as atitudes, a formação, o papel em si que
esse profissional vai desempenhar na empresa, sempre focando os pontos mais
importantes para que desta forma se tornem os passos as serem dados sempre
com mais segurança.
41
Complementando este raciocínio, IUDÍCIBUS (2010, p. 284) diz que:
“... Um bom contador gerencial (frequentemente o controller )caracteriza
se como uma pessoa que, embora não tenha autoridade sobre os
demais departamentos, é capaz de neles penetrar, colher informações e
fazer retornar relatórios de desempenho aos setores”.
Um fator que vem a exigir mais do contador gerencial é a dificuldade que
se possui em entender e interpretar os relatórios contábeis, o que vem a ser um
ponto positivo e uma forte característica que pode se destacar desse profissional,
que está apto a detalhar e transpassar esses relatórios, e coloca-los de uma
forma mais convincente e de fácil entendimento para o setor administrativo.
Esse profissional poderá ser o controlador da empresa, o contador de
custos, o contador geral ou até mesmo o contador financeiro. O que vai
diferencia-lo dos demais profissionais será seu vasto conhecimento das áreas da
empresa e como tomar as decisões mais favoráveis para o seu sucesso.
42
CONCLUSÃO
O presente trabalho apresentou o que é e como estão classificadas as
Micro e Pequenas Empresas, sua importância no cenário econômico brasileiro e
procurou apurar fatores que levam a mortalidade precoce de muitas dessas
empresas.
Desses vários fatores que foram citados acima, o mais significativo foi a
falta de gerenciamento, na qual concluímos que existe uma falta de Contabilidade
Gerencial como ferramenta de gestão, dentro das Micro e Pequenas Empresas.
O presente trabalho apresentou diversas ferramentas que podem ser
utilizadas dentro das organizações como ferramenta de gestão, concluindo que há
necessidade de gerenciamento das empresas por pessoas qualificadas. Pois
diante do mercado atual, é necessário o uso das ferramentas da Contabilidade
Gerencial e a contratação de um profissional contábil que presta assessoria e não
só o trabalho voltado ao fisco. Hoje o mercado exige empresas bem organizadas
financeiramente para competir diretamente com seus concorrentes que fazem uso
desses métodos.
Através das pesquisas realizadas, ficou claro que a contabilidade gerencial
tem o papel de ser a ferramenta de seguimento, que impulsiona, que esclarece
através de suas informações, os dados da empresa que servirão de rumo a serem
seguido pelos administradores, alcançando as metas estabelecidas em seu
planejamento inicial, para atingir melhores resultados.
43
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44
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