DESAFIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA PROF. JOSÉ ALMIR

DESAFIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA
PROF. JOSÉ ALMIR FONTELLA DORNELLES
CERTO/ERRADO
Julgue C (certo) ou E (errado) os itens de cada um dos DESAFIOS desta série. Leia os
comentários com atenção para que você possa fazer uma boa revisão do assunto proposto.
1º DESAFIO
Sobre verbos auxiliares e locuções verbais.
a.( ) Em “Todos já o haviam bajulado na esperança de obter favores ou vantagens”, o verbo haver
é um verbo auxiliar.
b.( ) Em“Foge, antes que a muralha seja derrubada”, o verbo ser é auxiliar para formar um tempo
composto.
c.( ) Em “O fim do ano vinha chegando calmamente”, ocorre locução verbal para indicar uma
nuança da ação verbal.
d.( ) Em“Convém aplicar corretamente a lei fiscal”, há uma locução verbal e, conseqüentemente,
apenas uma oração.
RESPOSTAS & COMENTÁRIOS
a)  Certo. Verbos auxiliares são aqueles, que juntos a outro chamado principal, indicam a flexão e
formam as locuções verbais.
b)  Errado. Os verbos auxiliares formam com outros verbos as locuções verbais, essas aparecem
indicando a voz passiva, os tempos compostos ou, simplesmente, aspectos verbais. A voz passiva =
ser/estar/ficar... + particípio: “O povo foi/esteve/ficou privado de suas economias”. Os tempos
compostos = ter/haver + particípio: “Os gansos tinham/haviam voado para o Sul.
c)  Certo. Há locuções verbais cuja finalidade é indicar os aspectos verbais (nuanças da ação):
dever/poder/querer/ parecer + gerúndio ou infinitivo: “O técnico deveria demonstrar o esquema”
(ação pretendida) – “Hoje devem ocorrer muitas goleadas” (ação possível) – “Os carros pareciam
voar ”(ação aparente), etc.
d)  Errado. Nem sempre com os infinitivos formam-se locuções verbais. Como saber? Se o infinitivo
puder ser flexionado, não há locução, e sim duas orações. Então: “Convém aplicarmos
corretamente...” Portanto, não há locução verbal, e sim duas orações: Convém (or. principal) //
aplicar corretamente a legislação fiscal (or. subord. subst. subjetiva).
2º DESAFIO
Sobre a classificação dos verbos.
a.( ) “A queda dos preços preocupou os comerciantes”. Nessa oração empregou-se um verbo da 1ª
conjugação.
b.( ) "Abriu demasiadamente os olhos e acertou os óculos na base do nariz". O verbo acertar é
um verbo irregular.
c.( ) "Coube ao cristianismo a maior revolução na essência do amor". O verbo caber é um verbo
irregular forte.
d.( ) “Carlos viaja, e eu vou também...”, “O criado foi conosco transportando as bagagens..”
e “O barco ia velozmente...”. O verbo ir, por sofrer grandes transformações durante sua
conjugação, é um verbo defectivo.
RESPOSTAS & COMENTÁRIOS
a)  Certo. São da 1ª conjugação os terminados em ar: cantar, falar, dançar, preocupar, etc. – da 2ª
conjugação os terminados em er: vencer, prometer, chover, etc. – da 3ª conjugação: os terminados
em ir: partir, produzir, influir, etc. –  Obs.: O verbo pôr (poer) e seus derivados (compor, repor,
supor, expor, etc.) pertencem também à 2ª conjugação.
b)  Errado. Os verbos que não apresentam modificações em seus radicais (ver Morfologia, 4ọ exercício,
letra d) durante a conjugação classificam-se como verbos regulares.
c)  Certo. Método Prático para classificar verbos quanto à regularidade. Conjugar o verbo na 1ª pes.
sing. do pres. e do pret. perf. do indicativo. Não havendo modificação no radical, o verbo é regular;
se houver modificação, o verbo é irregular. Quando a alteração ocorrer apenas no pres. indic. – é
irregular fraco (poucos tempos irregulares); se ocorrerem também no pret. perf. indic. – é irregular
forte (muitos tempos irregulares). Exemplo:–
Verbos
Pres. indic.
Pret. perf. indic.
Classificação
acert ar
acert o
acert ei
regular
prefer ir
prefir o
prefer i
irregular fraco
cab er
caib o
coub e
irregular forte
Portanto, o verbo caber é um verbo irregular forte.
d)  Errado. Os verbos ser e ir sofrem profundas transformações e, por isso, são classificados como
verbos anômalos. Defectivos são os verbos que não apresentam conjugação completa, como falir,
abolir, demolir, reaver, precaver-se, explodir, feder, etc.
3º DESAFIO
Sobre o emprego dos particípios abundantes.
a.( ) “A edição inicial de Os Poemas foi imprimida pela Litografia Trigueiros”. A locução (verbo
ser + particípio de imprimir) formou, de forma correta, a voz passiva.
b.( ) A frase“Alguns erros já foram corrigidos a tempo”, por usar particípio regular na voz
passiva, está errada.
c.( ) “Ainda dispunham de alguns dólares, mesmo tendo-os gasto em profusão”. Se a norma culta
determina o uso dos particípios regulares com os auxiliares ter e haver; então, essa construção
deve ser considerada incorreta.
d.( ) Seria correto afirmar-se que, quando um verbo apresenta um particípio irregular, ele possui
também o regular?
RESPOSTAS & COMENTÁRIOS
a)  Errado. Alguns verbos apresentam mais de uma forma para o particípio (particípios abundantes),
cujo emprego, de acordo com a norma culta da língua, deve observar os seguintes critérios: 1) ser/estar
+ particípio irregular (sem as terminações ado/ido) = voz passiva analítica: “Os Poemas, de Jorge de
Lima, foram impressos em Maceió. 2) ter/haver + particípio regular (com as terminações ado/ido)
= tempos compostos: “A Vestcon já havia imprimido mil obras”.
b)  Errado. Embora a regra geral determine o uso dos particípios irregulares na voz passiva analítica,
alguns particípios regulares têm de ser usados na voz passiva, porque o particípio irregular, na
linguagem hodierna, passou a ter somente conotação adjetiva: corrigir, corrigido, correto;
desenvolver, desenvolvido, desenvolto; distinguir, distinguido, distinto; encher, enchido, cheio;
enxugar; enxugado, enxuto; erigir, erigido, ereto; inserir, inserido, inserto; juntar, juntado, junto;
misturar, misturado, misto; omitir, omitido, omisso; pegar, pegado, pego (desaconselhável), romper,
rompido, roto; suprimir, suprimido, supresso...
c)  Errado. Com ganhar, gastar e pagar, a linguagem moderna recomenda o uso de ganho, gasto e pago
(as formas regulares ganhado, gastado e pagado tornam-se obsoletas); com pegar, ao contrário, devese preferir pegado, com qualquer verbo auxiliar (por considerar-se pego forma popular).
d)  Errado. Há verbos que apresentam só os particípios irregulares: abrir (aberto), cobrir (coberto),
dizer (dito), escrever (escrito), fazer (feito), ver (visto), vir (vindo) e pôr (posto).
4º DESAFIO
Sobre a identificação dos tempos verbais.
a.( ) Em “Espera-se que não caibam mais recursos”, temos a correta conjugação do verbo caber
no pres. do subjuntivo.
b.( ) Em “Pede licença, sai, vá à luta, procure e encontre o que realmente queres”, está correto o
emprego do imperativo.
c.( ) O diácono costumava dizer: “Ide em paz, que o Senhor vos acompanhe!”; contudo, certo dia,
encerrou a homilia atrapalhando-se com o uso do imperativo negativo e disse-lhes: “Não ides
em paz, antes arrependei-vos dos pecados!”
d.( ) Em “Peça licença, saia, vá à luta, procure e encontre o que realmente quer”, está correta a
flexão verbal.
RESPOSTAS & COMENTÁRIOS
a)  Certo. Do presente do indicativo (cujos verbos têm na 1ª pessoa a desinência o), ao trocar-se essa
desinência por e (verbos da 1ª conj.) ou por a (2ª e 3ª conj.), forma-se o presente do subjuntivo.
Verbos
Pres. indic.  Pres. subj. Conjugação
Estudar:
estudo o  e estude
1a conjugação
Vender:
vendo
o  a venda
2a conjugação
Partir:
parto
o  a parta
3a conjugação
Portanto, caber (2ª conj.) – pres. indic.: caibo  pres. subj.: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais,
caibam.
b)  Errado. O imperativo afirmativo é formado das 2ªs pessoas do pres. do indicativo (sem o s) e das
demais do pres. do subjuntivo:
Pres. indic. Imper. afirm.  Pres. subj
Observações
estudo
......................*
estude
*1) não há 1ª pes. sing.
estudas  estuda*(tu)
estudes
*2) pres. indic sem o s
estuda
estude*(você)  estude
*3) igual ao pres. subj.
estudamos estudemos*(nós) estudemos *4) igual ao pres. subj.
estudais  estudai*(vós)
estudeis
*5) pres. indic. sem o s
estudam
estudem*(vocês)  estudem
*6) igual ao pres. subj.
Logo, o correto é “Pede licença, sai, vai à luta, procura e encontra o que realmente (tu) queres (2ª
pes. sing.)”. –  Obs.: As 2ªs. pessoas provêm do pres. indic. sem o s.
c)  Certo. A forma correta seria: “Não vades em paz, antes arrependei-vos de vossos pecados”.– 
Obs.: O imperativo negativo é idêntico ao pres. do subjuntivo (vá, vás, vá, vamos, vades, vão).
d)  Certo. Veja o texto:“Peça licença, saia, vá à luta, procure e encontre o que realmente (você)
quer”; na 3ª pessoa, o imperativo afirmativo é igual ao presente do subjuntivo.
5º DESAFIO
Sobre a identificação dos tempos verbais.
a.( ) Em "Aurélia avaliou a situação difícil em que se achava", o verbo destacado está no pretérito
perfeito do indicativo.
b.( ) Em “Perante a família, jurou que dissera a verdade ao juiz”, o verbo em negrito está no
pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
c.( ) Em “Quando o senhor vier à fazenda e ver o quanto já se fez, certamente concordará com as
despesas”, os verbos assinalados são formas corretas do futuro do subjuntivo.
d.( ) Em “Nunca poderia imaginar que caroço proviesse do latim cor, cordis (coração)...”,
verifica-se o pretérito imperfeito do subjuntivo na forma verbal assinalada.
RESPOSTAS & COMENTÁRIOS
a)  Certo. O pretérito perfeito do indicativo identifica uma ação perfeitamente concluída, realizada.
Método Prático – Obtém-se o pretérito perfeito antepondo-se ao verbo o advérbio ontem. Portanto,
(ontem) eu avaliei, (..) tu avaliaste, (...) ele avaliou, (...) nós avaliamos, (...) vós avaliastes, (...) eles
avaliaram.
b)  Certo. O pretérito mais-que-perfeito é derivado do pretérito perfeito do indicativo, do seguinte
modo: pret. perf.(3ª p. pl.) –m = pret. m-q-perf.  (ontem) eles disseram (–m) = dissera, disseras,
dissera, disséramos, disséreis, disseram.
c)  Errado. O futuro do subjuntivo é derivado do pretérito perfeito do indicativo, do seguinte modo:
pret. perf. (3ª p. pl.) – am) = fut. subj. 1) verbo vir: (ontem) eles vieram (–am) = vier, vires,
vier,viermos, vierdes, vierem. 2) verbo ver: (ontem) eles viram (–am) = vir, vires, vir, virmos, virdes,
virem. Portanto, o correto é: “Quando o senhor vier à fazenda e vir ...”.
d)  Certo. O imperfeito do subjuntivo é derivado do pretérito perfeito do indicativo, do seguinte
modo: pret. perf.(3ª p. pl.) –ram + sse) = imperf. subj. Então, (ontem) eles provieram (– ram)
provie (+ sse) = proviesse, proviesses, proviesse, proviéssemos, proviésseis, proviessem.
6º DESAFIO
Sobre a identificação dos tempos verbais.
a.( ) Em“O povo elegia novos representantes e renovava o espírito democrático”, os verbos
assinalados estão flexionados no pretérito imperfeito do indicativo.
b.( ) Em "Se dissessem que no amor a perseverança vence tudo, perseveraria até o insustentável",
a forma verbal em negrito corresponde ao futuro do pretérito do indicativo.
c.( ) Em "...cauteloso, certamente se previnirá contra as intrigas dos oposicionistas", assinalou-se
uma forma verbal do futuro do presente do indicativo.
d.( ) Em "Majestade, para deferirdes o pleito dessas gentes e pordes em terra as intrigas dos
murmuradores, ouvi serenamente”, as formas verbais assinaladas identificam o futuro do
subjuntivo.
RESPOSTAS & COMENTÁRIOS
a)  Certo. O pretérito imperfeito do indicativo é derivado do infinitivo, do seguinte modo: infinitivo
menos r + va (1ª conj.) ou ia (2ª/3ª conj.) = pret. imperf. indic. 1) eleger (– r + ia) = elegia, elegias,
elegia, elegíamos, elegíeis, elegiam. 2) renovar (– r + va) = renovava, renovavas, renovava,
renovávamos, renováveis, renovavam.
b)  Certo. O futuro do pretérito do indicativo é derivado do infinitivo, do seguinte modo: fut. pret.
indic. = infinitivo – r + ria. Portanto, perserverar – r  persevera + ria  perseveraria,
perseverarias, perseveraria, perseveraríamos, perseveraríeis, perseverariam.
c)  Certo. O futuro do presente do indicativo é derivado do infinitivo, do seguinte modo: fut. pres.
indic. = infinitivo – r + rei. Portanto, prevenir – r  preveni + rei  prevenirei, prevenirás,
prevenirá, preveniremos, prevenireis, prevenirão.
d)  Errado. Os verbos assinalados estão flexionados no infinitivo pessoal. Embora use as mesmas
desinências do futuro do subjuntivo, diferencia-se desse por indicar ação atemporal. O futuro do
subjuntivo indica ação possível de realizar-se no futuro e, normalmente, vem precedido das
conjunções quando ou se; o infinitivo pessoal, normalmente, vem preposicionado.