análise espacial da gripe a (h1n1) na mesorregião do - Unifal-MG

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ANÁLISE ESPACIAL DA GRIPE A (H1N1) NA MESORREGIÃO DO
SUL DE MINAS GERAIS
RODRIGO CESÁRIO JUSTINO¹; MICHEL EUSTÁQUIO DANTAS CHAVES²;
GUILHERME AUGUSTO VEROLA MATAVEL3; JOÃO VITOR ROQUE
GUERRERO4; RÚBIA GOMES MORATO5
[email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected];
[email protected]
1 Mestrando
2
do programa de pós-graduação em Ecologia e Tecnologia ambiental- UNIFAL-MG
Bolsista de pós-graduação CNPq do curso de pós-graduação em Engenharia agrícola – UFLA
3 Bolsista
4
de pós-graduação CNPq do curso de pós-graduação em Sensoriamento remoto –
INPE
Bolsista de pós-graduação Capes do curso de pós-graduação em Engenharia urbana –
UFSCar
5 Docente
do curso de Geografia - Instituto de Ciências da Natureza - UNIFAL/ MG
Palavras-chave: Gripe A (H1N1), Geografia da Saúde, Geoprocessamento.
Introdução
O trabalho fez uma análise da distribuição espacial do vírus A (H1N1), um subtipo do
vírus Influenza, causador da gripe A (H1N1) no ano de 2009 (ano de maior incidência
da doença), na Microrregião de Alfenas e em outras nove Microrregiões do Sul de
Minas Gerais (Andrelândia, Itajubá, Passos, Poços de Caldas, Pouso Alegre, São
Sebastião do Paraíso, Santa Rita do Sapucaí, São Lourenço e Varginha), procurando
fazer a análise espacial desta doença desde seu primeiro registro no Sul de Minas
Gerais.
Os dados obtidos mediante pesquisas a órgãos voltados para a área da saúde foram
tabulados para uma melhor observação e análise dos resultados. Além disso, foram
criados gráficos e mapas para uma melhor visualização da dispersão do vírus nos
municípios pertencentes as dez Microrregiões da Mesorregião do Sul de Minas Gerais.
Fez-se nesse estudo o uso do SIG ILWIS para a criação dos mapas, demonstrando
assim, que o geógrafo pode e deve atuar também na área da saúde, por seu
conhecimento de território e pelo domínio que possui no uso das geotecnologias,
muito úteis para o estudo da dispersão e localização de doenças sobre o espaço.
Objetivos
Geral
 Mapear os casos confirmados e de óbitos nos municípios do sul de Minas
Gerais atingidos pela gripe A (H1N1);
Específicos
 Elaborar mapas para demonstrar espacialmente a distribuição da doença;
 Demonstrar também a importância do Geógrafo no que diz respeito à saúde e
a espacialização de doenças.
Fundamentação Teórica
No livro “A geografia e o contexto dos problemas de saúde”, Christovam Barcellos, vai
dizer:
A geografia pode ajudar a entender e intervir sobre os problemas de
saúde, caso se perceba a complexidade das relações entre ambiente,
sociedade e território. “Para isso, deve-se contribuir com
metodologias que permitam captar e analisar as condições de vida e
as situações de saúde, que possuem diferentes configurações nos
lugares” (BARCELLOS, 2008).
Nesse trabalho para o estudo, levantamento e mapeamento dessa nova moléstia
abordou-se o uso do Geoprocessamento que segundo Câmara (2006) “é o conjunto
de tecnologias voltadas à coleta e tratamento de informações espaciais para um
objetivo específico. Na prática, Geoprocessamento é o processamento informatizado
de dados referenciados geograficamente”, pois o Geoprocessamento possibilita o
cruzamento de vários fatores como áreas mais afetadas, áreas com casos
confirmados (com e sem óbito), além de outras variáveis para auxiliar como já se
citou, na tomada de decisão do poder público para a implantação de políticas de
saúde e de desenvolvimento social, neste caso, na região do Sul de Minas Gerais,
mais especificamente, nas dez Microrregiões analisadas neste estudo.
Já no livro “Saúde, Território e Sociedade. Contributos para uma Geografia da Saúde”,
a geógrafa Paula Santana vai dizer que:
“A Geografia da Saúde é uma área científica que integra temas da
Geografia Física (Climatologia Regional e Local, por exemplo) e
temas da Geografia Humana (Urbanização, Demografia e
Planejamento, por exemplo), constituindo-se uma área do saber de
compreensão global, preocupada com os problemas atuais e a
diferentes escalas, úteis [...] para os que irão integrar equipes
pluridisciplinares nas áreas de Ambiente e Planejamento e
Ordenamento do Território. Ou seja, a Geografia da Saúde ocupa
uma posição nodal; é um espaço onde convergem ou se cruzam
fenômenos naturais e sociais (SANTANA, 2004).
Para a realização dos procedimentos utilizou-se o SIG (Sistema de Informação
Geográfica) ILWIS que é utilizado para a coleta, armazenamento de dados e
confecção de mapas que “permitem descrever a localização, características e forma
das feições e dos fenômenos sobre a superfície terrestre (Goodchild, 2000)”, onde se
torna possível a criação de bancos de dados com informações para diferentes usos
nas diversas áreas do conhecimento (ambiental, social, saúde etc.). Sendo que a
Geografia serve de nó para interligar diversas variáveis e diversas situações no
espaço-tempo, dando uma visão mais ampla no que diz respeito à análise e estudo da
saúde sobre os diversos territórios da superfície terrestre.
Metodologia
Os materiais utilizados para a realização desse trabalho foram livros e artigos sobre
os diversos usos das geotecnologias para a área da saúde, além de materiais
relacionados ao estudo da gripe, e em específico, trabalhos sobre a gripe A (H1N1);
sites especializados na área da saúde, de onde foi possível obter muitos dados
quantitativos a respeito dessa doença; arquivo vetorial com os contornos do estado
de Minas Gerais, adquirido junto ao IBGE, o SIG ILWIS; os softwares Word e Excel.
A metodologia de trabalho foi primeiramente a utilização de materiais teóricos, pois
se buscou em livros e artigos referentes ao estudo da gripe A, maiores informações
sobre essa doença. Ainda no material teórico, foi possível também encontrar
informações da importância do uso do Geoprocessamento para a área da saúde. No
segundo momento, buscou-se obter dados quantitativos referentes à gripe A e sua
dispersão na Mesorregião do sul de Minas Gerais no ano de 2009. Neste caso, a
fonte de informações utilizada foram os sites especializados na área da saúde e mais
especificamente, aqueles que deram maior relevância e se aprofundaram no estudo
sobre essa variação do vírus A. Os dados obtidos foram tabulados com o uso do
Excel, para uma melhor visualização dos resultados, além disso, com outro software,
o Word, criou-se gráficos com a mesma função, ou seja, facilitar a visualização dos
resultados alcançados na realização da pesquisa. Depois, por fim, foi adquirido um
arquivo vetorial dos contornos do estado de Minas Gerais e, com a ajuda do ILWIS
confeccionou-se mapas que demonstrassem de modo claro a espacialização da gripe
A (H1N1) dentro da área estudada.
Resultados
Nesse trabalho abordou-se o uso do Geoprocessamento no estudo, levantamento e
mapeamento da gripe A (H1N1), pois o Geoprocessamento possibilita o cruzamento
de vários fatores como áreas mais afetadas, áreas com casos confirmados (com e
sem óbito), além de outras variáveis para auxiliar na tomada de decisão do poder
público para a implantação de políticas de saúde e de desenvolvimento social. Houve
na Mesorregião do sul de Minas Gerais 83 casos confirmados da gripe A com 20
óbitos nas 10 Microrregiões (figura 1), atingindo 15 dos 150 municípios do Sul de
Minas Gerais (figura 2), sendo que dos 20 óbitos, 14 foram de homens e 6 de
mulheres (figura 3). As mortes ocorreram principalmente na faixa etária de 21 a 30
anos (4 mortes) e de 41 a 50 anos (5 mortes).
Figura 1. Casos associados à Gripe A (2009):
Fonte: Secretária Estadual de Saúde, 2010.
Figura 2. Óbitos por gênero (2009):
Figura 3. Casos confirmados e mortes pela Gripe A (H1N1) no Sul de Minas Gerais
(2009):
Conclusão:
O que se conclui obviamente é que o uso das geotecnologias na área da saúde é de
grande relevância, pois, a coleta de dados e informações possibilita a confecção de
mapas que apontem as áreas de ocorrência de pandemias e epidemias. A utilização
do SIG permitiu confeccionar mapas que caracterizam a distribuição espacial da
Gripe A e a identificação do perfil da população atingida. Essas informações são de
grande importância, pois podem auxiliar os profissionais da saúde no planejamento
de ações para o controle de epidemias, definindo-se as prioridades de intervenção e
na formulação de políticas de prevenção. Demonstrando aqui também, a importância
de ser formar equipes multidisciplinares, que possam produzir resultados satisfatórios
no que diz respeito aos problemas que atingem a sociedade.
Bibliografia
JUSTINO, R. C.; MORATO, R. G. Análise Espacial da gripe A (H1N1) na Mesorregião
do Sul de Minas Gerais. In: IV Jornada Científica da UNIFAL-MG, 2011, Alfenas/MG,
2011. Anais da IV Jornada Científica da UNIFAL/MG, 2011, 2011.
BARCELLOS, C.; BASTOS, F. I. (1996). Geoprocessamento, ambiente e saúde: uma
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Ministério da Saúde. Disponível em: <www.saude.gov.br>, acesso em 10 de março de
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LACRUZ, M. S. P.; FILHO, M. de A. de S. Desastres Naturais e Geotecnologias –
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CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. Introdução ao Geoprocessamento.
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acesso em 02 de março de 2010.
SANTANA, P. Geografias da Saúde e do Desenvolvimento. Evolução e Tendências
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Saúde, Território e Sociedade. Contributos para uma Geografia da Saúde. Disponível
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BARCELLOS, C. A geografia e o contexto dos problemas de saúde/ Geography and
the context of health problems. Rio de Janeiro; Abrasco; 2008. 384 p.
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